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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS CENTRO DE ENGENHARIAS SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO Prof. Carlos Tillmann 2016 UNIDADE 1 – Definições – Saúde e Segurança do Trabalho Introdução 04 Segurança do trabalho 04 Fatores geradores de acidentes no trabalho 05 Acidente de trabalho 07 Incidente 08 Definições básicas 08 Causas dos acidentes do trabalho 09 Comunicação de acidente de trabalho – CAT 13 Programas estruturais em Saúde e Segurança do Trabalho 15 Estatísticas de acidentes 20 UNIDADE 2 – Legislação em Saúde e Segurança do Trabalho Introdução 22 Normas Regulamentadoras 22 UNIDADE 3 – Riscos Ambientais Introdução 28 Higiene do trabalho 28 Riscos ambientais 28 Riscos ambientais e legislação 38 UNIDADE 4 – Mapa de Riscos Ambientais Introdução 39 Inspeção de segurança 40 Mapa de riscos ambientais 42 UNIDADE 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA e o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT Introdução 46 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA 46 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT 47 Investigação de acidentes 48 UNIDADE 6 – Prevenção e Combate a Incêndios Introdução 50 Técnicas de prevenção e combate ao princípio de incêndio 50 Quadro resumo de tipos de extintores 55 UNIDADE 7 – Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva Introdução 58 Equipamentos de proteção 58 Classificação dos EPIs 60 Aparelhos de isolamento 65 UNIDADE 8 – Sinalização de Segurança Introdução 66 Sinalização de Segurança 66 Sinalização 74 UNIDADE 9 – Primeiros Socorros Introdução 78 Ferimentos 79 Queimaduras 80 Hemorragia 81 Lesões de ossos, articulações e músculos 82 Desmaio 84 Estado de choque 84 Choque elétrico 84 Corpo estranho nos olhos e ouvidos 85 Convulsão 85 Parada cardíaca e respiratória 85 Afogamento 86 Lesões na coluna 87 Transporte de acidentados 88 Insolação 88 Intermação 88 Envenenamento e intoxicações 89 Animais peçonhentos e mordedura por animais 89 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 92 UNIDADE 1 – Definições – Saúde e Segurança do Trabalho 1.1. Introdução A unidade 1 tem como objetivo apresentar conceitos, definições básicas e legislação que norteiam a saúde e segurança no trabalho, para permitir uma melhor compreensão e contextualização dos conhecimentos apresentados. 1.2. Segurança do trabalho Figura: A segurança como educação constante A segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas, visando a minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade, saúde e a capacidade de trabalho do trabalhador. Além destes conteúdos, são necessários aprofundamento nos estudos com temas relativos a Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia, Comunicação e Treinamento, Administração Aplicada, o Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. A Segurança do Trabalho é praticada através da conscientização de empregadores e empregados em relação aos seus direitos e deveres. A Segurança do Trabalho deve ser praticada no trabalho, na rua, em casa, isto é, em todo lugar e, em qualquer momento (Figura). 1.2.1. Legislações que norteiam a Segurança do Trabalho A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de Segurança do Trabalho baseia-se na Constituição Federal, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), nas Normas Regulamentadoras e em outras leis complementares como portarias, decretos e convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização Mundial da Saúde (OMS). O pagamento do Adicional de Insalubridade está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho em seu capítulo V, ao trabalhador que exerça seu ofício em condições de insalubridade. Essas condições estão regulamentadas na Portaria nº 3.214/78 do MTb, de 8 de junho de 1978, através da NR 15. O art. 192 da CLT estabelece que o exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura o percentual do adicional podendo variar de 10, 20 ou 40% do salário mínimo. De acordo com o artigo 194, “O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos dessa seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho”. O artigo 191 define que “A eliminação ou a neutralização da insalubridade” ocorrerá: Com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância. Com a utilização de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) que diminuam a intensidade ou concentração do agente agressivo abaixo dos limites de tolerância. 1.3. Fatores geradores de acidentes no trabalho Como fatores que dão origem a acidentes no trabalho podemos citar: 1.3.1. Arranjo físico inadequado Acidentes podem ocorrer devido à confusão causada pelo mau aproveitamento do espaço no local de trabalho, gerado por: Máquinas em posições inadequadas Materiais mal dispostos Móveis com má localização 1.3.2. Ordem e limpeza precárias É sabido que, no ambiente de trabalho, muitos fatores de ordem física exercem influências de ordem psicológica sobre as pessoas, interferindo de maneira positiva ou negativa no comportamento humano, conforme as condições em que se apresentam. 1.3.3. Máquinas e equipamentos sem proteção A falta de proteção pode estar presente em: correias, polias, correntes, eixos rotativos, etc. Nesses elementos podem aparecer pontos de agarramento, ou seja, locais do maquinário que prendem a pessoa pelas mãos ou pelas roupas, puxando-a contra o mecanismo, causando ferimentos diversos. Figura: Ponto de agarramento em uma furadeira de bancada 1.3.4. Ferramentas inadequadas ou defeituosas Para cada tipo de serviço, deve haver uma ferramenta apropriada e em boas condições de uso: o improviso cria uma série de condições que levam ao acidente. Exemplos de improviso: fixar um prego utilizando-se da lateral de um alicate, abrir uma lata com uma chave de fenda ou uma tesoura. 1.3.5. Iluminação inadequada A iluminação fraca ou ofuscante afeta a visão, colocando as pessoas em posição de não visualizarem adequadamente o que estão fazendo. 1.3.6. Eletricidade É um dos fatores de risco mais acentuados, pois o condutor, quando está energizado, não manda aviso prévio, ou seja, a pessoa só sabe da existência da eletricidade quando já tocou no condutor, que pode causar parada cardíaca, parada respiratória, queimaduras e fulguração (clarão ou perturbação no organismo vivo por descarga elétrica, especialmente pelo raio). Figura: Eletricidade 1.3.7. Probabilidade de incêndio ou explosão A maioria dos materiais a nossa volta pode se tornar inflamável ou explosiva, dependendo de seu estado. Além dos combustíveis bastante conhecidos, como gasolina, querosene, madeira, papel, tecidos, dinamite, etc, existem outros menos tradicionais, tais como: limalha de aço, farinha de trigo, açúcar, poeira vegetal e outros. 1.3.8. Armazenamento inadequado Uma pilhade materiais mal feita pode desabar, atingindo pessoas ou até paredes, podendo fazer ruir um edifício. Para cada tipo de material, há um modo adequado de armazenamento, que deve ser feito por pessoas treinadas e habilitadas, seguindo as recomendações previstas nas normas regulamentadores e outras normas estabelecidas pela empresa. 1.4. Acidente de trabalho 1.4.1. Conceito prevencionista – é qualquer ocorrência não programada, inesperada, que interfere e, ou interrompe o processo normal de uma atividade, trazendo, como conseqüência isolada ou simultânea, danos materiais e, ou lesões ao homem. 1.4.2. Conceito legal – pela CLT, acidente de trabalho é todo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional, doença que cause a morte, perda ou redução permanente ou temporária das condições para o trabalho. São considerados acidentes do trabalho, os acidentes ocorridos durante o horário de trabalho e no local de trabalho, em conseqüência de agressão física, ato de sabotagem, brincadeiras, conflitos, ato de imprudência, negligência ou imperícia, desabamento, inundação e incêndio. Também são considerados acidentes de trabalho, os que ocorrem: quando o empregado estiver executando ordem ou realizando serviço a mando do empregador; em viagem a serviço da empresa; no percurso entre a residência e o local de trabalho; no percurso entre o trabalho e a casa; nos períodos de descanso, ou por ocasião da satisfação de necessidades fisiológicas, no local de trabalho; por contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade. 1.4.3. Divisão dos acidentes de trabalho a) Acidente tipo ou típico – Este tipo de acidente é consagrado no meio jurídico, como definição do infortúnio do trabalho originado por causa violenta, ou seja, é o acidente comum, súbito e imprevisto. Exemplos: batidas, quedas, choques, cortes, queimaduras, etc. b) Doença do trabalho – É a alteração orgânica que, de um modo geral, se desenvolve em conseqüência da atividade exercida pelo trabalhador, quando este esteja sujeito à exposição a agentes ambientais tais como: ruído, calor, gases, vapores, microrganismos, etc. Exemplos: pneumoconioses, surdez ocupacional. c) Acidente de trajeto – É o acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência para o local de trabalho ou vice-versa, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado, em horários e trajetos compatíveis. 