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Documentário Carne e osso 2

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Carne e osso 
(Documentário) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2020 
 
 
 
 
 
Índice: 
 
Introdução 
Desenvolvimento 
Conclusão 
Referências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Documentário: Carne e Osso 
 
Introdução: 
 O documentário Carne e Osso mostra a triste e lamentável realidade dos 
trabalhadores de frigoríficos, ramo que oferece muitas vagas de emprego, no Vale do 
Taquari. 
 O relato vem dos próprios trabalhadores que compartilham as suas experiências 
dolorosas, em um ambiente de trabalho estressante, arriscado, pelo uso de objetos 
cortantes, em meio as baixas temperaturas, e com dores musculares por passar horas 
realizando a mesma atividade, com os mesmos movimentos. Eles também falam a 
respeito da pressão sofrida pela cobrança excessiva de metas para alcançar no corte 
e desosso das partes de frango, mas essas metas nunca se tornam suficiente e 
aumenta a cada vez que é alçada, o que trás desgastes físicos e emocionais nos 
servidores, entre outros problemas, alguns até irreversíveis. 
 Pode se observar na fala dos trabalhadores, o quanto é sofrido e difícil se 
desvencilhar dessas empresas, as vezes a dependência é financeira onde a falta de 
outras opções, leva as pessoas a suportarem todo o tipo de tratamento, logo as 
consequências se veem na perda da saúde e consequentemente no afastamento e 
demissão daqueles que por anos, serviram a empresa. 
Segundo pesquisas, Brasil é o maior exportador de proteína animal do mundo, onde 
o que chamam de “Complexo Carnes” ocupa o terceiro lugar no pódio do agronegócio 
nacional, atrás apenas da soja e do açúcar/etanol. No ano de 2010, as vendas 
externas superaram US$ 13 bilhões e o setor empregava diretamente 750 mil 
pessoas. Muitos desses frigoríficos se transformaram em gigantes no mercado 
mundial com dinheiro do governo via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social (BNDES) – o principal banco de fomento da economia brasileira. 
 O desembargador Sebastião em seu relato afirmara que o “trabalho é onde a pessoa 
vai buscar a vida e não a morte”, porém, os fatos mostrados não corroboram esta 
afirmação e infelizmente essa situação é observada em várias empresas de diversos 
segmentos. 
 
