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CÁLCULOS TRABALHISTAS 1 CÁLCULOS TRABALHISTAS 1- SALÁRIO - CONCEITO 1.1 - Salário A contraprestação em pecúnia ou em utilidade (in natura) devida ao empregado, pela prestação de serviços em decorrência do contrato de trabalho, independentemente da forma e do meio de pagamento, para retribuir o trabalho efetivo, os períodos de interrupção do contrato e os descansos incluídos na jornada de trabalho. 1.1.1 Salário Utilidade: É a contraprestação em utilidades pela prestação de serviços do empregado ao empregador, fornecida por esta àquele, em decorrência do contrato de trabalho. São utilidades, dentre outras, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura. Não são consideradas salário as seguintes utilidades: ���� Vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço. ���� Educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, inclusive valores relativos à matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático. ���� Transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público. ���� Assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro- saúde. ���� Seguro de vida e de acidentes pessoais. ���� Previdência privada. Artigo 458, parágrafo 2º da CLT. 1.1.2.Habitação - Alimentação - Descontos Quanto às utilidades habitação e alimentação, consideradas parte integrante da remuneração, caso o empregador as forneça e decida descontar parte do empregado, desde que este tenha concordado, o desconto não poderá exceder os limites de 25% e 20%, respectivamente. Artigo 458, parágrafo 3º da CLT. 2 1.2 - Salário Mínimo (art. 76 da CLT e art. 7º, IV da CF) É a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo empregado, inclusive o rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim. 1.3 – Remuneração (artigo 457 da CLT) A remuneração equivale à contraprestação de trabalho, em sentido amplo, compreendendo além do salário fixo e/ou variável, as gorjetas, gratificações, abonos, adicionais, prêmios e outros valores que são pagos ao empregado, para retribuir períodos de efetivo trabalho, descansos remunerados, interrupções do contrato de trabalho e os descansos incluídos na jornada de trabalho. Portanto, é a soma do salário com as vantagens percebidas pelo empregado em decorrência do contrato de trabalho. Assim, a remuneração é o gênero do qual o salário é a espécie. 1.3.1 - Comissões e percentagens São as quantias preestabelecidas que o trabalhador recebe por unidade de serviço prestado ou calculados em forma de percentual sobre o valor unitário ou global dos negócios realizados. Percentagem é a modalidade de comissão. 1.3.2 – Gorjeta (art.457, § 3º da CLT) Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada a distribuição aos empregados. 1.3.3- Ajuda de custo É o valor atribuído ao empregado, pago de uma única vez, para cobrir eventual despesa por ele realizada ou em virtude de serviço externo, a que se obrigou a realizar, tem natureza indenizatória e não salarial. 1.3.4 - Diárias de viagem São valores pagos de maneira habitual, para cobrir despesas necessárias à execução de serviço externo realizado pelo empregado, como despesas de transporte, alimentação, alojamento, etc. As diárias de viagem integram o salário, quando excedentes de 50% do salário do empregado, considerando-se o valor total, e não só a parte excedente. Na hipótese de apresentação de notas para prestação de contas, as diárias não integrarão o salário, mesmo que 50% do salário. 3 1.3.5 - Gratificações Integram a remuneração, mesmo anual, paga a qualquer título, por ajuste tácito ou expresso. Mesmo que seja paga por liberalidade do empregador, mas havendo conexão com o trabalho exercido pelo empregado na empresa, integrará a remuneração para todos os efeitos legais. 1.3.6- Prêmios Constituem formas de incentivo, objetivando maior participação do empregado no trabalho, com maior rendimento e melhor comportamento, podem resultar dos contratos individuais de trabalho, acordos, convenções coletivas e regulamentos da empresa. Exemplos: • prêmio-assiduidade – em razão da freqüência do empregado • prêmio-antiguidade – em razão do tempo de serviço na empresa • prêmio-produção – quando a causa do pagamento tem por base uma determinada produção a se atingir. 1.3- Abonos É um valor concedido pelo empregador por mera liberalidade ou através de acordo, convenção ou dissídio coletivo e, ainda, por força de dispositivo legal. Integra a remuneração para todos os efeitos legais, salvo se houver legislação dispondo o contrário. 1.5- Adiantamento salarial A empresa não está obrigada legalmente a conceder adiantamento salarial ao empregado, salvo se esta obrigatoriedade estiver prevista em cláusula de documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional. Caso a empresa já esteja concedendo, por força do documento coletivo ou por liberalidade, não poderá suprimi-lo, sob pena de caracterizar alteração contratual prejudicial ao empregado. 4 O sistema disponibiliza no cadastro do funcionário formas de pagamento, como mensalista, comissionista entre outros. 5 Podemos processar a Folha Mensal, Adiantamento Salarial entre outros processos por funcionário ou para toda a empresa. 6 7 8 1.6 - Adicionais É a forma legal que majora salário em decorrência da maior dificuldade ou condições mais penosas em que se executa o trabalho. Podem ser convencionados entre as partes (empregado e empregador), através de convenção, acordo ou dissídio coletivo. Ex.: adicional por tempo de serviço (anuênios, qüinqüênios, etc.), adicional de função, entre outros. Os adicionais previstos na legislação trabalhista, são em decorrência de: • horas extras – 50%, no mínimo, sobre a hora normal • trabalho noturno urbano – 20 %, no mínimo, sobre a hora diurna • trabalho noturno rural – 25 %, no mínimo, sobre a hora diurna • transferência de local de trabalho – 25% do salário, enquanto durar a situação • trabalho perigoso – 30% sobre o salário sem acréscimos • trabalho insalubre – 40%, 20%, 10% - conforme o grau de risco máximo, médio e mínimo. 1.6.1 – Periculosidade: são consideradas perigosas as atividades que impliquem no contato permanente com inflamáveis, explosivos ou energia elétrica. Artigo 193 da CLT O trabalho em condições insalubres assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário contratual sem acréscimo de gratificações, prêmios ou participações no lucro. Exemplo: ���� Saláriomensal: R$ 1.250,00 Adicional de periculosidade: R$ 1.250,00 x 30% = R$ 375,00 ���� Salário diário: R$ 48,00 Remuneração: R$ 48,00 x 30 = R$ 1.440,00 Adicional de periculosidade: R$ 1.440,00 x 30% = R$ 432,00 ���� Salário-hora: R$ 4,30 Remuneração: R$ 4,30 x 220 = R$ 946,00 Adicional de periculosidade: R$ 946,00 x 30% = R$ 283,80 9 O adicional de periculosidade dos empregados contratados por dia e por hora, deve incidir também sobre o valor do repouso semanal remunerado, pois este também integra o salário do empregado. O adicional de periculosidade não incide sobre adicionais que são pagos juntamente com o salário ao empregado. Porém, em relação aos eletricitários o adicional deve incidir sobre a remuneração, ou seja, sobre o valor total das parcelas de natureza salarial. Parágrafo 1º do art. 193 da CLT Súmula 191 do TST: Adicional – Periculosidade – Incidência – Nova redação. “O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.” Admissão – rescisão – afastamento: O empregado admitido, dispensado ou afastado no curso do mês, tem direito apenas ao adicional calculado proporcionalmente ao número de dias efetivamente trabalhados. Exemplo: Admissão: 15/09/2016 Salário Mensal: R$1.000,00 Adicional de periculosidade: R$ 300,00 Salário acrescido de periculosidade: R$ 1.300,00 Salário proporcional acrescido de periculosidade: R$ 693,33 Dias Trabalhados em setembro: 16 R$ 1.000,00 x 30% = R$ 300,00 R$ 300,00 ÷ 30 = R$ 10,00 x 16 – dias trabalhados = R$ 160,00 R$ 1.000,00 ÷ 30= R$ 33,33 x 16 – dias trabalhados = R$ 533,33 R$ 160,00+ R$ 533,33 = R$ 693,33 Faltas injustificadas: O empregado que injustificadamente faltar ao serviço estará sujeito ao desconto dos dias que tiver faltado e do adicional de periculosidade proporcional àqueles dias. Exemplo: Salário mensal: R$ 1.784,00 Faltas injustificadas: 02 Adicional de periculosidade: R$ 535,20 Desconto do adicional de periculosidade: R$ 34,53 Desconto do salário mensal: R$ 115,09 10 Salário com desconto das faltas: R$ 2.164,59 R$ 1.784,00 x 30% = R$ 535,20 R$ 535,20 ÷ 30 = R$ 17,84 x 2 = R$ 35,68 R$ 1.784,00 ÷ 30 = R$ 59,46 x 2 = R$ 118,93 R$ 35,68 + R$ 118,93 = R$ 154,61 R$ 1.784,00 + 535,20 = R$ 2.319,20 R$ 2.319,20 – R$ 154,61 = R$ 2164,59 1.6.2 –Insalubridade: As atividades insalubres são aquelas que expõem os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza, intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos. Artigo 192 da CLT O exercício do trabalho em condição insalubre, acima do limite de tolerância estabelecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, desde que impraticável a neutralização ou eliminação, assegura a percepção de um dos seguintes adicionais. A base de cálculo sobre a qual incidem é o salário mínimo, salvo disposição mais benéfica em documento coletivo da categoria: Grau máximo: 40% - R$ 880,00 x 40% = R$ 352,00 Grau médio: 20% - R$ 880,00 x 20% = R$ 176,00 Grau mínimo: 10% - R$ 880,00 x 10% = R$ 88,00 Exemplo: Salário mensal: R$ 1.800,00 Adicional de insalubridade grau máximo: 40% Adicional de insalubridade: R$ 352,00 Salário mensal acrescido de insalubridade: R$ 2.152,00 R$ 880,00 x 40% = R$ 352,00 R$ 1.800,00 + R$ 352,00 = R$ 2.152,00 Admissão - rescisão – afastamento: O empregado admitido, dispensado ou afastado no curso do mês, tem direito apenas ao adicional calculado proporcionalmente ao número de dias efetivamente trabalhados. Exemplo: Salário Mensal: R$ 1.504,00 Data da rescisão: 17/09 Adicional de insalubridade grau médio: 20% Valor do adicional de insalubridade: R$ 176,00 Saldo de salário acrescido do adicional de insalubridade: R$ 951,83 R$ 880,00 x 20% = R$ 176,00 R$ 1.504,00 + R$ 176,00,00 = R$ 1.680,00 R$ 176,00 ÷ 30 = R$ 5,86 x 17 – dias trabalhados = R$ 99,62 11 R$ 1.504,00 ÷ 30 = R$ 50,13 x 17 – dias trabalhados = R$ 852,21 R$ 852,21 + R$ 99,62 = R$ 951,83 1.6.3 - Horas extras: Hora extra é a prorrogação da jornada normal de trabalho, até o limite de 2 horas por dia, isto é, a jornada normal de trabalho somente poderá ser acrescida de no máximo 2 horas diárias mediante acordo escrito entre empregado e empregador ou contrato coletivo de trabalho. Para que seja realizada legalmente a jornada de trabalho, incluindo sua prorrogação, não poderá ultrapassar o total de 10 horas por dia. Art. 59 da CLT As horas extras deverão ser remuneradas com adicional mínimo de 50% do valor da hora normal. Constituição Federal art. 7º, inciso XVI. Percentuais superiores poderão ser fixados através de documento coletivo de trabalho. Poderão realizar horas extras os empregados cujos salários foram estipulados por comissão. Será devido a estes empregados o respectivo adicional de trabalho extraordinário, tendo em vista que as comissões auferidas durante a prorrogação da jornada de trabalho serão pagas juntamente as comissões auferidas durante a jornada normal de trabalho. Neste caso o adicional será calculado com base no valor-hora do total de comissões auferidas no mês, conforme orienta a Súmula 340 do TST. Súmula 340 do TST; “O empregado sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor- hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas.” Artigo 7º, inciso XVI da Constituição Federal e Súmula 340. Para o cálculo do adicional será observado o seguinte critério: a) Total das comissões auferidas durante o mês (jornada normal e jornada extraordinária) dividido pelas horas efetivamente trabalhadas (incluídas horas extras e excluídas as horas do DSR). b) Resultado da operação anterior multiplicado por 0,50 (adicional de trabalho extraordinário – 50%). c) Resultado da operação anterior multiplicado pelo número de horas extras realizadas no mês. 12 Poderão ser realizadas horas extras juntamente com a compensação de horas, desde que a jornada de trabalho total, incluída a hora extra e a compensação, não seja superior a 10 horas por dia. Os empregados que trabalham sob o regime de tempo parcial não poderão realizar horas extras. Artigo 59, parágrafo 4º da CLT. Exemplo salário mensal: Salário: R$ 1.110,00 Quantidade de dias com horas extras: 26 Quantidade de horas extras realizadas no mês: 52 Adicional de horas extras: 60% (documento coletivo de trabalho) R$ 1.110,00 ÷ 220 = R$ 5,04 R$ 5,04 x 1,60 = R$ 8,06 52 x R$ 8,06 =R$ 419,32 R$ 1.110,00 + R$ 419,32= R$1529,32 Artigo 59 parágrafo 1º da CLT Exemplo salário-comissão: Comissões: R$ 2.513,25 (inclusive as relativas ao período de horas extras) Jornada de trabalho semanal: 44 horas Horas efetivamente trabalhadas – julho: 200 horas(inclusive as horas extras Salário-hora comissão: R$ 2.513,25 ÷ 200 = R$ 12,66 Adicional de hora extra da comissão: R$ 12,56 x 50% = R$ 6,28 Quantidade de horas extras realizadas no mês: 52 horas Valor do adicional das horas extras realizadas: 52 x R$ 6,28 = R$ 326,72 Horas extras com adicional de periculosidade: Para o pagamento das horas extras ao empregado exposto a periculosidade, os adicionais de hora extra e de periculosidade serão acrescentados, cumulativamente, ao salário-hora.Súmula 264 do TST: “Para o cálculo, divide-se o salário contratual acrescido do adicional de periculosidade pela jornada de trabalho mensal, acrescenta-se a este resultado o adicional de hora extra, e finalmente, multiplica-se este resultado pela quantidade de horas extras realizadas no respectivo mês.” Exemplo: Salário: R$ 1.800,00 Periculosidade 30%: R$ 540,00 Quantidade de horas extras: 48 Salário-hora: R$ Salário-hora extra com periculosidade: R$ 203,76 13 R$ 1.800,00 x 30% = R$ 540,00 R$ 1.800,00 + R$ 540,00 = R$ 2.340,00 R$ 2.340,00 ÷ 220 horas = R$ 10,63 R$ 10,63 x 50% = R$ 5,31 R$ 10,63 + R$ 5,31 = R$ 15,94 R$ 15,94 x 48 = R$ 765,12 Horas extras com adicional de insalubridade: Da mesma forma no cálculo das horas extras será acrescido o adicional de insalubridade à base de cálculo. Artigo 60 da CLT e Súmula 264 do TST Exemplo: Salário mensal: R$ 1.530,00 Adicional de insalubridade grau médio: 20% Valor do adicional de insalubridade: R$ 176,00 Adicional de hora extra: 50% Quantidade de horas extras: 48 Salário-hora acrescido do adicional de insalubridade: R$ 7,75 Salário-hora extra acrescido do adicional de insalubridade: R$ 11,62 Valor da Hora Extra acrescida do adicional de periculosidade: R$ 557,76 R$ 880,00 x 20% = R$ 176,00 R$ 1.530,00 + R$ 176,00 = R$ 1.706,00 R$ 1.706,00 ÷ 220 horas = R$ 7,75 R$ 7,75 x 50% = R$ 3,87 R$ 3,87 + R$ 7,75 = R$ 11,62 48 x R$ 11,62 = R$ 557,76 Horas extras com adicional noturno: As horas extras realizadas no período noturno serão calculadas com base no valor do salário-hora acrescido do adicional noturno. Súmula 264 do TST Exemplo: Salário mensal: R$ 980,00 Jornada de trabalho mensal: 180 Adicional noturno: 30% (documento coletivo de trabalho) Quantidade de horas extras noturnas: 52 Adicional de hora extra: 60% (documento coletivo de trabalho) Valor total das horas extras noturnas: R$ 588,32 R$ 980,00 ÷ 180 = R$ 5,44 R$ 5,44 x 30% = R$1,63 – valor da hora noturna R$ 5,44 + R$ 1,63= R$ 7,07 R$ 7,07 x 60% = R$ 11,31 – valor da hora extra noturna 14 R$ 11,31 x 52 = R$ 588,32 SUPRESSÃO DE HORAS EXTRAS: As horas extras prestadas durante pelo menos 1 ano, se suprimidas pelo empregador, será assegurado ao empregado o direito a uma indenização correspondente ao valor de um mês das horas suprimidas para cada ano ou ano e fração igual ou superior a 6 meses de prestação de serviço acima da jornada normal. Súmula 291 do TST: “Para o cálculo, será efetuada a média das horas efetivamente trabalhadas nos últimos 12 meses, multiplicadas pelo valor da hora extra do dia da supressão, e o resultado será multiplicado pela quantidade de anos, sendo considerado mais um ano a fração igual ou superior a 6 meses.” Exemplo: Empregado faz horas extras durante 02 anos e 07 meses. No mês da supressão o salário contratual do empregado era R$ 1.745,00. Nos últimos 12 meses realizou 528 horas extras: R$ 528 ÷ 12 = 44 R$ 1.745,00 ÷ 220 = R$ 7,93 R$ 7,93 x 50% = R$ 3,96 R$ 7,93 + R$ 3,96 = R$ 11,89 R$ 11,89 x 44 = médias das últimos 12 meses = R$ 523,16 R$ 523,16 x 3 (quantidade de tempo de horas extras realizadas) = R$ 1.569,48 1.7 - Descontos nos salários (art. 462 da CLT) Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será licito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo (má-fé) do empregado. 1.8- Prazo de pagamento (art. 458 da CLT) O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a um mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações, as quais só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem. Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o 5º dia útil do mês subsequente ao vencido. Na contagem dos dias será incluído o sábado, excluindo-se o domingo e os feriados, inclusive os municipais. Quando estipulado por semana ou quinzena, deverá ser efetuado até o 5º dia após o vencimento. 15 O sistema Folha Phoenix disponibiliza os lançamentos para comissão, periculosidade, insalubridade, horas extras entre outras verbas adicionais. 