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Apostila 2017 SAUDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
CENTRO DE ENGENHARIAS 
 
 
 
 
SAÚDE E SEGURANÇA 
DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Carlos Tillmann 
 
2016 
 
UNIDADE 1 – Definições – Saúde e Segurança do Trabalho 
Introdução 04 
Segurança do trabalho 04 
Fatores geradores de acidentes no trabalho 05 
Acidente de trabalho 07 
Incidente 08 
Definições básicas 08 
Causas dos acidentes do trabalho 09 
Comunicação de acidente de trabalho – CAT 13 
Programas estruturais em Saúde e Segurança do Trabalho 15 
Estatísticas de acidentes 20 
 
 
UNIDADE 2 – Legislação em Saúde e Segurança do Trabalho 
Introdução 22 
Normas Regulamentadoras 22 
 
 
UNIDADE 3 – Riscos Ambientais 
Introdução 28 
Higiene do trabalho 28 
Riscos ambientais 28 
Riscos ambientais e legislação 38 
 
 
UNIDADE 4 – Mapa de Riscos Ambientais 
Introdução 39 
Inspeção de segurança 40 
Mapa de riscos ambientais 42 
 
 
UNIDADE 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – 
CIPA e o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e 
em Medicina do Trabalho – SESMT 
 
Introdução 46 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA 46 
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho – SESMT 
 
47 
Investigação de acidentes 48 
 
 
UNIDADE 6 – Prevenção e Combate a Incêndios 
Introdução 50 
Técnicas de prevenção e combate ao princípio de incêndio 50 
Quadro resumo de tipos de extintores 55 
 
 
 
 
 
UNIDADE 7 – Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva 
Introdução 58 
Equipamentos de proteção 58 
Classificação dos EPIs 60 
Aparelhos de isolamento 65 
 
 
UNIDADE 8 – Sinalização de Segurança 
Introdução 66 
Sinalização de Segurança 66 
Sinalização 74 
 
 
UNIDADE 9 – Primeiros Socorros 
Introdução 78 
Ferimentos 79 
Queimaduras 80 
Hemorragia 81 
Lesões de ossos, articulações e músculos 82 
Desmaio 84 
Estado de choque 84 
Choque elétrico 84 
Corpo estranho nos olhos e ouvidos 85 
Convulsão 85 
Parada cardíaca e respiratória 85 
Afogamento 86 
Lesões na coluna 87 
Transporte de acidentados 88 
Insolação 88 
Intermação 88 
Envenenamento e intoxicações 89 
Animais peçonhentos e mordedura por animais 89 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 92 
 
UNIDADE 1 – Definições – Saúde e Segurança do Trabalho 
 
1.1. Introdução 
 
A unidade 1 tem como objetivo apresentar conceitos, definições básicas e 
legislação que norteiam a saúde e segurança no trabalho, para permitir uma 
melhor compreensão e contextualização dos conhecimentos apresentados. 
 
 
1.2. Segurança do trabalho 
 
 
 
Figura: A segurança como educação constante 
 
A segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas 
que são adotadas, visando a minimizar os acidentes de trabalho, doenças 
ocupacionais, bem como proteger a integridade, saúde e a capacidade de 
trabalho do trabalhador. 
 
Além destes conteúdos, são necessários aprofundamento nos estudos com 
temas relativos a Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e 
Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia, 
Comunicação e Treinamento, Administração Aplicada, o Ambiente e as 
Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, 
Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, 
Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra 
Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos. 
 
A Segurança do Trabalho é praticada através da conscientização de 
empregadores e empregados em relação aos seus direitos e deveres. A 
Segurança do Trabalho deve ser praticada no trabalho, na rua, em casa, isto é, 
em todo lugar e, em qualquer momento (Figura). 
 
 
 
1.2.1. Legislações que norteiam a Segurança do Trabalho 
 
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação 
de Segurança do Trabalho baseia-se na Constituição Federal, na Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT), nas Normas Regulamentadoras e em outras leis 
complementares como portarias, decretos e convenções internacionais da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização Mundial da Saúde 
(OMS). 
 
O pagamento do Adicional de Insalubridade está previsto na Consolidação das 
Leis do Trabalho em seu capítulo V, ao trabalhador que exerça seu ofício em 
condições de insalubridade. Essas condições estão regulamentadas na 
Portaria nº 3.214/78 do MTb, de 8 de junho de 1978, através da NR 15. 
O art. 192 da CLT estabelece que o exercício de trabalho em condições 
insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do 
Trabalho, assegura o percentual do adicional podendo variar de 10, 20 ou 40% 
do salário mínimo. 
De acordo com o artigo 194, “O direito do empregado ao adicional de 
insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua 
saúde ou integridade física, nos termos dessa seção e das normas expedidas 
pelo Ministério do Trabalho”. 
O artigo 191 define que “A eliminação ou a neutralização da insalubridade” 
ocorrerá: 
 Com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho 
dentro dos limites de tolerância. 
 Com a utilização de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) que 
diminuam a intensidade ou concentração do agente agressivo abaixo 
dos limites de tolerância. 
 
 
1.3. Fatores geradores de acidentes no trabalho 
 
Como fatores que dão origem a acidentes no trabalho podemos citar: 
 
1.3.1. Arranjo físico inadequado 
Acidentes podem ocorrer devido à confusão causada pelo mau aproveitamento 
do espaço no local de trabalho, gerado por: 
 
 Máquinas em posições inadequadas 
 Materiais mal dispostos 
 Móveis com má localização 
 
1.3.2. Ordem e limpeza precárias 
É sabido que, no ambiente de trabalho, muitos fatores de ordem física exercem 
influências de ordem psicológica sobre as pessoas, interferindo de maneira 
positiva ou negativa no comportamento humano, conforme as condições em 
que se apresentam. 
 
 
 
1.3.3. Máquinas e equipamentos sem proteção 
A falta de proteção pode estar presente em: correias, polias, correntes, eixos 
rotativos, etc. Nesses elementos podem aparecer pontos de agarramento, ou 
seja, locais do maquinário que prendem a pessoa pelas mãos ou pelas roupas, 
puxando-a contra o mecanismo, causando ferimentos diversos. 
 
 
 
 
Figura: Ponto de agarramento em uma furadeira de bancada 
 
 
1.3.4. Ferramentas inadequadas ou defeituosas 
Para cada tipo de serviço, deve haver uma ferramenta apropriada e em boas 
condições de uso: o improviso cria uma série de condições que levam ao 
acidente. Exemplos de improviso: fixar um prego utilizando-se da lateral de um 
alicate, abrir uma lata com uma chave de fenda ou uma tesoura. 
 
1.3.5. Iluminação inadequada 
A iluminação fraca ou ofuscante afeta a visão, colocando as pessoas em 
posição de não visualizarem adequadamente o que estão fazendo. 
 
1.3.6. Eletricidade 
É um dos fatores de risco mais acentuados, pois o condutor, quando está 
energizado, não manda aviso prévio, ou seja, a pessoa só sabe da existência 
da eletricidade quando já tocou no condutor, que pode causar parada cardíaca, 
parada respiratória, queimaduras e fulguração (clarão ou perturbação no 
organismo vivo por descarga elétrica, especialmente pelo raio). 
 
 
Figura: Eletricidade 
 
 
1.3.7. Probabilidade de incêndio ou explosão 
A maioria dos materiais a nossa volta pode se tornar inflamável ou explosiva, 
dependendo de seu estado. Além dos combustíveis bastante conhecidos, como 
gasolina, querosene, madeira, papel, tecidos, dinamite, etc, existem outros 
menos tradicionais, tais como: limalha de aço, farinha de trigo, açúcar, poeira 
vegetal e outros. 
 
1.3.8. Armazenamento inadequado 
Uma pilhade materiais mal feita pode desabar, atingindo pessoas ou até 
paredes, podendo fazer ruir um edifício. 
Para cada tipo de material, há um modo adequado de armazenamento, que 
deve ser feito por pessoas treinadas e habilitadas, seguindo as recomendações 
previstas nas normas regulamentadores e outras normas estabelecidas pela 
empresa. 
 
 
1.4. Acidente de trabalho 
 
1.4.1. Conceito prevencionista – é qualquer ocorrência não programada, 
inesperada, que interfere e, ou interrompe o processo normal de uma 
atividade, trazendo, como conseqüência isolada ou simultânea, danos 
materiais e, ou lesões ao homem. 
 
1.4.2. Conceito legal – pela CLT, acidente de trabalho é todo aquele que 
ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando 
lesão corporal, perturbação funcional, doença que cause a morte, perda 
ou redução permanente ou temporária das condições para o trabalho. 
 
São considerados acidentes do trabalho, os acidentes ocorridos durante o 
horário de trabalho e no local de trabalho, em conseqüência de agressão física, 
ato de sabotagem, brincadeiras, conflitos, ato de imprudência, negligência ou 
imperícia, desabamento, inundação e incêndio. 
 