1.5. Incidente Quando ocorre um acidente sem danos pessoais, diz-se incidente. Para os profissionais prevencionistas, é tão ou mais importante que o acidente com danos, pois indica uma condição de futuro acidente, devendo, portanto, ser analisado e investigado, e sugeridas medidas para evitar sua repetição. 1.6. Definições básicas Dias perdidos – São dias em que o acidentado não tem condições para trabalhar por ter sofrido um acidente que lhe causou uma incapacidade temporária. Os dias perdidos são contados de forma corrida, incluindo domingos e feriados, a partir do dia seguinte ao acidente, até o dia da alta médica que também é considerado dia perdido. Dias debitados – Nos casos em que ocorre incapacidade parcial permanente ou incapacidade total permanente ou, ainda, a morte, aparecem os dias debitados. Eles representam uma perda, um prejuízo econômico que toma como base uma média de vida ativa do trabalhador calculada em 20 (vinte) anos ou 6.000 (seis mil) dias. Para calcular os dias debitados, usa-se uma tabele existente em Norma Brasileira da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. Acidente sem perda de tempo ou sem afastamento – É aquele em que o acidentado, recebendo tratamento de primeiros socorros, pode exercer sua função normal no mesmo dia, dentro do horário normal de trabalho, ou no dia imediatamente seguinte ao do acidente, no horário regulamentado. Acidente com perda de tempo ou com afastamento – É aquele que provoca a incapacidade temporária, ou permanente, ou, ainda, a morte do acidentado. Incapacidade temporária – É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de tempo, nunca superior a um ano. É o acidente em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço devido ao acidente, volta ao trabalho, executando suas funções normalmente, como o fazia antes do acidente. Incapacidade parcial e permanente – É a diminuição, por toda a vida, da capacidade para o trabalho, que sofre redução parcial e permanente. Exemplo: a perda de dedo, de braço. Incapacidade total e permanente – É a invalidez para o trabalho. Dás-se quando o acidentado perde a capacidade total para o trabalho. Empregado – É toda pessoa física que presta serviço de natureza não eventual ao empregador, sob a dependência deste e mediante remuneração. 1.7. Causas de acidentes de trabalho Do ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se fosse eliminado, teria evitado o acidente. As causas dos acidentes podem decorrer de fatores pessoais ou materiais. O reconhecimento das causas pode ser fácil, como no caso de um degrau quebrado de uma escada, ou difícil, quando se precisa determinar as causas de uma sequencia em cadeia que originaram o acidente. Pode-se dizer que a maioria dos acidentes tem mais de uma causa. As causas fundamentais dos acidentes do trabalho são classificadas como atos inseguros, condições inseguras e fatores pessoais de insegurança. São várias as causas dos acidentes, quer sejam eles do trabalho, do trajeto, ou de doenças profissionais. 1.7.1. ATO INSEGURO Atos inseguros são as ações ou omissões, maneiras pelas quais o trabalhador se expõe, voluntariamente ou não, a riscos de acidentes. Ato inseguro – depende exclusivamente do ser humano, de maneira consciente ou não, capaz de provocar dano ao trabalhador, aos companheiros e às maquinas e equipamentos (Figura). Exemplos: improvisações, agir sem permissão, não usar equipamento de proteção individual (EPI), etc. Figura: Ato (carregar itens acima de sua capacidade) + condição insegura (obstáculos) 1.7.2. CONDIÇÕES INSEGURAS Condições inseguras de um ambiente de trabalho são as falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carências de dispositivos de segurança, e outras que põem em risco a integridade física ou a saúde do trabalhador ou a própria segurança das instalações e equipamentos. Condições inseguras – são aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, comprometem a integridade física e, ou a saúde do trabalhador, bem como a segurança das instalações e dos equipamentos. (Figura 1.2.). Exemplos de condições inseguras: falta de proteção em máquinas, defeitos em máquinas e edificações, instalações elétricas defeituosas, falta de espaço, agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho, construções ou projetos inseguros etc. 1.7.3. FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA Fator pessoal de insegurança é a característica mental ou física que leva o trabalhador à prática do ato inseguro. A caracterização do fator pessoal de insegurança não é fácil, exigindo o exame apurado das circunstâncias em que ocorreu o acidente. O fator pessoal de insegurança, como o ato inseguro, não é necessariamente causado pelo trabalhador acidentado, podendo ser provocado por terceiros. Alguns exemplos de fatores pessoais de insegurança predominantes são: Alcoolismo ou uso de substâncias tóxicas ou de drogas; Conhecimento ou treinamento insuficiente; Defeito físico ou incapacidade física para o serviço executado (principalmente órgãos do sentido); Desconhecimento do risco ou de práticas seguras para a execução do serviço; Desrespeitoàs instituições e normas de segurança; Falta de interesse pela atividade que desempenha; Má interpretação do perigo; Nervosismo ou excesso de confiança; Preocupação com outros problemas; Problemas de saúde não tratados (mentais e nervosos); Problemas diversos de ordem social; Problemas familiares. 1.7.4. CONSEQÜÊNCIAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO Muitas vezes, pior que o próprio acidente são as suas consequências. Todos perdem. Perde o empregador, com a perda da mão-de-obra, de material, de equipamentos, de tempo, e, conseqüentemente, com a elevação dos custos operacionais. Perde o governo, com o número crescente de inválidos e dependentes da Previdência Social. Perde o empregado, que fica incapacitado temporária ou permanentemente para o trabalho, de forma total ou parcial, e a sua família que passa a ter o padrão de vida afetado pela falta dos ganhos normais. Um acidente do trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa por apenas algumas horas, quando é chamado de acidente sem afastamento. É o que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna em seguida. Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador não retornar ao trabalho imediatamente ou até a jornada seguinte temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar: a. Na incapacidade temporária, que é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais. b. Na incapacidade total e permanente, que é a invalidez para o trabalho. c. Na incapacidade parcial permanente, que é a diminuição, para o resto da vida, da capacidade física total para o trabalho desenvolvido. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista. 1.7.5. CASOS CONSIDERADOS COMO ACIDENTES DO TRABALHO O acidente sofrido no local e no horário do trabalho em consequência de: a. ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros ou companheiros de trabalho; b. ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c. ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiros ou de companheiro de trabalho; d. ato de pessoa privada do uso da razão; e. desabamento, inundações, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho: a. na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b. na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c. em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por estar dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d. no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. Entende-se como percurso o trajeto usual da residência ou do local de refeição para o trabalho, ou deste para aqueles, locomovendo-se o empregado a pé ou valendo-se de transporte da empresa ou próprio ou da condução normal. O Decreto estabelece ainda, que no período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião de satisfação de outra necessidade fisiológica, no local ou durante o horário de trabalho, o empregado será considerado a serviço da empresa. Para fins legais, equipara-se ainda ao acidente do trabalho: doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Segundo a legislação em vigor, doença profissional é aquela inerente a determinado ramo de atividade. Podem ser relacionadas como doenças do trabalho, resultantes das condições especiais em que a atividade se realiza: a epilepsia, quando decorre de um acidente de trabalho; a lepra, quando o trabalho obriga o contato permanente com hansenianos; o câncer, quando o trabalhador está sujeito às poeiras ou trabalho em ambiente cancerígeno; a neurose, quando a sua manifestação ocorre ao tempo do trabalho ou é atribuída às condições em que ele se realiza. A doença profissional ou do trabalho, para que se equipare ao acidente do trabalho, deverá acarretar incapacidade temporária ou permanente para o trabalho. Não são consideradas como doença do trabalho: a doença degenerativa; a inerente ao grupo etário; a que não produza incapacidade laborativa; doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. 1.8. Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT Trata-se de um formulário que deve ser preenchido quando ocorrer qualquer tipo de acidente de trabalho (mesmo nos casos de doença profissional e acidentes de trajeto). O acidente de trabalho deverá ser comunicado à empresa imediatamente, quando possível, pelo acidentado. Isto está baseado na necessidade de que os fatores ocasionais do acidente sejam investigados o mais rapidamente possível, para que todas as medidas de correção e prevenção sejam prontamente tomadas, além de serem imediatamente efetuados os primeiros socorros ao acidentado. A Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT, deve ser emitida pela empresa do acidentado em até 24 horas úteis após o acidente. Em caso de morte, a CAT deve ser emitida imediatamente, e a morte comunicada à autoridade policial. Caso a empresa não emita a CAT, esta poderá então ser emitida pelo próprio acidentado ou por seus dependentes, ou pelo médico que atendeu o acidentado, ou pelo sindicato da categoria, ou por qualquer autoridade pública, independente de prazo. IMPORTANTE: Todo o acidente do trabalho, por mais leve que seja, deverá ser comunicado à empresa, que providenciará a CAT - Comunicação de Acidente do Trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato. A CAT deverá ser preenchida em seis vias, com a seguinte destinação: 1ª via - ao INSS; 2ª via - à empresa; 3ª via - ao segurado ou dependente; 4ª via - ao sindicato de classe do trabalhador; 5ª via - ao Sistema Único de Saúde-SUS; 6ª via - à Delegacia Regional do Trabalho. A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este comunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Agência da Previdência Social foi registrada. A Comunicação de Acidente do Trabalho deverá ser feita pela empresa, ou na falta desta o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico assistente ou qualquer autoridade pública. No caso de doença profissional ou do trabalho, considera-se como dia do acidente a data da comunicação desta à empresa ou, na sua falta, a da entrada do pedido do benefício no INSS, a partir de quando serão devidas as prestações cabíveis. Figura – Modelo de formulário da CAT 1.9. Programas Estruturais em SST 1.9.1. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO De acordo com a NR 07, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -PCMSO deve considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores. O PCMSO tem caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis á saúde dos trabalhadores. O PCMSO deve ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais NR’s. Quanto ao PCMSO, compete ao empregador: a. garantir a sua elaboração e implementação, e zelar pela sua eficácia; b. custear todos os procedimentos a ele relacionados; c. indicar, dentre os médicos do SESMT, um coordenador responsável pela sua execução; d. no caso da empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho deverá o empregador indicar médico do trabalho não empregado da empresa para o coordenar; e. inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar médico de outra especialidade. Compete ao médico coordenador: a. realizar os exames médicos previstos ou encarregar os mesmos a profissional médico familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado; b. encarregar-se dos exames complementares previstos na NR 07, profissionais e/ou entidades devidamente capacitados, equipados e qualificados. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional. Os exames de que trata o parágrafo anterior compreendem a avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental além de exames complementares, realizados de acordo com os termos especificados na NR, e seus anexos. A avaliação clínica deverá obedecer à periodicidade prevista: O exame médico admissional deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades; O exame médico periódico, de acordo com os intervalos de tempo abaixo discriminados: a. para trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho que impliquem no desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou para os portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos: I) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico; II) de acordo com a NR 15, para os trabalhadores sob condições hiperbáricas; b. para os demais trabalhadores: I) anual, quando menores de 18 e maiores de 45 anos de idade; II) a cada 2 anos, para os trabalhadores entre 18 e 45 anos; O exame médico de retorno ao trabalho deverá ser realizado no primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por mais de 30 dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto. O exame médico de mudança de função será realizado antes da mudança. A NR 07, entende por mudança de função a alteração de atividade, posto de trabalho ou setor que implique na exposição do trabalhador a risco diferente do que estava exposto antes da mudança. O exame médico demissional será realizado até a data da homologação, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de: 135 dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro 1 da NR-04 (Classificação Nacional de Atividades Econômicas); 90 dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, de acordo com o mesmo quadro. Para cada exame médico realizado o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em duas vias. A primeira via ficará arquivada no local de trabalho, à disposição da fiscalização do trabalho. A segunda será entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. O ASO deverá conter no mínimo: a. nome do trabalhador, número de registro de sua entidade, e sua função; b. os riscos ocupacionais específicos existentes na atividade do empregado, conforme instruções da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST. c. indicação dos procedimentos médicos aos quais foi submetido o trabalhador, incluindo exames complementares e a data em que foram realizados; d. o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM; e. definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu ; f. nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato; g. data, assinatura do médico encarregado do exame e carimbo com a sua inscrição no Conselho Regional de Medicina. Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas serão registrados em prontuário individual, que ficará sob a responsabilidade do médico coordenador do PCMSO. Os prontuários deverão ser guardados por 20 anos após o desligamento do trabalhador da empresa. Um relatório anual discriminará o número e a natureza dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resultados considerados anormais, assim como o planejamento para o próximo ano. Este relatório será apresentado e discutido na CIPA, e sua cópia anexada ao livro de atas daquela Comissão. As empresas desobrigadas de indicar médico coordenador ficam dispensadas de elaborar o relatório anual. Verificada, através da avaliação clínica do trabalhador e/ou dos exames constantes da NR 07, exposição excessiva ao risco, mesmo sem qualquer sintomatologia ou sinal clínico, deverá o trabalhador ser afastado do local de trabalho, ou do risco, até que esteja normalizado o indicador biológico de exposição e que medidas de controle tenham sido adotadas nos ambientes de trabalho. Constatada a ocorrência ou o agravamento de doenças profissionais ou verificadas disfunções de órgão ou sistema biológico, mesmo sem sintomatologia, caberá ao médico coordenador ou encarregado: a. solicitar a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT; b. afastar o trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho; c. encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao trabalho. d. orientar o empregador quanto à adoção de medidas de controle no local de trabalho. Todo o estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação de primeiros socorros, manter esse material guardado em local adequado, e sob os cuidados de pessoa treinada para esse fim. 1.9.2. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA A NR 09 obriga a elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, através da antecipação do reconhecimento, da avaliação e do controle da ocorrência de riscos ambientais existentes, ou que venham a existir, no ambiente de trabalho, considerando a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. O PPRA é desenvolvido sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores e sua profundidade depende das características dos riscos e das necessidades de controle. A NR 09 considera riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos, existentes nos ambientes de trabalho, que causam danos à saúde do trabalhador. Consideram-se agentes físicos as formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, como vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, ruído, radiações ionizantes e não ionizantes, infrasom e ultra-som. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que penetram no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que sejam absorvidos através da pele ou por ingestão. Consideram-se agentes biológicos as bactérias,fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. O PPRA deve conter a seguinte estrutura: a. planejamento anual com metas, prioridades e cronograma indicando os prazos para desenvolvimento das etapas e cumprimento das suas metas; b. estratégia e metodologia de ação; c. forma de registro, manutenção e divulgação dos dados; d. periodicidade e forma de avaliação do seu desenvolvimento. Deve ser efetuada, pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA para avaliação do desenvolvimento e estabelecimento de novas metas e prioridades. O PPRA deve estar descrito num documento-base, cujas alterações e complementações são discutidas na CIPA. O PPRA inclui as seguintes etapas: a. antecipação e reconhecimento dos riscos; b. estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; c. avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; d. implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; e. monitoramento da exposição aos riscos; f. registro e divulgação dos dados. A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA são feitas pelo SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas capazes de desenvolver o disposto na NR 09. A antecipação envolve a análise dos métodos de trabalho das instalações novas ou da modificação dos existentes, identificando os riscos e introduzindo medidas para sua eliminação. O reconhecimento dos riscos ambientais consta de: a. sua identificação; b. determinação e localização das fontes geradoras; c. identificação das trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho; d. identificação das funções e do número de trabalhadores expostos; e. caracterização das atividades e do tipo de exposição; f. obtenção de dados existentes na empresa, que indicam comprometimento da saúde decorrente do trabalho; g. danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica; h. descrição das medidas de controle existentes. A avaliação quantitativa é realizada para: a. comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos identificados na etapa de reconhecimento; b. dimensionar a exposição dos trabalhadores; c. subsidiar o equacionamento das medidas de controle. São adotadas medidas para a eliminação ou a minimização dos riscos ambientais sempre que verificadas uma das seguintes situações: a. identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde; b. constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à saúde; c. quando os resultados das avaliações quantitativas excedem os valores previstos na NR 15 ou, na ausência destes, os valores de exposição adotados pela American Conference of Governmental Industrial Higyenists, ou aqueles que forem estabelecidos, desde que mais rigorosos; d. quando fica caracterizado o nexo causal entre danos à saúde dos trabalhadores e o trabalho desenvolvido. O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva obedece à seguinte hierarquia: a. medidas que eliminam ou reduzem a formação de agentes prejudiciais à saúde; b. medidas que previnem a liberação desses agentes no ambiente; c. medidas que reduzem a concentração desses agentes no ambiente. A implantação de medidas de caráter coletivo deve ser acompanhada do treinamento dos trabalhadores quanto aos procedimentos que asseguram a sua eficiência e de informação sobre as limitações de proteção que oferecem. Quando comprovada a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, devem ser adotadas outras medidas, obedecendo à seguinte hierarquia: a. medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; b. utilização de equipamento de proteção individual - EPI. A utilização de EPI deve considerar as Normas Legais em vigor e envolver: a. seleção de EPI adequado ao risco e à atividade exercida, considerando a eficiência e o conforto oferecido, segundo avaliação do usuário; b. treinamento dos trabalhadores quanto à utilização e às limitações de proteção do EPI; c. estabelecimento de normas para o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI; d. caracterização das atividades dos trabalhadores, com a identificação dos EPI's utilizados para os riscos ambientais. O PPRA estabelece critérios de avaliação da eficácia das medidas de proteção implantadas considerando os dados obtidos nas avaliações realizadas e no PCMSO. O empregador deve manter um registro de dados, de forma a constituir um histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA. Esses dados devem ser mantidos por um período de 20 anos e estar sempre disponíveis aos trabalhadores ou seus representantes e às autoridades competentes. É responsabilidade do empregador estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa. É responsabilidade dos trabalhadores: a. colaborar e participar na implantação e execução do PPRA; b. seguir as orientações recebidas nos treinamentos do PPRA; c. informar ao seu superior ocorrências que impliquem riscos à saúde. Os trabalhadores têm o direito de apresentar propostas e receber informações que assegurem proteção aos riscos ambientais identificados pelo PPRA. Os empregadores devem informar aos trabalhadores dos riscos ambientais que possam originar nos locais de trabalho e dos meios para preveni-los ou protegerem-se dos mesmos. Quando vários empregadores realizam simultaneamente atividades no mesmo local de trabalho devem executar ações integradas para aplicar as medidas previstas no PPRA visando a proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos ambientais gerados. O conhecimento que os trabalhadores têm dos processos de trabalho e dos riscos ambientais presentes devem ser considerados, assim como o Mapa de Riscos, na execução do PPRA. O empregador deve garantir que, na ocorrência de riscos ambientais que coloquem em situação de risco um ou mais trabalhadores, os mesmos possam interromper imediatamente as suas atividades, comunicando o fato ao seu superior para as providências. 1.10. Estatísticas de acidentes Para controle e análise do que acontece em relação aos acidentes do trabalho são elaboradas estatísticas que podem ser mensais ou anuais e se baseiam em normas técnicas que permitem confrontar as estatísticas de um local com outro local similar. 