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GESTÃO DE CARDÁPIO Coletividade Sadia CARDÁPIO É definido como lista de preparações culinárias que compõe uma refeição ou lista de preparações que compõe todas as refeições de um dia ou período determinado. Também chamado de Menu ou carta. (BERNARDES, 1997) CARDÁPIO Ferramenta gerencial que inicia o processo de produção das refeições. Permite estimar antecipadamente toda a estrutura necessária para o serviço de alimentação. Instrumento de venda. Esse instrumento irá influenciar diretamente a rentabilidade da empresa, pois através de seu planejamento pode-se prever antecipadamente o seu custo. CARDÁPIO A PARTIR DO CARDÁPIO... Podem: Recursos humanos, equipamentos, utensílios Controle de custos Planejamento de compras Política de abastecimento Padronização de receitas Controla o desperdícios Organização do processo produtivo Planejando o cardápio... O planejamento de cardápio deve levar em consideração: Perfil da clientela: poder aquisitivo, idade, sexo e tipo de atividade. Hábitos alimentares : alimentos preferidos, região do País. Recursos Humanos: funcionários disponível e habilitados. Disponibilidade da área e equipamentos: para melhor organização, racionalização do trabalho. Disponibilidade de gêneros: identificar a disponibilidade dos produtos oferecidos no mercado, e a qualidade dos fornecedores. O planejamento de cardápio deve levar em consideração: Sistema de compras e estocagem: diária, quinzenal, semanal. Tipo de serviço: “bufê” , “ à la carte” ou porcionamento parcial ou total. Número de refeições: Influência na variedade de pratos. Necessidades nutricionais: inserção no cardápio de cada grupo básico de alimentos. Leis da alimentação LEIS DA NUTRIÇÃO Lei da quantidade: alimentos em quantidades necessárias ao funcionamento do organismo, preservação da espécie e manutenção da saúde. Lei da qualidade: qualidade, maturação e conservação dos nutrientes. Lei da harmonia: equilíbrio na ingestão de nutrientes dentro do VET. Lei da adequação: dieta adequada ao indivíduo levando em consideração os fatores que interferem no cálculo de uma dieta (peso, altura, idade, sexo, estado fisiológico e a coletividade). Atividades de educação alimentar O planejamento de cardápio deve levar em consideração: Cor: prato colorido que desperte o desejo de consumo. Formas e texturas: variada. Sabores: bem destacados. Temperos: bem definidos. Temperaturas: adequadas à apresentação. PAT O que é o PAT? O Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT é um programa governamental de adesão voluntária, que busca estimular o empregador a fornecer alimentação nutricionalmente adequada aos trabalhadores, por meio da concessão de incentivos fiscais, tendo como prioridade o atendimento aos trabalhadores de baixa renda. PAT foi instituído pela Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976 e regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, que priorizam o atendimento aos trabalhadores. Os recursos para execução do programa são divididos entre: empresa e governo (80%) e o próprio trabalhador (20%) PAT É um programa de complementação alimentar e não se trata de um programa assistencialista, pois ambas as partes, empregador e empregado, participam do custeio; O responsável técnico do PAT é o profissional legalmente habilitado em Nutrição, que tem por compromisso a correta execução das atividades nutricionais do programa, visando à promoção da alimentação saudável ao trabalhador. PAT O objetivo principal: é a melhoria das condições nutricionais dos trabalhadores, de forma a promover sua saúde e a diminuir o número de casos de doenças relacionadas à alimentação e à nutrição. Dentre seus resultados positivos, merecem destaque: Melhoria da capacidade e da resistência física dos trabalhadores; Redução da