Também são considerados acidentes de trabalho, os que ocorrem: 
 
 quando o empregado estiver executando ordem ou realizando serviço a 
mando do empregador; 
 em viagem a serviço da empresa; 
 no percurso entre a residência e o local de trabalho; 
 no percurso entre o trabalho e a casa; 
 nos períodos de descanso, ou por ocasião da satisfação de 
necessidades fisiológicas, no local de trabalho; 
 por contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade. 
 
1.4.3. Divisão dos acidentes de trabalho 
 
a) Acidente tipo ou típico – Este tipo de acidente é consagrado no meio 
jurídico, como definição do infortúnio do trabalho originado por causa 
violenta, ou seja, é o acidente comum, súbito e imprevisto. Exemplos: 
batidas, quedas, choques, cortes, queimaduras, etc. 
 
b) Doença do trabalho – É a alteração orgânica que, de um modo geral, se 
desenvolve em conseqüência da atividade exercida pelo trabalhador, 
quando este esteja sujeito à exposição a agentes ambientais tais como: 
ruído, calor, gases, vapores, microrganismos, etc. Exemplos: 
pneumoconioses, surdez ocupacional. 
 
c) Acidente de trajeto – É o acidente sofrido pelo empregado no percurso 
da residência para o local de trabalho ou vice-versa, qualquer que seja o 
meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado, em 
horários e trajetos compatíveis. 
 
 
1.5. Incidente 
 
Quando ocorre um acidente sem danos pessoais, diz-se incidente. Para os 
profissionais prevencionistas, é tão ou mais importante que o acidente com 
danos, pois indica uma condição de futuro acidente, devendo, portanto, ser 
analisado e investigado, e sugeridas medidas para evitar sua repetição. 
 
 
1.6. Definições básicas 
 
Dias perdidos – São dias em que o acidentado não tem condições para 
trabalhar por ter sofrido um acidente que lhe causou uma incapacidade 
temporária. Os dias perdidos são contados de forma corrida, incluindo 
domingos e feriados, a partir do dia seguinte ao acidente, até o dia da alta 
médica que também é considerado dia perdido. 
 
Dias debitados – Nos casos em que ocorre incapacidade parcial permanente 
ou incapacidade total permanente ou, ainda, a morte, aparecem os dias 
debitados. Eles representam uma perda, um prejuízo econômico que toma 
como base uma média de vida ativa do trabalhador calculada em 20 (vinte) 
anos ou 6.000 (seis mil) dias. Para calcular os dias debitados, usa-se uma 
tabele existente em Norma Brasileira da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas - ABNT. 
 
Acidente sem perda de tempo ou sem afastamento – É aquele em que o 
acidentado, recebendo tratamento de primeiros socorros, pode exercer sua 
função normal no mesmo dia, dentro do horário normal de trabalho, ou no dia 
imediatamente seguinte ao do acidente, no horário regulamentado. 
 
Acidente com perda de tempo ou com afastamento – É aquele que provoca 
a incapacidade temporária, ou permanente, ou, ainda, a morte do acidentado. 
 
Incapacidade temporária – É a perda total da capacidade de trabalho por um 
período limitado de tempo, nunca superior a um ano. É o acidente em que o 
acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço devido ao acidente, 
volta ao trabalho, executando suas funções normalmente, como o fazia antes 
do acidente. 
 
Incapacidade parcial e permanente – É a diminuição, por toda a vida, da 
capacidade para o trabalho, que sofre redução parcial e permanente. Exemplo: 
a perda de dedo, de braço. 
 
Incapacidade total e permanente – É a invalidez para o trabalho. Dás-se 
quando o acidentado perde a capacidade total para o trabalho. 
 
Empregado – É toda pessoa física que presta serviço de natureza não 
eventual ao empregador, sob a dependência deste e mediante remuneração. 
 
 
1.7. Causas de acidentes de trabalho 
 
Do ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que, se 
fosse eliminado, teria evitado o acidente. As causas dos acidentes podem 
decorrer de fatores pessoais ou materiais. 
 
O reconhecimento das causas pode ser fácil, como no caso de um degrau 
quebrado de uma escada, ou difícil, quando se precisa determinar as causas 
de uma sequencia em cadeia que originaram o acidente. Pode-se dizer que a 
maioria dos acidentes tem mais de uma causa. 
 
As causas fundamentais dos acidentes do trabalho são classificadas como 
atos inseguros, condições inseguras e fatores pessoais de insegurança. 
São várias as causas dos acidentes, quer sejam eles do trabalho, do trajeto, ou 
de doenças profissionais. 
 
 
 
 
 
1.7.1. ATO INSEGURO 
 
Atos inseguros são as ações ou omissões, maneiras pelas quais o trabalhador 
se expõe, voluntariamente ou não, a riscos de acidentes. 
 
Ato inseguro – depende exclusivamente do ser humano, de maneira 
consciente ou não, capaz de provocar dano ao trabalhador, aos companheiros 
e às maquinas e equipamentos (Figura). Exemplos: improvisações, agir sem 
permissão, não usar equipamento de proteção individual (EPI), etc. 
 
 
 
Figura: Ato (carregar itens acima de sua capacidade) + condição insegura 
(obstáculos) 
 
 
 
1.7.2. CONDIÇÕES INSEGURAS 
 
Condições inseguras de um ambiente de trabalho são as falhas, defeitos, 
irregularidades técnicas, carências de dispositivos de segurança, e outras que 
põem em risco a integridade física ou a saúde do trabalhador ou a própria 
segurança das instalações e equipamentos. 
 
Condições inseguras – são aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, 
comprometem a integridade física e, ou a saúde do trabalhador, bem como a 
segurança das instalações e dos equipamentos. (Figura 1.2.). Exemplos de 
condições inseguras: falta de proteção em máquinas, defeitos em máquinas e 
edificações, instalações elétricas defeituosas, falta de espaço, agentes nocivos 
presentes no ambiente de trabalho, construções ou projetos inseguros etc. 
 
 
 
 
1.7.3. FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA 
 
Fator pessoal de insegurança é a característica mental ou física que leva o 
trabalhador à prática do ato inseguro. 
 
A caracterização do fator pessoal de insegurança não é fácil, exigindo o exame 
apurado das circunstâncias em que ocorreu o acidente. O fator pessoal de 
insegurança, como o ato inseguro, não é necessariamente causado pelo 
trabalhador acidentado, podendo ser provocado por terceiros. 
 
Alguns exemplos de fatores pessoais de insegurança predominantes são: 
 
 Alcoolismo ou uso de substâncias tóxicas ou de drogas; 
 Conhecimento ou treinamento insuficiente; 
 Defeito físico ou incapacidade física para o serviço executado 
(principalmente órgãos do sentido); 
 Desconhecimento do risco ou de práticas seguras para a execução do 
serviço; 
 Desrespeitoàs instituições e normas de segurança; 
 Falta de interesse pela atividade que desempenha; 
 Má interpretação do perigo; 
 Nervosismo ou excesso de confiança; 
 Preocupação com outros problemas; 
 Problemas de saúde não tratados (mentais e nervosos); 
 Problemas diversos de ordem social; 
 Problemas familiares. 
 
 
1.7.4. CONSEQÜÊNCIAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO 
 
Muitas vezes, pior que o próprio acidente são as suas consequências. Todos 
perdem. Perde o empregador, com a perda da mão-de-obra, de material, de 
equipamentos, de tempo, e, conseqüentemente, com a elevação dos custos 
operacionais. Perde o governo, com o número crescente de inválidos e 
dependentes da Previdência Social. Perde o empregado, que fica incapacitado 
temporária ou permanentemente para o trabalho, de forma total ou parcial, e a 
sua família que passa a ter o padrão de vida afetado pela falta dos ganhos 
normais. 
 
Um acidente do trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa 
por apenas algumas horas, quando é chamado de acidente sem afastamento. 
É o que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no 
dedo, e o trabalhador retorna em seguida. 
 
Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas 
atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o 
trabalhador não retornar ao trabalho imediatamente ou até a jornada seguinte 
temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar: 
 
a. Na incapacidade temporária, que é a perda da capacidade para 
o trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o 
trabalhador retorna às suas atividades normais. 
 
b. Na incapacidade total e permanente, que é a invalidez para o 
trabalho. 
 
c. Na incapacidade parcial permanente, que é a diminuição, para 
o resto da vida, da capacidade física total para o trabalho 
desenvolvido. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a 
perda de um dedo ou de uma vista. 
 
