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Nutrição e Desenvolvimento Humano UNIDADE 1 1 NUTRIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO UNIDADE 1 APRESENTAÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao EAD da UNINASSAU! Meu nome é Milena Maia e sou a professora da disciplina de Nutrição e Desenvolvi- mento Humano. Esta disciplina tem como principal objetivo mostrar a você, aluno(a), a importância de uma boa nutrição no desenvolvimento humano, em todas as fases, desde a concepção até o envelhecimento. Nossa disciplina possui a carga horária de 60h e será dividida em quatro unidades, no começo de cada unidade irei apresentar os assuntos que serão abordados. Na I unidade veremos: • Conceito de Crescimento e Desenvolvimento; • Desenvolvimento pré-natal, nascimento até 2 anos; • Desenvolvimento biossocial dos 06 aos 12 anos. Caso surja qualquer dúvida no decorrer das unidades, você contará com a ajuda de nossos tutores para retirá-las, eles encaminharão seus questionamentos para mim e eu os responderei prontamente. Outro ponto importante é sua participação nos fóruns e nos questionários, pois eles são a forma que podemos avaliar se você está conseguindo assimilar os novos co- nhecimentos. Preparado(a) para a nossa primeira unidade? Espero que você aproveite a discipli- na. Vamos começar!!! Assista ao vídeo de apresentação da disciplina na plataforma virtual. 2 DESENVOLVIMENTO 1. TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO O desenvolvimento humano vem sendo estudado por vários teóricos, dentre os pre- cursores estão Sigmund Freud, Erik Erikson e Jean Piaget. Caso tenha interesse em conhecer um pouco mais da biografia e das obras desses teóricos, clique nos links correspondentes. § Sigmund Freud http://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud § Erik Erikson http://pt.wikipedia.org/wiki/Erik_Erikson § Jean Piaget http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget Neste guia de estudos iremos dar ênfase apenas as teorias relacionadas com o de- senvolvimento humano. Cada teoria que vamos estudar enfatiza diferentes aspectos e fatores causais do desenvolvimento, essa diferença reflete os interesses e as ten- dências dos autores. 1.1. Sigmund Freud – Teoria psicanalítica Iniciaremos falando sobre Sigmund Freud, conhecido como “pai da psicanálise”, Freud foi o criador da teoria psicanalítica, essa teoria ressaltava os aspectos se- xuais, com os famosos estágios psicossexuais, esses estágios estão relacionados com várias zonas do corpo com as quais o indivíduo busca a gratificação do id, em determinadas faixas etárias. E você deve estar se perguntando, o que seria esse id? Freud acreditava que cada um de nós éramos compostos pelo id, superego e ego. O id seria a fonte inconsciente de desejos, paixões e da busca do prazer, o superego seria o nosso lado racional, de consciência, o senso comum e o ego estaria bem ali no meio entre o id e o superego. Voltando aos estágios psicossexuais, o autor dividiu esses estágios em oral, anal, fálico, latente e genital, podemos verificar melhor na primeira coluna da Tabela 1.0 as explicações e a faixa etária aproximada de quando ocorre cada estágio. A Tabela 1.0 foi retirada e adaptada do livro Desenvolvimento Humano, das autoras Diane Pa- palia, Sally Olds e Ruth Feldman. 3 Os três primeiros eram os considerados mais importantes para Freud, e o mesmo acreditava que se as crianças recebem pouca ou excessiva gratificação em qualquer um dos estágios, estão sujeitos a desenvolverem uma fixação e/ou uma interrupção no desenvolvimento refletindo na fase adulta. Por muitos anos a teoria psicanalítica foi bastante criticada, pois não era possível validar, quantificar e objetivar seus conceitos, ou seja, provar que esses conceitos de fato ocorriam. Entretanto a teoria serviu como estímulo para várias pesquisas e es- tudos e de base para trabalhos como o de Erik Erikson, nosso próximo teórico, que foi estimulado por Anna Freud, filha de Sigmund Freud, para adentrar no mundo da psicanálise. 