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Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Biológicas Aula Teórica: Distúrbios ósseos e articulares Disciplina: Bioquímica Clínica – BQ312 Curso: Biomedicina – 5° Período Prof. Dr. Moacyr Jesus B. de M. Rêgo Objetivos da Aula LES AR Espondilite anquilosante Artrite psoriática Febre reumática GOTA Artrite séptica O que é a doença Características clínicas Diagnóstico Lúpus Eritematoso Sistêmico Lúpus Eritematoso Sistêmico É uma doença inflamatória sistêmica crônica que segue uma evolução de exarcebações e remissões alternadas Lúpus Eritematoso Sistêmico É uma doença inflamatória sistêmica crônica que segue uma evolução de exarcebações e remissões alternadas Causa desconhecida Lúpus Eritematoso Sistêmico É uma doença inflamatória sistêmica crônica que segue uma evolução de exarcebações e remissões alternadas Causa desconhecida Afeta predominantemente mulheres em idade reprodutiva (4:1 em relação aos homens) Lúpus Eritematoso Sistêmico É uma doença inflamatória sistêmica crônica que segue uma evolução de exarcebações e remissões alternadas Causa desconhecida Afeta predominantemente mulheres em idade reprodutiva (4:1 em relação aos homens) A idade de início da doença varia de 2 a 90 anos Lúpus Eritematoso Sistêmico É uma doença inflamatória sistêmica crônica que segue uma evolução de exarcebações e remissões alternadas Causa desconhecida Afeta predominantemente mulheres em idade reprodutiva (4:1 em relação aos homens) A idade de início da doença varia de 2 a 90 anos Prevalência na população = 1:2000 (estimativa concervadora) Lúpus Eritematoso Sistêmico A identificação de genes de susceptibilidade constitui uma área ativa de investigação: HLA-DR2 e HLA-DR3 conferem aumento moderado no risco de LES Compromentimento de múltiplos sistemas orgânicos durante os períodos de atividade da doença Lúpus Eritematoso Sistêmico Lúpus Eritematoso Sistêmico Lúpus Eritematoso Sistêmico Porque as lesões cutâneas??? Os auto-antígenos nucleares (Ex: snRNP, Ro…) concentram-se em vesículas encontradas na superfície dos queratinócitos que sofrem apoptose. A luz UV, que exarceba a atividade da doença na maioria dos pacientes com LES, por poder induzir apoptose dos queratinócitos Lúpus Eritematoso Sistêmico Principais características imunológicas: Presença de auto-anticorpos dirigidos contra mútiplos antígenos nucleares: DNA de filamento duplo DNA de filamento simples Histonas Nucleossomos Principais características imunológicas: Presença de auto- anticorpos dirigidos contra mútiplos antígenos nucleares: snRNP (small nuclear ribonucleoprotein particle): Complexos nucleares de proteína e RNA altamente conservados que atuam no processamento do RNAm Lúpus Eritematoso Sistêmico Lúpus Eritematoso Sistêmico Principais características imunológicas: Presença de numerosos outros auto-anticorpos Os complexos Ac+Ag podem lesar os tecidos ao ativar o complemento e ao ocupar receptores Fc dos macrófagos e em outras células inflamatórias Lúpus Eritematoso Sistêmico Principais características imunológicas: Auto-anticorpos: anti-palquetas, anti-eritrócitos => trombocitopenia e anemia hemolítica Deposição de imunoglobulinas e complemento no rim e na junção dermoepidérmica Anormalidades das células T e B Lúpus Eritematoso Sistêmico Principais características imunológicas: Ocorre declínio dos níveis séricos de complemento durante as exarcebações da atividade da doença Lúpus Eritematoso Sistêmico Principais características imunológicas: Ocorre declínio dos níveis séricos de complemento