1.10.1. Coeficiente de frequência (CF) Também conhecido como Taxa de Frequência, indica o número de acidente com afastamento que podem ocorrer em cada milhão de horas/homens trabalhadas. O coeficiente de frequência é calculado pela fórmula: 1.10.2. Coeficiente de gravidade (CG) Indica a gravidade dos acidentes que acontecem na empresa, ou seja, o número de dias perdidos com acidentes com afastamento em cada milhão de horas/homens trabalhadas. O coeficiente de gravidade é calculado pela fórmula: Exemplo: Em uma empresa ocorrem, num mês, quatro acidentes com afastamento, nos dias 3, 14, 17 e 20; os acidentados retornaram ao serviço, respectivamente, nos dias 31, 24, 31 e 27. No primeiro acidentado, resultou uma incapacidade parcial e permanente a que correspondem 300 dias debitados. Sendo o total de horas/homens trabalhadas igual a 250.000, os coeficientes de frequência (CF) e de gravidade (CG) serão iguais a: Observações: Não se conta o dia do acidente (vide definição de dias perdidos); o C.F. é apresentado com 2 casas decimais; dias debitados são encontrados na NBR 14280. UNIDADE 2 – Legislação em Saúde e Segurança do Trabalho2.1. Introdução A segurança do trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a legislação de segurança do trabalho baseia-se na Constituição Federal, na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, nas Normas Regulamentadoras e outras leis complementares, como portarias, decretos e, também, convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho – OIT e, a Organização Mundial da Saúde – OMS, ratificadas pelo Brasil. Especificamente a legislação básica que rege a segurança do trabalho está contida nas Normas Regulamentadoras. Dessa forma a Unidade 2 tem como objetivo apresentar um resumo dos assuntos abordados pelas Normas Regulamentadoras da área de Segurança do Trabalho. 2.2. Normas Regulamentadoras Além da Constituição Federal e das legislações trabalhistas previstas na CLT, a legislação básica que rege a segurança do trabalho está contida nas Normas Regulamentadoras. A Portaria Nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho e suas alterações estabelecem as Normas Regulamentadoras – NRs, que devem ser observadas por empregadores e empregados regidos pela CLT. NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS Estabelece as competências relativas às NRs no âmbito dos Órgãos governamentais, define os principais termos usados nas normas e estabelece as obrigações gerais do empregador e do empregado. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência destas NRs, são os artigos 154 e 159 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. NR 2 – INSPEÇÃO PRÉVIA Estabelece os procedimentos a serem seguidos para o início das atividades de qualquer estabelecimento visando obter junto ao Órgão Regional do MTE a aprovação de suas instalações e do “Certificado de Aprovação de Instalações”. NR 3 – EMBARGO OU INTERDIÇÃO Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados pela fiscalização trabalhista na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e à Medicina do Trabalho. NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO (SESMT) Define o número de profissionais que irá constituir o SESMT e a jornada mínima de trabalho dos mesmos, através do relacionamento entre o grau de risco do estabelecimento e o número de operários. Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. NR 5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador, para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais. NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) Estabelece e define os tipos de EPI a que as empresas estão obrigadas a fornecer aos seus empregados, sempre que as condições de trabalho exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Define as obrigações do fabricante e do importador de EPI; Estabelece que todo EPI deve possuir “Certificado de Aprovação”(CA) fornecido pelo MTE e dá outras disposições relativas ao assunto. NR 7 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL (PCMSO) Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.Torna obrigatória a emissão de “Atestado de saúde Ocupacional” (ASO), seu conteúdo mínimo e o direito do trabalhador em receber uma via do mesmo; NR 8 – EDIFICAÇÕES Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. NR 9 – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) Estabelece a obrigatoriedade do empregador de elaborar e implementar o PPRA visando a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração o meio ambiente e os recursos naturais; Define os responsáveis pela elaboração do PPRA a forma como devem ser levadas a efeito as ações, os parâmetros mínimos a serem observados em sua elaboração, sua estrutura e forma de acompanhamento e registro de dados e dá outras disposições. NR 10 – INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE Estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas. Inclui elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros em quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta delas, as normas técnicas internacionais. NR 11 – TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAMENTO E MANUSEIO DE MATERIAIS Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais. NR 12 – MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. Estabelece critérios a serem observados na fabricação, importação, venda e locação de máquinas e equipamentos. NR 13 – CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO Estabelece todos os requisitos técnicos legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da CLT. NR 14 – FORNOS Estabelece as recomendações técnicos legais pertinentes à construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre e, também, os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. Os “Limites de Tolerância” e as atividades e operações consideradas insalubres e sua graduação (“graus de insalubridade”), que são relacionadas em 14 (quatorze) anexos à referida norma que são os seguintes: Anexo 1 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente; Anexo 2 - Limites de tolerância para ruídos de impacto; Anexo 3 - Limites de tolerância para exposição ao calor; Anexo 4 - Foi revogado (referia-se a iluminação dos locais de trabalho); Anexo 5 - Limite de tolerância para radiações ionizantes; Anexo 6 - Trabalhos sob condições hiperbáricas; Anexo 7 - Radiações não ionizantes; Anexo 8 - Vibrações Anexo 9 - Frio ;Anexo 10 - Umidade; Anexo 11 - Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho; Anexo 12 - Limites de tolerância para poeiras minerais (arbestos, manganês e seus compostos e sílica livre cristalizada); Anexo 13 - Agentes químicos; Anexo 14 - Agentes biológicos. NR 16 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes. Para fins de pagamento do adicional de periculosidade aos trabalhadores, as quais estão relacionadas nos anexos à referida norma que são: Anexo 1 - Atividades e operações perigosas com explosivos; Anexo 2 - Atividades e operações perigosas com inflamáveis; Anexo acrescentando pela Port. 3393 de 17/12/87 - atividades e operações perigosas com radiações ionizantes ou substâncias radioativas. Observação: Além das situações previstas na NR-16 terão também direito ao adicional de periculosidade os operários do setor de energia elétrica nas situações previstas no Decreto 93412 de 14/10/86 que regulamentou a Lei 7369 de 20/9/85. NR 17 – ERGONOMIA Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a implantação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil. NR 19 – EXPLOSIVOS Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. Estabelece os requisitos para a construção de depósitos de explosivos; Define os períodos para inspeção dos explosivos de forma a verificar sua condição de uso. NR 20 – LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho. NR 21 – TRABALHO A CÉU ABERTO Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, como em minas ao ar livre e em pedreiras. NR 22 – TRABALHOS SUBTERRÂNEOS Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvam trabalhos subterrâneos, de modo a proporcionar aos seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho. NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS Estabelece as