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18/08/2016 1 Materiais para construção Mecânica I Prof. Natália F. Daudt UFSM – Campus Cachoeira do Sul 2016.natalia.daudt@ufsm.br Estrutura cristalina Estrutura Cristalina � Introdução � Ordenação dos Átomos � Células Unitárias � Sistemas Cristalinos � Direções e Planos no Cristal � Metais � Cristais Iônicos � Cristais Covalentes � Polímeros 2 18/08/2016 2 Introdução antes de entender fenômenos que determinam propriedades nos materiais a partir da MICROESTRUTURA deve-se primeiramente entender a (ESTRUTURA ATÔMICA) e ESTRUTURA CRISTALINA dos materiais porque estas definem algumas de suas propriedades ESTRUTURA ATÔMICA ESTRUTURA CRISTALINA MICROESTRUTURA ESTRUTURA PROPRIEDADES CIÊNCIA DOS MATERIAIS 3 Introdução 4 18/08/2016 3 Introdução • Como os átomos estão dispostos em um sólido? • Como a densidade de um material depende da sua estrutura? • Quando as propriedades de um material variam por exemplo com a orientação da amostra? 5 Introdução: Energia e empacotamento 6 • Não-denso, empacotamento aleatório • Denso, empacotamento ordenado Estruturas densas, empacotadas ordenadamente tendem a ter menor energia. Energia r comprimento de ligação típico comprimento de ligação típico Energia r comprimento de ligação típico comprimento de ligação típico 18/08/2016 4 7 • átomos empacotados em períodos, arranjos cristalinos 3D Materiais cristalinos -metais -muitos cerâmicos -alguns polímeros • átomos não tem empacotamento em períodos Materiais não-cristalinos -estruturas complexas -resfriamento rápido SiO2 cristalino SiO2 não-cristalino"Amorfos" = Não-cristalinos Introdução: Materiais e empacotamento Si Oxigênio • exemplos: • ocorre: � As propriedades de alguns materiais estão diretamente associadas à sua estrutura cristalina. Ex: magnésio e berílio que têm a mesma estrutura (HC) se deformam muito menos que ouro e prata (CFC) que têm outra estrutura cristalina. � Explica a diferença significativa nas propriedades de materiais cristalinos e não cristalinos de mesma composição. Ex: Materiais transparentes, translúcidos opacos e não-cristalinos. � As propriedades dos materiais sólidos cristalinos depende da estrutura cristalina, ou seja, da maneira na qual os átomos, moléculas ou íons estão espacialmente dispostos. A diferença no comportamento mecânico de um material sólido é definida no arranjo atômico, e conseqüentemente na sua estrutura cristalina. Introdução 8 18/08/2016 5 Importância da estrutura cristalina Grande parte da diferença das propriedades dos materiais é de interesse tecnológico, assim as diferenças na estrutura cristalina de um mesmo composto é de grande importância na Engenharia. cúbico grafite O que se pode fazer para modificar a resistência mecânica de um material ? Alotropia ou Polimorfismo: Introdução grafite hexagonal diamante cúbico CCC CFC Fe Nitreto de boro Carbono 9 Ordenação de Átomos Cristal Vidro Gás Ordem a longo alcance Ordem a curto alcance Sem ordenamento Os materiais sólidos podem ser classificados de acordo com a regularidade na qual os átomos ou íons se dispõem em relação à seus vizinhos. 10 18/08/2016 6 Sem ordem Em gases, como o Ar e outros gases nobres. Se confinados, os gases não apresentarão nenhuma ordem entre seus átomos constituintes. Argônio Hélio Ordenação de Átomos 11 Ordenamento a curto alcance ♦ Ângulos, distâncias e simetria com ordenação a curto alcance. ♦ Ocorre na H2O, que apresenta uma orientação preferencial, no SiO2 e no polietileno. em materiais não-cristalinos ou amorfos H OO H2O SiO2 Polietileno Ordenação de Átomos Si Oxigênio 12 18/08/2016 7 Ordem a longo alcance Material cristalino Átomos ordenados em longas distâncias atômicas formam uma estrutura tridimensional rede cristalina Ordenação de Átomos Metais, muitas cerâmicos e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação 13 ⇒Na rede a relação com vizinhos é constante: - simetria com os vizinhos; - distâncias define o parâmetro de rede; - ângulos entre arestas PARÂMETROS PELOS QUAIS SE DEFINE UM CRISTAL Exemplo esquemático de rede Ordem a longo alcance Ordenação de Átomos REDE: conjunto de pontos espaciais que possuem vizinhança idêntica. ⇒A rede é formada por átomos se repete regularmente 14 18/08/2016 8 Célula Unitária ⇒A ordem atômica no cristal sólido indica que pequenos grupos de átomos formam um padrão repetitivo. Este padrão descreve a estrutura do cristal célula unitária ⇒menor subdivisão da rede cristalina que retém as características de toda a rede. ⇒Para maioria das estruturas cristalinas são paralelepípedos ou prismas. 