durante as exarcebações da atividade da doença Diagnóstico do Lúpus Eritematoso Sistêmico • Critérios ACR: diagnóstico do LES • SLEDAI score: atividade do LES Quantificação do Complemento: C3, C4 e CH50 Auto-anticorpos : FAN: indicação da presença ou não de auto-anticorpo Determinação do auto-anticorpo: anti-DNAss, anti-Sm, anti- DNAds… CRITÉRIOS ACR (critérios do American College of Rheumatology): 1. Rash malar: eritema não transitório plano sobre as proeminências malares 2. Rash discóide: Placas eritrelatosas elevadas, descamativas, podem ocorrer cicatrizes 3. Fotossensibilidade: erupção cutânea após exposição solar 4. Artrite 5. Úlceras orais 6. Serosite (inflamação do revestimento do pulmão ou coração) 6.1 Pleura 6.2 Pericárdio 7. Hematológicas 7.1 Anemia hemolítica 7.2 Leucopenia < 4000/mm3 7.3 Linfopenia < 1500/mm3 7.4 Plaquetopenia < 100.000/mm3 8. Renais 8.1 Proteinúria Albumina > 0,5g/dia 8.1 Cilindrúria (precipitados proteícos moldados na luz do túbulo) 9. Neurológicas 9.1 Psicose 9.2 Convulsões 10. FAN + 11. Imunológicas 11.1 Anti-DNA 11.2 Anti-Sm 11.3 SAF (síndrome do anticorpo antifosfolípide) O paciente será classificado como portador de LES quando apresentar no mínimo 4 dos 11 critérios. Peso SLEDAI score Caracteristica Definição 8 _______ Convulsão Início recente, excluindo-se outras causas (metabólicas, infecciosa, uso de drogas, etc.). 8 _______ Psicose Distúrbio grave na percepção da realidade: alucinações, incoerências, pensamento ilógico, bizarro e desorganizado, comportamento catatônico. Excluir uremia e uso de drogas. 8 _______ Síndrome crônica cerebral Função mental alterada com comprometimento da orientação, memória e outras funções intelectuais, com inicio rápido e flutuação do quadro clínico. Inclui turvação da consciência com redução da capacidade de concentração, distúrbio da percepção, incoerência na fala, insônia ou hipersonia diurna, com aumento ou diminuição da atividade psicomotora. Excluir causas metabólicas, infecciosas ou uso de drogas. 8 _______ Distúrbios visuais Modificações retinianas do LES: presença de corpos citóides, hemorragias retinianas, exsudados serosos ou hemorrágicos da coroíde ou neurite óptica. Excluir hipertensão, infecção ou uso de drogas. 8 _______ Distúrbios dos pares cranianos Neuropatia sensitiva ou motora envolvenso pares cranianos. 8 _______ Cefaléia lúpica Cefaléia intensa persistente. Pode ser do tipo vascular mas não responde aos tratamentos habituais. 8 _______ AVC Acidente vascular cerebral (AVC) de acometimento recente. Excluir aterosclerose. 8 _______ Vasculite Ulceração, gangrena, nóduios digitais dolorosos, infartos peniungueais, hemorragias subungueais, biópsia sugestiva de vasculite. 4 _______ Artrite Mais de duas articulações acometidas, com dor e sinais flogísticos (calor, rubor e edema). 4 _______ Miosite Mialgia ou fraqueza proximal , associada a elevação da creatinofosfocinase, aldolase, ou eletromiografia ou biópsia muscular sugestivas. 4 _______ Cilindrúria Cilindros hemáticos ou céreos no sedimento urinário. 4 _______ Hematúria Mais de cinco hemácias por campo no sedimento urinário. Excluir litíase, infecção e outras causas. Determinação do SLEDAI score – atividade da doença (Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index) Peso SLEDAI score Caracteristica Definição 4 _______ Proteinúria Mais de 0,5g em 24 horas ou aumento de mais de 0,5g/24h em relação a contagens basais. 4 _______ Piúria Mais de cinco leucócitos por campo no segmento urinário. Excluir infecção. 