Desenvolvimento: 
Conforme vimos no material didático, entende-se que Gestão é o conjunto de técnicas 
destinadas a otimizar o funcionamento da empresa. O foco da gestão é sempre o 
crescimento, aumento da produtividade, diminuição das despesas, lucro e resultados 
sempre maiores e melhores para a empresa. O problema é que esse foco, na maioria 
das vezes, trás sofrimento para os trabalhadores que mantem, através do seu trabalho 
e dedicação essas empresas. 
Essa triste realidade apresentada no documentário nada mais é, do que uma teoria 
linda através dos Direitos do Trabalhador, onde são apresentadas leis que resguarda 
e assegura a integridade dos servidores, quando na verdade o que acontece dentro 
das quatro paredes da organização é a e imposição de regras próprias, sem respeitar 
ao que a lei determina e sem olhar para o trabalhador como um ser humano, não 
como um objeto que pode ser descartado ou substituído diante de algum problema 
apresentado. 
 Muitas vezes o funcionário é levado a estender a sua jornada de trabalho sem receber 
por essa prestação extra de serviço, ou até mesmo perder seu horário de almoço ou 
lanche por causa do medo de não conseguir bater a “ meta” e prejudicar os interesses 
da empresa. Ele escolhe se prejudicar a trazer perdas para a organização, isso vai 
conduzindo o servidor a um processo de adoecimento que mais tarde pode custar até 
mesmo, o próprio emprego entre outros prejuízos. E ainda quando o trabalhador leva 
atestado médico por problemas de saúde, muitos destes por conta do trabalho, recebe 
a demissão, isso nos leva a pensar no quanto vale esse trabalhador. Trabalhador tem 
prazo de validade? O trabalhador é um objeto para ser substituído? 
 É triste e desanimador perceber que, embora existam as leis, pouca coisa mudou na 
prática dentro das empresas. Ainda existe uma hierarquia, uma superioridade entre 
empregador e funcionários, os que ocupam cargos de chefia não respeitam o servidor, 
e até se esquecem do quanto precisam deles. Na verdade o lucro sempre vem em 
primeiro lugar. 
 O documentário mostra pessoas adoecidas fisicamente e psicologicamente por vários 
fatores: jornadas de trabalho exaustiva, horas extras sem remuneração; condições 
insalubres, como temperaturas extremamente baixas no frigorífico; perigos por 
manuseio de objetos cortantes como facas, onde se exige uma meta a ser alcançada, 
meta que nunca chega a ser o suficiente. Com tantas condições inadequadas de 
trabalho, o servidor desenvolve vários tipos de patologias e transtornos decorrentes 
dessas questões e outras mais. A questão pontual e preocupante é que, nunca ou 
quase nunca, se atribui o trabalho como o causador dessas patologias e transtornos, 
onde em muitos casos acabam em demissão e até, a inutilidade dos trabalhadores. 
Como se ele tivesse prazo de validade e pudesse ser substituído por não conseguir 
mais dar o lucro, alcançar metas e para a organização. 
Quando o lucro vem acima do ser humano, as pessoas com saúde debilitada ou com 
alguma limitação que os impedem de alcançar o objetivo da empresa, passam a ser 
um empecilho. Se esquecem que sem a mão de obra desses trabalhadores, essa 
empresa não tem como manter a sua produtividade. 
Os trabalhadores dos frigoríficos repetem as mesmas atividades dia após dia. São 
tarefas como a desossar frangos em que os movimentos são previamente estudados, 
controlados e padronizados (são cerca de 3 vezes mais movimentos por minuto que 
o limite seguro), e a busca pelo aumento da produtividade e as péssimas condições 
de trabalho são queixa constante ao longo do documentário. “Eles querem aumentar 
mais ainda a produção sem aumentar o número de funcionários e sem pagar hora 
extra”, foi uma das queixas de um deles, sem contar que as chances de acidente de 
trabalho são mais que triplicadas, sem contar que os médicos das empresas, acabam, 
muitas vezes, sendo negligentes com a gravidade dos problemas relatado pelos 
funcionários e fecham os olhos para a gravidade tanto física quanto emocional. 
 A alienação é apenas uma das consequências. A tarefa é executada pela simples 
falta de escolha; não se tem controle nenhum sobre o trabalho. Para Paulo Cervo, 
auditor fiscal do Ministério do Trabalho e do Emprego, as empresas precisam 
reprometer essas tarefas. Introduzir pausas, para que exista uma recomposição dos 
tecidos. Em algumas é preciso diminuir o ritmo de produção. 
Podemos perceber que essa realidade continua em empresas e setores que 
trabalhamos no nosso dia a dia, seja privada ou pública. Temos uma experiência de 
uma pessoa bem próxima que sofria assédio moral diariamente. Por ser nomeada e 
não concursada, a chefe do setor cobrava horários e tarefas que muitas vezes não 
era da sua área ou competência, usando sempre a expressão de que ela teria que 
cumprir a tarefa por ser nomeada, se não fizesse poderia ser exonerada. Isso durou 
um bom tempo, chegando a ficar com quadro depressivo pela pressão emocional. 
Uma amiga vendo o sofrimento, levou a situação até o gerente geral, que se 
sensibilizou com a situação e alertou a chefe sobre o comportamento de assédio moral 
que a mesma vinha exercendo com a funcionária, e a comunicou sobre as penas 
judiciais que poderiam sofrer como empresa, caso a funcionária denunciasse. A partir 
de então, segundo ela, a situação foi resolvida. 
Para Dejours (1998), as exigências do trabalho e da vida são uma ameaça ao próprio 
trabalhador, que acusa riscos de sofrimento (o que era conhecido como Miséria 
Operária), que se compara a uma doença contagiosa, devendo ser encarada e tratada 
como tal, surgindo daí um movimento denominado higienista como resposta social ao 
perigo.Conclusão: 
A partir do início dos anos 80 a Psicopatologia do Trabalho se preocupou em 
fundamentar a clínica do sofrimento, na relação psíquica com o trabalho. Nessa nova 
abordagem o trabalho (CODO et al., 1993), na clínica psicológica, pode então 
ultrapassar seus conceitos filosóficos, econômicos e sociológicos, passando a ser 
definido como uma psicopatologia, sendo que a etiologia (o agente causal) dessa 
psicopatologia tem sua origem nas pressões do trabalho; pressões essas que põem 
em xeque o equilíbrio psíquico e a saúde mental, na organização do trabalho 
(DEJOURS, 1994). Dejours (1998) afirma que as relações de trabalho, dentro das 
organizações, frequentemente, despojam o trabalhador de sua subjetividade, 
excluindo o sujeito e fazendo do homem uma vítima do seu trabalho. 
Como profissionais da Psicologia, podemos pensar de como nos posicionar quando 
nos depararmos com os casos parecidos com os apresentados acima, a fim de não 
nos alinharmos as empresas no sentido de fechar os olhos e não permitir que os 
funcionários tenham oportunidade de expressar as suas limitações e insatisfações, 
pelo contrário, que possamos ter ferramentas com que possamos apresentar aos 
funcionários e as empresas, formas com que os dois lados possam de alguma maneira 
terem as suas recompensas sem maiores danos físicos, emocionais e financeiros para 
os funcionários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
https://carneosso.reporterbrasil.org.br/o-filme/index.html 
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/lh21p1ieajxlwck_2013-5-10-
15-30-2.pdf 
Material didático ( professor Felipe Lemos Josué) 
https://youtu.be/887vSqI35i8 
https://carneosso.reporterbrasil.org.br/o-filme/index.html
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/lh21p1ieajxlwck_2013-5-10-15-30-2.pdf
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/lh21p1ieajxlwck_2013-5-10-15-30-2.pdf

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