15 Célula Unitária menor subdivisão da rede cristalina que retém as características de toda a rede. Célula unitária Arranjo de átomos em um cristal Rede cristalina Célula Unitária 16 18/08/2016 9 Sistemas Cristalinos ⇒ Há várias estruturas cristalinas possíveis. ⇒ Classificadas de acordo com a célula unitária ou arranjo atômico. ⇒A geometria da célula unitária é definida em função de 6 parâmetros: 3 comprimentos das arestas a, b e c, e 3 ângulos internos α, ββββ e γγγγ. ⇒São chamados parâmetro de rede. �Sistemas cristalinos: 7 diferentes �Redes de Bravais: 14 diferentes 17 CÉLULA UNITÁRIA ⇒ Existem 14 tipos diferentes: redes de Bravais, agrupadas em sete tipos de estruturas cristalinas (sistemas cristalinos). Três diferentes tipos de estruturas cristalinas Sistemas Cristalinos HexagonalCúbico Ortorrômbico existem diferentes tipos de células unitárias, que dependem da relação entre seus ângulos e arestas. a c a a b c a a a 18 18/08/2016 10 Hexagonal Cúbico Tetratagonal Romboédrico (Trigonal) Ortorrômbico Monoclínico Triclínico Sistema cristalino Relação AngularRelação Axial Célula unitária Sistemas Cristalinos 19 Metais cristalizam preferencialmente: - hexagonal - CCC - CFC - CS → muito raro 7 sistemas cristalinos e 14 redes de Bravais METAIS Ligação metálica → não- direcional: não há restrições quanto ao número e posições dos vizinhos mais próximos. Estrutura cristalina dos metais têm geralmente um número de vizinhos grandes e alto empacotamento atômico. Romboédrico Hexagonal Sistemas Cristalinos 20 18/08/2016 11 Número de átomos por célula unitária ⇒ É o número específico de pontos da rede que define cada célula unitária. -Átomo no vértice da célula unitária cúbica: partilhado por sete células unitárias em contato -somente 1/8 de cada vértice pertence a uma célula particular. - Átomo da face centrada: partilhado por duas células unitárias Sistemas Cristalinos ½ atomo 1/8 atomo Cúbico Face Centrada (CFC) 21 22 • Tendem a ter um empacotamento denso. • Razões para o empacotamento denso: - Tipicamente um elemento é presente, então todos os átomos são os mesmos. - Ligação metálica não é direcional. - A distância até o próximo vizinho tende a ser menor possível com o objetivo de diminuir a energia de ligação. - A nuvem de elétrons cobre o núcleo de cada um. • Tem a estrutura de cristalina mais simples. Estrutura cristalina dos Metais 18/08/2016 12 Cúbico Simples (CS) Cúbico Corpo Centrado (CCC) Cúbico Face Centrada (CFC) Sistema Cúbico Sistemas Cristalinos 23 Número de átomos por célula unitária Exemplo 1: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico simples. Resposta:CS n° pontos da rede = 8(cantos) *1 = 1 átomo célula unitária 8 Sistemas Cristalinos 24 18/08/2016 13 Resposta: CCC n° pontos da rede = 8(cantos)*1 + 1 (centro)= 2 átomos célula unitária 8 Exemplo 2: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico de corpo centrado. Número de átomos por célula unitária Sistemas Cristalinos 25 Resposta: CFC n° pontos da rede = 8(cantos)*1 + 6 (faces)*1= 4 átomos célula unitária 8 2 Exemplo 3: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico de face centrada. Número de átomos por célula unitária Sistemas Cristalinos 26 18/08/2016 14 CS 1 átomo CCC 2 átomos CFC 4 átomos CFC CS CCC Número de átomos por célula unitária Sistemas Cristalinos 27 Célula Unitária ⇒ Determina-se primeiramente como os átomos estão em contato (direção de empacotamento fechado, ou de maior empacotamento) ⇒ Geometricamente determina-se a relação entre o raio atômico (r) e o parâmetro de rede (ao). Relação entre raio atômico e parâmetro de rede 28 18/08/2016 15 Exemplo 1: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CS, CFC, CCC). CÚBICO SIMPLES ao = 2r Contato entre os átomos ocorre através da aresta da célula unitária ao = r + r Célula Unitária Relação entre raio atômico e parâmetro de rede 29 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede ao = 4r 21/2 Contato entre os átomos ocorre através da diagonal da face da célula unitária dface2 = ao2 + ao2 (4r)2 = 2ao2 CÚBICO DE FACE CENTRADA Célula Unitária Exemplo 2: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CS, CFC, CCC). 