2 _______ Novo “rash” cutânio “Rash” do tipo inflamatório de início recente ou recorrente.2 _______ Alopécia Alopécia difusa ou localizada de início recente ou recorrente. 2 _______ Úlceras mucosas Úlceras orais ou nasais de início recente ou recorrente. 2 _______ Pleurite Dor pleurítica com atrito, derrame ou espessamento pleural. 2 _______ Pericardite Dor pericárdica com pelo menos um dos componetes: atrito ou derrame. 2 _______ Complemento baixo Diminuição do C3, C4 ou CH50. 2 _______ Anti-DNA Aumento de 25% acima dos valores de referência. 1 _______ Febre > 38°C. Excluindo causa infecciosa 1 _______ Trombocitopenia < 100.000 plaquetas/mm3 1 _______ Leucopenia < 3.000 leucócitos/mm3. Excluindo o uso de drogas TOTAL SLEDAI SCORE _______ Determinação do SLEDAI score (Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index) Sistema Complemento O complemento sérrico está frequentemente reduzido no LES ativo devido ao uso aumentado por imunocomplexos O componente C3 e C4 ocupam uma posição central na ativação do sistema Como poderiamos quantificar C3 e C4??? Reação de Aglutinação O tamanho dos complexos Ag-Ac depende das concentrações relativas de Ag e Ac. Grandes complexos são formados em concentrações de Ag e Ac multivalentes denominadas zona de equivalência; os complexos são menores quando há um excesso relativo de Ag ou Ac Um anticorpo específico reage com o C3 ou C4 presente na amostra levando a formação de agregados insolúveis. A intensidade da aglutinação, medida em absorbância, está relacionada à quantidade de C3 ou C4, cuja concentração é obtida através de curva de calibração. Quantificação de C3 e C4 Aula prática C3 Escalas de grau de aglutinação por leitura macroscópica e microscópica de uma Reação de Aglutinação Auto-anticorpos em doenças reumáticas auto-imune Marcador de diagnóstico Marcador de prognóstico Marcador de subtipo de doença Marcador de atividade da doença Como pesquisar os auto-anticorpos em doenças reumáticas auto-imune??? Como pesquisar os auto-anticorpos em doenças reumáticas auto-imune??? Métodos de detecção (rastreamento): Imunofluorescência indireta em células Hep-2 (FAN) ELISA Como pesquisar os auto-anticorpos em doenças reumáticas auto-imune??? Métodos de detecção (rastreamento): Imunofluorescência indireta em células Hep-2 (FAN) ELISA Método de indentificação (especificação): Imunodifusão dupla Hemaglutinação passiva ELISA Western blot Imunoprecipitação FAN (Fator antinuclear) As imunoglobulinas de todas as classes podem formar anticorpos antinucleares (ANA, antinuclear antibodies) Método: é um teste de imunofluorescência indireta (IFI) utilizando como substrato antigênico, fígado de camundongo ou linhagem celular humana, célula Hep-2, para detecção de auto-anticorpos. Métodos de detecção (rastreamento) FAN Por que eu utilizo a linhagem Hep4 (linhagem de células tumorais derivadas de carcinoma laríngeo humano) ??? Métodos de detecção (rastreamento) FAN Por que eu utilizo a linhagem HEp4 (linhagem de células tumorais derivadas de carcinoma laríngeo humano) ??? Exibe de maneira clara as várias estruturas celulares: citoplasma, núcleo e nucleolo e em multiplicação apresenta tb de forma clara, as diferentes fases do ciclo celular Métodos de detecção (rastreamento) FAN Por que eu utilizo a linhagem HEp4 (linhagem de células tumorais derivadas de carcinoma laríngeo humano) ??? Exibe de maneira clara as várias estruturas celulares: citoplasma, núcleo e nucleolo e em multiplicação apresenta tb de forma clara, as diferentes fases do ciclo celular Como cada Ag se comporta diferentemente em cada fase do ciclo celular => permite