Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
4.17 REAÇÕES QUÍMICAS DOS ALCANOS 1. Ligações C—C e C—H são fortes ⇒⇒⇒⇒ alcanos são inertes a muitos reagentes. 1) Ligações C—H nos alcanos são apenas levemente polarizadas ⇒⇒⇒⇒ não são afetados pela maioria das bases. 2) As moléculas dos alcanos não apresentam pares de elétrons livres para oferecer sítios de ataque para ácidos. 3) Parafinas (Latin: parum affinis, pouca afinidade). 2. Reatividade dos alcanos: 1) Alcanos reagem vigorosamente com oxigênio quando uma mistura apropriada é inflamada —— combustão. 2) Alcanos reagem com cloro e bromo quando aquecidos, e reagem explosivamente com o flúor. 10.3 Reações dos alcanos com halogênios 1. Metano, etano e outros alcanos reagem com flúor, cloro e bromo. 1) Não reagem apreciavelmente com iodo. 2) A reação com o metano produz uma mistura de halometanos e HX. H C H H H H C X H X H C X X X X C X X XH C H H X+ + + + + H XX2 heat or (The sum of the number of moles of each halogenated methane produced equals the number of moles of methane that reacted.) light Methane Halogen Halo- methane Dihalo- methane Trihalo- methane Tetrahalo- methane Hydrogen halide 2. A Halogenação de um alcano é uma reação de substituição. R–H + X2 R–X + H–X 10.3A REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO MÚLTIPLA VERSUS SELETIVIDADE 1. Quase sempre ocorrem substituições múltiplas. 2. Cloração do metano: 1) No início, os únicos compostos presentes na mistura são cloro e metano ⇒⇒⇒⇒ a única reação que ocorre é aquela que produz clorometano e cloreto de hidrogênio. H C H H H H C H H Cl+ +Cl2 H Cl heat or light 2) Com o progresso da reação, a concentração de clorometano na mistura aumenta e uma segunda reação de substituição começa a ocorrer ⇒⇒⇒⇒ clorometano reage com cloro produzindo diclorometano. H C H H Cl H C H Cl Cl+ +Cl2 H Cl heat or light 3) O diclorometano pode então reagir formando triclorometano. 4) O triclorometano, ao se acumular na mistura, pode reagir produzindo tetraclorometano. 3. A cloração de alcanos superiores fornece uma mistura de produtos monoclorados isoméricos e de compostos poli-halogenados. 1) O cloro não é seletivo ⇒⇒⇒⇒ não discrimina diferentes tipos de átomos de hidrogênio (1°, 2°, e 3°) no alcano. CH3CHCH3 light Cl2 CH3 CH3CHCH2Cl CH3 CH3CHCH3 CH3 + H Cl+ + polychlorinated products Cl Isobutane Isobutyl chloride tert-Buty chloride (23%) (48%) (29%) 4. A cloração de alcanos geralmente fornece uma mistura complexa de produtos ⇒⇒⇒⇒ não é um método sintético útil para a preparação de um cloreto de alquila específico. 1) Halogenação de um alcano (ou cicloalcano) com hidrogênios equivalentes: H3C C CH3 CH3 CH3 H3C C CH3 CH3 CH2Cl+ +Cl2 H Cl heat or light Neopentane Neopentyl chloride (excess) 5. O Bromo é geralmente menos reativo frente a alcanos ⇒⇒⇒⇒ a bromação é mais regio-seletiva. 