 
1.7.5. CASOS CONSIDERADOS COMO ACIDENTES DO TRABALHO 
 
 O acidente sofrido no local e no horário do trabalho em consequência 
de: 
a. ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros ou 
companheiros de trabalho; 
b. ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa 
relacionada ao trabalho; 
c. ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiros ou de 
companheiro de trabalho; 
d. ato de pessoa privada do uso da razão; 
e. desabamento, inundações, incêndio e outros casos fortuitos ou 
decorrentes de força maior; 
 A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no 
exercício de sua atividade; 
 O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de 
trabalho: 
a. na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade 
da empresa; 
b. na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe 
evitar prejuízo ou proporcionar proveito; 
c. em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando 
financiada por estar dentro de seus planos para melhor capacitação 
da mão de obra, independentemente do meio de locomoção 
utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
d. no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para 
aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de 
propriedade do segurado. 
 
Entende-se como percurso o trajeto usual da residência ou do local de refeição 
para o trabalho, ou deste para aqueles, locomovendo-se o empregado a pé ou 
valendo-se de transporte da empresa ou próprio ou da condução normal. O 
Decreto estabelece ainda, que no período destinado à refeição ou descanso, 
ou por ocasião de satisfação de outra necessidade fisiológica, no local ou 
durante o horário de trabalho, o empregado será considerado a serviço da 
empresa. 
 
Para fins legais, equipara-se ainda ao acidente do trabalho: 
 
 doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo 
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da 
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. 
 doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em 
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele 
se relacione diretamente. 
 
Segundo a legislação em vigor, doença profissional é aquela inerente a 
determinado ramo de atividade. Podem ser relacionadas como doenças do 
trabalho, resultantes das condições especiais em que a atividade se realiza: a 
epilepsia, quando decorre de um acidente de trabalho; a lepra, quando o 
trabalho obriga o contato permanente com hansenianos; o câncer, quando o 
trabalhador está sujeito às poeiras ou trabalho em ambiente cancerígeno; a 
neurose, quando a sua manifestação ocorre ao tempo do trabalho ou é 
atribuída às condições em que ele se realiza. 
 
A doença profissional ou do trabalho, para que se equipare ao acidente do 
trabalho, deverá acarretar incapacidade temporária ou permanente para o 
trabalho. 
 
Não são consideradas como doença do trabalho: 
 
 a doença degenerativa; 
 a inerente ao grupo etário; 
 a que não produza incapacidade laborativa; 
 doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que 
ela se desenvolva salvo comprovação de que é resultante de exposição 
ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. 
 
 
 
1.8. Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT 
 
Trata-se de um formulário que deve ser preenchido quando ocorrer qualquer 
tipo de acidente de trabalho (mesmo nos casos de doença profissional e 
acidentes de trajeto). 
O acidente de trabalho deverá ser comunicado à empresa imediatamente, 
quando possível, pelo acidentado. 
Isto está baseado na necessidade de que os fatores ocasionais do acidente 
sejam investigados o mais rapidamente possível, para que todas as medidas 
de correção e prevenção sejam prontamente tomadas, além de serem 
imediatamente efetuados os primeiros socorros ao acidentado. 
A Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT, deve ser emitida pela 
empresa do acidentado em até 24 horas úteis após o acidente. Em caso de 
morte, a CAT deve ser emitida imediatamente, e a morte comunicada à 
autoridade policial. 
Caso a empresa não emita a CAT, esta poderá então ser emitida pelo próprio 
acidentado ou por seus dependentes, ou pelo médico que atendeu o 
acidentado, ou pelo sindicato da categoria, ou por qualquer autoridade pública, 
independente de prazo. 
 
IMPORTANTE: Todo o acidente do trabalho, por mais leve que seja, deverá 
ser comunicado à empresa, que providenciará a CAT - Comunicação de 
Acidente do Trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em 
caso de morte, de imediato. 
 
A CAT deverá ser preenchida em seis vias, com a seguinte destinação: 
 1ª via - ao INSS; 
 2ª via - à empresa; 
 3ª via - ao segurado ou dependente; 
 4ª via - ao sindicato de classe do trabalhador; 
 5ª via - ao Sistema Único de Saúde-SUS; 
 6ª via - à Delegacia Regional do Trabalho. 
 
A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este 
comunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Agência da Previdência 
Social foi registrada. 
A Comunicação de Acidente do Trabalho deverá ser feita pela empresa, ou na 
falta desta o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical 
competente, o médico assistente ou qualquer autoridade pública. 
No caso de doença profissional ou do trabalho, considera-se como dia do 
acidente a data da comunicação desta à empresa ou, na sua falta, a da entrada 
do pedido do benefício no INSS, a partir de quando serão devidas as 
prestações cabíveis. 
 
 
 
Figura – Modelo de formulário da CAT 
 
 
 
1.9. Programas Estruturais em SST 
 
 
1.9.1. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO 
 
De acordo com a NR 07, o Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional -PCMSO deve considerar as questões incidentes sobre o 
indivíduo e a coletividade de trabalhadores. 
O PCMSO tem caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos 
agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, 
além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos 
irreversíveis á saúde dos trabalhadores. 
O PCMSO deve ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos 
trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas 
demais NR’s. 
 
Quanto ao PCMSO, compete ao empregador: 
a. garantir a sua elaboração e implementação, e zelar pela sua eficácia; 
b. custear todos os procedimentos a ele relacionados; 
c. indicar, dentre os médicos do SESMT, um coordenador responsável pela 
sua execução; 
d. no caso da empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho 
deverá o empregador indicar médico do trabalho não empregado da 
empresa para o coordenar; 
e. inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá 
contratar médico de outra especialidade. 
 
Compete ao médico coordenador: 
a. realizar os exames médicos previstos ou encarregar os mesmos a 
profissional médico familiarizado com os princípios da patologia 
ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de 
trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da 
empresa a ser examinado; 
b. encarregar-se dos exames complementares previstos na NR 07, 
profissionais e/ou entidades devidamente capacitados, equipados e 
qualificados. 
 
O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames 
médicos admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função 
e demissional. 
Os exames de que trata o parágrafo anterior compreendem a avaliação clínica, 
abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental além de exames 
complementares, realizados de acordo com os termos especificados na NR, e 
seus anexos. 
 
A avaliação clínica deverá obedecer à periodicidade prevista: 
 O exame médico admissional deverá ser realizado antes que o 
trabalhador assuma suas atividades; 
 O exame médico periódico, de acordo com os intervalos de tempo 
abaixo discriminados: 
a. para trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho que 
impliquem no desencadeamento ou agravamento de doença 
ocupacional, ou para os portadores de doenças crônicas, os exames 
deverão ser repetidos: I) a cada ano ou a intervalos menores, a critério 
do médico; II) de acordo com a NR 15, para os trabalhadores sob 
condições hiperbáricas; 
b. para os demais trabalhadores: I) anual, quando menores de 18 e 
maiores de 45 anos de idade; II) a cada 2 anos, para os trabalhadores 
entre 18 e 45 anos; 
 
O exame médico de retorno ao trabalho deverá ser realizado no primeiro dia da 
volta ao trabalho de trabalhador ausente por mais de 30 dias por motivo de 
doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto. 
O exame médico de mudança de função será realizado antes da mudança. A 
NR 07, entende por mudança de função a alteração de atividade, posto de 
trabalho ou setor que implique na exposição do trabalhador a risco diferente do 
que estava exposto antes da mudança. 
O exame médico demissional será realizado até a data da homologação, desde 
que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de: 
 
 135 dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro 1 
da NR-04 (Classificação Nacional de Atividades Econômicas); 
 90 dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, de acordo com o 
mesmo quadro. 
 
Para cada exame médico realizado o médico emitirá o Atestado de Saúde 
Ocupacional - ASO, em duas vias. A primeira via ficará arquivada no local de 
trabalho, à disposição da fiscalização do trabalho. A segunda será entregue ao 
trabalhador, mediante recibo na primeira via. 
O ASO deverá conter no mínimo: 
a. nome do trabalhador, número de registro de sua entidade, e sua função; 
b. os riscos ocupacionais específicos existentes na atividade do 
empregado, conforme instruções da Secretaria de Segurança e Saúde 
no Trabalho - SSST. 
c. indicação dos procedimentos médicos aos quais foi submetido o 
trabalhador, incluindo exames complementares e a data em que foram 
realizados; 
d. o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM; 
e. definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador 
vai exercer, exerce ou exerceu ; 
f. nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de 
contato; 
g. data, assinatura do médico encarregado do exame e carimbo com a sua 
inscrição no Conselho Regional de Medicina. 
 
Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo exames complementares, as 
conclusões e as medidas aplicadas serão registrados em prontuário individual, 
que ficará sob a responsabilidade do médico coordenador do PCMSO. Os 
prontuários deverão ser guardados por 20 anos após o desligamento do 
trabalhador da empresa. 
Um relatório anual discriminará o número e a natureza dos exames médicos, 
incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de 
resultados considerados anormais, assim como o planejamento para o próximo 
ano. Este relatório será apresentado e discutido na CIPA, e sua cópia anexada 
ao livro de atas daquela Comissão. 
As empresas desobrigadas de indicar médico coordenador ficam dispensadas 
de elaborar o relatório anual. 
Verificada, através da avaliação clínica do trabalhador e/ou dos exames 
constantes da NR 07, exposição excessiva ao risco, mesmo sem qualquer 
sintomatologia ou sinal clínico, deverá o trabalhador ser afastado do local de 
trabalho, ou do risco, até que esteja normalizado o indicador biológico de 
exposição e que medidas de controle tenham sido adotadas nos ambientes de 
trabalho. 
Constatada a ocorrência ou o agravamento de doenças profissionais ou 
verificadas disfunções de órgão ou sistema biológico, mesmo sem 
sintomatologia, caberá ao médico coordenador ou encarregado: 
a. solicitar a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT; 
b. afastar o trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho; 
c. encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de 
nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta 
previdenciária em relação ao trabalho. 
d. orientar o empregador quanto à adoção de medidas de controle no local 
de trabalho. 
 
Todo o estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à 
prestação de primeiros socorros, manter esse material guardado em local 
adequado, e sob os cuidados de pessoa treinada para esse fim. 
 
 
1.9.2. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA 
 
A NR 09 obriga a elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
– PPRA, através da antecipação do reconhecimento, da avaliação e do 
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes, ou que venham a 
existir, no ambiente de trabalho, considerando a proteção do meio ambiente e 
dos recursos naturais. 
O PPRA é desenvolvido sob a responsabilidade do empregador, com a 
participação dos trabalhadores e sua profundidade depende das características 
dos riscos e das necessidades de controle. 
A NR 09 considera riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos, 
existentes nos ambientes de trabalho, que causam danos à saúde do 
trabalhador. 
Consideram-se agentes físicos as formas de energia a que possam estar 
expostos os trabalhadores, como vibrações, pressões anormais, temperaturas 
extremas, ruído, radiações ionizantes e não ionizantes, infrasom e ultra-som. 
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que 
penetram no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, 
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que sejam absorvidos através da pele 
ou por ingestão. 
Consideram-se agentes biológicos as bactérias,fungos, bacilos, parasitas, 
protozoários, vírus, entre outros. 
 
O PPRA deve conter a seguinte estrutura: 
 
a. planejamento anual com metas, prioridades e cronograma indicando os 
prazos para desenvolvimento das etapas e cumprimento das suas 
metas; 
b. estratégia e metodologia de ação; 
c. forma de registro, manutenção e divulgação dos dados; 
d. periodicidade e forma de avaliação do seu desenvolvimento. 
 
Deve ser efetuada, pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA 
para avaliação do desenvolvimento e estabelecimento de novas metas e 
prioridades. 
O PPRA deve estar descrito num documento-base, cujas alterações e 
complementações são discutidas na CIPA. 
 
O PPRA inclui as seguintes etapas: 
a. antecipação e reconhecimento dos riscos; 
b. estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; 
c. avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; 
d. implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; 
e. monitoramento da exposição aos riscos; 
f. registro e divulgação dos dados. 
 
A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA são 
feitas pelo SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas capazes de 
desenvolver o disposto na NR 09. 
A antecipação envolve a análise dos métodos de trabalho das instalações 
novas ou da modificação dos existentes, identificando os riscos e introduzindo 
medidas para sua eliminação. 
 
O reconhecimento dos riscos ambientais consta de: 
a. sua identificação; 
b. determinação e localização das fontes geradoras; 
c. identificação das trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no 
ambiente de trabalho; 
d. identificação das funções e do número de trabalhadores expostos; 
e. caracterização das atividades e do tipo de exposição; 
f. obtenção de dados existentes na empresa, que indicam 
comprometimento da saúde decorrente do trabalho; 
g. danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na 
literatura técnica; 
h. descrição das medidas de controle existentes. 
 
A avaliação quantitativa é realizada para: 
a. comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos 
identificados na etapa de reconhecimento; 
b. dimensionar a exposição dos trabalhadores; 
c. subsidiar o equacionamento das medidas de controle. 
 
São adotadas medidas para a eliminação ou a minimização dos riscos 
ambientais sempre que verificadas uma das seguintes situações: 
a. identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde; 
b. constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à saúde; 
c. quando os resultados das avaliações quantitativas excedem os valores 
previstos na NR 15 ou, na ausência destes, os valores de exposição 
adotados pela American Conference of Governmental Industrial 
Higyenists, ou aqueles que forem estabelecidos, desde que mais 
rigorosos; 
d. quando fica caracterizado o nexo causal entre danos à saúde dos 
trabalhadores e o trabalho desenvolvido. 
 
O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva 
obedece à seguinte hierarquia: 
a. medidas que eliminam ou reduzem a formação de agentes prejudiciais à 
saúde; 
b. medidas que previnem a liberação desses agentes no ambiente; 
c. medidas que reduzem a concentração desses agentes no ambiente. 
 
A implantação de medidas de caráter coletivo deve ser acompanhada do 
treinamento dos trabalhadores quanto aos procedimentos que asseguram a 
sua eficiência e de informação sobre as limitações de proteção que oferecem. 
Quando comprovada a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção 
coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de 
estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou 
emergencial, devem ser adotadas outras medidas, obedecendo à seguinte 
hierarquia: 
a. medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; 
b. utilização de equipamento de proteção individual - EPI. 
 
A utilização de EPI deve considerar as Normas Legais em vigor e envolver: 
a. seleção de EPI adequado ao risco e à atividade exercida, considerando 
a eficiência e o conforto oferecido, segundo avaliação do usuário; 
b. treinamento dos trabalhadores quanto à utilização e às limitações de 
proteção do EPI; 
c. estabelecimento de normas para o fornecimento, o uso, a guarda, a 
higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI; 
d. caracterização das atividades dos trabalhadores, com a identificação dos 
EPI's utilizados para os riscos ambientais. 
 
O PPRA estabelece critérios de avaliação da eficácia das medidas de proteção 
implantadas considerando os dados obtidos nas avaliações realizadas e no 
PCMSO. 
O empregador deve manter um registro de dados, de forma a constituir um 
histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA. Esses dados 
devem ser mantidos por um período de 20 anos e estar sempre disponíveis aos 
trabalhadores ou seus representantes e às autoridades competentes. 
É responsabilidade do empregador estabelecer, implementar e assegurar o 
cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa. 
 
É responsabilidade dos trabalhadores: 
a. colaborar e participar na implantação e execução do PPRA; 
b. seguir as orientações recebidas nos treinamentos do PPRA; 
c. informar ao seu superior ocorrências que impliquem riscos à saúde. 
 
Os trabalhadores têm o direito de apresentar propostas e receber informações 
que assegurem proteção aos riscos ambientais identificados pelo PPRA. 
Os empregadores devem informar aos trabalhadores dos riscos ambientais que 
possam originar nos locais de trabalho e dos meios para preveni-los ou 
protegerem-se dos mesmos. 
Quando vários empregadores realizam simultaneamente atividades no mesmo 
local de trabalho devem executar ações integradas para aplicar as medidas 
previstas no PPRA visando a proteção de todos os trabalhadores expostos aos 
riscos ambientais gerados. 
O conhecimento que os trabalhadores têm dos processos de trabalho e dos 
riscos ambientais presentes devem ser considerados, assim como o Mapa de 
Riscos, na execução do PPRA. 
O empregador deve garantir que, na ocorrência de riscos ambientais que 
coloquem em situação de risco um ou mais trabalhadores, os mesmos possam 
interromper imediatamente as suas atividades, comunicando o fato ao seu 
superior para as providências. 
 
 
1.10. Estatísticas de acidentes 
 
Para controle e análise do que acontece em relação aos acidentes do trabalho 
são elaboradas estatísticas que podem ser mensais ou anuais e se baseiam 
em normas técnicas que permitem confrontar as estatísticas de um local com 
outro local similar. 
 