uma associação do padão morfológico com o auto-Ag e o auto-Ac em questão Métodos de detecção (rastreamento) FAN Os resultados baseiam-se no padrão e na distribuição celular da fluorescência observados: foram descritos seis padões morfológicos diferentes de coloração imunofluorescente, dos quais 5 possuem importância clínica Métodos de detecção (rastreamento) FAN Os resultados baseiam-se no padrão e na distribuição celular da fluorescência observados: foram descritos seis padões morfológicos diferentes de coloração imunofluorescente, dos quais 5 possuem importância clínica Os resultados são expressos em títulos (maior diluição do soro que ainda apresenta reatividade). Os resultados são expressos em títulos (maior diluição do soro que ainda apresenta reatividade). Métodos de detecção (rastreamento) FAN A) Padão « homogêneo » (difuso ou sólido): expressão morfológica de anticorpos anti-histonas e anti-DNA e anti-DNP. Ocorre em pacientes com LES Métodos de detecção (rastreamento) FAN A) Padão « homogêneo » (difuso ou sólido): é a expressão morfológica de anticorpos anti-histonas e anti-DNA e anti-DNP. Ocorre em pacientes com LES Métodos de detecção (rastreamento) B) Padão « periférico » (felpudo ou de contorno): indica a presença de anticorpos anti-dsDNA de filamento duplo. Ocorre em 60-70% dos pacientes com LES FAN Métodos de detecção (rastreamento) B) Padão « periférico » (felpudo ou de contorno): indica a presença de anticorpos anti-dsDNA de filamento duplo. Ocorre em 60-70% dos pacientes com LES FAN Métodos de detecção (rastreamento) C) Padão « salpicado »: reflete a presença de anticorpos dirigidos contra constituintes nucleares não-DNA. FAN Ex: Anti-Sm (Ag Smith) = 20-30% dos pacientes com LES Métodos de detecção (rastreamento) C) Padão « salpicado »: reflete a presença de anticorpos dirigidos contra constituintes nucleares não-DNA. FAN Ex: Anti-Sm (Ag Smith) = 20-30% dos pacientes com LES RNP (ribonucleoproteínas ) = 30-40% dos pacientes com LES Métodos de detecção (rastreamento) C) Padão « salpicado »: reflete a presença de anticorpos dirigidos contra constituintes nucleares não-DNA. FAN Ex: Anti-Sm (Ag Smith) = 20-30% dos pacientes com LES RNP (ribonucleoproteínas ) = 30-40% dos pacientes com LES Anti-SSA / Ag Ro (proteína citoplasmática ligada ao RNA) = 40% dos pacientes com LES e na 60-70% Síndrome de Sjögren Métodos de detecção (rastreamento) C) Padão « salpicado »: reflete a presença de anticorpos dirigidos contra constituintes nucleares não-DNA. FAN Ex: Anti-Sm (Ag Smith) = 20-30% dos pacientes com LES RNP (ribonucleoproteínas ) = 30-40% dos pacientes com LES Anti-SSA / Ag Ro (proteína citoplasmática ligada ao RNA) = 40% dos pacientes com LES e na 60-70% Síndrome de Sjögren Anti-SSB / Ag La (co-fator da RNA polimerase)= 40% dos pacientes com LES e na 60-70% Síndrome de Sjögren Métodos de detecção (rastreamento) C) Padão « salpicado »: reflete a presença de anticorpos dirigidos contra constituintes nucleares não-DNA. FAN Ex: Anti-Sm (Ag Smith) = 20-30% dos pacientes com LES RNP (ribonucleoproteínas ) = 30-40% dos pacientes com LES Anti-SSA / Ag Ro (proteína citoplasmática ligada ao RNA) = 40% dos pacientes com LES e na 60-70% Síndrome de Sjögren Anti-SSB / Ag La (co-fator da RNA polimerase)= 40% dos pacientes com LES e na 60-70% Síndrome de Sjögren Anti-Jo-1 e Mi-2 = Polidermatomiosite e dematomiosite Métodos de detecção (rastreamento) C) Padão « salpicado »: reflete a presença de anticorpos dirigidos contra constituintes nucleares não-DNA. FAN Ex: Anti-Sm (Ag Smith) = 20-30% dos pacientes