16 2. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO 2.1.Direito: Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 horas consecutivas aos domingos e conforme as exigências técnicas do serviço, nos feriados civis ou religiosos, de acordo com a tradição local. Portanto, é vedado o trabalho nos dias de repouso. Artigos 67 da CLT e artigo 1º da Lei 605/49 2.2.Integração ao salário: Súmula 91 do TST: O repouso semanal remunerado, inclusive o feriado, compõe o salário do empregado para todos os efeitos legais e com ele deve ser pago. Seu valor deve ser lançado discriminadamente em folha e em recibo de pagamento de salário, exceto quando se tratar de empregado contratado por mês, situação em que o repouso semanal remunerado está inserido no valor estipulado. 2.3.Horas extras – reflexos – lançamento discriminado Tendo sido realizadas horas extras, deverá ser destacada em folha e recibo de pagamento, sua repercussão no repouso, inclusive para o empregado mensalista. Artigo 7º da Lei 605/49 17 2.4.Trabalho aos Domingos - Escala de revezamento: Nas atividades em que se faz necessário o trabalho aos domingos deverá ser obtido autorização prévia do Ministério do Trabalho e Emprego, salvo quando se tratar daquelas atividades que já tiverem sido previamente autorizadas por decreto federal. Para que seja atendida a obrigação legal de conceder um descanso semanal ao empregado, será organizada uma escala de revezamento mensal, que deverá constar em quadro sujeito à fiscalização. Artigo 67 parágrafo único da CLT 2.4.1.Trabalho do homem: O modelo da escala de revezamento é de livre escolha do empregador e deve ser organizada de forma que num período máximo de 3 semanas de trabalho, cada empregado usufrua pelo menos um domingo de folga. Artigos 6º , 6º-A e 6º-B, na redação dada pela Lei nº. 11.603/2007, 2.4.2.Trabalho da mulher: Para o trabalho da mulher, a escala de revezamento deve ser organizada de forma que seja concedido um repouso semanal no domingo a cada 15 dias. Artigo 386 da CLT Ao processar a folha com as verbas adicionais, como hora extra e comissões, o sistema calculará automaticamente o DSR sobre as verbais adicionais. 18 2.5.Valor: 2.5.1.Diarista – Semanalista – Quinzenalista – Mensalista: Corresponde a um dia normal de salário. O repouso semanal remunerado nas seguintes modalidades de contratação corresponde: Tipo de remuneração Valor Valor do DSR Diarista Salário-dia 50,00 50,00 Semanalista Salário semanal 350,00 ÷ 06 58,33 Quinzenalista Salário quinzenal 800,00 ÷ 15 53,33 Mensalista Salário mensal 1.58,00 ÷ 30 52,66 Lembra-se que o valor do repouso semanal remunerado dos empregados contratados por mês, já está inserido no salário contratual, não havendo necessidade de calcular separadamente seu valor, ficando assim vedado sua discriminação em folha e recibo de pagamento. 2.5.2.Horista: Corresponde a sua jornada normal de trabalho. Salário-hora:R$ 15,00 Jornada normal detrabalho: 06:00 horas por dia Repouso semanal remunerado: R$ 15,00 x 06:00 = R$ 90,00 2.5.3.Tarefeiro: Corresponde a 1/6 do valor total das tarefas ou peças produzidas durante o horário normal 19 de trabalho. Para apuração do valor total das tarefas ou peças produzidas, deve-se multiplicar a quantidade total pelo valor estipulado em contrato para cada unidade. Salário por tarefa: R$ 18,00 Quantidade de tarefas da semana: 60 Salário por tarefa na semana: R$ 18,00 x 60 = R$ 1.080,00 Dias trabalhados na semana:06 Repouso semanal remunerado: R$ 1.080,00 ÷ 6 =R$ 180,00 2.5.4.Comissionista: Corresponde ao valor das comissões auferidas na semana, dividido pelo número dias úteis da mesma semana. Valor total das comissões auferidas na semana: R$ 1.820,00 Número de dias úteis da semana: 06 Repouso semanal remunerado: R$ 1.820,00 ÷ 6 = R$ 303,33 2.5.4.1.Comissionista – cálculo mensal Para o cálculo mensal divide-se o valor total das comissões auferidas pelo número de dias úteis e o resultado multiplica-se pelo número de domingos e feriados do respectivo mês: Valor total das comissões auferidas no mês: R$ 3.500,00 Número de dias úteis do mês: 25 Número de feriados e domingos do mês:05 Repouso semanal remunerado: R$ 3.500,00 ÷ 25 = R$ 140,00 x 5 = R$ 700,00 2.5.5.Trabalho em Domicílio: O valor do repouso semanal remunerado dos empregados que trabalham em domicílio, desde que seus salários tenham sido estipulados por unidade de produção, corresponderá a 1/6 do valor total da produção realizada durante a semana. Exemplo: Valor total da produção da semana: R$ 860,00 Repouso semanal remunerado: R$ 860,00 ÷ 6 = R$ 143,33 2.5.6.Trabalho em dias alternados: O repouso semanal remunerado do empregado contratado para trabalhar em apenas alguns dias da semana, desde que sua jornada de trabalho seja uniforme, corresponde ao mesmo número de horas de uma jornada de trabalho diária. 20 Exemplo: Dias trabalhados na semana 03 Remuneração da semana: R$ 400,00 Repouso semanal remunerado: R$ 400,00 ÷ 3 = R$ 133,33 Tratando-se de jornada de trabalho não uniforme, ou seja, cada jornada possui um número de horas diferente, o repouso semanal remunerado será calculado mediante a divisão do ganho semanal pelo número de dias efetivamente trabalhados na semana. Exemplo: Empregado trabalha segunda, quarta e sexta, sendo que na segunda sua jornada de trabalho é de 6 horas, na quarta, de 5 horas e na sexta, de 8 horas. Seu salário foi estipulado por hora e o valor da hora é de R$ 10,50 Neste caso o repouso semanal remunerado deverá ser calculado mediante divisão do número total de horas da semana por 3. Dias trabalhados na semana: 03 Jornada de trabalho da semana:19 Salário-hora: R$ 10,50 Remuneração da semana: 19 x R$ 10,50 = R$ 199,50 Repouso semanal remunerado: R$ 199,50 ÷ 3 = R$ 66,50 2.5.7.Horas extras: As horas extras habitualmente prestadas devem repercutir no repouso semanal remunerado. Assim, para o cálculo do reflexo das horas extras no repouso semanal remunerado, deve-se dividir o valor total das horas extras prestadas durante o mês pelo número de dias úteis e o resultado desta operação multiplicar pelo número de domingos e feriados existentes no mês. Artigo 7º da Lei 605/49 Exemplo: Salário-hora: R$ 8,00 Número de horas extras realizadas no mês: 42 Salário-hora acrescido do adicional de horas extras: R$ 8,00 x 50% = R$ 4,00 (R$ 8,00 + R$ 4,00 = R$ 12,00 Valor total das horas extras do mês: R$ 12,00 x 42 =R$ 504,00 Reflexo das horas extras no RSR: R$ 504,00 ÷ 24= R$ 21,00 x 6 = R$ 126,00 2.5.8.Horas noturnas: O adicional noturno pago com habitualidade integra o salário do empregado para todos os efeitos legais. Portanto, repercute também na remuneração do repouso semanal remunerado. 21 Para o cálculo do reflexo do adicional noturno no repouso semanal remunerado utiliza-se o mesmo critério adotado para o cálculo do reflexo das horas extras, salvo se a jornada de trabalho estiver totalmente inserida no período noturno, situação em que o adicional incidirá sobre o salário integral. Exemplo de jornada de trabalho totalmente inserida no período noturno: Jornada de trabalho das 22:00 às 05:00 horas Salário mensal: R$ 1.700,00 Adicional noturno: R$ 1.700,00 x 20% = R$ 340,00 Súmula 60 do TST 2.5.9.Insalubridade: Tendo em vista que adicional de insalubridade é calculado com base no valor do salário mínimo, e que este se refere ao mês integral, não se calcula o reflexo do adicional no repouso semanal remunerado, pois este está naquele inserido. 2.5.10.Periculosidade: O mesmo critério deve ser adotado para o adicional de insalubridade. 2.5.11.Gorjetas: A Justiça do Trabalho, por meio da Súmula 354 do Tribunal Superior do Trabalho, entende que as gorjetas não repercutem no repouso semanal remunerado. Súmula 354 do TST: Gorjetas. Natureza jurídica. Repercussões. Revisão da Súmula 290. “As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.” 2.6.Trabalho em dias de repouso: O trabalho nos dias de repouso é vedado, entretanto, tendo havido trabalho neste dia deve ser garantida a respectiva remuneração. 2.6.1.Pagamento em dobro: O trabalho realizado em dia feriado, desde que não determinado outro dia de folga, deverá ser pago em dobro. A expressão em dobro, conforme entendimento da Justiça do Trabalho significa o valor das horas efetivamente trabalhadas no feriado pagas em dobro, independentemente do valor do repouso semanal remunerado já assegurado pelo cumprimento da jornada semanal integral. 