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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA CLÍNICA DE ANIMAIS SILVESTRES E DE ZOOLÓGICO Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc 2004 INTRODUÇÃO À MEDICINA DE ANIMAIS SILVESTRES O Médico Veterinário de animais silvestres: Perfil: pesquisa, constantes novidades e desafios, inter-relacionamento com outras especialidades, forte associação com a zoologia e a biologia, visão conservacionista, capacidade de extrapolação e adaptação. Atuação e envolvimento em campos diversos como zootecnia, nutrição, manejo, contenção, anestesiologia, clínica, cirurgia, patologia, parasitologia, odontologia, planejamento, educação. Estreito envolvimento com as três grandes áreas de atuação do Médico Veterinário: • SAÚDE PÚBLICA • SAÚDE ANIMAL • PRODUÇÃO ANIMAL Áreas de atuação do Médico Veterinário de animais silvestres ou selvagens: Cativeiro: # Exposição (zoológicos); # Produção (criadouros científicos; comerciais e conservacionistas); # Animais de estimação (clínica); # Circos. Vida livre: # Unidades de conservação; # Pesquisa; # Reabilitação. Capacitação: • Disciplinas de graduação; • Cursos de aperfeiçoamento; • Estágio; • Residência; • Autodidatismo. Conceitos: Nomenclatura científica Conservação Preservação Distribuição geográfica Expansão de distribuição Nativo, indígena, natural Exótico, alienígena, estrangeiro Introduzido Relocação, repatriação, translocação Espécie rara (naturalmente rara) Espécie ameaçada de extinção Espécie sinantrópica Espécie especialista Espécie generalista Espécie cosmopolita Espécie endêmica Procedência Origem Plano de manejo CITES IATA UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br ANIMAIS DOMESTICOS Há mais de 10 mil anos os habitantes do sudeste asiático iniciaram a domesticação de animais e o plantio de vegetais. Isto proporcionou uma maior disponibilidade de alimento e o conseqüente crescimento da civilização humana. Os primeiros animais domesticados foram os cães e depois os bois, as ovelhas e as cabras. Mais tarde o asno, o cavalo e os camelídeos. A seleção zootécnica promoveu a redução da ferocidade e o aumento da produtividade. A atual relação de espécies domésticas está intimamente ligada à história da civilização humana e a sua cronologia. O homem, quando ocupava novos territórios, sempre levava consigo os animais domesticados, isto tornou as espécies domésticas cosmopolitas, muitas vezes perdendo-se no tempo a sua origem precisa. Com certeza, muitas espécies silvestres têm grande potencial zootécnico. Porém, o aprimoramento genético já alcançado nas espécies domésticas, e os avanços zootécnicos continuados tornam bastante difícil a competição entre espécies silvestres e as domésticas. A inclusão de novas espécies na relação de domésticas representa um grande desafio. Isto se justifica em função da existência de uma grande defasagem de tempo investido em pesquisa, decorrente principalmente da cronologia histórica e da ocupação dos continentes pela civilização humana. Conceitos A domesticação é diferente do amansamento, porém aí tem seu início. A domesticação se refere à espécie e o amansamento ao indivíduo. REQUERIMENTOS E MECANISMOS PARA A CONVERSÃO DE UMA ESPÉCIE SELVAGEM EM DOMÉSTICA: 1. Alteração do ambiente natural para artificial. 2. Seleção zootécnica de características econômicas (produtivas), estéticas ou esportivas em função do interesse humano. Estimular: Sociabilidade Adaptabilidade Conversão alimentar Produtividade Fertilidade Precocidade Resistência a doenças Reduzir: Territorialidade Dominância Mecanismos reprodutivos intrincados UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br RELAÇÃO DAS ESPÉCIES ANIMAIS CONSIDERADAS DOMÉSTICAS AVES (14) Nome comum Nome científico Origem Ordem Família Marreco Anas platyrhyncos Eurásia e África Anseriformes Anatidae Ganso Anser anser Ásia Anseriformes Anatidae Ganso-do-canadá Branta canadensis Canadá Anseriformes Anatidae Pato Cairina moschata América do Sul Anseriformes Anatidae Cisne-branco Cygnus olor Eurásia Anseriformes Anatidae Pombo Columba livia Eurásia Columbiformes Columbidae Codorna Coturnix coturnix Ásia Galliformes Phasianidae Galinha Gallus gallus Ásia Galliformes Phasianidae Peru Meleagris gallopavo América do Norte Galliformes Phasianidae Galinha-de-angola Numida meleagris África Galliformes Phasianidae Pavão Pavo cristatus Índia Galliformes Phasianidae Faisão-de-coleira Phasianus colchicus Eurásia Galliformes Phasianidae Canário-belga Serinus canarius Ilhas Canárias Passeriformes Fringelidae Periquito- australiano Melopsittacus undulatus Oceania Psittaciformes Psittacidae MAMÍFEROS (28) Nome comum Nome científico Origem Ordem Família Gayal Bos gaurus Ásia Artiodactyla Bovidae Yak Bos grunniensis Ásia Artiodactyla Bovidae Banteng Bos javanicus Ásia Artiodactyla Bovidae Kouprey Bos sauveli Ásia Artiodactyla Bovidae Boi Bos taurus Eurásia e África Artiodactyla Bovidae Búfalo Bubalus bubalis Ásia Artiodactyla Bovidae Cabra Capra hircus Ásia Artiodactyla Bovidae Ovelha Ovis aries Ásia Artiodactyla Bovidae Dromedário Camelus dromedarius Ásia Artiodactyla Camelidae Camelo Camelus bactrianus Arábia Artiodactyla Camelidae Alpaca Lama pacos América do Sul Artiodactyla Camelidae Lhama Lhama glama América do Sul Artiodactyla Camelidae Rena Rengifer tarantus Eurásia Artiodactyla Cervidae Porco Sus scrofa Eurásia Artiodactyla Suidae Raposa Vulpes fulva América do Norte Carnívora Canidae Cão Canis familiaris Eurásia Carnívora Canidae Gato Felis catus África (Egito) Carnívora Felidae Ferret Mustela putorinus Europa Carnívora Mustelidae Mink Mustela vison América do Norte Carnívora Mustelidae UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br Elefante asiático Elephas maximus Síria, Índia e China Probocideat Elephantidae Coelho Oryctolagus cuniculus Europa Lagomorpha Leporidae Asno Equus asinus África Perissodactyla Equidae Cavalo Equus caballus Eurásia Perissodactyla Equidae Porquinho-da- índia Cavia porcellus América do Sul Rodentia Caviidae Chinchila Chinchila laniger América do Sul Rodentia Chinchilidae Hamster Mesocricetus auratus Ásia Rodentia Muridae Camundongo Mus musculus Eurásia Rodentia Muridae Ratazana Rattus norvegicus Ásia (China) Rodentia Muridae INSETOS (2) Nome comum Nome científico Origem Ordem Família Abelha Apis mellifera Europa Hymenoptera Apidae Bicho-da-seda Bombix mori China Lepidoptera Bombicidae PEIXES (1) Nome comum Nome científico Origem Ordem Família Carpa Cyprinus carpio Eurásia e África Cypriniforme Cyprinidae Ungulados: nome genérico de qualquer mamífero cujas extremidades terminem em cascos. Incluem o cavalo, o rinoceronte, a anta (com número ímpar de dedos), o porco, o camelo, o cervo, o gado bovino, a ovelha (com número par de dedos), o elefante e o daimão (hiracoide). Na maioria, são herbívoros e se espalharam por todos os continentes, exceto a Austrália. Classificação científica: os ungulados com dedos ímpares são os Perissodáctilos e os que têm dedos pares, são os Artiodáctilos. Artiodáctilo: qualquer membro da Ordem de mamíferos com cascos e um número par de dedos em cada pé. Neste grupose incluem o gado bovino, os porcos, as cabras, as girafas, os camelos, os cervos, os antílopes e os hipopótamos. Compõe- se de 09 famílias: Suidae (porcos, javalis, potomoqueros, babirousa) Tayassuidae (cateto, queixada e catagonus) Hippopotamidae (hipopótamo e hipopótamo-anão) Camelidae (camelo, dromedário, alpaca, lhama, guanaco e vicunha) Tragulidae (chevrotan e veado-rato) Cervidae (cervos, veados, alces e renas) UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br Antilocapridae (pronghorn) Bovidae (antílopes, bois, cabras, ovelhas, búfalos e bisões) Classificação científica: Ordem Artiodactyla. Perissodáctilo: termo que se aplica a qualquer membro dessas três famílias dos mamíferos: Equidae (cavalos, zebras, asnos) Tapiridae (antas) Rinocerontidae (rinocerontes). Têm um número ímpar de dedos: um em cada pata nos cavalos e três nos rinocerontes. Os membros da família da anta têm quatro dedos nas patas dianteiras e três dedos nas traseiras. Classificação científica: Ordem Perissodactyla DIVERSIDADE São aproximadamente 47.668 as espécies de animais vertebrados atuais que habitam o Planeta Terra. Nome comum Grupo taxonômico Número de espécies PEIXES (24.587) Myxinoidea + Petromyzontoidea (lampreia e peixe-bruxa) 80 Chondricthyes (tubarões, raias e quimeras) 800 Actinopterygii (peixes de nadadeiras raiadas) 2.3700 Acnistia + Dipnoi (peixes de nadadeiras carnosas – celacanto) 7 ANFÍBIOS (4.310) Caudata (salamandras) 400 Anura (sapos, rãs e pererecas) 3.750 Gymnophiona (cicília) 160 RÉPTEIS (5.971) Testudinomorpha (tartarugas) 250 Lepidosaura (cobras, lagartos e tuatara) 5.700 Crocodilia (jacarés, crocodilos, gaviais e aligátor) 21 AVES (8.750) Aves 8.750 MAMÍFEROS (4.050) Mammalia 4.050 LEGISLAÇÃO REFERENTE À FAUNA SILVESTRE • DECRETO N. 24.645 DE 10 DE JULHO DE 1934 - Estabelece medidas de proteção aos animais. • LEI 5.197 DE 03 DE JANEIRO DE 1967 - Dispõe sobre a Proteção à Fauna e dá outras Providências. • LEI N.° 6638 DE 8 DE MAIO DE 1979 - Estabelece normas para a pratica didático cientifica da vivissecção de animais. • RESOLUÇÃO DO CONAMA N.