Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistema Circulatório Prof. Alexandre Luz de Castro HEMODINÂMICA, PRESSÃO ARTERIAL INTRODUÇÃO AO SISTEMA CIRCULATÓRIO modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. INTRODUÇÃO AO SISTEMA CIRCULATÓRIO • Circulação Sistêmica • Circulação Pulmonar modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. INTRODUÇÃO AO SISTEMA CIRCULATÓRIO LEI DE POISEUILLE /HAGEN Q = (P1 - P2) x x 1 x r4 8 L P1 = pressão aórtica; P2 = pressão átrio direito = Viscosidade sangue; L = comprimento dos vasos r = Raio do vaso HEMODINÂMICA FLUXO SANGUÍNEO O fluxo sanguíneo (Q) representa a taxa de dispersão de um volume desse fluido. Depende da diferença de pressão entre as regiões do sistema circulatório, a viscosidade do sangue, o comprimento e o raio dos vasos. HEMODINÂMICA FLUXO LAMINAR = movimentos regulares dos elementos do fluido. Estes permanecem numa mesma lâmina do fluido a medida que o fluxo progride (velocidade máxima no região mais central). FLUXO TURBILHONAR = movimentos irregulares dos elementos do fluido. Não permanecem numa mesma lâmina (requerem maior pressão no sistema vascular). modificado de Des Jardins, Terry. Cardiopulmonary Anatomy and Physiology 4. ed. Illinois, EUA: Delmar 2002. TIPOS DE FLUXO SANGUÍNEO Número de Reynolds (Re) = relação entre os quatro fatores que determinam o tipo de fluxo de um líquido por um tubo: HEMODINÂMICA Re = v . ρ . d ρ = Densidade do líquido = Viscosidade (poise) d = Diâmetro do vaso V = velocidade do fluxo (cm/s) FLUXO SANGUÍNEO HEMODINÂMICA FLUXO SANGUÍNEO Os principais determinantes do fluxo sanguíneo em nosso sistema circulatório são: • Bombeamento cardíaco • Retração Diastólica das paredes arteriais • Compressão venosa pela musculatura esquelética • Pressão torácica negativa na inspiração HEMODINÂMICA RESISTÊNCIA A resistência (R) é a dificuldade oferecida ao fluxo sanguíneo. Nos vasos, o raio é o principal determinante da resistência (varia na 4° potencia). R = (8 L/ 4r4) ou R= (P1 – P2) / Q P1 = pressão aórtica; P2 = pressão átrio direito = Viscosidade sangue; L = comprimento dos vasos r = Raio do vaso Q = Fluxo sanguíneo HEMODINÂMICA RESISTÊNCIA VASCULAR PERIFÉRICA • A maior resistência ao fluxo reside nas artérias e nas arteríolas (pois os capilares possuem baixa resistência ao fluxo – possuem grande área de secção transversal). • São vasos de resistência, capazes de regular a perfusão tecidual graças a sua camada muscular e a sua responsividade a substâncias vasoativas. modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. HEMODINÂMICA VISCOSIDADE DO SANGUE E ESTRESSE DE CISALHAMENTO A viscosidade é dada pelo atrito das moléculas do sangue entre si. É determinada pelo hematócrito e pelo diâmetro do vaso (diâmetro menor, menor viscosidade). A viscosidade e o fluxo determinam o Estresse de Cisalhamento O estresse de cisalhamento altera a expressão de diversos genes no endotélio vascular e estimula a liberação de Óxido Nítrico (vasodilatador) Modificado de Amanda Patel & Eric Honoré. Polycystins and renovascular mechanosensory transduction Nature Reviews Nephrology 6, 530-538 (September 2010) PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA • É uma grandeza física dada: Força do sangue na parede dos vasos/ unidade de área. • Garante a perfusão tecidual apropriada pela manutenção da força motriz na circulação em níveis adequados e razoavelmente constantes ao longo da vida. modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. • Uma parte da energia da contração cardíaca é dissipada como fluxo para os capilares (sístole) e o restante é armazenada como energia potencial elástica nas artérias = durante a diástole essa energia garante o fluxo sanguíneo. modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - PRESSÃO