1.2. Erik Erikson – Teoria psicossocial Diferente de Freud que concentrou seu estudo nos aspectos sexuais, Erikson levou em conta os aspectos sociais com a teoria psicossocial, descrevendo o ciclo da vida humana em oito estágios. Na segunda coluna da Tabela 1.0, você pode observar o nome de cada estágio, faixa etária aproximada desses estágios e uma breve explica- ção. Para completar o seu entendimento sobre as características de cada estágio, su- giro o vídeo deste link https://www.youtube.com/watch?v=9y9xgSvzY1c (Duração 06min36s) alerto que o áudio não está com uma qualidade excelente, mas vale pela explicação. Em cada estágio o ego, que como já vimos na teoria de Freud, seria o intermediário entre os desejos e a consciência, passa por uma crise. E em cada crise a personali- dade do indivíduo sendo reformada de acordo com as experiências vividas. Acredito que você já deve ter aprendido e até mudado algo em sua personalidade com algu- ma experiência vivida, estou certa? 4 Tabela 1.0 Estágios das diferentes Teorias Desenvolvimentistas Estágios Psicossexuais (Freud) Estágios Psicossociais (Erikson) Estágios Cognitivos (Piaget) Oral (nascimento aos 12-18 meses). A principal fonte de prazer do bebê envolve atividades ligadas à boca (sugar e alimentar-se). Anal (12-18 meses aos 3 anos). Criança obtém gratificação sensual retendo e expelindo as fezes. Zona de gratificação é a região anal, e o abandono das fraldas é atividade importante. Fálico (3 a 6 anos). Criança torna-se apegada ao genitor do sexo oposto e poste- riormente se identifica com genitor do mesmo sexo. Desenvolve-se o superego. Zona de gratificação transfere-se para região genital. Latência (6 anos à puberdade). Época relativamente calma entre fases mais turbulentas. Genital (puberdade à idade adulta). Ressurgimento dos impulsos sexuais da fase fálica, dirigidos à sexualidade adulta madura. Confiança versus desconfiança básica (nascimento aos 12-18 meses). Bebê desenvolve a idéia de se o mundo é um lugar bom e seguro. Autonomia versus vergonha e dúvi- da (12-18 meses aos 3 anos). Criança desenvolve um equilíbrio entre independência e auto-sufici- ência, e vergonha e dúvida. Iniciativa versus culpa. (3 aos 6 anos). Criança desenvolve iniciativa quan- do experimenta novas atividades e não é dominada pela culpa. Produtividade versus inferioridade (6 anos à puberdade). Criança deve aprender habilidades da cultura ou enfrentar sentimentos de incompetência. Identidade versus confusão de identidade (puberdade ao inicio da idade adulta). Adolescente deve determinar seu sentido pessoal de identidade (“Quem sou eu?”) ou sentir confu- são sobre papéis. Intimidade versus isolamento (idade adulta jovem). Pessoa procura formar compro- missos com os outros; em caso de fracasso, pode sofrer de isolamen- to e auto-absorção. Geratividade versus estagnação (idade adulta). Adulto maduro preocupa-se em estabelecer e orientar a nova geração, ou então sente empobre- cimento pessoal. Sensório-motor (nascimento aos 2 anos). Bebê gradualmente se torna capaz de organizar atividades em relação ao ambiente por meio de atividade sensória e motora. Pré-operatório (2 a 7 anos). Criança desenvolve um sistema representacional e utiliza símbolos para representar pessoas, lugares e eventos. Linguagem e brincadei- ras imaginativas são importantes manifestações desse estágio. O pensamento ainda não é lógico. Operações concretas (7 a 11 anos). Criança pode resolver problemas logicamente quando eles enfocam o aqui e agora, mas não é capaz de pensar em termos abstratos. Operações formais (11 anos a toda a idade adulta). Pessoa pode pensar em termos abstratos, lidar com situações hipotéticas e pensar sobre possibi- lidades. Integridade versus desespero (idade adultatardia). O idoso alcança a aceitação da própria vida, o que lhe permite aceitar a morte, ou então se deses- pera pela incapacidade de reviver a vida. Fonte: Adaptado de Papalia; Olds; Feldman, 2006. 