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Susana Caldas Fonseca susana.fonseca@fc.up.pt 2016/2017 LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DE ENGENHARIA PERFIL ENGENHARIA ALIMENTAR 3º ANO 1º SEMESTRE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS 8. TECNOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO EMERGENTES ÍNDICE PROGRAMÁTICO 8. TECNOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO EMERGENTES • Conservação por aquecimento ohmico e por aplicação de alta pressão. Irradiação. Encapsulação. Revestimentos comestíveis. SCF 2 TECNOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO CONVENCIONAIS Inconvenientes/desvantagens/limitações do processamento térmico • Não permitem manter as caraterísticas nutricionais e organoléticas do produto como exigido pelo consumidor atual; • Tecnologias por aquecimento térmico levam: • ao sobreprocessamento das zonas superficiais de alimentos sólidos, logo perda de qualidade; • destruição de compostos termolábeis (ex.: vitaminas, pigmentos); • desenvolvimento de sabores e cores indesejáveis (ex.: sabor amargo, caramelização); • Custos energéticos elevados. SCF 3 TECNOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO CONVENCIONAIS Inconvenientes da incorporação de aditivos químicos • Rejeição por parte dos consumidores de produtos alimentares que contém aditivos (com número E); imagem negativa associada a um produto não natural, artificial. • Há um forte crescimento de alegações como “Sem corantes nem conservantes”. • A conservação deve assim ser feita por via física e não por via química. SCF 4 TECNOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO CONVENCIONAIS Inconvenientes da incorporação de aditivos químicos SCF 5 Fonte: Cruz, I.B. (2011) As 10 maiores tendências mundiais do setor agroalimentar para 2012, PortugalFoods, Maia TECNOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO CONVENCIONAIS Inconvenientes da incorporação de aditivos químicos SCF 6 Fonte: Cruz, I.B. (2011) As 10 maiores tendências mundiais do setor agroalimentar para 2012, PortugalFoods, Maia TECNOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO NÃO-CONVENCIONAIS SCF 7 AÇÃO FATOR OPERAÇÕES Física Produção de calor por radiação (IV; RF e MO) e por eletricidade Aquecimento por micro-ondas (MO), por radiofrequência RF), por infravermelhos IV e aquecimento óhmico Alta pressão Pasteurização ou esterilização a frio Energia ionizante (Radiação gama, raios X, feixe eletrões) Irradiação Pulsos elétricos Desinfeção por pulsos elétricos Radiação UV Desinfeção por UV Ozono Ozonização (desinfeção por ozono) Ultra som Desinfeção por ultra som Água eletrolisada Desinfeção por água eletrolisada Alteração atmosfera Revestimentos comestíveis, armazenamento em atmosfera controlada dinâmica Fatores múltiplos Encapsulação, Embalagem ativa (absorvedores e emissores) Química Agente antimicrobiano Revestimentos comestíveis Microbiológica Aplicação de BAL Bioconservação EMERGENTES TECNOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO NÃO- CONVENCIONAIS • Com utilização de calor (térmicos): • Radiação por micro-ondas e radiofrequência (aquecimento dielétrico) • Radiação por infravermelho • Aquecimento óhmico • Sem utilização de calor (não térmicos): • Alta pressão • Irradiação • Encapsulação • Revestimentos comestíveis • Pulsos elétricos • Radiação por ultravioleta • Ozonização • Ultra som • Água eletrolisada SCF 8 AQUECIMENTO OHMICO SCF 9 Tecnologia em que é aplicada uma corrente elétrica ao produto alimentar, levando à geração de calor interno em consequência da respetiva resistência elétrica do produto. • Inativação de enzimas e redução da carga microbiana, mantendo as propriedades nutricionais e organoléticas do produto e alargando o tempo de vida útil do produto. AQUECIMENTO OHMICO SCF 10 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO • Tecnologia em que é aplicada uma corrente elétrica (alternada de baixa frequência) ao produto alimentar, que aquece uniformemente em consequência da respetiva