° 017 DE 07 DE DEZEMBRO DE 1997 - Define a destinação de animais silvestres apreendidos pelo IBAMA. • LEI N.° 9.605 DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 - Lei de Crimes Ambientais - Capitulo IX – Fauna. • PORTARIA N.º 1.522 DE 19 DE DEZEMBRO DE 1989 – Estabelece Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. • PORTARIA N.º 45-N, DE 27 DE ABRIL DE 1992 - Complementa a Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. • PORTARIA N.º 062 DE 17 DE JUNHO DE 1997 - Complementa a Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. • PORTARIA N.º 332 DE 13 DE MARÇO DE 1990 – Dispõe sobre a coleta de material zoológico, destinado a fins científicos ou didáticos. • INSTRUÇÃO NORMATIVA N°109/97, DE 12 DE SETEMBRO DE 1997 – Dispõe sobre a coleta de material zoológico, destinado a fins científicos ou didáticos em Unidades de Conservação Federal. • PORTARIA NORMATIVA N°113/97 DE 35 DE SETEMBRO DE 1997 – Dispõe sobre o registro do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e usuárias de Recursos Ambientais. • PORTARIA N.º 016 DE 04 DE MARÇO DE 1994 – Dispões sobre a manutenção e ou criação em cativeiro da fauna silvestre brasileira com finalidade de subsidiar pesquisas científicas em Universidades, Centros de Pesquisa e Instituições Oficiais ou Oficializadas pelo Poder Público. • PORTARIA Nº 108/94 DE 06 DE OUTUBRO DE 1994 - Normatiza o funcionamento de mantenedores de felídeos do gênero Panthera; família Ursidae; primatas das famílias Pongidae e Cercopithecidae; família Hippopotamidae e ordem Proboscidae. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br • PORTARIA N.º 118-N DE 15 DE OUTUBRO DE 1997 - Normatiza o funcionamento de criadouros de animais da fauna silvestre brasileira com fins econômicos e industriais. • PORTARIA Nº 102/98 DE 15 DE JULHO DE 1998 - Normatiza o funcionamento de criadouros de animais da fauna silvestre exótica com fins econômicos e industriais. • PORTARIA N.º 142/92 DE 30 DE DEZEMBRO DE 1992 - Normatiza a criação em cativeiro da tartaruga-da-amazônia Podocnemis expansa, e do tracajá Podocnemis unifilis, em criadouros com finalidade comercial, nas áreas de sua distribuição geográfica. • PORTARIA N.º 2314 DE 26 DE NOVEMBRO DE 1990 - Institui os criadouros destinados à reprodução de insetos da Ordem Lepidóptera da fauna silvestre com finalidade econômica. • PORTARIA 324/87-P DE 22 DE JULHO DE 1987 - Proíbe a implantação de criadouros de jacaré-do-pantanal (Caiman crocodillus yacare) fora de sua área de ocorrência (Bacia do Rio Paraguai). • PORTARIA N.º 126 DE 13 DE FEVEREIRO DE 1990 – Dispõe sobre o registro de criadouro com finalidade comercial, destinado a recria em cativeiro de Caiman crocodylus yacare na Bacia do Rio Paraguai. • PORTARIA Nº 139-N DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993 – Dispõe sobre a implantação de Criadouros Conservacionistas. • PORTARIA Nº 138 DE 14 DE NOVEMBRO DE 1997 – Estabelece que Criadouros Conservacionistas poderão receber visitas de caráter técnico, didático ou programas de educação ambiental da rede pública ou privada de ensino quando supervisionadas por monitores. • PORTARIA N.º 117 DE 15 DE OUTUBRO DE 1997 - Normatiza a comercialização de animais vivos, abatidos, partes e produtos da fauna silvestre brasileira provenientes de criadouros com finalidade econômica e jardins zoológicos. • PORTARIA N.º 119-N, DE 17 DE NOVEMBRO DE 1992 - Normatiza a comercialização de peles de crocodilianos brasileiros, das espécies Caiman crocodilus yacare e Caiman crocodilus crocodilus, produzidas pelos criadouros comercias. • PORTARIA N.º 70 DE 23 DE AGOSTO DE 1996 - Normatiza a comercialização de produtos e subprodutos das espécies de quelônios Podocnemis expansa, tartaruga-da-amazônia e Podocnemis unifilis, tracajá, provenientes de criadouros comerciais. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br • LEI N° 7173 DE 14 DE DEZEMBRO DE 1983 - Institui jardins zoológicos e estabelece categorias. • PORTARIA N° 283/P DE 18 DE MAIO DE 1989 - Normatiza jardins zoológicos e define a documentação necessária. • INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 04 DE 04 DE MARÇO DE 2002 – Estabelece recomendações técnicas para recintos de jardins zoológicos (substitui a IN nº 1 de 1989). • PORTARIA N.° 019 DE 17 DE JANEIRO DE 1990 – Proíbe a permuta de animais entre Zoológicos, criadouros científicos e comerciais que não estejam regularizados junto ao IBAMA. • PORTARIA N.° 2114 DE 24 DE OUTUBRO DE 1990 - Proíbe a compra, doação ou qualquer tipo de transação de animais nativos e exóticos entre circos e Zoológicos de nacionalidade brasileira e estrangeira. • PORTARIA 005/91-N DE 25 DE ABRIL DE 1991 - Obriga o acasalamento de animais solteiros, pertencentes à lista Oficial de Espécies Ameaçadas de Extinção da fauna nativa, mantidos em cativeiro. • PORTARIA Nº 057 DE 11 DE JULHO DE 1996 – Estabelece as atividades dos “Clubes Ornitófilos de PASSERIFORMES DA FAUNA SILVESTRE BRASILEIRA”. • PORTARIA N.º 99 DE 28 DE AGOSTO DE 1997 – Determina que os passeriformes da fauna brasileira, com anilhas abertas, somente poderão participar de torneios, exposições, bemcomo transitar fora do domicílio do mantenedor, até 31 de Dezembro de 1997. Ficam desta maneira, a partir do ano de 1998, os torneios e exposições restritos a passeriformes portadores de anilhas fechadas e invioláveis. • PORTARIA Nº 93 DE 1998 - Normatiza a importação e exportação de Animais da Fauna Silvestre. • PORTARIA Nº 163 DE 08 DE DEZEMBRO DE 1998 - Autoriza a importação de espécimes de furão - Mustela putorius furo, para importação com finalidade comercial para a manutenção em cativeiro como animal de estimação. • INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01 DE 15 DE ABRIL DE 1999 - Estabelece critérios para o Licenciamento Ambiental de empreendimentos e atividades que envolvam manejo de fauna silvestre exótica e nativa em cativeiro LEGISLAÇÃO REFERENTE À CAÇA AMADORISTA • PORTARIA N.° 108-P DE 02 DE ABRIL DE 1982 - Dispõe sobre a permissão de UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br caça amadorista. • PORTARIA N.° 310-P DE 26 DE MAIO DE 1989 - Dispõe sobre a concessão de clubes e sociedades amadoristas de caça e tiro ao vôo. • PORTARIA N.° 047 DE 22 DE MAIO DE 1997 - Dispõe sobre a autorização de caça amadorista no Rio Grande do Sul. • PORTARIA N.° 70 DE 4 DE JULHO DE 1997 - Autoriza o controle Populacional da caturrita (Myopsitta monachus) por abate direto ou captura. • PORTARIA N.° 142-N DE 21 DE OUTUBRO DE 1998 - Autoriza o controle Populacional de garibaldi (Agelaius ruficapillus) por abate direto ou captura. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br LISTA OFICIAL DE FAUNA AMEAÇADA DE EXTINÇÃO Através da Portaria nº 1.522, de 19 de dezembro de 1.989 e da Portaria nº 45-N, de 27 de abril de 1.992, o IBAMA tornou pública a lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção. Espécies marcadas com asterisco (*) estão provavelmente extintas 1.0. MAMMALIA - MAMÍFEROS 1.1. Primates - Macacos • Alouatta belzebul belzebul (Linnaeus, 1766). Família Cebidae. Nome popular: guariba. • Alouatta fusca (E. Geoffroy, 1812). Família Cebidae. Nome popular: barbado, guariba. • Ateles belzebuth (E. Geoffroy, 1806). Família Cebidae. Nome popular: macaco-aranha. • Ateles paniscus (Linnaeus, 1758). Família Cebidae. Nome popular: macaco- aranha. • Brachyteles arachnoides (E. Geoffroy, 1806). Família Cebidae. Nome popular: muriqui, mono-carvoeiro. • Cacajao calvus (I. Geoffroy, 1847). Família Cebidae. Nome popular: uacari. • Cacajao melanocephalus (Humbolt, 1812). Família Cebidae. Nome popular: uacari-preto. • Callicebus parsonatus (E. Geoffroy, 1812). Família Cebidae. Nome popular: guigó, sauá. • Callimico goeldii (Thomas, 1904). Família Callimiconidae. Nome popular: calimico. • Callithrix argentata leucippe (Thomas, 1922). Família Callitrichidae. Nome popular: sagui. • Callithrix aurita (Humbolt, 1812). Família Callitrichidae. Nome popular: sagui- da-serra-escuro. • Callithrix flaviceps (Thomas, 1903). Família Callitrichidae. Nome popular: sagui-da-serra. • Callithrix humeralifer (E. Geoffroy, 1812). Família Callitrichidae. Nome popular: sagui. • Cebus apella xanthosternos (Wied, 1820). Família Cebidae. Nome popular: macaco-prego-do-peito-amarelo. • Chiropotes albinasus (I. Geoffroy & Deville, 1848). Família Cebidae. Nome popular: cuxiu-de-nariz-branco. • Chiropotes satanas utahicki (Hershkovitz, 1.985). Família Cebidae. Nome popular: cuxiu. • Chiropotes satanas satanas (Hoffmansegg, 1807). Família Cebidae. Nome popular: cuxiu. • Lagothrix lagotricha (Humbolt, 1812). Família Cebidae. Nome popular: barrigudo. • Leontopithecus chrysomelas (Kuhl, 1820). Familia Callitrichidae. Nome popular: mico-leão-de-cara-dourada. • Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1923). Família Callitrichidae. Nome popular: mico-leão-preto. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br • Leontopithecus rosalia (Linnaeus, 1766). Família Callitrichidae. Nome popular: mico-leão-dourado. • Leontopithecus caissara (Persson, 1990) Família Callitrichidae. Nome popular: mico-leão-da-cara- preta. • Pithecia albicans (Gray, 1860). Família Cebidae. Nome popular: parauacu- branco • Saguinus bicolor (Spix, 1823). Família Calliitrichidae. Nome popular: soim-de- coleira. • Saguinus imperator (Goeldi, 1907). Família Callitrichidae. Nome popular: sagui-bigodeiro. • Saimiri vanzolinii (Ayres, 1985). Família Cebidae. Nome popular: mico-de- cheiro 1.2. Carnivora - Carnívoros • Atelocynus microtis (Scalter, 1883). Família Canidae. Nome popular: cachorro-do- mato-de-orelha-curta. • Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815). Família Canidae. Nome popular: lobo-guará. guará, lobo-vermelho, • Felis colocolo (Molina, 1810). Família Felidae. Nome popular: gato-palheiro • Felis concolor (Linaeus, 1771). Família Felidae. Nome popular: sussuarana, onça- parda. • Felis geoffroyi (d'Orbigny & Gervais, 1844). Família Felidae. Nome popular: gato-do- mato. • Felis pardalis (Linaeus, 1758). Família Felidae. Nome popular: jaguatirica. • Felis tigrina (Scheber, 1775). Família Felidae. Nome popular: gato-do-mato. • Felis wiedii (Schinz, 1821). Família Felidae. Nome popular: gato-do-mato, maracajá. • Grammogale africana (Desmarest, 1818). Família Mustelidae. Nome popular: doninha amazônica. • Lutra longicaudis (Olfers, 1818). Família Mustelidae. Nome popular: lontra. • Panthera onca (Linnaeus, 1758). Família Felidae. Nome popular: onça-pintada, canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu • Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788). Família Mustelidae. Nome popular: ariranha. • Speothos vinaticus (Lund, 1842). Família Canidae. Nome popular: cachorro-do-mato- vinagre. 1.3. Xenarthra - Desdentados • Bradypus torquatus (Desmarest, 1816). Família Bradypodidae. Nome popular: preguiça-de-coleira. • Mymercophaga tridactyla (Linnaeus, 1758). Família Mymercophagidae. Nome popular: tamanduá-bandeira. • Priodontes maximus (Kerr, 1792). Família Dasypodidae. Nome popular: tatu- canastra, tatuaçu. • Tolypeutes tricinctus (Linnaeus, 1758). Família Dasypodidae. Nome popular: tatu- bola, tatuapara. 1.4. Sirenia - Peixes-boi UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br • Trichechus inunguis (Natterer, 1883). Família Trichechidae. Nome popular: peixe-boi, guarabá. • Trichechus manatus (Linnaeus, 1758). Família Trichechidae. Nome popular: peixe- boi-marinho, manati. 1.5 Cetacea - Baleias e Golfinhos • Eubalena australis (Desmoulins, 1822). Família Baleanidae. Nome popular: baleia- franca, • baleia-franca-austral. • Megaptera novaeangliae (Borowsky, 1781). Família Balaenopteridae. Nome popular: jubarte. • Pontoporia blainvillei (Gervais & d'Orbigny). Família Pontoporiidae. Nome popular: toninha, boto-cachimbo. 1.6 Rodentia - Roedores • Abrawayaomys ruschii (Cunha & Cruz, 1979). Família Cricetidae. • Chaetomis subspinosus (Olfers, 1818). Família Erethizontidae. Nome popular: ouriço- preto. • *Juscelinomys candango (Moojen, 1965). Família Cricetidae. • Kunsia tomentosus (Lichtenstein, 1830). Família Cricetidae. • Phaenomys ferrugineus (Thomas, 1894). Família Cricetidae. Nome popular: rato-do- mato-ferrugíneo. • Rhagomys rufescens (Thomas, 1886). Família Cricetidae. Nome popular: rato-do- mato-laranja. • Wilfredomys oenax (Thomas, 1928). Família Cricetidae. Nome popular: rato-do-mato. 1.7 Artiodactyla- Veados • Blastocerus dichotomus (Illiger, 1815). Família Cervidae. Nome popular: cervo-do- pantanal. • Odocoileus viginianus (Zimmermann, 1780). Família Cervidae. Nome popular: cariacu. • Ozotocerus bezoarticus (Linnaeus, 1758). Família Cervidae. Nome popular: veado- campeiro. 2.0. AVES 2.1. Tinamiformes - Codornas • Crypturellus noctivagus (Wied, 1820). Família Tinamidae. Nome popular: jaó-do-sul, zabelê, juó. • Nothura minor (Spix, 1825). Família Tinamidae. Nome popular: codorna-mineira, codorna-buraqueira, buraqueira. • Taoniscus nanus (Temmink, 1815). Família Tinamidae. Nome popular: codorna- buraqueiira, perdigão, inhambu-carapé. • Tinamus solitarius (Vieillot, 1819). Família Tinamidae. Nome popular: macuco, macuca. 2.2. Ciconiiformes • Eudocimus ruber (Linnaeus, 1758). Família Threskiornithidae. Nome popular: guará. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br • Tigrisoma fasciatum fasciatum (Such, 1825). Família Ardeidae. Nome popular: socó- boi. 2.3 Phoenicopteriformes • Phoenicopterus ruber (Linnaeus, 1758). Família Phoenicopteridae. Nome popular: flamingo, ganso-do-norte, ganso-cor-de-rosa, maranhão. 2.4 Anseriformes • Mergus octosetaceus (Vieillot, 1817). Família Anatidae. Nome popular: mergulhão, patão, pato-mergulhão. 2.5 Falconiformes - Falcões e Águias • Accipiter poliogaster (Temminck, 1824). Família Accipitridae. Nome popular: tauató- pintado,gavião-pombo-grande. • Falco deiroleucus (Temminck, 1825). Família Falconidae. Nome popular: falcão-de- peito-vermenho. • Harpia harpyja (Linnaeus, 1758). Família Accipitridae. Nome popular: gavião-real, gavião-de-penacho, uiraçu-verdadeiro, cutucurim, harpia. • Harpyhaliaetus coronatus (Vieillot, 1817). Família Accipitridae. Nome popular: águia- cinzenta. • Leucopternis lacernulata (Temminck, 1827). Família Accipitridae. Nome popular: gavião-pomba. • Leucopternis polionota (Kaup, 1847). Família Accipitridae. Nome popular: gavião- pomba • Morphnus guianensis (Daudin, 1800). Família Accipitridae. Nome popular: gavião-de- penacho, uiraçu-falso. • Spizastus melanoleucus (Vieillot, 1816). Família Accipitridae. Nome popular: gavião- preto, gavião-pato. 2.6. Galliformes - Mutuns • Crax blumembachii (Spix, 1825). Família Cracidae. Nome popular; mutum-do- sudeste. • Crax fasciolata pinima (Pelzeln, 1870). Família Cracidae. Nome popular: mutum-de- penacho, mutum-pinima. • Mitu mitu mitu (Linnaeus, 1766). Família Cracidae. Nome popular: mutum-cavalo, mutum-etê, mutum-da-várzea, mutum-piry, mutum-do-nordeste. • Penelope jacucaca (Spix, 1825). Família Cracidae. Nome popular: jacucaca. • Penelope obscura bronzina (Hellmayr, 1914). Família Cracidae. Nome popular: jacuguaçu, jacuaçu. • Penelope ochrogaster (Pelzeln, 1870). Família Cracidae. Nome popular: jacu-de- barriga-castanha. • Pipile jacutinga (Spix, 1825). Família Cracidae. Nome popular: jacutinga. 2.7. Charadriiformes - Maçaricos • Numenius borealis (Forster, 1772). Família Scolopacidae. Nome popular: maçarico- esquimó. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br 2.8 Columbiformes - Pombos • Claravis godefrida (Temminck, 1811). Família Columbidae. Nome popular: pararu, pomba-de-espelho. • Columbina cyanopis (Pelzeln, 1870). Família Columbidae. Nome popular: rolinha-do- planalto, rolinha-do-Brasil-central. 2.9 Psittaciformes - Papagaios, periquitos e araras • Amazona brasiliensis (Linnaeus, 1758). Família Psittacidae. Nome popular: papagaio-da-cara-roxa, chauá. • Amazona petrei (Temminck, 1830). Família Psittacidae. Nome popular: chorão, charão, papagaio-da-serra, serrano. • Amazona rhodocorytha (Salvadori, 1890). Família Psittacidae. Nome popular: Chauá- verdadeiro, jauá, acumatanga, camutanga. • Amazona vinacea (Huhl, 1820). Família Psittacidae. Nome popular: papagaio-de- peito-roxo, papagaio-caboclo, papagaio-curraleiro, jurueba. • *Anodorhynchus glaucus (Vieillot, 1816). Família Psittacidae. Nome popular: arara- azul-pequena. • Anodorhynchus hyacinthinus (Latham, 1720). Família Psittacidae. Nome popular: arara-azul-grande, ararauna • Anodorhynchus leari (Bonaparte, 1857). Família Psittacidae. Nome popular: arara- azul-de-Lear. • Aratinga guarouba (Gmlin, 1788). Família Psittacidae. Nome popular: guaruba, ararajuba. • Cyanopsitta spixii (Wagler, 1832). Família Psittacidae. Nome popular: ararinha-azul. • Pyrrhura cruentata (Wied, 1820). Família Psittacidae. Nome popular: tiriba, fura-mato, cara-suja. • Pyrrhura leucotis (Kuhl, 1820). Família Psittacidae. Nome popular: fura-mato, tiriba- de-orelha-branca • Touit melanonota (Wied, 1820). Família Psittacidae. Nome popular: apuim-de-cauda- vermelha. • Touit surda (Kuhl, 1820). Família Psittacidae. Nome popular: apuim-de-cauda- amarela. • Triclaria malachitacea (Spix, 1824). Família Psittacidae. Nome popular: sabiá-cica, araçu-aiava. 2.10 Cuculiformes - Jacus • Neomorphus geoffroyi dulcis (Snethlage, 1927). Família Cuculidae. Nome popular: aracuão, jacu-molambo, jacu-porco, jacu-verde, jacu-taquara. • Neomorphus geoffroyi geoffroyi (Temminck, 1820). Família Cuculidae. Nome popular: jacu-estalo. 2.11 Caprimulgiformes - Bacuraus • Caprimulgus candicans (Pelzeln, 1867). Família Caprimulgidae. Nome popular: bacurau, rabo-branco. • Eleothreptus anomalus (Gould, 1837). Família Caprimulgidae. Nome popular: curiango-do-banhado. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br • Macropsalis creagra (Bonaparte, 1850). Família Caprimulgidae. Nome popular: bacurau, tesoura-gigante. • Nyctibius leucopterus (Wied, 1821). Família Nyctibiidae. Nome popular: mãe-da-lua. 2.12. Apodiformes - Beija-flores • Phaethornis superciliosus margarettae (Ruschi, 1972). Família Trochilidae. Nome popular: besourão-de-rabo-branco. • Ramphodon dohrnii (Boucier & Mulsant, 1852). Família Trochilidae. Nome popular: balança-rabo-canela. 