5 1.3. Jean Piaget – Teoria do marco desenvolvimentista Para finalizar o assunto sobre as teorias do desenvolvimento, vamos abordar a teo- ria do marco desenvolvimentista de Piaget. Essa teoria é bastante popular devido a alguns fatores como sua clareza, visão e compreensão do desenvolvimento cogni- tivo. Na última coluna da Tabela 1.0, você pode observar que os quatro estágios do desenvolvimento cognitivo e suas características. Recomendo o link https://www.youtube.com/watch?v=EnRlAQDN2go (Duração: 06min47s), no vídeo temos o cruzamento de fatos da vida pessoal do autor e a cons- trução da sua teoria. Visto o vídeo recomendado acima, alguns pontos podem ser destacados: § Para Piaget o desenvolvimento cognitivo acontece pelo processo de adap- tação; § Adaptação seriam ajustes cognitivos as alterações ambientais, a interação com o mundo; § A adaptação ocorre através de dois processos: acomodação e assimila- ção, que são respectivamente, mudanças nas estruturas cognitivas atuais para inclusão de novo conhecimento e observação de novas informações e incorporação das mesmas às estruturas cognitivas já existentes. Caso tenha interesse em aprender mais sobre esses e outros teóricos do desenvol- vimento, além de maiores detalhes sobre o desenvolvimento indico o livro Psicologia do Desenvolvimento, da autora Maria Aparecida Cória-Sabini disponível na Bibliote- ca Virtual acessando o link: http://fmn.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788508043569/pages/_1. 2. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO HUMANO Assista ao vídeo da I unidade da disciplina na plataforma virtual. Você saberia dizer as principais diferenças entre os conceitos de crescimento e de- senvolvimento? Por exemplo, uma criança que está aprendendo a engatinhar, o ato engatinhar seria consequência do desenvolvendo ou do crescimento? Antes de você responder essas perguntas, vou conceituar tais processos e definir os períodos que eles ocorrem: Crescimento § Conceito: aumento do tamanho corporal como um todo ou parte dele. § Período: vida intra-uterina até adolescência, após esse período ocorre reparação do desgaste natural dos tecidos, sem efeito sob as dimensões corporais. 6 Desenvolvimento § Conceito: mudanças na funcionalidade de órgãos e sistemas, através de modificações que ocorrem no nosso organismo. § Período: vida intra-uterina até a morte, diferente do crescimento o desen- volvimento é um processo infinito. Sabendo desses conceitos, vamos analisar o exemplo da criança, para essa criança engatinhar ela necessita que seu corpo esteja preparado para execução desta tare- fa, certo? Chegamos então na base do processo de desenvolvimento, a maturação que ocorre de modo ordenado, e possibilita ao indivíduo a progredir para níveis mais altos de funcionamento. E agora, já sabe responder a pergunta? Uma criança que está aprendendo engatinhar, o engatinhar uma consequência do desenvolvendo ou do crescimento? A resposta seria do desenvolvimento, pois está relacionado com o processo de ma- turação do sistema nervoso central e demais órgãos da criança, que possibilitou a realização da tarefa de engatinhar. Como exemplo de crescimento, vamos falar de um momento da adolescência co- nhecida como fase do estirão, essa fase ocorre em faixas etárias diferentes para meninos e meninas, e se caracteriza pelo ganho considerável em estatura em um determinado período de tempo (iremos abordar mais sobre adolescência na II e III unidade). O crescimento pode ocorrer de três formas, hiperplasia, que seria o au- mento do número de células; hipertrofia o aumento do volume celular e acreção o aumento das substâncias intercelulares. Já o desenvolvimento, composto por vários seguimentos, e pode ser dividido em físi- co, cognitivo, psicossocial, moral. O desenvolvimento físico está ligado a mudanças no nosso corpo, cérebro, capacidades motoras; o cognitivo relaciona-se com o inte- lecto, aprendizagem, memória, raciocínio, linguagem; o