Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Delegado de Polícia Civil CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Ambiental Professor: Luiz Antônio Aula: 10 | Data: 08/12/2017 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL I. Legislação CF/88, artigo 225, parágrafo 3º Lei dos Crimes Ambientais, Lei 9.605/98. O artigo 4º da Lei 9.605/98, trata da desconsideração da personalidade jurídica, ou seja, esta Lei não trata apenas de crimes. II. A responsabilidade é sempre SUBJETIVA. Necessidade de analisar dolo e culpa. Não existe responsabilidade penal objetiva. III. O ônus da prova é sempre do acusador, Ministério Público (maioria das vezes), artigo 26, Lei 9.605/98, pelo Princípio da Presunção de Inocência. IV. Ninguém responde por crime de terceiro. Não há a responsabilidade penal por crime de terceiro, não existe a obrigação “propter rem”. Trata-se de responsabilidade pessoal e não real. Questão de prova: 1. É crime quando opera sem licença, de acordo com artigo 60, Lei dos Crimes Ambientais. Uma pessoa montou uma empresa sem licença. a) Ela cometeu crime? Sim. O STJ diz que o crime do artigo 60 é um crime permanente, logo, todos respondem por conduta própria (adquire a empresa, não faz licenciamento → pratica crime). b) A empresa foi vendida para B, depois para C, D, E, F, G, H, I sucessivamente sem que ninguém tenha feito a licença. I responde pelo crime de A? Não. Responde por fato próprio porque o crime é permanente. Por ser crime permanente apenas cessará a permanência quando a licença for tirada. Todos operaram sem licença e não prescreveu para ninguém o crime. AG RG no HC 256199/MG. V. Prescrição Página 2 de 8 Todos os crimes ambientais são prescritíveis (o dano ambiental é imprescritível). Enquanto não cessar a permanência não prescreve. Não há norma especial de prescrição, deve ser adotado o Código Penal, artigo 109 e seguintes. Atenção! Para os crimes de caráter permanente, artigos 48, 60, 64, Lei dos Crimes Ambientais – o STJ decide. O artigo 40 é entendido como crime instantâneo de efeito permanente. VI. Nexo Causal – Concretude Relatar no que contribuiu para o crime com concretude a fim de evitar o trancamento da ação. HC 232.751/PR e RHC 30821/PR, RHC 32562/CE Ementa HC 232.751/PR Relator Ministro JORGE MUSSI Julgado em 07/03/2013 DJe 15/03/2013 Ementa: HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO ORIGINÁRIA. SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO ORDINÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AO SISTEMA RECURSAL PREVISTO NA CARTA MAGNA. NÃO CONHECIMENTO. 1. De acordo com o disposto no artigo 105, inciso II, alínea "a", da Constituição Federal, o Superior Tribunal de Justiça é competente para julgar, mediante recurso ordinário, os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais e pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória. 2. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC n. 109.956/PR, buscando dar efetividade às normas previstas no artigo 102, inciso II, alínea "a", da Constituição Federal, e nos artigos 30 a 32 da Lei n. 8.038/90, passou a não mais admitir o manejo do habeas corpus originário perante aquela Corte em substituição ao recurso ordinário cabível, entendimento que deve ser adotado por este Superior Tribunal de Justiça, a fim de que restabelecida a organicidade da prestação jurisdicional que envolve a tutela do direito de locomoção. 3. Tratando-se de writ impetrado antes da alteração do entendimento jurisprudencial, o alegado constrangimento ilegal será enfrentado para que se analise a possibilidade de eventual concessão de habeas corpus de ofício. CRIME AMBIENTAL (ARTIGO 40 DA LEI 9.605/1998). INEXISTÊNCIA DE NEXO CAUSAL ENTRE A CONDUTA DO PACIENTE E A OCORRÊNCIA DE DANO À UNIDADE DE CONSERVAÇÃO PERMANENTE. DENÚNCIA QUE NÃO DESCREVE A RELAÇÃO ENTRE A CONDUTA DO PACIENTE E O DANO AMBIENTAL OCORRIDO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. 1. A mera condição de sócio, diretor ou administrador de determinada pessoa jurídica não enseja a responsabilização penal por crimes praticados no seu âmbito, sendo indispensável que o titular da ação penal demonstre uma mínima relação de causa e efeito entre a conduta do réu e os fatos narrados na denúncia, permitindo-lhe o exercício da ampla defesa e do contraditório. Doutrina. Jurisprudência. 2. No caso dos autos, da leitura da exordial acusatória percebe-se que ao paciente foi imputada a prática de crime contra o meio ambiente pelo simples fato de exercer o cargo de Diretor Presidente da Companhia Paranaense de Energia Elétrica - COPEL, não tendo o órgão ministerial demonstrado a mínima relação de causa e efeito entre os fatos que lhe foram assestados e a função por ele exercida na mencionada pessoa jurídica, pelo que se mostra imperioso o trancamento da ação penal contra ele instaurada. 