2.13. Piciformes - Pica-paus e martins-pescadores • Campephilus robustus (Lichtenstein, 1819). Família Picidae. Nome popular: pica- pau-rei. • Celeus torquatus tinnunculus (Wagler, 1829). Família Picidae. Nome popular: pica- pau-de-coleira. • Dryocopus galeatus (Temminck, 1822). Família Picidae. Nome popular: pica-pau-de- cara-amarela. • Jacamaralcyon tridactyla (Vieillot, 1817). Família Galbulidae. Nome popular: cuitelão, bicudo, violeiro. 2.14. Passeriformes - Passarinhos • Amaurospiza moesta (Hartlaub, 1853). Família Emberizidae. Nome popular: negrinho-do-mato. • Alectrurus risoria (Vieillot, 1824). Família Tyrannidae. Nome popular: galito, tesoura- do-campo, bandeira-do-campo. • Anthus nattereri (Sclater, 1878). Família Motacillidae. Nome popular: caminheiro- grande. • *Calyptura cristata (Vieillot, 1818). Família Cotingidae. Nome popular: tietê-de-coroa. • Carduelis yarrellii (Audubon, 1839). Família Emberizidae. Nome popular: coroinha, pintassilgo-do-nordeste. • Carpornis malanocephalus (Wied, 1820). Família Cotingidae. Nome popular: sabiá- pimenta. • Cercomacra carbonaria (Sclater & Salvin, 1873). Família Formicariidae. • Clibanornis dendrocolaptoides (Pelzeln, 1859). Família Furnariidae. • Conothraupis mesoleuca (Berlioz, 1939). Família Emberizidae. • Cotinga maculata (Müller, 1776). Família Cotingidae. Nome popular: crejoá, quiruá, catingá. • Culicivora caudacuta (Vieillot, 1818). Família Tyrannidae. Nome popular: papa- moscas-do-campo. • Curaeus forbesi (Sclater, 1886). Família Icteridae Nome popular: anumará. • Dacnisnigripes (Pelzeln, 1856). Família Emberizidae. Nome popular: saí-de-pernas- pretas. • Formicivora erythronotos (Hartlaub, 1852). Família Formicariidae. • Formicivora iheringi (Hellmayr, 1909). Família Formicariidae. Nome popular: papa- formiga. • Gubernatrix cristata ( Vieillot, 1817). Família Emberizidae. Nome popular: cardeal- amarelo. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br • Hemitriccus aenigma (Zimmer, 1940). Família Tyrannidae. Hemitriccus furcatus (Lafresnaye, 1846). Família Tyrannidae. Nome popular: papa-moscas-estrela. • Hemitriccus kaempferi (Zimmer, 1953). Família Tyrannidae. • Herpsilochmus pectoralis (Sclater, 1857). Família Formicariidae. • Iodopleura pipra (Lesson, 1831). Família Cotingidae. Nome popular: anambezinho. • Lipaugus lanioides (Lesson, 1844). Família Cotingidae. Nome popular: sabiá-da- mata-virgem, sabiá-do-mato-grosso, sabiá-da-serra, virussu, tropeiro-da-serra. • Megaxenops parnaguae (Reiser, 1905). Família Furnariidae. Nome popular: bico- virão-da-caatinga. • Merulaxis stresemanni (Sick, 1960). Família Rhinocryptidae. • Myadestes leucogenys leucogenys (Cabanis, 1851). Família Turdidae. Nome popular: sabiá-castanho. • Myrmeciza ruficauda (Wied, 1831). Família Formicariidae. • Mymerciza stictothorax (Todd, 1927). Família Formicariidae. • Myrmotherula minor (Salvadori, 1867). Família Formicariidae. Nome popular: choquinha. • Nemosia roourei (Cabanis, 1870). Família Emberezidae. Nome popular: saíra- apunhalada. • Oryzoborus maximiliani (Cabanis, 1851). Família Emberezidae. Nome popular: bicudo, bicudo-verdadeiro, bicudo-preto. • Phibalura flavirostris (Vieillot, 1816). Família Cotingidae. Nome popular: tesourinha. • Phylloscartes ceciliae (Teixeira, 1987). Família Tyrannidae. • Phylloscartes roquettei (Snethlage, 1928). Família Tyrannidae. • Philydor novaesi (Teixeira & Gonzaga, 1983). Família Furnariidae. • Pipitres pileatus (Temminck, 1822). Família Cotingidae. Nome popular: cameleirinho- de-chapéu-preto. • Platyrinchus leucoryphus (Wied, 1831). Família Tyrannidae. Nome popular: patinho- gigante. • Poecilurus kollari (Pelzeln, 1856). Família Furnariidae. • Poospiza cinerea (Bonaparte, 1850). Família Emberizidae. Nome popular: andorinha- do-oco-do-pau. • Procnias averano averano (Hermann, 1783). Família Cotingidae. Nome popular: araponga-do-nordeste, guiraponga. • Pyriglena atra (Swainson, 1825). Família Formicariidae. Nome popular: papa- formigas. • Pyroderus scutatus scutatus (Shaw, 1792). Família Cotingidae. Nome popular: pavoa, pavão, pavó, pavão-do-mato. • Rhopornis ardesiaca (Wied, 1831). Família Formicariidae. Nome popular: papa- formigas-de-gravatá • Scytalopus novacapitalis (Sick, 1958). Família Rhinocryptidae. • Sporophila falcirostris (Temminck, 1820). Família Emberizidae. Nome popular: papa- capim, cigarra-verdadeira. • Sporophila frontalis (Verreaus, 1869). Família Emberizidae. Nome popular: pichochó, papa-arroz. • Sporophila palustris (Barrows, 1883). Família Emberizidae. Nome popular: caboclinho-de-papo-branco. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br • Sturnella defilippii (Bonaparte, 1851). Família Icteridae. Nome popular: peito- vermelho-grande. • Synallaxis infuscata (Pinto, 1950). Família Furnariidae. • Tangara fastuosa (Lesson, 1831). Família Emberizidae. Nome popular: pintor- verdadeiro. • Terenura sicki (Teixeira & Gonzaga, 1983). Família Formicariidae. • Thamnomanes plumbeus (Wied, 1831). Família Formicariidae. • Thripophafa macroura (Wied, 1821). Família Furnariidae. Nome popular: rabo- amarelo. • Xanthopsar flavus (Gmelin, 1788). Família Icteridae. Nome popular: pássaro-preto- de-veste-amarela • Xiphocolaptes falcirostris (Spix, 1824). Família Dedrocolaptidae. Nome popular: arapaçu-do-nordeste. • Xiphocolaptes franciscanus (Snethlage, 1927). Família Dendrocolaptidae. Nome popular: arapaçu. • Xipholena atropurpurea (Wied, 1820). Família Cotingidae. Nome popular: amambé- de-asa-branca, cotinga, ferrugem. 3.0. REPTILIA - RÉPTEIS 3.1. Chelonia - Tartarugas • Caretta caretta (Linnaeus, 1758). Família Chelonidae. Nome popular: cabeçuda, tartaruga-meio-pente. • Chelonia mydas (Linnaeus, 1758). Família Chelonidae. Nome popular: tartaruga- verde. • Dermochelys coriacea (Linnaeus, 1758). Família Chelonidae. Nome popular: tartaruga-de-couro, tartaruga-gigante, tartaruga-de-pele. • Eretmochelis imbricata (Linnaeus, 1766). Família Chelonidae. Nome popular: tartaruga-de-pente. • Lepidochelys olivacea (Escholtz, 1829). Família Chelonidae. • Phrynops hogei (Mertens, 1967). Família Chelidae. 3.2 Squamata - Serpentes • Lachesis muta rhombeata (Wied, 1825). Família Viperidae. Nome popular: surucucu- pico-de-jaca, surucucu. 3.3 Crocodilia - Jacarés • Caiman latirostris (Daudin, 1802). Família Crocodilidae. Nome popular: jacaré-de- papo-amarelo. • Melanosuchus niger (Spix, 1825). Familia Crocodilidae. Nome popular: jacaréaçu. 4.0 AMPHIBIA - rãs • Paratelmatobius gaigeae (Cochran, 1938). Família Leptodactylidae. 5.0 INSECTA - insetos 5.1 Lepidoptera - borboletas • *Dasyophthalma vertebralis (Butler, 1869). Família Nymphalidae. • Eresia erysice (Geyer, 1832). Família Nymphalidae. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br • *Eurytides iphitas (Hübner, 1821). Família Papilionidae. • Eurytides lysithous harrisinus (Swainson, 1822). Família Papilionidae. • Eutresis hypareia imeriensis (Brown, 1977). Família Nymphalidae. • Heliconius nattereri (Felder & Felder, 1865). Família Nymphalidae. • *Hyalyris fiammetta (Hewitson, 1852). Família Nymphalidae. • *Hyalyris leptalina leptalina (Felder & Felder, 1865). Família Nymphalidae. • Hypoleria fallens (Haensch, 1905). Família Nymphalidae. • Hypoleria mulviana (D'Almeida, 1945). Família Nymphalidae. • Joiceya praeclara (Talbot, 1928). Família Lyceanidae. • Mechanitis bipuncta (Forbes, 1948). Família Nymphalidae. • Melinaea mnaisas (Hewitson, 1855). Família Nymphalidae. • Moschoneura methymna (Godart, 1819). Família Pieridae. • Napeogenis cyrianassa xanthone (Bates, 1862). Família Nymphalidae. • Orobrassolis ornamentalis (Stichel, 1906). Família Nymphalidae. • Papilio himeros himeros (Höpffer, 1866). Famíla Papilionidae. • Papilio himeros baia (Hothschild & Jordan, 1906). Família Papilionidae. • Papilio zagreus zagreus (Doubleday, 1847). Família Papilionidae. • Papilio zagreus neyi (Niepelt, 1909). Família Papilionidae. • Papilio zagreus bedoci (Le Cerf, 1925). Família Papilionidae. • Parides ascanius (Cramer, 1775). Família Papilionidae. • Parides lysander mattogrossensis (Talbot, 1928). Família Papilionidae. • Perrhybris flava (Oberthür, 1895). Família Pieridae. • Scada karschina delicata (Talbot, 1932). Família Nymphalidae. 5.2 Odonata - Libélulas • Leptagrion dardanoi (Santos, 1968). Família Coenagrionidae. • Leptagrion siqueirai (Santos, 1968). Família Coenagrionidae. • Mecistogaster asticta (Selys, 1860). Família Psedostigmatidae. • *Mecistogaster pronoti (Sjoestedt, 1918). Família Pseudostigmatidae. 6.0 Onychophora • Peripatus acacioli (Marcus & Marcus, 1955). Família Peripatidae. 7.0 Cnidaria - Corais • Millepora nitidae (Verreill, 1868). Família Milleporidae. Nome popular: coral-de-fogo. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br RELAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DE ANIMAIS DE INTERESSE PARA O MÉDICO VETERINÁRIO DE SILVESTRES (ÊNFASE NA FAUNA NATIVA BRASILEIRA)AVES Família Accipitridae (Gaviões) Buteo magnirostris gavião-carijó Elanus leucurus gavião-peneira Geranoaetus melanoleucus águia-chilena Harpia harpyja gavião-real Heterospizias meridionalis casaca-de-couro Spizaetus tyranus gavião-pega-macaco Família Anatidae (Patos, marrecos, cisnes.) Amazonetta brasiliensis marreca-ananaí Anas platyrhynchos marreco-mallard (exótico) Cairina moschata pato-do-mato Coscoroba coscoroba capororoca Cygnus atratus cisne-negro (exótico) Cygnus cygnus cisne-cantor (exótico) Cygnus melanocorryphus cisne-de-pescoço- preto Cygnus olor cisne-branco (exótico) Dendrocygna autumnalis marreca-cabocla Dendrocygna bicolor marreca-caneleira Dendrocygna viduata marreca-irerê Família Anhimidae Anhima cornuta anhuma Chauna torquata tachã Família Ardeidae (Garças e socós) Ardea cocoi garça-moura Bubulcus ibis garça-vaqueira (exótico- introduzido) Casmerodius albus garça-branca-grande Egretta thula garça-branca-pequena Nycticorax nycticorax socó-dorminhoco Syrigma sibilatrix garça-maria-faceira Tigrisoma lineatum socó-boi Família Cariamidae Cariama cristata seriema Família Cathartidae (Urubus) Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha Cathartes burrovianus urubu-de-cabeça- amarela Coragyps atratus urubu Sarcoramphus papa urubu-rei Vultur gryphus condor Família Charadriiae Vanellus chilensis quero-quero Família Ciconiidae Cyconia maguari maguari Jabiru mycteria jaburu, tuiuiú Mycteria americana cabeça-seca Família Columbidae Columba livia pombo-doméstico Columbina talpacoti pomba-paruru Columba picazuro pomba-asa-branca Leptotila rufaxila juriti Geotrygon montana pomba-caminheira Scardafella squamata pomba-cascavel Família Cracidae Crax fasciolata mutum-de-penacho Penelope obscura jacu-guaçu Pipile jacutinga jacutinga Família Falconidae (Falcões) Falco femoralis falcão-de-coleira Falco peregrinus falcão-peregrino Falco sparverius quiri-quiri Polyborus plancus Carancho Família Fringillidae Paroaria coronata cardeal Saltator similis trica-ferro Sicalis flaveola canário-da-terra Serinus canarius canário-belga Spinus magellanicus pintassilgo Sporophila caerulescens coleirinha Zonotrichia capensis tico-tico Oryzoborus angolensisI curió Família Jacanidae Jacana jacana jaçanã Família Laridae Larus dominicanus gaivota Sterna hirundinacea gaivota-trinta-reis Família Loridae Trichoglossus haematodus loris-arco-iris Família Phasianidae Odontophorus capueira uru Pavo cristatus pavão Phasianus colchicus faisão-coleira Família Phoenicopteridae Phoenicopterus ruber flamingo Família Picidae Colaptes campestris pica-pau-do-campo Família Psittacidae Agapornis personata agapornis (exótico) Amazona aestiva papagaio-verdadeiro Amazona amazonicaI papagaio-do-mangue Amazona farinosa papagaio-moleiro Amazona vinacea papagaio-de-peito-roxo Anodorynchus hyacinthinus arara-azul Ara ararauna arara-canindé Ara chloroptera arara-vermelha Ara macao arara-canga Aratinga aurea periquito-áurea Brotogeris tirica periquito-verde Melopsittachus undulatus periquito- australiano (exótico) Myopsitta monachus caturrita Nymphicus hollandicus calopsita (exótico) Pionopsitta pileata cuiú-cuiú Pionus maximiliani baitaca Psittacus erithacus papagaio-africano (exótico) Pyrrhura frontalis tiriva Família Rallidae (Saracuras e frangos d’água) Aramides saracura saracura-do-mato Gallinula chloropus frango-d’água Rallus nigricans saracura-preta Rallus sanguinolentus saracura Família Rhanphastidae Rhamphastos toco tucano-toco Rhamphastos dicolorus tucano-de-bico-verde Família Rheidae (Emas e avestruzes) Rhea americana ema Struthio camelus avestruz (exótico) Família Scolopacidae (Maçaricos e narcejas) Gallinago gallinago narceja Tringa flavipes maçarico-perna-amarela Família Spheniscidae Spheniscus magellanicus pingüim-de- magalhães Família Strigidae Otus choliba coruja-do-mato Rhinoptynx clamatur mocho-orelhudo Speotyto cunicularia coruja-buraqueira Família Tinamidae (Perdizes e codornas) Crypturellus obsoletus nambu-guaçu Crypturellus parvirostris nambu-xororó Crypturellus tataupa nambu-xintã Nothura maculosa codorna Rhynchotus rufescens perdiz Tinamus solitarius macuco Família Tyranidae Pitangus sulphuratus bem-te-vi UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br Família Tytonidae Tyto alba coruja-das-torres, suindara Família Trochilidae Colibri serrirostris beija-flor-do-campo Leucochloris albicollis beija-flor Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte- violeta Família Turdiadae Turdus rufiventris sabiá-vermelha Turdus albicollis sabiá-coleira MAMÍFEROS Família Bovidae Amnotragus lervia aoudade Antilope cevicapra cervicapra Bison bison bisão-americano Bison bonasus bisão-europeu Connochaetes taurinus gnu Taurotragus oryx elande Famila Bradypodidae Bradypus variegatus preguiça Família Camelidae Camellus bactrianus camelo Camelus dromedarius dromedário Lama glama lhama Lama guanicoe guanaco Lama pacos alpaca Lama vicugna vicunha Família Canidae Canis lupus lobo-europeu Chrysocyon brachyurus lobo-guará Dusicyon gimnocercus cachorro-do-campo Dusiyion thous cachorro-do-mato Speothus venaticus cachorro-vinagre Família Capromydae Myocastor coypus ratão-do-banhado Família Caviidae Cavia aperea preá Cavia porcellus porquinho-da-índia Dolichotes patagonum mara ou lebre-da- patagônia Família Chinchilidae Chinchila laniger chinchila Família Leporidae Oryctolagus cuniculus coelho-doméstico Sylvilagus brasiliensis tapiti Família Cricetidae Mesocricetus auratus hamster-dourado (exótico) Cricetulus griseus hamster-chines (exótico) Cricetulus cricetus hamster-europeu (exótico) Meriones unguiculatus gerbil ou merione (exótico) Família Muridae Rattus norvegicus rato ou ratazana (exótico- introduzido) Rattus rattus rato-das-casas (exótico-introduzido) Mus musculus camundongo (exótico-introduzido) Família Cebidae Alouatta caraya bugiu-preto Alouatta fusca bugio-ruivo Ateles paniscus macaco-aranha Cebus apella macaco-prego Lagothrix lagothricha macaco-barrigudo Saimiri sciureus mico-de-cheiro Família Cervidae Blastocerus dichotomus cervo-do-pantanal Cervus elaphus cervo-nobre Cervus elaphus cervo-nobre (exótico) Dama dama cervo-dama (exótico) Mazama americana veado-mateiro Mazama gouazoubira veado-pardo Mazama rufina veado-cambuta Ozotocerus bezoarticus veado-campeiro Família Dasypodidae Dasypus novencinctus tatu-galinha Euphactus sexcintus tatu-peludo UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br Priodontes maximus tatu-canastra Família Dasyproctidae Dasyprocta azarae cutia Dasyprocta leporina cutia Dasyprocta punctata cutia Agouti paca paca Família Didelphidae Caluromys lanatus cuíca-lanosa Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca Didelphis marsupialis gambá-de-orelha-preta Philander opossum cuíca-de-quatro-olhos Família Elephantidae Elephas maximus elefante-indiano (exótico) Loxodonta africana elefante-africano (exótico) Família Equidae Equus grevyi zebra (exótico) Família Erethizontidae Coendu villosus ouriço Família Felidae Felis concolor puma Felis geoffroy gato-do-mato-grande Felis pardalis jaguaratirica Felis tigrina gato-do-mato-pequeno Felis wiedii gato-maracajá Felis yagouaroundigato-mourisco Panthera leo leão Panthera onca onça Panthera pardus leopardo Famillia Giraffidae Girafa camelopardalis girafa Família Hyaenidae Hyaena hyaena hiena-listrada Família Hydrochaeridae Hydrochaeris hydrochaeris capivara Família Leporidae Lepus capensis lebre Sylvilagus brasiliensis tapiti Família Mustelidae Conepatus chinga zorilho, cangambá Eira barbara irara Galictis cuja furão Lutra longicaudis lontra Pteronura brasiliensis ariranha Mustela putorinus ferret Família Myrmecophagidae Myrmecophaga tridactyla tamanduá-bandeira Tamandua tetradactyla tamanduá-mirim Família Calitrichydae Callithrix jacchus sagui Callithrix penicillata sagui Leontopithecus rosalia mico-leão-dourado Leontopithecus caiçara mico-leão-dourado Família Pongidae Pan troglodites chimpanzé Pongo pygmaeus orangotango Família Procyonidae Nasua nasua quati Procyon cancrivorus mão-pelada Potos flavus jupará Família Scuridae Sciurus ingrami serelepe Família Tapiridae Tapirus terrestris anta Família Tayassuidae Tayassu tajacu cateto Tayassu pecari queixada UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br RÉPTEIS Família Alligatoridae (Jacarés) Caiman crocodilus jacaré-tinga Caiman latirostris jacaré-de-papo-amarelo Crocodilus niloticus crocodilo (exótico) Melanosuchus niger jacaré-açu Família Amphisbaenidae Anphisbaena alba cobra-cega Família Anguidae Ophiodes striatus cobra-de-vidro Família Boidae Boa constrictor jibóia Corallus caninus cobra-papagaio Enectes murinus sucurí Epicrates cenchria salamanta Phyton regius píton-bola (exótico) Phyton reticulatus píton- (exótico) Família Chelidae Acanthochelys spixii cágado-preto Chelus fimbriatus matamatá Hydromedusa tectifera cágado-pescoço-de- cobra Phrynops williansi cágado-de-barbicha Família Chelonidade Caretta caretta tartaruga-marinha Chelonia mydas tartaruga-do-mar Família Colubridae Chironius carinatus cobra-cipó Clelia clelia mussurana Hydrodinastes gigas boipevaçu Liophis miliaris cobra-d’água Oxyrhopus trigeminus falsa-coral Spilotes pullatus caninana Waglerophis merremii boipeva Família Elapidae Micrurus frontalis coral-verdadeira Micrurus corallinus coral-verdadeira Família Emydidae Trachemys dorbignyi tigre-d´água (nativo) Trachemys elegans tigre-d´água (exótico) Família Iguanidae Iguana iguana iguana ou sininbú Tropidurus torquatus lagarto Família Chelydridae Chelydra serpentina tartaruga-mordedora Família Trionychidae Trionyx