30 18/08/2016 16 CÚBICO DE CORPO CENTRADO Contato entre os átomos ocorre através da diagonal do cubo da célula unitária Dcubo2 = ao2 + dface2 (4r)2 = 3ao2 a R Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Célula Unitária Exemplo 3: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CS, CFC, CCC). a a2 a3 31 Fe CCC Exemplo 4: O raio atômico do ferro é 1,24 A .Calcule o parâmetro de rede do Fe CCC e CFC. Fe CFC ao = 4r 31/2 ao = 4 x 1,24 = 2,86 A 31/2 ao = 4r 21/2 ao = 4 x 1,24 = 3,51 A 21/2 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Célula Unitária 32 18/08/2016 17 ⇒ O número de coordenação é o número de vizinhos mais próximos, depende de: ⇒ covalência: o número de ligações covalentes que um átomo pode compartilhar; ⇒ fator de empacotamento cristalino. CÚBICO SIMPLES NC = 6 Número de coordenação Célula Unitária 33 CÚBICO DE CORPO CENTRADO NC = 8 Número de coordenação Célula Unitária 34 18/08/2016 18 CÚBICO DE FACE CENTRADA NC = 12 Número de coordenação Célula Unitária 35 HEXAGONAL COMPACTO NC = 12 Número de coordenação Célula Unitária 36 18/08/2016 19 ⇒ Fator de empacotamento é a fração de volume da célula unitária efetivamente ocupada por átomos, assumindo que os átomos são esferas rígidas. FE = (n° átomos / célula) * volume cada átomo volume da célula unitária Exemplo 1: Calcule o fator de empacotamento do sistema cúbico (CS, CFC e CCC). Fator de empacotamento Célula Unitária 37 CS FE = (1 átomo / célula) * (4pipipipir3/3) ao3 FE = (1 átomo / célula) * (4pipipipir3/3) = 0,52 (2r)3 CCC FE = (2 átomo / célula) * (4pipipipir3/3) ao3 FE = (2 átomo / célula) * (4pipipipir3/3) = 0,68 (4r/31/2)3 CFC FE = (4 átomo / célula) * (4pipipipir3/3) ao3 FE = (4 átomo / célula) * (4pipipipir3/3) = 0,74 (4r/21/2)3 Exemplo 1: Calcule o fator de empacotamento do sistema cúbico. Célula Unitária 38 18/08/2016 20 Densidade ⇒ A densidade teórica de um cristal pode ser calculada usando-se as propriedades da estrutura cristalina. ρρρρ = (n° átomos / célula)*(massa atômica de cada átomo) (volume da célula unitária) * (n° de Avogadro) Exemplo 1: Determine a densidade do Fe CCC, que tem um a0 de 2,866 A. Célula Unitária 39 A densidade medida é 7,870 Mg/m3. Por que a diferença da densidade teórica e a medida? ρρρρ = (2 átomos / célula)*(55,85 g/g.mol) (23,55 10-24 cm3/célula) * (6,02 1023 átomos/g.mol) ρρρρ = 7,879 Mg/m3 Átomos/célula = 2 átomos Massa atômica = 55,85 g/g.mol Volume da célula unitária = a03 = 23,55 10-24 cm3/célula Número de Avogadro = 6,02 1023 átomos/g.mol Exemplo 5: Determine a densidade do Fe CCC, que tem um a0 de 2,866 A. Densidade Célula Unitária 40 18/08/2016 21 41 Densidade por Classe de Material ρmetais > ρcerâmicas > r (g /c m )3 Grafite/ Cerâmicos/ Semicond Metais/ Ligas Compósitos/ fibras Polímeros 1 2 20 30 *GFRE, CFRE, & AFRE are Glass, Carbon, & Aramid Fiber-Reinforced Epoxy composites (values based on 60% volume fraction of aligned fibers in an epoxy matrix).10 3 4 5 0.3 0.4 0.5 Magnesium Aluminum Steels Titanium Cu,Ni Tin, Zinc Silver, Mo Tantalum Gold, W Platinum G raphite Silicon Glass -soda Concrete Si nitride Diamond Al oxide Zirconia H DPE, PS PP, LDPE PC PTFE PET PVC Silicone Wood AFRE * CFRE * GFRE* Glass fibers Carbon fibers A ramid fibers Metais: • empacotamento denso (ligação metálica) • freqüentemente grande valor de massa atômica Cerâmicas: • empacotamento menos denso • freqüentemente elementos mais leve Polímeros tem: • baixo densidade de empacotamento (freqüentemente amorfos) • elementos leves (C,H,O) Compósitos: • valores intermediários Em geral: ρ polímeros CS CCC CFC Resumo da estrutura cúbica Célula Unitária Átomos empacotamento Número de coordenação Parâmetro de rede Fator de por célula CS 1 6 2R 0,52 CCC 2 8 4R/(3)1/2 0,68 CFC 4 12 4R/(2)1/2 0,74 42 18/08/2016 22 ⇒ Metais não cristalizam no sistema hexagonal simples o fator de empacotamento é muito baixo ⇒ Cristais com mais de um tipo de átomo podem cristalizar neste sistema. Estrutura hexagonal simples Célula Unitária c a 43 ⇒ O sistema Hexagonal Compacto é mais comum nos metais (ex: Mg, Zn)⇒ Neste sistema cada átomo em seu nível está localizado acima ou abaixo do interstício de 3 átomos de níveis adjacentes. Estrutura hexagonal compacta Célula Unitária 44 18/08/2016 23 Estrutura hexagonal compacta Célula Unitária 45 Estrutura hexagonal compacta Célula Unitária 46 18/08/2016 24 Estrutura hexagonal compacta Célula Unitária 47 Estrutura hexagonal compacta ⇒ O número de coordenação deste sistema é 12, pois cada átomo toca 3 átomos no seu nível inferior, seis no seu próprio plano e mais três no nível superior ao seu, resultando em um. ⇒ A razão c/a ideal é 1,633, mas a maioria dos metais tem essa razão modificada devido a presença de ligações não metálicas. Célula Unitária 48 18/08/2016 25 Projeção 3D Projeção 2D c a Sitios A Sitios B Sitios A Camada de baixo Camada do meio Camada de cima Estrutura hexagonal compacta Célula Unitária • Coordenação = 12 • Fator de