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Trabalho sobre subsidios - Fundamentos de comex

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TRABALHO DE FUNDAMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR
Por
Thayane Lesse – mat.: 201202286161
Aline Araújo – mat.: 201202355684
Stephanie Cavalcante - 201202099718
Leandro Mendes – mat.: 201201511593
Alexandre se Santana – mat.: 201202113176
Marcos Vinicius de Souza – mat.: 201207250785
Bruno Barbosa – mat.: 201307250874
SUBSIDIOS AGRICOLAS
O que é subsidio?
 Subsídio é um instrumento que os governos têm para incentivar a produção de um determinado produto, ou seja, é uma "ajuda" financeira que o governo oferece aos seus agricultores para que os seus produtos possam competir com outros mercados competitivos e proteger o agricultor com produtos vindos de outros mercados. 
 Os subsídios agrícolas podem vir na forma de isenção de impostos sobre produtos agrários e estimulam o avanço nas atividades agrícolas. Os subsídios podem ser feitos através da isenção de impostos, de financiamentos às taxas abaixo do valor de mercado, facilidade na aquisição de terras, máquinas e sementes.
Quem se beneficia?
Os fazendeiros dos países ricos são os que mais se beneficiam com os subsídios. A organização não governamental Oxfam afirma que os Estados Unidos dão até US$ 3,9 bilhões aos seus 25 mil produtores de algodão todos os anos. Isso, segundo a organização, seria equivalente a mais de três vezes a ajuda financeira dada pelo governo americano à África.
Quem sai perdendo?
Muitos países ricos concordam que o ganho de seus fazendeiros representa um prejuízo para os fazendeiros dos países pobres. Agricultores dos países ricos produzem muito para o próprio mercado. O excesso é 'jogado' em países pobres a preços muito baixos, com os quais os produtores locais não podem competir. 
 No caso de um subsídio positivo agrícola, um agricultor é recompensado para o crescimento de uma cultura, com o auxílio sendo geralmente com base na quantidade de cultura a ser cultivada, ou na quantidade da colheita. Com subsídios negativos, os agricultores são incentivados a não produzir uma determinada cultura ou produto. Por exemplo, se a produção de leite é extremamente elevada, os agricultores têm subsídios pagos para não aumentar a quantia de vacas leiteiras e reduzir a quantidade de produtos lácteos no mercado aberto.
 Como ficam os países que são produtores agrícolas face aos subsídios praticados por determinados países? É sem dúvida alguma um grave problema, principalmente em se tratando de livre mercado e sem barreiras, mas na prática não é assim que funciona. Países ricos utilizam muito esse recurso e com isso maquiam o real valor dos produtos (lembra a concorrência perfeita), pois é nesse caso não há, e nesse caso os mais prejudicados são os produtores de países pobres, uma vez que não conseguem uma margem de lucro suficiente para cobrir os custos de produção. Por essa razão vemos os causadores da crise alimentícia atual. Nos EUA, o governo chega a pagar para que o agricultor deixe de plantar, caso o preço internacional esteja baixo por excesso de oferta no mercado.  No Brasil, na época do governo Getúlio Vargas, o governo chegou a pagar e queimar toda uma produção de café, porque o preço havia caído muito. 
SUBSIDIOS AGRICOLAS: BRASIL X U.S.A
 Os países-membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) têm tentado por muito tempo chegar a um acordo sobre novas regras para o comércio mundial.
 Um dos assuntos que têm impedido um acordo é a questão dos subsídios agrícolas dados pelos países ricos aos seus agricultores. Os governos dos U.S.A começaram a se preocupar com os níveis de subsídios dados pelo Brasil para a agricultura. Por décadas, foi o Brasil que questionou de forma intensa os subsídios dos países ricos, chegando a vencer disputas legais contra a ajuda americana ao algodão e a ajuda europeia ao açúcar. Agora, o Brasil já é o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo. O que os países ricos querem saber, portanto, é até que ponto essa expansão é fruto da competitividade ou de um incremento nos subsídios. 
 Como é que o Brasil classifica seus subsídios, já que poderia estar colocando dinheiro em programas que não contariam como ajuda ilegal? O avanço da produção brasileira também surpreende esses governos. O País, por exemplo, está prestes a conquistar a posição que historicamente é dos EUA como maior fornecedor de soja no mundo. Entre 2006 e 2013, o Brasil praticamente dobrou o volume de exportações agrícolas. Tanto Brasil, quanto Rússia e China passaram a serem alvos de questionamentos em relação a seus subsídios para a agricultura. 
 O Brasil e Estados Unidos discutem há anos sobre o subsídio americano ao algodão, fato que prejudica a inserção do produto brasileiro neste país. Em 2009, o Brasil ganhou na OMC o direito de retaliação através da sobretaxação de produtos americanos, o que não ocorreu quando os EUA acertaram com o Brasil, em 2010, o pagamento de uma compensação de US$147,3 milhões anuais devido ao subsídio americano.  Atualmente, os EUA discutem a retirada desta compensação ao Brasil. Em contrapartida, a partir de janeiro deste ano, o país encerrou os subsídios para a produção de etanol de milho, o que abre caminho para o produto brasileiro neste mercado. 