sp. tartaruga tartaruga-de-casco- mole Família Kinosternidae Kinosternom scorpioides muçuã Família Pelomedusidae Podocnemis expansa tartaruga-da-amazônia Podocnemis unifilis tracajá Família Scincidae Mabuya mabuya lagartixa Família Hemidactylidae Hemidatylus mabuya lagartixa-de-parede (exótico-introduzido) Família Teidae Ameiva ameiva bico-doce Tupinambis merianae teiú Família Testudinidae Geochelone denticulata jabuti-tinga Geochelone carbonaria jabuti-piranga Família Viperidae Bothrops alternatus urutu Bothrops cotiara cotiara Bothrops jaracussu jararacuçu Bothrops jararaca jararaca Crotalus durissus cascavel Lachesis muta surucucu UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br CONTENÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES Introdução Os preceitos e procedimentos básicos da clínica são universais (semiologia, propedêutica, terapêutica), e são comuns a animais selvagens e domésticos. Entretanto, o acesso aos animais silvestres, na maioria das vezes, é muito mais limitado se comparado com os domésticos. O conhecimento das técnicas de contenção física e química é portanto de grande importância para o Médico Veterinário de animais silvestres. Um sólido conceito de stress e o entendimento de sua fisiologia e patologia, são indispensáveis para a utilização das técnicas de contenção. STRESS OU ESTRESSE Todo o ser vivo relaciona-se com o meio ambiente em que vive e luta permanentemente contra forças potencialmente fatais. A relação do ser vivo com o meio é mediada por receptores (estruturas ou órgãos dos sentidos ou sensitivos). Toda alteração ambiental é portanto um estímulo e atua sobre um organismo através de seus receptores. Os receptores estimulados encaminham mensagens que desencadeiam reações. Todas as respostas ou reações são primariamente orientadas para enfrentar a alteração ambiental, supera-la e retornar o ser vivo ao equilíbrio orgânico (homeostase). Organismos primitivos podem reagir ao calor, ao frio, à dissecação, à umidade ou à falta de nutrientes entre outros estímulos. Os seres mais complexos desenvolveram sistemas de informação sobre as mais diversas variações ambientais que estimulam receptores e desencadeiam reações promovendo a adaptação orgânica ás novas condições. Conceitos: STRESS ou ESTRESSE é o conjunto de reações de um organismo frente a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa e outras capazes de perturbar a homeostase. O stress é um fenômeno adaptativo, uma resposta cumulativa resultante da interação do animal com o ambiente, mediado por receptores. Por princípio, todo o estímulo recebido por um ser vivo (através dos seus receptores) é um agente estressante. Define-se homeostase como a normalidade orgânica, ou seja o estado de equilíbrio fisiológico. Denomina-se adaptação fisiológica à capacidade que um organismo tem de atingir a homeostase através de processos fisiológicos coordenados. Define-se exaustão como a falência destes processos e a incapacidade de atingir a homeostase. Os agentes estressantes podem ser classificados em somáticos, psicológicos, comportamentais ou diversos. O animal é estimulado por esses agentes ambientais através de receptores. O sistema nervoso analisa e processa os impulsos vindos dos receptores e envia mensagens aos órgãos efetores, produzindo reações específicas ou inespecíficas. Agentes somáticos podem ser sons, imagens, odores, toques, mudanças de posição, calor, frio, pressão atmosférica, estiramento anormal de músculos ou tendões e também o efeito de drogas e agentes químicos. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br Agentes psicológicos exercem um importante papel na adaptação das espécies selvagens ao cativeiro e aos métodos usados na contenção. Um animal apreensivo pode ser considerado sob o efeito de um agente estressante suave, mas que se intensificado pode evoluir para a ansiedade, o medo ou, na sua forma mais severa, o terror e a fúria. Outro importante agente psicológico estressante é a frustração. Quando em ambiente natural e frente a uma situação estranha, o animal foge ou luta. A frustração é determinada pela impossibilidade ou impedimento do exercício destes comportamentos. Intimamente ligado aos agentes psicológicos impostos pelo cativeiro estão os agentes estressantes comportamentais: São: a vizinhança não familiar, a superpopulação, as disputas territoriais e/ou hierárquicas, as alterações dos ritmos biológicos ou circadianos, a falta de contato social (ou ao contrário, a falta de privacidade), a falta de alimentos habituais à espécie ou cuja necessidade foi induzida pelo homem “imprinted”. Os agentes diversos incluem má nutrição, toxinas, parasitoses, agentes infecciosos, queimaduras, cirurgias, imobilizações físicas ou químicas e confinamento. Quandoestes fatores atuam durante um longo período podem contribuir para a fase de exaustão na síndrome geral de adaptação. O stress ou seja, a resposta orgânica, decorrente da estimulação de receptores pode seguir as seguintes VIAS DE REAÇÃO: • Via Motora Voluntária – (neuromuscular) Reação imediata. Trata-se de resposta característica da espécie, são as chamadas defesas: morder, escoicear, unhar, bicar, vocalizar... • Via Sistema Nervoso Simpático – (endócrina: medular da adrenal) - Reação de alarme. Trata-se de preparação para a fuga ou luta. A liberação de catecolaminas, como a adrenalina e a noradrenalina, induz a uma série de alterações fisiológicas como: vasodilatação na musculatura esquelética e cardíaca, vasoconstrição na pele e nos intestinos, hipertensão arterial, hiperglicemia, broncodilatação, aumento da taxa metabólica, midríase, piloereção e fasciculação muscular. • Via Hipotálamo - Adenohipófise – (endócrina: cortical da adrenal) - Reação crônica. Hiperfunção adrenocortical (cortisol). Efeitos somáticos: fraqueza muscular, tremores, alopecia simétrica bilateral, aumento do volume abdominal, perda de peso, aumento da susceptibilidade a infecções, queda de resposta imunitária (falha vacinal), hipertensão arterial, má cicatrização, neutrofilia e redução da atividade de linfócitos e eosinófilos. Efeitos psicológicos/comportamentais: tendência anti-social, aumento da agressividade, anorexia/bulimia, adipsia/polidipsia, hipo/hiper sexualidade. CONTENÇÃO E ÓBITO POR STRESS A contenção é possivelmente o momento de maior stress na vida de um animal silvestre e pode levar o organismo a reações potencialmente fatais. O óbito decorrente da contenção, pode ser superagudo (durante a realização da contenção), agudo ou mediato (até 60 minutos após a contenção) e tardio (horas a dias após a contenção). UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br SUPERAGUDO • Fibrilação ventricular • Bradicardia colinérgica • Anóxia • Hipoglicemia • Trauma AGUDO • Insuficiência Adrenal • Timpanismo • Acidose • Hipo/hipertermia • Hipocalcemia • Fratura cervical TARDIO • Miopatia de captura • Pneumonia “aspirativa” • Choque ACIDOSE A excessivo esforço muscular decorrente da resistência aos procedimentos de contenção leva a um grande consumo de glicose e produção de ácido lático. A acidose determina polipnéia, confusão mental, tremores, convulsão, coma e morte. O tratamento indicado é a manutenção das vias aéreas livres de obstruções (hiper- ventilação compensatória), respiração assistida e aplicação endovenosa de bicarbonato de sódio (4 a 6 mEq/kg). FIBRILAÇÃO VENTRICULAR A causa primária é a liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) durante a reação de alarme levando a taquicardia que somada a acidose e hipóxia resulta em fibrilação. O animal debate-se e agoniza o que pode ser confundido com resistência à contenção. A fibrilação impossibilita o bombeamento sanguíneo determinando insuficiência circulatória, a inconsciência e morte. BRADICARDIA COLINÉRGICA (SÍNCOPE FATAL OU BRADICARDIA VAGAL) Os centros hipotalâmicos quando estimulados desencadeiam reações principalmente do sistema nervoso simpático e, em menor grau, do sistema nervoso parassimpático. Desta forma resulta uma reação adrenérgica, a típica reação de alarme, com taquicardia e hipertensão arterial. Porém, se durante a contenção, houver excessiva pressão sobre os globos oculares, os seios carotídeos (região cervical) ou o abdômen ocorrerá estimulação hipotalâmica tão intensa que prevalecerá o “domínio” do sistema nervoso parassimpático. Desta forma, a ação colinérgica supera a adrenérgica, observa-se redução do pulso e da freqüência cardíaca, queda da pressão arterial, perda da consciência e óbito devido ao choque hipovolêmico. Como protocolo preventivo, indica-se a aplicação de sulfato de atropina (0,05 mg/Kg) que age bloqueando o impulso colinérgico (vagal). A ação do cloridrato de atropina é parassimpaticolítica ou simpaticomimética. MIOPATIA DE CAPTURA Também conhecida como miopatia por stress ou esforço, é uma doença muscular degenerativa de prognóstico extremamente reservado. Pode apresentar-se sob a forma aguda (1 a 12 horas), subaguda (7 a 14 dias) ou crônica (semanas). É observada principalmente nos bovídeos (antílopes, bisões), cervídeos (cervos e veados) e eqüídeos (zebra, cavalo, asno e anta). A anóxia localizada, devido à contratura de massas