resistência elétrica do produto. Fonte: Castro (2008) 50 Hz na Europa e 60 Hz nos EUA com voltagens elevadas de 5000 V AQUECIMENTO OHMICO SCF 11 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO • Técnica em que o calor é gerado no interior do alimento => ausência de superfícies de transferência de calor (condução não é importante); • Mecanismo de destruição dos microrganismos semelhante ao processamento térmico convencional AQUECIMENTO OHMICO SCF 12 APLICAÇÕES DO AQUECIMENTO OHMICO • Processamento térmico (branqueamento, pasteurização, esterilização) • Cozedura • Descongelação • Desidratação Fonte: http://www. ohioline.osu.edu AQUECIMENTO OHMICO SCF 13 APLICAÇÕES DO AQUECIMENTO OHMICO • Processamento assético de refeições preparadas; • Pasteurização de alimentos particulados (preparados de fruta); • Pré-aquecimento de produtos alimentares antes da esterilização em lata; • Descongelação de carnes; • Branqueamento de legumes; • Desidratação de frutas e legumes; • Cozimento de legumes; • Cozimento de fiambre (em 2 min sem alteração das propriedades organoléticas e com poupança energética de 70%). AQUECIMENTO OHMICO SCF 14 VANTAGENS DO AQUECIMENTO OHMICO • Possibilidade de aquecimento rápido e uniforme (bom poder de penetração); igualmente em misturas sólido-líquido (os sólidos podem aquecer tão ou mais rapidamente que os líquidos, ao contrário do que acontece no aquecimento convencional); possibilidade de esterilizar alimentos com 60% de sólidos; • Maior retenção dos fatores de qualidade. A velocidade de aquecimento elevada permite uma elevada eficiência na destruição dos microrganismos sem reduzir de um modo acentuado as propriedades organoléticas e nutricionais dos alimentos; • Minimiza dano em produtos sensíveis; • Processo industrial de controlo bastante simples; arranque e paragem imediatas; custos de manutenção reduzidos. LIMITAÇÕES • Custo de capital elevado; • Conhecimento aprofundado do processo e fenómenos decorrentes deste ainda em análise (migração dos materiais dos elétrodos? Formação compostos potencialmente perigosos?). ALTA PRESSÃO SCF 15 A Alta Pressão Hidrostática (APH), High Pressure Processing (HPP), High Hydrostatic Pressure (HHP) ou Ultra High Pressure (UHP) é uma tecnologia em que é aplicada uma pressão hidrostática elevada, com o objetivo de alargar o tempo de vida do produto . • Inativação enzimática e redução da carga microbiana, mantendo as propriedades nutricionais e organoléticas do produto e alargando o tempo de vida útil do produto. ALTA PRESSÃO SCF 16 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO • Os alimentos são submetidos a uma pressão hidrostática elevada (na gama 100 - 1000 MPa, que equivale a 10 - 100 atm), a temperaturas próximas da temperatura ambiente. • Comparação de pressões: • fundo oceano 100 MPa; • centro da Terra 260 GPa ALTA PRESSÃO SCF 17 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO • A pressão é aplicada uniformemente e por isso não sofre alteração de volume. O fluido normalmente utilizado é água. • Sistema semicontínuo (produtos líquidos não embalados) ou sistema descontínuo para produtos líquidos ou sólidos embalados). ALTA PRESSÃO SCF 18 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Efeitos das altas pressões nos microrganismos • As células vegetativas são bastante sensíveis à pressão; • Os esporos bacterianos podem resistir até 1000 MPa; • Alguns constituintes alimentares (NaCl, glucose, sacarose) exercem um efeito baroprotetor; • Para se obter a eliminação total da carga microbiana é necessário recorrer a tratamentos complementares (temperatura, dióxido de carbono e pH) ALTA PRESSÃO SCF 19 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Efeitos das altas pressões nas proteínas (enzimas) • A aplicação de altas pressões induz a mudanças na estrutura das proteínas que pode levar à sua desnaturação. • Asligações covalentes caraterísticas da estrutura primária das proteínas, hidratos de carbono e moléculas de baixo peso molecular, mantêm-se inalteradas quando a pressão aplicada se