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Interpretação de Exames Laboratoriais (6)

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Curso de 
 
Interpretação de Exames 
Laboratoriais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO VI 
 
 
 Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Referência Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO VI 
 
 
Microbiologia 
 
 
1. Noções Gerais: 
 
A análise microbiológica é de extrema importância na clínica e está diretamente 
relacionada com o diagnóstico/tratamento sendo na grande maioria das vezes o resultado 
de um exame microbiológico por si só suficiente, direcionando o clínico para o uso de um 
medicamento específico, como no caso de uma cultura/antibiograma. 
O laboratório de microbiologia tem a finalidade primordial de auxiliar no diagnóstico 
etiológico das doenças infecciosas causadas por microorganismos como bactérias e 
fungos. Para que isso ocorra de maneira satisfatória, a qualidade da coleta, do 
armazenamento e do transporte do material biológico é extremamente importante. 
Todos os materiais devem ser obtidos antes do início da 
terapia antimicrobiana. Devem ser colhidos no local onde se 
espera encontrar o microrganismo, e com a menor 
contaminação externa possível. Deve-se coletar amostra em 
quantidade suficiente, seguindo as instruções específicas para 
cada sítio. Antes de coletar o material, o local deve ser limpo 
com soro fisiológico, tomando-se o cuidado de não se 
utilizarem substâncias anti-sépticas. 
 
Escherichia coli : O estudo dessa 
bactéria possibilitou enormes 
avanços à ciência 
Fonte: www.cienciahoje.uol.com.br 
O material colhido, salvo instruções específicas, deve ser acondicionado em 
recipiente estéril. Quanto mais precoce a coleta, maiores as chances de isolamento do 
agente etiológico. Os dados clínicos, assim como sítio e hora da coleta, são informações 
importantes para o tratamento adequado da amostra. 
308 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
 
 
O objetivo do curso é o aprendizado na interpretação de exames e desta forma, o 
complexo mecanismo de identificação bacteriana não será discutido, dando ênfase na 
parte clínica dos locais mais comuns de infecções bem como a interpretação do 
Antibiograma. 
 
2. PRINCIPAIS MÉTODOS DE COLORAÇÃO: 
 
De uma maneira geral, as bactérias têm afinidade por um grande número de 
corantes, principalmente aqueles do grupo dos derivados básicos da anilina (azul de 
metileno, cristal vileta, fucsina básica, etc). Dentre os métodos existentes, aqueles que 
mais importância apresentada dentro do laboratório de microbiologia são os métodos de 
Gram e de Ziehl-Neelsen. 
 
2.1 HIDRÓXIDO DE POTÁSSIO (KOH): 
 
 Embora não seja uma técnica de coloração e sim de clareamento, a técnica é 
usada para pesquisa de fungos (leveduriformes e particularmente filamentosos) em 
material biológico na presença de muco, restos celulares, pêlos, unhas, etc., por facilitar a 
microscopia dissolvendo a queratina e o muco, destacando as estruturas fúngicas, 
quando presentes. 
 A técnica também denominada 
micológico direto consiste em colocar uma 
pequena amostra do material a ser 
pesquisado no centro da lâmina; suspender 
o material com uma ou duas gotas de KOH 
(20%); cobrir com lamínula e aguardar 30 
minutos, ou aquecer ligeiramente a lâmina 
para acelerar o clareamento; examinar com 
objetiva de 10X ou 40X, fechando o 
diafragma. 
 
Exame micológico direto (KOH 20% 10x): hifas demáceas, 
septadas e ramificadas 
Fonte: www.anaisdedermatologia.org.br 
309 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
 
 
 De forma geral o exame consiste em analisar a presença ou não de fungos no local 
da coleta, sendo um exame geral, não específico, uma vez que apenas estabelece as 
estruturas fúngicas presentes ou ausentes na amostra, descartando ou confirmando a 
infecção por fungos. 
 
2.2 TINTA DA CHINA (TINTA NANQUIM): 
 
Usado para pesquisa de criptococos em líquor ou 
outros materiais, permitindo destacar a cápsula 
deste fungo contra um fundo negro. O sedimento do 
líquor ou uma colônia do meio de cultura é 
suspensa em uma gota de tinta da China, fazendo 
um filme bem delgado entre lâmina e lamínula e 
observando em objetiva de 10X e 40X. Um erro 
comum é confundir linfócitos com criptococos. A 
diferenciação é feita através da observação do 
núcleo refringente e gemulação do fungo. 
 
Criptococos em Líquor 
 
2.3 COLORAÇÃO DE GRAM: 
 
 A coloração de Gram é usada para classificar bactérias com base no tamanho, 
morfologia celular e comportamento diante dos corantes. No laboratório de microbiologia 
clínica é um teste adicional rápido para o diagnóstico de agentes infecciosos, sendo 
também utilizado para avaliar a qualidade da amostra clínica analisada. 
 Não se pode deixar de destacar que a coloração de 
Gram somente será um recurso rápido e útil quando for 
corretamente realizada (do ponto de vista técnico) e 
interpretada por profissionais experientes. A coloração de 
Gram, desenvolvida em 1884 pelo médico dinamarquês 
Christian Gram, é um dos métodos de coloração mais 
 
Cocos Gram Positivos 
Fonte: www.britannica.com 
310 
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aplicados em Bacteriologia. 
Trata-se de um método de coloração diferencial, dado que permite dividir as 
bactérias em duas classes - Gram negativas e Gram positivas. É pois uma ferramenta 
essencial na classificação e diferenciação de bactérias. A análise correta da 
Bacterioscopia por Gram é uma espécie de “divisor de águas”, uma vez que direciona a 
pesquisa para dois grandes grupos de bactérias, Gram Positivas (G+) e Gram Negativas 
(G-). 
A observação de microrganismos reveste-se de dificuldades não só devido à sua 
reduzida dimensão mas, também, porque estes são transparentes e praticamente 
incolores. Com o propósito de estudar as suas propriedades e/ou de diferenciar os 
microrganismos em grupos específicos para fins taxonômicos e de diagnóstico, recorre-se 
normalmente a técnicas de coloração. 
Esta diferenciação baseia-se na diferente 
estrutura e composição, nomeadamente no 
diferente teor lipídico, da parede celular de 
bactérias Gram positivas e Gram negativas. A 
parede celular das bactérias Gram negativas tem 
um teor em lipídios elevado na sua membrana 
externa, para além de uma camada fina de 
peptidoglicano que circunda a membrana 
plasmática. 
 