incidência e da mortalidade de doenças relacionadas a hábitos alimentares; Maior integração entre trabalhadores e empresa, com a consequente redução das faltas e da rotatividade; Aumento na produtividade e na qualidade dos serviços; O que é o PAT? Quando a pessoa jurídica beneficiária fornecer a seus trabalhadores documentos de legitimação (impressos, cartões eletrônicos, magnéticos ou outros oriundos de tecnologia adequada) que permitam a aquisição de refeições ou de gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais, o valor do documento deverá ser suficiente para atender às exigências nutricionais do PAT. Os tíquetes alimentação/refeição por vezes são utilizados para obtenção de produtos ou refeições não equilibradas e nem controladas no que se refere à higiene, ou até mesmo são utilizados para outros fins, o que pode comprometer o estado nutricional do trabalhador. PAT – refeições saudáveis I - as refeições principais (almoço, jantar e ceia) deverão conter de 600 a 800 calorias, admitindo-se um acréscimo de vinte por cento (quatrocentas calorias) em relação ao Valor Energético Total (VET) de duas mil calorias por dia e deverão corresponder a faixa de 30- 40% (trinta a quarenta por cento) do VET diário; II - as refeições menores (desjejum e lanche) deverão conter de 300 a 400 calorias, admitindo-se um acréscimo de vinte por cento (quatrocentas calorias) em relação ao VET de duas mil calorias por dia e deverão corresponder a faixa de 15 - 20 % (quinze a vinte por cento) do VET diário; A Portaria ainda reforça sobre a promoção da educação nutricional nos serviços de alimentação junto ao trabalhador, divulgando conceitos relacionados a vida saudável; PAT - macro e micronutrientes Valores diários de referência Refeições principais e menores deverão seguir a seguinte distribuição: O percentual protéico - calórico (NdPCal) das refeições deverá ser de no mínimo 6% (seis por cento), e no máximo 10 % (dez por cento). O cálculo do VET será alterado baseado em estudos de diagnóstico nutricional Os índices de NdPCal e percentuais de macro e micronutrientes poderão deixar de obedecer aos parâmetros determinados nesta Portaria, com exceção do sódio e das gorduras saturadas. REFEIÇÕES PRINCIPAIS (almoço, jantar e ceia) - pelo menos uma porção de frutas e uma porção de legumes ou verduras REFEIÇÕES MENORES (desjejum e lanche) - pelo menos uma porção de frutas PAT - macro e micronutrientes A análise de outros nutrientes poderá ser realizada, desde que não seja substituída a declaração dos nutrientes solicitados como obrigatórios; Independente da modalidade adotada para o provimento da refeição, a pessoa jurídica beneficiária poderá oferecer aos seus trabalhadores uma ou mais refeições diárias; As empresas beneficiárias deverão fornecer aos trabalhadores portadores de doenças relacionadas à alimentação e nutrição, devidamente diagnosticadas, refeições adequadas e condições amoldadas ao PAT, para tratamento de suas patologias, devendo ser realizada avaliação nutricional periódica destes trabalhadores; O cardápio e suas diversas versões Quanto ao padrão/tipo: Popular/básico: baixo custo, mas que mantêm combinações e harmonia nas operações culinárias; preparações pouco elaboradas e não exige mão de obra especializada. Oferece pelo menos uma opção de prato proteico. Geralmente são mais calóricos e destinados a trabalhadores que necessitem de maior quantidade de alimentos energéticos. Quanto ao padrão/tipo: Médio/intermediário: composição mais variada e mais elaboradas. Exigem o mesmo planejamento e os mesmos cuidados nutricionais e higiênicos dos cardápios de padrão básico, mas oferecem maiorvariedade de cortes de carnes e mais de uma opção de prato proteico. Oferecidos a trabalhadores que desempenham atividades intelectuais. Quanto ao padrão/tipo: Luxo: custo mais