10.4 Cloração do metano: Mecanismo de reação 1. Observações experimentais importantes sobre a halogenação de alcanos: CH4 + Cl2 CH3Cl + HCl (+ CH2Cl2, CHCl3, and CCl4) 1) A reação é promovida pelo calor ou pela luz. i) À temperatura ambiente metano e cloro não reagem a uma velocidade perceptível, desde que a mistura seja mantida no escuro. ii) Reagem se a mistura gasosa for irradiada com luz UV iii) Reagem no escuro se a mistura for aquecida a mais de 100°C. 2) A reação promovida pela luz é altamente eficiente. 10.1A PRODUÇÃO DE RADICAIS 1. Deve ser fornecida energia através de aquecimento ou por irradiação com luz para causar homólise de ligações covalentes. 1) Homólise de peróxidos: R O RO R O heat 2 Dialkyl peroxide Alkxoyl radicals 2) Homólise de moléculas de halogênios: aquecimento ou irradiação com luz de um determinado comprimento de onda que pode ser absorvido pelas moléculas do halogênio. 2 homolysis heat or light X X X 10.1B REAÇÕES DE RADICAIS: 1. A maioria dos radicais pequenos tem vida curta, sendo espécies altamente reativas. 2. Reagem de modo a compartilhar seu elétron desemparelhado. 1) Abstração de um átomo de uma outra molécula: i) abstração de hidrogênio: Reação geral: H R+ + R Alkane Alkyl radical X X H Exemplo específico: Methane Methyl radical H CH3+ + CH3Cl HCl 2) Adição a um composto contendo uma ligação múltipla produzindo um novo radical Alkene New radical C C C C RR Tabela 10.1 Energias de dissociação homolítica de ligações simples ∆∆∆∆H° a 25°C A B A + B Ligação rompida (mostrada em vermelho) kJ mol –1 Ligação rompida (mostrada em vermelho) kJ mol –1 H–H 435 (CH3)2CH–Br 285 D–D 444 (CH3)2CH–I 222 F–F 159 (CH3)2CH–OH 385 Cl–Cl 243 (CH3)2CH–OCH3 337 Br–Br 192 (CH3)2CHCH2–H 410 I–I 151 (CH3)3C–H 381 H–F 569 (CH3)3C–Cl 328 H–Cl 431 (CH3)3C–Br 264 H–Br 366 (CH3)3C–I 207 H–I 297 (CH3)3C–OH 379 CH3–H 435 (CH3)3C–OCH3 326 CH3–F 452 C6H5CH2–H 356 CH3–Cl 349 CH2=CHCH2–H 356 CH3–Br 293 CH2=CH–H 452 CH3–I 234 C6H5–H 460 CH3–OH 383 C HHC 523 CH3–OCH3 335 CH3–CH3 368 CH3CH2–H 410 CH3CH2–CH3 356 CH3CH2–F 444 CH3CH2CH2–H 356 CH3CH2–Cl 341 CH3CH2–CH2CH3 343 CH3CH2–Br 289 (CH3)2CH–CH3 351 CH3CH2–I 224 (CH3)3C–CH3 335 CH3CH2–OH 383 HO–H 498 CH3CH2–OCH3 335 HOO–H 377 CH3CH2CH2–H 410 HO–OH 213 CH3CH2CH2–F 444 (CH3)3CO–OC(CH3)3 157 CH3CH2CH2–Cl 341 CH3CH2CH2–Br 289 CH3CH2CH2–I 224 C6H5CO OCC6H5 O O 139 CH3CH2CH2–OH 383 CH3CH2O–OCH3 184 CH3CH2CH2–OCH3 335 CH3CH2O–H 431 (CH3)2CH–H 395 (CH3)2CH–F 439 364 (CH3)2CH–Cl 339 CH3C H O 10.2 Energias de dissociação homolítica das ligações 1. A formação da ligação é um processo exotérmico: H• + H• H–H ∆∆∆∆H° = – 435 kJ mol–1 Cl• + Cl• Cl–Cl ∆∆∆∆H° = – 243 kJ mol–1 2. A quebra da ligação é um processo endotérmico: H–H H• + H• ∆∆∆∆H° = + 435 kJ mol–1 Cl–Cl Cl• + Cl• ∆∆∆∆H° = + 243 kJ mol–1 3. As energias de dissociação homolítica das ligações, ∆∆∆∆H°, do hidrogênio e do cloro são: H–H Cl–Cl (∆∆∆∆H° = 435 kJ mol–1) (∆∆∆∆H° = 243 kJ mol–1) 10.2A ENERGIAS DE DISSOCIAÇÃO HOMOLÍTICA DE LIGAÇÕES E CALORES DE REAÇÃO: 1. As energias de dissociação das ligações podem ser usadas para calcular a variação de entalpia (∆H°) para uma reação. 