 
Diplococos Gram Negativos Intracelulares 
Fonte: www.escuela.med.puc.cl 
Em conseqüência, durante o passo de diferenciação pelo álcool, parte dos lipídios 
são dissolvidas pelo álcool, formando-se poros na parede por onde o corante primário 
(violeta de cristal) sai das células. Estas células ficam transparentes após o passo de 
diferenciação pelo álcool, sendo posteriormente coradas com o corante secundário 
(safranina). 
A parede celular das bactérias Gram positivas é constituída principalmente por uma 
camada grossa de peptidoglicano e o seu teor em lipídios é nulo ou muito baixo (em 
poucas espécies bacterianas). A camada de peptidoglicano atua, assim, como uma 
311 
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312 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
barreira impedindo a saída do corante primário e estas células ficam coradas de violeta 
escuro. 
O exame bacterioscópico ao Gram permite um estudo acurado das características 
morfotintoriais das bactérias e outros elementos (fungos, leucócitos, outros tipos 
celulares, etc). Presta informações importantes e rápidas para o início da terapia, 
fornecendo informação semiquantitativa em algumas infecções e estabelecendo o 
diagnóstico em muitos casos. 
Modificações do Método de Gram: O método original utilizava violeta-de-genciana. 
Hoje se utiliza outro tipo de cristal violeta, a violeta-de-metila. È importante ressaltar que a 
solução de violeta-de-metila, em sua preparação, já contém fixador químico. Devido a 
isso, a fixação do esfregaço em chama caiu em desuso e é atualmente contra-indicada. 
 A modificação mais importante foi no corante secundário, também chamado 
corante de fundo. A fucsina fenicada de Gram foi substituída pela safranina. Foi baseado 
no espectro de cores. A safranina mantém-se mais distante da violeta no espectro de cor, 
diferenciando com maior nitidez as bactérias Gram-negativas que se destacam das Gram-
positivas e da coloração de fundo, que assume a cor vermelho-claro. 
 A técnica de Coloração de Gram é realizada da seguinte maneira: Cobre-se o 
esfregaço com violeta-de-metila e deixe por aproximadamente 15 segundos; adicione 
igual quantidade de água sobre a lâmina coberta com violeta-de-metila e deixe agir por 45 
segundos; escorra o corante e lave em um filete de água corrente. Cubra a lâmina com 
lugol diluído (1/20) e deixe agir por aproximadamente 1 minuto; escorra o lugol e lave em 
um filete de água corrente; adicione álcool etílico (99,50 GL) sobre a lâmina, descorando-
a, até que não desprenda mais corante; lave em um filete de água corrente; cubra a 
lâmina com safranina e deixe agir por aproximadamente 30 segundos; lave em um filete 
de água corrente; deixe secar ao ar livre, ou seque suavemente, com auxilio de um papel 
de filtro limpo; coloque uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço e observe em 
objetiva de imersão (100X). 
 
2.4 MÉTODO DE ZIEHL-NEELSEN: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O método de Ziehl-Neelsen baseia-se no fato da álcool-ácido resistência de 
determinadas bactérias (p. ex: Mycobacterium tuberculosis), o que permite tratá-las com 
uma solução de fucsina fenicada a quente. Tais bactérias resistem ao tratamento 
posterior com uma solução de álcool+ ácido clorídrico (HCL 3% em etanol), mantendo-se 
com a coloração inicial vermelha (Bacilos Álcool-Ácido Resistentes ou BAAR), enquanto 
outras descoram-se e vão apresentar a coloração de fundo, normalmente feita com azul 
de metileno. 
 Procedimento da coloração: Em lâmina 
nova, fazer um esfregaço homogêneo, delgado e 
fixado ao ar livre (recomenda-se haver 
circulação de ar). Coloração: Adicione a fucsina 
sobre o esfregaço previamente fixado; faz-se o 
aquecimento até a emissão de vapores, por 3 
vezes, para facilitar a penetração da fucsina; 
derrama-se o corante na pia e lava-se o 
esfregaço com água; faz-se a descoloração com 
álcool-ácido e lava-se o esfregaço com água. 
 
Material de linfonodo abdominal positivo para 
micobactéria corado por Ziehl Ne lsen e
Fonte: www.fcm.unicamp.br 
Apenas os BAAR presentes no esfregaço reterão a fucsina; adiciona-se o azul de 
metileno; lava-se o esfregaço com água e faz-se a leitura. Se houver BAAR na amostra 
eles ficarão vermelhos devido à retenção da fucsina e serão visualizados 
microscopicamente. O fundo azul no esfregaço faz o contraste para essa visualização. 
 
 2.5 PESQUISA DE BAAR POR AURAMINA: 
 
Trata-se de um método de pesquisa de BAAR por 
fluorescência, mais sensível que os métodos tradicionais 
baseados na carbolfucsina (Ziehl-Neelsen). A auramina 
(o fluorocromo utilizado) liga-se ao ácido micólico da 
parede celular da micobactéria, resistindo à descoloracão 
do álcool-ácido e emitindo fluorescência 
 
Presença de BAAR, observados na 
coloração de Auramina 
Fonte: www.thales.cica.es 
313 
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amareloalaranjada sobre o fundo negro. 
 
2.6 MICROSCOPIA DE CAMPO ESCURO: 
 
A microscopia de Campo Escuro é uma técnica de análise direta, sem coloração ou 
tratamento prévio da amostra para visualização de espiroquetas, sendo o Treponema 
pallidum o mais importante. O Treponema pallidum, agente causador da Sífilis, doença 
infectocontagiosa, essencialmente transmitida pelo contágio sexual, é um patógeno 
exclusivamente humano, com caráter infectante apenas na fase aguda da doença. Após o 
contágio, a infecção apresenta um período de incubação médio de 3 semanas, após o 
qual se manifesta a lesão inicial, o cancro duro, com repercussão ganglionar inguinal 
bilateral e indolor, que evolui para auto-resolução, mesmo se não tratada, em cerca de 1 a 
2 meses, sem deixar cicatrizes. Essa fase é denominada sífilis primária. 
Cerca de 2 a 3 meses após, 
aparecem as lesões generalizadas da sífilis 
secundária, que se caracterizam por 
erupção cutânea generalizada com 
acometimento palmoplantar. Caso não 
tratada, ela assume caráter sistêmico, 
evoluindo cronicamente, com períodos de 
atividade e de latência. 
 
Treponema pallidum em microscopia de campo escuro 
 Cerca de 10% dos pacientes que apresentam a forma primária, caso não-tratados, 
evoluirão com neurossífilis. A neurossífilis assintomática é a forma mais comum de 
apresentação. Não há sinais ou sintomas clínicos. Acredita-se que os pacientes que 
apresentam alterações no líquor, mesmo sem sintomatologia, durante as fases iniciais da 
doença, tenham mais chances de evoluir para síndromes neurológicas tardias. A 
progressão das alterações neurológicas pode se dar com quadros de meningite sifilítica, 
sífilis meningovascular, meningoencefalite sifilítica, tabes dorsalis e sífilis medular. As 
características laboratoriais consistem no achado de alterações do liquor, aumento da 
proteína, redução da glicose ou positividade para a reação de VDRL. 
314 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 
 
 
 
 
 
 
O diagnóstico laboratorial da sífilis é feito pela pesquisa direta do treponema, ou 
pela pesquisa de anticorpos formados durante a infecção. A pesquisa direta, realizada por 
microscopia de campo escuro, apesar de altamente específica, tem indicação limitada, 
podendo ser realizada na fase primária, diretamente do cancro duro do órgão genital. 
 