22 Salário mensal: R$ 1.660,00 Salário-hora:R$ 1.660,00 ÷ 220 = R$ 7,54 Valor das horas do feriado: R$ 7,54 x 7,3333 = R$ 55,29 Valor da dobra das horas do feriado: R$ 55,29 x 2 = R$ 110,58 Total a receber no mês: R$ 1.660,00 + R$ 110,58 = R$ 1.770,58 As decisões da Justiça do Trabalho são no sentido de que a dobra se refere às horas efetivamente trabalhadas no dia destinado ao descanso, independentemente do valor do repouso semanal remunerado legalmente já assegurado no salário do empregado. Sendo assim, serão pagas em dobro as horas trabalhadas no dia de repouso sem prejuízo do valor relativo ao repouso semanal remunerado a ser pago juntamente com o salário do empregado. Súmula 146 do TST: Trabalho em domingos e feriados, não compensado - Nova redação: “O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.” 2.7.Desconto do repouso semanal remunerado: Para que o empregado tenha direito ao repouso semanal remunerado é necessário que o seu horário de trabalho seja integralmente cumprido, sem faltas, atrasos, ausências por suspensões disciplinares ou saídas durante o expediente. 2.7.1.Mensalistas: Há polêmica quanto ao desconto ou não do descanso semanal remunerado do empregado mensalista, quando faltam ao serviço sem justificativa legal, em virtude do disposto nos artigos 6º e 7º, parágrafo 2º, ambos da Lei 605/49: “Art.6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho”. Art.7º......................... Parágrafo 2º Consideram-se já remunerados os dias de Repouso Semanal do empregado mensalista ou quinzenalista, cujo cálculo de salário mensal ou quinzenal, ou cujos descontos por falta sejamefetuados na base do número de dias do mês ou de 30(trinta) e 15 (quinze) diárias, respectivamente” Há corrente jurisprudencial entendendo que o mensalista não está sujeito à assiduidade para fazer jus ao repouso semanal remunerado, ou seja, ainda que falte ao trabalho sem justificativa legal terá direito ao mencionado repouso, visto que este é considerado já 23 remunerado, descontando-se apenas o valor do dia da falta. Esse entendimento, contudo, não é pacífico, pois outra corrente jurisprudencial entende que deve ser efetuado o desconto, não só do dia da ausência, como também do repouso semanal remunerado. Assim, o empregador pode adotar qualquer dos procedimentos expostos. Entretanto, se tiver adotado o critério de não desconto do repouso semanal remunerado do mensalista e vier a fazê-lo, poderá ser surpreendida com a argüição de nulidade dessa alteração por contrariar o artigo 468 da CLT, que considera lícita apenas alteração que não resulte, direta ou indiretamente, em prejuízos ao empregado. Exemplo: Salário mensal: R$ 1.581,00 Faltas injustificadas: 03 Faltas nos dias:04, 11 e 22 de dezembro/15. Desconto dos domingos: 05, 12 e 19 de dezembro/15 R$ 1.581,00 ÷ 30 = R$ 52,70 R$ 52,70 x 3 = R$ 52,70 (dias 05, 12 e 19 de dezembro/15) R$ 1581,00 – R$ 52,70 = R$ 1.528,00 2.7.2.Horista – Diarista – Semanalista: O direito ao repouso semanal remunerado do horista, diarista e do semanalista, também está vinculado ao cumprimento integral da jornada de trabalho da semana anterior, ou seja, do cumprimento integral da jornada de trabalho daquele período. Cabe lembrar que, caso o empregador venha adotando o critério de não desconto do repouso semanal remunerado para tais empregados não poderá passar a descontar, sob pena de arguição de nulidade dessa alteração por ofensa ao princípio da inalterabilidade das condições contratuais que implique, direta ou indiretamente, em prejuízos ao empregado. 2.8.Admissão ou demissão no curso da semana: 2.8.1.Admissão: O empregado admitido no decorrer da semana também terá direito ao repouso semanal remunerado. O procedimento acima leva em consideração o fato de o empregado ter sido admitido no curso da semana, e por esta razão não há obrigatoriedade do trabalho nos dias anteriores à admissão. Assim, o empregador por ter admitido um empregado no decorrer da semana assume, normalmente, o pagamento do respectivo repouso semanal, salvo se o empregado nos dias posteriores à admissão tiver incorrido em faltas ou atrasos injustificados. 2.8.2.Demissão: 24 Perde o direito ao repouso semanal remunerado se o contrato for rescindido até sexta-feira, por não ter cumprido integralmente a jornada de trabalho semanal (jornada de trabalho semanal de segunda a sábado). 2.9.Intervalo entre jornadas: É garantido ao empregado um intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre 2 jornadas de trabalho, devendo estas horas serem acrescidas às horas do descanso semanal remunerado de 24 horas totalizando 35 horas de paralisação no trabalho. Quando o empregador adota escala de revezamento deve observado esse intervalo mínimo de 35 horas na troca de turno de uma semana para outra, sob pena de ficarem obrigadas a remunerar as horas não concedidas como extras, conforme entendimento da Justiça do Trabalho, por meio da Súmula 110 do TST. Súmula 110 do TST Turnos de trabalho: A – das 8 às 16 horas B – das 16 às 24 horas C – das 24 às 8 horas Turno B: Saída: sábado às 24 horas. Entrada: segunda-feira às 8 horas. Intervalo: 32 horas (24 horas e 8 horas de intervalo entre jornadas). Remuneração extra: 3 horas (35 horas – 32 horas) Artigo 66 da CLT 2.10.Feriado em domingo: Quando o feriado recair no domingo ou no dia do repouso durante a semana para os que trabalham em regime de escala de revezamento, o pagamento do repouso corresponderá a um só dia não sendo cumulativas as remunerações. No cadastro do funcionário temos a disponibilidade das formas de pagamento para horista, tarefeiro, comissionista entre outras situações. 25 26 JORNADA DE TRABALHO 3 - Duração normal A jornada máxima diária de trabalho é de 8 horas diárias, não podendo exceder a 44 horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou convenção coletiva. art. 58 da CLT e art. 7º, XIII da CF Em qualquer atividade privada a duração da jornada de trabalho não poderá exceder 8 horas diárias ou 44 horas semanais, totalizando 220 horas mensais. Lembre-se de que 7.33 não significa 7 horas e trinta e três minutos, pois este valor esta em centésimas e teremos que transformá-lo em horas, se não vejamos: 0.33 x 60 = 20 minutos - Para legislação trabalhista sábado é considerado dia útil. 3.1 - Intervalos para repouso e alimentação (art. 71 da CLT) O intervalo destinado ao repouso ou alimentação é considerado período de suspensão da jornada de trabalho, portanto, não são nela computados. Tais intervalos são os seguintes: Jornada de trabalho Intervalo Jornada de até 4 horas Não há intervalo Jornada de 4 a 6 horas Intervalo obrigatório de 15 minutos Jornada superior a 6 horas Intervalo mínimo de 1 hora e máximo de 2 horas 3.1.1 - Intervalo – não concessão: Quando o intervalo para repouso ou alimentação não for concedido conforme a legislação, o empregador ficará obrigado a remunerar o período correspondente com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da hora normal. Reiteramos, porém, que o fato da empresa remunerar o respectivo período com acréscimo de 50%, não inibirá o auditor Fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego de autuá-la, em eventual fiscalização, por não ter concedido o intervalo. 27 3.2 - Sobreaviso entre jornadas de trabalho: Para os empregados que estejam obrigados a permanecer em regime de sobreaviso, após o término de sua jornada de trabalho portando telefone celular, por exemplo, o entendimento doutrinário e jurisprudencial predominante, é no sentido de que se aplica, por analogia, o regime de sobreaviso dos ferroviários. Neste caso sua remuneração será calculada por uma das 03 formas abaixo mencionadas: 1ª Corrente: Considera-se como de serviço o período em que o empregado está à disposição do empregador, aguardando ordens. A remuneração das horas de sobreaviso é no valor de 1/3 do salário-hora normal. Exemplo: Empregado em 8h de sobreaviso: - salário-hora normal R$ 4,80 - salário-hora de sobreaviso = R$ 4,80 : 3 = R$ 1,60 Devido = R$ 1,60 X 8h = R$ 12,80; 2ª Corrente: O empregado não faz jus à remuneração das horas de sobreaviso, por não caracterizar tempo à disposição do empregador. Serão, entretanto, remuneradas com o respectivo adicional apenas as horas em que tenha efetivamente executado serviço extra. Exemplo: Empregado em 8h de sobreaviso: - salário-hora normal R$ 4,80 - salário-hora de sobreaviso = R$ 4,80 x 50% = R$ 7,20 (R$ 2,40 + R$ 4,80) Devido = R$ 7,20 x 8 = R$ 57,60 28 3ª Corrente: Além de 1/3 do salário-hora por hora de sobreaviso, deve o empregado perceber a remuneração correspondente às horas extras trabalhadas, quando ocorrer a chamada para o serviço extraordinário. Cabe ao empregador definir a forma de remuneração mais adequada para a sua atividade. Nota: Em decorrência dos valores pagos a título de sobreavisopossuir natureza salarial, este integrará a remuneração do empregado para todos os efeitos, inclusive