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Escola Superior de Tecnologia Unidade Departamental de Engenharias Licenciatura em Engenharia Química e Bioquímica Química das Soluções (2º Ano/ 1º Semestre - 2017) Docente: Professora Teresa Silveira Trabalho Prático nº 4 Determinação do teor em cloretos numa água por volumetria de precipitação Grupo I: Ana Emídio nº 20215 Mª Inês Emídio nº 19896 Tomar, Dezembro/2017 1 1. Resumo A realização deste trabalho prático teve como objetivo titular por volumetria de precipitação duas amostras de água, uma de água da rede e outra de água do mar, com finalidade de se determinar o teor em cloretos presente em cada uma das amostras. Utilizaram-se os métodos de Mohr, Volhard e Fajans para realizar as titulações. Utilizou-se o tiocianato de potássio ou nitrato de prata para titular as amostras de água. A concentração de exata da solução de nitrato de prata aferida experimentalmente pelo método de Mohr foi 0,069 M. A concentração exata da solução de tiocianato de potássio aferida experimentalmente pelo método de Volhar foi 0,0596 M. O teor de cloretos da amostra de água da rede titulado pelo método de Volhard, não foi possível de calcular devido a erros experimentais ocorridos durante a titulação. O teor em cloretos da amostra de água da rede determinado pelo método de Fajans foi de 0,0035 g/L. O teor em cloretos da amostra de água do mar determinado pelo método de Volhard não foi possível de calcular devido a erros experimentais ocorridos durante a titulação. O teor em cloretos da amostra de água do mar determinado pelo método de Mohr foi de 2,25 g/L. 2 2. Parte Experimental • Aparelhagem Para pesar o cloreto de sódio (NaCl) usou-se balança analítica SCALTER SBC 31. Para o nitrato de prata (AgNO3), o tiocianato de potássio (KSCN), o hidróxio de sódio (NaOH), o ácido sulfúrico (H2SO4), o alumén férrico (NH4Fe(SO)2.12H2O) e para o cromato de potássio (K2CrO4) utilizou-se a balança técnica Denver Instrument Company TR-2102 Na medição de pH, utilizou-se o medidor eletrónico de pH Crisson MICRO pH2000. O elétrodo que utilizado foi o combinado de vidro. Utilizou-se material de vidro corrente de laboratório. • Reagentes Utilizou-se o o cloreto de sódio (NaCl), “Sodium Chloride” – Panreac Quimica; o nitrato de prata (AgNO3), “Silver Nitrate” – Panreac Quimica; o tiocianato de potássio (KSCN), “Kalium Thiocyanat” – Merck; o hidróxio de sódio (NaOH), , “Sodium Hydroxyde” – Eka Pellets p.a; alumén férrico (NH4Fe(SO)2.12H2O), “Ammoniumeisen (III)-sulfat-12-hydrat” – Reidel-de Haën; o ácido nítrico 65% (HNO3), “Acid nitrique 65%” – Merck e o cromato de potássio. • Método experimental Primeiramente, foi necessário preparar as soluções. Para a solução de 0,1 M de cloreto de sódio, pesou-se 0,5845 g e diluiu-se com água destilada. Posteriormente, transferiu-se a solução diluída para um balão volumétrico de 100 mL e perfez-se o volume. Para a solução de 0,1 M de nitrato de prata, pesou-se 8,51 g e diluiu-se com água destilada. Seguidamente, colocou-se num balão volumétrico de 500 mL e perfez-se o volume. 