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Questões Resolvidas de Método Clínico I 1- Antônio 55 anos, hipertenso a 15 anos, diabético a 10 anos, vem a emergência por queixa de dor precordial em aperto de forte intensidade irradiada para braço esquerdo há 30 min. Ao exame físico apresentava: -ACV: RCR3T (B4), FC: 114bpm, ictus cordis propulsivo -AR: FR: 26irpm, crepitações finas em base pulmonares Explique cada uma das alterações acima. Os achados clínicos para o paciente, são indicativos de uma doença isquêmica do coração, provavelmente um infarto agudo do miocárdio. A hipertensão e diabetes do paciente são também dados que auxiliam no diagnóstico de doenças coronarianas. Após a obstrução do fluxo sangüíneo para determinada área do miocárdio, gerando a isquemia, há o inicio do processo de necrose. O dado semiológico mais frequente é a dor constritiva, como relatada, irradiada para os braços e tórax. A duração da dor pode ser de acima de 20 minutos até horas. - B4 e ictus cordis propulsivo —> A quarta bulha aparece logo antes de B1 e é explicada pela vibração do ventrículo e da massa de sangue presente nessa cavidade durante a sístole atrial. A presença de B4 se dá pelo fato do coração estar sobrecarregado, maior volume residual da sístole permanece no ventrículo (uma vez que a contração ventricular é ineficiente devido a isquemia do infarto) e a sístole atrial gera reverberação do sangue na cavidade. A hipertrofia colhida na história clínica indica também o aparecimento de hipertrofia do ventrículo que explica o ictus cordis propulsivo; - Taquicardia —> A isquemia do miocárdio pode ter gerado diminuição no débito cardíaco, de forma que há diminuição da pressão arterial e é estimulada a taquicardia reflexa. Além disso, a ansiedade, que é um achado comum da isquemia, também gera estímulo para o aumento do ritmo cardíaco; - Taquipneia e crepitações finas em bases pulmonares —> A hipertrofia do miocárdio no ventrículo esquerdo, assim como a isquemia, que causam a diminuição do débito cardíaco pelo coração esquerdo levam a um aumento na pressão atrial esquerda, que é transmitida as veias pulmonares levando a hipertensão pulmonar. A hipertensão pulmonar ocasiona exudação no interior do pulmão, dificultando as trocas gasosas, de maneira que há alteração nas pressões de CO2 e O2 no sangue e há estímulo para aumento do ritmo respiratório (taquipnea). Além disso, a presença do exsudato nas vias aéreas intra- pulmonares são responsáveis pelos achados auscutatórios reportados. 2- Augusto 18 anos, é portador de asma. Há 6 dias apresentava queixa de dispneia e tosse seca leve (fase1). Após 3 dias, evoluiu com febre, a dispneia intensificou e a tosse ficou mais frequente produtiva e de aspecto purulento (fase 2). Baseado na evolução do quadro de Augusto, elabore uma hipótese diagnóstica para cada uma das duas fases da doença e descreva um exame do aparelhos respiratório compatível para cada doença. Na primeira fase, por se tratar de um paciente asmático que passa por frequentes crises inflamatórias que predispõe a altos níveis de cortisol que leva a uma imunossupressão, produção de muco que pode reter partículas com microrganismos durante a inspiração, além de rete-los por dificuldade expiratória. Levando- se em consideração que pacientes asmáticos geralmente fazem uso de corticóides que também diminui a competência imunológica e tudo isso predispondo a IVAI. Nesse caso os exames e achados no exame pulmonar serão: Inspeção: tórax atípico (ou em tonel); Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal normal ou diminuido; Percussão: hipersonoridade difusa a percursão; Ausculta: murmúrio vesicular diminuído, sibilo difuso. Na fase 2 dos sintomas, é provável que o quadro tenha evoluído para uma pneumonia bacteriana. Nesse caso os exames e achados no exame pulmonar serão: Inspeção: tórax atípico (ou em tonel); Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal aumentado; Percussão: submacicez ou macicez; Ausculta: respiração brônquica substituindo o murmúrio vesicular, sopro tubário, broncofonia ou egofonia, pectorilóquia e estertores finos. 