 3. CULTURA: 
 
 3.1 CULTURA DE URINA (UROCULTURA): 
 
 Auxilia o clínico no diagnóstico das infecções do trato urinário. As urinas 
submetidas à cultura são provenientes de pacientes com sintomas ou algum fator de risco 
para o desenvolvimento de infecção do trato urinário. As infecções do trato urinário têm 
freqüentemente como agentes etiológicos bactérias com características de crescimento 
rápido, como Escherichia coli, Enterococcus faecalis, Klebsiella pneumoniae, 
Enterobacter cloacae, Proteus mirabilis, Pseudomonas spp. e Staphylococcus 
saprophyticus, representando a maioria dos isolamentos em pacientes hospitalizados, 
assim como nos da comunidade. 
As culturas negativas são liberadas como ausência de crescimentobacteriano. Os 
prováveis contaminantes são definidos como difteróides, estreptococos alfa-hemolíticos, 
lactobacilos, Estafilococos Coagulase-Negativa, ou o crescimento de três microrganismos 
diferentes. 
As culturas são consideradas 
positivas quando a contagem de colônias 
for superior a 105 UFC (Unidade 
Formadora de Colônia), com isolamento de 
um único agente etiológico, ou na presença 
de dois microrganismos, quando houver 
indicação clínica, ou ainda com contagens 
inferior 105 com o isolamento de um único 
microrganismo associado a um dado clínico 
Estufa de cultivo 
315 
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316 
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e/ou laboratorial. 
Deve-se coletar o jato médio urinário após higiene da genitália externa. Em 
crianças, que não controlam a micção, fazer a higiene e colocar o saco coletor adesivo, 
que deve ser trocado a cada 30 minutos quando não tiver sido possível coletar a urina. A 
urina de paciente em uso de sonda vesical deve ser coletada na válvula lateral do equipo, 
após a desinfecção do mesmo. 
A urina do jato médio pode ser da primeira micção ou de qualquer amostra urinária, 
desde que o paciente retenha a urina por um período mínimo de 4 horas. A urina é um 
fluido normalmente estéril; por conseguinte, uma coleta inapropriada pode torná-la 
contaminada com a microbiota do períneo, da uretra e da vagina. As amostras 
permanecem estáveis até 2 horas após a coleta ou em geladeira (2ºC - 8ºC). 
 
3.2 CULTURA DE MATERIAL DO TRATO GÊNITO URINÁRIO: 
 
Importante no diagnóstico laboratorial das uretrites, vaginites, endocervicites, 
doenças sexualmente transmitidas e agentes bacterianos associados às infecções do 
trato genital. 
Secreção uretral, vaginal, urina 1o jato, esperma, secreção endometrial, fundo-de-
saco uterino e secreção prostática são consideradas amostras clínicas apropriadas. As 
amostras clínicas coletadas com meio de transporte podem ser armazenadas por até 24 
horas à temperatura ambiente. As urinas e swabs coletados sem meio de transporte 
devem ser processadas em até 2 horas. 
São considerados como crescimento patológico: Neisseria gonorrhoeae, 
Streptococcus agalactiae, Haemophilus spp., Corynebacterium spp. e enterobactérias. A 
presença de Corynebacterium spp. e de enterobactérias é valorizada, principalmente em 
crianças, mas também em adultos, quando presentes em grandes quantidades e a critério 
médico. 
 
3.3 CULTURA DE FEZES (COPROCULTURA): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
317 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
A coprocultura auxilia o clínico no diagnóstico da etiologia de diarréias bacterianas, 
por meio do isolamento de patógenos entéricos. As gastroenterites podem ser causadas 
por bactérias, vírus ou parasitos. Quando é solicitada uma rotina de coprocultura, são 
procurados os agentes etiológicos mais freqüentes, tais como Shigella spp., Salmonela 
spp. e Escherichia coli enteropatogênica. A E. coli enteropatogênica (EPEC) é pesquisada 
nos casos de diarréias em crianças de até 4 anos de idade. A E. coli enteroinvasora 
(EIEC) é pesquisada em todas as faixas etárias. Sua toxicidade é dada pela toxina que 
produz, a qual penetra na mucosa intestinal, provocando diarréia aguda. 
Em casos mais específicos, como as pesquisas de Campylobacter spp. e Yersinia 
spp., o pedido médico deverá ser direcionado. Outros patógenos, como Aeromonas spp. e 
Plesiomonas spp., podem também ser isolados. Cabe lembrar que algumas espécies de 
Campylobacter spp. não crescem nas condições padronizadas para coprocultura. 
O crescimento abundante de germes como Pseudomonas aeruginosa, Candida spp., 
Staphylococcus aureus, entre outros, pode indicar pacientes tratados com antibióticos de 
amplo espectro. Apesar de seu papel ainda não estar claramente definido, sua presença é 
comunicada ao médico, indicando a sua predominância. 
A cultura deve ser realizada de preferência a partir de fezes frescas. Caso não seja 
possível, pode-se enviar swab anal em gel de transporte ou fezes coletadas em meio de 
transporte (tampão glicerol). Para a pesquisa de Campylobacter spp., são adequadas 
apenas fezes frescas ou colhidas em gel de transporte. Os swabs com meio de transporte 
e as fezes conservadas em tampão glicerinado podem ser armazenados à temperatura 
ambiente por até 24 horas. 
 
3.4 CULTURA DE MATERIAL DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR: 
 
Inclui as culturas de secreções de orofaringe, nasofaringe, ocular e de ouvido. 
Auxilia os clínicos no diagnóstico das faringites bacterianas. A causa mais comum de 
faringite é representada pelo Streptococcus pyogenes. 
Em 7% dos casos, as secreções da nasofaringe são úteis no diagnóstico de 
sinusites infecciosas e na detecção de portadores nasais de germes como 
 
 
 
 
 
 
 
 
318 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Staphylococcus aureus MRSA (estafilococos aureus resistentes à meticilina) e Neisseria 
meningitidis. No caso da epiglotite, que têm evolução rápida e progressiva com celulite, 
apresentam um grande potencial de obstrução das vias respiratórias, e seus agentes 
etiológicos são representados por Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e 
Staphylococcus aureus. 
Nas secreções oculares e nas de ouvido, por possuírem a mesma mucosa de 
revestimento do trato respiratório superior, são isolados os mesmos agentes e 
diagnosticadas conjuntivites purulentas e otites. Estas infecções são mais comuns na 
infância e na terceira idade. 
Para as culturas da orofaringe, os resultados reportados são a presença do 
crescimento de estreptococos beta-hemolíticos, Streptococcus pyogenes, outros não-
pyogenes e a ausência de estreptococos beta-hemolítico. Nas secreções nasais, 
procura-se evidenciar a presença de Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae 
e Haemophilus influenzae. Nas secreções conjuntivais, a presença do crescimento 
bacteriano é avaliada, juntamente com os dados clínicos, a presença de cirurgias ou 
próteses. Os estafilococos coagulase-negativo e os bastonetes gram-negativos são os 
mais freqüentemente isolados, juntamente com Staphylococcus aureus, Streptococcus 
pneumoniae e Haemophilus spp. No diagnóstico das otites médias e externas, são 
utilizados secreções ou fluidos do ouvido. As bactérias mais freqüentemente isoladas são 
Pseudomonas spp. e outros microrganismos provenientes da microflora respiratória. 
 