3 Para a solução de 0,1 M de tiocianato de potássio, pesou-se 2,47 g, diluiu-se num copo com água destilada. Transferiu-se a solução para um balão volumétrico de 250 mL e perfez-se o volume. Para a solução de 0,25 M de hidróxido de sódio, pesou-se 0,25 g, diluiu-se num copo com água destilada. Transferiu-se a solução para um balão volumétrico de 25 mL e perfez-se o volume. Para a solução saturada de alumén férrico, contendo aproximadamente de 0,45 M em ião Fe3+, pesou-se 21,72 g e diluiu-se com água destilada. Em seguida, transferiu-se a solução diluída para um balão volumétrico de 100 mL e perfez-se o volume. Para a solução de 5% de cromato de potássio, pesou-se 5,00 g e diluiu-se com água destilada. Posteriormente, transferiu-se a solução diluída para um balão volumétrico de 100 mL e perfez-se o volume. Para a solução de 6 N de ácido nítrico, aferiu-se um volume de 41,5 mL, diluiu-se, até perfazer um volume de 100 mL. Para a solução de ácido sulfúrico 1:20, aferiu-se um volume de 1,250 mL, dilui-se até perfazer um volume de 25 mL. Preparadas as soluções, seguiu-se o protocolo. 4 3. Resultados experimentais e cálculos 3.1 Aferição das soluções a) Aferição da solução de nitrato de prata pelo método de Mohr Realizou-se a aferição da solução de nitrato de prata com 10,0 mL da solução padrão de cloreto de sódio diluída em 90,0 mL de água destilada, para perfazer um volume total de 100,0 mL. Adicionou-se à solução diluída de cloreto de sódio, 2,0 mL de cromato de potássio a 5%. Realizou-se um ensaio de aferição e, para maior rigor, repetiu-se o mesmo ensaio. Realizou-se um ensaio em branco, onde se utilizou a mesma quantidade de indicador e 100,0 mL de água destilada, com a finalidade de determinar a existência ou ausência de cloretos na água destilada utilizada na diluição das soluções. Valores experimentais para as titulações realizadas para aferição da solução de nitrato de prata pelo método de Mohr: Ensaio V(mL) 1 14,9 2 14,7 Branco 0,4 Tabela 1- Valores obtidos de volume de titulante gasto na aferição do AgNO3 pelo método de Mohr. • Cálculos Realizadas as titulações, determinou-se a concentração exata da solução de nitrato de prata. Iniciou-se os cálculos, calculando em primeiro lugar a concentração exata de cloreto de sódio: m(pesada) = 0,5845 g 5 M(NaCl) = 58,44 g/mol V= 100 mL= 100 × 10−3 L n = m M ⇔ n = 0,5845 g 58,44 gmol−1 ⇔ n = 0,01 mol c = n V ⇔ c = 0,01 mol 100,0 × 10−3 L ⇔ c = 0,1 M A concentração exata de cloreto de sódio é 0,1 M Para o calculo da concentração exata de nitrato de prata, à média dos volumes do primeiro e segundo ensaios, retirou-se o volume gasto no ensaio em branco. Assim: V = Vmédio - Vbranco Vbranco = 0,4 mL Vmédio = 14,9+14,7 2 = 14,8 mL V = 14,8 – 0,4 = 14,4 mL A dissociação do nitrato de prata e do cloreto de sódio por ser expressa pela seguinte reação: AgNO3 (aq) ⇌ Ag+ (aq) + NO3- (aq) NaCl (aq) ⇌ Na+ (aq) + Cl- (aq) Pelo que a reação que descreve a interação do ião prata com o ião cloreto é: Ag+ (aq) + Cl - (aq) ⇌ AgCl ↓ No método de Mohr, a titulação do cloreto é direta, pelo que o ião prata reage com o ião cloreto enquanto este existir livre em solução. O precipitado que se forma tem cor branca. Quando já não existirem iões cloretos disponíveis para reagir com os iões