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resumos prova IC 1o bimestre

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“Determinantes Sociais: Processo Saúde-Doença” de Lucila Viana A. Carneiro
O texto proposto para leitura nessa semana foi o artigo “Determinantes Sociais: Processo Saúde-Doença” de Lucila Viana A. Carneiro em que é pretendido relacionar a doença e a normalidade e que segundo o texto não pode ser definido, mas podem ser determinados por fatores biológicos, psicológicos e sociais. 
Além disso diz que a normalidade varia para cada ser humano e a cada vez que adoecemos reduzimos nosso poder biológico.
O texto inicia-se apresentando a definição de saúde e doença: que a saúde em sua essência, engloba os gradientes de natalidade, mortalidade e a doença, não é necessariamente o sofrimento. Evidenciando assim o que determina a saúde está fora do sistema de assistência à saúde.
Na antiguidade a saúde era compreendida pelo povo como uma dádiva e as doenças, castigos dos deuses. No entanto 400 a.c. Hipócrates começa a formular que a saúde e a doença estavam relacionadas ao ambiente, à agua potável e à alimentação. 
Duas concepções marcaram o percurso da Medicina. A Concepção Fisiológica iniciada por Hipócrates e a Concepção oncológica que se dirige para a classificação de doenças.
A prevenção é definida como “ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença”. Dividida em três fases. Com o passar do tempo, com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). A saúde foi conceituada na primeira conferência da OMS. No Brasil, em 1986 houve a VII Conferência Nacional de Saúde com a discussão de vários temas para o aperfeiçoamento da saúde nacional
A definição de saúde e doença de uma determinada população se modifica de acordo com o momento histórico e cientifico, assim o conceito de saúde varia segundo a época em que vivemos.
A educação em saúde se reflete diretamente na qualidade de vida da população. Tanto a educação individual, quanto a educação coletiva resultam em melhora. Porém em proporções diferentes. Por outro lado, a educação coletiva é fundamental para alcançar a benefícios em todas as camadas populacionais. 
Os profissionais de saúde, devem estar capacitados para lidar com a cultura, linguagem, crenças, valores, interesses e pressuposições dos grupos sociais. Identificando os problemas e soluções para alcançar resultados positivos a população. Além disso, é necessário o conhecimento prévio do contexto social, político e cultural para os atendimentos, é necessário conhecer, não apenas as doenças, mas todos os fatores que afetam a saúde da população.
“ A Saúde e seus Determinantes Sociais” de Paulo M. Buss e Alberto Pellegrini Filho
O texto proposto para leitura nessa semana foi o artigo “ A Saúde e seus Determinantes Sociais” de Paulo M. Buss e Alberto Pellegrini Filho que aborda a temática dos Determinantes Sociais da saúde. Ele inicia-se conceituando os Determinantes Sociais que são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A comissão homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma definição mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. 
Segundo o texto, Virchow, um dos mais destacados cientistas vinculados a essa teoria, entendia que a “ciência médica é intrínseca e essencialmente uma ciência social”, que as condições econômicas e sociais exercem um efeito importante sobre a saúde e a doença e que tais relações devem ser submetidas à pesquisa científica. De acordo com o articulista, houve grandes avanços no estudo dos DSS, um deles é particularmente marcante no estudo das iniqüidades em saúde, ou seja, daquelas desigualdades de saúde entre grupos populacionais que, além de sistemáticas e relevantes, são também evitáveis, injustas e desnecessárias. Através desses estudos e do conhecimento deste complexo de mediações que se pode entender, por exemplo, por que não há uma correlação constante entre os macroindicadores de riqueza de uma sociedade, como o PIB, com os indicadores de saúde. Embora o volume de riqueza gerado por uma sociedade seja um elemento fundamental para viabilizar melhores condições de vida e de saúde, o estudo dessas mediações permite entender por que existem países com um PIB total ou PIB per capita muito superior a outros que, no entanto, possuem indicadores de saúde muito mais satisfatórios. O estudo dessa cadeia de mediações permite também identificar onde e como devem ser feitas as intervenções, com o objetivo de reduzir as iniqüidades de saúde, ou seja, os pontos mais sensíveis onde tais intervenções podem provocar maior impacto.