para o DSR. 3.3 - Compensação de horas: A compensação de horas é o acordo escrito, individual ou coletivo, entre o empregador e seus empregados, que autoriza a prorrogação da jornada de trabalho durante determinado período, mediante a correspondente diminuição de jornada em outro período, de forma que o número total de horas efetivamente trabalhadas no período vigência do acordo não ultrapasse o número total de horas estabelecido em contrato de trabalho ou o limite legal para o mesmo período. Neste caso, por se tratar de compensação de horas, é dispensado o acréscimo de 50% sobre o valor da hora extraordinária. Por outro lado jornada de trabalho acrescida da prorrogação de horas não poderá exceder o limite diário de 10 horas por dia. Caso a jornada de trabalho diária seja inferior a 8 horas, o limite a ser observado é de 2 horas de prorrogação. Empregado em 8h de sobreaviso, sendo 4horas pagos a 1/3 e 4 horas a título de hora extra: 1/3: - salário-hora normal R$ 4,80 - salário-hora de sobreaviso = R$ 4,80: 3 = R$ 1,60 - R$ 4,80 + R$ 1,60 = R$ 6,40 - 1/3 de horas de sobreaviso: R$ 6,40 x 4 = R$ 25,60 Hora extra: - salário-hora: R$ 4,80 - hora extra: R$ 4,80 x 50%= R$ 2,40 - R$ 4,80 + R$ 2,40 = R$ 7,20 - R$ 7,20 x 4 – horas extras = R$ 28,80 29 3.1 - Rescisão - horas não compensadas - banco de horas: Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação das horas extras trabalhadas, o empregado terá direito ao pagamento destas horas, com o acréscimo de 50%. 3.2 - Compensação do Sábado: Assim, tratando-se de acordo de compensação integral de horas do sábado, a jornada diária pode ser de 08:48:00 horas de segunda à sexta ou outra que as partes estabelecerem, desde que não ultrapasse o limite de 10 horas por dia e nem 44 horas semanais. Artigo 59 da CLT 1º Exemplo: Empregado com jornada de 8 horas diárias – segunda á sexta-feira e 4 horas no sábado, temos: 4 x 60 = 240 240 : 5 = 48 minutos Neste caso, o empregado deverá trabalhar 08:48 minutos de segunda a sexta-feira, compensando o sábado. 2º Exemplo: Empregado com jornada de 8 horas diárias – segunda á sexta-feira e 4 horas no sábado, temos: Segunda a quinta-feira – empregado terá a seguinte jornada: Início: 08:00 Intervalo: 12:00 às 13:00 Término da jornada: 17:00 Compensação da jornada de 1:00 Sexta-Feira o empregado terá a seguinte jornada: Início: 08:00 Intervalo: 12:00 às 13:00 Término da jornada: 17:00 30 4 - TRABALHO NOTURNO: (art. 73 da CLT; art. 7°, IX e XXXIII da CF; Lei n° 5.889/73 e Decreto n° 73.626/74) O trabalho noturno exige maior esforço do indivíduo, tendo em vista que este horário normalmente é destinado ao descanso. Em função desta particularidade, a legislação determina que hora noturna seja reduzida e melhor remunerada, mediante o pagamento de um adicional, denominado adicional noturno. O trabalho noturno é assim definido, conforme o quadro abaixo: Atividade Horário Atividade Duração Adicional Urbana 22:00 horas às 05:00 horas - 00:52:30 hora 20% Rural 21:00 horas às 05:00 horas Lavoura 01:00:00 hora 25% Rural 20:00 horas às 04:00 horas Pecuária 01:00:00 hora 25% Conversão do Trabalho normal em trabalho noturno – Equivalência Horária: O tempo de efetivo trabalho diurno ou normal pode ser convertido para o noturno mediante a seguinte fórmula: 52,50 1 60 X 52,50 X = 60 x 1 52,50X = 60 X = 60 = 1,1428571 - (equivalência em horas) 52,50 Tabela: Para facilitar os cálculos relativos ao horário noturno, elaboramos adiante a tabela de equivalência de horas entre o trabalho diurno e noturno. Trabalho Noturno/Diurno (Normal) - Equivalências - Horas Horas Normais Efetivamente Trabalhadas no Período Noturno (Horário de Relógio das 22 às Jornada de Trabalho Equivalente (Horário Normal Acrescido de 14,28571%) Quantidade de Horas Noturnas a Pagar - Nº. Multiplicador (*) 31 5h) 1 hora ( 60 minutos) 01h08min34s 1,1428571 2 horas (120 minutos) 02h17min08s 2,2857142 3 horas (180 minutos) 03h25min42s 3,4285713 4 horas (240 minutos) 04h34min17s 4,5714284 5 horas (300 minutos) 05h42min51s 5,7142855 6 horas (360 minutos) 06h51min25s 6,8571426 7 horas (420 minutos) 08h00min00s 8,0000000 Equivalência em Minutos: 1,1428571 = 0,01904762 60 Conversão de Segundos: 0,01904762 = 0,00031746 60 Contagem – Tabela: A jornada de trabalho no período noturno observa a seguinte tabela: Das 22:00:00 h + 52:30 às 22:52:30 1ª h. noturna Das 22:52:30 h + 52:30 às 23:45:00 2ª h. noturna Das 23:45:00 h + 52:30 às 00:37:30 3ª h. noturna Das 00:37:30 h + 52:30 às 01:30:00 4ª h. noturna Das 01:30:00 h + 52:30 às 02:22:30 5ª h. noturna Das 02:22:30 h + 52:30 às 03:15:00 6ª h. noturna Das 03:15:00 h + 52:30 às 04:07:30 7ª h. noturna Das 04:07:30 h + 52:30 às 05:00:00 8ª h. noturna 4.1 – Menores: O trabalho em horário noturno é proibido aos menores de 18 anos, de ambos os sexos. 4.2 - Remuneração adicional da hora noturna: A Constituição Federal assegura remuneração superior para o trabalho noturno. A legislação assegura aos empregados urbanos uma remuneração adicional para o trabalho noturno de 20% e para os empregados rurais de 25% sobre a hora normal. Por meio dos documentos coletivos de trabalho cada categoria pode estipular percentual superior ao definido na legislação. 32 Assim, a cada período de 52min 30seg (1 hora noturna) será remunerado com o respectivo adicional noturno. Os adicionais por trabalho noturno devem ser discriminados em folha de pagamento. Exemplo: Jornada: 7:20 horas por dia de segunda a sábado (44 semanais e 220 mensais) Remuneração: R$ 3.300,00 mensais ou R$ 15,00 por hora (R$ 3.300,00 : 220 horas) Entrada: 22:00 horas Intervalo: das 2:00 às 3:00 horas (60 minutos = 1 hora) Saída: 5h29m. Valor do adicional noturno: R$ 20,57 * Determinação do horário de saída: 22:00 às 23:00 23:00 às 24:00 24:00 às 1:00 1:00 às 2:00 2:00 às 3:00 – intervalo para alimentação 3:00 às 4:00 4:00 às 5:00 Total = 6 horas trabalhadas de 60 minutos 60 : 52:5 = 1,1428571 6 x 1,1428571 = 6.8571426 = 6 horas trabalhadas 8571426 x 60 minutos = 51 minutos 428556 x 60 minutos = 25 segundos Total = 6:51:25 Às 5:00 horas da manhã o empregado trabalhou 6:51:25, para completar 07:20 de trabalho o empregado terá de trabalhar mais 29 minutos, portanto, o horário de saída do mesmo será: 5h:29m Assim, temos: Das 22:00 às 5:00 ( horário noturno) = 7 horas no relógio, menos 1:00 de intervalo, totalizam 6 horas no relógio, equivalendo a 6h51m25s noturnas, portanto para completar a jornada de 7:20 horas deverá encerrar o expediente às 5h28m35s. 33 * Quantidade e valor das horas noturnas a pagar: • 6h x R$ 15,00 (valor/hora normal) = R$ 102,86 * Cálculo do adicional noturno: • R$ 102,86 x 20% = R$ 20,57 * Valor total das horas noturnas a pagar: • R$ 102,86+ R$ 20,57 = R$ 123,43, ou 6h x 1,1428571 = 6,8571426 6,8571426 x R$ 15,00 = R$ 102,86 R$ 102,86 x 1,20 (adicional noturno) = R$ 123,43 * Reflexo das horas noturnas no DSR: R$ 20,57 : 25 dias úteis X 5 DSR = R$ 4,18 Hora extra noturna O trabalho executado no período das 22:00 horas de um dia até as 5:00 horas do dia seguinte, será pago com adicional mínimo de 20% sobre o valor da hora normal. Havendo prestação de horas extras, estas serão calculadas mediante a aplicação dos adicionais cumulativamente, ou seja, salário-hora acrescido do adicional noturno, e resultado acrescido do adicional de trabalho extraordinário. Exemplo: 34 Determinação do valor da jornada diária de 7 horas e 20 minutos e do horário de saída do serviço, de um empregado com salário de R$ 1,480,00 mensais (base 220 horas),contratado em regime de prorrogação de horas (2 horas extras), cujo horário normal de entrada em serviço é às 19 horas, de 2ª feira a sábado, com 1 hora para repouso ou alimentação, das 23 às 24 horas. - Salário mensal: R$ 480,00 - Salário-hora normal: R$ 6,72 = R$ 1.480 ÷ 220 - Salário-hora noturno: R$ 6,72 + R$ 1,43 = R$ 8,15 (R$ 6,72 x 20% = R$ 1,34) - Salário-hora extra noturno: R$ 8,15 + R$ 4,07 = R$ 12,22 (R$ 8,15 x 50%= R$ 4,07) - Duração da jornada: 9,3333333 horas, ou seja, 3 horas diurnas (das 19:00h às22:00h), 4,3333333 horas noturnas (das 22:00h às 02h47min30s) menos 1 hora de 60minutos de intervalo para refeição e mais 2 horas extras noturnas (das 02h47min30sàs 04h32min30s). Integração da insalubridade e periculosidade no cálculo do adicional noturno Muito embora a legislação seja omissa acerca da integração do adicional de insalubridade e periculosidade no salário do empregado para fins do cálculo do adicional noturno, o entendimento a Justiça do Trabalho é neste sentido. Portanto, caberá à empresa compor a base de cálculo do adicional noturno (salário-hora), com inclusão dos adicionais de insalubridade e periculosidade. Transferência para o período diurno Muito se discute sobre a possibilidade da supressão do adicional noturno quando da transferência do empregado que trabalha no período noturno para o período diurno, em face do que dispõe o art. 468 da CLT (Princípio da Inalterabilidade do Contrato de Trabalho). Entretanto, o TST, em sessão de 18.12.86, aprovou o seguinte Enunciado nº. 265: “A transferência para o período diurno de trabalho implica na perda do direito ao adicional noturno.” Adicional noturno-trabalho após às 5:00 hora-direito Embora inexista na legislação qualquer dispositivo legal neste sentido, a Justiça do Trabalho tem entendido que o trabalho exercido após as 5:00 horas, em continuação à jornada noturna, é considerado prorrogação desta, e por consequência, deverá ser remunerado com o adicional noturno. 