1) Para a quebra da ligação ∆∆∆∆H° é positivo e para formação da ligação ∆∆∆∆H° é negativo. + H ClH H Cl Cl 2 ∆∆∆∆H° = 435 kJ mol–1 ∆∆∆∆H° = 243 kJ mol–1 (∆∆∆∆H° = 431 kJ mol–1) × 2 +678 kJ mol–1 são necessários – 862 kJ mol–1 são envolvidos para a clivagem das ligações. na formação da ligação. i) De modo global, a reação é exotérmica: ∆H° = (– 862 kJ mol–1 + 678 kJ mol–1) = – 184 kJ mol–1 ii) Para o cálculo, assumimos o seguinte caminho: H–H 2 H• Cl–Cl 2 Cl• 2 H• + 2 Cl• 2 H–Cl 10.4A UM MECANISMO PARA A REAÇÃO DE HALOGENAÇÃO: 1. As reações de halogenação dos alcanos ocorrem através de um mecanismo de radical. 2. Primeira etapa ⇒⇒⇒⇒ dissociação de uma molécula de halogênio por aquecimento ou luz. 1) A cloroção do metano ocorre a uma freqüência de luz que é absorvida pelas moléculas de cloro e não pelas moléculas do metano. Um mecanismo para a reação: Cloração do metano por via radicalar Reação: CH4 + Cl2 heat or light CH3Cl + HCl Mecanismo: Etapa 1 (iniciação da cadeia –– radicais são criados) Cl Cl heat or light + Under the influence of heat or light a molecule of chlorine dissociates; each atom takes oneof the bonding electrons. This step produces two highly reactive chlorine atoms. Cl Cl Etapa 2 (propagação da cadeia –– um radical gera outro radical) + H C H H H C+ H H H A chlorine atom abstracts a hydrogen atom from a methane molucule. This step produces a molecule of hydrogen chloride and a methyl radical. Cl HCl Etapa 3 (propagação da cadeia –– um radical gera outro radical) A methyl radical abstracts a chlorine atom from a chlorine molecule. This step produces a molecule of methyl chloride and a cholrine atom. The chlorine atom can now cause a repetition of Step 2. + C + H H H CH H H Cl Cl ClCl 3. Com a repetição das etapas 2 e 3, moléculas de clorometano e HCl são produzidas ⇒⇒⇒⇒ reação em cadeia. 4. Etapas de finalização da cadeia: consomem um ou ambos intermediários reativos. +CH H H Cl C H H H Cl +CH H H C H H H C H H H C H H H +Cl Cl Cl Cl 5. Mecanismo para a formação de CH2Cl2: Etapa 2a + H C H Cl H C+ Cl H H Cl HCl Etapa 3a + C + H Cl H CCl H H Cl Cl ClCl 10.5 Cloração do metano: variações de energia 1. O calor de reação para cada etapa individual da cloração é: Iniciação da cadeia Etapa 1 Cl–Cl 2 Cl• ∆∆∆∆H° = + 243 kJ mol–1 (∆∆∆∆H° = 243) Propagação da cadeia Etapa 2 CH3–H + •Cl CH3• + H–Cl ∆∆∆∆H° = + 4 kJ mol–1 (∆∆∆∆H° = 435) (∆∆∆∆H° = 431) Etapa 3 CH3• + Cl–Cl CH3–Cl + •Cl ∆∆∆∆H° = – 106 kJ mol–1 (∆∆∆∆H° = 243) (∆∆∆∆H° = 349) Finalização da cadeia CH3• + •Cl CH3–Cl ∆∆∆∆H° = – 349 kJ mol–1 (∆∆∆∆H° = 349) CH3• + CH3• CH3–CH3 ∆∆∆∆H° = – 368 kJ mol–1 (∆∆∆∆H° = 368) •Cl + •Cl Cl–Cl ∆∆∆∆H° = – 243 kJ mol–1 (∆∆∆∆H° = 243) 2. Na etapa de iniciação da cadeia ocorre a dissociação de moléculas de cloro, etapa altamente endotérmica. 