prata, estes reagem com o ião cromato proveniente do indicador (cromato de potássio). O ponto final 6 da titulação corresponde à formação de um precipitado de cromato de prata (Ag2CrO4) que apresenta cor de tijolo. A reação correspondente à formação do precipitado é: 2Ag+ (aq) + CrO4 2- (aq) ⇌ Ag2CrO4 ↓ Atingido o ponto de equivalência, a proporção daa reação entre o nitrato de prata e o cloreto de sódio é de 1:1. Assim: CAgNO3 × VAgNO3 = CNaCl × VNaCl ⇔ CAgNO3 × 14,4 ml = 0,1 M × 10,0 ml ⇔ CAgNO3 = 0,06944 M A concentração exata da solução de nitrato de prata é de 0,069 M. b) Aferição da solução de tiocianato de potássio pelo método de Volhard Realizou-se a aferição da solução de tiocianato de potássio com 10,0 mL da solução de nitrato de prata, aferida na anteriormente, diluída em 40,0 mL de água destilada, para perfazer um volume total de 50,0 mL. Adicionou-se à solução diluída de nitrato de prata 5,0 mL de ácido sulfúricoe 1,0 mL da solução saturada de alumén férrico. Realizou-se um ensaio de aferição e, para maior rigor, repetiu-se o mesmo ensaio. Valores experimentais para as titulações realizadas para aferição da solução de tiocianato de potássio pelo método de Volhard: Ensaio V (mL) 1 11,7 2 11,6 Tabela 2- Valores obtidos de volume de titulante gasto na aferição do KSCN, pelo método de Volhard. 7 • Cálculos Realizadas as titulações, determinou-se a concentração exata da solução de tiocianato de potássio. O volume total de titulante gasto é a média aritmética do volume das titulações dos ensaios 1 e 2, que por sua vez, é igual ao volume de tiocianto de potássio. V= Vmédio Vmédio= 𝑉1+𝑉2 2 Vmédio= 11,7+11,6 2 = 11,65 mL = 11,65 × 10−3 L A solução que se utilizou como titulante foi o nitrato de prata, que se dissocia e origina em iões Ag+, da seguinte forma: AgNO3 (aq) ⇌ Ag+ (aq) + NO3- (aq) Sabendo a reação, pode calcular-se o nº de moles de iões Ag+ uma vez que a estequiometria da reação é de 1:1. V(AgNO3) = 10,0 mL= 10,0 × 10−3 L de iões Ag+ c= 0,06944 M c = n V ⇔ n = c x V n= 0,06944 ×10,0 × 10−3 = 6,944 × 10−4 mol de iões Ag+ A dissociação do tiocianato de potássio pode ser expressa pela seguinte reação: KSCN (aq) ⇌ K+ (aq) + SCN- (aq) No método de Volhard a titulação dos halogenetos é feita por um processo indireto. Primeiramente, os iões Ag+ reagem com os iões Cl- presentes na água destilada e, posteriormente, os iões Ag+ reagem com os iões SCN-. Por este motivo, à solução de tiocianato de potássio, adicionou-se excesso de titulante (nitrato de prata). 8 O objetivo da adição excessiva de titulante é garantir a existência de iões Ag+ em solução, suficientes para que depois de reagirem com os iões Cl-, reagirem com os iões SCN-. Neste caso, considerou-se que não existiam cloretos na água destilada. O precipitado que se forma da reação dos iões Ag+ e Cl- tem cor branca. A reação é descrita da seguinte forma: Ag+ (aq) + Cl- (aq) ⇌ AgCl ↓ (aq) A reação dos iões Ag+ com os iões SCN- é descrita pela seguinte reação: Ag+ (aq) + SCN- (aq) ⇌ AgSCN (aq) Quando todos os iões Ag+ presentes em solução reagiram com os iões SCN-, e, uma vez que em solução está presente o indicador (solução saturada de alumén férrico), os iões