1.10.1. Coeficiente de frequência (CF) 
Também conhecido como Taxa de Frequência, indica o número de acidente 
com afastamento que podem ocorrer em cada milhão de horas/homens 
trabalhadas. 
O coeficiente de frequência é calculado pela fórmula: 
 
 
 
 
 
1.10.2. Coeficiente de gravidade (CG) 
Indica a gravidade dos acidentes que acontecem na empresa, ou seja, o 
número de dias perdidos com acidentes com afastamento em cada milhão de 
horas/homens trabalhadas. 
O coeficiente de gravidade é calculado pela fórmula: 
 
 
 
Exemplo: Em uma empresa ocorrem, num mês, quatro acidentes com 
afastamento, nos dias 3, 14, 17 e 20; os acidentados retornaram ao serviço, 
respectivamente, nos dias 31, 24, 31 e 27. No primeiro acidentado, resultou 
uma incapacidade parcial e permanente a que correspondem 300 dias 
debitados. 
Sendo o total de horas/homens trabalhadas igual a 250.000, os coeficientes de 
frequência (CF) e de gravidade (CG) serão iguais a: 
 
 
 
 
 
 
Observações: Não se conta o dia do acidente (vide definição de dias 
perdidos); o C.F. é apresentado com 2 casas decimais; dias debitados são 
encontrados na NBR 14280. 
UNIDADE 2 – Legislação em Saúde e Segurança do Trabalho2.1. Introdução 
 
A segurança do trabalho é definida por normas e leis. No Brasil, a legislação de 
segurança do trabalho baseia-se na Constituição Federal, na Consolidação das 
Leis do Trabalho – CLT, nas Normas Regulamentadoras e outras leis 
complementares, como portarias, decretos e, também, convenções 
internacionais da Organização Internacional do Trabalho – OIT e, a 
Organização Mundial da Saúde – OMS, ratificadas pelo Brasil. 
Especificamente a legislação básica que rege a segurança do trabalho está 
contida nas Normas Regulamentadoras. Dessa forma a Unidade 2 tem como 
objetivo apresentar um resumo dos assuntos abordados pelas Normas 
Regulamentadoras da área de Segurança do Trabalho. 
 
 
2.2. Normas Regulamentadoras 
 
Além da Constituição Federal e das legislações trabalhistas previstas na CLT, a 
legislação básica que rege a segurança do trabalho está contida nas Normas 
Regulamentadoras. 
A Portaria Nº 3.214/78 do Ministério do Trabalho e suas alterações 
estabelecem as Normas Regulamentadoras – NRs, que devem ser observadas 
por empregadores e empregados regidos pela CLT. 
 
NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS 
Estabelece as competências relativas às NRs no âmbito dos Órgãos 
governamentais, define os principais termos usados nas normas e estabelece 
as obrigações gerais do empregador e do empregado. A fundamentação legal, 
ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência destas NRs, 
são os artigos 154 e 159 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. 
 
NR 2 – INSPEÇÃO PRÉVIA 
Estabelece os procedimentos a serem seguidos para o início das atividades de 
qualquer estabelecimento visando obter junto ao Órgão Regional do MTE a 
aprovação de suas instalações e do “Certificado de Aprovação de Instalações”. 
 
NR 3 – EMBARGO OU INTERDIÇÃO 
Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer paralisação 
de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a 
serem observados pela fiscalização trabalhista na adoção de tais medidas 
punitivas no tocante à Segurança e à Medicina do Trabalho. 
 
NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA 
 E EM MEDICINA DO TRABALHO (SESMT) 
Define o número de profissionais que irá constituir o SESMT e a jornada 
mínima de trabalho dos mesmos, através do relacionamento entre o grau de 
risco do estabelecimento e o número de operários. 
Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas que possuam 
empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento 
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho – SESMT com a finalidade de promover a saúde e proteger a 
integridade do trabalhador no local de trabalho. 
 
NR 5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) 
Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e 
manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída 
exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, 
através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador, para 
que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de 
acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais. 
 
NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) 
Estabelece e define os tipos de EPI a que as empresas estão obrigadas a 
fornecer aos seus empregados, sempre que as condições de trabalho exigirem, 
a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Define as 
obrigações do fabricante e do importador de EPI; Estabelece que todo EPI 
deve possuir “Certificado de Aprovação”(CA) fornecido pelo MTE e dá outras 
disposições relativas ao assunto. 
 
NR 7 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE 
 OCUPACIONAL (PCMSO) 
Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação por parte de todos 
os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, 
do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, com o objetivo de 
promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.Torna 
obrigatória a emissão de “Atestado de saúde Ocupacional” (ASO), seu 
conteúdo mínimo e o direito do trabalhador em receber uma via do mesmo; 
 
NR 8 – EDIFICAÇÕES 
Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas 
edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. 
 
NR 9 – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) 
Estabelece a obrigatoriedade do empregador de elaborar e implementar o 
PPRA visando a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores 
através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da 
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no 
ambiente de trabalho, tendo em consideração o meio ambiente e os recursos 
naturais; Define os responsáveis pela elaboração do PPRA a forma como 
devem ser levadas a efeito as ações, os parâmetros mínimos a serem 
observados em sua elaboração, sua estrutura e forma de acompanhamento e 
registro de dados e dá outras disposições. 
 
NR 10 – INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE 
Estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos 
empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas. 
Inclui elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e 
ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros em quaisquer 
das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, 
observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta 
delas, as normas técnicas internacionais. 
 
NR 11 – TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAMENTO E 
 MANUSEIO DE MATERIAIS 
Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de 
trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e 
ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, 
objetivando a prevenção de infortúnios laborais. 
 
NR 12 – MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 
Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a 
serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e 
manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes 
do trabalho. Estabelece critérios a serem observados na fabricação, 
importação, venda e locação de máquinas e equipamentos. 
 
NR 13 – CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO 
Estabelece todos os requisitos técnicos legais relativos à instalação, operação 
e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a 
ocorrência de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e 
específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 
187 e 188 da CLT. 
 
NR 14 – FORNOS 
Estabelece as recomendações técnicos legais pertinentes à construção, 
operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. 
 
NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES 
Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites 
de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos 
ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do 
exercício insalubre e, também, os meios de proteger os trabalhadores de tais 
exposições nocivas à sua saúde. 
Os “Limites de Tolerância” e as atividades e operações consideradas insalubres 
e sua graduação (“graus de insalubridade”), que são relacionadas em 14 
(quatorze) anexos à referida norma que são os seguintes: 
 
Anexo 1 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente; 
Anexo 2 - Limites de tolerância para ruídos de impacto; 
Anexo 3 - Limites de tolerância para exposição ao calor; 
Anexo 4 - Foi revogado (referia-se a iluminação dos locais de trabalho); 
Anexo 5 - Limite de tolerância para radiações ionizantes; 
Anexo 6 - Trabalhos sob condições hiperbáricas; 
Anexo 7 - Radiações não ionizantes; 
Anexo 8 - Vibrações 
Anexo 9 - Frio ;Anexo 10 - Umidade; 
Anexo 11 - Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite 
de tolerância e inspeção no local de trabalho; 
Anexo 12 - Limites de tolerância para poeiras minerais (arbestos, 
manganês e seus compostos e sílica livre cristalizada); 
Anexo 13 - Agentes químicos; 
Anexo 14 - Agentes biológicos. 
 
NR 16 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS 
Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas 
perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes. 
Para fins de pagamento do adicional de periculosidade aos trabalhadores, as 
quais estão relacionadas nos anexos à referida norma que são: 
 
Anexo 1 - Atividades e operações perigosas com explosivos; 
Anexo 2 - Atividades e operações perigosas com inflamáveis; 
Anexo acrescentando pela Port. 3393 de 17/12/87 - atividades e 
operações perigosas com radiações ionizantes ou 
substâncias radioativas. 
 
Observação: Além das situações previstas na NR-16 terão também direito ao 
adicional de periculosidade os operários do setor de energia elétrica nas 
situações previstas no Decreto 93412 de 14/10/86 que regulamentou a Lei 
7369 de 20/9/85. 
 
NR 17 – ERGONOMIA 
Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de 
trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a 
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 
 
NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA 
 DA CONSTRUÇÃO 
Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de 
organização, que objetivem a implantação de medidas de controle e sistemas 
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente 
de trabalho na indústria da construção civil. 
 
NR 19 – EXPLOSIVOS 
Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e 
transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física 
dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. Estabelece os requisitos 
para a construção de depósitos de explosivos; Define os períodos para 
inspeção dos explosivos de forma a verificar sua condição de uso. 
 
NR 20 – LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS 
Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento, 
manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a 
proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seu ambiente de 
trabalho. 
 
 
NR 21 – TRABALHO A CÉU ABERTO 
Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de 
acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, como em minas ao ar 
livre e em pedreiras. 
 
NR 22 – TRABALHOS SUBTERRÂNEOS 
Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que 
desenvolvam trabalhos subterrâneos, de modo a proporcionar aos seus 
empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho. 
 
NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS 
Estabelece as medidas de proteção contra incêndios, que devem dispor os 
locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos 
trabalhadores. 
 
NR 24 – CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE 
 TRABALHO 
Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais 
de trabalho, especialmente no que se refere a banheiros, vestiários, refeitórios, 
cozinhas, alojamentos e ao tratamento da água potável, visando à higiene dos 
locais de trabalho e à proteção da saúde dos trabalhadores. 
 
NR 25 – RESÍDUOS INDUSTRIAIS 
Estabelece as medidas preventivas a serem observadas pelas empresas no 
destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de 
trabalho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. 
 