medidas de proteção contra incêndios, que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. NR 24 – CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se refere a banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e ao tratamento da água potável, visando à higiene dos locais de trabalho e à proteção da saúde dos trabalhadores. NR 25 – RESÍDUOS INDUSTRIAIS Estabelece as medidas preventivas a serem observadas pelas empresas no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. NR 26 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. NR 27 – REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as funções de Técnico em Segurança do Trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. NR 28 – FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização em Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à concessão de prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de autuação por infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. NR 29 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO Tem por objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. NR 30 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO Regula a proteção contra acidentes e doenças ocupacionais objetivando melhores condições e segurança no desenvolvimento de trabalhos aquaviários. NR 31 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO RURAL Regula aspectos relacionados à proteção dos trabalhadores rurais, serviço especializado em prevenção de acidentes do trabalho rural (SEPATR), comissão interna de prevenção de acidentes do trabalho rural (CIPATR), equipamento de proteção individual – EPI e produtos químicos. NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implantação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. NR 33 – SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores. NR 34 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL Tem por finalidade estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. Cita nove procedimentos de trabalhos executados em estaleiros: trabalho a quente; montagem e desmontagem de andaimes; pintura; jateamento e hidrojateamento; movimentação de cargas; instalações elétricas provisórias; trabalhos em altura; utilização de radionuclídeos e gamagrafia; e máquinas portáteis rotativas. NR 35 – TRABALHO EM ALTURA Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, como o planejamento, a organização e a execução, a fim de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores com atividades executadas acima de dois metros do nível inferior, onde haja risco de queda. NR 36 – ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR do Ministério do Trabalho e Emprego. UNIDADE 3 – Riscos Ambientais 3.1. Introdução Como visto nas Unidades anteriores, os riscos de operação, como por exemplo, máquinas desprotegidas, pisos escorregadios e empilhamentos precários são chamados de condiçõesinseguras. As condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho, como por exemplo, a presença de vapores tóxicos no processo de trabalho, o calor intenso ou o frio excessivo, são chamados de riscos ambientais. 3.2. Higiene do trabalho É a ciência que tem como objetivo reconhecer, avaliar e controlar todos os fatores ambientais de trabalho que podem causar doenças ou danos à saúde dos trabalhadores. 3.3. Riscos ambientais Consideram-se riscos ambientais, segundo a NR 9, os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Para alguns autores, os agentes ergonômicos e os agentes mecânicos, apesar de não estarem contemplados na NR 9 como riscos ambientais, devem ser avaliados num ambiente de trabalho, pois também são considerados agentes causadores de danos à saúde do trabalhador. Estes riscos podem afetar o trabalhador de imediato ou a longo prazo, provocando acidentes com lesões ou doenças do trabalho. A ocorrência das doenças do trabalho dependerá sempre da ação simultânea de fatores relativos ao agente ambiental, à atividade profissional e a susceptibilidade do indivíduo ao agente ambiental. Por causa disto, estes fatores deverão ser sempre estudados em conjunto para uma análise real do risco que os agentes ambientais oferecem à saúde dos trabalhadores. 3.3.1. Agentes Ambientais Os fatores que originam as doenças do trabalho são chamados agentes ambientais e são classificados, de acordo com a sua natureza e forma de atuação no organismo humano como agentes físicos, agentes químicos, agentes biológicos, agentes ergonômicos e os riscos de acidentes (mecânicos). 3.3.1.1. Agentes físicos São representados pelas condições físicas do ambiente de trabalho, tais como: ruídos, calor, frio, vibração e radiações que, de acordo com as características do posto de trabalho, podem causar danos à saúde do trabalhador. Os agentes físicos têm seus limites de tolerância estabelecidos pela NR15. São considerados agentes ou riscos físicos: a) Ruídos O ruído é considerado um som capaz de causar uma sensação indesejável e desagradável para o trabalhador. Níveis sonoros, quando acima da intensidade, conforme legislação específica, podem causar inúmeros danos à saúde do trabalhador. O primeiro efeito fisiológico de exposição a níveis altos de ruídos é a perda de audição na banda de freqüência de 4 a 6 kHz. Outros efeitos causados pelo ruído alto nos seres humanos são: aceleração cardíaca, fadiga, nervosismo, etc. As medidas de controle do ruído dependem de técnicas de engenharia e conhecimento detalhado do processo industrial em questão. A melhor maneira de se atenuar a exposição ao ruído são as medidas de controle coletivo, ou seja, fazer o controle do ruído diretamente na fonte geradora e na trajetória do ruído. Quando essas não forem possíveis, deve-se recorrer ao uso de protetores auriculares (EPIs). Como medidas de controle podemos citar: substituir o equipamento por outro, menos ruidoso, lubrificação, isolamento acústico, manutenção, etc. Figura: Ruído b) Calor A sobrecarga térmica é a quantidade de energia que o organismo deve dissipar para atingir o equilíbrio térmico. Os trabalhadores expostos a trabalhos de fundição, siderurgia, indústrias de vidros, etc., estão propensos a problemas como, desidratação, cãibras, choques térmicos, catarata e outros sintomas. Esses tipos de problemas, geralmente, aparecem devido à exposição excessiva a situações térmicas extremas com desgaste físico, que poderá tornar-se irreparável se medidas de controle não forem adotadas. A exposição ao calor vai depender de variáveis como a temperatura, a umidade e a velocidade do ar, bem como do calor radiante e da atividade exercida. São medidas de controle para atenuar a exposição ao calor: aclimatação (adaptação lenta e progressiva do indivíduo a atividades que o exponham ao calor), limitação do tempo de exposição, educação e treinamento, controle médico e medidas de conforto térmico como ventilação, exaustão, etc. Figura: Calor c) Frio O corpo humano, quando exposto a baixas temperaturas, perde calor para o meio ambiente. Se as perdas de calor forem superiores ao calor produzido pelo metabolismo do trabalhador, haverá a vasoconstrição na tentativa de evitar a perda excessiva do calor corporal, e o fluxo sanguíneo será reduzido em razão direta da queda de temperatura sofrida. Se a temperatura interior do corpo baixar de 36ºC, ocorrerá redução das atividades fisiológicas, diminuição da taxa metabólica, queda de pressão arterial e conseqüente queda dos batimentos cardíacos, podendo o trabalhador chegar a um estado de sonolência, redução da atividade mental, redução da capacidade de tomar decisões, perda da consciência, coma e até a morte. Geralmente essas ocorrências predominam em indústrias alimentícias, indústrias farmacológicas, frigoríficos com atividades frequentes em câmaras frias, etc. São medidas de controle para atenuar a exposição ao frio a utilização de vestimentas adequadas, a aclimatação e o controle médico. d) Vibrações As vibrações podem reduzir o rendimento do trabalho, afetando a eficiência do trabalhador e gerando efeitos adversos a sua saúde. As vibrações localizadas nos braços e nas mãos provocam deficiências circulatórias e nas articulatórias. As ferramentas vibratórias manuais podem causar uma doença chamada “dedos brancos”, que se caracteriza pela perda da sensibilidade na ponta dos dedos das mãos. São exemplos de vibrações localizadas, as