3. Nas etapas de finalização da cadeia ocorre apenas formação de ligações, altamente exotérmicas. 4. Nas etapas de propagação da cadeia ocorrem quebra e formação de ligações. 5. A soma das etapas de propagação da cadeia produz a equação global para a cloração do metano: CH3–H + •Cl CH3• + H–Cl ∆∆∆∆H° = + 4 kJ mol–1 CH3• + Cl–Cl CH3–Cl + •Cl ∆∆∆∆H° = – 106 kJ mol–1 CH3–H + Cl–Cl CH3–Cl + H–Cl ∆∆∆∆H° = – 102 kJ mol–1 1) A soma dos valores de ∆H° para as etapas de propagação da cadeia fornece o valor global de ∆H° para a reação. 10.5B ENERGIAS DE ATIVAÇÃO: 1. É frequente correlacionar as velocidades de reação com as energias de ativação, Eact, ao invés de utilizar as energias livres de ativação, ∆∆∆∆G‡. 2. Eact e ∆∆∆∆G‡ são intimamente relacionadas e ambas medem a diferença de energia entre os reagentes e o estado de transição. 1) Para uma energia de ativação baixa ⇒⇒⇒⇒ a reação ocorre rapidamente 2) Para uma energia de ativação alta ⇒⇒⇒⇒ a reação ocorre lentamente 3. Energia de ativação para cada etapa da cloração: Iniciação da cadeia Etapa 1 Cl2 2 Cl• Eact = + 243 kJ mol–1 Propagação da cadeia Etapa 2 CH3–H + •Cl CH3• + H–Cl Eact = + 16 kJ mol–1 Etapa 3 CH3• + Cl–Cl CH3–Cl + •Cl Eact = ~ 8 kJ mol–1 1) A energia de ativação deve ser determinada através de outros dados experimentais. 2) A energia de ativação não pode ser medida diretamente –– deve ser calculada. 4. Princípios para estimar as energias de ativação: 1) Qualquer reação na qual há quebra de ligação irá apresentar energia de ativação maior que zero. i) Isto é verdadeiro mesmo se uma ligação mais forte se formar e a reação for exotérmica. ii) A quebra e a formação de ligações não ocorrem simultaneamente no estado de transição. iii) A formação da ligação é posterior e sua energia não está totalmente disponível para o rompimento da ligação. 2) As energias de ativação das reações endotérmicas que envolvem a formação e a quebra de ligações serão maiores que o calor da reação, ∆∆∆∆H°. CH3–H + •Cl CH3• + H–Cl ∆∆∆∆H° = + 4 kJ mol–1 (∆∆∆∆H° = 435) (∆∆∆∆H° = 431) Eact = + 16 kJ mol–1 CH3–H + •Br CH3• + H–Br ∆∆∆∆H° = + 69 kJ mol–1 (∆∆∆∆H° = 435) (∆∆∆∆H° = 366) Eact = + 78 kJ mol–1 i) Nas duas reações acima, a energia liberada na formação da ligação é menor que a energia necessária para a quebra da outra ligação ⇒⇒⇒⇒ são reações endotérmicas. Figura 10.3 Diagramas de energia potencial (a) para a reação de um átomo de cloro com o metano (b) para a reação de um átomo de bromo com o metano 3) A energia de ativação de uma reação em fase gasosa onde as ligações são rompidas homoliticamente mas nenhuma ligação é formada é igual a ∆∆∆∆H°. Cl–Cl 2 •Cl ∆∆∆∆H° = + 243 kJ mol–1 (∆∆∆∆H° = 243) Eact = + 243 kJ mol–1 Figura 10.4 Diagrama de energia potencial para a dissociação de uma molécula de cloro em átomos de cloro. 