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A A Saúde mental e trabalho: dores silenciosas ApresentACAo ApresentaçãoApresentação APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO APRESENTACAOAPRESENTACAO Apresentação este material lhe ajudará a reconhecer as situações de sofrimento psicológico em que o trabalho aparece como desencadeante ou agravante. A partir desse reconhecimento, fica mais fácil fazer os encaminhamentos necessários. Esta é uma cartilha organizada pelo Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador – Regional/POA (CEREST) para pensarmos sobre nossas experiências de trabalho e as suas relações com a saúde mental. O objetivo principal desta cartilha é sensibilizar para o papel central do trabalho na saúde mental das pessoas, chamando a atenção para algumas condições de trabalho que frequentemente desencadeiam sofrimento psicológico. Apresentação Trabalhador, é muito importante que você saiba identificar essa relação entre trabalho e saúde mental para qualificar seu papel na sociedade e manter-se ativo no cuidado da sua saúde. Profissional da saúde, Para facilitar o reconhecimento de fatores da organização do trabalho que podem afetar a saúde mental do trabalhador, traremos algumas situações de trabalho como exem- plos. Também veremos como pro- ceder nas situações que confirmem a relação do sofrimento ou adoeci- mento mental com o trabalho. CEREST 2 3 Pensar que as pessoas não passam por crises, sofrimentos e dúvidas é irreal. Essas crises nos fazem crescer individual e socialmente. Portanto, ter saúde mental é a capacidade de, em meio às dificuldades, inventar e reinventar saídas que ampliem as alternativas de vida. As formas de trabalhar e seus impactos sobre a saúde mental do trabalhador.Mas, afinal, o que é saúde mental? Ter saúde mental é sentir-se capaz de criar e repensar a vida!!! Para falar da relação saúde mental e trabalho é necessário pensar sobre as formas como o trabalho foi sendo organizado no decorrer da história. Pense nos seus avós, como era o trabalho deles? Onde trabalhavam? Como faziam? O que produziam? Fazendo esse exercício, você provavelmente verá grandes diferenças entre a forma como eles trabalhavam e como você trabalha hoje. Mas também verá algumas semelhanças. Até algumas décadas atrás era muito comum um tipo de trabalho onde cada trabalhador rea- lizava uma pequena parte da produção. As ativi- dades normalmente eram realizadas em esteiras, com exigências de produzir mais e mais rápido, sob a cobrança constante dos chefes e contra- mestres. Os chefes e os engenheiros pensavam e controlavam o trabalho, na tentativa de que os trabalhadores executassem as tarefas sem muita possibilidade de criação. Por isso, a doença ou sofrimento mental é diferente de outras doenças. As condições sociais são um forte deter- minante para o seu surgimento. Essas dores são silenciosas e invisíveis, pouco reconhecidas, e o sujeito que está em sofrimento psicológico frequentemente é culpabilizado e discriminado pela sua situação. Veremos como essas características acabam fazendo com que a pessoa que está em sofrimento se isole e demore a buscar ajuda. A 4 5 A violência urbana invade o mundo do trabalho Paulo trabalha como motorista para uma empresa de transporte coletivo há 12 anos. Sua jornada de trabalho começa às 15h e vai até as 23h, com frequentes horas extras até 1h30min da madrugada. Trabalha em uma linha considera- da violenta, com uma média de seis assaltos por mês. Ele já sofreu três assaltos na linha, todos com porte de arma e, no último, com a morte do colega cobrador. “Eles ficaram apontando a arma e levaram o ôni- bus para um lugar escuro, achei que ia morrer. Meu colega reagiu e eles o mataram. Essa imagem não sai da minha cabeça. Fiquei vários dias sem conseguir dormir e com medo de sair na rua. Sentia meu coração acelerado, suor e uma sen- sação no peito.” Após esse último assalto, foi afastado do trabalho por dois dias e a empresa não fez a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). Quando retornou ao trabalho, disse que já no primeiro dia não conseguiu completar o trajeto da linha. Começou a sentir- se trêmulo, tonto e com medo de perder o controle. Chorou muito, teve que ser levado para a em- presa e foi novamente afastado do trabalho. Para compreender melhor a relação saúde mental e trabalho, apresentaremos algumas situações de trabalho contemporâneas. Enquanto você lê, tente imaginar como estes acontecimentos podem afetar a saúde mental do trabalhador: Hoje esse tipo de trabalho ainda existe, mas convive com outras formas de se trabalhar, que exigem um trabalhador mais flexível, qualificado, em constante atualização e muito identificado com o que faz. Além disso, ele deve conhecer o processo de trabalho para além da atividade específica que realiza, sabendo atuar nas diver- sas áreas que estão relacionadas com o seu trabalho. Isso, por um lado, pode ser positivo, pois agora o trabalhador conhece mais o contexto em que se insere seu trabalho e se envolve afetivamente com a atividade que realiza. Entretanto, os níveis de exigência podem ser muito altos e o medo de não corresponder às expectativas do mercado é constante. Somam-se a isso o medo de perder o em- prego, o subemprego, os contratos