psicossocial diz respeito às mudanças na personalidade que ocorrem ao decorrer da vida, e da relação com ou- tras pessoas; e por fim o desenvolvimento moral que também inclui a relação inter- pessoal, porém adicionando as regras de conduta presentes em qualquer sociedade, seria o dito como “certo” ou “errado”. A nutrição adequada tem papel fundamental no crescimento e desenvolvimento hu- mano durante toda a vida, pois através dela é possível manter a saúde, o bem-estar e prevenir doenças e/ou auxiliar no tratamento dessas doenças. As necessidades nutricionais se modificam de acordo com as demandas do nos- so organismo, veremos ao decorrer da disciplina como atender essas demandas e como a nutrição pode afetar cada fase da nossa vida, desde a lactância, que envolve também a fase intra-uterina, passando pela infância, adolescência, vida adulta até a velhice. 2.1. Fatores não nutricionais que afetam o crescimento Como já foi dito anteriormente, a nutrição tem papel indiscutível para o nosso cres- cimento e o desenvolvimento, porém outros fatores podem afetar esses processos. Vamos dividir os fatores entre intrínsecos e extrínsecos, o primeiro está relacionado à genética e metabólicos, esses já fazem parte do nosso organismo e não podemos mudá-los. Por outro lado, os fatores extrínsecos como condições socioeconômicas, 7 psicológicas, hormonais, climáticas podem ser modificadas e por isso é preciso ter um cuidado maior com esses fatores. A genética influencia significativamente no modo como cada indivíduo evolui durante a vida. De acordo com vários estudos, se verificou que os padrões de crescimento, biótipo, deposição de gordura e tamanho corporal, predisposição a doenças, estão intimamente relacionado com a composição genética. Durante a primeira semana de gravidez, conhecida como período zigótico ou zigoto (veremos mais detalhes sobre esse e outros períodos da gravidez no próximo tópi- co), a multiplicação celular ocorre de modo acelerado e propicia ao surgimento de lesões na expressão de um gene isolado ou em um grupo de genes, tal fato pode trazer consequências como o comprometimento do crescimento e do desenvolvi- mento e até mesmo o surgimento de doenças degenerativas. Os hormônios controlam, em grande parte, a intensidade e duração do crescimento, tento o crescimento linear três fases distintas, a lactância, infância e puberdade, den- tre essas fases o período intra-uterino ainda se destaca com o de maior crescimen- to. Na vida pós-uterina, o primeiro ano de vida do bebê não é só o de maior cresci- mento, mas também de desenvolvimento. Dentre os hormônios envolvidos com o crescimento, podemos destacar o GH, que desempenha através das somatomedinas (IGF-I, IGF-2) um papel importante tanto sobre o crescimento, como no metabolismo. A ação do GH é diretamente em alguns tecidos, favorecendo o crescimento, como no fígado, baço, língua, pelo aumento de síntese protéica nestes tecidos e na divisão celular. Para complementar seus conhecimentos sobre o hormônio GH indico visitar o link www.endocrino.org.br/1 da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia que aborda 10 Coisas que Você Precisa Saber sobre Crescimento e GH. Os fatores culturais e sociais também podem afetar o crescimento, direto ou indireta- mente, dentre alguns desses fatores estão condições socioeconômica, sexo, família e transtornos emocionais. As condições socioeconômicas interferem em vários as- pectos, comportamentais, nutricionais e de saúde que refletem nas taxas de cresci- mento e desenvolvimento. Em relação ao sexo, existem culturas que favorecem mais um sexo do que outro, por exemplo, o sexo masculinorecebe mais atenção e alimento, beneficiando o cres- cimento e desenvolvimento. Acessando o link: http://www.bibliomed.com.br/bibliomed/journals você terá acesso a um resumo que retrata sobre essa preferência pelo filho homem, que ocorrem, principalmente, na África e na Ásia. Dentre os fatores familiares, se destacam conflitos familiares, casos de divórcio separação e outros conflitos familiares, na maioria dessas situações há um grande grau de estresse, comprometendo os níveis de GH. Até agora você pôde conhecer sobre as teorias, conceitos e alguns dos fatores não nutricionais que afetam o crescimento e desenvolvimento humano. No decorrer da disciplina, você vai estudar as mudanças que ocorrem no nosso organismo, desde a vida intra-uterina até o envelhecimento, e como uma nutrição adequada pode contri- buir para que esses processos ocorram dentro da normalidade. 