com LES RNP (ribonucleoproteínas ) = 30-40% dos pacientes com LES Anti-SSA / Ag Ro (proteína citoplasmática ligada ao RNA) = 40% dos pacientes com LES e na 60-70% Síndromede Sjögren Anti-SSB / Ag La (co-fator da RNA polimerase)= 40% dos pacientes com LES e na 60-70% Síndrome de Sjögren Anti-Jo-1 e Mi-2 = Polidermatomiosite e dematomiosite Anti-Scl-70 (Ag proteína de 70kDa, identificada como uma topoisomerase I)= 75% dos pacientes com Esclerodermia Métodos de detecção (rastreamento) C) Padão « salpicado »: reflete a presença de anticorpos dirigidos contra constituintes nucleares não-DNA. FAN Métodos de detecção (rastreamento) D) Padão « nucleolar » (RNA nucléolo-específico): coloração homogênea no núcleo. Padrão raro no lúpus, está mais frequêntemente associado à esclerodermia ou à polimiosite- dermatomiosite. FAN Métodos de detecção (rastreamento) D) Padão « nucleolar » (RNA nucléolo-específico): coloração homogênea no núcleo. Padrão raro no lúpus, está mais frequêntemente associado à esclerodermia ou à polimiosite- dermatomiosite. FAN Métodos de detecção (rastreamento) D) Padão « centrêmero »: é produzido por anticorpos anticentrômero, sendo tipicamente observado em pacientes com esclerodermia limitada. FAN Métodos de detecção (rastreamento) D) Padão « centrêmero »: é produzido por anticorpos anticentrômero, sendo tipicamente observado em pacientes com esclerodermia limitada. FAN Métodos de detecção (rastreamento) FAN Métodos de detecção (rastreamento) O padão de um teste FAN positivo deve ser interpretado com cautela ??? FAN Métodos de detecção (rastreamento) O padão de um teste FAN positivo deve ser interpretado com cautela, visto que: O soro de um paciente com qualquer doença reumática pode conter numerosos auto-anticorpos contra diferentes constituintes nucleares FAN Métodos de detecção (rastreamento) O padão de um teste FAN positivo deve ser interpretado com cautela, visto que: O soro de um paciente com qualquer doença reumática pode conter numerosos auto-anticorpos contra diferentes constituintes nucleares Pode haver diferentes anticorpos no soro em diferentes títulos, de modo que a diluição do soro pode modificar o padão observado FAN Métodos de detecção (rastreamento) O padão de um teste FAN positivo deve ser interpretado com cautela, visto que: O soro de um paciente com qualquer doença reumática pode conter numerosos auto-anticorpos contra diferentes constituintes nucleares Pode haver diferentes anticorpos no soro em diferentes títulos, de modo que a diluição do soro pode modificar o padão observado Pode dar positivo em indivíduos normais (~13%) Valor preditivo positivo para LES do FAN+ => 12% Valor preditivo negativo para LES do FAN- => ~ 100% FAN Métodos de detecção (rastreamento) O padão de um teste FAN positivo deve ser interpretado com cautela, visto que: O soro de um paciente com qualquer doença reumática pode conter numerosos auto-anticorpos contra diferentes constituintes nucleares Pode haver diferentes anticorpos no soro em diferentes títulos, de modo que a diluição do soro pode modificar o padão observado Pode dar positivo em indivíduos normais (~13%) Valor preditivo positivo para LES do FAN+ => 12% Valor preditivo negativo para LES do FAN- => ~ 100% Títulos: geralmente LES moderados a altos ↑ 1/320 e em pessoas sadias ~ 1/80 FAN Métodos de detecção (rastreamento) Como pesquisar os auto-anticorpos em doenças reumáticas auto-imune??? Métodos de detecção (rastreamento): Imunofluorescência indireta em células Hep-2 (FAN) ELISA Método de indentificação (especificação): Imunodifusão