3. Encerrado o processo criminal instaurado contra o paciente, tem-se o prejuízo do exame da alegada falta de comprovação da materialidade do delito, bem como da apontada ilegalidade do não oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo. Página 3 de 8 4. Writ não conhecido. Ordem concedida de ofício para trancar a ação penal instaurada contra o paciente. (HC 232.751/PR, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 07/03/2013, DJe 15/03/2013) Ementa RHC 30.821/PR Relator Ministro JORGE MUSSI Julgado em 20/08/2013 DJe 04/09/2013 Ementa: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL (ARTIGO 54, § 2º, INCISO V, DA LEI 9.605/1998). INÉPCIA DA DENÚNCIA. MERA CONDIÇÃO DE SÓCIOS DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA. AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO DO NEXO CAUSAL. AMPLA DEFESA PREJUDICADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. RECURSO PROVIDO. 1. A hipótese em apreço cuida de denúncia que narra supostos delitos praticados por intermédio de pessoa jurídica, a qual, por se tratar de sujeito de direitos e obrigações, e por não deter vontade própria, atua sempre por representação de uma ou mais pessoas naturais. 2. A tal peculiaridade deve estar atento o órgão acusatório, pois embora existam precedentes desta própria Corte Superior de Justiça admitindo a chamada denúncia genérica nos delitos de autoria coletiva e nos crimes societários, não lhe é dado eximir-se da responsabilidade de descrever, com um mínimo de concretude, como os imputados teriam agido, ou de que forma teriam contribuído para a prática da conduta narrada na peça acusatória. 3. No caso, olvidou-se o órgão acusatório de narrar qual conduta voluntária praticada pelos recorrentes teria dado ensejo à poluição noticiada, limitando-se a apontar que seriam os autores do delito simplesmente por se tratarem de sócios da sociedade empresária em questão, circunstância que, de fato, impede o exercício de suas defesas em juízo na amplitude que lhes é garantida pela Carta Magna. 4. Recurso provido para declarar a inépcia da denúncia ofertada na Ação Penal n. 0000068.36.2008.16.0102. (RHC 30.821/PR, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 20/08/2013, DJe 04/09/2013) Ementa Dados Gerais RHC 32.562/CE Relator Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA Julgado em 27/06/2014 DJe 04/08/2014 Ementa: RECURSO EM HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. DENÚNCIA. INÉPCIA. NECESSIDADE DE INDIVIDUALIZAR MINIMAMENTE A CONDUTA PRATICADA PELO ACUSADO. EXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1. Segunda operosa jurisprudência desta Corte e do Supremo Tribunal Federal, a descrição das condutas dos acusados na denúncia dos denominados crimessocietários não necessita cumprir todos os rigores do art. 41 do CPP, devendo-se firmar pelas particularidades da atividade coletiva da empresa. 2. Isso não significa que se deva aceitar descrição genérica baseada exclusivamente na posição de representante da empresa, porquanto a responsabilização por infrações penais deve levar em conta, qualquer que seja a natureza delituosa, sempre a subjetivação do ato e do agente do crime. 3. Recurso provido e ordem concedida para trancar a ação penal em relação ao Recorrente, por inépcia formal da denúncia, sem prejuízo de que outra seja elaborada com o cumprimento dos ditames legais. (RHC 32.562/CE, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 27/06/2014, DJe 04/08/2014) Página 4 de 8 VII. Competência 1. Regra: Justiça Estadual 2. Para ser de competência da Justiça Federal deve ser ter interesse direto e próprio da União, suas Autarquias e Empresas Públicas Federais. Por exemplo: artigo 40, Lei dos Crimes Ambientais, Lei 9.605/98, Unidade de Conservação que cause dano a União, a competência será da Justiça Federal. Dano causado ao estado ou ao município, a competência é da Justiça Estadual. As Unidades de Conservação podem ser criadas pela União, estados e municípios. Se for um dano na Unidade de Conservação Federal a competência é da Justiça Federal. Se for um dano da Unidade de Conservação estadual ou municipal a competência é da Justiça Estadual. “Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 2000) § 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 2000) § 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.” O pior crime é a falsidade em licenciamento, artigo 69-A, pena de 3 a 6 anos de reclusão, podendo chegar a 10 anos. Se o licenciamento é Federal a competência é da Justiça Federal. Se o licenciamento é estadual ou municipal a competência é da Justiça Estadual. Crimes contra o Patrimônio Cultural – artigos 62 e 63, se o tombamento é