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“EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS” Prof. Dr. ANTONIO IVAN RUIZ CHAVECO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS. CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE TABATINGA. 1 1 F(x,y,y’)=0. y’=f(x,y) (1) Uma solução da equação (1) é uma função y=y(x), que transforma a equação (1) em uma identidade, y’(x)=f(x,y(x)), igualdade que é satisfeita para todos os valores de x onde existem as soluções da equação. 2 Teorema1: Se a função f(x,y) é contínua na região D, a equação (1) tem solução para todo (x,y) nessa região. Pode ser que a solução seja única, mas dada uma condição inicial pode ter mais de uma solução que passe por esse ponto, por isso é necessário conhecer as condições de unicidade do problema. Teorema2: Se a função f é contínua em D e nessa região satisfaz a condição de Lipschitz: Onde N é uma constante positiva, então existe só uma solução que satisfaz a condição , numa região D’ D. 3 3 Exemplo2: Seja a equação y’ = ky para todo x real, a função f(x,y)=ky é contínua, veja-se a condição de Lipschitz, Nesse caso o N da condição vai coincidir com . Para qualquer domínio conexo limitado D. 4 Equações em variáveis separáveis. Uma equação em varáveis separáveis é uma equação da forma: f(y)dy=g(x)dx (3) como temos a igualdade entre dois diferenciais suas integrais se diferenciam em uma constante, assim temos que: Exemplo 2: Seja a equação xdx+ydy=o então sua solução é, , C 0 5 1.- A equação da forma y’=f(ax+by), a y b reais, se reduz a variáveis separáveis por médio da substituição: z=a x+by z’=a+by’ z’=a+bf(z) a que é uma equação em varáveis separáveis. Exemplo 3: Seja a equação y’=2x+y. z=2x+y z’=2+y’=2+z 2.- A equação homogênea de primeira ordem Pode ser reduzida a varáveis separáveis com a transformação Que é uma equação em varáveis separáveis. Exemplo 4: Seja a equação . 6 Equações lineares de primeira ordem. Chama-se equação linear de primeira ordem a uma equação linear com respeito à função desconhecida e a sua derivada. É dizer uma equação da forma: y’+p(x)y=f(x) (4) onde p(x) e f(x) são funções contínuas na região de integração. Se f(x)=0 para todo x, a equação chama-se linear homogênea. Para determinar a solução da equação (4) integramos a equação homogênea: y’+p(x)y=0 (5) e buscamos uma solução particular da equação de (4), e a soma delas é a solução geral da equação (4). 7 A equação de Bernoulli constitui um exemplo de equação reduzível a linear, essa equação tem a forma: , n . Para se reduzir a linear, dividamos a equação por , assim temos: Equação que queda reduzida a linear só com a transformação . Exemplo 4: Seja a equação . 8 Equação exata. Uma equação da forma: M(x,y)dx+N(x,y)dy=0 (6) é uma equação diferencial exata se existe uma função U(x,y) tal que : dU=M(x,y)dx+N(x,y)dy (7) assim a equação toma a forma, dU(x,y)=0, e sua integral é:U(x,y(x))=C. Considerando que a função U é duas vezes continuamente diferençável, e tendo em conta que: (8) Chega-se a que, uma condição necessária e suficiente para que a equação (6) seja exata, é que: para todo (x,y) na região de integração. 9 De (6) e (8) tem-se que; , e (9) Integrando a primeira equação de (9) em relação a x, considerando na região de integração D, se obtém: Derivando esta expressão em relação a y tem-se: 10 Fazendo uso da condição necessária e suficiente se chega a que , Assim concluímos que a solução está dada por: 11 Exemplo 4: Seja a equação . Tem-se que então é exata, aplicando a fórmula (10), temos que: Chega-se a: . 12 Há ocasiões em que a equação (6) não é exata, mas existe uma função , chamado fator integrante tal que: É exata, então, Assim obtém-se que: 13 Exemplo 4: A equação Linear y’+p(x)y=f(x). Pode ser integrada buscando um fator integrante que só dependa de x, ou seja: [p(x)y-f(x)]dx+dy=0. Se , então, Assim a equação linear adota a forma [p(x)y-f(x)] dx+ dy=0, . 