informais, por tempo determinado, a diminuição dos postos de trabalho, as novas tecnologias e máquinas incorporadas ao trabalho. Esses fatores também repercutem na saúde mental dos trabalhadores, que se sentem obrigados a permanecerem em seus empregos mesmo em condições precárias. Essa situação configura um acidente de trabalho? Trabalhar sob ameaça de violência pode trazer consequências negativas para a saúde física e mental do trabalhador? Sim, pois, a partir da situação de violência viven- ciada no ambiente de trabalho, desencadeou-se um agravo à saúde mental de Paulo que ele não apresentava antes dos assaltos. Portanto os procedimentos devem ser os mes- mos de qualquer outra notificação de doença profissional ou acidente de trabalho. Sem dúvida. A ameaça de qualquer violência, de baixo ou alto nível, tem para o psiquismo uma tradução de violência, mesmo que esta não aconteça. A reação comum é que a pessoa ponha em ação mecanismos de ataque ou fuga e, no caso de uma situação de alto nível de ameaça, como um assalto, acontece um trauma: estado alterado de consciência, desorientação no espaço-tempo ou, em outras palavras, a pes- soa pode ficar confusa, sem conseguir identifi- car onde está e em qual dia da semana, po- dendo vir a caracterizar um Estado de Estresse Pós-Traumático. No Brasil, as principais vítimas de violência no trabalho são bancários, cobradores e motoristas de ônibus, vigilantes, seguranças, transportado- res de valores, trabalhadores de lotéricas e co- merciários. 1 Como realidades diferentes de trabalho afetam a saúde dos trabalhadores? flexível ousad o criativodinâmico po liva len te 6 7 Uma forma de discriminação no trabalho: o assédio moral Joana tem 35 anos e é auxiliar de enfermagem em um hospital. Sempre trabalhou nessa função e por isso tem bastante experiência na área. Cumpre sua atividade com muita dedicação e, quando percebe que alguma coisa pode ser me- lhorada, procura a enfermeira-chefe para fazer algumas sugestões. Nessas ocasiões, a enfermeira costuma agir com grosseria com Joana, dizendo coisas do tipo: “Quem é você para me dizer o que pode ser melhor no setor?” Em uma dessas ocasiões, Joana foi insistente em suas propostas e elas tiveram uma discussão. Após esse inci- dente, a chefe passou a controlar tudo o que Joana fazia, dizendo na frente dos colegas: “Essa aí tem que ficar em cima, senão ela começa a querer inventar moda... onde já se viu umatécnica de enfermagem achar que sabe alguma coisa!”. Joana se sente mal com essas atitudes de sua chefe, mas precisa muito desse emprego. Quando o sofrimento é muito grande, ela vai ao banheiro, chora e depois volta ao trabalho. No último Natal, ela queria viajar com sua família e pediu duas semanas de férias a que tinha direito. O pedido foi negado. Observou, naquelas semanas, que até os novos funcionários tiraram férias, e ela não. Joana agora começa a perceber que já não tem o mesmo jeito com os pacientes, irrita-se facil- mente e começou a duvidar de sua capacidade profissional. Fora do trabalho, sente-se insegura na relação com as pessoas, ansiedade, dificul- dade para dormir, irritabilidade. No trabalho, tem muito medo de fazer algum procedimento errado, pois sabe que a chefe gritaria com ela perante os colegas. Essas situações a deixam com muita vergonha e ela já não consegue se relacionar da mesma forma com os colegas. Está sendo muito difícil trabalhar ali e tem pensado seriamente em pedir demissão e buscar um emprego em outra área, pois acha que não serve para ser técnica de enfermagem. Pode-se dizer que Joana é vítima de assédio moral no trabalho? Ou as críticas que ela recebe correspondem a sua postura profissional? Essa situação é algo que Joana deve resolver sozinha? Sim, Joana é vítima de assédio moral no tra- balho, pois assédio, violência ou constrangi- mento moral acontece quando o trabalhador é submetido a situações de humilhação e cons- trangimento constantes. Essas situações muitas vezes são sutis - a organização, geralmente por meio da chefia, constrange, dá ordens confu- sas, restringe as atividades, exige mudanças de turnos de trabalho ou horas extras excessivas, exige metas inatingíveis, nega folgas e férias. Isolar-se e sentir-se culpada pode reforçar o am- biente em que o individualismo é estimulado, estabelecendo-se pactos de silêncio e de re- produção da violência entre os colegas, as che- fias e a organização. É fundamental revelar esse sofrimento e denunciar a situação de violência moral a que vem sendo submetida – muitas vezes, uma situação que parece isolada, quando explici- tada, autoriza os outros a também revelarem os constrangimentos a que vêm sendo submetidos. Deve procurar aliados na organização e fora dela, como áreas de RH, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), Ministério Público, CEREST, Sindicatos, etc. Na SRTE, existe um Nú- cleo de Igualdade no Trabalho (NIT) que atende, a partir de denúncias, situações de discriminação no trabalho. Além disso, é importante que o trabalhador vítima de assédio busque esclarecer com os colegas sobre o que está ocorrendo de modo a levá-los a pensar sobre a situação. Mas o que é assédio moral? “Podemos dizer que o assédio moral no trabalho significa submeter os trabalhadores ou trabalhadoras a situações de