provenientes do vibrador de concreto, do martelete pneumático e da motosserra. São medidas de controle para atenuar a exposição a vibrações a redução das vibrações das máquinas, por meio de dispositivos técnicos que limitam tanto a intensidade das vibrações, como a transmissão das vibrações, como é o caso dos calços e sapatas de borracha. Figura: Vibrações e) Radiações ionizantes São aquelas provenientes de materiais radioativos como é o caso dos raios alfa, beta e gama, ou são produzidas artificialmente em equipamentos. Os raios alfa e beta possuem menor poder de penetração no organismo, portanto, oferecem menor risco. Os raios X e gama possuem alto poder de penetração no organismo, podendo produzir anemia, leucemia, câncer e também alterações genéticas. Do ponto de vista do estudo das condições ambientais, as radiações ionizantes de maior interesse de uso industrial são os raios X, gama e beta, e de uso não industriais são os raios alfa e nêutrons, cada um com uma faixa de comprimento de onda. Figura: Radiações ionizantes f) Radiações não ionizantes As radiações não ionizantes são radiações eletromagnéticas cuja energia não é suficiente para ionizar os átomos dos meios nos quais incide ou atravessa. São consideradas pela legislação, como não ionizantes, as radiações: infravermelhos, microondas, ultravioleta e lasers. Os efeitos das radiações não ionizantes sobre o organismo humano dependem dos seguintes fatores: tempo de duração da exposição, intensidade da exposição, comprimento da onda de radiação e região do espectro em que se situam. Figura: Radiações não ionizantes Onde encontramos as radiações não ionizantes: - Raios infravermelhos trabalhos com solda elétrica, com solda oxiacetilênica, com metais e vidros incandescentes, isto é, que ficam da cor laranja e emitem luz quando superaquecidos, e também os fornos e as fornalhas são fontes de raios infravermelhos. Em trabalhos a céu aberto, o trabalhador fica exposto ao Sol, que é uma fonte natural emissora de raios infravermelhos. - Microondas as microondas são encontradas sob forma doméstica e industrial; são produzidas em estações de radar, radiotransmissão, fornos eletrônicos. As microondas causam, nos serem humanos, efeitos tais como: catarata, inibição do ritmo cardíaco, hipertensão arterial, intensificação da atividade da glândula tireóide, debilitação do sistema nervoso central, redução da capacidade do olfato, aumento da histamina no sangue e podem causar até a morte do indivíduo. - Ultravioletas são produzidas na indústria, nos processos de solda elétrica, processos de fotorreprodução, esterilização do ar e da água, produção de luz fluorescente, sopragem de vidro, em operações com metal quente (acima de 1.000 ºC), por dispositivos usados pelos dentistas, em processos de aluminotermia (atividade química com o emprego de alumínio em pó), por lâmpadas especiais. O sol também emite raios ultravioleta. Em pequenas doses, mais ou menos 15 minutos diários de exposição ao Sol, o ultravioleta é necessário ao homem porque é o responsável pela produção da vitamina D no organismo humano. Mas, em quantidades excessivas, pode causar graves prejuízos à saúde. - Laser esta sigla em inglês significa “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation”, que, em português, pode ser traduzido por “amplificação da luz por emissão estimulada de radiação”. O lêiser é um feixe de luz direcional convergente, isto é, que se concentra em um só ponto. É muito utilizado em indústrias metalúrgicas para cortar metais e para soldar, também utilizando nos equipamentos para medições a grandes distâncias. Os lêiseres são usados na indústria, na medicina, em pesquisas científicas, em levantamento geológicos e outros. O seu maior dano ao homem é nos olhos, podendo causar grandes estragos na retina, que é a membrana sensível dos olhos, em alguns casos, irreversíveis, podendo provocar cegueira. g) Pressões anormais São de locais de trabalho onde o trabalhador tem que suportar pressão do ambiente diferente da atmosférica. Podem causar embolia, aneurisma, derrame. Estão relacionadas a serviços de mergulho, construção de túneis ou de fundações submersas de pontes, escavações de áreas de alicerces. h) Umidade Está presente nos locais de trabalho alagados ou encharcados, com umidade excessiva, capaz de produzir danos à saúde, tais como problemas de pele e fuga de calor do organismo. 3.3.1.2. Agentes químicos Os agentes químicos são substâncias compostas ou produtos que podem penetrar no organismo humano pela via respiratória, nas formas de gases e vapores, poeiras, fumos, névoas, neblinas, ou , que pela natureza da atividade de exposição, podem ter contato com o organismo humano ou ser absorvido por ele através da pele ou por ingestão. Considerando o disposto na NR 9 e NR 15, os agentes químicos pode ser divididos em: a) Agentes químicos com limite de tolerância – gases e vapores: são as substâncias químicas, cujas exposições pelo homem, estão previstas no anexo 11, da NR 15, com definição de limites de tolerâncias. b) Agentes químicos de avaliação qualitativa – produtos químicos cujas atividades e operações são consideradas insalubres pelos agentes de inspeção no local de trabalho e definidas pelo anexo 13, da NR 15. c) Poeiras minerais – são os aerodispersóides – fumos, poeiras, fibras, fumaças, névoas e neblinas, representados por partículas sólidas ou líquidas em dispersão no ar, com limites de tolerância definidos pelo anexo 12, da NR 15. Classificação dos agentes químicos Os agentes químicos podem ser classificados em: a) Poeiras – são partículas sólidas com diâmetros maiores que 0,5µ (meio mícron) dispersas no ar por ação mecânica, ou seja, por ação do vento, de lixadeiras, serviços de raspagem e abrasão, polimento, acabamento, escavação, colheita, etc. Podem causar pneumoconioses (estado mórbido decorrente da infiltração de poeiras instaladas que conferem endurecimento – fibrose – ao pulmão) ou, ainda, alergias e irritações nas vias respiratórias. b) Fumos – são partículas sólidas dispersas no ar, com diâmetro inferior a 1µ (um mícron), originadas da condensação de gases provenientes de alguma queima, por exemplo, durante processos de soldagem. Também podem causar pneumoconioses ou envenenamento por metais pesados (caso do saturnismo provocado pelo chumbo em fundições). c) Névoas – são partículas líquidas dispersas no ar por ruptura mecânica, ou seja, por ação do vento, de jatos de esguicho, de spray, névoas de pinturas, névoas de ácido sulfúrico etc. Podem provocar efeitos diversos, conforme a natureza do líquido que foi disperso (pinturas com pistola). Figura: Névoa d) Neblinas – são partículas líquidas dispersas no ar com diâmetro menor que 0,5µ, originadas da condensação de gases provenientes de algum processo térmico, por exemplo, cozimento de produtos alimentícios. Podem causar os efeitos da umidade (ver os riscos físicos), ou outros efeitos diversos, em razão da natureza do líquido que foi evaporado, por exemplo, uma neblina de ácidos pode se formar dentro de um galpão de galvanização (tratamento superficial de metais), irritando os olhos, a pele e as vias respiratórias das pessoas. e) Gases – são elementos ou substâncias que, na temperatura normal, estão no estado gasoso. Podem ser asfixiantes (gás de cozinha, acetileno, argônio, gás carbônico) ou tóxicos (monóxido de carbono, amônia, cloro). f) Vapores – são elementos ou substâncias que, em temperaturas acima da normal, estão no estado gasoso. Podem causar efeitos diversos, conforme sua natureza (vapores da gasolina). g) Substâncias, compostos e produtos químicos em geral – seus efeitos estão relacionados à natureza de sua composição, podendo ser corrosivos, cáusticos, irritantes, alergênicos, etc. Como exemplo pode-se citar os ácidos, os álcalis (soda), detergentes, desumidificantes, sabões entre outros. Penetração dos agentes químicos no organismo A penetração de substâncias tóxicas no organismo humano se dá através de: a) Via respiratória – nas operações de transformação de um produto, pelo processamento industrial, dispersam-se na atmosfera substâncias, tais como: gases, vapores, névoas, fumos e poeiras. A via respiratória é o principal meio de acesso destes agentes para dentro do nosso organismo. Exemplos: pinturas, pulverização, ácidos, fumos de solda. b) Via cutânea (pele) – o contato com a pele provoca a absorção da substância tóxica. A pele tem várias funções, entre elas, a principal é a proteção contra as agressões externas. Entretanto, há vários grupos de substâncias químicas que penetram, principalmente, pelos poros. Uma vez absorvida, a substância tóxica entra na circulação sanguínea, provocando alterações que poderão criar quadros de anemia, alterações nos glóbulos vermelhos e problemas da medula óssea. c) Via digestiva – normalmente a ingestão de substâncias tóxicas pode ser considerada um caso acidental, sendo, portanto, pouco comum. Os poucos casos encontrados são decorrentes de maus hábitos, tais como, roer as unhas ou limpá-las com os dentes e fumar ou alimentar-se nos locais de trabalho. 