14 Exemplo 5: Seja a equação . Aqui se têm que =1/x. A equação então adota a forma: A qual é uma equação exata, assim temos que: E a solução é; 15 Aplicações das equações diferenciais de primeira ordem. È conhecido que dadas duas retas não paralelas aos eixos coordenados são perpendiculares se e somente se, seus coeficientes angulares satisfazem a relação: . Duas curvas são ortogonais em um ponto se, e somente se, suas retas tangentes forem perpendiculares no ponto de interseção. Exemplo 6: Sejam as curvas definidas por e elas são ortogonais nos pontos de interseção. 16 Quando todas as curvas de uma família G(x,y,c)=0 interceptam ortogonalmente todas as curvas de outra família H(x,y,c)=0, então dizemos que as famílias são trajetórias ortogonais uma da outra. Exemplo 7: Encontre as trajetórias ortogonais da família de curvas y=c/x. A derivada da família de hipérboles é: Substituindo c=xy obtemos, A equação diferencial da família ortogonal é: Separando as variáveis e integrando obtemos: 17 Em muitos problemas de natureza real envolvendo crescimentos ou decrescimento de populações aparece o problema de valor inicial seguinte: Onde em dependência do sinal de k , pode ser um crescimento ou um decrescimento da população, sustância que se desintegra , capital, etc. Exemplo 7: Em uma população de certa comunidade se tem um crescimento a uma taxa proporcional ao número de pessoas presentes em qualquer instante. Se a população duplicou em 5 anos, quando ela triplicará? 18 Solução: N(t)-população no momento t. Assim temo o problema: A solução desse problema tem a forma: Como para t=5 a população duplicou, temos que, Assim temos que para que a população se triplique teríamos, . 19 Equações lineares de ordem superior. Uma equação linear de ordem n tem a forma: (12) Onde são funções contínua na região de integração da equação, [a,b]. Então para qualquer tal que: (13) existe uma única solução de (12) que satisfaz a condição inicial (13). Se f(x)=0 para todo x, então a equação (12) diz-se homogênea, a qual tem a forma: (14) Considerando um operador diferencial linear L tal que: A equação (14) toma a forma: L[y]=0 (15) 20 Propriedades. 1.- Se são soluções de (15), então é solução de (15). 2.- Se y=u+iv é solução então u e v são soluções de (15). 3.- Se , são linearmente independente, então é a solução geral de (15), é dizer toda solução de (15) expressa-se dessa forma. Chama-se sistema fundamental de soluções. Seja a equação linear homogênea com coeficientes constantes, (16) 21 Substituindo na equação (16), obtemos: (17) A equação (17) denomina-se equação característica da equação (16), e ela permite uma vez determinados os valores de k obter as n soluções LI. I) Se são n raízes reais diferentes de (17), então, São as n soluções LI da equação (16). Exemplo 8: Seja a equação: y”-3y’+2y=0. A equação característica é, E suas raízes são , assim a solução geral será; 22 Si existem as raízes ,da equação (17) então, , é solução da equação (16), e assim a parte real e a parte imaginária são também soluções de (16). E são as duas soluções LI correspondente a essa dupla de valores próprios. Exemplo 9: Seja a equação: y”+4y=0. Como as raízes da equação característica, são 2i e –2i, temos que, a solução geral da equação é: Se tem-se uma raiz da equação (17) de multiplicidade m, então essas m soluções de (16) LI têm a forma: 23 Exemplo 10: Seja a equação y”+2y’+y=0, a equação característica tema forma, tem-se a raiz k=-1 de multiplicidade 2. Assim a solução geral é, . 24 Método dos coeficientes indeterminados. Dada la equação linear não homogênea com coeficientes constantes seguinte, (18) ou o que é o mesmo L[y]=f(x) Proposição: Se é solução de (16) e é solução de (18), então y= + é solução de (18). I.- Se f(x) é um polinômio da forma, se k=0 é raiz da equação característica de multiplicidade r, então a solução particular tem a forma 25 Exemplo 10: Seja a equação, y’’-y=x+1. A solução da equação homogênea é, , onde 1 e -1 são as raízes da equação característica, assim temos que =ax+b, pois f(x) é um polinômio de grau um e o zero não é raiz da equação característica. Avaliando na equação temos que (0)-(ax+b)=x+1 assim a=-1, e b=-1, então =-x-1. II.