encontra dentro do intervalo normal estipulado. Permitindo que as caraterísticas sensoriais e nutricionais dos alimentos não sejam alteradas, ao contrário da utilização de um método térmico. • Já as ligações não-covalentes como as pontes de hidrogénio, as ligações iónicas, as interações hidrofóbicas e eletrostáticas, responsáveis pela estrutura secundária terciária ou quarternária sofrem alterações conformacionais que afetam posteriormente a sua funcionalidade quando sujeitas a elevadas pressões hidrostáticas ALTA PRESSÃO SCF 20 VANTAGENS DA TECNOLOGIA • A pressão é transmitida uniforme e instantaneamente • Processamento independente do tamanho e geometria do produto/embalagem • A utilização de sistemas de alta pressão é bem conhecida noutros processos industriais • Utiliza baixas temperaturas (temperatura ambiente) logo produto de melhor qualidade • O processamento ocorre sem aditivos DESVANTAGENS DA TECNOLOGIA • Custo do equipamento ALTA PRESSÃO SCF 21 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA ALIMENTAR • Pasteurização ou esterilização (a frio); • No ano de 1990 foi lançado no Japão o primeiro produto submetido ao processamento a altas pressões, uma geleia a base de frutas. O sucesso da nova tecnologia foi tão grande que logo após apareceram no mercado produtos como ostras nos EUA, leite pasteurizado no mercado inglês, sumo de laranja na França e guacamole no México. • Este método no nosso país está a ser utilizado numa empresa de sumos de frutas e fruta à colher. ALTA PRESSÃO SCF 22 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA ALIMENTAR Fonte Food Nutrition Awards, Asssociação Portuguesa Nutricionistas http://foodandnutritionawards.pt/ Ver vídeo: http://sicnoticias.sapo.pt/programas/sucessopt/2014-07-07-Sucesso.pt-Sonatural ALTA PRESSÃO SCF 23 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA ALIMENTAR Fonte: Teixeira, C. (2016) TOP 10 TRENDS 2016: As 10 maiores tendências mundiais do setor agroalimentar para 2016, PortugalFoods, Maia ALTA PRESSÃO SCF 24 APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA ALIMENTAR Fonte: Teixeira, C. (2016) TOP 10 TRENDS 2016: As 10 maiores tendências mundiais do setor agroalimentar para 2016, PortugalFoods, Maia ALTA PRESSÃO SCF 25 EFEITO DA TECNOLOGIA NA QUALIDADE DO PRODUTO • Menor alteração nas caraterísticas sensoriais do que o tratamento térmico: • Sumo de laranja sem gosto amargo • Doces de fruta com gosto e cor da fruta fresca IRRADIAÇÃO Tecnologia que usa energia ionizante (raios gama, raios-X, ou feixe de eletrões) para destruir bactérias, fungos e insetos, mantendo as caraterísticas organoléticas e nutricionais dos produtos; bem como retardar processos de envelhecimento e amadurecimento de frutas e legumes. • Irradiação, ionização ou radiação ionizante • Particularmente adequado para o tratamento de produtos sólidos • A ação ionizante dos raios gama e feixes de eletrões conduz à formação de iões e radicais livres (com enorme atividade química e curta vida) que vão atuar sobre o material irradiado. SCF 26 IRRADIAÇÃO PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO • As radiações ionizantes: • são suficientemente potentes para penetrar no alimento em profundidade. • são raios de frequência elevada – capazes de libertar os eletrões dos átomos e das moléculas e transformá-las em partículas eletricamente carregadas. • a formação de cargas negativas ou positivas nos alimentos têm efeitos químicos – rutura de ligações químicas – e biológicos que impedem a multiplicação dos microrganismos e a maturação de algumas frutas e legumes. SCF 27 IRRADIAÇÃO CARATERÍSTICAS • Logótipo usado para identificar alimentos irradiados. • A dose de radiação é medida em Grays (Gy) ou quilograys (kGy) • 1 Gy = 0,001 kGy = 1 J (energia absorvida/ kg alimento irradiado) • Para aplicação em alimentos a maioria das doses utilizadas encontram-se entre 0,1 e 7,0 kGy • Irradiação até 10 kGy não causa dano toxicológico (WHO, 1980) • A irradiação gera 50x a 500x menos componentes de decomposição do que o tratamento