musculares é o fator determinante. A patogenia da miopatia de UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br captura envolve a alteração do pH, hipóxia e morte de fibras musculares com liberação de potássio, mioglobina (necrose tubular aguda devido à toxicidade) e lactato. Os sinais clínicos incluem dificuldade na marcha, rigidez e dor à palpação dos membros (especialmente nas porções mais altas da região pélvica), paresia e decúbito. Observam-se ainda dispnéia e taquicardia. As principais alterações laboratoriais são acidose, elevação da creatinina fosfoquinase e de desidrogenase láctica, sendo menos freqüente a hiperpotassemia. PRINCÍPIOS DE CONTENÇÃO (MANEJO) DE ANIMAIS SILVESTRES A primeira dificuldade com que se depara um profissional de zoológico é o acesso ao animal. É a grande limitação identificada quando traçamos um paralelo entre o manejo de animais domésticos e o de silvestres. As práticas de contenção, ao longo dos tempos, levaram à domesticação diversos animais silvestres. É fácil justificar e todos concordam que há necessidade de se conter animais domésticos para os mais diversos fins (transporte, medicação, cirurgia. etc.) porém quando animais silvestres são mantidos em cativeiro estas mesmas necessidades são também observadas. Ao longo da história da ocupação humana, os ecossistemas tem sido modificados para garantir o máximo de produção a partir de poucas espécies animais ou vegetais, ou seja, ecossistemas em estágios imaturos, forçosamente instáveis e mantidos unicamente pela constante interferência humana. A redução da primitividade e da diversidade comprometem especialmente as espécies naturalmente vulneráveis (endêmicas, raras, especialistas, variedades regionais ou subespécies e aquelas associadas a ambientes extensos e primitivos). Na medida em que áreas naturais primitivas residuais configuram-se como ilhas ou bolsões, circundados pela alteração antrópica, o manejo ambiental surge como a ciência que procura adaptar as características das interações dos hábitats, das populações animais e do homem, com finalidades específicas. A fauna silvestre nestes ambientes restritos passa a comportar- se de forma semelhante à de animais em cativeiro, carecendo portanto de manejo. No manejo de animais silvestres, o conceito de contenção é utilizado com uma variada gama de intensidades, pode significar desde confinamento até a total imobilização através de recursos químicos ou mecânicos. O manejo compreende na acepção mais restrita do conceito, a contenção animal.. CONTENÇÃO (“First you need to catch your tiger”) Conforme recomenda o Prof. Fowler: devemos refletir antes de praticar uma contenção e algumas questões básicas devem ser respondidas: • Por quê – qual a justificativa ou o motivo para o animal ser contido ? • Quando – em que horário (estação) será mais conveniente praticar a contenção ? • Como – que procedimento (técnica) apresenta o melhor custo benefício ? • Quem – qual pessoa está mais qualificada/habilidata para praticar a contenção, no menor tempo e com o menor stress ? • Onde – qual o melhor local para o procedimento de contenção planejado ? Quanto à técnica quatro questõesdevem ser respondidas para a seleção do procedimento de contenção: UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br • É segura para o operador ? • É segura para o animal ? • Será possível realizar o procedimento planejado utilizando o método de contenção escolhido ? • Após a contenção será possível o acompanhamento até a recuperação plena ? Inúmeros equipamentos ou recursos podem ser empregados na contenção, seja ela química ou física. A diversidade dos animais silvestres em função do grupo ao qual pertençam (mamíferos, aves, répteis, peixes ou anfíbios – dentre os mais freqüentemente mantidos em cativeiro) ou quanto ao porte e grau de periculosidade determina uma grande variedade de métodos e técnicas. A correta e adequada contenção de um animal silvestre depende de vários fatores tais como o conhecimento do seu comportamento e hábitos, o seu grau de vulnerabilidade ao estresse, a capacidade de previsão das suas reações, o pleno domínio do uso das técnicas e equipamentos a serem empregados e um planejamento criterioso de todo o procedimento. Inicialmente devem ser identificadas as chamadas “defesas” dos animais, para reduzirem-se os riscos. Por exemplo, aves de rapina defendem-se e oferecem mais perigo com as garras, felinos primariamente com os membros anteriores secundariamente com a boca, os canídeos defendem-se com mordidas, as emas e, as avestruzes podem causar graves acidentes com seus fortes chutes armados pelas unhas que se assemelham a cascos, os primatas cebídeos mordem e tendo oportunidade puxam as mãos do operador com qualquer um dos seus quatro membros e também com a cauda. Os cervídeos, especialmente durante a época reprodutiva podem atacar com chifradas, animais sociais podem defender elementos do grupo (um macaco-prego que grite ao ser contido promove o ataque de outros indivíduos do grupo). Aves do grupo dos tinamídeos (macucos, codornas e perdizes) quando submetidas à contenção podem morrer por estresse em poucos minutos além de perderem penas com muita facilidade. CONTENÇÃO MECÂNICA Diversos equipamentos são utilizados na contenção, desde redes, puçás, ganchos, laços, cordas, peias, cambões, caixas e jaulas de pressão (com parede móvel para apertar o animal contra uma lateral de tela), tubos plásticos (aves, répteis e alguns mamíferos como os ouriços), tubos transparentes para répteis, luvas de couro, vendas, sacos de pano, escudos, eletro-choque, extintor de incêndio, abre bocas, fitas adesivas e muitos outros em conformidade com o animal e o objetivo da contenção. CONTENÇÃO QUÍMICA Para a contenção química, diferentes drogas e equipamentos de aplicação são utilizados, porém, alguns quesitos são especialmente importantes para animais silvestres. Uma boa droga deve permitir o uso intramuscular, deve ter uma grande margem de segurança (DL 50), deve ter o menor período de indução e apresentar um pequeno volume. Isto para permitir o uso de métodos de aplicação à distância (dardos), através de rifles, pistolas (pólvora ou ar comprimido) e zarabatanas, quando o peso real do paciente é desconhecido. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br Armas de arremesso de dardos: Atualmente existem diversos equipamentos disponíveis no mercado, com grande precisão e eficiência. Todos têm no entanto uma grande desvantagem, são importados e o processo de importação é difícil e custoso. Além da arma, os acessórios como dardos, agulhas, tufos, borrachas e especialmente as diferentes espoletas (de arremesso do dardo e de impulsão do êmbolo) são também importadas e necessitam de constante reposição. As armas permitem tiros a longa distância (mais de 100 m) e volumes relativamente grandes de drogas a serem aplicadas (cerca de 20 ml). O operador do equipamento deve ser um atirador experimentado. Para diferentes distâncias são utilizados diferentes espoletas de arremesso dos dardos e para diferentes tamanhos de dardos são utilizados diferentes espoletas de impulsão do êmbolo. O erro na utilização das espoletas pode promover acidentes graves e até fatais. Outro inconveniente é o de fazerem muito barulho. Zarabatana De confecção artesanal, as zarabatanas e os dardos (feitos a partir de seringas descartáveis), são práticas, baratas e de fácil reposição. O impacto do dardo da zarabatana sobre o animal é sensivelmente menor que o promovido pelo dardo da espingarda e os riscos de acidentes são reduzidos. O tiro da zarabatana é silencioso. Suas grandes limitações são o volume disponível do dardo (cerca de 5 ml) e a distância de alcance (cerca de 15 metros no máximo). O operador deve ser experiente e manter- se continuamente em treinamento pois as variáveis de tiro são diversas (diferentes pesos dos dardos em conformidade com o volume da droga, interferência dos ventos, tamanho do animal-alvo, distâncias). UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br SÍNDROME DA MIOPATIA DE CAPTURA Introdução Também conhecida como miopatia do stress ou do esforço, é uma doença muscular degenerativa de prognóstico extremamente reservado, associada ao stress de captura, contenção física e/ou química e transporte de animais selvagens. Além dos herbívoros silvestres, a miopatia de captura já foi descrita em diversas espécies de mamíferos e aves, incluindo primatas, pinípedes, marsupiais, bovinos, eqüinos, canídeos, ovinos e flamingos. Pode apresentar-se em forma aguda (1 a 12 horas), subaguda (7 a 14 dias) e crônica (semanas). O termo stress é descrito como: a reação adaptativa de um animal desencadeada por um estímulo interno (fisiológico ou psicogênico) ou ambiental que altera o estado de homeostasia. O stress pode ser classificado em três subtipos: • Eustress - estímulo benéfico para o animal • Stress neutro - envolve respostas que não afetam o bem estar, conforto ou reprodução • Distress - prejudica, causa respostas que interferem no bem estar e/ou na reprodução O distress prolongado pode causar diferentes graus de perturbações, consideram-se como fatores predisponentes o medo, a ansiedade, a