humilhação e de constrangimento, repetitivamente e de forma prolongada no tempo.” Ana Maria Costa (Auditora Fiscal do Trabalho) Coordenadora do NIT/SRTE-RS 2 8 9 A pressão pela produção: a “fábrica moderna” Marco tem 19 anos e trabalha numa empresa de telemarketing há um ano e meio. Sua função é vender produtos por telefone. O ambiente de trabalho é amplo, mas sua mesa fica num peque- no espaço com divisórias, as quais impedem o contato com outros colegas. Marco tem 1,90m de altura e a sua cadeira de trabalho é baixa, causando muito desconforto. Ele precisa atingir uma meta de 20 vendas por dia, e os tempos de ligação são controlados pelo computador. Marco não pode interagir livremente com as pessoas com quem fala por telefone, pois precisa seguir algumas frases-padrão conforme lhe orientaram no treinamento. Muitas vezes recebe xingamentos das pessoas para quem liga. Até pouco tempo atrás havia muitos supervisores controlando seu trabalho, recentemente eles foram substituídos por câmeras. Há uma sobre sua cabeça. Pode ir ao banheiro somente uma vez por turno, em horários especificados. Não faz pausas, exceto no horário de almoço. Realiza muitos movimentos repetitivos com os braços para discagem dos números, in- serção de dados no computador. Após os cinco primeiros meses de trabalho, começou a sentir dores no punho direito. Consultou um médico que lhe receitou um remédio para aliviar a dor. 3 Falta de contato com os colegas por causa das divisórias, interação humana ao telefone contro- lada, poucas pausas, vigilância pelas câmeras, xingamentos, movimentos repetitivos, metas, am- biente restrito e isolado, péssimas condições er- gonômicas e dor. Também o fato de ser uma atividade que lida com os modos de falar e de convencer os clientes coloca a inteligência desse trabalhador em evidência. No caso da empresa tratar esse “uso da inteligência” com punições ou premiações, fica ainda mais complexo do ponto de vista de sua saúde mental. Falamos de um jovem com a sua primeira experiência de emprego, e que provavelmente ainda enfrentará muitas dificuldades para compreender a reali- dade deste novo mundo do trabalho. AQue relação pode haver entre o cotidiano de trabalho de Marco e as perturbações que ele tem sentido fora do trabalho? Atualmente o remédio não tem tido mais efeito, mas as metas que Marco tem atingido estão lhe rendendo uma porcentagem a mais no seu sa- lário e ele precisa continuar com o mesmo ritmo de produção. Recentemente começou a perceber que tem se cobrado muito em suas atividades fora do trabalho: sente necessidade de fazer as coisas com rapidez e com perfeição e fica muito angustiado quando as coisas não saem como gostaria. Há um mês não sente mais vontade de ir ao trabalho, sente muitas dores pelo corpo (principalmente nos braços e na coluna), não quer falar com as pessoas e, se pudesse, ficaria todo o tempo trancado no quarto dormindo. 10 11 A era da “qualidade” Suzana formou-se em Administração e há cinco anos trabalha como gestora de recursos huma- nos. Recentemente foi encarregada de implantar um sistema de controle de qualidade na empresa. Seu chefe a pressiona para que a empresa ob- tenha a certificação superior à da concorrência. Entretanto, ela está atrasada nos prazos em vir- tude das dificuldades em treinar os funcionários para essas novas mudanças, pois eles não con- seguem se adequar às normas. Além disso, a implantação do sistema está atrelando os ganhos dos trabalhadores ao aumento de produção e cria descontentamento entre os funcionários. O novo sistema exige que os trabalhadores sintam- se motivados a contribuir com a empresa, mas Suzana está tão estressada que acaba não con- seguindo se controlar e se comporta com muita exigência e autoridade diante deles. O conflito com os funcionários e o atraso na implantação do sistema fez com que Suzana recebesse uma advertência da chefia. Com medo da demissão, ela agora tem levado trabalho para casa e suas amigas se queixam porque ela já não sai com elas como costumava fazer antes. Na semana passada o nível de stress foi tão alto que Suzana teve uma grave crise de herpes. O médico que a atendeu recomendou que se afastasse do tra- balho por alguns dias, mas ela não acatou essa recomendação, pois não pode estar de atestado em um momento tão delicado para a empresa. 4 As formas de produção inspiradas nos modelos de gestão da qualidade, que têm como priori- dade o controle e a produção da qualidade em todos os níveis da produção, na grande maioria das vezes, são implantadas de cima para baixo, trazendo o temor do desemprego e a intensifica- ção do trabalho, além disso, há pouca abertura para a participação daqueles que executam as atividades. Esses modelos criam a exigência de um trabalhador polivalente, engajado, que deve vestir a camiseta da empresa, escolarizado eem formação permanente. O sentimento de frus- tração, o temor em não atender as metas e o medo de ser demitido, criam uma verdadeira “panela de pressão” que pode, cumulativamente, causar sofrimentos psíquicos importantes. As pressões da organização do trabalho, que atin- gem todos os níveis de hierarquia da empresa, muitas vezes são determinantes de um tipo de sofrimento psíquico que vai manifestando-se fisica- mente, por meio de sintomas