4) A energia de ativação para uma reação em fase gasosa em que os radicais se combinam para formar moléculas é igual a zero. 2 CH3• CH3–CH3 ∆∆∆∆H° = – 368 kJ mol–1 (∆∆∆∆H° = 368) Eact = 0 kJ mol–1 Figura 10.5 Diagrama de energia potencial para a combinação de dois radicais metila formando uma molécula de etano. 10.5C REAÇÃO DO METANO COM OUTROS HALOGÊNIOS: 1. A reatividade de uma substância em relação a outra é medida pela velocidade na qual as duas substâncias reagem. 1) O flúor é o mais reativo –– é tão reativo que sem cuidados especiais as misturas de flúor e metano explodem. 2) O cloro é o segundo mais reativo –– a cloração do metano pode ser controlada pelo controle cuidadoso do calor e da luz. 3) O bromo é muito menos reativo frente ao metano que o cloro. 4) O iodo é tão pouco reativo frente ao metano que para fins práticos podemos dizer que não há reação. 2. A reatividade dos halogênios frente ao metano pode ser explicada através de ∆H° e Eact para cada etapa: 1) FLUORAÇÃO: ∆∆∆∆H° (kJ mol–1) Eact (kJ mol–1) Iniciação da cadeia F2 2 F• + 159 + 159 Propagação da cadeia F• + CH3–H H–F + CH3• – 134 + 5.0 CH3• + F–F CH3–F + F• – 293 pequeno ∆∆∆∆H° global = – 427 i) As energias de ativação baixas para as etapas de propagação da cadeia e o elevado calor global da reação ⇒⇒⇒⇒ explicam a alta reatividade do flúor frente ao metano. 2) CLORAÇÃO: ∆∆∆∆H° (kJ mol–1) Eact (kJ mol–1) Iniciação da cadeia Cl2 2 Cl• + 243 + 243 Propagação da cadeia Cl• + CH3–H H–Cl + CH3• + 4 + 16 CH3• + Cl–Cl CH3–Cl + Cl• – 106 pequeno ∆∆∆∆H° global = – 102 i) A maior energia de ativação envolvida na primeira etapa de propagação da cadeia (16 kJ mol–1),contra a baixa energia de ativação (5.0 kJ mol–1) na fluoração, explica parcialmente a menor reatividade do cloro. 3) BROMAÇÃO: ∆∆∆∆H° (kJ mol–1) Eact (kJ mol–1) Iniciação da cadeia Br2 2 Br• + 192 + 192 Propagação da cadeia Br• + CH3–H H–Br + CH3• + 69 + 78 CH3• + Br–Br CH3–Br + Br• – 100 pequeno ∆∆∆∆H° global = – 31 i) A etapa de extração do átomo de hidrogênio na bromação apresenta energia de ativação muito elevada (Eact = 78 kJ mol–1) ⇒⇒⇒⇒ apenas uma pequena fração das colisões entre átomos de bromo e moléculas de metano irão ser energeticamente eficazes, mesmo a temperatura de 300 °C. ii) O bromo é muito menos reativo que o cloro frente ao metano, apesar da reação ser ligeiramente exotérmica. 