hipertermia, o esforço muscular intenso e a tensão muscular constante (reação de alarme prolongada), manipulações repetidas e transporte prolongado. A anóxia localizada, devido à contratura de determinadas massas musculares em posições anormais, pela manutenção de animais em redes ou jaulas de contenção, é também é fator determinante da ocorrência dessa enfermidade. Sinais característicos: Acidose grave Choque e óbito Necrose de músculos esqueléticos Necrose cardíaca (devido à acidose) A patogenia da miopatia de captura envolve duas teorias inter relacionados: a alteração do pH e a hipóxia tecidual; levando fibras musculares à morte e liberando potássio, mioglobina e lactato, substâncias que desempenham importante papel na gênese da enfermidade. O potássio age na musculatura cardíaca produzindo fibrilação, e a hiperpotassemia explicaria a morte por insuficiência cardíaca. A hipermioglobinemia, devido à extrema toxicidade da mioglobina, leva a necrose tubular aguda que por sua vez induz a insuficiência renal aguda. A acidose devida a altos níveis de lactato reduz o pH ocasionando choque e falência geral. As principais alterações laboratoriais são acidose, elevação da creatinina fosfoquinase e de desidrogenase láctica, sendo menos freqüente a hiperpotassemia. Sinais clínicos: UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br Insuficiência cardíaca e morte Enrijecimento do dorso, ancas e membros posteriores. Paresia Æ paralisia Æ ataxiaÆ prostração Trauma de membros Dipnéia e taquicardia Mioglobinúria Os sinais clínicos normalmente observados incluem dificuldade na manutenção da estação (postura em pé), rigidez e dor à palpação dos membros (especialmente nas porções mais altas da região pélvica), paresia e evolução para paralisia, prostração e decúbito. Observam-se ainda dispnéia e taquicardia. O prognóstico da Miopatia de Captura tende a ser desfavorável, de maneira que o veterinário deve atuar com presteza na sua prevenção, tendo em mente que tal enfermidade pode ocorrer com freqüência após procedimentos de contenção. Para tanto se deve minimizar o concurso de diversos fatores etiológicos, trabalhando de forma a evitar o stress, habituando o animal ao seu ambiente de cativeiro. A instituição de jejum previamente aos procedimentos de contenção permite a obtenção de menores taxas de glicogênio na musculatura, o que atua de maneira protetora contra a excessiva liberação de lactato no músculo. Na medida do possível devemos evitar trabalhar com indivíduos predispostos em ambientes ou recintos muito quentes, bem como evitar o uso de drogas que causam hipertermia como o cloridrato de xilazina. É muito importante o controle da temperatura retal e o resfriamento do paciente com banhos frios em caso de hipertermia. Alguns cuidados que devem ser tomados: • Quando do planejamento de uma captura/imobilização, constitua uma equipe composta por um grupo reduzido de pessoas bem treinadas e entrosadas. Evite ruído e movimentos bruscos. • Evite procedimentos de captura/imobilização durante os períodos mais quentes e úmidos do ano e/ou dia. Caso isso não seja possível, mantenha a cabeça, as patas e as orelhas do animal constantemente úmidas e providencie para que uma vez capturado, o animal seja prontamente transportado para um lugar arejado e sombreado. • Durante a contenção monitore continuamente a temperatura corpórea do animal e tenha equipe e equipamentos necessários para o pronto tratamento da hipertermia. • Escolha o método de captura, dando preferência a contenção em cambiamentos em vez das técnicas que requeiram perseguição. Caso esta seja necessária, limite-a ao menor tempo possível. • Se a captura do animal limita-se a translocação, providencie para que o meio de transporte tenha as condições necessárias, principalmente no que se refere à ventilação e espaço. Logo após a captura a maioria dos animais está desidratada, por isso um suprimento farto de água fresca deve ser fornecido. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br • Uma vez liberado no recinto, alguns cuidados especiais devem ser tomados. Certifique-se que o animal não seja fustigado por animais residentes e evite nova contenção nos próximos 14 dias. O tratamento de processos agudos deve incluir a oxigenação adequada do paciente e a administração, por via intravenosa, de Bicarbonato de sódio, em doses de 4 a 6 mEq/Kg (1g de bicarbonato = 12 mEq; 500ml de solução a 6% contêm 30g de bicarbonato; na solução de bicarbonato a 8,4% Æ 1ml = 1 mEq). A miopatia de captura pode ser classificada em subtipos: 1. Síndrome do choque de captura 2. Síndrome da ataxia mioglobinúrica 3. Síndrome da ruptura muscular 4. Síndrome da morte súbita 1. Síndrome do choque de captura Pode ser observada em animais capturados recentemente ou pode ocorrer durante a contenção. A morte advém de 1 a 6 horas após a captura. Os sinais clínicos incluem: depressão, taquicardia, hipertermia, hipotensão (pulso filiforme) e morte. Na necropsia observam-se congestão e edema dos pulmões e severa congestão do intestino delgado e do fígado. 2. Síndrome da ataxia mioglobinúrica É mais freqüente, pode ocorrer horas ou dias após a captura. Os sinais clínicos incluem: ataxia, torcicolo e mioglobinúria podendo ser severa ou mediana. Os casos medianos podem sobreviver. Na necropsia são observadas lesões renais e da musculatura esquelética. Bexiga urinária vazia ou com pequena quantidade de urina escura. Músculos lombares e cervicais e flexores e extensores dos membros com áreas multifocais pálidas, moles, linhas claras. As lesões são bilaterais mas não simétricas, são tênues em animais que sobrevivem 1 a 2 dias e pronunciadas em animais com leões mais antigas. 3. Síndrome da ruptura muscular Após a captura aparentam estar normais apresentando sintomas após 1 a 2 dias. Os sinais geralmente são uma marcada linha nos quartos posteriores e hiper flexão dos cascos. Ocorre geralmente a ruptura uni ou bilateral do músculo gastrocnêmico. Podem sobreviver diversas semanas mas a maioria morre. Na necropsia observam-se extensos hematomas subcutâneos, e multifocais lesões pálidas e moles em porções dos membros, diafragma, músculos lombares e cervicais 4. Síndrome da morte súbita Geralmente ocorre em animais que foram submetidos à captura nas últimas 24 horas. Estes animais parecem normais enquanto não são perturbados. Se perturbados, contidos ou repentinamente estressados eles tentam correr, escapar, porém param abruptamente e permanecem em postura ou deitam quietos alguns momentos, os olhos ficam dilatados e morrem após alguns minutos. Esta forma é rara. Morrem com fibrilação ventricular e na necropsia não são observadas lesões características. UFPR - Clínica de Animais Silvestres e de Zoológico Prof. Rogério Ribas Lange, MV, MSc rrlange@ufpr.br CONCLUSÃO A miopatia de captura é uma síndrome para a qual mesmo a mais agressiva terapêutica costuma ser infrutífera. A compreensão apenas parcial da sua fisiopatologia aponta para a necessidade de estudos detalhados desse processo. Com as informações disponíveis até o momento, fica claro que o melhor tratamento é o profilático. A escolha certa dos métodos de captura, contenção e transporte, associada ao manejo executado por uma equipe treinada e entrosada pode reduzir significativamente a incidência da miopatia. Material cedido pelo Prof. Ricardo Guilherme D’O. Vilani MV, MSc - PUC ANESTESIOLOGIA EM ANIMAIS SILVESTRES ANESTESIOLOGIA EM AVES SILVESTRES 1. RESTRIÇÃO ALIMENTAR Devido à alta taxa metabólica e pequena estocagem de glicogênio hepático, não é recomendado grande tempo de restrição alimentar para aves antes da anestesia. Por outro lado, é comum observar regurgitação em alguns animais após a indução anestésica. Recomendam-se, os seguintes tempos de restrição alimentar para diferentes espécies: ¾ Aves menores de 100g: sem restrição alimentar ¾ Grandes aves carnívoras: 12 horas ¾ Ratitas: 12 a 24 horas ¾ Grandes psitacídeos: 1 a 2 horas ¾ Aves em geral 2 a 3 horas Quando for necessário grande tempo de anestesia, o paciente não apresentar boas condições pré-operatórias ou não se alimentar adequadamente é recomendada a administração por via oral de 4 ml/kg de glicose 5% antes da indução anestésica. 2. MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA Não é indicada a utilização de sulfato de atropina na presença de secreções respiratórias, pois elas tornam os fluidos mais viscosos, o que pode provocar obstrução das vias aéreas. Medicamentos pré-anestésicos são raramente indicados para aves, devido a fácil contenção física e rápida indução anestésica. Aves grandes podem requerer um pré-anestésico antes da contenção física, podendo ser utilizado diazepam, midazolam, alfa-2 agonistas, ou pequenas doses de tiletamina e zolazepam. 3. ANESTÉSICOS INJETÁVEIS Os anestésicos injetáveis são muito utilizados em aves devido ao seu baixo custo, facilidade de uso, rapidez da indução e por não ser necessária a aquisição de aparelhos caros. Por outro lado, a variação das doses anestésicas entre indivíduos de uma mesma espécie e de diferentes espécies, a dificuldade em aferir um volume anestésico
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