35 Súmula do TST nº. 60. Adicional noturno - Integração no salário e prorrogação em horário diurno. “I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT.” Intervalo no período noturno-60 minutos Os intervalos que forem concedidos entre as 22:00 horas de um dia e as 5:00 horas do dia seguinte terão sua duração computada de acordo com o horário diurno, sem a redução da hora noturna. Portanto, o intervalo durante o período noturno, para uma jornada de 8 horas, deverá ser de 60 minutos e não de 52 minutos e 30 segundos. Jornada 12 x 36 O turno de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso não possui previsão legal. Entretanto, alguns acordos ou convenções coletivas estabelecem em suas cláusulas a possibilidade de referida jornada, tendo em vista a natureza e peculiaridades dos serviços (ex.: médicos, enfermeiras), contudo a jurisprudência trabalhista não é pacífica a respeito do assunto. Nesta hipótese, ficará a cargo da autoridade competente o julgamento da questão, na ocorrência de eventual reclamação trabalhista ou autuação pela fiscalização. Exceções (art. 62 da CLT): Em alguns casos as normas de duração do trabalho não são aplicadas, são eles: a) os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na CTPS e no registro de empregados; b) os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, os diretores e chefes de departamento ou filial. Entretanto, serão aplicadas as normas de duração do trabalho ao empregados mencionados na letra “b”, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%. 36 O sistema folha Phoenix disponibiliza o formulário de Acordo de Compensação de Horas Trabalhadas. 37 Modelo de Acordo de Compensação de Horas (na semana) 38 O sistema folha Phoenix disponibiliza o cálculo para o Adicional Noturno. 39 5 - TRANSFERÊNCIA DE EMPREGADO: O empregado que tenha sido transferido, provisoriamente, para outra localidade, desde que tenha ocorrido mudança de domicilio, terá direito, enquanto durar esta situação, ao adicional de transferência de 25% sobre o salário contratual. Exemplo: Empregado cujo salário é de R$ 1.530,00 foi transferido por 2 anos para outra localidade, com a finalidade implantar um novo sistema de trabalho na filial. Durante este tempo passará receber adicional de transferência. R$ 1.530,00 x 25% = R$ 382,50 R$ 1.530,00 + R$ 382,50 = R$ 1.912,50 Muito embora tenha sido calculado o valor total do salário do empregado, obrigatoriamente deverá o empregador discriminar, em folha de pagamento, cada parcela que esteja sendo paga, tanto a relativa ao salário contratual quanto aquela relativa ao adicional de transferência. Artigos 469 e 470 da CLT 40 Você conseguirá efetuar a transferência dos funcionários pelo sistema folha Phoenix 41 6 - FÉRIAS 6.1. Direito: A Constituição Federal assegura o direito a um período anual de férias, remuneradas com pelo menos um terço a mais do que o salário normal. Artigo 7º, inciso XVII da Constituição Federal. A regulamentação deste direito, cuja finalidade básica é a recuperação das forças gastas pelo empregado no decurso de 12 meses de trabalho, está nos artigos 129 a 153 da Consolidação das Leis do Trabalho. Todo empregado tem direito a um período anual de férias, sem prejuízo da remuneração, o qual é concedido por iniciativa do empregador, na época que lhe seja mais adequada, não podendo ultrapassar o prazo de 12 meses seguintes à aquisição do direito pelo empregado, sob pena de pagamento em dobro da respectiva remuneração e sujeição à multa administrativa. Artigo 129 da CLT 42 6.2.Escala: Após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias na seguinte proporção: Dias de férias Faltas injustificadas 30 até 05 24 de 06 a 14 18 de 15 a 23 12 de 24 a32 Conclui-se que não terá direito à férias o empregado que tiver faltado por mais de 32 dias durante todo o período aquisitivo. A falta injustificada a que se refere a legislação é a ausência do empregado para cuja ocorrência não haja motivo ou justificativa legal. Não se consideram faltas injustificadas as ausências expressamente justificadas por lei ou abonadas por liberalidade do empregador. Artigo 130 da CLT 6.3.Faltas não computadas (justificadas ou abonadas): A legislação trabalhista vigente estabelece quais são as faltas que devem ser abonadas e que conseqüentemente não reduzem o período de descanso das férias do empregado. São elas: a) 2 dias consecutivos úteis Falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa viva sob sua dependência econômica (Artigo 473 da CLT). b) 3 dias consecutivos úteis Casamento do empregado (Artigo 473 da CLT). c) 5 dias corridos Licença-paternidade, enquanto não fixado outro prazo em lei. (Artigo 7º, inciso XIX, da Constituição Federal c/c artigo 10 parágrafo 1º do ADCT). d) 1 dia a cada período de 12 meses de trabalho, para doação voluntária de sangue, devidamente comprovada (Artigo 473 inciso IV da CLT). e) 2 dias consecutivos ou não, para alistamento eleitoral (Artigo 473 inciso V da CLT). 43 f) Período de tempo para cumprimento das exigências do serviço militar (Artigo 473 inciso VI da CLT). g) Dias de realização de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior (Artigo 473 inciso VII da CLT). h) 120 dias de afastamento a título de licença maternidade (Artigo 392 da CLT). i) Por motivo de acidente do trabalho ou incapacidade por doença, salvo se o benefício perdurar por mais de 6 meses, ainda que descontínuos, dentro de um mesmo período aquisitivo, hipótese em que o empregado não tem direito às férias (Artigos 133 da CLT e 63 da Lei 8.213/91). j) Justificada pelo empregador, ou seja, a que não tiver determinado o desconto do correspondente salário. l) Durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido (Artigo 131 inciso V da CLT). m) Nos dias em que não tenha serviço, exceto se o empregado deixar de trabalhar por mais de 30 dias, com percepção de salário, caso em que não faz jus a férias (Artigo 133 inciso II da CLT). n) Comparecimento para depor como testemunha, quando devidamente arrolado ou convocado (Artigos 822 da CLT, 419, parágrafo único do CPC e 453, parágrafo único do CPP). o) Comparecimento como parte à Justiça do Trabalho (Súmula 155 do TST). p) Para servir como jurado (Artigo 430 c/c 434 do CPP). q) Afastamento por doença ou acidente do trabalho, nos 15 primeiros dias pagos pelo empregador, mediante comprovação (Artigo 60 parágrafo 3º da Lei 8.213/91). r) Convocação para serviço eleitoral (Artigo 365 da Lei 4737/65). s) Greve - desde que tenha havido acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho dispondo sobre a manutenção dos direitos trabalhistas aos grevistas durante a paralisação das atividades (Lei 7.783/89). t) Período de freqüência em curso de aprendizagem (Decretos-leis 8.622/46, 4.481/42 e 9.576/46). u) 9 dias, por motivo de casamento ou falecimento de cônjuge, pai, mãe ou filho, em caso de professor (Artigo 320 parágrafo 3º da CLT). 44 v) Outros motivos previstos em acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho do sindicato representativo da categoria profissional. Assim, o empregador deverá verificar as faltas injustificadas ocorridas no decorrer do período aquisitivo de férias, para apurar o número de dias de férias a que o empregado terá direito e efetuará a concessão na forma e no prazo legalmente estabelecidos. 