4) IODAÇÃO: ∆∆∆∆H° (kJ mol–1) Eact (kJ mol–1) Iniciação da cadeia I2 2 I• + 151 + 151 Propagação da cadeia I• + CH3–H H–I + CH3• + 138 + 140 CH3• + I–I CH3–I + I• – 84 pequeno ∆∆∆∆H° global = + 54 i) A ligação I–I é mais fraca que a ligação F–F ⇒⇒⇒⇒ a etapa inicial não é a responsável pela ordem de reatividade: F2 > Cl2 > Br2 > I2. ii) A etapa de abstração do átomo de hidrogênio (primeira etapa de propagação da cadeia) determina a ordem de reatividade. iii) A energia de ativação para a primeira etapa de propagação da cadeia (140 kJ mol–1) é tão elevada que apenas duas colisões de cada 1012 tem energia suficiente para produzir reação a 300 °C. 10.6 Halogenação de alcanos superiores 1. O etano reage com cloro produzindo cloroetano: Um mecanismo para a reação: Cloração radicalar do etano Reação: CH3CH3 + Cl2 heat or light CH3CH2Cl + HCl Mecanismo: Iniciação Cl Cl heat or light +Cl Cl Propagação da cadeia Etapa 2 CH3CH2 H + Cl CH3CH2 Cl H+ Etapa 3 CH3CH2 + Cl Cl CH3CH2 Cl + Cl Propagação da cadeia continua com as etapas 2, 3, 2, 3, e assim por diante. Finalização da cadeia CH3CH2 + Cl CH3CH2 Cl CH3CH2 + CH2CH3 CH3CH2 CH2CH3 +Cl Cl Cl Cl 2. A cloração da maioria dos alcanos superiores (mais de dois átomos de carbono) resulta em uma mistura de produtos monoclorados isoméricos (além de compostos altamente clorados). 1) Os percentuais mostrados abaixo baseiam-se na quantidade total de produtos monoclorados formados em cada reação. CH3CH2CH3 CH3CH2CH2Cl + CH3CHCH3 Cl Cl2 Propane Propyl chloride Isopropyl chloride light, 25 oC (45%) (55%) CH3CCH3 CH3 CH3CHCH3 CH3 CH3CHCH2Cl CH3 + Cl Isobutane Isobutyl chloride tert-butyl chloride (63%) (37%) Cl2 light, 25 oC CH3CCH2CH3 CH3 H ClCH2CCH2CH3 CH3 CH3CCH2CH3 CH3 Cl CH3CCHCH3 CH3 CH3CCH2CH2Cl CH3 + + Cl 2-Methylbutane 1-Chloro-2methyllbutane 2-Chloro-2-methylbutane 2-Chloro-3-meyhylbutane (30%) (22%) (33%) (15%) 1-Chloro-3-methylbutane Cl2 300 oC + 2) Os átomos de hidrogênio 3° de um alcano são mais reativos, hidrogênios 2° são os próximos, e hidrogênios 1° são os menos reativos. 3) A quebra de uma ligação C–H 3° requer a menor energia, a quebra de uma ligação C–H 1° requer maior energia. 4) A etapa em que a ligação C–H é quebrada determina a localização ou a orientação da cloração ⇒⇒⇒⇒ a Eact para abstrair um hidrogênio 3° deve ser menor que a Eact para abstrair um hidrogênio 1°. 5) As diferenças nas velocidades com que os átomos de hidrogênio 1°, 2°, e 3° são substituídos por cloro não são grandes ⇒⇒⇒⇒ o cloro não discrimina entre os diferentes tipos de átomos de hidrogênio o que não torna a cloração de alcanos superiores um método útil nas sínteses de laboratório. 10.6A SELETIVIDADE DO BROMO 1. O bromo é menos reativo frente a alcanos do que o cloro, porém o bromo é mais seletivo no sítio de ataque quando reage. 2. A reação do isobutano com o bromo fornece uma substituição do átomo de hidrogênio 3° quase exclusiva. CH3CCH2H CH3 H CH3CCH3 CH3 CH3CHCH2Br CH3 + Br (trace)(>99%) Br2 light, 127 oC i) Para a cloração do isobutano temos: CH3CCH2H CH3 H CH3CCH3 CH3 CH3CHCH2Cl CH3 + Cl (63%)(37%) Cl2 hν, 25 oC 3. O flúor é muito mais reativo que o cloro ⇒⇒⇒⇒ o flúor é ainda menos seletivo que o cloro. 