como: somatizações, tristeza, alterações no sono e fadiga. Encarrega- dos e gerentes vivem tais situações, assim como operários e outros cargos dentro da empresa. A implantação de um novo sistema de gestão pode interferir na saúde dos trabalhadores? “O sofrimento começa quando a relação homem-organização do trabalho está blo- queada; quando o trabalhador usou o máximo de suas faculdades intelectuais, psi- coafetivas, de aprendizagem e de adaptação. Quando um trabalhador usou de tudo que dispunha de saber e de poder na organização do trabalho e quando ele não pode mudar de tarefa: isto é, quando foram esgotados os meios de defesa contra a exigência física. Não são tanto as exigências mentais ou psíquicas do trabalho que fazem surgir o sofrimento. A certeza de que o nível atingido de insatisfação não pode mais diminuir marca o começo do sofrimento”. (DEJOURS, 1992, p. 52). A pressão sofrida pela organização pode ser um fator de risco para o adoecimento? 12 13 - Por que foi usado o termo “remédio” ao invés de veneno? Qual o impacto disso na preservação de sua saúde? Muitas vezes essa terminologia pode confundir o trabalhador que faz uso do produto químico com a idéia de que ele é um “tratamento” para a plantação e, portanto, não traz nenhum prejuízo à sua saúde, podendo ser utilizado sem qualquer cuidado tanto por crianças como adultos. O trabalhador rural e as intoxicacões químicas Luís trabalha desde os oito anos na agricultura com a família, no interior do Rio Grande do Sul. Conta que uma grande empresa de fumo che- gou no município e ofereceu aos agricultores a proposta de montarem estufas com sementes de fumo. Forneciam sementes, equipamentos e “remédios”, orientando que podiam ir para a la- voura sem qualquer proteção. Relata que ele e o irmão envolviam-se diretamente no plantio e na colheita, mas que a colocação do “remédio” ele realizava sozinho. Lembra que sentia muitas tonturas, desmaios, vômitos, diarréia, estava sem- pre gripado e desidratado e em vários momentos apresentava dificuldades para caminhar. Nessas ocasiões, quando buscava atendimento médico, diziam que era uma virose, davam-lhe soro e o mandavam para casa. Lembra que esses sintomas apareciam principalmente nos meses de dezem- bro, época da colheita. Os agricultores vizinhos queixam-se dos mesmos problemas. Ele menciona também algumas histórias de depressão, suicídio e internações psiquiátricas na região. 5 Sim, essa possibilidade precisa ser avaliada, pois existem estudos que relacionam sintomas como os identificados na comunidade de Luís com intoxicacões por produtos químicos. Os sin- tomas referem-se à diminuição da capacidade de concentração, processamento da informação, memória e coordenação motora fina, ou seja, o trabalhador fica com dificuldade de realizar pequenos movimentos com as mãos e atividades que exigem destreza manual, entre outros. Observam-se também em intoxicados mudan- ças de comportamento e efeitos emocionais tais como: ansiedade, irritabilidade, tensão, desmoti- vação, inquietação, havendo relatos de casos de esquizofrenia e depressão relacionados. Pode haver relação entre o uso de agrotóxicos e os sintomas referidos por pessoas da comunidade onde Luís mora? Já existem estudos que identificam esses quadros relacionados ao uso de agrotóxicos frequente- mente utilizados nas lavouras. Foram identifica- dos alguns sintomas psíquicos: alterações neuro- comportamentais como problemas de memória, percepção das coisas, alterações de humor, dificuldades de aprendizagem em crianças, de- pressão e suicídio. Existe relação entre depressão, suicídio e o tipo de trabalho que eles realizam? 14 15 As doenças ocupacionais LER/DORT e o aumento da produção 6 Marina trabalhava, até 2005, como costureira em uma empresa de confecções. Trabalhava de 10 a 13 horas por dia durante a semana e, aos sábados, 6 horas. Após um mês trabalhando na empresa, sua chefia imediata lhe disse que a empresa estava muito satisfeita com seu ritmo de produção e que por isso ela seria transferida a um setor “melhor” (nas palavras do chefe), no qual receberia uma porcentagem por quantidade de peças produzidas. Como “não era de negar serviço”, Marina foi para o novo setor e con- seguiu, em pouco tempo, ser a funcionária que mais produzia. Foi um período muito bom de sua vida, porque o seu salário estava bem alto – em virtude das horas extras e da porcentagem por produção – e ela conseguiu realizar o sonho de arrumar sua casa. Na época, ela tinha quase 40 anos, e os amigos achavam estranho que ela não pensasse em casar ou ter filhos, ao que ela respondia: “Agora não dá, estou numa fase de muito trabalho na empresa”. Ao cabo de um ano, Marina teve que se afastar do trabalho em decorrência das LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relaciona- dos ao Trabalho). Sua doença a impossibilita de realizar atividades com movimentos repetitivos, e mesmo as tarefas de casa já não consegue fazer, tendo que pedir ajuda para uma vizinha. Desde então sua vida tem sido muito difícil: “Desde muito nova eu sempre trabalhei, agora que não consigo fazer o que eu fazia, sinto um vazio. Antes, eu era costureira, agora já não sei quem sou”. Perdeu o contato com suas amigas da fábrica e passa os dias sozinha, pois todas as pessoas que