Enquanto os fatores individuais são importantes para identificar que indivíduos no interior de um grupo estão submetidos a maior risco, as diferenças nos níveis de saúde entre grupos e países estão mais relacionadas com outros fatores, principalmente o grau de eqüidade na distribuição de renda.
Diversos são os modelos que procuram esquematizar a trama de relações entre os diversos fatores estudados através desses diversos enfoques. O modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os DSS dispostos em diferentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes individuais até uma camada distal, onde se situam os macrodeterminantes, há também o destaque para a influência da globalização. Já o modelo de Diderichsen e Hallqvist, de 1998, foi adaptado por Diderichsen, Evans e Whitehead (2001) e enfatiza a estratificação social gerada pelo contexto social, que confere aos indivíduos posições sociais distintas, as quais por sua vez provocam diferenciais de saúde. 
O conhecimento e as intervenções sobre os DSS no Brasil deverão receber importante impulso, com a criação da Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). A criação da CNDSS é uma resposta ao movimento global em torno dos DSS desencadeado pela OMS, que em março de 2005 criou a Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde (Commission on Social Determinants of Health - CSDH), com o objetivo de promover, em âmbito internacional, uma tomada de consciência sobre a importância dos determinantes sociais na situação de saúde de indivíduos e populações e sobre a necessidade do combate às iniqüidades de saúde por eles geradas. 
Três compromissos vêm orientando a atuação da Comissão: 
Compromisso com a ação
 Compromisso com a eqüidade
Compromisso com a evidência
Os principais objetivos da CNDSS são: produzir conhecimentos e informações sobre os DSS no Brasil; apoiar o desenvolvimento de políticas e programas para a promoção da eqüidade em saúde; promover atividades de mobilização da sociedade civil para tomada de consciência e atuação sobre os DSS.
“Bases da saúde coletiva” de Débora Cristina Bertussi e “Atenção primária saúde: estrutura das unidades como componentes da atenção à saúde” de Barbara Laisa Alves Moura
Os textos propostos para leitura foi o “Bases da saúde coletiva” de Débora Cristina Bertussi e “Atenção primária saúde: estrutura das unidades como componentes da atenção à saúde” de Barbara Laisa Alves Moura, ambos os textos abordam a temática da Unidade Básica de Saúde.
O texto de Débora Cristina Bertussi iniacia-se elencando o histórico do SUS e que foi criado para atender à necessidade de saúde da população, produzida pelos problemas advindo da urbanização e do empobrecimento. Os postos de saúde surgem para realizar ações de promoção e prevenção, desenvolvendo ações de controle e de educação á saúde a grupos da população. Cabe ao nível municipal as responsabilidades de atenção à saúde e de gestão de serviços de atenção á saúde. 
	A Unidade Básica de Saúde não pode ser pensada apenas como lugar para atendimento de problemas de saúde de menor complexidade, é responsável pelo acompanhamento programático de grupos etários considerados prioritários e ela deve ter no mínimo uma instalação física com sala de imunização, consultórios médicos, salade curativos, inalação, de atendimento, de enfermagem, consultório odontológico, sala de reuniões, sala de espero, expurgo, esterilização, de administração de medicamentos e outras.
 A estratégia da Saúde da Família surge como uma maneira de reorganizar o modelo de atenção à saúde, estabelecendo vínculos, um compromisso e uma abordagem humanizada à população, sendo o objetivo principal reorientar o modelo assistencial de saúde. Instaura-se assim uma nova denominação da UBS, que passa a denominar-se Unidade de Saúde da Família (USF).
	A USF é composta, minimamente, por um médico de família ou generalista, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, um dentista, um técnico de higiene dental, um auxiliar de consultório dentário e de 4 a 6 agentes comunitários.
Já o texto de Bárbara Moura inicia-se conceituando a atenção primária à saúde (APS) como o primeiro nível do sistema de serviços de saúde, devendo funcionar como porta de entrada preferencial, com ações resolutivas sobre os problemas de saúde, articulando-se com os demais níveis de complexidade, formando uma rede integrada de serviços. Entre as diversas iniciativas de consolidação da Estratégia de Saúde da Família implementadas pelo Ministério da Saúde destacam-se três: o Projeto de Expansão e Consolidação da Estratégia Saúde da Família (PROESF); a implementação do projeto de Avaliação para Melhoria da Qualidade da Estratégia de Saúde da Família (AMQ) e o estudo de meta-avaliação comissionado pelo Ministério da Saúde para avaliação dos estudos de linha de base do Proesf.