elevado, apresenta maior variedade de alimentos para receitas mais complexas e necessita de profissionais especializados. As preparações apresentam alto grau de sofisticação, servidas em bufê, assim como os pratos proteicos, geralmente com três opções, e variadas guarnições e sobremesas. Em geral destina-se a pessoas que desempenham cargos de chefia e da equipe administrativa. Elaboração do cardápio Deverá ser mensal para reduzir o risco de erros e repetições. Facilita a distribuição das formas de preparo, das cores e da consistência dos alimentos. Balancear os custos. Cardápios institucionais Refeição: Almoço São componentes: Entrada Prato proteico/ prato principal Prato básico Guarnições Sobremesa Bebida Complementos Entradas/Saladas Variar entre as folhas, legumes crus e cozidos. Evitar componentes que estejam em outras preparações. 1 salada Variar diariamente o tipo 2 salada 1 folha e outra variável com cereais ou massas, legumes, leguminosas, frios. 3 salada 1 folha, 1 legume e outra variável com cereais ou massas, leguminosas ou frios. 4 salada 1 folha, 1 legume cru, 1 legume cozido e outra variável com cereais ou massas, leguminosas ou frios. PRATO PRINCIPAL Proteína animal: Preparação que mais contribuirá com o aporte de proteínas da refeição. Base para planejamento das demais preparações (equilíbrio de custos/sabores, textura e aroma). Opção proteica: é uma alternativa que deve fazer parte do Cardápio. Ex: prato principal: bisteca assada, e a opção uma outra proteína com ave, peixe. GUARNIÇÃO Preparação que acompanha o prato principal. Se houver 2 pratos proteicos e uma guarnição única, esta deve combinar com ambos os pratos. Em geral, utiliza-se massas e vegetais. Alguns pratos tradicionais têm a sua guarnição preestabelecida. Estrogonofe (batata frita + arroz) Feijoada (couve ) ▪ Suflê de legumes ▪ Espaguete ao sugo PRATO BASE Considerado de grande importância nutricional, cultural e popular Consiste geralmente, no arroz e feijão. SOBREMESA Pode ser um doce e/ou uma fruta. Apresentar uma relação harmoniosa com as demais preparações. O PAT: pelo menos 1 porção de fruta. Frutas da época. COMPLEMENTOS Bebidas: sucos naturais ou industrializados. Farinha de mandioca. Pães. Temperos e molhos para salada. Lanches São servidos no intervalos dos turnos ou sempre que forem solicitados e devem apresentar o valor calórico determinado pelo PAT. Em geral, consistem em sanduíches variados ou salgadinhos acompanhados de suco e frutas Desjejum e jantar Bebidas (quentes e frias) Frutas Pães, bolos Raízes/tubérculos - Cuscuz, macaxeira, inhame Complementos(manteiga, requeijão...) Frios Quentes (ovos, queijo) Refeições especiais Portadores de doenças relacionadas à alimentação e nutrição. Ofertar refeições adequadas e com condições amoldadas ao PAT, que permitam o tratamento das doenças. Deve ser realizada a avaliação nutricional periódica desses trabalhadores. Métodos Básicos para Planejamento Local apropriado e calmo; Disponibilidade de material de apoio e consulta; Ficha Técnica de Preparação; Cardápios já executados; Porcionamento das preparações; Lista de fornecedores. FICHA TÉCNICA OU RECEITUÁRIO PADRÃO É um instrumento de controle do restaurante para estabelecer um padrão de qualidade, planejamento das operações e de custo. Preparo seja sempre o mesmo, independente do funcionário. Receita se adapte às quantidades escolhidas. Previsão de compras e otimização do estoque. Conhecer o rendimento e porcionamento das preparações reduzindo as sobras. Controle de custo. Cálculo do valor nutricional. Tempo de preparo, temperatura de cocção, utensílios e equipamentos necessários. Fichas técnicas Porcionamento Preparação Alimentos Peso da porção (g) Saladas Verduras cruas 20 Legumes crus 35 Legumes cozidos 35 Maionese de legumes 65 Leguminosas 20 Saladas mistas 