conhece estão trabalhando. Na verdade, ela até prefere assim: faz tempo que não gosta de ter contato com outras pessoas, preferindo ficar trancada em casa, “em casa nin- guém me incomoda”, ela costuma dizer. Marina passou de “trabalhadora eficiente” para “trabalhadora afastada”. E agora, como fica sua identidade? Qual o impacto sobre sua saúde mental? Marina é uma dentre tantos trabalhadores que sempre serviram à organização, cumprindo a produção e até superando as metas propostas, sem tempo de lazer, com sobrecarga de tra- balho, sem pausas, repetitividade de movimen- tos, dores constantes, dificuldade para dormir, namorar e limitações físicas. Nesses casos, a principal fonte de agressão à saúde do tra- balhador é a própria organização do trabalho. Como Marina, a grande maioria dos casos evolui para uma forma crônica com a presença per- manente de dor, trazendo uma série de im- possibilidades/limitações para exercer atividades cotidianas, como lavar e pentear os cabelos, lavar louça sem quebrar, entre outras. Essas limitações trazem repercussões do adoecimento nas relações sociais: família, amigos e vizinhos, principalmente discriminatórias, provocando, mui- tas vezes, o convívio solitário com a doença. O mesmo acontece com as relações de trabalho: é comum que o trabalhador que adoeceu sofra isolamento e discriminação dos empregadores e colegas. A baixa autoestima e o sentimento de culpa agregam-se as limitações de exercer algu- mas atividades profissionais, o que termina por abalar sua identidade de trabalhador. Falamos de uma doença que em geral atinge quem está muito interessado no seu trabalho, mostrando muita dedicação. Quando a situação é essa, o trabalhador sofre ainda mais porque necessita afastar-se de algo que lhe traz reconhecimen- to. Dessa forma, o trabalho, contraditoriamente, deixa de ser produtor de saúde e acaba por produzir doença, pois não leva em consideração o trabalhador, seu corpo e suas necessidades.São trabalhadores em situação de permanente sofrimento psíquico, geralmente com sintomas depressivos associados. A 16 17 A violência urbana invade o mundo do trabalho Paulo trabalha como motorista para uma empresa de transporte coletivo há 12 anos. Sua jornada de trabalho começa às 15h e va i até às 23h, com freqüentes horas extras até 1:30h da madrugada . Trabalha em uma linha consid - erada violenta, com uma média de seis assaltos por mês. Ele já sofreu três assaltos na linha , todos com porte de arma e, no último, com a morte do colega cobrador. “Eles ficara m apontan- do a arma e levaram o ônibus para um lugar escuro, achei que ia morrer. Meu colega reagiu e eles o mataram. Essa imagem não sai da minha cabeça. Fique i vários dias sem conseguir dormi r e com medo de sair na rua. Sentia meu coração acelerado, suor e uma sensação no peito.” Após esse último assalto foi afastado do trabalho por dois dias e a empresa não fez a CAT (Comuni - cação de Acidente de Trabalho) . Quando retornou ao trabalho , disse que já no primeiro dia, ele não conseguiu completar o tra - jeto da linha. Começou a sentir - se trêmulo, tonto e com medo de perder o controle. Chorou muito , teve que ser levado para a em - presa e foi novamente afastado do trabalho. Se em muitas doenças físicas relacionadas ao trabalho falamos de invisibilidade, do ponto de vista da saúde mental isso é ainda mais acentuado, ou seja, ela é vivida pelo trabalhador, mas não é reconhecida como uma forma de doença. O trabalhador sofre, mas pode não reconhecer esse so- frimento/desconforto como um fator de agravo à sua saúde. No caso da saúde mental, não podemos falar em “fatores de risco” universais, ou seja, cada trabalhador vai reagir de forma diferente a uma dada situação de trabalho. No entanto, é sabido que algumas condições de trabalho, tais como trabalhar sob pressão, sem possibili- dade de interação com os colegas, em ambientes competitivos, com sobrecarga de trabalho, sob vigilância, sob ameaça de violência, sob constrangimento moral, freqüentemente levam o trabalhador ao adoecimento. Vejamos como continuam essas histórias: Luís já teve internação psi- quiátrica e ainda não lhe foi dada uma avaliação conclu- siva sobre o seu caso. Marina está tomando medi- cação para dor e antidepres- sivo. Marco, quando procurou ajuda, teve o diagnóstico de “Transtorno Misto Ansioso Depressivo”. Paulo foi levado pela sua esposa para atendimento numa Unidade Básica de Saúde. Dali foi encaminha- do para um psiquiatra que prescreveu uma medicação para “Transtorno de Estresse Pós-Traumático”. 1 2 3 4 5 6 A partir dessas situações, que são baseadas em histórias reais de trabalhadores, podemos ver como o trabalho é importante na vida das pessoas. Cada forma de organização do trabalho terá elementos que favorecerão o bem-estar do trabalhador, mas também aqueles que lhe trarão sofrimento. Nas situações que vimos, havia uma prevalência de situações de sofrimento no trabalho sobre as fontes de saúde. Joana, apesar da sensação de que não anda muito bem, não fala de seu sofrimento com as pessoas à sua vol- ta e nem buscou ajuda em serviços de saúde. Suzana, apesar da sensação de que não anda muito bem, não fala de seu sofrimento com as pessoas à sua vol- ta e nem buscou ajuda em serviços de saúde. Como podemos ver no desfecho desses casos, ainda temos dificuldade em reconhecer o adoecimento psíquico como sendo relacionado ao trabalho. Na grande maioria dos casos, é feita uma interpretação individual e sintomatológica, buscando um diagnóstico a partir dos sintomas psíquicos que se apresentam, sem considerar as condições de trabalho, ergonômi- cas, sociais e organizacionais. O sofrimento mental é sempre subjetivo, portanto ele precisa ser expressado, escutado, para ser reconhecido tanto pelo próprio trabalhador, como pelos profissionais de saúde. 