No que se refere ao aspecto normativo, a política nacional de atenção básica preconizou a valorização dos aspectos estruturais das unidades de saúde, como itens necessários à realização das ações de atenção primária, como os equipamentos e ambientes necessários para as ações propostas. Há os documentos oficiais que determinam critérios de estrutura para os estabelecimentos de saúde, como a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 508 e o manual de estrutura física das unidades primárias de saúde, que apresentam a regulamentação técnica para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Além destes, a Portaria GM 648/2006 estabelece a revisão de diretrizes e normas para a ESF (incluindo o Programa de Agentes Comunitários de Saúde, PACS) e especifica padrões de infraestrutura, recursos humanos e materiais necessários para o desenvolvimento das ações das equipes de saúde da família.
No estudo abordado no texto, o município A possuía, em 2007, uma população de, aproximadamente, 220.000 habitantes, 33 unidades, sendo que a história da organização municipal caracterizava-se por um crescimento acelerado, sustentado amplamente pelo desenvolvimento industrial da região, o município B, com população em torno de 132.000 habitantes, 23 unidades, no mesmo período, apresentava como principal fonte de renda o comércio e de indústrias de pequeno porte. A organização do espaço urbano no município se deu de forma desordenada e tal característica trouxe consequências para a população local, principalmente no que se refere à infraestrutura. Seu perfil epidemiológico era semelhante ao perfil do município A.
 Os dois municípios apresentavam deficiências quanto à estrutura física, mais acentuadas no município B, onde todos os itens avaliados foram observados em menos de 70,0% das unidades de saúde da família. Observou-se a existência de condições inadequadas de biossegurança. Verificou-se precário estado de conservação e higiene das unidades, com presença de infiltrações e iluminação deficiente, além da ausência de rampa de acesso e sanitário adaptado para atender aos pacientes portadores de necessidades especiais. Para a maioria dos itens investigados, a situação das unidades da zona rural foi pior do que as da zona urbana no município A, enquanto no município B observou-se o inverso, especialmente quanto aos medicamentos e material odontológico. Nos dois municípios o tempo de inserção dos profissionais nas unidades de saúde variou por tipo de categoria profissional e tipo de unidade. No município A, a maioria dos médicos e odontólogos apresentavam menos de dois anos de inserção, enquanto a maioria dos enfermeiros estavam inseridos há mais de dois anos nas USF. Nas USC, tal situação ocorreu de forma inversa. No município B, a maioria das categorias profissionais analisadas apresentavam menos de dois anos de inserção.
O estudo evidenciou deficiências nos três componentes de estrutura analisados (ambiente físico, recursos materiais e pessoal) em ambos os municípios, nas duas modalidades de unidades de saúde da atenção primária. As deficiências identificadas foram mais acentuadas no município B, especialmente no componente ambiente físico e, ao comparar o tipo de unidade no município A, foram relatadas maiores limitações nas USF. Evidenciou-se também que as limitações referentes ao tempo de inserção dos profissionais apresentaram-se de forma mais significativa para os profissionais de saúde locados nas USF, sendo mais expressivo no município B. O maior tempo de fixação dos médicos nas USC no município A parece estar associado à forma de contratação dos mesmos
Embora sejam complexas as redes causais que ligam a estrutura dos serviços de saúde aos seus efeitos e envolvam diversos fatores, esses achados reiteram a necessidade de valorização dos componentes de estrutura na avaliação e gestão dos serviços de saúde na sua relação com a qualidade dos processos de trabalho em saúde e para o alcance dos resultados no estado de saúde dos indivíduos e da população.
“Os Fundamentos da Atenção Primária à Saúde “disponível no livro “Atenção Primária à saúde e promoção da Saúde’ e o texto disponível no livro ”Manual do Instrumento de Avaliação da Atenção Primária à Saúde”.
Os textos propostos para leitura nessa semana foram o “Os Fundamentos da Atenção Primária à Saúde “disponível no livro “Atenção Primária à saúde e promoção da Saúde’ e o texto disponível no livro ”Manual do Instrumento de Avaliação da Atenção Primária à Saúde”.
