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(20171004022239)AULA 3 LEI MARIA DA PENHA

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LEI 11.340/06 - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER 
“MARIA DA PENHA” 
 
FINALIDADES: 
 NÃO tem caráter punitivo, trata-se de lei multidisciplinar. 
Art. 1º (Coibir e prevenir...; Criar...; Estabelecer...; Proteger...). 
SUJEITO ATIVO: 
Para a caracterização da violência doméstica e familiar contra a mulher, não é necessário que a 
violência seja perpetrada por pessoas de sexos distintos. O agressor tanto pode ser um homem 
(união heterossexual) como outra mulher (união homoafetiva). 
SUJEITO PASSIVO: 
Exigência de uma qualidade especial: ser mulher. 
Estão protegidas pela Lei Maria da Penha não apenas esposas, companheiras, amantes, 
namoradas ou ex-namoradas, como também filhas e netas do agressor, sua mãe, sogra, avó, ou 
qualquer outra parente do sexo feminino com a qual haja uma relação doméstica, familiar ou 
íntima de afeto. 
OBS: Art. 5°, parágrafo único - independem de orientação sexual. (lésbicas, travestis, transexuais 
e transgêneros de identidade feminina estão ao abrigo da Lei Maria da Penha, quando a 
violência for perpetrada entre pessoas que possuem relações domésticas, familiares e Íntimas 
de afeto). O STF reconheceu uniões homoafetivas como entidade familiar. ADI 4.277 e ADPF 
132. 
OBS: Homem – A Lei adicionou o parágrafo 9º ao art. 129 do CP, reconhecendo que o sexo 
masculino também pode ser vítima de violência doméstica e familiar. 
Contudo, é necessário fazer a distinção: Vítima homem= CP; Vítima mulher= CP + Maria da 
Penha. 
(IN)CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 11.340/06: 
1ª Corrente: A Lei é inconstitucional por violar o art. 226, § 5º da Constituição Federal, ferindo 
a isonomia familiar. Também contradiz os ditames da CF, uma vez que prega pela proteção de 
um dos membros da família em específico (a mulher), sendo que a Lei Maior quer a proteção de 
todos os integrantes da família (Art. 226, § 8º), ou seja, a Lei 11.340/06 se aplica ao homem que 
bate na irmã/mãe/avó, mas não abrange quando a agressão é direcionada ao pai/avô/tio, ou 
ainda ao pai/mãe que agride a filha, mas não se aplica à agressões ao filho. 
2ª Corrente: Quanto ao sistema Geral e Específico de proteção da norma. O Geral, em que a 
legislação não tem nem pode ter um destinatário certo, como é o CP quando não faz distinção 
entre o homem e a mulher, diferente do Específico, em que a norma tem destinatário certo, 
uma vez que trabalha com uma desigualdade de fato (sendo o caso típico da lei Maria da Penha). 
Observa-se que quando a mulher tiver igualdade de fato (não somente de direito), a Lei perderá 
o sentido. Corrente predominante. Posição do STJ. 
CONCEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR: 
Art. 5º da lei. Caput. 
“[...] qualquer ação ou omissão baseada no gênero [...]” 
Somente se aplica a Lei Maria da Penha em situações de violência de gênero, ou seja, violência 
preconceituosa com a finalidade de diminuir a mulher (discriminação contra o sexo feminino). 
Observa-se que existe a necessidade da mulher se vulnerável. 
I – no âmbito da unidade doméstica [...]; 
Entende-se por ambiente caseiro, independente de vínculo familiar. Por exemplo: empregada 
doméstica também está amparada pela lei 11.340/06. 
II – no âmbito da família [...]; 
Unidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços 
naturais, por afinidade ou por vontade expressa. Engloba pessoas unidas por vínculo jurídico de 
natureza familiar, podendo ser conjugal (v.g., casamento), parentesco (em linha reta e por 
afinidade), ou por vontade expressa (adoção). 
OBS: O Código Civil define os vínculos de parentesco. 
III – em qualquer relação íntima de afeto [...]; 
A lei inclui namorados, amantes, etc. 
Acerca do adjetivo “íntima” ao se referir à relação de afeto, implanta na doutrina certa 
divergência. De um lado, há quem entenda que o art. 5°, inciso III, faz referência às relações de 
afeto de forma ampla, rotulando como violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer 
agressão inserida em um relacionamento entre duas pessoas, fundado em camaradagem, 
confiança, amor, etc. Em sentido contrário, esta relação íntima de afeto deve ser interpretada 
restritivamente, no sentido de abranger apenas relacionamentos dotados de conotação sexual 
ou amorosa.

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