 3.5 CULTURA DE MATERIAL DO TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR: 
 
Embora as infecções do trato respiratório inferior (TRI) estejam entre as causas de 
maior morbidade e mortalidade dos pacientes, o diagnóstico dessas infecções é 
freqüentemente complicado pela contaminação do espécime clínico com a microbiota 
normal. 
O escarro é submetido primariamente a culturas, a fim de determinar o agente 
etiológico das pneumonias. O material recebido no laboratório pode ser escarro 
expectorado e/ou induzido. Outros materiais clínicos incluem aspirado traqueal, aspirado 
 
 
 
 
 
 
 
 
319 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
transtraqueal, lavado brônquico e lavado broncoalveolar protegido e não-protegido. O 
escarro deve passar por uma observação microscópica,para se avaliar a qualidade da 
coleta e se é representativa do TRI ou se contém apenas saliva. O lavado broncoalveolar 
é obtido por meio de procedimentos invasivos, sendo recomendado na suspeita de 
pneumonias nosocomiais em paciente com ventilação mecânica. 
Os resultados da cultura de escarro são interpretados com base na avaliação da 
coloração de Gram preparada a partir da porção mais purulenta do escarro: se contém 
mais de 25 polimorfonucleares/campo ou até 10 células epiteliais/campo, observado 
através de objetiva de 10 X, o material é considerado satisfatório. A informação mais 
simples envolve a quantificação de um volume maior ou igual a 10 células epiteliais, com 
a objetiva de 40 X, o que seria inaceitável para a cultura. 
Nas culturas quantitativas, o volume do lavado broncoalveolar protegido coletado 
freqüentemente é de 0,01 mL a 0,001mL de secreção. A contagem de 103 UFC/mL de um 
microrganismo corresponde a infecção. 
Para o lavado broncoalveolar (LBA), a contagem de 10.000 UFC/mL ou mais de um 
microrganismo específico correlaciona-se com pneumonia. 
No lavado brônquico e no aspirado traqueal, a contagem de 106 colônias, ou seja, 
1.000.000 UFC/mL, sugere um processo infeccioso. 
Os microrganismos mais freqüentemente isolados correspondem aos grupos dos 
bastonetes gram-negativos não-fermentadores ou entéricos, os estafilococos e 
enterococos. São eles: Staphylococcusaureus, Streptococcus pneumoniae, Streptococcus 
pyogenes, Enterococcus spp., Haemophilus influenza, Moraxella catarrhalis, 
Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae e Rhodococcus equi. 
 
3.6 CULTURA DE MICOBACTÉRIAS: 
 
A realização da cultura de micobactérias utiliza como princípio biológico a detecção 
radiométrica do CO2 produzido pela atividade metabólica das micobactérias a partir de 
meios de cultura específicos marcados com C14. É destinada ao diagnóstico da 
tuberculose e das micobacterioses [complexo M. tuberculosis e micobactérias não-
 
 
 
 
 
 
 
 
320 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
tuberculose (MNT)]. Pode ser realizada em escarro, lavado brônquico, lavado 
broncoalveolar, líquido ascítico, líquido pleural, líquido peritoneal, líquido 
cefalorraquidiano, aspirado de medula óssea, sangue, fezes, biópsias e urina. O uso de 
antituberculostáticos, e a presença de micobactérias não-adaptadas ao crescimento em 
meio liquido ou à temperatura de 35ºC podem induzir a um resultado falso-negativo. 
 
3.7 CULTURA DE ANAERÓBIOS: 
 
Os materiais clínicos adequados para a realização da cultura de bactérias 
anaeróbias devem provir das cavidades fechadas do nosso organismo (coleções líquidas, 
abscessos, sangue e líquidos biológicos em geral) ou seja, sítios estéreis, sem a 
presença da microbiota normal. 
As bactérias anaeróbias causam uma variedade de infecções humanas, incluindo 
peritonite, empiema, endocardite e artrite. As infecções anaeróbias são, geralmente, de 
fonte endógena, representada pela própria microbiota normal. Entretanto, apesar da 
grande variedade de anaeróbios da flora normal, as infecções são limitadas a uma 
pequena quantidade de microrganismos, na qual se destacam o isolamento do gênero 
Bacteroides spp. Peptostreptococcus spp., Prevotella spp. e Clostridium perfringens. 
Os materiais devem ser colhidos e inoculados em frascos anaeróbios de 
hemocultura, até o volume máximo permitido, que é de 8 mL. Quando o material for 
sangue e líquidos biológicos, pode ser armazenado por um período de até 24 horas, à 
temperatura ambiente, em frascos anaeróbios. 
Não poderão ser utilizados para pesquisar microrganismos anaeróbios materiais 
provenientes de sítios que normalmente participem da flora normal ou transportados 
inadequadamente. 
 
3.8 CULTURA DE SECREÇÕES, ABCESSOS, TECIDO SUBCUTÂNEO, 
FRAGMENTO DE TECIDOS E BIÓPSIAS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Microorganismos residentes na pele e nas mucosas humanas, assim como no 
ambiente, podem causar infecções quando inoculados em tecidos normalmente estéreis 
ou em mucosas íntegras. Nem sempre é necessário existirem mecanismos de virulência 
para o microrganismo causar a doença. 
O material de biópsia enviado ao 
laboratório com mais freqüência são os de 
linfonodos, pulmão, fígado, fragmentos de 
tecidos obtidos por laparoscopia, 
fragmentos ósseos, secreções de ferida 
cirúrgica, furúnculos e punção de 
abscessos. O cultivo desses espécimes 
permite diagnosticar as infecções dos 
 
Diversos materiais cultivados em rotina de microbiologia 
tecidos cutâneos e subcutâneos e de órgãos mais profundos, tais como abscessos intra-
abdominais (incluindo as diverticulites), abscessos peritonsilares, cutâneos e esplênicos, 
impetigo, foliculite, furúnculos, celulite, fasciite, erisipela e osteomielite. Permite também 
obter-se a sensibilidade do microrganismo isolado aos antimicrobianos. 
O material pode ser proveniente de secreções de pele, bolhosa, de impetigo, de 
abscessos em geral, ferida cirúrgica, punção de agulha fina de órgãos e fragmentos de 
tecidos. Os tecidos obtidos durante procedimento cirúrgico são os melhores espécimens, 
já que os microrganismos são os agentes etiológicos da infecção. Os materiais obtidos 
dessa maneira devem ser enviados em frasco estéril contendo água estéril, soro 
fisiológico ou ringer lactato. Normalmente, a microbiota normal não interfere com esta 
coleta de material. Em secreções purulentas e abscessos a coleta deve ser feita por 
aspiração com seringa. 
 