O primeiro texto inicia-se caracterizando a Atenção Primária à Saúde (APS) como uma estratégia para integrar todos os aspectos dos serviços de saúde, tendo como perspectiva as necessidades em saúde da população, de acordo com as diretrizes do SUS. Segundo o texto a Atenção Primária diferencia-se da secundária e da terciária por diversos aspectos, entre eles: dedica-se aos problemas mais frequentes (simples ou complexos) que se apresentam, sobretudo em fases iniciais, e que são, portanto, menos definidos. Nas unidades de saúde, consultórios comunitários, escolas ou asilos e nos espaços comunitários, observam-se grande variedade de necessidades em saúde, forte componente dedicado à prevenção de doenças, alta proporção de pacientes já conhecidos pela equipe de saúde e maior familiaridade dos profissionais, tanto com as pessoas quanto com seus problemas.
A utilização dos serviços de APS pela população depende da boa resolutividade das equipes, do acolhimento, da capacidade de delimitar os recursos necessários para resolver os problemas e de uma prática baseada na pessoa (e não na doença), na família e na comunidade. As equipes de Saúde da Família facilitado as formas que garantam acessibilidade e maior utilização da APS como primeiro contato com o sistema de saúde.
Os serviços de emergência são ainda inadequadamente utilizados por grande parcela da população. Embora sejam as melhores portas de entrada na ocorrência de emergências14, não contemplam a integralidade da atenção, a longitudinalidade do cuidado e a coordenação das ações. A essência da longitudinalidade é uma relação pessoal que se estabelece ao longo do tempo, independentemente do tipo de problemas de saúde ou mesmo da presença de um problema de saúde, entre indivíduos e um profissional ou uma equipe de saúde, com o objetivo de estabelecer um vínculo e desafios da longitudinalidade no Brasil estão especialmente relacionados à rotatividade deprofissionais nas equipes de saúde e à qualidade do registro das informações em prontuários.
Já a integralidade pressupõe um conceito amplo de saúde, no qual necessidades biopsicossociais, culturais e subjetivas são reconhecidas; a promoção, a prevenção, e o tratamento são integrados na prática clínica e comunitária e a abordagem é voltada para o indivíduo, sua família e seu contexto. Os desafios da integralidade no Brasil estão menos relacionados ao conceito amplo de saúde e mais relacionados a problemas estruturais, que limitam a gama de serviços oferecidos, e a problemas na organização dos serviços.
A essência da coordenação é a informação: a disponibilidade de informação (sobre a pessoa, sua história, seus problemas, as ações realizadas, os recursos disponíveis, propiciada pelos sistemas de informação, mecanismos de transmissão da informação e comunicação) e a utilização da informação, possibilitada pela fácil obtenção das informações, por registros facilmente disponíveis, por reconhecimento de informações prévias, por mecanismos de referência e contrarreferência e recomendações escritas aos pacientes. Essa coordenação ainda precisa ser fortalecida no Brasil, haja vista alguns desafios como a melhora da qualidade da informação nos prontuários de saúde, para permitir que haja coordenação do cuidado dentro da equipe multidisciplinar de saúde e a implantação de prontuários eletrônicos.
No segundo texto, é definido APS como: um conjunto de valores – direito ao mais alto nível de saúde, solidariedade e equidade – um conjunto de princípios – responsabilidade governamental, sustentabilidade, intersetorialidade, participação social, entre outros – e como um conjunto indissociável de elementos estruturantes – atributos – do sistema de serviços de saúde: acesso de primeiro contato, integralidade, longitudinalidade, coordenação, orientação familiar e comunitária e competência cultural. A identificação empírica desses elementos da Atenção Primária à Saúde permite verificar a associação entre estes atributos e os resultados – a efetividade – da atenção sobre a saúde da população.
O Instrumento de Avaliação da Atenção Primária (PCATool – Primary Care Assessment Tool) foi criado com base no modelo de avaliação da qualidade de serviços de saúde proposto por Donabedian (1966). Este modelo de avaliação baseia-se na mensuração de aspectos de estrutura, processo e resultados dos serviços de saúde e é descrito detalhadamente no texto.