 O novo impasse entre Brasil e EUA ocorre no momento em que programas de incentivos fiscais brasileiros poderá ser alvo de um painel a ser solicitado pela União Europeia. Entre os incentivos questionados estão o regime automotivo brasileiro, os benefícios tributários para notebooks, tablets e smartphones e até mesmo a Zona Franca de Manaus, criada há quase 50 anos. Ao mesmo tempo, Brasil e Mercosul negociam com a UE. 
SUBSÍDIOS AGRÍCOLAS, A ETERNA POLÊMICA NA OMC.
 Na OMC, já há algum tempo vem-se tentando mudar o atual sistema. A tentativa é justamente fazer com que os países ricos reduzam o uso que fazem dos subsídios. Mas, para que haja alguma mudança, é necessário que todos os 147 membros da organização concordem. O tortuoso progresso das recentes negociações indica que nem todo mundo quer que o atual sistema mude. Alguns culpam os Estados Unidos, mas outros dizem que a França também não está disposta a reduzir os subsídios que dá a seus produtores. A França afirmou que as últimas propostas eram "profundamente desequilibradas, criando uma desvantagem enorme para a União Europeia".
 Pelas regras da OMC, o Brasil tem o direito de dar subsídios distorci-vos e que afetam a produção no valor de até US$ 913 milhões, distante dos mais de US$ 20 bilhões autorizados apenas para os EUA e de um valor ainda maior pelos europeus. O Brasil entregou à entidade um resumo de tudo o que deu para a agricultura entre 2007 e 2009. Apesar do atraso de anos, o governo insiste nos documentos que não ultrapassou o teto estabelecido pela OMC.
 Na época em que o acordo foi firmado, há cerca de três anos, os EUA se comprometeram a repassar US$ 147,3 milhões por ano aos produtores brasileiros de algodão. Também prometeram reduzir os subsídios às exportações e acelerar o processo de reconhecimento de Santa Catarina como estado livre de febre aftosa. Pelo descumprimento do acordo, a retaliação à qual o Brasil está autorizado abrange não apenas a parte comercial, com o aumento de tarifas de produtos importados dos EUA. Outra vertente está na área de direitos autorais, o que inclui patentes de medicamentos, sementes, livros e outros itens culturais.
Os EUA tinham se comprometido a pagar (a compensação aos produtores brasileiros de algodão), pararam de pagar e ainda fizeram nova lei agrícola. É natural que o Brasil busque a OMC, faz parte do jogo.
SUBSÍDIOS AGRÍCOLAS:: ALGODÃO
 O algodão é uma cultura que não necessita de grandes volumes de água durante seu ciclo. Deve-se programar a época de plantio, de forma que a colheita ocorra no período seco, evitando-se o comprometimento da qualidade da fibra colhida. A época de plantio varia de acordocom a região concentrando-se, no Nordeste,  de novembro a maio.  O teor de umidade do solo é de grande significação no momento do plantio, por facilitar as operações com o solo, favorecer a germinação das sementes e o desenvolvimento inicial das plantas.
 O desaquecimento da economia norte-americana nos fins da década de 90, com a consequente queda no consumo de algodão, fez com que os principais mercados europeus começassem a sentir os efeitos da retração da maior economia do mundo e os preços do algodão iniciassem uma trajetória de baixa, a partir de dezembro de 2000. Na bolsa de Nova York, o contrato para vencimento em outubro de 2001 estava cotado,
em centavos de dólar por libra peso, entre 39,00 e 40,00, uma queda de praticamente 40% em 6 meses. Ao contrário dos anos anteriores, este ano  o mercado  vem demonstrando firmeza nos preços. 
 As transações no mercado de algodão em pluma na safra 2013/2014 devem ser tão desafiadoras aos agentes quanto foram na temporada 2012/13. O cenário é de reação da demanda internacional – com exceção da China –, de queda na oferta mundial, de recorde nos estoques finais e de possibilidade de maior disponibilidade de estoques governamentais da China, fatores, portanto, que podem elevar e também derrubar os preços da pluma no correr da safra 2013/2014. Projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a safra 2013/2014 indicam que os estoques mundiais de algodão deverão subir pela quarta temporada consecutiva, atingindo o maior volume histórico. Os estoques mundiais são projetados em cerca de 21 milhões de toneladas em 2013/2014, 8,2% acima dos de 2012/2013 e o dobro da quantidade registrada em 2009/2010.
 Os fortes aumentos dos estoques mundiais de algodão nas últimas safras são resultados do crescimento da oferta acima da demanda. Por um lado, preços maiores que as médias históricas favoreceram o crescimento da produção, mas, por outro, limitaram o uso industrial – agentes de indústrias passaram a buscar produtos substitutos mais baratos, como fibras artificiais e sintéticas. 