dupla Hemaglutinação passiva ELISA Western blot Imunoprecipitação Imunodifusão dupla Baseia-se na formação de linhas de precipitação em gel de agarose Auto-anticorpos idénticos Auto-anticorpos não idénticos Método de indentificação (especificação) Imunoeletroforese + - Ag Ag 1- Separação de antígenos 2- Anti-soro na coluna canaleta 2- Anti-soro na canaleta canaleta 3- Difusão e precipitação 1° São separados em gel de agarose, pela aplicação de uma corrente elétrica 2° As moléculas migram para um dos polos, distribuindo-se no gel de acordo com o seu PM e carga elétrica 3° Uma canaleta é recortada entre os poços e preenchida com Ac, que se difunde. 4° Ag e auto-Ac formam arcos de precipitação podendo assim ser separados Método de indentificação (especificação) ELISA INDIRETO Antígeno purificado Auto-Ac a ser detectado Ac inespecífico Anticorpo conjugado TMB Método de indentificação (especificação) Auto-anticorpos anti-eritrocitários Método que permite a identificação da presença de anticorpos fixados sobre as hemácias Teste de Coombs ou Hemaglutinação direto Princípio do método: os anticorpos que recobrem as hemácias podem ser identificados pela adição de anticorpos anti-gamaglobulina humana. Teste positivo: indica a presença de anticorpos aderidos às hemácias, formam-se pontes entre elas, levando ao fenômeno visível de aglutinação. Auto-anticorpos anti-eritrocitários Teste de Coombs ou Hemaglutinação direto Auto-anticorpos anti-eritrocitários Teste de Coombs ou Hemaglutinação direto Artrite Reumatóide Epidemiologia Incidência e prevalência variáveis entre as diferentes regiões Europa e EUA: 1%, taxas mais baixas entre os descendentes asiáticos e africanos Brasil: 0,5% Faixa etária: 30 aos 50 anos Agregação familiar: caráter hereditário (herança poligênica) Predomínio no sexo feminino 3-4:1 Manifestações clínicas Sintomas sistêmicos: fadiga, mal-estar, febre, dores musculoesqueléticas Sintomas articulares: Manifestações clínicas Manifestações extra-articulares: vasculite, atrofia da pele e do músculo, nódulos subcutâneos, linfadenopatia, esplenomegalia e leucopenia Etiopatogênese Fatores ambientais Fatores genéticos Fatores hormonais Fatores imunológicos ARTRITE REUMATOIDE Etiopatogênese – Fatores genéticos Vários genes estão implicados na susceptibilidade a AR: - Estrutura das moléculas do MHC tipo II: HLA Etiopatogênese – Fatores hormonais • O papel dos estrógenos: - Células B produtoras de autoanticorpos expostas ao estradiol são mais resistentes a apoptose – desequilíbrio da autotolerância - Aumenta a produção de IFN-gama - Receptores de estrógeno são expressos em sinoviócitos semelhantes a fibroblastos (FLS) aumentando a produção de metaloproteinases na sinóvia - Aumentam a produção de TNF-alfa em células de linhagem macrófagos Etiopatogênese – Fatores ambientais • Tabagismo: - Libera substâncias adjuvantes na ativação da imunidade inata • Agentes infecciosos: - Infecção direta da sinóvia - Ativação da imunidade inata - Mimetismo molecular: induz a uma resposta imune adaptativa autorreativa Artrite Reumatóide Nas juntas normais, a membrana sinovial que reveste a cavidade sinovial é constituída somente por uma camada de células e nas juntas dos pacientes com AR, há formação de multiplas camadas de células Artrite Reumatóide Artrite Reumatóide Artrite Reumatóide Artrite Reumatóide Critérios Classificatórios do ACR: 1. Rigidez matinal 2. Artrite de 3 ou mais articulações 3. Artrite de mãos 4. Artrite simétrica 5. Nódulo reumatoide 6. Fator reumatoide positivo 7. Alterações Radiográficas Os critérios