empcotamento = 0.74 6 atoms/célula unitária ex: Cd, Mg, Ti, Zn • c/a = 1.633 49 Alotropia ou transformações polimórficas ⇒ Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e pressão. Materiais de mesma composição química, mas que podem apresentar estruturas cristalinas diferentes, são denominados de alotrópicosou polimórficos. ⇒ Geralmente as transformações polimórficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas. Célula Unitária 50 18/08/2016 26 Célula Unitária Alotropia ou transformações polimórficas CCC CFC CCC 1538ºC 1394ºC 912ºC δδδδ-Fe γγγγ-Fe αααα-Fe líquido Sistema do Ferro NC 8 FE 0,68 NC 12 FE 0,74 NC 8 FE 0,68 51 Carbono grafite Nitreto de boro Fe Titânio SiC (chega ter 20 modificações cristalinas) Exemplos Diamante Grafite Célula Unitária CCC CFC Grafite diamante α β Hexagonal cúbico Grafite cúbico Alotropia ou transformações polimórficas 52 18/08/2016 27 Polimorfismo 53 Exemplo 1: Calcule a mudança de volume que ocorre quando o FeCCC é aquecido e transforma-se em FeCFC. Na transformação o parâmetro de rede muda de aCCC = 2,863 A para aCFC = 3,591 A. Volume da célula CCC = a3 = 23,467A3 Volume da célula CFC = a3 = 46,307A3 FeCCC 2 átomos FeCFC 4 átomos 1FeCFC 2FeCCC Mudança de Volume = Vf - Vi * 100 = 46,307 - 46,934 * 100 Vi 46,934 Mudança de Volume = -1,34% Célula Unitária Alotropia ou transformações polimórficas 54 18/08/2016 28 Mudança de Volume = -1,34% Transformações de fase versus dilatometria: a 906°C e 1409°C A diferença deve-se provavelmente a impurezas e à policristalinidade. Célula Unitária Alotropia ou transformações polimórficas 55 Direções e Planos no Cristal ⇒ As propriedades de muitos materiais são direcionais, por exemplo o módulo de elasticidade do FeCCC é maior na diagonal do cubo que na direção da aresta. Coordenadas dos pontos ⇒ Pode-se localizar os pontos das posições atômicas da célula unitária cristalina construindo- se um sistema de eixos coordenados. 56 18/08/2016 29 Direções da célula unitária ⇒Algumas direções da célula unitária são de particular importância, por exemplo os metais se deformam ao longo da direção de maior empacotamento. ⇒Algumas propriedades dos materiais dependem da direção do cristal em que se encontram e são medidas. ⇒ Os índices de Miller das direções são usados para descrever estas direções. Direções e Planos no Cristal 57 Índices de Miller para Direções: 1. Definir dois pontos por onde passa a direção 2. Definir o ponto alvo e origem, fazendo-se: ALVO-ORIGEM 3. Eliminar as frações e reduzir ao m.m.c. 4. Escrever entre colchetes, e se houver n° negativo o sinal é colocado sobre o n°. [h k l] x y z Direções da célula unitária Direções e Planos no Cristal 58 18/08/2016 30 -4, 1, 2 Famílias de direções <uvw> z x Onde a barra representa o sinal negativo.[ 412 ]=> y Exemplo 2: pt. 1 x1 = a, y1 = b/2, z1 = 0 pt. 2 x2 = -a, y2 = b, z2 = c => -2, 1/2, 1 c c b bb 0 2 −−−− a aa pt. 2 head pt. 1: tail Mutiplicando por 2 para eliminar a fração Direções da célula unitária Direções e Planos no Cristal 59 Exemplo 1: Determine os Índices de Miller das direções A, B e C, da figura abaixo. Direções da célula unitária Direções e Planos no Cristal 60 18/08/2016 31 ⇒ Algumas observações: - direção e suas múltiplas são idênticas [111] ≡ [222]; - índices de Miller simétricos não são da mesma direção (direções e suas negativas não são idênticas) [111] ≡ [111]; FAMÍLIA DE DIREÇÕES: conjunto de Índices de Miller onde todos tem mesma simetria. Exemplo para simetria cúbica: Direções da célula unitária Direções e Planos no Cristal 61 Para o sistema cúbico: A simetria da estrutura permite que as direções equivalentes sejam agrupadas: <100> para as faces <110> para as diagonais das faces <111> para a diagonal do cubo CCC Família de direções <111> empacotamento atômico fechado CFC Família de direções <110> empacotamento atômico fechado Direções da célula unitária Direções e Planos no Cristal Família de direções: 62 18/08/2016 32 ⇒ Outra maneira de caracterizar as direções é através da distância de repetição, fator de empacotamento e densidade linear. DENSIDADE LINEAR: É o número de átomos por unidades de comprimento. ρρρρL = número de átomos unidade de comprimento Direções da célula unitária Direções e Planos no Cristal 63 Exemplo 2: Calcular a densidade linear na direção [1 0 0] para o potássio. Dados: K - CCC r - 0,2312 nm ρL = n° átomos unid comprimento ρL = 1/2 + 1/2 ao ao= 4r/31/2 ρL = 0,187 átomos/Å Exercício: Qual a densidade linear na direção [1 1 0] para o Cu? Direções da célula unitária Direções e Planos no Cristal 64 