SCN- que não reagiram com a prata encontram-se livres para reagir com o ião Fe3+ proveniente do indicador. Formou-se assim o ião complexo Fe(SCN)2+ em solução. A formação do ião complexo indica o ponto final da titulação, uma vez que a solução adquire cor vermelha. No ponto de equivalência: n(Ag+) = n(SCN-) n(SCN-) = 6,944 × 10−4 mol V(SCN-) = 11,65 × 10−3 L c = n V ⇔ c = 6,944 × 10−4 mol 11,65 × 10−3 L ⇔ c = 0,0596 M A concentração exata de tiocianato de potássio é 0,0596 M. 9 3.2 Determinação do teor de cloretos numa amostra de água da rede a) Pelo método de Volhard Realizou-se uma titulação com uma amostra de 100,0 mL de água da torneira, à qual se adicionou 10,0 mL de ácido nítrico 6 N e 10,0 mL da solução aferida de nitrato de prata. Agitou-se a solução para coagular o precipitado e permitir a titulação da prata, uma vez que adicionada a solução de nitrato de prata à amostra de água, parte dos iões Ag+ reagem com os iões Cl- presentes na amostra. O precipitado que se formou é de cor branca. Adicionou-se 2,0 mL do indicador, alumén férrico. Titulou-se a amostra de água da torneira com a solução aferida de tiocianato de potássio. Valores experimentais para a titulação realizada para determinação de coretos numa amostra de água da torneira: Ensaio V (mL) 1 11,8 Tabela 3- Volume de titulante gasto na determinação de cloretos numa amostra de água da torneira pelo método de Mohr. • Cálculos Após o inicio da titulação, os iões Ag+ em excesso reagem com os iões SCN- provenientes do titulante, tiocianeto de potássio. A reação pode ser descrita da seguinte forma: Ag+ (aq) + SCN- (aq) ⇌ AgSCN Tendo reagido a totalidade de iões Ag+, os iões SCN- reagem com o ião Fe3+ proveniente do indicador e ocorre a formação do ião complexo Fe(SCN)2+, que colora a solução de cor vermelha. Atingiu-se o final da titulação. 10 Cálculo para o número de moles de Ag+ adicionados: n(Ag+) = c(Ag+) × V(Ag+) n(Ag+) = 0,06944 × 10,0 × 10−3= 6,940 × 10−4 mol No ponto de equivalência: n(Ag+) = n(SCN-) n(SCN-) = c(SCN-) × V(SCN-) n(SCN-) = 0,0596 × 11,8 × 10−3 = 7,033 × 10−4 mol Então, n(Ag+) = 7,033 × 10−4 mol O número de moles de Ag+ que reagem com o cloreto é a diferença entre o número de moles adicionadas e o número de moles tituladas pelo tiocianato de potássio. Assim: n(Ag+)AgCl = n(Ag +)adicionadas – n(Ag+)tituladas n(Ag+)AgCl=6,940 × 10−4 - 7,033 × 10−4 = −9,3110−4 mol O calculo do teor de cloretos na amostra de água pelo método de Volhard não é possível de calcular uma vez que o numero de moles aferido é numericamente impossível. b) Pelo método de Fajans Realizou-se uma titulação com uma amostra de 100,0 mL de uma amostra de água da torneira, à qual se adicionou 10,0 mL da solução de cloreto de sódio e 20 gotas do indicador diclorofluorosceína. Titulou-se, com agitação permanente, a amostra de água com a solução aferida de nitrato de prata. Perto do ponto de equivalência, formou-se o precipitado de AgCl. O ponto final corres ponde ao aparecimento da cor rosa fluorescente, devido à presença do indicador. Valores experimentais para a titulação realizada para determinação de coretos numa amostra de água da torneira: 11 Ensaio V(mL) 1 14,2 Tabela 