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AULA 2-Direito_Constitucional_Tributario_hemeneutica

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A competência para legislar sobre o direito tributário:
Significa o poder determinado pela Carta Magna atribuindo poderes para editar leis sobre os tributos e as relações jurídicas decorrentes da aplicação das mesmas. 
Entende-se como regras as serem traçadas sobre o exercício do poder de tributar, ou seja, quem tem o poder.
Competência tributária:
É o poder estabelecido na própria Constituição a quem deverá editar as leis que instituam tributos.
OBS: Compete à União editar normas gerais sobre a matéria tributária, pois caso contrário, os Estados e o Distrito Federal não teriam a competência legislativa para atender as necessidades necessárias.
A Constituição Federal não criou os tributos, apenas estabeleceu a competência (regra matriz de cada tributo) para que as pessoas políticas os criassem através de lei. Assim, não é a Constituição Federal que obriga o pagamento de um tributo, mas a lei.
Complementando, a expressão Competência Tributária pode ser definida como o poder, atribuído pela Constituição Federal, observadas as normas gerais de Direito Tributário, de instituir, cobrar e fiscalizar o tributo, compreendendo a competência legislativa, administrativa e judicante. 
Acompanhe outras definições:
• parcela do poder de tributar conferida pela Constituição a cada ente político para criar tributos;
• aptidão para criar, in abstracto, tributos;
• limite do poder fiscal para legislar e cobrar tributos.
Espécies de Competência Tributária:
- Competência Comum: É aquela atribuída a uma ou mais entidades políticas. Ex: a que "possibilita a cobrança de taxas" e "contribuição de melhorias".
- Competência Cumulativa: "Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais."
- Competência Privativa: "ocorre quando apenas uma pessoa política pode tributar determinado fato, excluindo-se a competência dos demais entes (ex.: IPI)". Os empréstimos compulsórios (Artigo 148, CRFB); Contribuições Especiais (Artigo 149, CRFB); Contribuições Previdenciárias e as Contribuições de Iluminação Pública, também podem ser denominadas de privativas.
- Competência Residual: É o poder de instituir outros tributos não previstos na Constituição Federal, em seus Artigos 153, 154 e 155. No Brasil, somente a União detém a competência residual, nos termos do Artigo 154.
- Competência Legislativa: é o poder de legislar sobre todos os aspectos do tributo, tais como fato gerado, base de cálculo, alíquota, contribuintes etc., observando as normas gerais de direito tributário.
Já a Competência legislativa supletiva ou suplementar é atribuída aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para, nas suas respectivas esferas, editarem normas complementares, nos termos do artigo 24, § 2º da Constituição Federal.
- Competência Concorrente: É a competência atribuída pela Constituição Federal aos três níveis de governo para legislar sobre direito tributário, conforme o Artigo 24.
As limitações à competência tributária, previstas nos Artigos 9º a 11º  do CTN, consistem em princípios e normas jurídicas,  consubstanciadas em vedações constitucionais, que têm por objetivo a garantia do cidadão contra o abuso do poder de tributar do Estado.
Os princípios constitucionais são "aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem jurídica. Isto só é possível na medida em que estes não objetivam regular situações específicas, mas sim desejam lançar a sua força sobre todo o mundo jurídico". Celso Antônio de Melo afirma que:
Por isso, as limitações constitucionais ao poder de tributar são consideradas como verdadeiros Princípios Constitucionais Tributários.
São Princípios Constitucionais Tributários:
• Princípio da legalidade;
• Princípio da isonomia;
• Princípio da irretroatividade e da anterioridade;
• Princípio Da vedação do efeito confiscatório, da imunidade e isenção tributária.
Características da Competência Tributária:
Inalterabilidade: É fato que a alteração de competência só será admissível por meio de Emenda Constitucional, não se permitindo, assim, que o princípio da Federação seja abalado por modificações advindas da vontade do legislador infraconstitucional.
Indelegabilidade e Irrenunciabilidade: O Artigo 7º do CTN dispõe que a competência tributária é indelegável, o que, não obstante, inviabiliza a delegação de uma pessoa jurídica de direito público a outra, mediante convênio, as funções de arrecadar, fiscalizar, executar leis, serviços. 
A irrenunciabilidade, ao contrário, estabelece que "a pessoa política detentora da competência tributária não poderá renunciar a ela, no todo ou em parte".
Incaducabilidade: In casu, a doutrina de forma sucinta e clara tem reverberado o entendimento segundo o qual "o Artigo 8º do CTN diz que o eventual não exercício da competência tributária não a defere a qualquer outra pessoa jurídica de Direito Público diversa daquela a quem a Constituição haja entregue referida competência".