- Se , e é raiz da equação característica de multiplicidade r, então, Exemplo 11: Seja a equação y’’+3y’+2y= Aqui temos que , 26 III.- Se , e é raiz da equação característica de multiplicidade r, então a solução particular da equação (18) tem a forma : Onde k=Max{m,s}, indica o grado de tais polinômios. Exemplo 11: Seja a equação y’’-4y=cosx. As raízes da equação características são 2 e -2, assim, E a solução particular tem a forma: Derivando e substituindo na equação, temos que, a=-1/5, e b=0 . 27 IV.- Se , e + é raiz da equação característica de multiplicidade r, então a solução particular tem a forma: Onde k=Max{m,s}, indica o grado de tais polinômios. Exemplo 11: Seja a equação y’’-y’= . A solução geral da equação homogênea é: Como que 1+i não é raiz da equação característica, a solução particular tem a forma: Derivando e substituindo na equação temos que, a=b=-1/2. Concluímos então que 28 Teorema: Se é solução da equação (i=1,...,m), então y= é solução da equação 29 Método de variação das constantes. Se é a solução geral da equação homogênea (16), então se pode determinar uma solução particular da forma: 30 Exemplo 11: Seja a equação y’’+y=1/cosx. Como se pode ver esta não é uma das equações do tipo tratado no método de coeficientes indeterminados. A solução geral da equação homogênea é: Buscaremos a solução particular da forma, Assim o sistema para determinar as tem a forma; De sua solução tem-se que , e , e assim a solução particular é a seguinte, 31 Sistemas de equações diferenciais. Dado o sistema de equações diferenciais linear, (20) En forma vetorial este sistema pode ser escrito da forma X’=AX +F(t) Onde A= 32 O sistema homogêneo é o sistema: X’=AX (22) Propriedades. Se X eY são soluções de (22), então X+Y é solução de (22). 2) Se X é solução de (22), então mX, para qualquer m real é solução de (22). 3) Se é um sistema fundamental de soluções, então É a solução geral do sistema (22). 4) Se X=U+iV é solução de (22), então U e V são soluções de (22). 33 Determinaremos as soluções LI do sistema (22) da forma Aqui temo que h é um vetor constante da forma e k é um número real. Substituindo X na equação 22) temos: (A-kI)h=0 =0 (24) 34 Para o caso de duas equações com duas funções incógnitas o sistema (22) tem a forma: (24) Neste caso a equação característica tem a forma: (25) E a equação para determinar os vetores proprios é, 35 I) Se são duas soluções reais da equação (25), então a solução geral de (3) tem a forma: Pois e constituem um sistema fundamental de soluções, pois são dois soluções LI do sistema (24). Aqui temo que , II) Se solução real da equação (25), então a solução geral de (3) tem a forma: Aqui temo que , , 36 III) Se , , tem-se que aqui que h=u+iv, e, Pois Exemplos: Determine a solução dos sistemas: a) x’=2y, y’=-2x, x(0)=1, y(0)=-1 b) x’=2x+6y, y’=x+y c) x’=3x-y, y’=x+y Solução:a) Assim para temos que , e teremos que 37 38 E teríamos Para determinar a solução que satisfaz a condição x(0)=1, y(0)=-1, é preciso determinar os valores de e , sob essa condição. De x(0)=1, y(0)=-1, temos que , =1, e =-1, e assim, 39 SISTEMA NÃO HOMOGÊNEO. Teorema: Se é solução de (21) e é solução de (22), então é solução de (21). Se é a solução geral da equação (22), buscaremos da forma: Onde e , são determinadas de modo que seja solução de (21). Derivando , e considerando os sistemas (21) e (22), temos que: (26) O sistema (26) tem solução única, pois o determinante do sistema esta determinado pelo sistema fundamental de soluções o qual é diferente de zero. 40 Exemplo: Seja o sistema para temos Fazendo uso da parte real e da imaginária como as soluções LI, temos, 41 x=- sent+ cost y= cost+ sent Assim temos que, E o sistema para determinar e esta dado por: De aqui temos que e , logo, 42 43
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