3.9 HEMOCULTURA: 
 
Quando uma bactéria vence as barreiras normais do hospedeiro e das células do 
sistema reticuloendotelial, ela invade a corrente circulatória ou os linfáticos, podendo 
rapidamente disseminar-se e causar bacteremia (presença de bactérias no sangue). A 
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bacteremia pode ocorrer de forma transitória, intermitente ou contínua. Além disso, seus 
produtos metabólicos interagem com os mecanismos de resposta inflamatória, podendo 
levar à septicemia e ao choque, que é uma das mais sérias complicações das doenças 
infecciosas. A(s) bactéria(as) responsável(is) pode(m) ser identificada(s) pela realização 
da cultura do sangue (hemocultura) e é (são) útil (eis) no diagnóstico etiológico e na 
escolha da terapia. 
Para o diagnóstico, é importante a coleta de mais de uma amostra (mínimo de 2, 
ideal de 3), antes da administração de antimicrobianos. O número de amostras e o 
intervalo entre as coletas dependem do quadro clínico investigado. Nas bacteremias 
agudas e/ou contínuas, recomenda-se a coleta de 3 amostras com intervalo de 1 a 2 
horas. Já nas intermitentes, recomenda-se a coleta em intervalos menores e antes ou 
imediatamente após o início do pico febril. 
Para a coleta, deve-se fazer anti-sepsia da pele, com álcool a 70%, 2 vezes, e 
esperar a ação do anti-séptico durante 2 minutos. Essa operação também pode ser 
realizada utilizando-se uma primeira anti-sepsia com álcool a 70%; posteriormente, utilizar 
álcool iodado. Puncionar a veia e coletar o número de amostras no intervalo de tempo 
indicado. Deve-se evitar a coleta de sangue na região inguinal. 
O material biológico utilizado pode ser sangue arterial ou venoso, aspirado de 
medula óssea ou de qualquer outro líquido biológico. Podem ser coletados também 
líquidos de cavidades fechadas para cultura deanaeróbios. Quando o material for 
sangue, o volume coletado é um dos mais importantes parâmetros na detecção de 
bactérias na corrente circulatória. Coletar os seguintes volumes nas diferentes faixas 
etárias: crianças de até 1 ano: 0,5 mL a 1,5 ml em cada frasco de cultura; crianças de 1 
ano a 6 anos: 1,0 mL para cada ano de idade; adultos: 20 mL de sangue para cada 
amostra de hemocultura. 
Quando for utilizada para cultura de líquidos biológicos, qualquer volume do 
espécime pode ser utilizado. 
O sangue coletado é acondicionado em frascos especiais com meio líquido 
diferentes de acordo com o tipo de bactéria a ser investigada (aeróbia ou anaeróbia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A rapidez na identificação etiológica do agente bacteriano é essencial para a 
decisão precoce e adequada do tratamento específico. Os métodos modernos 
automatizados permitem a liberação rápida dos resultados. Nesses métodos, a presença 
de bactérias é detectada pelo CO2 produzido durante o crescimento bacteriano, que irá 
modificar o sensor existente no fundo do frasco de cultura, proporcionando a emissão de 
fluorescência, por sua vez detectada pelo aparelho utilizado para leitura. 
A presença de crescimento bacteriano no sangue do paciente indica bacteremia 
e/ou septicemia. Alguns patógenos devem ser questionados quanto ao seu poder 
patogênico, como por exemplo o achado de estafilococos coagulase-negativos em uma 
única amostra, Propionebacterium acne e grupo Corynebacterium. 
Nas infecções hospitalares, os patógenos mais encontrados são Staphylococcus 
aureus, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Enterobacter spp., Pseudomonas 
aeruginosa, Enterococcus spp. e estafilococos coagulase-negativos. 
Nas endocardites, os agentes mais freqüentemente isolados correspondem aos 
Estreptococcus spp. alfa-hemolíticos ou mesmo beta-hemoliticos, assim como aos 
Staphylococcus aureus e aos estafilococos coagulase-negativos. 
O anticoagulante utilizado no meio de cultura (SPS) inativa o sistema 
complemento, porém inibe o crescimento das Neisseria spp. e Gardnerella vaginalis. As 
bactérias com exigências especiais, tais como Brucella spp., Leptospira spp., Bartonella 
spp., Legionella spp., Mycobacteria spp., não crescem nos meios tradicionalmente usados 
para hemoculturas. 
 
3.10 CULTURA DE LÍQUOR: 
 
O material é colhido por meio de punção lombar, de preferência sem o uso de 
antimicrobiano prévio. O volume mínimo não deve ser inferior a 1,0 mL. As amostras 
devem ser enviadas o mais rapidamente possível para o laboratório, sem refrigerar - 
tempo admissível para o transporte: 2 horas. A presença de crescimento bacteriano de 
qualquer microrganismo após a incubação é considerada patogênica, uma vez que o 
liquor é estéril. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Pacientes Microrganismos Críticos 
Neonatal Echerichia coli, Streptococcus agalactiae, Listeria monocytogenes 
Crianças Haemophilus influenzae, Estreptococcus pneumaniae, Neisseria menginitides. 
Adulto jovem Neisseria menginitides. 
Adulto Neisseria menginitides, Estreptococcus pneumaniae e Bastonete Gram-negativo 
 
3.11 CULTURA DE OUTROS LÍQUIDOS BIOLÓGICOS: 
 
A cultura dos líquidos biológicos é utilizada para determinar a presença de agentes 
infecciosos nos líquidos pleural, sinovial, ascítico e pericárdio, auxiliando no diagnóstico 
etiológico de infecções como as pneumonias com derrame pleural, pericardites e 
sinovites. 
Os fluidos biológicos normalmente são estéreis, e a presença de um microrganismo 
resulta quase sempre em um agravamento do quadro clínico desses pacientes. O uso de 
próteses e a terapêutica com imunossupressores têm contribuído muito para o aumento 
da prevalência de positividade desses materiais. As principais bactérias isoladas nesses 
materiais incluem Neisseria spp., Streptococcus pneumoniae. estreptococos beta-
hemolíticos e Staphylococcus aureus, podendo também ser isolados bastonetes Gram-
negativos. 
A presença de crescimento bacteriano de qualquer microrganismo após a 
incubação é considerada patogênica, uma vez que esses líquidos são estéreis. Número 
pequeno de microrganismos na amostra enviada pode levar a um resultado falso-
negativo. 
Os líquidos biológicos destinados a cultura devem ser transportados ao laboratório 
para semeadura em até 2 horas após a coleta. Se esse tempo não puder ser respeitado, 
inocular até o volume de 8 mL em um frasco de hemocultura aeróbio ou anaeróbio e 
enviar ao laboratório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.12 CULTURA DE FUNGOS: 
 
O isolamento e a identificação de fungo em cultura são prova definitiva no 
diagnóstico de infecções fúngicas, permitindo a escolha do tratamento adequado. Os 
diferentes materiais clínicos são semeados nos meios de cultura apropriados para 
isolamento e identificação de fungos. 
As amostras deverão ser coletadas de maneira asséptica em frasco estéril, 
conforme a natureza do material clínico. Os materiais biológicos requeridos são: escamas 
de pele, unhas, pêlos (micoses superficiais e cutâneas); aspirado de lesão, secreções, 
biópsias de pele (micoses subcutâneas); escarro, lavado brônquico, aspirado brônquico, 
escovado brônquico (micoses sistêmicas); secreções: pulmonar, vaginal, traqueal, 
orotraqueal, de lesões cutâneas, abdominal, oral, de conjuntivas ou de qualquer outra 
localização (micoses sistêmicas); sangue, biópsia de qualquer órgão ou tecido, urina, 
liquor, líquidos sinovial, ascítico, amniótico ou outros líquidos orgânicos (micoses 
sistêmicas). 
Os resultados serão interpretados de acordo com o tipo de material clínico 
semeado, o local da lesão e a indicação clínica. Alguns fungos são parte da flora normal, 
mas podem, ocasionalmente, causar doenças. Do mesmo modo, fungos oportunistas 
podem tanto ser apenas contaminantes como os reais causadores da patologia em 
investigação. Muitas vezes, o médico solicitante deve ser consultado sobre a condição 
clínica do paciente, para que se possa concluir qual o real valor do isolamento de 
determinados fungos. A presença de microrganismos da flora normal ou de infecção 
bacteriana concomitante pode inibir o crescimento de fungos patogênicos. 
 