“Políticas Públicas de saúde: Sistema Único de Saúde de Denizi Oliveira Reis, Eliane Cardoso de Araújo e Luiz Carlos de Oliveira
O texto apresenta um conjunto de datas que marcaram o longo caminho da constituição do SUS como a principal política pública de saúde brasileira, iniciando com a data de 1923 em que foi criada a CAP (Caixa de Aposentadoria e Pensão) e posteriormente transformada nos IAPS (Intituto de Aposentadoria e Pensão). Em 1965 houve a unificação dele no INPS. Em 1977 foi criado o Sistema Nacional de Assistência e Previdência Social (SINPAS), e, dentro dele, o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), que passa a ser o grande órgão governamental prestador da assistência médica. 
Em 1982 foi implementado o Programa de Ações Integradas de Saúde (PAIS), que dava particular ênfase na atenção primária, propunha a criação de sistemas de referência e contra-referência e a atribuição de prioridade para a rede pública de serviços de saúde, com complementação pela rede privada. A realização da VIII Conferência Nacional de Saúde, com intensa participação social, deu-se logo após o fim da ditadura militar iniciada em 1964, e consagrou uma concepção ampliada de saúde e o princípio da saúde como direito universal e como dever do Estado; princípios estes que seriam plenamente incorporados na Constituição de 1988.
 Nesse ano foram criados Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS) que tinham como principais diretrizes: universalização e equidade no acesso aos serviços de saúde; integralidade dos cuidados assistenciais; descentralização das ações de saúde; implementação de distritos sanitários. Em 1988, foi aprovada a “Constituição Cidadã”, que estabelece a saúde como “Direito de todos e dever do Estado”, estabelece, ainda, que o custeio do Sistema deverá ser essencialmente de recursos governamentais da União, estados e municípios. 1990 houve a Criação do Sistema Único de Saúde (SUS) que se deu através da Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990, que “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes” e com a Lei nº 8142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros Institui os Conselhos de Saúde e confere legitimidade aos organismos de representação de governos estaduais (CONASS - Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) e municipais (CONASEMS - Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde) Finalmente estava criado o arcabouço jurídico do Sistema Único de Saúde. 
No ano de 1993 foi publicada a NOB-SUS 93 estabelecendo o princípio da municipalização, a edição da NOB 96 representou a aproximação mais explícita com a proposta de um novo modelo de atenção, para isso, ela acelera a descentralização dos recursos federais em direção aos estados e municípios, consolidando a tendência à autonomia de gestão das esferas descentralizadas, no ano 2002 é editada a Norma Operacional de Assistência à Saúde/NOAS-SUS, cuja ênfase maior é no processo de regionalização do SUS. 
Apesar dos seus inegáveis avanços, a construção do SUS encontra vários entraves, entre os quais destaca-se, apenas dois, até porque eles com certeza impactam diretamente no seu trabalho como membro de uma equipe de saúde da família: o subfinanciamento e as insuficiências da gestão local do SUS.
O autor afirma que “ao lado dos inestimáveis avanços da inclusão, com a expansão dos serviços públicos, atendendo necessidades e direitos da população, permanece ainda um inaceitável porcentual de ações e serviços evitáveis ou desnecessários, bem como de tempos de espera para procedimentos mais sofisticados, geradores de profundos sofrimentos com agravamento de doenças e mortes evitáveis. Santos ainda aponta que “Os gestores municipais e estaduais do SUS, os trabalhadores de saúde e os prestadores de serviços encontram-se no sufoco e angústia de atender os sofrimentos e urgências de “hoje e ontem”, obrigados a reprimir demandas, sabendo penosamente que ações preventivas e de diagnósticos precoces impediriam o surgimento da maior parte de casos graves e urgentes, mas obrigados a priorizar os casos de maiores sofrimentos e urgências devido à insuficiência de recursos. O autor encerra o texto citando o Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e o Pacto de Gestão. 
“As Redes de Atenção à Saúde” de Eugênio Villaça Mendes e “Implantação das Redes de Atenção à Saúde e outras estratégias da SAS” disponível no Ministério da Saúde. 
O texto de Eugenio Mendes começa conceituando integração horizontal e vertical, em que a primeira se dá entre unidades produtivas iguais, com o objetivo de adensar a cadeia produtiva e, dessa forma, obter ganhos de escala e, consequentemente, maior eficiência e competitividade. Já a segunda, ao contrário, se dá entre unidades produtivas diferentes para configurar uma cadeia produtiva com maior agregação de valor. É o caso de uma empresa que começa com a mineração de ferro, depois agrega a produção de gusa, depois a produção de aço etc.