18/08/2016 33 DISTÂNCIA DE REPETIÇÃO: De quanto em quanto se repete o centro de um átomo. É o inverso da densidade linear. FATOR DE EMPACOTAMENTO LINEAR: É quanto da direção está definitivamente coberta por átomos. Direções da célula unitária Direções e Planos no Cristal 65 Exemplo 3: Calcule a distância de repetição, densidade linear e o fator de empacotamento para a direção [1 1 1] do Cu CFC. (ao=3,6151 A) Direções da célula unitária Direções e Planos no Cristal 66 18/08/2016 34 Planos ⇒ Um cristal possui planos de átomos que influenciam as propriedades e o comportamento de um material. ⇒ Os Índices de Miller também são determinados para planos. ÍNDICES DE MILLER PARA PLANOS: 1. Definir três pontos onde o plano corta x, y e z. 2. Calcular os recíprocos dos valores obtidos. 3. Eliminar as frações sem reduzir ao m.m.c. 4. Escrever entre parênteses, e se houver n° negativo o sinal é colocado sobre este n°. OBS.: Se o plano passar pela origem, desloque-a. (h k l) x y z Direções e Planos no Cristal 67 Exemplo 1: Determine os Índices de Miller para os planos A, B e C da figura abaixo. Planos Direções e Planos no Cristal 68 18/08/2016 35 Observações importantes: - Iguais Índices de Miller para direção e plano, significa que estes apresentam perpendicularidade. Exemplo: (1 0 0) ⊥ [1 0 0] - Índices de Miller simétricos são o mesmo plano, depende apenas do referencial (planos e seus negativos são idênticos). Exemplo: (0 2 0) ≡ (0 2 0) - Planos e seus múltiplos não são idênticos (densidade planar diferente). Planos Direções e Planos no Cristal 69 DENSIDADE PLANAR: É o número de átomos por unidades de comprimento. ρρρρP = número de átomos no plano área do plano FATOR DE EMPACOTAMENTO PLANAR: É quanto da área está efetivamente coberta por átomos. FEP = área dos átomos área do plano Planos Direções e Planos no Cristal 70 18/08/2016 36 Distância interplanar: É a distância de dois planos com mesmos índices de Miller. D (h, k, l) = a0 (h2 + k2 + l2)1/2 Para o sistema cúbico d (110) = a (12 + 12 + 02)1/2 d (110) = a 21/2 Ou, geometricamente: d = dface = a 21/2 2 2 Planos Direções e Planos no Cristal 71 Exemplo 5: Calcule a densidade planar e o fator de empacotamento planar para os planos (0 1 0) e (0 2 0), para o sistema cúbico simples do polônio, o qual tem a0 = 3,34 10-8 cm. ρplanar (0 2 0) = zero FEplanar (0 2 0) = zero (010) (020) Planos Direções e Planos no Cristal 72 18/08/2016 37 Família de planos: em cada célula unitária os planos formam um grupo equivalente que tem índices particulares devido a orientação de suas coordenadas. Exemplo: planos da família {1 1 0} (1 1 0) (1 0 1) (0 1 1) (1 1 0) (1 0 1) (0 1 1) O átomo do centro do cubo é interceptado pela família de planos {111} para o CCC? Planos Direções e Planos no Cristal 73 FAMÍLIA DE PLANOS {110} é paralelo a um eixo ⁄⁄⁄⁄⁄⁄⁄⁄ z ⁄⁄⁄⁄⁄⁄⁄⁄ y ⁄⁄⁄⁄⁄⁄⁄⁄ xPlanos Direções e Planos no Cristal 74 18/08/2016 38 FAMÍLIA DE PLANOS {111} Planos Direções e Planos no Cristal 75 ⇒ A simetria do sistema cúbico faz com que a família de planos tenha o mesmo arranjo e densidade ⇒ Deformação em metais envolve deslizamento de planos atômicos ⇒ Deslizamento ocorre mais facilmente nos planos e direções de maior densidade atômica CCC Família de planos {110}: maior densidade atômica CFC Família de planos {111}: maior densidade atômica Planos Direções e Planos no Cristal 76 18/08/2016 39 Índices de Miller para a Célula Hexagonal ⇒ Chamados índices de Miller Bravais, devido a modificação em relação ao sistema cristalino ⇒ Estabelece-se 4 eixos, 3 coplanares ⇒ Tem-se 4 interseções e 4 índices de Miller Índices de Miller Bravais: h k i l onde: h + k = - i ⇒ Similar aos índices de Miller para plano da estrutura cristalina cúbica, determina-se os Índices de Miller Bravais. Direções e Planos no Cristal 77 Exemplo 7 a1 a2 a3 c 4. Índice de Miller-Bravais (1011) 1. Interceptos 1 ∞ -1 1 2. Recíprocos 1 1/∞ 1 0 -1 -1 1 1 3. Redução 1 0 -1 1 a2 a3 a1 z Planos Direções e Planos no Cristal 78 18/08/2016 40 ⇒ Direções na célula unitária hexagonal [h k i l] ⇒ Eixos: a1 a2 a3 c Índices de Miller para a Célula Hexagonal Direções e Planos no Cristal Na célula hexagonal a mesma idéia é aplicada. 