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Delegado de Polícia Civil CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional Disciplina: Direito Civil Professor: André Barros Aula: 15 | Data: 04/12/2017 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 1. Classificação das Obrigações (continuação) Obrigação de Dar Coisa Incerta; Obrigação de Fazer; Obrigação de Não Fazer. 2. Pagamento DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: 1. Classificação das obrigações: Obrigação de dar coisa Incerta (art. 243-CC): é objeto determinável (a coisa será individualizada). Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. o Requisitos: Gênero + Quantidade. Pode faltar a qualidade. A coisa certa é a individualizada, determi- nada. A coisa incerta indica que a obrigação tem objeto indeterminado, mas não totalmente, porque deve ser indicada, pelo menos, pelo gênero e pela quantidade. É, portanto, indeterminada, mas deter- minável. Falta apenas determinar sua qualidade. Página 2 de 4 o Se faltar também gênero, ou a quantidade, a indeterminação será absoluta, e a avença, com tal objeto, não gerará obrigação. Por exemplo, não pode ser objeto de prestação a de “entregar sacas de café”, por faltar a quantidade, bem como a de entregar “dez sacas”, por faltar o gênero. Mas constitui obri- gação de dar coisa incerta a de “entregar dez sacas de café”, porque o objeto é determinado pelo gênero e pela quantidade. Falta determinar somente a quantidade do café. Enquanto tal não ocorre, a coisa permanece incerta. o A determinação se dá pela escolha. Feita esta, e cientificado o credor, acaba a incerteza, e a coisa torna-se certa, vigorando, então, as normas que tratam das obrigações de dar coisa certa (art. 245- CC). Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. o A quem compete o direito de escolha? A escolha (concentração da obrigação de dar coisa incerta) cabe ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação. Portanto, só competirá ao credor se o contrato assim dispuser. Sendo omisso, pertencerá ao devedor, dispondo que “não poderá dar coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor”. o O devedor está proibido de entregar o da pior quantidade, mas não está obrigado a entregar o da melhor. Deve, portanto, guardar o meio-termo entre os gêneros da melhor e da pior qualidade. o A partir do momento que a escolha é comunicada a outra parte, a obrigação de dar coisa incerta passa a ser certa. o A obrigação pode nascer incerta, mas no momento da escolha que será comunicada a outra parte torna-se coisa CERTA. Na comunicação da escolha é o momento da transformação, tornando-se a coisa incerta em coisa individualizada, certa. Obrigação de Fazer: A prestação consiste em atos ou serviços a serem executados pelo devedor. Refletem em uma ação (obrigação positiva). É aquela em que consiste em uma atividade, ação que não seja a en- trega de um objeto. Essa atividade pode ser: física ou intelectual; fungível ou infungível. Página 3 de 4 o Obrigação fungível (art. 249-CC): substituível. Quando não é exigido que o devedor cumpra pessoal- mente a obrigação, nem se trata de ato ou serviço cuja execução depende de qualidades pessoais do devedor, podendo ser realizado por terceiro, diz-se que a obrigação de fazer é fungível – porque o que importa é o resultado, a atividade. Normalmente é uma atividade simples em que outra pessoa pode realizar o contrato. Ex.: contrato de empreitada é, em regra, um contrato fungível. Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao cre- dor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. o Obrigação infungível (art. 247 e 248-CC): é aquela insubstituível. Quando for convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestação, ou a própria natureza desta impedir a sua substituição, há obrigação de fazer personalíssima ou intuitu personae. Ex.: artista famoso, pintor famoso, consagrado cirurgião plástico. O contrato de prestação de serviço é, em regra, um contrato infungível. Prestação de serviço é infungível para os dois lados (prestador de serviço e o tomador do serviço). A morte sem- pre provoca a extinção do contrato. Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. Atenção: o credor não pode ser forçado a aceitar o cumprimento da prestação por terceiros. Se aceitar depois não poderá reclamar abatimento proporcional do preço. A obrigação era insubstituível, mas o consentimento transforma a obrigação infungível em obrigação fungível. Obrigação Não Fazer (art. 251-CC): obrigação negativa. Impõe ao devedor um dever de abstenção: o de não praticar o ato que poderia livremente fazer, se não se houvesse obrigado. Única que se revela na omissão. É aquela que consiste em um dever de abstenção. A pessoa deve deixar de fazer alguma coisa. Ex.: obrigação de não causar dano a outrem (art. 186-CC). Ex.: cláusula de exclusividade. Ex. 2: adquirente que se obriga a não construir, no terreno adquirido, prédio além de certa altura. Página 4 de 4 Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado por perdas e danos. 2. Pagamento: A extinção se dá, em regra, pelo cumprimento, que o Código denomina de pagamento. É o cum- primento de toda e qualquer espécie de obrigação. É sinônimo de adimplemento obrigacional. Requisitos de validade do pagamento: 1) Existência de obrigação válida: a inexistência caracteriza o pagamento indevido. o Subjetivamente devido: pagou para a pessoa errada; ou o Objetivamente indevido: nada devia ou quando pagou, pagou em excesso. Diante do pagamento indevido nasce o direito à repetição indevida. 2) Animus solvendi: intenção de pagar – natureza jurídica volátil (altera conforme a situação). Pode ser ato jurídico de strictu sensu ou negócio jurídico. 3) Cumprimento da prestação: quando é exato (dia e local combinado) há o chamado PAGAMENTO DI- RETO. Mas pode ocorrer a extinção do pagamento de forma distintas: Pagamento Indireto e Regras Especiais. o Pagamento Indireto: é sempre um ato bilateral. Precisa de um acordo de vontade entre as partes. Ex.: Dação em pagamento; novação; compensação, transação, etc. o Regras especiais de pagamento: ato unilateral. Não há acordo de vontade. Ex.: consignação em pagamento, sub-rogação legal. o Outras formas de extinção da obrigação: Meios anormais de extinguir a obrigação, por exemplo, a prescrição; invalidade do contrato; execução da obrigação. 4) Sujeitos do pagamento: Sujeito ativo: quem paga a obrigação, ou seja, a pessoa que efetua o pagamento – Solvens (paga- dor). Sujeito passivo: pessoa que o recebe – accipiens (recebedor).
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