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DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL AULA 10 Benefícios por incapacidade Prof. Thiago Martinelli Veiga INCAPACIDADE LABORAL INCAPACIDADE LABORAL Falta de condições físicas ou psíquicas para o exercício de atividade laborativa que possa garantir a subsistência do segurado. X INCAPACIDADE CIVIL Falta de discernimento para compreender as particularidades e consequências dos atos da vida civil ou impossibilidade de expressar a vontade. ALERTA! INCAPACIDADE DOENÇA INCAPACIDADE LABORAL Classificações: Temporária x Permanente Total x Parcial INCAPACIDADE TEMPORÁRIA Perda da capacidade laboral COM perspectiva de recuperação desta capacidade Incapacidade provocada, em geral, por: Doenças curáveis Lesões recuperáveis Sintomas controláveis INCAPACIDADE PERMANENTE Perda da capacidade laboral SEM perspectiva de recuperação desta capacidade Incapacidade provocada, em geral, por: Lesões irreversíveis Sintomas sem possibilidade de amenização INCAPACIDADE TOTAL Incapacidade multiprofissional que torna o segurado insuscetível de reabilitação profissional. De acordo com este conceito, está incapacitado de forma total, todo o segurado que tiver perdido as condições físicas e/ou psíquicas para o seu trabalho habitual e não possa ser reabilitado para exercer outra atividade que, razoavelmente, poderia exercer. INCAPACIDADE PARCIAL Incapacidade para a atividade habitual do segurado, que não impede a reabilitação profissional. Em outros termos, o segurado não pode mais exercer a atividade que lhe garantia a subsistência, mas pode ser capacitado para exercer outra atividade. INCAPACIDADE SOCIAL Soma de condições de saúde (incapacidade parcial) e condições sociais que conduzem à incapacidade material de integração no mercado de trabalho. Dificuldade prática para realizar atividades que garantam a subsistência do segurado. Exemplo: pessoa idosa e do meio rural que se vê incapacitada para as atividades do campo. As suas chances de integração no mercado de trabalho urbano são mínimas, assim, diz-se que possui incapacidade laboral social. Exemplo: pessoa que possui o vírus HIV e, em razão do preconceito, tem dificuldade para se integrar no mercado de trabalho. REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORAL Condição caracterizada pela existência de sequelas provocadas por acidente, as quais exijam do segurado maior esforço para realizar sua atividade laboral ou impeçam a realização desta atividade, mas não impossibilitem o exercício de outras. Obs. A atividade a que se refere o conceito, é a atividade exercida pelo segurado na época do acidente. INCAPACIDADE PARCIAL X REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORAL Atenção! O segurado que tem redução da capacidade laboral pode continuar a exercer a atividade que lhe garantia a subsistência antes do acidente. Na situação de incapacidade parcial, pelo contrário, ele não tem condições de realizar a atividade que lhe dava o sustento. PREEXISTÊNCIA Incapacidade preexistente é aquela que se desenvolveu antes de o indivíduo adquirir a qualidade de segurado ou de retomá-la em caso de perda. Quando a incapacidade é preexistente, não há direito ao benefício. Obs. Não confundir incapacidade pré-existente com doença pré- existente. REQUISITOS Auxílio-doença Aposentadoria por invalidez Incapacidade temporária (por mais de 15 dias, se empregado) + Carência de 12 contribuições Exceto se a incapacidade decorrer de acidente, doença profissional, do trabalho ou grave. Incapacidade total e permanente (por mais de 15 dias se originária e de empregado) + Carência de 12 contribuições Exceto se a incapacidade decorrer de acidente, doença profissional, do trabalho ou grave. Auxílio-acidente Reabilitação profissional Redução da capacidade laboral provocada por acidente de qualquer natureza ou doença profissional ou do trabalho. (sem carência) Incapacidade parcial e permanente. (sem carência) PRECARIEDADE DOS BENEFÍCIOS O auxílio-doença e aposentadoria por invalidez são benefícios precários, ou seja, PODEM SER CANCELADOS pela autarquia em razão da verificação de que o requisito da incapacidade não existe mais. Para fazer esta verificação, o INSS pode chamar o segurado em gozo de benefício para novas avaliações. De acordo com o regulamento, a periodicidade destas reavaliações é