8 3. PERÍODO PRÉ-NATAL Antes de começar, indico que você veja o vídeo do link: https://www.youtube.com/watch?v=_fQBjuFEPE0 (Duração 12min27s) que detalha toda a gravidez desde a concepção até o nascimento do bebê. O crescimento humano se inicia na união do óvulo e do espermatozóide, na trompa de falópio. A partir da fertilização do óvulo, o mesmo passa a se chamar zigoto, esse é formado por 46 cromossomos, 23 vindos do pai e 23 da mãe, nesse ponto a heran- ça genética do futuro bebê é determinada. No período pré-natal o crescimento é dividido em três etapas, período zigótico (da concepção à primeira semana), período embrionário (da segunda semana ao segun- do mês) e período fetal (do terceiro mês ao nascimento), cada período possui carac- terísticas específicas. Período zigótico: § Marco inicial – fertilização do óvulo na trompa de falópio; § Nutrição - óvulo sobrevive de sua própria gordura, recebendo poucos nu- trientes do meio externo; § Óvulo fertilizado permanece praticamente inalterado em tamanho; § A situação de sobrevivência do zigoto é adversa nesse período, pois o mesmo é visto como um corpo estranho, e por muitas vezes as mulheres não saberem que estão grávidas, continuam ingerindo substâncias quími- cas (álcool, droga, tabaco) que podem ser letais ao zigoto; § Marco Final – diferenciação das células em camadas. Período embrionário: § Marco inicial - diferenciação das células embrionárias em três camadas; § Nutrição – a placenta é formada por células especiais, e serve para trans- porte de nutrientes e remoção de resíduos; § As camadas darão origem aos sistemas do nosso corpo, os nomes de cada camada e os respectivos sistemas podem ser observados na Tabe- la 2.0, retirada e adaptada do livro Compreendendo o Desenvolvimento Motor – Bebês, Crianças, Adolescentes e Adultos, dos autores David L. Gallahue e John C. Ozmun; § É nesse período que o embrião está mais suscetível a anoma- lias congênitas, devido à rápida divisão. Caso tenha o interes- se que saber mais sobre essas malformações acessar o link; http://pt.wikipedia.org/wiki/CID-10_Capítulo_XVII. § Marco final – implantação do embrião na parede uterina. Nesta imagem http://www.infoescola.com/wp-content/ você pode observar o desen- volvimento nas primeiras seis semanas de gravidez de modo mais detalhado. 9 Tabela 2.0 Período embriônico - Camadas e Sistemas Camada Sistemas Endoderme (camada interna) Sistema digestivo Sistema respiratório Sistema glandular Mesoderme (camada mediana) Sistema muscular Sistema esquelético Sistema circulatório Sistema reprodutivo Ectoderme (camada externa) Sistema nervoso central Sistema nervoso periférico Órgãos sensoriais terminais Pele, cabelo, unhas Fonte: Adaptado de GALLAHUE & OZMUN, 2005 Período fetal: § Marco inicial - embrião firmemente implantado na parede uterina, sendo assim o embrião passa a ser denominado feto; § Nutrição – a placenta permanece responsável pela nutrição do bebê; § Muitas características podem ser observadas no maior período gestacio- nal, podendo destacar os movimentos aparentes do feto no início do perío- do fetal; o intenso ritmo de crescimento e a formação do tecido ósseo no 4° mês; o surgimento da pele, cabelo e unhas e os órgãos internos assu- mindo suas posições anatômicas no 5° mês; formação da vernix caseosa a partir das células epiteliais no 6° mês, a vernix é um secreção gordurosa que protege a fina pele do feto; formação da camada de tecido adiposo, servindo