Federal a competência é da Justiça Federal. Se o tombamento é estadual ou municipal a competência é da Justiça Estadual. Ressalta-se a Súmula 122, STJ, a competência será Federal quando houver crime contra a União, o estado e o município (três esferas), por exemplo, mesmo bem tombado pelo município, pelo estado e pela União. Súmula: 122 “COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL O PROCESSO E JULGAMENTO UNIFICADO DOS CRIMES CONEXOS DE COMPETENCIA FEDERAL E ESTADUAL, NÃO SE APLICANDO A REGRA DO ART. 78, II, "A", DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.” Atenção! Qualquer crime no Rio Amazonas (nasce no Peru – rio binacional) ou rios de fronteira a competência será SEMPRE da Justiça Federal. Página 5 de 8 VIII. Norma Penal em Branco (aquela que precisa de complemento: Lei Federal, Portaria da Anvisa) Artigo 38-A, Lei dos Crimes Ambientais direciona para a Lei do Bioma Mata Atlântica, 11.428/06: vegetação primária vegetação secundária inicial médio avançado Exemplos: Artigo 48, Lei dos Crimes Ambientais, trata da vegetação secundária inicial. Artigo 62, Lei dos Crimes Ambientais, Lei 9.605/98. Ação Civil Pública - decisão judicial, por exemplo, requer ao juiz que liminarmente dê uma decisão protegendo o bem. A partir do momento que o juiz deu a decisão judicial e o proprietário foi intimado da referida decisão, o proprietário não pode modificar o bem sem autorização judicial e do órgão. Caso contrário, incorre no crime do artigo 62, Lei dos Crimes Ambientais, Lei 9.605/98. “DO REGIME JURÍDICO ESPECIAL DO BIOMA MATA ATLÂNTICA CAPÍTULO I DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO PRIMÁRIA Art. 20. O corte e a supressão da vegetação primária do Bioma Mata Atlântica somente serão autorizados em caráter excepcional, quando necessários à realização de obras, projetos ou atividades de utilidade pública, pesquisas científicas e práticas preservacionistas. Parágrafo único. O corte e a supressão de vegetação, no caso de utilidade pública, obedecerão ao disposto no art. 14 desta Lei, além da realização de Estudo Prévio de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA. CAPÍTULO II DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO AVANÇADO DE REGENERAÇÃO Art. 21. O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em estágio avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica somente serão autorizados: I - em caráter excepcional, quando necessários à execução de obras, atividades ou projetos de utilidade pública, pesquisa científica e práticas preservacionistas; II - (VETADO) III - nos casos previstos no inciso I do art. 30 desta Lei. Art. 22. O corte e a supressão previstos no inciso I do art. 21 desta Lei no caso de utilidade pública serão realizados na forma do art. 14 desta Lei, além da realização de Estudo Prévio de Impacto Ambiental, bem como na forma do art. 19 desta Lei para os casos de práticas preservacionistas e pesquisas científicas. Página 6 de 8 CAPÍTULO IIIDA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO MÉDIO DE REGENERAÇÃO Art. 23. O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em estágio médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica somente serão autorizados: I - em caráter excepcional, quando necessários à execução de obras, atividades ou projetos de utilidade pública ou de interesse social, pesquisa científica e práticas preservacionistas; II - (VETADO) III - quando necessários ao pequeno produtor rural e populações tradicionais para o exercício de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais imprescindíveis à sua subsistência e de sua família, ressalvadas as áreas de preservação permanente e, quando for o caso, após averbação da reserva legal, nos termos da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965; IV - nos casos previstos nos §§ 1o e 2o do art. 31 desta Lei. Art. 24. O corte e a supressão da vegetação em estágio médio de regeneração, de que trata o inciso I do art. 23 desta Lei, nos casos de utilidade pública ou interesse social, obedecerão ao disposto no art. 14 desta Lei. Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do art. 23 desta Lei, a autorização é de competência do órgão estadual competente, informando-se ao Ibama, na forma da regulamentação desta Lei. CAPÍTULO IV DA PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA EM ESTÁGIO INICIAL DE REGENERAÇÃO Art. 25. O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em estágio inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica serão autorizados pelo órgão estadual competente. Parágrafo único. O corte, a supressão e a exploração de que trata este artigo, nos Estados em que a vegetação primária e secundária remanescente do Bioma Mata Atlântica for inferior a 5% (cinco por cento) da área original, submeter-se-ão ao regime jurídico aplicável à vegetação secundária em estágio médio de regeneração, ressalvadas as áreas urbanas e regiões metropolitanas.” IX. Princípioda Insignificância O Princípio da Insignificância não é aplicável aos artigos 66, 67, 68, 69 e 69-A, de acordo com julgados do STJ, pois deve ser analisado em seu aspecto macro. Ementa Dados Gerais AgRg no HC 313.815/SP Relator Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR Página 7 de 8 Julgado em 21/09/2017 DJe 02/10/2017 Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. PESCA MEDIANTE A UTILIZAÇÃO DE APARELHOS, PETRECHOS, TÉCNICAS E MÉTODOS NÃO PERMITIDOS (ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, II, DA LEI N. 9.605/1998) DE 1 KG DE PEIXE. PRETENSÃO DE TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. PRESENTES POSTULADOS NECESSÁRIOS AO RECONHECIMENTO DA ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. 1. O reconhecimento da atipicidade da conduta, em razão da aplicação do princípio da insignificância, que está diretamente ligado aos princípios da fragmentariedade e da intervenção mínima do Direito Penal é aceito, tanto pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, quanto do colendo Supremo Tribunal Federal, desde que presentes os postulados da mínima ofensividade da conduta, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento, inexpressividade da lesão jurídica provocada e nenhuma periculosidade social da ação. 2. Esta Corte tem reconhecido a insignificância de condutas que se amoldariam ao tipo penal descrito como crime contra a fauna aquática, quando a pesca é de pequena quantidade de peixe e, ainda, que com a utilização de petrechos vedados, em razão da falta de ofensividade ao bem jurídico tutelado. Precedentes. 3. No caso, os pacientes foram acusados de pesca de 1 kg de peixe com petrecho proibido, conduta que se reconhece atípica, pois ínfima quantidade pescada. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg no HC 313.815/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 21/09/2017, DJe 02/10/2017) Ementa Dados Gerais AgRg RHC 55689/RO Relator Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ Julgado em 21/09/2017 DJe 02/10/2017 Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. ART. 34 DA LEI N. 9.605/1998. CRIME FORMAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. ATIPICIDADE DE CONDUTA. INOCORRÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. A criação das Unidades de Conservação Federal de Uso Sustentável tem por escopo compatibilizar a preservação de seus recursos naturais com o seu uso pela comunidade, ou seja, regrar o exercício de atividades que constituam fontes alternativas de renda, de maneira que sejam trabalhadas dentro de preceitos sustentáveis e que envolvam a gestão participativa dessas populações, mas de forma a preservar o meio-ambiente ali existente. 2. Inviável, pois, a absolvição sumária, para, por aplicação do princípio da insignificância, reconhecer a atipicidade material da conduta prevista no art. 34 da Lei n. 9.605/1988 daquele que, agindo em desacordo com as exigências legais ou regulamentares, é flagrado pescando em local proibido pela legislação vigente. Trata-se de crime formal, de perigo abstrato, a prescindir, portanto, de qualquer resultado danoso para sua configuração, decorrendo a tipificação penal meramente da potencialidade de risco à reprodução das espécies da fauna local. 3. De mais a mais, "para se aferir a plausibilidade jurídica das teses de absolvição e desclassificação, seria necessária uma cognição mais aprofundada do suporte probatório que lastreou a acusação, providência que não se coaduna com a estreita cognição inerente ao habeas corpus." (HC n. 267.502/RJ, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, 6ª T, DJe 12/9/2013) 4. Agravo regimental não provido. Página 8 de 8 "o caso concreto ser analisado mais detalhadamente quando da apreciação e do seu julgamento definitivo" X. Artigo 2º, Lei dos Crimes Ambientais, Lei 9.605/98 “Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.” 1ª parte – artigo 29, CP, Teoria Unitária Monista; 2ª parte – artigo 13, parágrafo 2º, “a”, CP (a omissão é penalmente relevante quando omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tem por Lei obrigação de proteção, cuidado e vigilância, crimes conhecidos por omissivos impróprios ou comissivos por omissão). O Delegado deve demostrar que, por exemplo, o dirigente da empresa sabia que o crime ia acontecer, estava nas suas atribuições o poder de impedir e não o fez. Não é fácil provar. O simples fato de ser diretor da empresa saber não é suficiente. “§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a)tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
Compartilhar