		Milhões de toneladas
	
	SAFRA
	
	2009/10
	2010/11
	2011/12
	2012/13
	2013/14
	2014/15
	TOTAL MUNDIAL
	22,334
	25,409
	28,041
	26,829
	25,748
	25,335
Principais Países
	CHINA
	6,925
	6,400
	7,400
	7,300
	6,700
	6,148
	INDIA
	5,185
	5,865
	6,354
	6,095
	6,336
	6,230
	USA
	2,654
	3,942
	3,391
	3,770
	2,871
	3,145
	PAKISTAN
	2,158
	1,948
	2,311
	2,204
	2,069
	2,063
	BRAZIL
	1,194
	1,960
	1,877
	1,261
	1,641
	1,649
	UZBEKISTAN
	0,850
	0,910
	0,880
	1,000
	0,920
	1,005
	OTHERS
	3,369
	4,385
	5,828
	5,199
	5,211
	5,096
ICAC – Cotton This Month Atualizado em 27/03/2014
 Aprovada pelo Senado dos Estados Unidos na última semana, a nova lei agrícola (Farm Bill) do país pode ser mais lesiva ao algodão brasileiro do que a atual, dizem especialistas. Os pagamentos federais diretos aos agricultores, considerados irregulares pela OMC, são diminuídos, mas é criado um programa de seguro às lavouras, o Stacked Income Protection Plan. O sistema cobre de 70% a 90% das perdas dos agricultores. Além disso, o governo norte-americano pode subsidiar 80% da contratação do seguro. Um dos temores, além do prejuízo de competitividade para as exportações brasileiras, é que as vantagens contribuam para a alta da oferta e queda do preço do algodão de forma generalizada. O resultado é o produtor norte-americano assumir mais riscos. Ele pode acabar plantando mais do que existe demanda para absorver e então o preço subir. A gente só vai saber à medida que for implementado. Para provar que vai contra as regras, teria que demonstrar que deprime os preços e afeta as exportações brasileiras. Na nova lei agrícola, o Congresso delega poder ao secretário de Agricultura dos EUA para negociar mais reformas com o Brasil nessa questão. Em lugar de ser o fim do processo de disputa pelos subsídios, como se esperava, virou mais uma etapa. Do jeito que está, continua inconsistente com as regras da OMC. O futuro dependerá do Brasil e das negociações bilaterais.
 Além de decidir como lidará com a continuidade dos subsídios às exportações, o governo brasileiro deve optar pela retaliação ou não dos Estados Unidos em função da suspensão dos pagamentos ao Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), interrompidos desde outubro do ano passado. Em 2009, a OMC concedeu ao Brasil o direito de retaliar os EUA em US$ 829 milhões pelos subsídios ao algodão. Os norte-americanos propuseram um acordo para que a retaliação não fosse aplicada e passaram a fazer pagamentos anuais de US$ 147,3 milhões ao IBA. No ano passado, no entanto, pararam os repasses sob a alegação de que os cortes automáticos no Orçamento não permitiam honrar os pagamentos. A Lei Agrícola faz várias mudanças na política do algodão no programa de crédito à exportação (que o Brasil também questionou na OMC de forma vitoriosa). Essas mudanças são significantes e acreditamos que este assunto está resolvido. 
CONCLUSÃO
 Em época de crise financeira e desacelerações no crescimento da economia mundial, a necessidade de abertura do comércio é fundamental para melhorar o desempenho econômico. Uma das principais dificuldades que os países em desenvolvimento encontram na abertura de novos mercados, ou até mesmo na expansão de mercados já existentes, é o protecionismo à produção nos principais países desenvolvidos, em particular no setor agropecuário. São variadas formas de incentivo para os agricultores plantarem com maior segurança e tranquilidade. Eles podem acontecer de várias formas. Trata-se de uma parcela do dinheiro público que é destinado à produção, distribuição e vendas dos produtos agrícolas. O governo de um país usa o subsídio como um "benefício" para os agricultores que, desta forma, conseguem oferecer o produto por um preço mais baixo. Portanto, mais competitivo. O conflito surge porque os países mais ricos podem conceder mais subsídios à agricultura interna do que os países mais pobres. O resultado disso é que as exportações dos países mais pobres acabam perdendo atratividade no mercado internacional.
 Pode ser também através da isenção da cobrança de impostos pelo governo, possibilitando maior lucro para o agricultor. Enfim, são facilidades proporcionadas através de políticas de governo para facilitar a vida dos produtores agrícolas, que, no final das contas, também reverte em benefícios para a sociedade.
BIBIOGRAFIA
http://www.abrapa.com.br/ - Associação Brasileira dos Produtores de Algodão - Acessado em: Abril/2014
MENEZES DANTAS, ADRIANA - Subsídios Agrícolas: Regulação Internacional - Editora Saraiva
MAIA, G. B. S.; ROITMAN, F. B.; GONÇALVES, F. C. S. Seguro agrícola: algumas experiências internacionais. Informativo Técnico Seagri, n. 1.
GUIMARÃES, M. F.; NOGUEIRA, J. M. A experiência norte-americana com o seguro agrícola: lições ao Brasil? Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 47, n. 1, p. 27-58,
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_agricultura_no_Brasil – Acessado em: Abril/2014
BARRAL, Welber. Subsídios e Medidas Compensatórias na OMC, s.l, s.d

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