4- Volume de titulante gasto na determinação de cloretos numa amostra de água da torneira pelo método de Fajans. • Cálculos A prata dissocia-se em iões Ag+ e o cloro em iões Cl-. Pelo método de Fajans, o excesso de iões prata reage com a totalidade de iões cloreto, até extingui-los. Forma-se então um precipitado de cor branca. A reação que descreve a interação dos iões Ag+ e Cl- é: Ag+ (aq) + Cl- (aq) ⇌ AgCl↓ Tendo a totalidade de iões Cl- reagido com os iões Ag+, ficam em solução iões Ag+ disponíveis para reagir com o indicador (diclorofluoresceína). O aparecimento da cor rosa fluorescente indica o ponto final da titulação. Sabe-se que, pela estequiometria da reação, que 1 mol de iões Ag+ reage com um mole de iões Cl-, assim, o nº de moles de Ag+ é igual ao nº de moles totais de Cl-. n(Ag+) = n(Cl-) CAg+ = n Ag+ VAg+ ⇔ nAg+ = nCl− = CAg+ × VAg+ nCl− = 6,940 × 10 −4 × 14,2 × 10−3 = 9,85 × 10−6 mol Sabendo o numero de moles e o volume da amostra de água, pode calcular-se a concentração de cloretos presentes. c = n V ⇔ c = 9,85 ×10−6 mol 100×10−3 L ⇔ c = 9,85 × 10−5 M Cálculo do teor de cloretos presentes na amostra: Teor de cloretos = [Cl-] × M(Cl-) M(Cl) = 35,45 g/mol 12 Teor de cloretos = 9,85 × 10−5 mol/ L × 35,45 g/mol = 0,0035 g/L. Conclui-se assim que pelo método de Fajans a amostra de água da torneira tem um teor de cloretos de 0,0035 g/L. 3.3 Determinação do teor de cloretos numa amostra de água do mar a) Pelo método de Volhar Realizou-se uma titulação com uma amostra de 10,0 mL de uma amostra de água do mar, a qual se diluiu até perfazer um volume de 100,0 Ml. Repetiu-se uma diluição à amostra de água, aferindo-se assim 10,0 mL da solução diluída e adicionando-se 90,0 mL de água destilada até perfazer o volume de 100,0 mL . Titulando-se assim 1,0 mL da amostra inicial. Adicionou-se 10,0 mLda solução de ácido nítrico 6 N e 10,0 mL da solução aferida de nitrato de prata. Agitou-se a solução para coagular o precipitado e permitir a titulação da prata, uma vez que adicionada a solução de nitrato de prata à amostra de água do mar, parte dos iões Ag+ reagem com os iões Cl- presentes na amostra. O precipitado que se formou é de cor branca. Adicionou-se 2,0 mL do indicador, alumén férrico. Titulou-se a amostra de água do mar com a solução aferida de tiocianato de potássio. Valores experimentais para a titulação realizada para determinação de coretos numa amostra de água do mar: Ensaio V(mL) 1 11,3 Tabela 5- Volume de titulante gasto na determinação de cloretos numa amostra de água do mar pelo método de Volhard. 13 • Cálculos Imediatamente após o inicio da titulação, os iões Ag+ em excesso reagem com os iões SCN- provenientes do titulante, tiocianeto de potássio. A reação pode ser descrita da seguinte forma: Ag+ (aq) + SCN- (aq) ⇌ AgSCN Tendo reagido a totalidade de iões Ag+, os iões SCN- reagem com o ião Fe3+ proveniente do indicador e ocorre a formação do ião complexo Fe(SCN)2+, que colora a solução de cor vermelha. Atingiu-se o ponto final da titulação. Cálculo para o número de moles de Ag+ adicionados: n(Ag+) = c(Ag+) × V(Ag+) n(Ag+) = 0,06944 × 10,0 × 10−3= 6,940 × 10−4 mol No ponto de equivalência: n(Ag+) = n(SCN-) n(SCN-) = c(SCN-) × V(SCN-) n(SCN-) = 0,0596 × 11,3 × 10−3 = 6,73 × 10−3 mol Então, n(Ag+) = 6,73 × 10−3 mol O número de moles de Ag+ que reagem com o cloreto é a diferença entre o número de moles adicionadas e o número de moles tituladas pelo tiocianato de potássio. Assim: n(Ag+)AgCl = n(Ag +)adicionadas – n(Ag+)tituladas n(Ag+)AgCl=6,940 × 10−4 – 6,73 × 10−3 = − 6,04 × 10−3 mol O calculo do teor de cloretos na amostra de água pelo método de Volhard não é possível de calcular uma vez que o numero de moles aferido é numericamente impossível. 14 b) Pelo método de Mohr Titulou-se uma amostra de 5,0 mL de água do mar, esta amostra aferiu-se utilizando a 1º diluição preparada em a). Realizou-se um acerto do valor de pH. O valor de referência era o ponto de viragem da fenolftaleína (cerca de 8,3). Utilizar-se-ia ácido sulfúrico caso o pH se encontrasse elevado e hidróxido de sódio caso tivesse valor inferior. Na amostra, utilizou-se hidróxido de sódio, uma vez que o pH inicial da solução tinha o valor de 5,98. No final do acerto, o pH ficou com valor de 8,17. Adicionou-se 2,0 mL de cromato de potássio a 5% e nitrato de prata 0,1 M. O ponto final da titulação é detetado pelo aparecimento de um precipitado cor de tijolo, cromato de prata (AgCrO4). Valores experimentais para a titulação realizada para determinação de coretos numa amostra de água do mar: Ensaio V(mL) 1 4,6 Tabela 5- Volume de titulante gasto na determinação de cloretos numa amostra de água do mar pelo método de Volhard. • Cálculos A dissociação do nitrato de prata e do cloreto de sódio por ser expressa pela seguinte reação: AgNO3 (aq) ⇌ Ag+ (aq) + NO3- (aq) NaCl (aq) ⇌ Na+ (aq) + Cl- (aq) Pelo que a reação que descreve a interação do ião prata com o ião cloreto é: Ag+ (aq) + Cl - (aq) ⇌ AgCl ↓ 15 No método de Mohr, a titulação do cloreto é direta, pelo que o ião prata reage com o ião cloreto enquanto este existir livre em solução. O precipitado que se forma tem cor branca. Quando já não existirem iões cloretos disponíveis para reagir com os iões prata, estes reagem com o ião cromato proveniente do indicador (cromato de potássio). O ponto final da titulação corresponde à formação de um precipitado de cromato de prata (Ag2CrO4) que apresenta cor de tijolo. A reação correspondente à formação do precipitado é: 2Ag+ (aq) + CrO4 2- (aq) ⇌ Ag2CrO4 ↓ Atingido o ponto de equivalência, a proporção da reação entre o nitrato de prata e o cloreto de sódio é de 1:1. Assim: n(Ag+) = n(Cl-) CAg+ = n Ag+ VAg+ ⇔ nAg+ = nCl− = CAg+ × VAg+ nCl− = 0,069 × 4,6 × 10 −3 = 3,17 × 10−4 mol Sabendo o número de moles e o volume da amostra de água, pode calcular-se a concentração de cloretos presentes. c = n V ⇔ c = 3,17 ×10−4 mol 5,0×10−3 L ⇔ c = 6,35 × 10−2 M Cálculo do teor de cloretos presentes na amostra: Teor de cloretos = [Cl-] × M(Cl-) M(Cl) = 35,45 g/mol Teor de cloretos = 6,35 × 10−2 mol/ L × 35,45 g/mol = 2,25 g/L Conclui-se assim que pelo método de Mohr a amostra de água do mar tem um teor de cloretos de 2,25 g/L. 16 4. Conclusão O objetivo deste trabalho laboratorial foi determinar experimentalmente o teor em cloretos presentes em duas amostras de água: uma amostra de água