6.4.Não aquisição do direito: Não adquire direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: � Pedido de Demissão - Recontratação Pedir demissão e não for readmitido dentro de 60 dias subseqüentes à sua saída. Esta regra tornou-se inaplicável, pois atualmente o empregado que pede demissão antes de completar 12 meses de vigência do contrato de trabalho, tem direito ao pagamento das férias proporcionais, conforme determina a Convenção 132 da Organização Internacional do Trabalho e a Súmula 261 do Tribunal Superior do Trabalho. Tanto é assim, que se o empregado for readmitido antes de 60 dias, não será computado o período aquisitivo do contrato de trabalho anterior, uma vez que por ocasião da rescisão contratual este foi devidamente indenizado do período proporcional de férias. � Licença remunerada Permanecer em licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias. A licença remunerada não é disciplinada por lei trabalhista, ficando a sua concessão a critério do próprio empregador. Uma vez concedida ocorrerá a suspensão do contrato de trabalho. Observação: Indaga-se se ocorrer essa situação o empregado perderá o direito ao terço constitucional ou não. Diante de tal indagação surgiram duas correntes de entendimento, sendo que a primeira entende que o acessório (1/3 da CF) acompanha o principal (férias). Logo, a perda do direito a férias acarreta, também, a perda do respectivo acréscimo constitucional. A segunda corrente entende que a licença remunerada deve ser entendida como substituição do direito a férias. Assim, se a remuneração do período de licença resultar em importância inferior ao que equivaler às férias já acrescidas de 1/3 da CF, o empregado faz jus ao recebimento da diferença. � Deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 dias em virtude de paralisação total ou parcial do serviço �Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente do trabalho ou de auxílio doença por mais de 6 meses, embora descontínuos Exemplo: 45 Período aquisitivo: 22/04/2013 a 21/04/2014 Afastamento: 01/06/2013 a 27/09/2013 (doença) Período de afastamento: 3 meses e 27 dias Novo afastamento: 01/01/2014 a 31/03/2014 (acidente do trabalho) Período de afastamento: 3 meses Houve perda do direito por ter permanecido afastado por mais de mais de 6 meses, no mesmo período aquisitivo. Observe-se que um novo período aquisitivo terá início quando, após o implemento de qualquer das condições acima previstas, o empregado retornar ao serviço, devendo a interrupção da prestação de serviço ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social. Artigo 133 da CLT 6.5.Serviço militar obrigatório: O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para prestar serviço militar obrigatório computa-se no período aquisitivo, desde que ele compareça ao estabelecimento dentro do prazo de 90 dias da data em que se verificar a respectiva baixa. Portanto, o período de afastamento não é computado para efeito de férias, sendo considerado o período anteriormente trabalhado e complementado com o tempo que falta quanto o empregado retornar ao serviço. Exemplo: Início do período aquisitivo:01/08/2014 Início do serviço militar: 01/01/2015 Término do serviço militar:31/12/2015 Retorno ao serviço: 9/01/2016 Término do período aquisitivo: 18/08/2016 Artigo 132 da CLT 01/08/2014 até 01/01/2015 = 5/12 + 9/01/2016 até 18/08/2016 = 7/12 6.6.Concessão das férias: As férias devem ser concedidas nos 12 meses subsequentes ao término do período aquisitivo. Este período denomina-se período concessivo, ou seja, aquele em que o empregador deve conceder as férias ao empregado, contando-se o referido período a partir do 1º dia após o empregado ter adquirido o direito, até completar 12 meses. Deve-se observar que o período de férias (descanso e abono pecuniário, se for o caso)deverá iniciar e terminar dentro desses 12 meses, pois se ultrapassar este período, o 46 empregador pagará a remuneração em dobro. Como regra, as férias devem ser concedidas em um só período, tendo em vista sua própria finalidade, ou seja, que o empregado tenha o tempo necessário para recuperar as energias despendidas durante o período de trabalho. Para tanto, poderá o empregador efetuar o controle das concessões, através da escala anual de férias. Artigo 134 da CLT 6.7.Abono Pecuniário: É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. Assim, conforme o número de dias corridos de férias a que faz jus, o empregado pode pleitear a conversão e o pagamento do abono pecuniário na seguinte proporção: Abono pecuniário Férias descansadas Faltas injustificadas 10 20 30 dias – até 05 faltas 08 16 24 dias – de 06 a 14 faltas 06 12 18 dias – de 15 a 23 faltas 04 08 12 dias – de 24 a 32 faltas Artigo 143 da CLT 6.7.1.Requerimento - Prazo: O abono pecuniário deve ser requerido pelo empregado, até 15 dias antes do término do período aquisitivo. Se for requerido após o citado prazo, a concessão ou não do abono fica a critério do empregador. Artigo 143 parágrafo 1º da CLT 6.7.2.Dobra das férias: Nesta hipótese, se solicitado, o abono também é devido em dobro. A remuneração relativa a 10, 8, 6 ou 4 dias, conforme o caso é paga em dobro, embora o empregado trabalhe apenas o correspondente à metade, ou seja, 10, 8, 6 ou 4 dias, conforme o limite de faltas injustificadas . Artigo 137 da CLT 6.7.3.Prazo para pagamento: O pagamento do abono vincula-se à concessão das férias. Vale dizer, não há pagamento de abono sem o respectivo descanso. 47 O prazo de pagamento é de 2 dias, no mínimo, do respectivo período, independentemente de ter concedido antes ou depois do período de descanso. Artigo 145 da CLT 6.7.4.Dispensa no período de abono pecuniário: Nos dias a serem trabalhados durante o período convertido em abono pecuniário, o contrato de trabalho vigora plenamente, com a prestação normal dos serviços por parte do empregado. Assim, entende-se que é permitido ao empregador dispensar o empregado durante tal período, não estando afastada, contudo, a possibilidade de manifestação em sentido contrário da Justiça do Trabalho no caso de uma eventual reclamação trabalhista. 6.7.5.Terço constitucional: O cálculo de 1/3 constitucional também será calculado com base no valor do abono pecuniário. Sendo assim, deverá constar discriminadamente no recibo de férias o valor do abono pecuniário, e separadamente o valor de 1/3 constitucional sobre aquele. 6.8.Menores de 18 e maiores de 50 anos de idade: As férias sempre são concedidas, de uma só vez, aos menores de 18 e maiores de 50 anos de idade. Devem, portanto, descansar integralmente o período de férias, segundo a aquisição do respectivo direito: 30, 24, 18 ou 12 dias, conforme o número de faltas injustificadas no curso desse período aquisitivo. Artigo 134 parágrafo 2º da CLT 6.9.Remuneração: O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão. Observar que, se após o pagamento da remuneração de férias (na vigência do contrato de trabalho ou na rescisão) ocorrer reajustamento salarial, respectivamente, no mês da concessão ou da indenização, o empregado terá direito às diferenças apuradas, inclusive em relação ao terço constitucional e, se for o caso, também quanto ao abono Pecuniário. Artigo 142 da CLT 48 Exemplos: 6.10.Mensalistas: Remuneração mensal vigente no mês da concessão das férias acrescidas de 1/3 constitucional. Férias em fevereiro: Empregado com salário mensal de R$ 2.800,00, entrará em férias a partir do dia 01 de fevereiro até 02 de março. Empregado tem 2 dependentes para imposto de renda R$ 2.800,00 R$ 2.800,00 ÷ 3 = R$ 933,33 R$ 2.800,00 + R$ 933,33= R$ 3.733,33 Desconto da contribuição previdenciária: R$ 3.733,33 x 11% = R$ 410,66 Desconto de Imposto de Renda Retido da Fonte: R$ 86,72 R$ 3.733,33 R$ - 379,18 (dependentes) - R$ 189,59 x 2 = R$ 379,18 R$ - 410,66 (INSS) R$ 2.943,49 R$ 2.943,49 x 15% = R$ 441,52 R$ 441.52 – R$ 354,80 ( dedução da tabela) = R$ 86,72 Valor líquido das férias: R$ 3.733,33 R$ 410,66 (INSS) (-) R$ 86,72(IRRF) (-) R$ 3.235,95 (valor líquido) 6.11.Horista: Remuneração horária vigente no mês da concessão das férias, multiplicada pelo número de horas correspondentes aos dias em que o empregado estará em férias, acrescidas de 1/3 constitucional. Exemplo: Um empregado horista, com jornada de trabalho de 7:20 horas e salário-hora de R$ 8,25, entrará em férias no período de 01 a 30 de agosto, o cálculo deverá ser da seguinte forma: Empregado tem 01 dependente. 7,33333333 x 30 = 220 220 x R$ 8,25 = R$ 1.815,00 R$ 1.815,00 ÷ 3= R$ 605,00 49 R$ 1.815,00 + R$ 605,00 = R$ 2.420,00 Desconto da contribuição previdenciária: R$ 2.420,00 x 9% = R$ 217,80 Desconto do imposto de renda retido na fonte: R$ 00,00 R$ 2.420,00 R$ 189,59 (dependente) (-) R$ 2.230,41 R$ 217,80 (INSS) (-) R$ 2.012,61 R$ 2.012,61 x 7,5%= R$ 150,94 R$ 150,94 – R$ 142,80 = R$ 8,13 (De acordo com o artigo 724 do Regulamento de Imposto de Renda – Decreto n.