79 Direções e Planos no Cristal 80 18/08/2016 41 Sistema cúbico Sistema hexagonal compacto Metais Sumarizando: os metais cristalizam preferencialmente em sistemas cúbico (CCC, CFC) ou hexagonal (HC). Logo, a estrutura cristalina destes materiais já foi estudada. CCC CFC 81 Metais Características de cristais metálicos comuns Estrutura a0 x R Átomos NC FE Metais CS a0 = 2R 1 6 0,52 Po CCC a0 = 4R/31/2 2 8 0,68 Fe, Ti, W, Mo, Nb, Ta, K, Na, V, Cr, Zr CFC a0 = 4R/21/2 4 12 0,74 Fe, U, Al, Au, Ag, Pb, Ni, Pt HC a0 = 2R 6 12 0,74 Ti, Mg, Zn, Be, Co, Zr, Cd 82 18/08/2016 42 ⇒ Muitos materiais cerâmicos possuem ligações iônicas entre ânions e cátions. Possuem estruturas cristalinas que asseguram a neutralidade elétrica. ⇒ Relação de raios: ânion (geralmente maior) e cátion ⇒ Considera-se que o ânion vai formar a rede cristalina e o cátion preencherá os vazios da rede. Cristais Iônicos Introdução determina o tipo de arranjo cristalino. 83 ⇒ Estruturas iônicas (como muitos cerâmicos) podem ser entendidas como o ânion formando a rede cristalina e o cátion preenchendo os sítios intersticiais, respeitando a neutralidade iônica. Sítios intersticiais Cristais Iônicos ⇒ Estrutura cristalina de uma célula unitária existem pequenos espaços não ocupados (vazios) sítios intersticiais. Podem ser ocupados por átomos estranhos a rede ex: impurezas e elementos liga nos metais 84 18/08/2016 43 Localização dos sítios intersticiais nas células unitárias cúbicas e hexagonal. Apenas um de cada grupo está representado. Sítios intersticiais Cristais Iônicos 85 Interstícios 18/08/2016 44 Interstícios • Um átomo em um sítio intersticial toca dois ou mais átomos da célula unitária⇒ NC • O tamanho de cada sítio intersticial pode ser calculado em termos do tamanho dos átomos da posição regular da rede. Exemplo 1: Supondo uma esfera, calcule o tamanho de um sítio intersticial: (a) cúbico (b) octaédrico. Sítios intersticiais Cristais Iônicos 88 18/08/2016 45 2R + 2r = 2R 3½ r = 3½ R - R r = (3½ - 1) R r /R= 0,732 Exemplo 1: Supondo uma esfera, calcule o tamanho de um sítio intersticial: (a) cúbico (b) octaédrico. Sítios intersticiais Cristais Iônicos 2R + 2r = 2R 2½ r = 2½ R - R r = (2½ - 1) R r /R= 0,414 89 O átomo intersticial - tamanho menor do sítio intersticial - tamanho maior do sítio intersticial Razão entre raios determina NC e a localização do interstício 2 0 - 0,155 3 0,155 - 0,225 4 0,225 - 0,414 6 0,414 - 0,732 8 0,732 - 1,000 NC Razão raios Cristais Iônicos Repulsão Mínima Relação MX Geometria Sítios intersticiais 90 18/08/2016 46 Cristais Iônicos Tipos de estruturas 91 Teoria da rede cristalina para cristais iônicos Modelo matemático da estrutura cristalina de cristais iônicos cálculo de propriedades do cristal: energia de ligação e espaçamento de equilíbrio dos íons no cristal Considera-se que: - rede construída com esferas rígidas que tocam-se em uma direção; as esferas tem um raio fixo e definido; - as esferas são eletricamente carregadas com cargas elementares; - as cargas formam um arranjo periódico; - a rede empacota de forma simples: cúbico, hexagonal ou cúbico de face centrada Ex: NaCl Características da rede: - Arranjo periódico de esferas - Esferas rígidas com raio fixo e definido - Esferas carregadas com cargas elementares - Tamanho dos íons: Na+: 0,98Ả e Cl-: 1,81Ả Cristais Iônicos 92 18/08/2016 47 Cálculo da Energia de ligação entre duas esferas vizinhas 2,1 2 21 0 2,1 4 1 r ezzE •= piε 121 =−= zz 2,1 2 0 2,1 4 1 r eE •−= piε As outras esferas também devem ser consideradas CADEIA LINEAR - + - + - + - ++ a0 d0 12345 2’ 3’ 4’ 5’ ∑ ∞ = =++++++= = 2 1413'12141312 2... ''' k CLCL EEEEEEEE Como: CL k CL r eE 2 04 1)1( ••−−= piε e 041031021 3 2 drdrdr === Então: −+−+−−= ... 5 1 4 1 3 1 2 11 4 2 00 2 d eECL piε ln 2 00 2 4 d eAE CLCL piε −= ACL = 2 ln2 = 1,386 Teoria da rede cristalina para cristais iônicos Cristais Iônicos 93 CADEIA LINEAR Por comparação, a energia de ligação de um simples íon em uma molécula de dois íons, separado por uma distância d0, é: 00 2 4 d eEMol piε −= Logo, ACL é a razão da energia de ligação de um íon na cadeia linear em relação a um íon na molécula: Mol CL CL E EA = IMPORTANTE: ACL > 1 significa que a situação de um íon na cadeia linear é energeticamente mais favorável que em uma molécula de dois íons, embora na cadeia linear, há a repulsão entre cargas. ENERGIA DE LIGAÇÃO EM UMA REDE TRIDIMENSIONAL? Teoria da rede cristalina para cristais iônicos Cristais Iônicos 94 18/08/2016 48 ENERGIA DE LIGAÇÃO EM UMA REDE TRIDIMENSIONAL Caso dos cristais iônicos CONSTANTE DE MADELUNG Energia de ligação de um íon na rede, EG é: com i, k = 1...N Pode-se escrever que: com e A = constante de Madelung Então a primeira aproximação de EG é: Fórmula geral para o cálculo da energia da rede em um cristal iônico: ∑ ≠ = ki ikG EE ∑⋅−= ik G nd eE 1 4 1 0 2 0piε ∑ = A nik 1 00 2 4 d eAEG piε −= Significado de A: Razão entre a energia de ligação do íon na rede