do mar e uma amostra de água da rede. A principal aplicação da técnica de volumetria de precipitação é a determinação de halogenetos com nitrato de prata ou tiocianeto de potássio. Para tal, existem três métodos distintos. O método de Mohr, onde a titulação do halogeneto, é directa. Forma-se um precipitado de cor branca, envolvendo os iões Cl- e Ag+, cloreto de prata. O ponto de equivalência corresponde ao esgotamento de iões Cl- em solução, e posteriormente a isto, os iões Ag+ reagem com os iões do indicador. O precipitado que se forma é cor de tijolo. Pelo método de Valhard, a titulação do halogeneto ocorre de forma indireta. Inicialmente, os iões Cl- reagem com os iões Ag+ formando um precipitado branco de cloreto de prata. Adiciona-se em excesso nitrato de prata à solução, de forma a que o excesso presente na solução seja titulado. A titulação é feita com tiocianato de potássio e o ponto final da titulação é indicado pelo aparecimento do ião complexo Fe(SCN)2+ em solução. O ião complexo colora a solução de vermelho. O método de Fajans, é um método onde a titulação do halogeneto ocorre de forma direta. Neste método em particular, adiciona-se o indicador de adsorção diclorofluoresceína. No começo, os iões Cl- reagem com os iões Ag+ formando um precipitado branco de cloreto de prata. O ponto final da titulação ocorre quando os iões Ag+ reagem com os iões do indicador, conferindo uma cor rosa fluorescente à solução. O teor em cloretos presentes na amostra água da rede não foi possível de determinar, uma vez que foi adicionado excesso de titulante, tornando os cálculos impossíveis de realizar. Pelo método de Fajans, o teor em cloretos foi de 35 mg/L. O teor em cloretos presentes na amostra de água do mar não foi possível de determinar, uma vez que foi adicionado excesso de titulante, tornando os cálculos impossíveis de realizar. Pelo método de Mohr, o teor em cloretos foi de 2250 mg/L. O Decreto-lei nº 236/98 de 1 de agosto de 1998, estabeleceu um valor para o teor em cloretos de 25 mg/L para água própria para consumo humano. Comparando com os valores obtidos, a água da rede, apesar de exceder o valor recomendado, pode ser considerada própria para consumo. 17 A amostra de água do mar, que excede perto de mil vezes mais o valor recomendado, não pode ser considerada própria para consumo humano. 18 Apêndice 1.1 Cálculos para preparação das soluções ▪ Solução de NaCl 0,1 M V=100,0 mL =100,0×10−3 L M= 58,44 gmol-1 C = 𝐧 𝐯 ⇔ 0,1 = 𝑛 100,0×10−3 ⇔ n = 0,010 mol n = 𝐦 𝐌 ⇔ 0,010 = 𝑚 58,44 ⇔ m = 0,5844 g Massa a pesar de NaCl= 0,5844 g ▪ Solução de AgNO3 0,1 M V= 500,0 mL = 500,0 × 10−3 LM = 169,87 gmol -1 C = 𝐧 𝐯 ⇔ 0,1 = 𝑛 500,0×10−3 ⇔ n=0,05 mol n = 𝐦 𝐌 ⇔ 0,05 = 𝑚 169,87 ⇔ m = 8,49 g Massa a pesar de AgNO3 = 3,92 g ▪ Solução de KSCN 0,1 M V= 250,0 mL = 250,0 × 10−3 L M = 97,18 gmol -1 C = 𝐧 𝐯 ⇔ 0,1 = 𝑛 250,0×10−3 ⇔ n=0,025 mol n = 𝐦 𝐌 ⇔ 0,025 = 𝑚 97,18 ⇔ m = 2,43 g Massa a pesar de KSCN= 2,43 g 19 ▪ Solução de NaOH 0,25 M V= 25,0 mL = 25,0 × 10−3 L M = 40,0 gmol -1 C = 𝐧 𝐯 ⇔ 0,1 = 𝑛 25,0×10−3 ⇔ n=0,00625 mol n = 𝐦 𝐌 ⇔ 0,00625 = 𝑚 40,0 ⇔ m = 0,25 g Massa a pesar de NaOH= 0,25 g
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