SISTÓLICA (ou máxima) – Pressão que se desenvolve durante a ejeção, determinada por: - VOLUME SISTÓLICO DO VE - VELOCIDADE DE EJEÇÃO - RESISTÊNCIA DA AORTA - PRESSÃO DIASTÓLICA (ou mínima) – deve-se ao esvaziamento da árvore arterial para a rede capilar durante a diástole e depende: - NÍVEL DE PRESSÃO DURANTE A SÍSTOLE - RESISTÊNCIA PERIFÉRICA - DURAÇÃO DA DIÁSTOLE (freqüência cardíaca) PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA - PRESSÃO DIFERENCIAL OU DE PULSO: diferença entre sistólica e diastólica - PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA (PAM): Média da pressão arterial durante o ciclo cardíaco; como a sístole é mais curta, a PAM é menor que a média aritmética entre a sistólica e a diastólica PAM = PD + (PS – PD)/3 PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Efluxo = Pressão Arterial Média/ Resistência Vascular Periférica • Se a resistência dobrar (20 para 40), inicialmente o efluxo vai cair: Efluxo= 100/40 = 2,5 L/min Para compensar ocorrerá a subida da pressão arterial média (100 para 200), graças ao acúmulo de sangue no sistema arterial: Efluxo = 200/40 = 5 L/ min Exemplo: Efluxo = 100 mmHg/ 20 mmHg/L/minuto = 5 L/minuto (Efluxo = Débito Cardíaco) A pressão arterial garante que a entrada de sangue no sistema arterial (débito cardíaco) se iguale a saída de sangue desse sistema (efluxo) para o sistema venoso. PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL, MICROCIRCULAÇÃO • Os mecanismos que mantém a pressão arterial (PA) são divididos em duas classes: - MECANISMOS A CURTO E MÉDIO PRAZO (Resposta Rápida) – Ativos em segundos ou minutos. Ação menos duradoura. - MECANISMOS A LONGO PRAZO (Resposta Lenta) – Ativos em horas ou dias. Possuem ação mais prolongada e duradoura. REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL REGULAÇÃO A CURTO E MÉDIO PRAZO •BARORREFLEXO •QUIMIORREFLEXO •REFLEXO ATIVADO POR RECEPTORES CARDIOPULMONARES REGULAÇÃO A CURTO E MÉDIO PRAZO Reflexo ocasionado por receptores de estiramento presentes no arco aórtico e nas artérias carótidas (barorreceptores arteriais). BARORREFLEXO ↑ PA = leva ao estiramento do receptor e à geração do potencial de ação. ↓ PA = menor estiramento do receptor e redução do número de potenciais de ação. modificado de William F. Ganong, Review of Medical Physiology. 21st edition. Mcgraw-Hill, 2003. REGULAÇÃO A CURTO E MÉDIO PRAZO BARORREFLEXO Barorreceptores: Terminações nervosas livres, presentes na borda medioadventicial dos vasos sistêmicos. Na túnica média, elas perdem a mielinização e formam varicosidades. modificado de Margarida de Mello Aires. Fisiologia. 3° edição. Editora: Guanabara Koogan,2008. REGULAÇÃO A CURTO E MÉDIO PRAZO Núcleo do Trato solitário (recebe as aferências da periferia. Estimula o Núcleo Dorsal motor do Vago = ↓PA). Bulbo Ventrolateral Rostral (é tônico; ativa neurônios pré- ganglionares simpáticos =↑ PA). Bulbo Ventrolateral Caudal (se projeta para o bulbo ventrolateral rostral, inibido-o = ↓PA). BARORREFLEXO modificado de William F. Ganong, Review of Medical Physiology. 21st edition. Mcgraw-Hill, 2003. REGULAÇÃO A CURTO E MÉDIO PRAZO BARORREFLEXO modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. Barorreflexo é ativado durante o ciclo cardíaco para manutenção dos valores normais de pressão arterial. REGULAÇÃO A CURTO E MÉDIO PRAZO BARORREFLEXO modificado de Margarida de Mello Aires. Fisiologia. 