de 1 a 4 devem estar presentes por pelo menos seis semanas, e o diagnóstico é altamente sugestivo quando quatro dos sete critérios são preenchidos. Uma avaliação mais objetiva daatividade da doença deve ser feita utilizando-se algum dos índices de atividade clínica como DAS, DAS28, CDAI e SDAI. Os escores desses índices indicam atividade da doença e ajudam a observar eficácia do esquema de tratamento. Artrite Reumatóide VHS: velocidade de hemossedimentação Achados laboratoriais: – Leucócitos normais ou discretamente aumentados – Anemia discreta – Aumento da proteína C reativa (PCR) – Fator reumatóide – FR – Anticorpo anti-CCP Artrite Reumatóide - 10-15% de indivíduos sadios – baixos títulos (subtipo IgM) - Artrite reumatóide: títulos elevados de IgM, presença de IgG e IgA - Papel fisiológico: potencializar a avidez e tamanho dos imunocomplexos, melhorando o clearance Fator reumatóide Fator reumatóide Papeis do FR na patologia articular O FR, específico para as células B, captura e apresenta antígeno estranhos como um complexo imune para as células T O FR se liga a superfície da cartilagem, que contém um complexo imune, e ativa o compelmento • Fator Reumatóide (FR) - Pode preceder a doença em anos FR Severidade da doença Progressão da doença mais rápida Pior evolução Manifestações extra- articulares Fator reumatóide Fator reumatóide Fator reumatóide Pesquisa através da Prova do Látex ou da reação de Waaler Rose Regan: Partículas de látex estabilizadas e sensibilizadas com gamaglobulina humana purificada são aglutinadas macroscopicamente quando o fator reumatóide está presente na amostra em concentrações iguais ou maiores que 8 UI/mL Fator reumatóide Anti-C3 Anti-C4 Resultado Aula prática Positiva em 50-90 % dos pacientes com AR Pode apresentar positividade em outras doenças difusas do tecido conjuntivo (SS, LES, Esclerodermia...), cirrose, fibrose pulmonar idiopática, endocardite bacteriana subaguda, tuberculose, sífilis, toxoplasmose, mononucleose... => não é decisivo no diagnóstico de AR Fator reumatóide • Anticorpo anti-CCP • Anti Peptídeo Citrulinado Cíclico - Autoanticorpos contra antígenos citrulinados - Produzidos localmente por sinoviócitos junto com fator reumatóide podendo contribuir para o processo inflamatório e destrutivo articular • Anticorpo anti-CCP • Anti Peptídeo Citrulinado Cíclico - Autoanticorpos contra antígenos citrulinados - Produzidos localmente por sinoviócitos junto com fator reumatóide podendo contribuir para o processo inflamatório e destrutivo articular Anticorpo anti-CCP • Anti Peptídeo Citrulinado Cíclico - Autoanticorpos contra antígenos citrulinados Anticorpo anti-CCP Locais que ocorre citrulinação: -FIBRINA - CITOQUERATINA - VIMENTINA - FILAGRINA - ALFA-ENOLASE - ANTIGENO-NUCLEAR 1 DO VÍRUS EPSTEIN-BARR - PAPILOMA VIRUS HUMANO -COLÁGENO Deiminase peptidil arginina Anticorpo anti-CCP Anticorpo anti-CCP Positividade maior e especificidade maior que o fator reumatóide. Relação com gravidade da doença reumatóide. Detectado por ELISA – detecção de anticorpos contra o CCP no soro humano Anticorpos antinucleares Existem diversos anticorpos antinucleares Quando se solicita pesquisa de FAN, a presença de qualquer um dos anticorpos antinucleares presente determina positividade na pesquisa Conforme o tipo de anticorpo presente pode surgir um padrão diferente na imunofluorescência FAN FAN A) Padão « homogêneo » (difuso ou sólido): é a expressão morfológica de anticorpos anti-histonas e anti-DNA e anti-DNP. Ocorre em pacientes com LES e AR Anticorpos antinucleares Afeta primariamente a coluna e as articulações lombossacras. Artrite articular periférica em 30% dos casos. Infiltrado inflamatório nas articulações sacro-ilíacas na coluna e vértebras Ausência de fator reumatóide e FAN + Achados laboratoriais: Anemia leve em 25% dos casos. 