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Curso: Licenciatura em Química Disciplina: Físico-Química Experimental III RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA CINÉTICA QUÍMICA – VELOCIDADES DAS REAÇÕES Professora: Indi Assis Rodrigues Alunos: Fábio Alves Leão Anderson Martins Outubro de 2017 1. INTRODUÇÃO Toda reação química leva um certo tempo para se completar: Reagentes Produtos. Cinética química é o estudo da velocidade das reações químicas e dos fatores que influem nessa velocidade (FELTRE, 2005). Do ponto de vista cinético, são três os grupos das reações químicas, segundo Barbosa (2007): a) Reações extremamente rápidas: explosões e precipitações instantâneas. b) Reações extremamente lentas: em geral associadas a processos geológicos, tais como a fossilização. c) Reações de velocidade moderada, suscetíveis de medida na prática, como a esterificação. Economicamente, o estudo da velocidade das reações é de extrema importância, em algumas indústrias, por exemplo, quanto maior a produção melhor, assim manipula- se as reações químicas, fazendo com que essas sejam feitas da melhor forma possível, trazendo benefícios. Em casa, podemos observar a velocidade das reações quando armazenamos os alimentos, alguns alimentos estragam de forma mais rápida que outros. Uma das finalidades da cinética química é o estudo das velocidades das reações químicas e dos fatores que as modificam, entre os quais se destacam: • Propriedades químicas dos reagentes; • Concentração dos reagentes; • Temperatura; • Catalisadores; • Superfície de contato; • Pressão • Luz. O termo velocidade de reação é usado para expressar a maior ou menor rapidez com a qual se processa uma reação química e é medida pela quantidade de substâncias transformadas ou formadas em um determinado intervalo de tempo. A velocidade de uma reação é, geralmente, definida como a velocidade com que os reagentes são transformados nos produtos em qualquer instante selecionado, sob um dado conjunto de condições experimentais. Ou seja, a velocidade de uma reação é a medida da rapidez com que os produtos são formados e os reagentes consumidos. 2. OBJETIVOS Determinar a variação da velocidade de uma reação em função da variação da concentração de um reagente. 3. REAGENTES E MATERIAIS Os reagentes e materiais necessários para esse experimento são: • 10 tubos de ensaio • Suporte para tubos • Cronômetro de celular • Pipetas • Erlenmeyer de 50 mL • Béquers de 100 mL • Solução A (KIO3 4 g/L • Solução B (NaHSO3 0,85 g/L e aproximadamente 2g de amido) • Água destilada 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Enumerou-se os tubos de ensaio de 1 a 9 e colocou-se a solução A em quantidades de acordo com a tabela abaixo. Para o preparo da solução A pesou-se 0,202 gramas de iodato de potássio (KIO3) e dissolveu-se em 50 mL de água destilada. Colocou-se no tubo de ensaio número um, 01 mL da solução A e adicionou-se 9 mL de água destilada. Em outro tubo de ensaio colocou-se 10 mL da solução B. Para preparar a solução B pesou-se 0,086 gramas de hidrogenosulfito de sódio ou bissulfito de sódio (NaHSO3) juntamente com aproximadamente 0,210 gramas de amido. Dissolveu-se tudo em 100 mL de água destilada. Verteu-se o conteúdo do tubo com a solução B rapidamente no tudo que continha a solução A e disparou-se o cronômetro imediatamente. Agitou-se constantemente esse sistema até que houve o primeiro sinal de mudança de coloração para então anotar-se o tempo. Procedeu-se analogamente com os demais tubos de ensaio, aumentando a quantidade de solução A e diminuindo a quantidade de água destilada, conforme a tabela 1. Tubos de ensaio Solução A (mL) Água (mL) Solução B (mL) 1 1 9 10 2 2 8 10 3 3 7 10 4 4 6 10 5 5 5 10 6 6 4 10 7 7 3 10 8 8 2 10 9 9 1 10 Tabela 1: Dados das soluções preparadas 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Um dos principais fatores que controla a velocidade de uma reação química é a concentração das espécies reagentes. O aumento da concentração dos reagentes aumenta a possibilidade