18 19 Cada caso deverá ser tratado de forma única, portanto não existe uma “receita” que vale para todo mundo, mas alguns ingredientes já foram estudados e identificados. Vamos agora sugerir alguns in- gredientes possíveis. Trabalhador, se você acha que o seu trabalho está colaborando para o seu sofrimento/adoecimento, o primeiro passo é buscar ajuda em um serviço de saúde da rede básica (UBS, PSF), que deve avaliar a relação do sofrimento psíquico com as condições de trabalho. Em caso de confirmação desse nexo, você receberá o atendimento adequado e será orientado a buscar seus direitos junto à Previdência Social e ao empregador. O trabalhador, quando sofre acidente de trabalho, acidente de trajeto ou doença relacionada ao trabalho, pode ter que se afastar temporariamente ou permanentemente do trabalho para fazer trata- mento e se reabilitar, dependendo do seu estado de saúde. Comunicação do Acidente de Trabalho junto ao INSS – Previdência Social, por meio de de um documento – CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) que deve ser feito pela empresa onde trabalha e entregue ao trabalhador para ser levado ao INSS, mes- mo que não precise se afastar do trabalho, tanto em situação de acidente quanto de doença relacionada ao trabalho. Atenção médica no momento do acidente; Em qualquer situação de acidente ou doença do trabalho, o trabalhador tem direito à... SUSCEREST No Brasil, existe uma Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador - RENAST, que tem como objetivo articular, no âmbito do SUS, ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde dos tra- balhadores urbanos e rurais, independente- mente do vínculo empregatício e do tipo de inserção no mercado de trabalho. A RENAST cria os CERESTs (Centros de Referência Regional em Saúde do Trabalhador), que funcionam como articu- ladores das políticas públicas em saúde do trabalhador em sua região de abrangência. Entre suas atribuições estão a capacitação da rede do SUS para acolhimento, notifica- ção e tratamento dos agravos relacionados ao trabalho; a vigilância aos ambientes de trabalho e a vigilância epidemiológica. A partir desse modelo, a atenção à saúde dos trabalhadores se dará na rede do SUS, cabendo aos CERESTs serem referência téc- nica para essas ações. Existem alternativas para esses trabalhadores? RENAST 20 21 Não perca tempo! Assim que acontecer algo que não esteja respeitando o direito do trabalhador, mantenha a equipe que está lhe acompanhando informada, pois ela poderá dar ori- entações que venham a ajudá-lo. Isso também faz parte do atendimento em saúde! Se os direitos que não estão sendo respeitados forem por parte da empresa onde trabalha, você pode procurar a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (antiga DRT), para obter informações ou denunciar, se for o caso. Observação Importante Se a empresa não preencher a CAT (Comunica- ção de Acidente de Trabalho), outras pessoas podem preencher, como o sindicato de sua ca- tegoria, um médico do serviço de saúde onde foi atendido, ou ainda o próprio trabalhador. O for- mulário da CAT pode ser encontrado no site da Previdência Social ou adquirido na própria agên- cia do INSS. Também alguns sindicatos fornecem esse documento. Se ficar comprovado que a doença ou o acidente são relacionados ao tra- balho e o trabalhador tiver que ficar afastado, terá direito a um benefício da Previdência Social (INSS), chamado auxílio-doença acidentário – es- pécie B-91. Esse benefício só é concedido após o trabalhador passar pela perícia médica. E quando todos esses direitos não forem respeitados, o que fazer? Profissional da saúde, fique atento ao papel do trabalho nosquadros de adoecimento psíquico que chegam às suas unidades de saúde. Pergunte sobre as condições de trabalho do paciente: O que faz? Onde faz? Como faz? Com o que faz? Quanto faz? Em alguns casos, o reconhecimento dessa relação pode ser mais complicado, e você pode ter dúvi- das. Nessas situações, consulte o “Manual de Doenças Relacionadas ao Trabalho” do Ministério da Saúde no site do Ministério da Saúde ou solicite este manual ao CEREST da sua região. Se ainda houver dúvidas, poderá conversar com os técnicos do CEREST ou mesmo encaminhar o paciente para avaliação de nexo no CEREST de sua região. Se ficar claro o nexo da doença com o trabalho, é importante que você notifique a suspeita por meio do formulário da RINA-SIST/RS (Relatório Individual de Notificação de Agravo do Sistema de Informações em Saúde do Trabalhador) e/ou SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) e oriente o trabalhador a buscar informações sobre seus direitos previdenciários (nos sindicatos, CEREST, serviços de assessoria jurídica ou de assistência so- cial). A