NR 26 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 
Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de 
segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a 
integridade física dos trabalhadores. 
 
NR 27 – REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO 
 TRABALHO NO MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA 
 SOCIAL 
Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar 
exercer as funções de Técnico em Segurança do Trabalho, em especial no que 
diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do 
Trabalho. 
 
NR 28 – FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES 
Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização em 
Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à concessão de 
prazos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como 
também, no que concerne ao procedimento de autuação por infração às 
Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. 
 
NR 29 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO PORTUÁRIO 
Tem por objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças 
profissionais, facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as 
melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores 
portuários. 
 
NR 30 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO 
Regula a proteção contra acidentes e doenças ocupacionais objetivando 
melhores condições e segurança no desenvolvimento de trabalhos aquaviários. 
 
NR 31 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO RURAL 
Regula aspectos relacionados à proteção dos trabalhadores rurais, serviço 
especializado em prevenção de acidentes do trabalho rural (SEPATR), 
comissão interna de prevenção de acidentes do trabalho rural (CIPATR), 
equipamento de proteção individual – EPI e produtos químicos. 
 
NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM 
 ESTABELECIMENTOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implantação de 
medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em 
estabelecimentos de assistência à saúde, bem como daqueles que exercem 
atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 
 
NR 33 – SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS 
 CONFINADOS 
Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para 
identificação de espaços confinados, seu reconhecimento, monitoramento e 
controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a 
segurança e saúde dos trabalhadores. 
 
NR 34 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA 
 DA CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL 
Tem por finalidade estabelecer os requisitos mínimos e as medidas de 
proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades 
da indústria de construção e reparação naval. Cita nove procedimentos de 
trabalhos executados em estaleiros: trabalho a quente; montagem e 
desmontagem de andaimes; pintura; jateamento e hidrojateamento; 
movimentação de cargas; instalações elétricas provisórias; trabalhos em altura; 
utilização de radionuclídeos e gamagrafia; e máquinas portáteis rotativas. 
 
NR 35 – TRABALHO EM ALTURA 
Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em 
altura, como o planejamento, a organização e a execução, a fim de garantir a 
segurança e a saúde dos trabalhadores com atividades executadas acima de 
dois metros do nível inferior, onde haja risco de queda. 
 
NR 36 – ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS 
O objetivo desta Norma é estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, 
controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas 
na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao 
consumo humano, de forma a garantir permanentemente a segurança, a saúde 
e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas 
demais Normas Regulamentadoras - NR do Ministério do Trabalho e Emprego. 
UNIDADE 3 – Riscos Ambientais 
 
3.1. Introdução 
 
Como visto nas Unidades anteriores, os riscos de operação, como por 
exemplo, máquinas desprotegidas, pisos escorregadios e empilhamentos 
precários são chamados de condiçõesinseguras. As condições inseguras 
relativas ao ambiente de trabalho, como por exemplo, a presença de vapores 
tóxicos no processo de trabalho, o calor intenso ou o frio excessivo, são 
chamados de riscos ambientais. 
 
3.2. Higiene do trabalho 
 
É a ciência que tem como objetivo reconhecer, avaliar e controlar todos os 
fatores ambientais de trabalho que podem causar doenças ou danos à saúde 
dos trabalhadores. 
 
3.3. Riscos ambientais 
 
Consideram-se riscos ambientais, segundo a NR 9, os agentes físicos, 
químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de 
sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes 
de causar danos à saúde do trabalhador. 
Para alguns autores, os agentes ergonômicos e os agentes mecânicos, apesar 
de não estarem contemplados na NR 9 como riscos ambientais, devem ser 
avaliados num ambiente de trabalho, pois também são considerados agentes 
causadores de danos à saúde do trabalhador. 
Estes riscos podem afetar o trabalhador de imediato ou a longo prazo, 
provocando acidentes com lesões ou doenças do trabalho. A ocorrência das 
doenças do trabalho dependerá sempre da ação simultânea de fatores relativos 
ao agente ambiental, à atividade profissional e a susceptibilidade do indivíduo 
ao agente ambiental. Por causa disto, estes fatores deverão ser sempre 
estudados em conjunto para uma análise real do risco que os agentes 
ambientais oferecem à saúde dos trabalhadores. 
 
3.3.1. Agentes Ambientais 
 
Os fatores que originam as doenças do trabalho são chamados agentes 
ambientais e são classificados, de acordo com a sua natureza e forma de 
atuação no organismo humano como agentes físicos, agentes químicos, 
agentes biológicos, agentes ergonômicos e os riscos de acidentes (mecânicos). 
 
3.3.1.1. Agentes físicos 
 
São representados pelas condições físicas do ambiente de trabalho, tais como: 
ruídos, calor, frio, vibração e radiações que, de acordo com as características 
do posto de trabalho, podem causar danos à saúde do trabalhador. Os agentes 
físicos têm seus limites de tolerância estabelecidos pela NR15. 
 
São considerados agentes ou riscos físicos: 
 
a) Ruídos 
O ruído é considerado um som capaz de causar uma sensação indesejável e 
desagradável para o trabalhador. 
Níveis sonoros, quando acima da intensidade, conforme legislação específica, 
podem causar inúmeros danos à saúde do trabalhador. O primeiro efeito 
fisiológico de exposição a níveis altos de ruídos é a perda de audição na banda 
de freqüência de 4 a 6 kHz. 
Outros efeitos causados pelo ruído alto nos seres humanos são: aceleração 
cardíaca, fadiga, nervosismo, etc. 
As medidas de controle do ruído dependem de técnicas de engenharia e 
conhecimento detalhado do processo industrial em questão. 
A melhor maneira de se atenuar a exposição ao ruído são as medidas de 
controle coletivo, ou seja, fazer o controle do ruído diretamente na fonte 
geradora e na trajetória do ruído. Quando essas não forem possíveis, deve-se 
recorrer ao uso de protetores auriculares (EPIs). 
Como medidas de controle podemos citar: substituir o equipamento por outro, 
menos ruidoso, lubrificação, isolamento acústico, manutenção, etc. 
 
Figura: Ruído 
 
 
b) Calor 
A sobrecarga térmica é a quantidade de energia que o organismo deve dissipar 
para atingir o equilíbrio térmico. 
Os trabalhadores expostos a trabalhos de fundição, siderurgia, indústrias de 
vidros, etc., estão propensos a problemas como, desidratação, cãibras, 
choques térmicos, catarata e outros sintomas. Esses tipos de problemas, 
geralmente, aparecem devido à exposição excessiva a situações térmicas 
extremas com desgaste físico, que poderá tornar-se irreparável se medidas de 
controle não forem adotadas. A exposição ao calor vai depender de variáveis 
como a temperatura, a umidade e a velocidade do ar, bem como do calor 
radiante e da atividade exercida. 
São medidas de controle para atenuar a exposição ao calor: aclimatação 
(adaptação lenta e progressiva do indivíduo a atividades que o exponham ao 
calor), limitação do tempo de exposição, educação e treinamento, controle 
médico e medidas de conforto térmico como ventilação, exaustão, etc. 
 
 
 
 
Figura: Calor 
 
c) Frio 
O corpo humano, quando exposto a baixas temperaturas, perde calor para o 
meio ambiente. Se as perdas de calor forem superiores ao calor produzido pelo 
metabolismo do trabalhador, haverá a vasoconstrição na tentativa de evitar a 
perda excessiva do calor corporal, e o fluxo sanguíneo será reduzido em razão 
direta da queda de temperatura sofrida. 
Se a temperatura interior do corpo baixar de 36ºC, ocorrerá redução das 
atividades fisiológicas, diminuição da taxa metabólica, queda de pressão 
arterial e conseqüente queda dos batimentos cardíacos, podendo o 
trabalhador chegar a um estado de sonolência, redução da atividade 
mental, redução da capacidade de tomar decisões, perda da consciência, 
coma e até a morte. 
Geralmente essas ocorrências predominam em indústrias alimentícias, 
indústrias farmacológicas, frigoríficos com atividades frequentes em 
câmaras frias, etc. 
São medidas de controle para atenuar a exposição ao frio a utilização de 
vestimentas adequadas, a aclimatação e o controle médico. 
 
d) Vibrações 
As vibrações podem reduzir o rendimento do trabalho, afetando a 
eficiência do trabalhador e gerando efeitos adversos a sua saúde. 
As vibrações localizadas nos braços e nas mãos provocam deficiências 
circulatórias e nas articulatórias. As ferramentas vibratórias manuais 
podem causar uma doença chamada “dedos brancos”, que se 
caracteriza pela perda da sensibilidade na ponta dos dedos das mãos. 
São exemplos de vibrações localizadas, as provenientes do vibrador de 
concreto, do martelete pneumático e da motosserra. 
São medidas de controle para atenuar a exposição a vibrações a 
redução das vibrações das máquinas, por meio de dispositivos técnicos 
que limitam tanto a intensidade das vibrações, como a transmissão das 
vibrações, como é o caso dos calços e sapatas de borracha. 
 