10.2B ENERGIAS DE DISSOCIAÇÃO HOMOLÍTICA DAS LIGAÇÕES E ESTABILIDADE DE RADICAIS: 1. As energias de dissociação das ligações podem ser usadas para estimar as estabilidades relatives dos radicais. 1) ∆H° para ligações C–H 1° e 2° do propano: CH3CH2CH2–H (CH3)2CH–H (∆∆∆∆H° = 410 kJ mol–1) (∆∆∆∆H° = 395 kJ mol–1) 2) ∆H° para as reações: CH3CH2CH2–H CH3CH2CH2• + H• ∆∆∆∆H° = + 410 kJ mol–1 radical propila (um radical 1°) (CH3)2CH–H (CH3)2CH• + H• ∆∆∆∆H° = + 395 kJ mol–1 radical isopropila (um radical 2°) 3) As duas reações envolvem o mesmo alcano (propano) e ambas produzem um radical alquila e um átomo de hidrogênio. 4) Diferem na quantidade de energia requerida e no tipo de radical (carbono) produzido. 2. Os radicais alquila são classificados em 1°, 2° ou 3° de acordo com o átomo de carbono que apresenta o elétron desemparelhado. 1) Maior energia deve ser fornecida para produzir um radical alquila 1° do que é necessária para produzir um radical alquila 2° a partir do mesmo composto ⇒⇒⇒⇒ radical 1° possui maior energia potencial ⇒⇒⇒⇒ radical 2° é o mais estável. 3. Comparação entre o radical ter-butila (um radical 3°) e o radical isobutila (um radical 1°) em relação ao isobutano: 1) O radical 3° é mais estável que o radical 1° por 29 kJ mol–1. H3C C CH3 CH2 H H CH3CCH3 CH3 + tert-Butyl radical (a 3o radical) H ∆∆∆∆H°= + 381kJ mol–1 CH3CCH2 CH3 H Isobutyl radical (a 1o radical) + HH3C C CH3 CH2 H H ∆∆∆∆H° = + 410 kJ mol–1 1o radical 2o radical PE PE 15 kJ mol−1 CH3CH2CH2 3o radical ∆Ho = +381 kJ mol−1 ∆Ho = +410 kJ mol−1 CH3CHCH3 CH3CCH3 CH3CHCH2 29 kJ mol−1 1o radical CH3 CH3 CH3 CH3CH2CH2 + H CH3CHCH3+ H + H ∆Ho = +410 kJ mol−1 ∆Ho = +395 kJ mol−1 + H Figura 10.1 (a) Comparação de energias potenciais entre os radicais propila (+H•) e isopropila (+H•) relativos ao propano. O radical isopropila (2°) é mais estável que o propila (1°) por 15 kJ mol–1. (b) Comparação de energias potenciais entre os radicais ter-butila (+H•) e isobutila (+H•) relativos ao isobutano. O radical 3° é mais estável que o 1° por 29 kJ mol–1. 4. Estabilidades relativas dos radicais alquila: > > > Tertiary > Secondary > Primary> Methyl CC C C CC H C CC H H CH H H 4.18 SYNTHESIS OF ALKANES AND CYCLOALKANES 4.18A HYDROGENATION OF ALKENES AND ALKYNES 1. Catalytic hydrogenation: 1) Alkenes and alkynes react with hydrogen in the presence of metal catalysts such as nickel, palladium, and platinum to produce alkanes. General Reaction C C + H H C C H H Pt, Pd, or Ni solvent, Alkene Alkane pressure C C + 2 H2 C C H H H H Alkyne Alkane Pt, Pd, or Ni solvent, pressure 2) The reaction is usually carried out by dissolving the alkene or alkyne in a solvent such as ethyl alcohol (C2H5OH), adding the metal catalyst, and then exposing the mixture to hydrogen gas