como isolante térmico e fornecedor de alimento no 7° mês; nos últimos dois meses o feto se torna mais ativo, se preparando para o mo- mento do parto; § No período fetal as principais complicações relacionadas ao crescimento e desenvolvimento são a restrição do crescimento intra-uterino (RCIU) e consequentemente o baixo peso ao nascer, sendo responsáveis por altos índices de morbidade ou mortalidade perinatais. Marco final – Nascimento do bebê, que em geral ocorre após cerca de 40 semanas gestacionais. Durante o período pré-natal algumas condições podem levar a gravidez de alto risco saiba mais assistindo o vídeo de perguntas e respostas no link: https://www.youtube.com/watch?v=MRkOZwnPFUY (Duração 05min35s). 10 4. PERÍODO NEONATAL ATÉ 2 ANOS No período pós-natal o crescimento linear pode ser dividido em quatro etapas, existe uma pequena variação, nos livros e artigos, entre o começo e o fim de cada etapa. Você não deve se apegar tanto, pois na realidade os fatos podem ocorrer em idades diferentes para cada indivíduo, essa variância é normal. O que não seria normal? Quando acontecesse um retardo ou uma antecipação mui- to fora do intervalo estabelecido, por exemplo, uma criança com 5 anos que ainda não fala e não tem nenhum diagnóstico de surdez ou afonia. Esse quadro pode sig- nificar algum atraso de desenvolvimento que deve ser investigado a fim de buscar as causas e tentar reverter o quadro. Depois de todo esse esclarecimento, iremos considerar a seguinte classificação: pri- meira infância (nascimento até 2 anos), segunda infância (2 a 5 anos), terceira infân- cia (6 a 10 anos), adolescência (10 a 20 anos). Como já foi falado no tópico Cresci- mento e Desenvolvimento Humano, após a adolescência, o crescimento passa a ser de reposição de tecidos pelo desgaste não havendo mais o crescimento linear, claro que em condições normais. Neste tópico iremos falar da primeira infância, seu início se dá pelo nascimento, um momento de transição onde o bebê passa a ter sua existência “independente” da sua mãe, já que na vida intra-uterina a nutrição, a oxigenação, eliminação de resí- duos, e outros processos eram todos interligados a mãe através do cordão umbilical. Do nascimento até as quatro semanas de vida do bebê, considerado período neonatal, algumas particularidades na aparência do neonato podem ser observadas como cabeça grande em relação ao corpo, em geral comprida e deformada por consequência do parto; queixo pouco proeminente, auxiliando na amamentação; a maioria ainda nasce com o verniz caseoso e a lanugem, que seria uma penugem, que com algumas semanas vai caindo naturalmente. Com relação ao tamanho e peso, em geral os meninos são ligeiramente mais compridos e pesa- dos que as meninas, porém estas características podem variar bastante, pois irão depender princi- palmente do estado nutricional da mãe antes e du- rante a gravidez, na II unidade quando estivermos falando sobre as Consequências do estado nutri- cional no desenvolvimento fetal você irá conhecer melhor essa relação. Nos primeiros meses de vida do bebê, podemos observar um ritmo acelerado no ganho de peso e na estatura, também há uma intensa atividade cerebral estando a criança mais apta a absorver as experiências adquiridas pela interação com o meio. Sendo assim, Disponível em: http://pixabay.com/pt/bebê Acesso em fev. 2015. 11 esse período é de extrema importância para o desenvolvimento (cognitivo, motor, so- cial, linguagem...) e crescimento. Os resultados da primeira infância são reflexos das condições da gestação e de fa- tores ambientais, como a nutrição (mais detalhes sobre a importância da amamenta- ção e alimentação complementar nos primeiros anos de vida serão abordados na II e III unidade), portanto, todo o suporte deve ser dado para possibilitar ao bebê atingir as taxas de desenvolvimento e crescimentos adequadas para sua idade. Essas taxas de desenvolvimento e crescimento são medidas através de vários tes- tes e curvas, um exemplo é o