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FÍSICO-QUÍMICA Prof. Kassandra Mendes Aula 3 – Cinética Química O que é Cinética Química? Grande parte da Química trata das reações, assim, um conhecimento das velocidades com que elas acontecem é essencial para prevermos se dada reação é mais lenta ou mais rápida que outra e para conhecermos como os reagentes interagem para formar os produtos. A cinética química, dessa forma, estuda as velocidades das reações químicas e seus mecanismos, sendo de fundamental importância para o desenvolvimento de novos processos e produtos. Aula 4 - Cinética Química Com o conhecimento dos fatores que influenciam uma dada reação química, podemos aumentar ou retardar sua velocidade para o fim desejado. Por exemplo, usamos geladeiras e refrigeradores para retardar a ação dos microrganismos nos alimentos que são lá armazenados, ou utilizamos uma panela de pressão para cozinhar mais rápido os alimentos. Para os processos químicos, a cinética química pode nos ajudar a ajustar as condições operacionais para aumentar o rendimento ou a velocidade de fabricação de um determinado produto. Antes de estudarmos os conceitos concernentes à cinética química é fundamental entender o conceito de velocidade de uma reação. Velocidade de uma reação química As reações químicas possuem velocidades diferentes entre si. A ferrugem de um prego é um processo lento, enquanto que a explosão de uma bomba é um processo instantâneo, por exemplo. Dessa forma, é útil encontrarmos expressões que nos digam o quão rápido um determinado reagente (ou mais de um) se transformam nos produtos.Em geral, a velocidade de uma reação química pode ser expressa como a razão da variação da concentração do reagente consumido (ou do produto formado) pelo tempo. Dessa forma: Aula 4 - Cinética Química Aula 4 - Cinética Química s.L/mol s L/mol )tempo(d produtos)ou reagentes dos ção(concentrad reação uma de Velocidade Seja a reação podemos expressar a velocidade de consumo de A ou de formação de B dessa forma: Ou seja, a variação da concentração de A com o tempo (negativa, pois A está sendo consumido) corresponde à variação da concentração de B com o tempo (positivo, pois B está sendo produzido). Em geral, para a reação: Podemos escrever: BA dt ]B[d dt ]A[d v dDcCbBaA dt ]D[d d 1 dt ]C[d c 1 dt ]B[d b 1 dt ]A[d a 1 v Aula 4 - Cinética Química Aplicação 1 Dada a seguinte reação: Sabendo-se que o a velocidade de consumo do NOBr é de 4 mols/L.s, qual a velocidade de formação do Br2? Qual a velocidade de formação do NO? Aplicação 2 Para a reação de formação da amônia (NH3): A velocidade da formação da amônia foi medida como 0,01 mol/L.s. Qual a velocidade de consumo do hidrogênio(H2)? Solução: 0,015 mol/L.s Solução: 2 mols/L.s; 4 mols/L.s )g(Br)g(NO2)g(NOBr2 2 )g(NH2)g(3H (g)N 322 Aula 4 - Cinética Química Perfis de concentração em reações químicas Um perfil de concentração de uma dada substância é um gráfico da variação da concentração (ou outra propriedade física mensurável, como a pressão, por exemplo) com o tempo. Para o caso da reação genérica um gráfico dos perfis de concentração para essas substâncias é dado na figura abaixo: BA Perfis de concentração de reagentes e produtos para a reação AB Percebe-se que, para os primeiros intervalos de tempo, a concentração varia mais depressa do que nos intervalos finais, ou seja, a velocidade de uma reação química depende da concentração dos reagentes. Aula 4 - Cinética Química Leis de velocidade de uma reação química Um dos fatores que influenciam na velocidade das reações químicas é a concentração dos reagentes. Dessa forma, as velocidades de uma reação química elementar (nas quais a reação acontece em apenas uma etapa) podem ser expressas por uma expressão matemática denominada lei da velocidade. Dada a reação genérica: Como a velocidade depende da concentração dos reagentes, a velocidade da reação depende da concentração de A e de B. Assim a lei de velocidade desta reação (elementar) é: Onde k é uma constante denominada constante de velocidade e que depende apenas da temperatura da reação e a e b são os coeficientes estequiométricos da reação, denominados na lei como ordens da reação. Nesse caso, a reação possui ordem a em relação a A e ordem b em relação a B e ordem total a + b. Quando a reação não é elementar, os expoentes a e b não são necessariamente iguais aos coeficientes estequiométricos, mas devem ser determinados experimentalmente. produtosbBaA ba BAkv Aula 4 - Cinética Química Aplicação 3 Dada a seguinte reação elementar: Determine: a) A lei de velocidade; b) A ordem da reação em relação ao CH3Br; c) A ordem da reação em relação ao OH-; d) A ordem total da reação. Solução: a) v = k[CH3Br][OH -] ; b) 1ª ordem; c) 1ª ordem; d) 2ª ordem BrOHCHOHBrCH 33 Aula 4 - Cinética Química Exercício 1 Dada a seguinte reação: Foram feitos alguns experimentos, relacionando as concentrações dos reagentes com a velocidade de formação do (CH3)3COH. Os resultados são mostrados abaixo: Determine a lei de velocidade para esta reação e a constante de reação, k. BrCOH)CH(OHCBr)CH( 3333 Aula 4 - Cinética Química Solução: Em primeiro lugar, devemos ver o que acontece com a velocidade da reação quando mantemos um dos reagentes fixos enquanto variamos o outro. Comparando os experimentos 1 e 2, podemos verificar que ao dobrar a concentração do 1° reagente (o (CH3)3Br), mantendo fixo o 2° (o OH-) a velocidade dobra (passa de 0,001 para 0,002 mol/dm3.s). Ao compararmos os experimentos 1 e 3, podemos também verificar que ao triplicarmos a concentração do 1° reagente e fixarmos o 2°, a velocidade de reação triplica (passa de 0,001 para 0,003 mol/dm3.s). Isso indica que a reação é de 1ª ordem com relação ao 1° reagente. Ou seja, na lei da velocidade o expoente com respeito ao (CH3)3Br será 1. Agora vamos ver o que acontece quando fixamos a concentração do 1° reagente e variamos o 2° (experimentos 1 e 4). Aqui verifica-se que, mesmo ao dobrar a concentração do reagente 2 (o OH-) e mantermos fixa a concentração do 1°,a velocidade da reação não varia. O mesmo acontece quando continuamos fixando a concentração do 1° reagente e agora triplicamos a do 2° (experimentos 1 e 5). Isso quer dizer que a velocidade da reação independe da concentração do 2° reagente, e por isso, é de ordem zero em relação a ele. Então na lei da velocidade o expoente com respeito ao OH- será zero. Concluindo, a lei da velocidade fica: . e) velocidadde (lei OHBr)CH(kv 0133 Br)(CHkv 33 Aula 4 - Cinética Química Para o cálculo da constante da velocidade, podemos tomar os dados de qualquer um dos 5 experimentos, pois já conhecemos a lei de velocidade. Tomando os dados do experimento 1, por exemplo, teremos então: Dica: quando a constante de reação tem unidades de s-1, a reação global da reação é de 1ª ordem (como foi nesse exercício). Aplicação 4 Num laboratório foram efetuadas 3 experiências para a reação: 2H2 + 2NO N2 + 2H2O, cujos resultados estão na tabela abaixo: Determine a lei de velocidade e a constante de velocidade para estareação.Qual a ordem desta reação? -1 s 0,01k 3333 dm 0,1mol . k s.dm mol 001,0]Br)CH[(kv Solução: v=k[H2][NO] 2. k = 100 L2/mol2.s. 3ª ordem.
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