º 3.000/99, fica dispensada a retenção do Imposto de Renda de valor igual ou inferior a R$ 10,00, incidente sobre rendimentos que devam integrar a base de cálculo do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual, obrigatória a todos os contribuintes do Imposto de Renda que se trate de beneficiário pessoa física (empregado, autônomo). Valor líquido das férias: R$ 2.420,00 R$ 217,80 (INSS) (-) R$ 2.202,20 (valor líquido) 6.12.Diarista: Remuneração diária vigente no mês da concessão das férias, multiplicada pelo número de dias de férias a que o empregado fizer jus, acrescidas de 1/3 constitucional. Exemplo: Admitindo que um empregado diarista perceba R$ 48,00 por dia, e tenha iniciado o período de férias a partir de 01 de agosto/2006, por 30 dias, o cálculo da respectiva remuneração será o seguinte: Empregado tem 3 dependentes: R$ 48,00 x 30 = R$ 1.440,00 R$ 1.440,00 ÷ 3 = R$ 480,00 R$ 1.440,00 + R$ 480,00 = R$ 1.920,00 Desconto da contribuição previdenciária: R$ 1.920,00 x 9% = R$ 172,80 Desconto do imposto de renda retido na fonte: Valor não tributável R$ 1.920,00 R$ 568,77 (dependentes) (-) R$ 189,59 x 3 = R$ 568,77 R$ 1.351,23 50 R$ 172,80 (INSS) (-) R$ 1.178,43 Este valor não está sujeito à incidência do imposto de renda na fonte por ser inferior ao valor mínimo tributável. Valor líquido das férias: R$ 1.920,00 R$ 172,80 (INSS) (-) R$ 1.747,20 (valor líquido) 6.13.Comissão: Apura-se a média percebida pelo empregado nos 12 meses que precederam a concessão das férias, acrescentando-se o respectivo 1/3 constitucional. Exemplo: Supondo-se que um empregado comissionista tenha usufruído férias de 01 a 30 de junho de 2016 tendo percebido as comissões adiante demonstradas, (já incluídas da integração do repouso semanal remunerado) nos 12 meses que precederem a concessão das mesmas, e que também perceba, como salário fixo, o valor de R$ 1.700,00: Empregado tem apenas 1 dependente para dedução do imposto de renda. MESES COMISSÕES E DSR Junho/15 R$ 490,00 Julho/15 R$ 580,00 Agosto/15 R$ 443,00 Setembro/15 R$ 446,00 Outubro/15 R$ 448,00 Novembro/15 R$ 451,00 Dezembro/15 R$ 853,00 Janeiro/16 R$ 857,00Fevereiro/16 R$ 961,00 Março/16 R$ 965,00 Abril/16 R$ 1.590,00 Maio/16 R$ 2.750,00 TOTAL R$ 10.834,00 Cálculo do salário variável: R$ 10.834,00 ÷ 12 = R$ 902,83 R$ 902,83: 3 = R$ 300,94 R$ 902,83 + R$ 300,94 =R$ 1.203,77 Cálculo do salário fixo: R$ 1.700,00 : 3 = R$ 566,66 51 R$ 1.700,00 + R$ 566,66= R$ 2.266,66 Remuneração total de férias: R$ 1.203,77 + R$ 2.266,66= R$ 3.470,43 Desconto da contribuição previdenciária: R$ 3.470,43 x 11% = R$ 381,74 Desconto do imposto de renda retido na fonte: R$ 80,06 R$ 3.470,43 R$ 381,74 (INSS) (-) R$ 189,59 (dependente) (-) R$ 2.899,10 R$ 2.899,10 x 15% = R$ 434,86 R$ 434,86 – R$ 354,80 = R$ 80,06 Valor líquido das férias: R$ 3.470,43 R$ 434,86 (INSS) (-) R$ 80,06 (IRRF) (-) R$ 2.955,51 (valor líquido) 6.14.Adicionais: Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre, perigoso e por transferência são computados no salário que serve de base de cálculo das férias. Também caberá o pagamento de 1/3 constitucional sobre a mesma base de cálculo. Exemplo: Número de horas extras no período aquisitivo: 396 horas Média mensal de horas extras: 33 horas Salário mensal: R$ 1.520,00 Jornada de trabalho mensal: 180 horas Salário-hora normal: R$ 8,44 Adicional da hora extra no período: 50% Valor da hora extra: R$ 8,44 x 50% = R$ 12,66 Empregado tem 2 dependentes para dedução do imposto de renda. 396 ÷12 = 33 R$ 1.520,00 ÷180= R$ 8,44 R$ 8,44 x 50%= R$12,66 33 x R$ 12,66 = R$ 417,78 R$1.520,00 + R$ 417,78 = R$ 1.937,78 R$1.937,78 ÷ 3= R$ 645,92 R$1.937,78 + R$ 645,92= R$ 2.583,70 52 Desconto da contribuição previdenciária: R$ 2.583,70 x 9 % = R$ 232,53 Desconto do imposto de renda retido na fonte: R$ 00,00 R$ 2.583,70 R$ 379,18 (dependentes) (-) R$ 189,59 x 2 = R$ 379,18 R$ 2.204,52 R$ 232,53 (INSS) (-) R$ 1.971,99 Este valor não está sujeito à incidência do imposto de renda na fonte por ser inferior ao valor mínimo tributável. Valor líquido das férias: R$ 2.583,70 R$ 232,53 (INSS) (-) R$ 2.351,17 (valor líquido) 6.15.Trabalho em alguns dias da semana: Nesta hipótese, o empregado também faz jus a 30, 24, 18 ou 12 dias de férias, conforme o número de faltas injustificadas no período aquisitivo, percebendo, neste caso, a remuneração que receberia se neste período estivesse trabalhando. Exemplo: Um empregado diarista contratado para trabalhar segundas, quartas e sextas, permanecerá em férias durante 30 dias, que serão usufruídas entre os dias 03/01/e 01/02/. Sua remuneração relativa a este período corresponde a 13 dias, além da remuneração do repouso semanal remunerado. Mês do início das férias: Janeiro Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado -- 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 -- -- -- Mês do término das férias: 53 Fevereiro Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado -- -- -- -- 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 -- -- -- Período de férias Salário-dia: R$ 86,00 Período de descanso: 03 de janeiro a 01 de fevereiro Quantidade de dias de descanso: 13 Repouso semanal remunerado: R$ 86,00 Quantidade de repousos: 04 Remuneração dias férias: 13 x R$ 86,00 = R$ 1.118,00 Remuneração DSR de férias: 4 x R$ 86,00 = R$ 344,00 Remuneração total de férias: R$ 1.118,00+ R$ 344,00 = R$ 1.462,00 1/3 constitucional: R$ 1.462,00 ÷ 3 = R$ 487,33 Total geral: R$ 1.462,00 + R$ 487,33 = R$ 1.949,33 Desconto da contribuição previdenciária: R$ 1.949,33 x 9 % = R$ 175,43 Desconto do imposto de renda retido na fonte: valor não tributável Valor líquido das férias: R$ 1.949,33 R$ 175,43 (INSS) (-) R$ 1.773,90 (valor líquido) 6.16.Salário-utilidade: Computa-se na base de cálculo das férias a parte do salário paga em utilidades (alimentação, habitação e outras prestações in natura). Contudo, as utilidades usufruídas durante as férias (habitação, por exemplo) não são computadas, salvo para o cálculo do terço constitucional de férias, o qual deverá ser apurado e pago separadamente. Exemplo: 54 Empregado que tem alimentação e habitação fornecidas pelo empregador, em forma de salário utilidade, cujo salário contratual é de R$ 2.000,00. Este empregado não possui dependente para fins de imposto de renda. Concessão de férias em outubro/2016, entre os dias 02 a 31. O valor diário da alimentação é de R$ 20,00. Empregado não tem dependentes para dedução do imposto de renda. Alimentação: Valor total concedido pelo empregador no mês de 26 dias úteis: R$ 520,00 Valor custeado pelo empregado: R$ 400,00 Valor do salário in natura: R$ 120,00 Alimentação diária R$ 20,00 R$ 20,00 x 26 = R$ 520,00 (Caso a empresa fosse inscrita no PAT, descontaria do empregado R$ 104,00 = R$ 520,00 x 20% ) Habitação: Valor do aluguel do imóvel: R$ 800,00 Valor custeado pelo empregado: R$ 500,00 Valor do salário in natura: R$ 300,00 Salário Contratual R$ 2.000,00 x 25% ( desconto previsto no artigo 458 da CLT) = R$ 500,00 Remuneração de férias: Salário contratual: R$ 2.000,00 Salário in natura-alimentação: R$ 120,00 Remuneração total de férias R$ 2.120,00 Salário in natura – habitação R$ 300,00 Total: R$ 2.420,00 (Habitação entrará apenas para o cálculo do 1/3 Constitucional, uma vez que, no período das férias o empregado está utilizando do salário in natura, ou seja, continua usufruindo no imóvel pago pelo empregador). 1/3 constitucional remuneração de férias total: R$ 2.420,00 ÷ 3 = R$ 806,66 Remuneração de férias acrescidas de 1/3 = R$ 2.420,00 + R$ 806,66 = R$ 3.226,66 Desconto da contribuição previdenciária: R$ 3.226,66 x 11 % = R$ 354,93 Desconto do imposto de renda retido na fonte: R$ 75,95 55 R$ 3.226,66 - R$ 354,93 (INSS) = R$ 2.871,73 R$ 2.871,73 x 15% = R$ 430,75 R$ 430,75 - R$ 354,80 = R$ 75,95 Valor líquido das férias: R$ 3.226,66 R$ 354,93 (INSS) (-) R$ 2.871,73 R$ 75,95 (IR) (-) R$ 2.795,78 R$ 400,00 (custeio empregado - alimentação) (-) R$ 2.395,78 R$ 500,00 (custeio empregado - habitação) (-) R$ 1.895,78 (valor líquido) 6.17.Pagamento em dobro: O empregado adquire direito à remuneração em dobro das férias quando as mesmas não são concedidas pelo empregador nos 12 meses subseqüentes à aquisição do respectivo direito. Nessas condições, faz jus ao dobro da remuneração correspondente ao direito adquirido. Logo, o empregado com direito há 30 dias corridos de férias faz jus à remuneração dobrada, inclusive a do adicional de 1/3. O descanso, contudo, corresponde a 30 dias. O pagamento de férias em dobro tem, por conseguinte, caráter de penalidade, imposta ao empregador que descumpre o prazo legal de concessão. Daí o descanso ser simples e a remuneração dobrada. Utiliza-se a expressão pagamento em dobro, quando do vencimento do 2º período de férias, o que equivale dizer término do período concessivo, conforme quadro abaixo: PERÍODO PERÍODO REMUNERAÇÃO EM 56 AQUISITIVO CONCESSIVO DOBRO 02/01/2013 a 01/01/2014 02/01/2014
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