teste de Denver II, um instrumento bastante utilizado, na área clínica e científica, a fim de detectar atrasos no desenvolvimento infantil. Ele avalia vários aspectos envolvidos com o desenvolvimento, como pessoal-social, mo- tricidade (fina e ampla) e linguagem. Para compreender melhor como é feita a aplicação do teste e seus objetivos sugiro a leitura deste link https://tocupacional.wordpress.com/ e para ter acesso ao gráfico do teste clicar no link https://tocupacional.files.wordpress.com/. A avaliação do crescimento tem como indicação do Ministério da Saúde (MS) a utili- zação das curvas da Organização Mundial de Saúde (OMS), para entender mais so- bre essas curvas de crescimento e ter acesso aos gráficos das curvas acesse o link http://dab.saude.gov.br/portaldab/. 5. DESENVOLVIMENTO BIOSSOCIAL DOS 06 AOS 12 ANOS Nesse último tópico da nossa I unidade, vamos abordar a interação entre os fatores biológicos e sociais no desenvolvimento infantil e início da adolescência. Você já deve saber que o primeiro ano de vida é caracterizado por um ritmo acelerado de crescimento, porém essa taxa de crescimento sofre uma desaceleração, e os gan- hos de peso e estatura passam a ser mais estáveis, porém próximo a fase do estirão da adolescência, ocorre um ganho de peso mais acentuado. Quanto ao desenvolvimento social, na fase pré-escolar, que vai dos dois aos seis anos, a criança ainda não tem uma rotina estabelecida fora de casa, com um horário determinado, extenso e continuado. Algumas já frequentam creches, hoteizinhos, o que já possibilita o contato com outras pes- soas, mas ainda há uma assistência mais individualizada e uma rotina flexível quando comparada a rotina escolar. A fase escolar, por sua vez, é marcada por uma série de mudanças, a criança deixa de ser o centro da atenção, tendo que entrar em contato com outras crianças da mesma idade e/ou mais velhas, e ainda outros adultos sem serem seus pais, familiares e/ou conhecidos. Ocorre uma expansão de possibilida- des no mundo ao seu redor, se estabelecendo uma nova rotina, com regras, direitos e deveres a serem compreendidos e seguidos; é dado início as atividades em grupo e toda essa mudança é compatível com a maturação da criança e fundamental para o seu desenvolvimento. . Disponível em: http://pixabay.com/pt/menina-me- ninos-crian%C3%A7as-516341/ Acesso em fev. 2015. 12 A criança gradualmente vai se adaptando e querendo cada vez mais explorar e aprender coisas novas, o interesse por computadores, videogames e outras tecnolo- gias vai crescendo, assim como o vínculo afetivo com os amigos, que junto à mídia, passam a ter influência nas suas escolhas. Um bom exemplo desta influência, que pode ser positiva ou negativa, são nas escolhas alimentares, mais detalhes sobre a nutrição na infância e sua importância no desenvolvimento e crescimento serão estu- dadas na III unidade ao abordados o tópico Desenvolvimento normal e patológico na infância. Após essa fase, um período de novas mudanças se inicia, chamado adolescência. Existe uma variação para estabelecer o início e fim desse período, pois os mesmos dependem principalmente de fatores biológicos (relacionados à maturação sexual) e culturais. A Organização Mundial de Saúde estabelece que a adolescência refere-se ao perío- do da vida que se inicia aos 10 anos de idade até os 19 anos, caracterizado por in- tensas modificações físicas, psicológicas e sociais, na próxima unidade todas essas modificações serão conhecidas. E assim encerramos a I unidade da disciplina de Nutrição e Desenvolvimento Huma- no, espero que você tenha gostado! Não se esqueça de responder os fóruns e os questionários correspondentes para testar seus conhecimentos, recomendo também que leia o livro texto e os livros indicados durante o guia, disponíveis na Biblioteca Virtual, como forma de revisar e complementar o conteúdo apresentado. Até a próxima unidade e bons estudos! Profª. Msc. Milena Maia
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