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ensaio 6 - ied

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Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito
Introdução ao Estudo do Direito I – DFD0114
Seminários
Turma 187.21
Tema 6 (20.05.2014) – Teoria positivista de H.L.A. Hart
Leitura Obrigatória: Hart, H.L.A. O Conceito de Direito. Cap. V.
Camila Pinheiro Batista. Nº USP: 8995680.
ENSAIO
	Em “O Conceito de Direito”, Hart pretende aprofundar a compreensão sobre o que é Direito e sua distinção com relação a moral e à coerção. No capítulo V, o autor distingue regras primárias e secundárias, e mostra a importância da interação recíproca entre essas regras para o Direito; afirma-se, sobretudo, que a união de tais regras está no centro de um sistema jurídico, mas não é o todo deste sistema.
	Para fazer clara abordagem dos dois tipos de regras, Hart inicia seu raciocínio fazendo um panorama histórico do modelo simples do Direito – concebido como ordens coercivas do soberano; esse modelo se mostrou incapaz de reproduzir certos aspectos de sistemas jurídicos, como a continuidade da autoria legislativa. O autor explica que a derrota desse modelo vem do fato de que os elementos a partir dos quais a teoria foi construída não podem ser combinados e gerarem uma regra – sem a qual não se pode explicar nem as formas mais elementares de Direito.
	A existência de um sistema jurídico desenvolvido pressupõe a existência das regras primárias, que impõem deveres e comportamentos, e de regras secundárias, que asseguram que os seres humanos possam fazer alterações nas regras primárias. Cabe aqui desdobrar o item 3 do capítulo, onde Hart descreve uma sociedade sem poder legislativo ou tribunais, uma sociedade onde impera apenas as regras primárias; esse modelo só é cabível em pequenas comunidades, fortemente ligadas por laços de parentesco e de crenças fixas em um ambiente estável.
	São enunciados três defeitos desse modelo de sociedade citado anteriormente, se implantado em grandes comunidades, sendo eles: (i) a incerteza das regras primárias; (ii) o caráter estático dessas regras, devido aos processos lentos de crescimento e de mudança das práticas sociais; e (iii) a ineficácia da pressão social difusa pela qual se mantêm as regras. Tais defeitos exigem uma complementação de regras secundárias em cima das regras primárias de obrigação, através de regras de reconhecimento – para reconhecer a regra de um grupo e o seu merecido apoio pela pressão social exercida para seu cumprimento; regras de alteração, que permitam às pessoas introduzir ou eliminar novas regras primárias de conduta; e regras de julgamento, que seriam os tipos de regras secundárias que permitam aos indivíduos decidir sobre quando foi violada uma regra primária.
	Ainda falando sobre a teoria que concebe o Direito como ordens coercivas, Hart dedica parte do capítulo V a falar do ideal de obrigação, de ordem. Ele inicia diferenciando situações em que alguém foi obrigado a fazer algo e que alguém tinha a obrigação de fazer algo, sendo que na primeira algum mal recairia sobre a pessoa que se sentiu pressionada a praticar determinada ação; além disso, nessa situação a pessoa normalmente pratica, de fato, uma ação, diferente do segundo caso, onde a pessoa não necessariamente praticou tal ação.
	Regras que são concebidas como impondo uma obrigação, segundo o autor, geralmente apresentam uma insistência social na sua importância e seriedade na pressão social sobre os que delas se desviam; isso ocorre, sobretudo, com regras que se creem serem necessárias à manutenção da boa vida social. A violação de uma regra tão fundamental, do ponto de vista daqueles que a seguem (ponto de vista interno), consiste razão para reações hostis.
	Diante do exposto, podemos notar uma importância na relação entre as regras primárias e secundárias para a formação de um desenvolvido sistema jurídico, apesar de este depender de outras relações; esse sistema jurídico vai exigir, em muitos momentos, contraposições de pontos de vista externos (mais observadores) e internos (de aceitadores e seguidores das regras) para a elaboração e desenvolvimento de importantes conceitos jurídicos na organização social.

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