cristalina e a energia de ligação do íon na molécula N d ezzAEG 00 2 21 4piε −= Teoria da rede cristalina para cristais iônicos Cristais Iônicos 95 ENERGIA DE LIGAÇÃO EM UMA REDE TRIDIMENSIONAL Constante de Madelung de vários cerâmicos: Tipo Estrutura Nome Valor de A AX NaCl Cloreto de sódio 1,748 CsCl Cloreto de césio 1,763 ZnS Blenda de zinco 1,638 ZnS Wurtzita 1,641 AX2 CaF2 Fluorita 5,03 A2X3 Al2O3 Corindum 25,0 • Os valores de A para a estrutura AX não são muito maiores que 1; • Diferença no tipo de estrutura AX difere muito pouco os valores de A; • A ligação mais forte é da estrutura do corindum Material Eteorica (kJ/mol) Eexperimental (kJ/mol) ∆E/ Eteorica NaCl 858 766 - 0,11 CsCl 687 649 - 0,05 • Os valores medidossão menores que os valores teóricos • A diferença pode ser explicada pelo potencial de repulsão Verificação experimental da energia de ligação calculada Teoria da rede cristalina para cristais iônicos Cristais Iônicos 96 18/08/2016 49 ⇒ Os compostos cerâmicos mais simples possuem igual número de átomos metálicos e não-metálicos. Podem ser iônicos como o MgO (Mg+2, O-2), ou covalentes como o ZnS. NC Três formas principais: CsCl 8 NaCl 6 ZnS 4 Estruturas do tipo AX Cristais Iônicos 97 Tipo CsCl ⇒ Cada átomo A tem oito vizinhos X rCs+ = 1,69 Å RCl- = 1,81Å NC = 8 r/R=0,92 Estruturas do tipo AX Cristais Iônicos 98 18/08/2016 50 Tipo CsCl Dc = 2 (R+r) Os íons se tocam pela diagonal do cubo ao= 2(r+R) 31/2 Estruturas do tipo AX Cristais Iônicos 99 Tipo NaCl ⇒ Cada átomo A tem seis vizinhos intersticiais rNa+= 1,02 Å RCl- = 1,81Å NC = 6 r/R=0,56 Exemplos: MgO, MnS, LiF, FeO Na Cl Estruturas do tipo AX Cristais Iônicos 100 18/08/2016 51 Tipo NaCl Os íons se tocam pela aresta do cubo. ao= 2(r+R) Estruturas do tipo AX Cristais Iônicos 101 Tipo ZnS ⇒ Os cátions ocupam 4 das 8 posições intersticiais tetraedrais possíveis. rZn+= 0,74 Å RS- = 1,84Å NC = 4 r/R=0,40 Exemplos: BeO Estruturas do tipo AX Cristais Iônicos 102 18/08/2016 52 Tipo ZnS Dc = 4 (R+r) Os íons se tocam pela diagonal do cubo ao= 4(r+R) 31/2 Estruturas do tipo AX Cristais Iônicos 103 Tipo NiAs Estrutura hexagonal com seis interstícios com Ni+2 Estruturas do tipo AX Cristais Iônicos 104 18/08/2016 53 ⇒ Relação de 1 cátion para 2 ânion ⇒ Estrutura cubica de face centrada ⇒ 8 interstícios octaédricos ocupados Estruturas do tipo AnXm Ex: estruturas AX2 ou A2X3 Tipo AX2 Exemplos: UO2, PuO2, ThO2 CaF2 Exemplo: UO2, interstícios octaedrais disponíveis combustível nuclear produtos de fissão acomodados nas posições vazias. Cristais Iônicos 105 Exemplo: ZrO2 Tipo AX2 Estruturas do tipo AnXm Cristais Iônicos 106 18/08/2016 54 Exemplo: Pirita Tipo AX2 FeS2 Fe S Estruturas do tipo AnXm Cristais Iônicos 107 Exemplo: Al2O3 Tipo A2X3 Mantém neutralidade elétrica devido a valência Estruturas do tipo AnXm Cristais Iônicos 2/3 dos interstícios octaédricos ocupados por Al3+ 108 18/08/2016 55 Tipo BaTiO3 ⇒⇒⇒⇒ Óxido duplo com dois cátions ⇒⇒⇒⇒ Estrutura mais complexa devido a presença de mais um átomo Estrutura da Perovskita Exemplos: CaTiO3, SrZnO3, SrSnO3, Ferritas e Espinélios Estruturas do tipo AnXm Cristais Iônicos 109 Tipo MgAl2O4 Estrutura do Espinélio A ⇒ metal valência +2 B ⇒ metal valência +3 O ⇒ forma rede CFC A ⇒ interstício octaédrico B ⇒ interstício tetraédrico Estruturas do tipo AnBmXP Cristais Iônicos Sítio A: um metal com 4 oxigênios vizinhos. Sítio tetraedral Sítio B: um metal com 6 O vizinhos. Sítio Octaedral Uso: materiais magnéticos não metálicos em aplicações eletrônicas 110 18/08/2016 56 Exemplo 1: Calcule a densidade e o fator de empacotamento do MgO, sabendo-se que MMg é 24,31 g/mol e do MO é 15,99 g/mol. ρρρρ= m/V Massa cél. unit.= 4Mg+2 + 4O-2 ⇒⇒⇒⇒ (4.MMg+ 4. MO)/6,02.1023 íons= 26,78 . 10-23 g Volume da célula unitária = a03 = 0,0621 . 10-27m3 ρρρρ= 26,78 . 10-23 g/ 0,0621 . 10-27 m3 = 4,31 . 106 g/m3 ou 4,31 g/cm3 FE = Víons/Vcél. Unit. Vol íons cél. unit.= 4VMg+2 + 4VO-2 ⇒⇒⇒⇒ (4. 4/3pipipipi r3 + 4. 4/3pipipipi R3 )= 0,0433 . 10-29 m3 Volume da célula unitária = a03 = 0,0621 . 10-27 m3 FE = 0,0433 . 10-29 m3 / 0,0621 . 10-27 m3 = 69,8% Solução: ρρρρ= m/V FE = Víons/Vcél. Unit. ao=? rMg+2= 0,066 nm RO-2 = 0,132 nm rMg+2/ RO-2 = 0,5 ⇒⇒⇒⇒ NC=6 CFC tipo NaCl ao=(2 RO-2 + 2 rMg+2 ) = 0,396 nm Cristais Iônicos 111 C ⇒ Ocupação dos interstícios ~ ZnS ⇒ Totalmente covalente ⇒ Forma metaestável Exemplos: Ge, Si, Pb Estruturas do Diamante Cristais Covalentes C 112 18/08/2016 57 Dc = 8r Os átomos se tocam pela diagonal do cubo ao= 8r 31/2 Estruturas do Diamante Cristais Covalentes 113 Solução: ρρρρ = m/V Massa cél. unit.