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RESUMO IMUNOLOGIA (baseado no livro: Imunologia Celular e Molecular 6ºEd Abbas) SUGESTÃO PARA ESTUDO: Leia primeiramente o capítulo original do livro para depois fazer uso deste resumo, pois é necessário o conhecimento prévio sobre imunologia para melhor entender os conceitos utilizados neste resumo. HIPERSENSIBILIDADES E AUTO-IMUNIDADE As repostas imunes podem ser patológicas quando: - Ocorre falha nos mecanismos de tolerância imunológica, ocasionando o surgimento das doenças autoimunes - Reações excessivas contra antígenos, como a produção elevada de anticorpos, formação de imunocomplexos ou ainda reação exacerbada de células T, ocasionando o surgimento das hipersensibilidades. - Reação exacerbada contra antígenos ambientais, provocando o surgimento das alergias Hiper I – Hipersensibilidade Imediata mediada por IgE - Alergias Respostas imunes a antígenos ambientais podem levar a diferenciação de células TCD4+ para o perfil Th2, que libera IL-4 e estimula a produção de IgE pelo Linfócito B. Os anticorpos IgE se ligam a receptores de alta afinidade expressos em mastócitos e eosinófilos. Quando essas células sensibilizadas pelos anticorpos ligados a superfície encontram o antígeno, ocorre à liberação imediata de grânulos citoplasmáticos que contém mediadores inflamatórios que provocam vários efeitos lesivos que são observados na patogênese da alergia. O mecanismo da patogênese da hiper I é dividido em duas fase: 1º Sensibilização (primeiro contato do hospedeiro com o antígeno). O alérgeno é capturado pela APC e apresentado ao LTCD4+ que se diferencia para o perfil Th2 e interage com linfócito B (via CD40) e secreta citocinas (IL-4) que induz a produção de anticorpos da classe IgE contra o antígeno. Esses anticorpos se ligam ao receptor Fcε de alta afinidade presentes nos mastócitos e eosinófilos (onde adquirem estabilidade), deixando essas células no estado de “sensibilização”. 2º Desencadeamento da resposta: O mastócito sensibilizado (contendo IgE ligado à superfície) quando reconhece o antígeno via o IgE desencadeia a sinalização para a liberação de grânulos citoplasmáticos dessas células, que ativam a resposta inflamatória tecidual e sistêmica em duas fase: Na fase inicial, ocorre uma secreção de grânulos que contem aminas biogênicas (como a histamina) e enzimas (como a triptase), alem de ocorrer à síntese rápida de mediadores lipídicos da inflamação (leucotrienos, prostranglandinas e PAF) e citocinas (TNF) que estimulam uma rápida vasodilatação, aumentando a permeabilidade vascular e provocando edema, causando a formação de pápulas e um halo eritematoso no local de contato com o antígeno. Na fase tardia, por causa dos mediadores inflamatórios liberados, ocorre um aumento da infiltração celular, principalmente por eosinófilos, neutrófilos e células Th2, levando a lesão tecidual e ao aparecimento dos sintomas crônicos característicos das doenças alérgicas. Hiper II – Hipersensibilidade mediada por IgM/IgG – Doenças autoimunes A perda de tolerância central e periférica pode ocasionar à produção de anticorpos que reagem com estruturas do próprio hospedeiro, opsonizando as células do hospedeiro e levando a ativação do complemento (via clássica – lise da célula) ou a fagocitose mediada por receptor Fc (estimulando a inflamação e o recrutamento de mais leucócitos) Anticorpos específicos contra receptores celulares (como para receptores de hormônios ou neurotransmissores) quando se ligam ao seus alvos podem hiperestimular os receptores ou impedir a ligação da substancia adequada para exercer sua função, ocasionando disfunções fisiológicas. Como exemplos de doenças auto imunes ocasionadas por anticorpos (hiper II) temos a anemia hemolítica, febre reumática, diabetes tipo I, distrofia muscular e etc. Hiper III – Hipersensibilidade mediada por imuno complexos Quando são produzidas quantidades excessivas de anticorpos, estes podem formar imuno complexos com antígenos e não serem removidos eficientemente da circulação, depositando-se nos tecidos e vasos. A deposição de imuno complexos leva a ativação de leucócitos (via receptor Fc) e secreção de citocinas e mediadores vasoativos que aumentam a deposição dos imuno complexos na parede dos vasos e tecidos, amplificando a inflamação e levando a lesão tecidual. Os principais locais de deposição dos imuno complexos são tecidos muito vascularizados (como os glomérulos, coração, pulmão e vasos) Exemplos de Hiper III incluem a LES, artrite e nefrite imune. Hiper IV – Hipersensibilidade do tipo tardio (DTH) – mediada por LT A DTH é desencadeada por células Th1 que provocam uma inflamação crônica, levando a lesão tecidual e a formação de granulomas. Neste tipo de hipersensibilidade ocorre a com liberação de conteúdos citoplasmáticos de macrófagos ativados, como enzimas lisossômicas, ROS, NOS e fatores do crescimento que produzem fibrose no tecido e aumentam a inflamação. Patogênese da auto imunidade Fatores: Falha na tolerância ligada à genética do individuo (genes ligados ao MHC e que controlam a tolerância), desencadeantes ambientais, como as próprias infecções (que provocam lesões teciduais que podem alterar o modo como os antígenos próprios são exibidos para o sistema imune), outros mecanismos incluem: Ativação espectadora: Durante infecções, a resposta imune natural pode levar a ativação de linfócitos T auto reativos que não são específicos para o patógeno que provocou a resposta. Simulação molecular: Patógenos podem produzir moléculas similares aos antígenos próprios do hospedeiro e provocar a ativação de linfócitos T que responderam contra o patógeno e também contra o tecido saudável do hospedeiro que possui um antígeno similar. Alterações de sítios anatômicos: a inflamação, a lesão isquêmica e o trauma podem levar a exposição de antígenos próprios que normalmente ficam ocultos do sistema imune e não passam pelos mecanismos da tolerância induzida, provocando respostas imune contra o próprio hospedeiro *propagação de epítopo: exacerbação da doença autoimune causada pela lesão inicial ao tecido que leva a exposição de mais antígenos próprios e a ativação de mais linfócitos T auto-reativos, gerando uma doença crônica e progressivo-degenerativo.
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