térmico • Não conduz à formação/condensação de anéis aromáticos/heterocíclicos, que ocorrem a altas temperaturas e são carcinogénicos • Não há resíduo de radiação no alimento. As doses permitidas na União Europeia, não colocam problemas de segurança alimentar. A Holanda é o maior utilizador desta tecnologia. SCF 28 IRRADIAÇÃO VANTAGENS DA TECNOLOGIA • Aquecimento mínimo (não há praticamente elevação de temperatura durante o tratamento pelo que promove poucas alterações pelo aquecimento); • O produto é tratado na sua embalagem final, evitando a re-contaminação; • Ausência de agentes químicos como pesticidas e outros (desinfestação de insetos em grãos, frutas secas e frescas sem uso de produtos químicos); • Pode retardar ou mesmo interromper os processos naturais de amadurecimento e abrolhamento de tubérculos; • Pode esterilizar um alimento, diminuindo ou eliminando o número de microrganismos patogénicos nos alimentos; • Baixos requisitos energéticos; • Baixos custos de operação. SCF 29 IRRADIAÇÃO DESVANTAGENS DA TECNOLOGIA • Custos de capital elevados; • Resistência do consumidor; • Nem todos os alimentos podem ser irradiados (o leite adquire um sabor inaceitável); • As vitaminas por exemplo, são muito sensíveis a qualquer tipo de processamento, no caso da irradiação, sabe-se que a vitamina B1 (tiamina) é das mais sensíveis, mas mesmo assim as perdas são pequenas; • Nas doses recomendadas não elimina todos microrganismos. SCF 30 IRRADIAÇÃO APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA ALIMENTAR • Sementes • Tubérculos • Frutas e legumes • Carne, peixe, marisco • Refeições em hospitais • Refeições da NASA • Especiarias (primeiro produto comercializado foi a pimenta em 1957) Para retardar o amadurecimento de frutas, não é necessário mais do que 1 kGy. Para inibir o abrolhamento de raízes e tubérculos (batata, cebola, alho, etc.) a dose necessária varia de 0,05 a 0,15 kGy. Para prevenir que os grãos sejam infestados por insetos, 0,1 a 2 kGy são suficientes. SCF 31 IRRADIAÇÃO APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA ALIMENTAR SCF 32 IRRADIAÇÃO APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA ALIMENTAR SCF 33 IRRADIAÇÃO APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA ALIMENTAR SCF 34 Fonte: EFSA https://www.efsa.europa.eu/en/press/news/cef110406 ENCAPSULAÇÃO Encapsulação é uma tecnologia que envolve o empacotamento de um ingrediente funcional com um material secundário em pequenas partículas (escala micro ou nano) que evita interações com a matriz alimentar e o ambiente e permite a libertação do seu conteúdo a taxas controladas. • O ingrediente funcional a proteger é designado como núcleo e pode estar na forma de líquido, sólido ou gás. • O material que envolve e forma a cápsula é designado de encapsulante. • As pequenas partículas são designadas por cápsulas (ou microcápsulas ou nanocápsulas). SCF 35 DEFINIÇÃO ENCAPSULAÇÃO • Aumentar a estabilidade e consequentemente o tempo de vida útil do ingrediente funcional e do produto enriquecido, por isolar o ingrediente funcional do material envolvente e do ambiente (acidez, temperatura, oxigénio e luz) e evitar reações indesejáveis, • Os probióticos apresentam limitações nos seus benefícios para a saúde, devido à sua sensibilidade a determinados fatores tecnológicos e de utilização — p. ex. níveis elevados de oxigénio, ambientes ácidos, congelação e o próprio trânsito através do trato gastrointestinal • Os ácidos gordos ómega-3 (muitas vezes provenientes de óleos de peixe) devido aoseu elevado grau de insaturação sofrem facilmente oxidação por ação do oxigénio, calor e luz, em qualquer fase da sua cadeia, manuseamento das matérias primas, processamento, armazenamento e manuseamento do produto final fortificado com ómega-3. • Mascarar os sabores e odores desagradáveis do ingrediente • Os ácidos gordos ómega-3 (muitas vezes provenientes de óleos de peixe) e as proteínas de soja têm sabores e odores desagradáveis difíceis de ocultar, particularmente nas quantidades necessárias