	Os processos de substituição são essenciais para que se possa alcançar o objetivo das RASs de prestar a atenção certa, no lugar certo, com o custo certo e no tempo certo. Essa substituição é definida como o reagrupamento contínuo de recursos entre e dentro dos serviços de saúde para explorar soluções melhores e de menores custos, em função das demandas e das necessidades da população e dos recursos disponíveis.As RASs podem estar, ou não, articuladas com territórios sanitários. As redes das organizações privadas, ainda que se dirijam a uma população definida, em geral, prescindem de territórios sanitários. Outro conceito fundamental na construção das redes de atenção à saúde é o de nível de atenção à saúde que se estruturam por arranjos produtivos conformados segundo as densidades tecnológicas singulares, variando do nível de menor densidade, a APS, ao de densidade tecnológica intermediária, a atenção secundária à saúde, até o de maior densidade tecnológica, a atenção terciária à saúde.
	O autor termina o texto conceituando as RAS como novas formas de organização social, do Estado ou da sociedade, intensivas em tecnologia de informação e baseadas na cooperação entre unidades dotadas de autonomia, coincidem em elementos comuns das redes: relações relativamente estáveis, autonomia, inexistência de hierarquia, compartilhamento de objetivos comuns, cooperação, confiança, interdependência e intercâmbio constante e duradouro de recursos. As redes têm sido propostas para administrar políticas e projetos em que os recursos são escassos e os problemas complexos; onde há interação de agentes públicos e privados, centrais e locais; onde se manifesta uma crescente demanda por benefícios e por participação cidadã.		
	Já o texto disponível no Ministério da Saúde inicia-se apresentando que ao final de 2010, como fruto de um grande acordo tripartite envolvendo Ministério da Saúde, Conass e Conasems, foi publicada a Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010, que estabelece diretrizes para organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), no qual consta a seguinte conceituação das RAS: “São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.”
Encontra-se como principais características das RAS: a formação de relações horizontais entre os pontos de atenção, tendo a Atenção Básica como centro de comunicação; a centralidade nas necessidades de saúde da população; a responsabilização por atenção contínua e integral; o cuidado multiprofissional; o compartilhamento de objetivos e o compromisso com resultados sanitários e econômicos.
A partir do referencial na Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010, foram discutidas no Grupo Técnico de Atenção (GTA) e pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), em 2011 e 2012, as seguintes temáticas das Redes de Atenção à Saúde: 1. Rede Cegonha: pré-natal; parto e nascimento; perpério e Atenção Integral à Saúde da Criança; sistema logístico: transporte sanitário e regulação. 2. Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE): promoção e prevenção; Atenção Primária: unidades básicas de Saúde; UPA e outros serviços com funcionamento 24 horas; Samu 192; portas hospitalares de atenção às urgências; leitos de retaguarda; Atenção Domiciliar e hospitais-dia. 3. Rede de Atenção Psicossocial (Raps): Eixo 1 – Ampliação do acesso à Rede de Atenção Integral de Saúde aos usuários de álcool, crack e outras drogas; Eixo 2 – Qualificação da rede de Rede de Atenção Integral de Saúde; Eixo 3 – Ações intersetoriais para reinserção social e reabilitação; Eixo 4 – Ações de prevenção e de redução de danos e Eixo 5 – Operacionalização da rede. 4. Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência: Atenção Básica; atenção especializada em reabilitação auditiva, física, intelectual, visual, ostomia e em múltiplas deficiências e atenção hospitalar e de urgência e emergência. 5. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas: Atenção Básica; atenção especializada (ambulatorial especializada; hospitalar e urgência e emergência); sistemas de apoio; sistemas logísticos e regulação.
Algumas Redes de Atenção à Saúde (RAS) possuem alguns planos que ou são dispositivos desencadeadores de sua organização ou se relacionam com aspectos que se destacam dentro de seu campo de atuação, e, ainda, envolvem outros setores e ministérios, sendo: A Rede de Urgência e Emergência e o “SOS-Emergências” (portas de entrada estratégicas) e o “Melhor em Casa” (Atenção Domiciliar); A Rede de Atenção Psicossocial e o Plano “Crack é possível vencer” (cuidados intersetoriais, que também envolvem vários ministérios para a atenção aos usuários do crack); A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e o Plano “Viver sem Limites” (cuidados intersetoriais, que também envolvem vários ministérios para a atenção à pessoa com deficiência).

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