3° edição. Editora: Guanabara Koogan, 2008. REGULAÇÃO A CURTO E MÉDIO PRAZO QUIMIORREFLEXO Reflexo ocasionado por receptores (Células Glomais) que detectam as variações da PO2, PCO2 e do pH (quimiorreceptores) no sangue arterial. Presentes no arco aórtico e nas artérias carótidas. ↑ PCO2, ↓ PO2 e do pH = elevação da resistência periféria total e da PA. ↓ PCO2, ↑ PO2 e do pH = redução da resistência periféria total e da PA. • Células Glomais do Tipo I (quimioreceptores) e do tipo II (de sustentação). • Há a ativação dos Centros Respiratórios. • Mesmas vias neurais do Barorreflexo. REGULAÇÃO A CURTO E MÉDIO PRAZO REFLEXO ATIVADO POR RECEPTORES CARDIOPULMONARES São receptores localizados nos átrios, ventrículos, coronárias, pericárdio, veia cava e vasos pulmonares. → São tonicamente ativos e alteram a resistência periférica em resposta a mudanças na pressão intracardíaca e intravascular. Nos átrios há dois tipos de receptores: • RECEPTORES A = Ativados pela tensão da sístole atrial • RECEPTORES B = Ativados pelo estiramento durante a diástole atrial (Aferentes vagais mielinizados) → Aumento da volemia → Distensão dos atrios → Reflexo de Bainbrigde e liberação do PNA REGULAÇÃO A CURTO E MÉDIO PRAZO REFLEXO ATIVADO POR RECEPTORES CARDIOPULMONARES modificado de Margarida de Mello Aires. Fisiologia. 3° edição. Editora: Guanabara Koogan, 2008. REGULAÇÃO A LONGO PRAZO Mecanismo Renal de Regulação da PA: Um pequeno aumento na pressão arterial pode dobrar a excreção de água e sal com aumento da filtração glomerular e redução da reabsorção tubular (DIURESE E NATRIURESE PRESSÓRICA) • A excreção de sal e água leva a redução do volume de líquido extracelular, reduzindo a pressão arterial. • Queda da PA → retenção de sal e água e liberação de Renina modificado de Brenner & Rector’s THE KIDNEY 8th Edition. Saunders, Elsevier, 2007 REGULAÇÃO A LONGO PRAZO modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. Elevação da ingestão de sal e água → Aumento da Volemia REGULAÇÃO A LONGO PRAZO modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. Redução da ingestão de sal e água → Redução da Volemia REGULAÇÃO A LONGO PRAZO modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA MICROCIRCULAÇÃO Corresponde a circulação através de vasos menores: arteríolas, capilares e vênulas. Desvio (anastomose) arteriovenoso: sangue vai da arteríola → vênula (ex: pontas dos dedos, orelha). Metarteríolas: Ramificações das arteríolas. Canais diretos para as vênulas. modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. MICROCIRCULAÇÃO Os capilares possuem um fluxo intermitente, regulado pelos esfíncteres pré-capilares. • baixa atividade metabólica = esfíncteres fechados. Sangue flui pelas metarteríolas. • alta atividade metabólica = os esfíncteres abrem. Aumento a perfusão capilar. Esfíncter abre para a oxigenação do tecido e depois fecha. O acúmulo de metabólitos leva a uma nova abertura desse esfíncter para o sangue seguir adiante. modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. MICROCIRCULAÇÃO A Filtração depende do equilíbrio das FORÇAS DE STARLING: Qf = K [(Pc - Pi) – (c - i)] Pc = pressão hidrostática capilar Pi = pressão hidrostática intersticial. i = pressão oncótica interstício. c = pressão oncótica capilar modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. MICROCIRCULAÇÃO O SISTEMA LINFÁTICO é responsável por recolher o excesso de líquido filtrado para o interstício e reconduzi-lo ao sistema vascular modificado de SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. REFERÊNCIAS • Amanda Patel & Eric Honoré. Polycystins and renovascular mechanosensory transduction. Nature Reviews Nephrology 6, 530-538, 2010. • Brenner & Rector’s. THE KIDNEY. 8th Edition. Saunders, Elsevier, 2007. • Berne & Levy. Physiology. 5th Edition. Mosby, Elsevier, 2004. • Dee Unglaub Silverthorn. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. • Des Jardins, Terry. Cardiopulmonary Anatomy and Physiology 4. ed. Illinois, EUA: Delmar 2002. • Margarida de Mello Aires. Fisiologia. 3° edição. Editora: Guanabara Koogan, 2008. • William F. Ganong. Review of Medical Physiology. 21st edition. Mcgraw-Hill, 2003.
Compartilhar