= 8 C ⇒ 8 x 12/6,02.1023 = 15,95 . 10-23 g Volume da célula unitária: ao3 ao= 8 r / 3 0,5 r = 0,077 nm ao= 8 . 0,077 nm / 3 0,5 = 0,356 nm a03 = 0,0451 . 10-27m3 ρ = 15,95 . 10-23 g / 0,0451 . 10-27 m3 = 3,54 . 106 g/m3 ou 3,54 g/cm3 Exemplo 2: Calcule a densidade do Diamante. Estruturas do Diamante Cristais Covalentes 114 18/08/2016 58 ⇒ Tipicamente: amorfos (ordem a curto alcance) ⇒ Sob condições especiais: estrutura cristalina. Ex.: polietileno ⇒ estrutura ortorrômbica Polímeros 115 116 X-Ray Diffraction Redes de difração devem ter espaçamentos comparáveis ao comprimento de onda da radiação difratada. Não pode resolver espaçamentos < λ Espaçamento (d) é a distância entre planos paralelos. Difração de Raios X Espectro de radiação eletromagnética Frequência (HZ) 18/08/2016 59 A luz visível tem comprimento de onda da ordem de 1000 nm – ranhuras em um vidro. Na estrutura cristalina: • Interação do fóton com o orbital de elétrons. • O empilhamento de átomos tem a mesma função que as ranhuras da figura ao lado. Difração de Raios X 117 O FENÔMENO DA DIFRAÇÃO: Quando um feixe de raios x é dirigido à um material cristalino, esses raios são difratados pelos planos dos átomos ou íons dentro do cristal • T= fonte de raios X • S= amostra • C= detector • O= eixo no qual a amostra e o detector giram Detector Fonte O DIFRATÔMETRO: Difração de Raios X 118 18/08/2016 60 • Para que ocorra a difração, o feixe de raios X precisa estar em fase com os planos do cristal. • De outra maneira, interferências destrutivas de ondas ocorrem e não é possível detectar um feixe de difração intenso. ABC = nλ AB = BC = d senθ Então: nλ = 2d sen θ Difração de Raios X espaçamento entre planos d θ λ θ A B Cθ θ Intensidade dos Raios X (a partir do detector) θθc d = nλ 2 sin θc Medições do ângulo crítico, qc, permitem a obtenção da distância interplanar, d. Distância extra viajada pela onda“2” 119 • Na interferência construtiva, com feixes em fase, a diferença no comprimento da trajetória dos feixes de raios X adjacentes é um número inteiro de comprimentos de onda. ABC = nλ AB = BC = d senθ • Esta relação é dada pela equação de Bragg: nλ= 2d sen θ onde d é o espaçamento atômico e θ é o ângulo de difração com a superfície (2θ = ângulo de difração - ângulo medido experimentalmente) d é o espaçamento interplanar – função dos índices de Miller para planos. Difração de Raios X 120 18/08/2016 61 Distância interplanar (exemplos): Cúbico Dhkl= ao/(h2+k2+l2)0,5 Hexagonal Dhkl= ao/[4/3(h2+hk+k2)+l2(ao2/co2)]0,5 CS CCC CFC Difração de Raios X 121 122 (110) (200) (211) z x y a b c Anglo de difração (2θ) Padrões de raios X para o Ferro-a (CCC) In te n si da de re la tiv a z x y a b c z x y a b c Difração de Raios X 18/08/2016 62 Exemplo de difração de raios X em um pó de alumínio. λ = 0,1542 nm (radiação CuKa) Difração de Raios X 123 Exemplo 1: Uma amostra de ferro CCC foi colocada num difractômetro de raios X incidentes com λ= 0,1541nm. A difração pelos planos {110} ocorreu para 2θ= 44,704o. Calcule o valor do parâmetro de rede do ferro CCC (considere a difração de 1a ordem, com n=1). Solução: d[110] 2θ= 44,704o θ= 22,352oλ= 2.d[hkl] sen θ d[110]= λ / 2 sen θ = 0,1541nm / 2(sen 22,35o) = 0,2026 nm ao(Fe) d[110]= ao / (h2+k2+l2)0,5 ao(Fe)= d[110]= ao / (h2+k2+l2)0,5 = 0,2026nm (1,414) = 0,287 nm Difração de Raios X 124 18/08/2016 63 125 • Algumas aplicações de engenharia requerem cristais únicos: • Propriedades de materiais cristalinos são freqüentemente relacionadas com a estrutura do cristal Ex: Quartzo fratura mais facilmente ao longo do mesmo planos cristalinos do que outros. - cristal único de diamante abrasivo - lâmina de turbina Materiais Monocristalinos 126 • A maioria dos materiais de engenharia são policristalinos. • Placa de Nb-Hf-W com uma solda feita por feixe de elétrons • Cada “grão” é um cristal único. • Se os grãos são orientados aleatoriamente, as propriedades do material não são direcionais: isotrópico. • Tamanho de grãos típicos 1 nm a 2 cm (ex. de poucos até milhões de camadas de átomos). 1 mm Materiais Policristalinos Isotrópico Anisotrópico 18/08/2016 64 127 • Cristal único -Propriedades variam com a direção: anisotrópico. -Exemplo: módulo de elasticidade (E) em ferro CCC. • Policristais -Propriedades podem ou não variar com a direção. -Se os grãos são orientados aleatoriamente: isotrópico. (Epoly iron = 210 GPa) -Se os grãos tem textura, anisotrópico. 200 mm Cristal único versus Policristal E (diagonal) = 273 GPa E (aresta) = 125 GPa
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