 
 
Figura: Vibrações 
 
 
e) Radiações ionizantes 
São aquelas provenientes de materiais radioativos como é o caso dos 
raios alfa, beta e gama, ou são produzidas artificialmente em 
equipamentos. 
Os raios alfa e beta possuem menor poder de penetração no organismo, 
portanto, oferecem menor risco. Os raios X e gama possuem alto poder 
de penetração no organismo, podendo produzir anemia, leucemia, 
câncer e também alterações genéticas. 
Do ponto de vista do estudo das condições ambientais, as radiações 
ionizantes de maior interesse de uso industrial são os raios X, gama e 
beta, e de uso não industriais são os raios alfa e nêutrons, cada um com 
uma faixa de comprimento de onda. 
 
 
 
 
 
Figura: Radiações ionizantes 
 
f) Radiações não ionizantes 
As radiações não ionizantes são radiações eletromagnéticas cuja energia 
não é suficiente para ionizar os átomos dos meios nos quais incide ou 
atravessa. São consideradas pela legislação, como não ionizantes, as 
radiações: infravermelhos, microondas, ultravioleta e lasers. 
Os efeitos das radiações não ionizantes sobre o organismo humano 
dependem dos seguintes fatores: tempo de duração da exposição, 
intensidade da exposição, comprimento da onda de radiação e região do 
espectro em que se situam. 
 
 
Figura: Radiações não ionizantes 
 
 
Onde encontramos as radiações não ionizantes: 
 
- Raios infravermelhos  trabalhos com solda elétrica, com solda 
oxiacetilênica, com metais e vidros incandescentes, isto é, que ficam da 
cor laranja e emitem luz quando superaquecidos, e também os fornos e 
as fornalhas são fontes de raios infravermelhos. Em trabalhos a céu 
aberto, o trabalhador fica exposto ao Sol, que é uma fonte natural 
emissora de raios infravermelhos. 
 
- Microondas as microondas são encontradas sob forma doméstica e 
industrial; são produzidas em estações de radar, radiotransmissão, 
fornos eletrônicos. As microondas causam, nos serem humanos, efeitos 
tais como: catarata, inibição do ritmo cardíaco, hipertensão arterial, 
intensificação da atividade da glândula tireóide, debilitação do sistema 
nervoso central, redução da capacidade do olfato, aumento da histamina 
no sangue e podem causar até a morte do indivíduo. 
 
- Ultravioletas  são produzidas na indústria, nos processos de solda 
elétrica, processos de fotorreprodução, esterilização do ar e da água, 
produção de luz fluorescente, sopragem de vidro, em operações com 
metal quente (acima de 1.000 ºC), por dispositivos usados pelos 
dentistas, em processos de aluminotermia (atividade química com o 
emprego de alumínio em pó), por lâmpadas especiais. O sol também 
emite raios ultravioleta. 
 
Em pequenas doses, mais ou menos 15 minutos diários de exposição ao 
Sol, o ultravioleta é necessário ao homem porque é o responsável pela 
produção da vitamina D no organismo humano. Mas, em quantidades 
excessivas, pode causar graves prejuízos à saúde. 
 
- Laser  esta sigla em inglês significa “Light Amplification by Stimulated 
Emission of Radiation”, que, em português, pode ser traduzido por 
“amplificação da luz por emissão estimulada de radiação”. 
 
O lêiser é um feixe de luz direcional convergente, isto é, que se concentra em 
um só ponto. É muito utilizado em indústrias metalúrgicas para cortar metais e 
para soldar, também utilizando nos equipamentos para medições a grandes 
distâncias. 
 
Os lêiseres são usados na indústria, na medicina, em pesquisas científicas, em 
levantamento geológicos e outros. O seu maior dano ao homem é nos olhos, 
podendo causar grandes estragos na retina, que é a membrana sensível dos 
olhos, em alguns casos, irreversíveis, podendo provocar cegueira. 
 
g) Pressões anormais 
São de locais de trabalho onde o trabalhador tem que suportar pressão do 
ambiente diferente da atmosférica. Podem causar embolia, aneurisma, 
derrame. Estão relacionadas a serviços de mergulho, construção de túneis ou 
de fundações submersas de pontes, escavações de áreas de alicerces. 
 
h) Umidade 
Está presente nos locais de trabalho alagados ou encharcados, com umidade 
excessiva, capaz de produzir danos à saúde, tais como problemas de pele e 
fuga de calor do organismo. 
 
 
3.3.1.2. Agentes químicos 
 
Os agentes químicos são substâncias compostas ou produtos que podem 
penetrar no organismo humano pela via respiratória, nas formas de gases e 
vapores, poeiras, fumos, névoas, neblinas, ou , que pela natureza da atividade 
de exposição, podem ter contato com o organismo humano ou ser absorvido 
por ele através da pele ou por ingestão. 
 
Considerando o disposto na NR 9 e NR 15, os agentes químicos pode ser 
divididos em: 
 
a) Agentes químicos com limite de tolerância – gases e vapores: são as 
substâncias químicas, cujas exposições pelo homem, estão previstas 
no anexo 11, da NR 15, com definição de limites de tolerâncias. 
b) Agentes químicos de avaliação qualitativa – produtos químicos cujas 
atividades e operações são consideradas insalubres pelos agentes 
de inspeção no local de trabalho e definidas pelo anexo 13, da NR 
15. 
c) Poeiras minerais – são os aerodispersóides – fumos, poeiras, fibras, 
fumaças, névoas e neblinas, representados por partículas sólidas ou 
líquidas em dispersão no ar, com limites de tolerância definidos pelo 
anexo 12, da NR 15. 
 
 
Classificação dos agentes químicos 
 
Os agentes químicos podem ser classificados em: 
 
a) Poeiras – são partículas sólidas com diâmetros maiores que 0,5µ (meio 
mícron) dispersas no ar por ação mecânica, ou seja, por ação do vento, 
de lixadeiras, serviços de raspagem e abrasão, polimento, acabamento, 
escavação, colheita, etc. Podem causar pneumoconioses (estado 
mórbido decorrente da infiltração de poeiras instaladas que conferem 
endurecimento – fibrose – ao pulmão) ou, ainda, alergias e irritações nas 
vias respiratórias. 
 
b) Fumos – são partículas sólidas dispersas no ar, com diâmetro inferior a 
1µ (um mícron), originadas da condensação de gases provenientes de 
alguma queima, por exemplo, durante processos de soldagem. Também 
podem causar pneumoconioses ou envenenamento por metais pesados 
(caso do saturnismo provocado pelo chumbo em fundições). 
 
c) Névoas – são partículas líquidas dispersas no ar por ruptura mecânica, 
ou seja, por ação do vento, de jatos de esguicho, de spray, névoas de 
pinturas, névoas de ácido sulfúrico etc. Podem provocar efeitos diversos, 
conforme a natureza do líquido que foi disperso (pinturas com pistola). 
 
 
 
Figura: Névoa 
 
 
d) Neblinas – são partículas líquidas dispersas no ar com diâmetro menor 
que 0,5µ, originadas da condensação de gases provenientes de algum 
processo térmico, por exemplo, cozimento de produtos alimentícios. 
Podem causar os efeitos da umidade (ver os riscos físicos), ou outros 
efeitos diversos, em razão da natureza do líquido que foi evaporado, por 
exemplo, uma neblina de ácidos pode se formar dentro de um galpão de 
galvanização (tratamento superficial de metais), irritando os olhos, a pele 
e as vias respiratórias das pessoas. 
 
e) Gases – são elementos ou substâncias que, na temperatura normal, 
estão no estado gasoso. Podem ser asfixiantes (gás de cozinha, 
acetileno, argônio, gás carbônico) ou tóxicos (monóxido de carbono, 
amônia, cloro). 
 
f) Vapores – são elementos ou substâncias que, em temperaturas acima 
da normal, estão no estado gasoso. Podem causar efeitos diversos, 
conforme sua natureza (vapores da gasolina). 
 
g) Substâncias, compostos e produtos químicos em geral – seus efeitos 
estão relacionados à natureza de sua composição, podendo ser 
corrosivos, cáusticos, irritantes, alergênicos, etc. Como exemplo pode-se 
citar os ácidos, os álcalis (soda), detergentes, desumidificantes, sabões 
entre outros. 
 