3.3.1.3. Agentes biológicos Os agentes biológicos são microorganismos, tais como: bactérias, fungos, vírus, bacilos, parasitas e outros, presentes no ambiente de trabalho que podem penetrar no organismo humano pelas vias respiratórias, através da pele e por ingestão. A maioria desses microorganismos são invisíveis a olho nu. Esses agentes biológicos são capazes de produzir doenças, deterioração de alimentos, mau cheiro, etc. Apresentam muita facilidade de reprodução. Os casos mais comuns de manifestação são: Infecções de ferimentos e machucaduras que podem provocar tétano,hepatite, tuberculose, micoses da pele, etc. Os agentes biológicos podem ser levados por outros funcionários para o ambiente de trabalho; Diarréias causadas pela falta de asseio e higiene em ambientes de alimentação. As medidas preventivas que contribuem para reduzir os riscos de exposição aos agentes biológicos são: vacinação, métodos de controle e o uso de equipamentos de proteção individual – EPIs. 3.3.1.4. Agentes de acidentes Os agentes de acidentes (agentes ergonômicos e agentes mecânicos) estão relacionados aos equipamentos utilizados e às condições físicas do local de trabalho, como por exemplo: Arranjo físico inadequado, A eletricidade, Probabilidade de incêndio ou explosão, Armazenamento inadequado, Sinalização inadequada ou deficiente, Animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes. Para controlar os riscos de acidentes devemos estudar arranjos físicos mais adequados, utilizar Equipamentos de Proteção Coletiva, só utilizar ferramentas na função para a qual elas foram projetadas e eliminá-las quando defeituosas, determinar os níveis ideais de iluminamento de cada ambiente de trabalho, treinar o pessoal no combate aos princípios de incêndio, além de manter uma sinalização de segurança eficiente. 3.3.1.5. Agentes ergonômicos São aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à execução das atividades profissionais. Esses agentes podem produzir alterações no organismo e no estado emocional dos trabalhadores, comprometendo sua saúde, segurança e produtividade. São fatores ergonômicos considerados causadores de prováveis danos à saúde do trabalhador: esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso excessivo, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turnos diurno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, repetitividade, iluminação inadequada, ruído e outras situações causadores de stress físico ou psíquico. 3.3.1.6. Agentes mecânicos Os agentes mecânicos geram riscos que, pelo contato físico direto com a vítima, manifestam a sua nocividade. Esses agentes são responsáveis por uma série de lesões nos trabalhadores, como cortes, fraturas, escoriações, queimaduras, etc. As máquinas desprotegidas, os pisos defeituosos ou escorregadios, os empilhamentos de materiais irregulares são exemplos de fatores de risco. Figura: Agentes mecânicos 3.4. Riscos ambientais e a legislação O pagamento do Adicional de Insalubridade ao trabalhador que exerça seu oficio em condições de insalubridade está regulamentado na Portaria Nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho – MTb, e previsto na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em seu capítulo V, de 08 de junho de 1978, através da NR 15. O art. 192 da CLT estabelece o que é o exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e assegura o que percentual do adicional pode variar entre 10, 20 ou 40% do salário mínimo. De acordo com o art. 194, “O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos dessa seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho”. O art. 191 define que: “A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: a) com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; b) com a utilização de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) que diminuam a intensidade ou concentração do agente agressivo abaixo dos limites de tolerância.” 3.3.1. Monitoramento das medidas de controle De acordo com a Portaria Nº 24, de 29 de novembro de 1994, as empresas são obrigadas a implantar um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO (NR 7). Essa medida, além de estabelecer regras para monitorar as condições de saúde de cada trabalhador, orienta o empresário para verificar a eficácia das medidas de controle da insalubridade. UNIDADE 4 – Mapa de Riscos Ambientais 4.1. Introdução Mapa de riscos ambientais é uma representação gráfica dos riscos presentes no ambiente de trabalho e sua elaboração é baseada em inspeções de segurança. Nesta aula você aprenderá a elaborá-lo, bem como, a partir de seu entendimento, reconhecer os riscos presentes nas atividades profissionais. O Mapa de Riscos tem como objetivos: a. reunir as informações para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho na empresa; b. possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, além de estimular sua participação nas atividades de prevenção. As etapas de elaboração do mapa de riscos são: a) conhecer o processo de trabalho no local analisado: os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de segurança e saúde, jornada; os instrumentos e materiais de trabalho; as atividades exercidas; o ambiente. b) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a tabela de classificação dos principais riscos ocupacionais; c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia: medidas de proteção coletiva; medidas de organização do trabalho; medidas de proteção individual; medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouro, refeitório, área de lazer. d) identificar os indicadores de saúde: queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos; acidentes de trabalho ocorridos; doenças profissionais diagnosticadas; causas mais freqüentes de ausência ao trabalho. e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local; O Mapa de Riscos será elaborado sobre o layout da empresa, indicando através de círculos: o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada na tabela; dentro do círculo deve ser anotado o número de trabalhadores expostos ao risco; também deve ser anotada dentro do círculo a especificação do agente (por exemplo: químico - sílica, hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico - repetitividade, ritmo excessivo); a intensidade do risco deve ser representada por círculos de tamanhos proporcionalmente diferentes, de acordo com a percepção dos trabalhadores. O Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores. No caso das empresas da indústria da construção, o Mapa de Riscos do estabelecimento deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo ser revisto sempre que um fato novo modificar a situação de riscos estabelecida. 4.2. Inspeção de segurança São vistorias e observações que se fazem nas áreas de trabalho para descobrir situações de risco à saúde e à integridade física do trabalhador. As inspeções de segurança são fontes de informações que auxiliam na determinação de medidas que previnem a ocorrência dos acidentes de trabalho. Devem ser aplicadas em toda extensão para proporcionar resultados compensadores. Quando bem processadas e envolverem todos os que devem assumir sua parte de responsabilidade, as inspeções atingem seus objetivos: possibilitam a determinação de meios prevencionistas antes da ocorrência de acidentes; ajudam a fixar, nos trabalhadores, a mentalidade da segurança e da higiene do local de trabalho; encorajam os próprios trabalhadores a agirem inspecionando o seu ambiente de trabalho; melhoram o entrelaçamento entre o serviço de segurança e
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