 4. ANTIBIOGRAMA OU TESTE DE SENSIBILIDADE A ANTIBIÓTICOS (TSA): 
 
 O antibiograma talvez seja o exame microbiológico de maior importância, uma vez 
que indica para o clínico quais os antibióticos/quimioterápicos eficazes contra o agente 
causador da infecção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Antes de mais nada, o que mais importa não é a identificação bacteriana e sim 
quais os medicamentos que irão combater o agente causador da infecção, independente 
de qual seja esse agente. A identificação bacteriana é uma espécie de “pré-requisito” uma 
vez que é necessário isolar o agente causador da infecção antes de realizar o teste e 
desta forma, realiza-se a identificação do mesmo. A identificação do agente causador é 
de importância como um dado complementar, epidemiológico, etc. 
 O Teste de Sensibilidade com difusão em discos é utilizado pelos laboratórios há 
mais de 70 anos. Em 1966, Bauer, Kirby, Sherris e Turck publicaram o artigo original após 
padronizaremo método do disco difusão. 
 Após a publicação, o NCCLS (National Commitee for Clinical Laboratory 
Standards), adota o método como referência passando o mesmo a ser utilizado até os 
tempos atuais. 
 Existem vários comitês de padronização, cada um com suas peculiaridades que 
refletem as características de cepas bacterianas estudadas em seus respectivos países. 
Alemanha, Inglaterra, França e Estados Unidos possuem comitês que podem ser 
considerados como referência. O Brasil ainda não possui nenhum comitê, porém utiliza-se 
as padronizações do NCCLS. Atualmente a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária) comprou os direitos autorais, na Língua Portuguesa, do manual do NCCLS e 
suas atualizações, por cinco anos. Esse manual de padronização do instituto norte-
americano é dividido em cinco módulos e mensura a sensibilidade de agentes (bactérias e 
microrganismos em geral) a diversos antimicrobianos. O acesso gratuito ao manual 
diminui o custo laboratorial e possibilita resultados muito mais precisos, pois padroniza as 
técnicas de pesquisa e análise. 
 O NCCLS é uma organização americana privada, conveniada a especialistas da 
industria, meio acadêmico e governo, que desenvolve normas para laboratórios clínicos. 
O órgão tem como função desenvolver procedimentos técnicos. Não avalia, não endossa, 
não recomenda nenhum sistema comercial para Teste de Sensibilidade. 
 Atualmente o NCCLS foi renomeado para CLSI (Clinical and Laboratory Standards 
Institute). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Os médicos dependem diretamente das informações do Laboratório de 
Microbiologia para o tratamento das infecções bacterianas em seus pacientes. A 
importância clínica do Teste de Sensibilidade e seus resultados exigem que eles sejam 
realizados sob ótimas condições por esses laboratórios e que ainda estejam aptos a 
fornecer resultados de novos agentes antimicrobianos”. NCCLS. 
 O Teste de Sensibilidade avalia o padrão de resposta da bactéria (padrão de 
sensibilidade) diante de concentrações preestabelecidas de antibióticos, correlacionadas 
com níveis séricos atingidos após doses usuais em pacientes em condições normais. O 
antibiograma reflete somente duas variáveis: a droga e a bactéria, não importando dados 
clínicos como idade, local da infecção, função renal, metabólica, etc. logo, seu resultado 
deve ser interpretado pelo médico. 
 Há basicamente dois tipos de antibiograma: Qualitativo e Quantitativo. 
 
 4.1 QUALITATIVO: 
 
 Teste de disco difusão, descrito por Kirby e Bauer, utilizado na grande maioria dos 
laboratórios clínicos. Uma quantidade padronizada de bactéria (índice de turbidez) é 
semeada em meio próprio (Agar Mueller Hinton) e em seguida são adicionados discos 
contendo os antibióticos pré-definidos para a bactéria em questão. Fornece resultados em 
três categorias definidas como: 
 Sensível: Implica que a infecção devido ao agente isolado pode ser 
apropriadamente tratada com a dose recomendada do agente antimicrobiano. 
 Intermediário: Implica que a infecção devido ao agente isolado pode ser 
apropriadamente tratada em sítios corpóreos onde a droga é fisiologicamente 
concentrada ou quando uma alta dosagem da droga pode ser utilizada. O microorganismo 
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encontra-se em uma faixa de sensibilidade em que a Concentração Mínima Inibitória 
(MIC) se aproxima ou excedo o nível que o agente microbiano atinge. Indica também uma 
zona divisória (buffer zone) que pode refletir problemas técnicos levando a discrepância 
nas interpretações. 
 Resistente: O microorganismo resistente não será inibido pela concentração 
normalmente alcançada pelo agente antimicrobiano em doses normais padronizadas, e a 
eficácia clínica não tem sido comprovada em estudos. 
 
 
Antibiograma de Disco Difusão 
Os antibióticos testados inibem ou não o crescimento de bactérias, 
formando halos que são medidos e definidos como Sensível, Indeterminado ou resistente 
 
Como o exame in vitro não leva em consideração fatores clínicos, o resultado 
sensível nem sempre garante o sucesso clínico, porém o resultado resistente diminui 
muito as chances de sucesso no tratamento com aquele antibiótico. 
 
 4.2 QUANTITATIVO: 
 
 É a determinação da Concentração Inibitória Mínima (MIC - Minimum Inibitory 
Concentration), ou seja, a menor concentração do antibiótico que inibe o crescimento 
bacteriano, o que reflete a potência do antibiótico, padronizada em mg/L. A técnica pode 
ser realizada de três formas: Macrodiluição, Microdiluição ou Gradiente de Difusão. 
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 A macrodiluição em caldo é realizada incubando o microorganismo isolado em 
diferentes caldos com concentrações conhecidas e crescentes de antimicrobianos. É 
utilizada com medida quantitativa da atividade in vitro de um agente antimicrobiano em 
um isolado bacteriano. Fornece a CIM exata após 7-8 diluições. 
 A microdiluição em placa utiliza a mesma técnica da macro, porém em quantidades 
bem menores e são realizadas em placas com as de ELISA. Existem sistemas comerciais 
prontos para uso. 
 
Fonte: Escola Paulista de Medicina - UNIFESP 
 
 
 Gradiente de Difusão (Etest ®): É semelhante a 
disco difusão, porém ao invés de discos com 
concentrações fixas de antibióticos são utilizadas fitas com 
concentrações variáveis de antibióticos e pode-se definir 
então qual a CIM. 
 