 
Penetração dos agentes químicos no organismo 
 
A penetração de substâncias tóxicas no organismo humano se dá através de: 
 
a) Via respiratória – nas operações de transformação de um produto, pelo 
processamento industrial, dispersam-se na atmosfera substâncias, tais 
como: gases, vapores, névoas, fumos e poeiras. A via respiratória é o 
principal meio de acesso destes agentes para dentro do nosso 
organismo. Exemplos: pinturas, pulverização, ácidos, fumos de solda. 
b) Via cutânea (pele) – o contato com a pele provoca a absorção da 
substância tóxica. A pele tem várias funções, entre elas, a principal é a 
proteção contra as agressões externas. Entretanto, há vários grupos de 
substâncias químicas que penetram, principalmente, pelos poros. Uma 
vez absorvida, a substância tóxica entra na circulação sanguínea, 
provocando alterações que poderão criar quadros de anemia, alterações 
nos glóbulos vermelhos e problemas da medula óssea. 
c) Via digestiva – normalmente a ingestão de substâncias tóxicas pode ser 
considerada um caso acidental, sendo, portanto, pouco comum. Os 
poucos casos encontrados são decorrentes de maus hábitos, tais como, 
roer as unhas ou limpá-las com os dentes e fumar ou alimentar-se nos 
locais de trabalho. 
 
 
3.3.1.3. Agentes biológicos 
 
Os agentes biológicos são microorganismos, tais como: bactérias, fungos, 
vírus, bacilos, parasitas e outros, presentes no ambiente de trabalho que 
podem penetrar no organismo humano pelas vias respiratórias, através da pele 
e por ingestão. 
A maioria desses microorganismos são invisíveis a olho nu. Esses agentes 
biológicos são capazes de produzir doenças, deterioração de alimentos, mau 
cheiro, etc. Apresentam muita facilidade de reprodução. 
 
Os casos mais comuns de manifestação são: 
 
 Infecções de ferimentos e machucaduras que podem provocar tétano,hepatite, tuberculose, micoses da pele, etc. Os agentes biológicos 
podem ser levados por outros funcionários para o ambiente de trabalho; 
 Diarréias causadas pela falta de asseio e higiene em ambientes de 
alimentação. 
 
As medidas preventivas que contribuem para reduzir os riscos de exposição 
aos agentes biológicos são: vacinação, métodos de controle e o uso de 
equipamentos de proteção individual – EPIs. 
 
 
 
 
 
 
3.3.1.4. Agentes de acidentes 
 
Os agentes de acidentes (agentes ergonômicos e agentes mecânicos) estão 
relacionados aos equipamentos utilizados e às condições físicas do local de 
trabalho, como por exemplo: 
 
 Arranjo físico inadequado, 
 A eletricidade, 
 Probabilidade de incêndio ou explosão, 
 Armazenamento inadequado, 
 Sinalização inadequada ou deficiente, 
 Animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir 
para a ocorrência de acidentes. 
 
Para controlar os riscos de acidentes devemos estudar arranjos físicos mais 
adequados, utilizar Equipamentos de Proteção Coletiva, só utilizar ferramentas 
na função para a qual elas foram projetadas e eliminá-las quando defeituosas, 
determinar os níveis ideais de iluminamento de cada ambiente de trabalho, 
treinar o pessoal no combate aos princípios de incêndio, além de manter uma 
sinalização de segurança eficiente. 
 
 
3.3.1.5. Agentes ergonômicos 
 
São aqueles relacionados com fatores fisiológicos e psicológicos inerentes à 
execução das atividades profissionais. Esses agentes podem produzir 
alterações no organismo e no estado emocional dos trabalhadores, 
comprometendo sua saúde, segurança e produtividade. 
São fatores ergonômicos considerados causadores de prováveis danos à 
saúde do trabalhador: esforço físico intenso, levantamento e transporte manual 
de peso excessivo, exigência de postura inadequada, controle rígido de 
produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turnos diurno e 
noturno, jornadas de trabalho prolongadas, repetitividade, iluminação 
inadequada, ruído e outras situações causadores de stress físico ou psíquico. 
 
 
3.3.1.6. Agentes mecânicos 
 
Os agentes mecânicos geram riscos que, pelo contato físico direto com a 
vítima, manifestam a sua nocividade. 
Esses agentes são responsáveis por uma série de lesões nos trabalhadores, 
como cortes, fraturas, escoriações, queimaduras, etc. As máquinas 
desprotegidas, os pisos defeituosos ou escorregadios, os empilhamentos de 
materiais irregulares são exemplos de fatores de risco. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura: Agentes mecânicos 
 
 
3.4. Riscos ambientais e a legislação 
 
O pagamento do Adicional de Insalubridade ao trabalhador que exerça seu 
oficio em condições de insalubridade está regulamentado na Portaria Nº 
3.214/78 do Ministério do Trabalho – MTb, e previsto na Consolidação das Leis 
do Trabalho – CLT, em seu capítulo V, de 08 de junho de 1978, através da NR 
15. 
O art. 192 da CLT estabelece o que é o exercício de trabalho em condições 
insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do 
Trabalho e assegura o que percentual do adicional pode variar entre 10, 20 ou 
40% do salário mínimo. 
De acordo com o art. 194, “O direito do empregado ao adicional de 
insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua 
saúde ou integridade física, nos termos dessa seção e das normas expedidas 
pelo Ministério do Trabalho”. 
O art. 191 define que: “A eliminação ou a neutralização da insalubridade 
ocorrerá: 
a) com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro 
dos limites de tolerância; 
b) com a utilização de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) que 
diminuam a intensidade ou concentração do agente agressivo abaixo 
dos limites de tolerância.” 
 
3.3.1. Monitoramento das medidas de controle 
De acordo com a Portaria Nº 24, de 29 de novembro de 1994, as empresas são 
obrigadas a implantar um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
– PCMSO (NR 7). Essa medida, além de estabelecer regras para monitorar as 
condições de saúde de cada trabalhador, orienta o empresário para verificar a 
eficácia das medidas de controle da insalubridade. 
 
UNIDADE 4 – Mapa de Riscos Ambientais 
 
 
4.1. Introdução 
Mapa de riscos ambientais é uma representação gráfica dos riscos presentes 
no ambiente de trabalho e sua elaboração é baseada em inspeções de 
segurança. Nesta aula você aprenderá a elaborá-lo, bem como, a partir de seu 
entendimento, reconhecer os riscos presentes nas atividades profissionais. 
 
O Mapa de Riscos tem como objetivos: 
 
a. reunir as informações para estabelecer o diagnóstico da situação de 
segurança e saúde no trabalho na empresa; 
b. possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de 
informações entre os trabalhadores, além de estimular sua participação 
nas atividades de prevenção. 
 
 
As etapas de elaboração do mapa de riscos são: 
 
a) conhecer o processo de trabalho no local analisado: 
 os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de 
segurança e saúde, jornada; 
 os instrumentos e materiais de trabalho; 
 as atividades exercidas; 
 o ambiente. 
 
b) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a tabela de 
classificação dos principais riscos ocupacionais; 
 
c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia: 
 
 medidas de proteção coletiva; 
 medidas de organização do trabalho; 
 medidas de proteção individual; 
 medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, 
bebedouro, refeitório, área de lazer. 
 
d) identificar os indicadores de saúde: 
 
 queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos 
mesmos riscos; 
 acidentes de trabalho ocorridos; 
 doenças profissionais diagnosticadas; 
 causas mais freqüentes de ausência ao trabalho. 
 
e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local; 
 
 
 
O Mapa de Riscos será elaborado sobre o layout da empresa, indicando 
através de círculos: 
 
 o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada na 
tabela; 
 dentro do círculo deve ser anotado o número de trabalhadores expostos 
ao risco; 
 também deve ser anotada dentro do círculo a especificação do agente 
(por exemplo: químico - sílica, hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico - 
repetitividade, ritmo excessivo); 
 a intensidade do risco deve ser representada por círculos de tamanhos 
proporcionalmente diferentes, de acordo com a percepção dos 
trabalhadores. 
 
O Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local 
analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores. 
 
No caso das empresas da indústria da construção, o Mapa de Riscos do 
estabelecimento deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços, 
devendo ser revisto sempre que um fato novo modificar a situação de riscos 
estabelecida. 
 
4.2. Inspeção de segurança 
 
São vistorias e observações que se fazem nas áreas de trabalho para descobrir 
situações de risco à saúde e à integridade física do trabalhador. As inspeções 
de segurança são fontes de informações que auxiliam na determinação de 
medidas que previnem a ocorrência dos acidentes de trabalho. Devem ser 
aplicadas em toda extensão para proporcionar resultados compensadores. 
 
Quando bem processadas e envolverem todos os que devem assumir sua 
parte de responsabilidade, as inspeções atingem seus objetivos: 
 possibilitam a determinação de meios prevencionistas antes da 
ocorrência de acidentes; 
 ajudam a fixar, nos trabalhadores, a mentalidade da segurança e da 
higiene do local de trabalho; 
 encorajam os próprios trabalhadores a agirem inspecionando o seu 
ambiente de trabalho; 
 melhoram o entrelaçamento entre o serviço de segurança e

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