30 Prato - base Arroz 150 Feijão 110 Pratos proteicos Carnes sem osso 120- 200 Carnes com osso 130- 240 Com massa 120- 200 Porcionamento Preparação Alimentos Peso da porção (g) Guarnições Massa 80 Creme/suflê 80 Batata frita 130 Batata palha 65 Farofa ou polenta 50 Pirão 50 Sopas Diversas 30 Sobremesas Doces 50 Frutas 80 Molhos Vinagrete 20 Diversos 30 Porcionamento Em unidades cujo público seja predominantemente operacional A porção de arroz pode aumentar para 300g A porção de feijão para 220g Self-service total, os comesais se servem diariamente de aproximadamente: 100 g de saladas 200g do prato proteico Self-service parcial (porcionamento da proteína) 100g de saladas 130 -150g do prato proteico Etapas para Elaboração de um Cardápio 1 Passo: Estabelecer o tempo do cardápio 2 Passo: Organizar o cardápio em uma folha grande, permitindo que todo o planejamento fique visível 3 Passo: Definição dos tipos de carnes 4 Passo: Definir as técnicas de preparo, cortes, molhos, etc. 5 Passo: Definição do complemento, acompanhamentos ou guarnições 6 Passo: Definição das entradas e sobremesas O que se deve evitar ? Oferecer no mesmo dia ou em curto espaço de tempo: Preparações excessivamente gordurosas : feijoada, carne de porco, rabada.. Preparações com molho : Bife à pizzaiolo, almôndegas ao molho... Cardápios excessivamente calóricos que elevam o teor de carboidratos e/ou gorduras : salada de maionese de legumes, lasanha à bolonhesa, torta de chocolate. O que se deve evitar ? Preparações com elementos comuns: Bife à Camões (com ovos) + farofa com azeitonas e ovos. Cardápios com 2 preparações de baixa aceitação: fígado ao molho e pimentão recheado. Cardápios com opção, com mesmo tipo de carnes : frango ensopado e frango assado. Alimentos que contenham a mesma cor: salada de tomate, espaguete ao sugo. Outros aspectos devem ser lembrados... Na segunda-feira usar preparações mais simples; Não estipular preparações em dias de semana; Reduzir ao máximo as frituras; Nunca introduzir mais de um “prato novidade” por dia; Estabelecer previamente a frequência e a variedade dos gêneros; Evitar repetições. VAMOS PRATICAR... Quais são os fatores necessários para elaboração de um cardápio? Qual o objetivo do PAT? Qual o valor de calorias para as refeições consideradas principais? Qual é o % NdpCal das refeições? Caracterize o cardápio popular, médio, luxo. O PAT recomenda frutas e verduras para as refeições. Cite quantas porções de frutas e verduras são recomendadas para as refeições principais. Elabore uma cardápio popular para o almoço de segunda a sexta com o valor calórico preconizado pelo PAT. Referências Bibliográficas ABREU, ES. et aI. Gestão de unidades de Alimentação e nutrição: um modo de fazer. 1 ed. São Paulo: Metha, 2003. BARRETO,R L. P. Passaporte para o sabor: tecnologias para elaboração de cardápios. 3 ed. Senac: São Paulo, 2002. BERNARDES, S., SILVA, S MCS. Cardápios: guia prático para elaboração. 1ed. São Paulo: Atheneu, 2002. BERNARDES, S. Redescobrindo os alimentos. 1ed. São Paulo: Loyola: Faculdades Integradas São Camilo, 1997. GONSALVES, M. I. E, REGGIOLLI,M.R Planejamento de cardápios e receitas para Unidades de Alimentação e Nutrição. 1 ed. São Paulo: Atheneu, 2000. Referências Bibliográficas JEOLÁS,RRS & SANTOS, EG. O negócio em alimentos e bebidas: custos, receitas e resultados no Food Service através da engenharia de cardápio. 1 ed. São Paulo: Ponto crítico, 2000. KINTON, R et aI. Enciclopédia de Serviços de Alimentação. Varela: São Paulo, 1999. MAGNÉE, H. M. Manual do Self service: Roteiro e guia para montagem e administração de restaurantes self service ou por quilo. Varela: São Paulo, 1996. ORNELAS, L. et aI. Técnica dietética: Seleção e preparo dos alimentos. 7 ed. Atheneu: São Paulo, 2001.
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