 
Fonte: www.probac.com.br 
 
 4.3 SELEÇÃO DE ANTIBIÓTICOS: 
 
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 O laboratório de microbiologia deve selecionar painéis específicos com 
antimicrobianos apropriados para diferentes microorganismos: Painel para 
enterobactérias, para Pseudomonas aeruginosa, para Acinetobacter spp., para 
Staphylococcus spp., para Streptococcus pneumoniae, Streptococcus spp., entre outros. 
É importante que a padronização adotada pelo microbiologista seja informada no laudo. 
Como já foi relatado, no Brasil, os grandes laboratórios já se adequaram à padronização 
sugerida pelo CLSI, que está disponível no site da ANVISA <www.anvisa.gov.br>, 
gratuitamente. 
 
 4.4 ALGUNS EQUIPAMENTOS AUTOMATIZADOS DE IDENTIFICAÇÃO DE 
DETERMINAÇÃO DA CIM: 
 
 
 
 
ESPERMOGRAMA 
 
É um exame indicado na avaliação inicial da infertilidade masculina. Usado também 
para controle de vasectomia. Atualmente o exame é automatizado em laboratórios de 
médio a grande porte, o que aumenta muito a precisão do exame. 
 
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Espermatozóides vistos em microscopia óptica 
Fonte: www.museovirtual.csic.es 
 
Espermatozóides vistos em microscopia eletrônica 
Fonte: www.lablar.com 
 
No método automatizado, as avaliações de motilidade em seus diversos 
parâmetros não apresentam o caráter subjetivo do espermograma. Os dados da 
motilidade são medidos rigorosamente por um sistema estroboscópico de alta precisão e 
computadorizado. Existem dois sistemas de aferição: tamanho e forma conjugados ao 
brilho, que permitem caracterizar os espermatozóides, garantindo a não interferência de 
outros elementos, tais como, hemácias, leucócitos, debris, etc. Para a corretaavaliação 
da contagem de espermatozóides, em pacientes não vasectomizados, é recomendada 
uma segunda coleta no intervalo de uma a três semanas apos a primeira amostra. 
Os novos parâmetros obtidos com o advento da automação são os seguintes, 
segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS): Concentração total de esperma 
(Milhões/mL); Motilidade (%); Motilidade progressiva (%); Motilidade não progressiva (%); 
Imotilidade (%); Morfologia normal (%). Os Parâmetros derivados são: Concentração de 
motilidade do esperma (Milhões/mL); Concentração progressiva da motilidade do 
esperma (Milhões/mL); Concentração do espermatozóide funcional (Milhões/mL); 
Velocidade média dos espermatozóides; SMI - Índice de motilidade do espermatozóide. 
Valores totais por amostra: Espermatozóides totais; Motilidade do espermatozóide; 
Motilidade progressiva do espermatozóide; Totais de espermatozóides funcionais 
 
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Equipamento para realização de espermograma 
Fonte: www.dpcmedlab.com.br 
 
1. INTERPRETAÇÃO DOS NOVOS PARÂMETROS DE MOTILIDADE: 
 
Progressivos: percentual de espermatozóides móveis levando em conta a sua 
velocidade e linearidade. 
Velocidade com trajetória harmonizada: retificação da trajetória real feita pelo 
espermatozóide. 
Velocidade em linha reta: velocidade média em linha reta do começo ao fim da 
trajetória. 
Velocidade curvilinear: percurso efetivamente realizado pelo espermatozóide na 
unidade de tempo (trajetória real). É o elemento de cálculo para a linearidade. 
Amplitude lateral: comprimento total da oscilação da cabeça. Importante porque 
está relacionada com a capacidade de penetração na zona pelúcida do óvulo. 
Freqüência de oscilação: é o número de vezes que o espermatozóide cruza a linha 
ideal por unidade de tempo. É uma medida de sinuosidade (Zig-Zags). 
Linearidade: é a relação entre velocidade em linha reta/velocidade curvilinear. 
Quanto mais o espermatozóide se afasta da Velocidade em linha reta, menor será a sua 
linearidade. 
Elongação: é a relação entre o eixo menor (largura) e maior (comprimento) da 
cabeça do espermatozóide, cujo valor é cerca de 0,6. Quanto maior a elongação, mais 
larga é a cabeça. Quanto menor a elongação, mais estreita é a cabeça, por exemplo, 
forma afilada ou tapering. É uma referência para a morfologia. 
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 O esperma é uma mistura de espermatozóides, secreção da próstata, secreção 
das vesículas seminíferas e secreção das glándulas bulbo-uretrais, formando um líquido 
viscoso, denominado ejaculado. 
Caracteres Físico-Químicos Analisados: Liquefação do coágulo, Aspecto e cor, 
Volume, Viscosidade, pH. 
Liquefação do Coágulo: É completa em 30 minutos. Os demais parâmetros são 
realizados após a liquefação do coágulo. 
Aspecto e Cor: A amostra normal tem aparência homogênea, ligeiramente 
opalescente e de cor branca a branca amarelada. 
Volume: Valores normais se situam entre 2,0 ml a 5,0 ml. Valores inferiores a 1,0 
ml são insatisfatórios. Procedimento a ser adotado - Solicitar nova coleta, observando o 
período de abstinência (3 a 5 dias). 
Viscosidade: É normal quando o sêmen pinga gota à gota, de um volume aspirado 
em pipeta de 5,0 ml, inclinada em ângulo de 45º. 
pH: Amostras normais são ligeiramente alcalinas, situando-se entre pH de 7,2 – 
8,0. 
Aglutinação: Sua presença é anormal. Sugere causa imunológica de infertilidade. 
Em amostras com número elevado de espermatozóides, é comum haver aglutinação. 
Contagem dos Espermatozóides: Normal de 20 a 200 milhões/mL, sendo 
classificado como Polizoospérmico (superior a 200 milhões/mL), Oligozoospérmico 
(inferior a 20 milhões/mL), Azoospermia (ausência de Espermatozóides). 
Morfologia: Avalia a capacidade funcional dos testículos e a capacidade de 
fecundação. É satisfatório um mínimo de 30% de formas ovais normais 
Outros Elementos: Leucócitos (indicativo de infecção/inflamação), Hemácias 
(sangue), Células do Epitélio Germinativo (produção de células pelos testículos). 
 
 2. PARÂMETRO ESTRITO (KRUGER): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Teste complementar ao espermograma na avaliação da infertilidade masculina. 
Alguns pacientes podem apresentar concentração e motilidade normais de 
espermatozóides, mas apresentarem morfologia abaixo do normal (teratospermia). Kruger 
e colaboradores descrevem que quando a morfologia estrita é inferior a 14%, a taxa de 
fertilização por oócito é inferior a 37%, sem ocorrência de gravidez. A taxa de fertilização 
por oócito é superior a 82% quando a morfologia estrita é superior a 14%. A presença de 
células germinativas e leucócitos são também detalhadas nesta morfologia. 
 