para o benefício para a saúde se fazer sentir, • Permitir um fornecimento controlado do ingrediente no tempo e local desejado. SCF 36 OBJETIVOS ENCAPSULAÇÃO • Permite o uso de ómega-3 em cereais de pequeno-almoço e produtos lácteos; • Permite aumentar viabilidade dos microrganismos probióticos, ao proteger do pH ácido do próprio produto alimentar e do estômago, e permitir só ser libertado no intestino. SCF 37 APLICAÇÕES ENCAPSULAÇÃO : • Os materiais das cápsulas podem ser naturais ou sintéticos. Os materiais naturais podem ser polissacáridos (alginato, carragenato e goma arábica) ou proteínas (proteínas de soro de leite). SCF 38 SELEÇÃO DO ENCAPSULANTE Fonte: Shi (2007) ENCAPSULAÇÃO : • As técnicas de microencapsulação são : • a extrusão • a emulsão • a secagem (secagem por atomização) : • As técnicas mais emergentes de produção são: • Secagem por atomização supercrítica • Nanoencapsulação SCF 39 Aspeto da microestrutura das microcápsulas de B. Animalis Fonte: Inácio et al. (2006) TÉCNICAS DE ENCAPSULAÇÃO ENCAPSULAÇÃO : SCF 40 EXEMPLO DE MICROENCAPSULAÇÃO DE ÓMEGA 3 REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS SCF 41 Tecnologia que consiste em finas camadas de material edível (ou comestível), aplicadas sobre a superfície dos produtos, e que servem de barreira ao vapor de água, ao oxigénio e a solutos (compostos aromáticos) no alimento. • Redução das reações de deterioração (acastanhamento) do produto, da perda de água, aumento da segurança microbiológica, manutenção da sua qualidade e consequente alargamento do tempo de vida útil do produto. REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS SCF 42 VANTAGENS DA TECNOLOGIA • Tecnologia amiga do ambiente. Como os revestimentos edíveis são compostos por matéria- prima biodegradável, a sua utilização permite reduzir os resíduos de embalagens sintéticas. • Esta tecnologia apresenta ainda outra vantagem, que consiste na capacidade dos revestimentos incorporarem ingredientes ativos, como agentes anti escurecimento, corantes, sabores, nutrientes, especiarias, e compostos antimicrobianos, que permitem alongar o tempo de vida dos produtos e reduzir o risco de crescimento de patogénicos na sua superfície. REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS SCF 43 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO • Atua por meio da modificação e controlo da atmosfera interna, da diminuição da migração de vapor de água e solutos (compostos voláteis), da respiração e das taxas de reação oxidativas, bem como pela redução ou supressão de desordens fisiológicas . • Técnicas para a aplicação direta dos revestimentos na superfície dos alimentos: • imersão, • pulverização ou • espalhamento com pincel REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS SCF 44 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS SCF 45 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO • As matérias utilizadas na preparação dos revestimentos edíveis devem ser geralmente consideradas como seguras (GRAS – Generally Regarded As Safe) e devem estar conformes com a legislação em vigor para o produto alimentar em questão. • Quanto à composição, os revestimentos podem ser divididos em três categorias: • Hidrocolóides, nos quais se encontram as proteínas, a celulose e derivados; os amidos e derivados, as pectinas; os extratos de algas (alginatos, carragenatos, etc.) e os quitosanos; • Lipídicos, nos quais se encontram as ceras e os ácidos gordos; • Compostos, combinação dos dois anteriores, que permite conseguir uma barreira aos gases e à água;.já que os revestimentos hidrocolóides constituem uma excelente barreira aos gases (oxigénio e dióxido de carbono), mas oferecem uma fraca barreira à água dada a sua natureza hidrofílica e os revestimentos lipídicos constituem uma excelente barreira à água dada a sua natureza hidrofóbica. REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS SCF 46 APLICAÇÕES • Frutas e frutas pré-cortadas • Legumes • Queijo • Marisco • Carne
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