Facultatividade: A facultatividade do exercício da competência é um dos pressupostos da competência tributária, "em razão do que a falta de seu exercício não lhes afasta o direito assegurado pela Constituição, que não estabeleceu qualquer espécie de perda em razão de mera inércia legislativa".
Privatividade: Em razão da titularidade de competência tributária que os entes políticos detêm por expressa determinação constitucional, por óbvio que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios gozam de privatividade para instituir, cobrar e fiscalizar o tributo de sua competência.
A LICCB - Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro:
Artigo 1º: Salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Artigo 2º: Trata dos critérios normativos para soluções de antinomias aparentes. São eles:
• Critério Hierárquico;
• Critério Cronológico; 
• Critério da Especialidade.
Sobre a vigência de uma lei:
O legislador tem o poder discricionário para determinar o termo inicial da vigência de uma lei. O período de tempo transcorrido entre a publicação da lei e o marco inicial da sua vigência é chamado de vacatio legis. Este lapso temporal somente não ocorrerá caso a lei entre em vigor na data de sua publicação.
Sobre a aplicação da lei
A aplicação da lei deve respeitar, no geral, o princípio da irretroatividade.
Acompanhe os métodos para a interpretação da lei tributária, bem como a de outros ramos do Direito:
• Gramatical ou literal - limita-se ao texto legal e acaba não satisfazendo plenamente devido aos diversos significados que uma palavra ou uma expressão podem ter, sendo, por isso, um método deficiente e precário;
• Histórico - procura interpretar a regra, analisando as razões que motivaram a edição da lei, verificando o contexto social, político, cultural da época do seu processo elaborativo;
• Sistemático - tem intenção de observar o sentido da lei perante o sistema jurídico no qual está inserida;
• Teleológico - tenta compreender a finalidade da lei, o escopo da norma.
As fontes de interpretação da lei podem ser classificadas em:
• Autêntica - feita pelo próprio legislador ao editar uma nova lei esclarecendo o teor da anterior;
• Jurisprudencial - efetuada pelo Poder Judiciário;
• Doutrinária - elaborada pelos estudiosos do Direito.
O Artigo 111 do CTN expressamente determina os casos em que somente caberá a interpretação literal da lei: suspensão, exclusão, outorga de isenção (que também é caso de exclusão do crédito) e, ainda, dispensa do cumprimento de obrigações acessórias. 
Já o Artigo 112 remete à interpretação benigna da lei, favorecendo ao contribuinte nos casos nele descritos, desde que existam dúvidas quanto à capitulação legal do fato, à natureza ou à materialidade do fato, à autoria, à imputabilidade, à punibilidade ou, ainda, quanto à natureza da penalidade aplicável ou à sua graduação.
Sobre a integração da lei
A integração da legislaçãotributária, por sua vez, consiste em não se permitir que nenhum evento do mundo real não se inclua nas previsões legais.
O aplicador do direito deverá utilizar, segundo o Artigo 108 do CTN, os seguintes instrumentos, considerados como fonte do direito tributário:
• a analogia - é a utilização de normas específicas aplicáveis a situações semelhantes na resolução de questões que não dispõem de enquadramento específico na legislação;
• os princípios gerais do Direito Tributário - legalidade, anterioridade, irretroatividade, capacidade contributiva etc.;
• os princípios gerais do Direito Público - isonomia, igualdade, ampla defesa etc.;
• a equidade - com conceito vago, é a chamada justiça ao caso concreto, buscando a solução a partir da norma genérica, e não, de uma norma específica, como no caso da analogia.
Conclusão:
A vigência da legislação tributária no Código Tributário Nacional, tem sua determinação no Artigo 101, do CTN. Objetivando a interpretação da vigência espacial, que tem por fim revelar qual o âmbito territorial cada norma integrante da legislação tributária vigora, cada ente federativo possui um território claramente demarcado, em que as normas expedidas por um ente só têm vigência dentro do seu respectivo território, não sendo aplicáveis aos fatos ocorridos nos território dos demais.
Já o Artigo 102, do CTN, determina a regra da territorialidade.
Em relação à vigência temporal da legislação tributária, pode-se verificar de imediato ou após um lapso de temporal no próprio texto legal, denominado vacatio legis, com base no Artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Civil. 
Publicada uma lei tributária, a vigência se dará de acordo com a cláusula própria que deve constar do texto legal, no caso de inexistência de disposição expressa, deve-se observar o prazo de quarentena e cinco dias após a data de publicação para o início da vigência.
Os Artigos 100 e 103, do CTN dispõem sobre as regras de vigência das normas. Por isso, o estudo da capacidade tributária, da legislação tributária e sua aplicação no nosso ordenamento, deve ser entendido em conformidade com os princípios tributários e com as fontes do direito para poder verificar a proteção ao contribuinte cidadão.

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