3. ÁCIDO CÍTRICO: 
 
O ácido cítrico é produzido pela próstata. Tem sua produção dependente da 
atividade hormonal e está ligado ao processo de coagulação e liquefação do esperma. 
Níveis baixos de ácido cítrico correlacionam-se com a liquefação parcial ou ausência de 
líquido espermático. Os níveis estão reduzidos em casos de prostatites. 
 
4. FRUTOSE: 
 
Produzida na vesícula seminal, é o principal elemento do metabolismo e motilidade 
dos espermatozóides. Há correlação entre oligozoospermia e níveis baixos de frutose. 
Uma alimentação rica em carboidratos eleva rapidamente os níveis de frutose seminal. 
Valores baixos ocorrem nos processos inflamatórios ou infecciosos na vesícula seminal. 
 
 
 
 
 
 
 
LÍQUIDO CEFALORAQUIDIANO – LCR/LÍQUOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O líquido cefalorraquidiano (LCR) é formado principalmente pelos plexos coróides. 
Nos adultos, é produzido a uma taxa de 20 mL/h, o que corresponde a aproximadamente 
500 mL/24 h. Como o volume do LCR é de cerca de 100 a 150 mL, isso significa que de é 
renovado em média a cada 6 horas. Entre as suas diferentes funções, a principal é 
proteger mecanicamente o tecido cerebral. Além disso, atua como um lubrificante, 
evitando atrito com o crânio, realiza a coleta de resíduos, faz circularem nutrientes e varia 
sua produção de acordo com a pressão intracraniana. A composição do liquor é 
controlada pelas barreiras hematoencefálica e hematoliquórica, que também protegem 
contra a invasão de agentes externos. 
 
1. EXAME MICROSCÓPICO: 
 
 O liquor normal é límpido, cristalino, inodoro e com aspecto de água de rocha. De 
acordo com as diferentes patologias, essas características se alteram. Apresenta-se 
opalescente ou turvo pelo aumento de bactérias, fungos, hemácias e leucócitos. A cor é 
resultante da presença de bilirrubina, hemácias, hemoglobina, leucócitos ou proteínas. 
Na hemorragia subaracnóidea, o aspecto é hemorrágico vermelho turvo. Essa 
coloração também poderá ocorrer nos acidentes de punção. A presença de coágulo nos 
acidentes de punção, o aspecto do sobrenadante após centrifugação, que nas 
hemorragias se apresenta xantocrômico, enquanto nos acidentes é límpido, também 
auxiliam no diagnóstico diferencial. 
Nas meningites bacterianas, o liquor apresenta-seturvo, amarelo e, por vezes, 
xantocrômico, após centrifugação. Já nos casos de meningites virais, a cor geralmente 
varia de esbranquiçada a incolor após a centrifugação. 
 
 
 
2. EXAME BIOQUÍMICO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Cloro: Qualquer condição que altere os níveis séricos de cloreto também irá afetar 
o nível de cloreto no LCR. Os cloretos no LCR são normalmente 1 a 2 vezes maiores do 
que os séricos. Níveis diminuídos são encontrados nas meningites tuberculosa e 
bacteriana e na criptococose. 
Glicose: Os níveis de glicose no LCR correspondem a cerca de 2/3 da glicose 
sangüínea de jejum. São considerados valores anormais de glicose no LCR resultados 
inferiores a 40 mg/dL. A diminuição dos níveis da glicose no líquor é um dado importante 
no diagnóstico das meningites bacteriana, tuberculosa e fúngica, nas quais encontramos 
geralmente valores baixos a muito baixos. Já nas meningites virais, os níveis variam de 
normais a discretamente baixos. Níveis elevados de glicose no LCR não possuem 
significado clínico, refletindo aumento dos níveis da glicemia sistêmica. Acidentes de 
punção podem, ocasionalmente, causar aumento da glicose no LCR. 
Proteína: Das proteínas encontradas no liquor, mais de 80% são provenientes do 
plasma. Normalmente, equivalem a valores inferiores a 1% do nível sangüíneo. O 
aumento dos níveis liquóricos de proteínas é um bom indicador, embora não-específico, 
da presença de doença. 
As proteínas no LCR podem estar elevadas em diferentes patologias, como 
meningites, especialmente as bacterianas, doenças neurológicas, hemorragias e tumores, 
entre outras. A elevação pode ser decorrente da alteração da permeabilidade da barreira 
hematoencefálica, de diminuição dos mecanismos de reabsorção, de uma obstrução 
mecânica do fluxo do LCR. 
Os níveis podem estar diminuídos em crianças entre 6 meses e 2 anos de idade. É 
importante lembrar a variação da concentração de proteína de acordo com o local da 
punção, pois os valores encontrados são menores nos ventrículos e maiores na região 
lombar, assim como também ocorrem drásticas variações nos recém-natos. 
 
 3. EXAME CITOLÓGICO: 
 
A análise citológica do LCR é composta de duas etapas distintas: a citometria, em 
que é feita a análise quantitativa das células, e a citologia, em que é feita a contagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
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diferencial em lâmina corada. Cabe lembrar a importância do exame citológico nas 
meningopatias leucêmicas (mais freqüente na leucemia linfoblástica aguda), tanto no 
diagnóstico como no acompanhamento do tratamento. 
As meningites bacterianas agudas apresentam grande celularidade (geralmente 
acima de 500 leucócitos/mm3) e com predomínio de polimorfonucleares. Já as de origem 
viral, fúngica ou tuberculosa apresentam celularidade menor e um predomínio de células 
mononucleares, podendo no entanto, nas primeiras 24/36 horas manter um predomínio de 
polimorfonucleares. 
 
CITOMETRIA CITOLOGIA 
Adultos Até 5 leucócitos/mm3 0 hemácias/mm3 
Recém-nascidos Até 30 leucócitos/mm3 0 hemácias/mm3 
1 mês a 1 ano Até 10 leucócitos/mm3 0 hemácias/mm3 
1 ano a 4 anos Até 8 leucócitos/mm3 0 hemácias/mm3 
Acima de 5 anos Até 5 leucócitos/mm3 0 hemácias/mm3 
POLIMORFONUCLEARES 
 
Adultos Crianças 
 2% 10% 
 
MONONUCLEARES 
 
Adultos Crianças 
 98% 90% 
 
4. OUTRAS AVALIAÇÕES: 
 
Índice de Imunoglobulina líquor/soro: Doenças neurológicas, HIV, miningites 
fúngicas. 
Eletroforese de Proteínas: Esclerose múltipla, infecções do sistema nervoso 
central, síndrome de Guilain-Barré, mielite transversa, carcinomatose menóngea. 
Ácido Lático: Diagnóstico diferencial etiológico de meningites e traumatismo 
craniano. 
Creatinofosfoquinase: Tumores, acidentes vasculares, meningites, convulsões, 
traumatismo craniano. 
Desidrogenase Láctica: Lesão cerebral por hipóxia, diferencial de acidente de 
punção e hemorragias, meningites bacterianas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Outros: VDRL/FTA-Abs, Vírus HIV, Toxoplasmose, Gram e culturas e a pesquisa 
de antígenos bacterianos rápidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------ FIM MÓDULO VI ----- 
 
 
------ FIM DO CURSO ------ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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