90% dos indivíduos são HLA-B27 positivos. Espondilite Anquilosante Artrite psoriática É uma poliartrite erosiva assimétrica que ocorre em cerca de 25% dos pacientes com psoríase Ausência de fator reumatóide e FAN + Achados laboratoriais: HLA-B27 positivo em torno de 35% dos casos (menos que na espondilite). Febre reumática Doença reumática, inflamatória, de origem auto-imune, em resposta do organismo a infecções pelo estreptococo do grupo A (Streptococcus pyogenes). Sintomas: febre e poliartrite. Achados laboratoriais: – Cultura de garganta positiva para a bactéria (os sintomas devem ser levados em consideração no diagnóstico). – Anticorpo anti-streptolisina O (ASO) elevado. Eleva-se no início da infecção e diminui gradativamente. Pode ser confundido com outro tipo de infecção por strettococcus do grupo A. GOTA Gota é uma doença caracterizada pela elevação de ácido úrico no sangue e surtos de artrite aguda secundários ao depósito de cristais de monourato de sódio. Afeta pequenas articulações das extremidades. Localização típica (75% dos pacientes): metatársico falangiana do dedo grande do pé. Outras: Joelho e tornozelo (50% dos pacientes). Achados laboratoriais: Elevação do ácido úrico (pode ocorrer também na AR, artrite séptica). Artrite séptica Doença infecciosa das articulações e, em alguns casos, suas manifestações podem simular o princípio de uma artrite reumatóide As bactérias que são responsáveis pela infecção articular variam de acordo com a idade. Início da infância: Staphylococcus aureus; fase tardia da infância: S. aureus, Streptococcus e Pneumococcus; fase adulta: S. aureus, Streptococcus , pneumococcus e Gonococcus. Achados laboratoriais: Leucocitose Análise de líquido sinovial: cultura positiva para as bactérias supra citadas e diminuição da glicose (mais de 40mg/dL a menos que a sérica). Provas inespecíficas: Distúrbios ósseos e articulares Hemograma Leucocitose: aumento no número total de leucócitos Trombocitopenia: diminuição do número normal de plaquetas Anemia Urina Proteinúria, hematúria, cilindros hemáticos Clearance de creatinina Provas inespecíficas: Distúrbios ósseos e articulares Proteína plasmática que sofre elevação na inflamação Como os anticorpos, a CRP inicia a opsonização, fagositose e lise do organismo invasor Reconhece também substâncias tóxicas liberadas de tecidos lesados Nas doenças reumatológicas, tem valores acima de 0,5 mg/dl. Proteína C reativa (PCR) Provas inespecíficas: Distúrbios ósseos e articulares Eletroforese: Proteína C reativa Provas inespecíficas: Distúrbios ósseos e articulares VHS: velocidade de hemossedimentação Provas inespecíficas: Distúrbios ósseos e articulares Mede o grau de sedimentação de glóbulos vermelhos em uma amostra de sangue durante um período específico VHS diminui se há atrito ou repulsão entre os resíduos negativos do ácido siálico da superfície das hemáceas. Enquanto estas cargas persitem, as células se repelem e permanecem em suspensão. Uma vez neutralizadas as hemáceas se juntam e se precipitam. Mediadores inflamatórios induzem a produção de proteínas pelos hepatócitos Ex: fibrinogênio. O fibrinogênio neutraliza as cargas de ácido siálico das hemáceas O VHS aumenta significativamente em doenças inflamatórias disseminadas.
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