under pressure in a special apparatus. Specific Examples CH3CH CH2 + H H CH3CH CH2 H Ni propene propane (25 oC, 50 atm) C2H5OH H C CH3 CH2H3C + C CH3 CH2H3C H H 2-Methylpropene Isobutane H H Ni (25 oC, 50 atm) C2H5OH + H2 Cyclohexene Cyclohexane Ni (25 oC, 50 atm) C2H5OH 2 H2 O+ Pd ethyl acetate 5-Cyclononynone Cyclononanone O 4.18B REDUCTION OF ALKYL HALIDES 1. Most alkyl halides react with zinc and aqueous acid to produce an alkane. General Reaction R X Zn HX ZnX2+ + R H + R X Zn, HX R H (−ZnX2) or* 1) *Abbreviated equations for organic chemical reactions: i) The organic reactant is shown on the left and the organic product on the right. ii) The reagents necessary to bring about the transformation are written over (or under) the arrow. iii) The equations are often left unbalanced, and sometimes by- products (in this case, ZnX2) are either omitted or are placed under the arrow in parentheses with a minus sign, for example, (–ZnX2). Specific Examples 2 Zn 2 CH3CH2CHCH3 H ZnBr2+ sec-Butyl bromide (2-bromobutane) Butane HBrCH3CH2CHCH3 Br 2 CH3CHCH2CH2 2 + Isopentyl bromide CH3 Br Zn HBr CH3CHCH2CH2 CH3 H (1-bromo-3-methylbutane) Isopentane (2-methylbutane) ZnBr2 2. The reaction is a reduction of alkyl halide: zinc atoms transfer electrons to the carbon atom of the alkyl halide. 1) Zinc is a good reducing agent. 2) The possible mechanism for the reaction is that an alkylzinc halide forms first and then reacts with the acid to produce the alkane: Zn + R X δ+ δ−−−− R XZn2+ −−−− −−−− R H + + 2 Reducing agent Alkylzinc halide Alkane HX Zn2+ X −−−− 4.18C ALKYLATION OF TERMINAL ALKYNES 1. Terminal alkyne: an alkyne with a hydrogen attached to a triply bonded carbon. 1) The acetylenic hydrogen is weakly acidic (pKa ~ 25) and can be removed with a strong base (e.g. NaNH2) to give an anion (called an alkynide anion or acetylide ion). 2. Alkylation: the formation of a new C—C bond by replacing a leaving group on an electrophile with a nucleophile. General Reaction C C HR NaNH2 (−−−−NH3) C C Na+R −−−− (−−−−NaX) C C R'R R' X An alkyne Sodium amide An alkynide anionR' must be methyl or 1° and unbranched at the second carbon Specific Examples C C HH NaNH2 (−−−−NH3) C C Na+H −−−− (−−−−NaX) C C CH3H H3C X Ethyne Ethynide anion Propyne (acetylene) (acetylide anion) 84% 3. The alkyl halide used with the alkynide anion must be methyl or primary and also unbranched at its second (beta) carbon. 1) Alkyl halides that are 2° or 3°, or are 1° with branching at the beta carbon, undergo elimination reaction predominantly. 4. After alkylation, the alkyne triple bond can be used in other reactions: 1) It would not work to use propyne and 2-bromopropane for the alkylation step of this synthesis. CH3CHC CH CH3 CH3CHC C CH3 −−−−Na+ CH3Br CH3CHC C CH3 CH3 CH3CHCH2CH2CH3 CH3 NaNH2 (−−−−NH3) (−NaBr) excess H2 Pt
Compartilhar