notificação desses agravos é que permitirá que as políticas de saúde do trabalhador sejam implementadas. Estabelecer o nexo do sofrimento psíquico com o trabalho; Pensar no paciente/trabalhador em um papel ativo; O trabalhador deve ser orientado a solicitar uma CAT à empresa; Preencher a RINA-SIST/RS e/ou SINAN; Encaminhar para o CEREST se houver dúvida do nexo ou para acompanhamentos interdiscipli- nares; Se a equipe ou profissional julgar necessário, afastar o trabalhador da atividade; Realizar um plano de tratamento com o paciente que pode incluir psicoterapia em grupo ou individual, participação em grupos do CEREST, acompanhamento psiquiátrico e medicamentoso, investindo na saúde de forma ampliada. Lembre-se de 22 23 Você pode ser a primeira pessoa para quem o trabalhador está conseguindo falar de seu so- frimento e é importante que você consiga iden- tificar a suspeita de nexo com o trabalho para que o trabalhador receba ajuda especializada. Para essa rede funcionar é preciso a colaboração de todos! A evolução dos casos depende do suporte fornecido pelos serviços de saúde, empresas, sindica- tos, familiares e instituições, pois esses podem fornecer um conjunto de ações que resgatem a identidade profissional e social dos trabalhadores. É muito importante que você esteja atento às suas condições de trabalho e aos efeitos e con- sequências que ela produz na sua vida. A partir disso, você será capaz de denunciar irregulari- dades em seu trabalho e buscar ajuda. Trabalhador Profissional da Saúde Sabemos que as difi- culdades não são pou- cas, principalmente frente à necessidade de reconhecimento e comprovação do adoecimento pelas empresas e pelo INSS. Os profissionais de saúde que prestam assistên- cia aos trabalhadores ouvem há muito tempo seus relatos sobre o sofrimento que experenciam desde os dias que antecedem as perícias médi- cas previdenciárias e suas consequências nos dias seguintes. Relatam momentos de angústia e de apreensão e a intensificação dos sintomas dolorosos. Esse agravamento dos sintomas físi- cos e psíquicos parece relacionar-se a múltiplos aspectos que envolvem os procedimentos perici- ais. A necessidade de comprovação diagnóstica e de incapacidade para o trabalho envolve a realização de consultas especializadas e exames complementares (por exigências periciais) cujos custos acabam sendo arcados pelos próprios trabalhadores pela dificuldade de agendamento pelo SUS, que não consegue atender as de- mandas nos prazos estipulados. O rito pericial propriamente dito é descrito pelos trabalhadores como sendo de muita tensão, seja pela possibili- dade de os resultados de exames complemen- tares e laudos com as avaliações clínicas serem desconsiderados, seja pela forma como se dá a relação perito-segurado. Criam-se assim outros conflitos para serem manejados. Pacientes que se dedicam aos tratamentos recomendados - e que tentam fazer o que está ao seu alcance para pro- mover sua recuperação - terão que ciclica- mente enfrentar essa situação sabendo que, se não chegarem às perícias claramente doen- tes, não terão seus benefícios prorrogados e o tratamento, por conseguinte, suspenso ou muito dificultado. A esse respeito é exemplar o estudo de NARDI, 1999, “A vivência do adoecimento relacionado ao trabalho e a relação médico- paciente: o jogo das instituições”. Esse processo – que inclui perícias, eventuais re- tornos do trabalhador ao trabalho ainda doente, discriminação, lutas constantes pelos seus direi- tos – pode acabar gerando novas formas de so- frimento psíquico. Esse sofrimento, que se agrava com a proximidade das perícias, produz uma tensão específica que os trabalhadores denomi- nam de TPP (tensão pré-perícia). 24 25 Em Porto Alegre, existe o CEREST Regional/ POA, que abrange os municípios da 1ª, 2ª e 18ª Coordenadorias Regionais de Saúde. Nesse serviço, há uma equipe multidisciplinar (médicos do trabalho, fisioterapeutas, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, enfermeiro, jor- nalista, técnicos em segurança do trabalho e servidores administrativos) disponível para ori- entar e, se necessário, avaliar as situações de adoecimento relacionadas ao trabalho. Especifi- camente na área de saúde mental, dispomos de uma equipe composta de uma psicóloga e dois estagiários de Psicologia do Trabalho vinculados à UFRGS que realizam avaliações individuais para o estabelecimento de nexo, orientações e plano de tratamento. Esse plano pode incluir a par- ticipação em atividades em grupo realizadas no CEREST ou em outras instituições como sindica- tos, associações ou demais parceiros em ações de saúde do trabalhador. Grupos realizados no CEREST Grupos de Reflexão sobre o Trabalho Grupos fechados, sistemáticos, com trabalhadores que já tenham estabelecido o nexo do sofrimento com o trabalho, buscando a reflexão sobre o mundo do trabalho, processo de adoecimento, trata- mentos e reinserção social. Grupo de Convivência Grupo permanente, aberto para trabalhadores vinculados ao serviço e que já participaram do Grupo de Reflexão sobre o Trabalho, buscando, por meio da convivência e de atividades artesanais ou literárias, a reinserção social, a melhora sintomatológia e a qualidade de vida. Grupo Viver Bem Grupo permanente, aberto para trabalhadores intoxicados por