de colisões entre as moléculas, aumentando assim a velocidade da reação. Portanto, quanto maior a quantidade de soluto por volume da solução, maior será a concentração e consequentemente maior será a velocidade da reação. Por meio dos diferentes volumes de água adicionados aos tubos de ensaio, foi possível notar, que quando utilizou-se um volume maior de água, a reação ocorria mais lentamente, pois, a solução de KIO3 tornava-se mais diluída, conforme mostra a tabela abaixo. De acordo com os resultados dos experimentos na tabela abaixo se verifica que quanto maior o volume de KIO₃ para uma mesmo volume de NaHSO₃ a solução adquire coloração azul mais rápido. Isso é esperado, devido à maior quantidade de partículas envolvidas na semi-reação limitante (lenta), e obviamente, a maior probabilidade de colisões efetivas. Durante a cronometragem do tempo na aula, por mais de 40 minutos, a amostra do tubo de ensaio número 1 não sofreu reação. Isso se deu devido à baixa concentração do reagente, o que prolongaria o tempo de reação. Tubos de ensaio Solução A KIO3 (mL) Água (mL) Solução C ([C] mol/L Solução B NaHSO3 (mL) Tempo (s) Velocidade (mol/L . S) 1 1 9 0,000187 10 Não houve reação visualizada. 2 2 8 0,000374 10 498 0,0000003755020080321 3 3 7 0,000561 10 395 0,0000004734177215190 4 4 6 0,000748 10 263 0,0000007110266159696 5 5 5 0,000935 10 230 0,0000008130434782609 6 6 4 0,001122 10 171 0,0000010935672514620 7 7 3 0,001309 10 140 0,0000013357142857143 8 8 2 0,001496 10 122 0,0000015327868852459 9 9 1 0,001683 10 100 0,0000018700000000000 Tabela 2: Dados da prática Para os cálculos da concentração (solução C) usou-se a fórmula: Foram usadas os seguintes valores de massa molar: a) KIO3 = 214 g/mol b) NaHSO3 = 104,06 g/mol Para o cálculo da velocidade da reação usou-se a seguinte expressão: Velocidade = Concentração / tempo O processo reacionário ocorreu de acordo com as seguintes reações: 1º: O iodo e o íon sulfato de hidrogênio são gerados pela reação: 2H+(aq) + 5HSO3- + 2IO3-(aq) -> I2(aq) + 5HSO4-(aq) + H2O(l) Esta reação constituiu a etapa limitante da velocidade reacional. 2º: O iodo continua a reagir de acordo com: H2O(l) + HSO3-(aq) + I2(aq) -> 2I3-(aq) + HSO4-(aq) + 2H+(aq) Para formar o íon tri-iodeto, que ao reagir com o amido forma o complexo azul: I3-(aq) + amido -> complexo amido-I3- (azul) A experiência mostra que velocidades diferentes dependem da concentração dos reagentes. A súbita mudança da cor da solução, de incolor para azul profundo, pode ser explicada pela sequência de reações apresentadas; portanto dependente da velocidade das reações anteriores. Dessa forma, qualquer fator que acelere a primeira reação (por exemplo, aumento da concentração – aumento de colisões efetivas) diminuirá o tempo da reação global. Gráfico 1: Relação da concentração (mol/L) x tempo gasto(s) para a amostra mudar de cor. Foto 1: Tubos de ensaio com as amostras reagindo Gráfico 2: Concentração (mol/L) x Velocidade da reação (mol/L . s) 6. CONCLUSÃO A partir deste experimento, podemos concluir que as reações químicas podem ter diferentes tipos de velocidade. Além disso, que existem fatores que podem acelerar a velocidade de uma reação como a concentração dos reagentes, entreoutros. Com a diminuição da concentração do Na2S2O3, foi preciso de um tempo maior para que a reação acontecesse, ou seja, a velocidade de reação foi diminuindo de acordo com a diminuição da concentração do reagente. Ou seja, É diretamente proporcional a concentração dos produtos. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, Addson L. Dicionário de Química. 4ª ed. Goiânia: AB Editora, 2007. CASTELLAN, Gilbert William. Fundamentos de físico-química. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, c1986. 527 p. CHANG. Reymond. Química Geral: conceitos essenciais. Quarta edição, MC Graw Hill, São Paulo, 2012. FELTRE. Ricardo. Fundamentos de Química: volume único. 4ª ed. São Paulo: Moderna, 2005. Roteiro de aulas práticas de Físico-química III.
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