3- João, 50 anos, apresenta dor em MMII há alguns meses. Há cerca de 2 semanas, evoluiu com lesão ulcerara em membro inferior esquerdo. Descreva 4 dados da anamnese ou exame físico favoráveis ao diagnóstico de úlcera secundária à doença arterial e 4 dados favoráveis à doença venosa. A) Doença arterial: - Anamnese: A idade do paciente (50 anos) indica que esse esteja no grupo de risco aumentado de aterosclerose e outras doenças arteriais perifércas; - Anamnese: A presença de claudicação é indicativa de doença arterial (pode ser realizado no exame físico a manobra da marcha, na qual se mede a distância até a qual o paciente sente consegue andar antes de sentir dor); - Exame Físico: paciente apresenta palidez e dor na manobra da isquemia provocada; - Exame físico: Lentidão para retorno do sangue na manobra da hiperemia reacional (reativa); B) Doença Venosa: - Anamnese: antecedentes pessoais: número de gestações, cirurgias prévias, traumatismo, permanência prolongada no leito, imobilização prolongada com gesso ou tração, uso de anticoncepcionais, estado de choque, desidratação, antecedentes de neoplasias e prática de esportes. ; - Anamnese: dor, com ardência, cansaço, formigamento, dor em pontada; - * A dor é mais intensa no período vespertino e ficar de pé agrava a dor; - Dor aguda no trajeto vascular está associada a tromboflebite; - A dor aguda no trajeto vascular difusa e intensa associada a edema e cianose estão associadas a trombose venosa profunda; - Exame físico: edema (sinal de cacifo) associado a dor; - Exame físico: pode aparecer celulite e hiperpigmentação com a progressão e crônificação do edema — > dermatite ocre; - Exame físico: manobra de torniquetes múltiplos (verificando o retorno venoso) 4- Estenose de válvula aórtica, classificar quanto à posição do sopro no ciclo cardíaco, foco em que o sopro será mais audível, irradiação do sopro. O sopro é mesosistólico (entre B1 e B2) em crescendo e decrescendo. Será mais audível no foco aórtico (e área aórtica, segundo e terceiro interespaços). A irradiação do sopro será para as carótidas e pela fúrcula esternal esquerda (borda esternal esquerda); 5- Paciente apresenta dispneia devido à DPOC. Cite 4 características da história clínica ou do exame físico compatível com o quadro do paciente. - História clínica: dispneia inicialmente a grandes esforços que progride, de forma lenta, para ocorrer em pequenos esforços (e por fim, até mesmo em repouso). Normalmente, há melhora em repouso, mas com o avançar da doença, pode ocorrer também em repouso; - História clínica: pode ocorrer períodos de exacerbação; - Tosse com pouco (ou nenhum) muco; - História clínica: fumo; exposição a poluição; histórico familiar; - Exame físico: Inicialmente, não há alterações a percursão, mas com a progressão da doença, passa a haver hipersonoridade (difusa); - Exame físico: Inicialmente, não há alterações na inspeção do tórax, mas o paciente pode passar a apresentar tórax em tonel com o passar do tempo; - Exame físico: Frêmito tóraco-vocal e murmúrio vesicular passam a ser encontrados diminuídos com a progressão da doença; - Exame físico: presença de sibilos e estertores finos esparsos 6- Citar três possíveis sons pulmonares à percussão e em que situação eles serão audíveis. - Som claro pulmonar: - Som normal —> pode ser encontrado em ind iv íduos norma is , mas também encontrado em estágios iniciais da DPOC, por exemplo; - Som timpânico: - Pneumotórax; - Estágios avançados da DPOC; - Som maçico: - Derrame pleural; - Atelectasias; - Pneumonias (consolidação)
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