organofosforado do Grupo Hospitalar Conceição, que busca a reflexão, os conhecimentos, as orientações e as terapias que ofereçam me- lhora na sintomatologia física e psíquica. Grupo Recomeçar Grupo sistemático aberto a trabalhadores vinculados ao CEREST Regional/POA e à GerAção POA que tenham condições de reinserção e desejam uma preparação para inclusão planejada em novo processo de trabalho, visando a garantia de direitos sociais. Temos também uma parceria já estabelecida há muitos anos com a GerAção POA Oficina Saúde e Trabalho da SMS/PMPA onde são realizadas atividades de acolhi- mento, oficinas de trabalho, oficinas de expressão e arte, grupos, cursos, incubação de grupos de gestão solidária e atividades externas, que ampliam os espaços de circulação na cidade. É um serviço que integra a política de saúde mental e física do trabalhador. CEREST Regional/POA Indicamos também a busca de tratamentos interdisci- plinares em outros coletivos de trabalhadores que, por enquanto, têm se centrado na região da Grande POA Grupo de Ação Solidária de Portadores de LER/DORT do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (GAS); Associação dos Trabalhadores Vítimas de Doenças e Acidentes de Trabalho no RS/AVIDA; Grupo Renascer para Pacientes com LER/DORT do IPA; Grupos da Unidade de Referência em Saúde do Trabalhador de Gravataí; Grupo dos Metalúrgicos de POA. Além disso, esses trabalhadores,se identificada a necessidade de um acompanhamento psicoterápico individual, serão encaminhados para vários serviços de referência na rede do SUS ou fora dela. Projeto Saúde Mental do Trabalhador: Tecendo Caminhos da Saúde Mental com os Trabalhadores da Rede da Saúde O projeto se desenvolve por meio de oficinas que visam promover o fortalecimento da Rede de Aten- ção à Saúde Mental e o cuidado da saúde dos trabalhadores da Atenção Básica. 26 27 Onde buscar orientações Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador – CEREST Regional/POA Capitão Montanha, 27/4º andar – Centro/POA 51 3225.2211 crst@sms.prefpoa.com.br Núcleo Igualdade no Trabalho – Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, NIT/SRTE Av. Mauá, 1013/4º andar – Centro/POA 51 3227.2775 nit.drtrs@mte.gov.br Grupo de Ação Solidária (GAS) Sindicato dos Bancários - General Câmara, 424 – Centro/POA 51-3433.1200 saude@bancariospoa.com.br AVIDA Rua dos Andradas, 1560 – 16º andar – Centro/POA avida-rs@bol.com.br Centro Universitário Metodista/IPA Rua Coronel Joaquim Pedro Salgado, 80 Bairro Rio Branco/POA 51 3316.1100 – Coordenação da Terapia Ocupacional Centro de Documentação, Pesquisa e Formação em Saúde e Trabalho/CEDOP Do Departamento de Medicina Social, da Faculdade de Medicina da UFRGS. Rua Ramiro Barcellos, 2600 – 4º andar – Santana/POA 51 3308.5291 www.famed.ufrgs.br/centro-de-documentacao-pesquisa-e-formacao-em-saude-e-trabalho.php Unidade de Saúde do Trabalhador de Gravataí Avenida Dorival Luiz de Oliveira, 300 – salas 1 e 2 Centro/Gravataí 51 3043.1382/3043.1383/3043.1384 Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre Rua Francisco Trein, 116 Cristo Redentor/POA 51 3341.1900 GerAção POA Mariante, 500 Rio Branco/POA 51 3321.1976 Previdência Social Prevfone: 0800.780.191 Indicações/recomendações de sites para consultas Ministério da Saúde/ Saúde do Trabalhador http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_area=928 Assédio Moral www.assediomoral.org OIT (Organização Internacional do Trabalho) www.oit.org Previdência Social www.mpas.gov.br Saúde e Trabalho On-line www.saudeetrabalho.com.br Biblioteca Virtual em Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadão/área.cfm?id_area=928 Portal Scielo Brasil (biblioteca eletrônica de periódicos nacionais) www.scielo.br/scielo.php/script_sci_subject/lng_pt/nrm_iso 28 29 Na elaboração desta cartilha foram utilizadas referências dos seguintes documentos: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 2.437, de 07/12/05. BRASIL. Ministério da Saúde do Brasil. Doenças relacionadas ao trabalho – manual de procedimentos para os serviços de saúde. Série A. Normas e manuais técnicos. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil, 2001. CANGUILHEM, G. (1943, 1995) O normal e o patológico, trad. Maria Thereza Redig de Carvalho Barrocas e Luiz Octavio Ferreira Barreto Leite. 4. ed. Rio de Janeiro, Forense Universitária. DEJOURS, C. A. Loucura do Trabalho – Estudo de Psicopatologia do Trabalho. 5. ed. SP: Cortez, 1992. 168p. COSTA, Ana. Afinal, o que é assédio moral. Publicado no Jornal do SINDEC - Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Vestuário de Porto Alegre: http://www.sindvestuario.org.br/?id=artigos&pg=assedio Cartilha elaborada por Ana Fumegalli – Jornalista CEREST Regional/POA Etiane Araldi – Estagiária de Psicologia do Trabalho CEREST Regional/POA Luís Carlos Duarte – Estagiário de Psicologia do Trabalho CEREST Regional/POA Rosângela Lizardo – Psicóloga CEREST Regional/POA Colaboradores: Adriana Silva Tarragô Carvalho – Coordenação CEREST Regional/POA Ana Costa – Auditora Fiscal do Trabalho – Núcleo Igualdade no Trabalho/SRTE/RS Geraldo Azevedo – Médico do trabalho – CEREST Regional/POA Jaqueline Tittoni – Professora do Instituto de Psicologia da UFRGS Milene Bordignon – Assistente Social – CEREST Regional/POA 30 31