bienal até que o segurado complete 60 anos. Após esta idade ele só pode ser convocado em caso de suspeita de fraude ou comprovação de que retornou ao trabalho. EFEITOS PARA O CONTRATO DE TRABALHO O Auxílio-doença e a Aposentadoria por invalidez suspendem o contrato de trabalho, porém, só podem cessar os benefícios contratuais que tem como “fato gerador” o exercício do trabalho (salário, depósito do FGTS, comissões, verbas indenizatórias, etc.) Em razão de haver suspensão e não interrupção, caso o trabalhador retome a capacidade para o trabalho, mesmo após cinco anos, terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei (súmula 160, TST) DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO (DIB) Auxílio-doença Segurado Empregado O auxílio-doença é devido após o 15º dia de afastamento do trabalho, caso ele requeira o benefício em até 30 dias contados da data do afastamento do trabalho. Caso contrário, a DIB será a data do requerimento. Demais segurados O auxílio-doença é devido a partir da data de afastamento do trabalho, caso ele requeira o benefício em até 30 dias contados desta data. Caso contrário, a DIB será a data do requerimento. Aposentadoria por invalidez A aposentadoria por invalidez, quando originária, segue as mesmas regras do auxílio-doença. Quando precedida de auxílio-doença, sua DIB será o dia subsequente à cessação deste benefício. AUXÍLIO-DOENÇA CLASSIFICAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA Auxílio-doença PREVIDENCIÁRIO (B-31) Não possui relação direta com acidentes do trabalho ou doença profissional. Auxílio-doença ACIDENTÁRIO (B-91) Relacionado a acidente de trabalho, doença profissional ou doença do trabalho. Obs. Ações relacionadas ao B91 devem ser ajuizadas perante a Justiça Estadual! AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO (B-91) A classificação do auxílio-doença como acidentário garante: Isenção de carência Garantia do emprego (12 meses) Recolhimento do depósito do FGTS no período Obs. O empregado doméstico passou a ter direito ao auxílio- doença B-91 com a alteração do artigo 19 da Lei nº. 8.213/91 pela LC nº. 150/15. LIMITES DE PRORROGAÇÃO O auxílio-doença no RGPS não tem prazo limite, razão pela qual pode ser prorrogado infinitas vezes. Já no RPPS, a licença para tratamento de saúde tem prazo limite de dois anos, ao fim dos quais o servidor deve retornar ao trabalho, ser readaptado ou aposentado por invalidez. MÚLTIPLOS VÍNCULOS (PROFISSÕES DISTINTAS) Caso o segurado que possui mais de um vínculo correspondente a mais de uma profissão, ficar incapacitado para apenas uma das atividades, receberá o auxílio-doença apenas em relação àquela e poderá continuar trabalhando nas outras. Obs. Isto não é possível na ap. invalidez! RETOMADA DA QUALIDADE DE SEGURADO Art. 27-A, Lei nº. 8.213/91 - No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para a concessão dos benefícios de que trata esta Lei, osegurado deverá contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25 desta Lei. (12 meses para o auxílio-doença e 10 meses para o salário-maternidade) APOSENTADORIA POR INVALIDEZ VEDAÇÃO DO LABOR PÓS-CONCESSÃO O segurado em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez fica IMPEDIDO DE TRABALHAR, haja vista que o benefício existe justamente para substituir a renda de quem não tem condições para exercer sua atividade profissional ADICIONAL DE 25% Aquele que tiver em gozo de aposentadoria por invalidez e necessitar do auxílio permanente de terceiros para realizar as tarefas básicas do dia-a- dia terá direito a um adicional de 25% do valor do benefício. Importante: Este adicional não respeita o teto. Esta condição deve ser verificada pelo perito do INSS quando da concessão da aposentadoria por invalidez, no entanto, pode ser objeto de um pedido específico. SITUAÇÕES QUE PRESUMEM A NECESSIDADE DO AUXÍLIO DE TERCEIROS De acordo com o Decreto nº. 3048/99: 1 - Cegueira total. 2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta. 3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores. 4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível. 5 - Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível. 6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível. 7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social. 8 - Doença que exija permanência contínua no leito. 9 - Incapacidade permanente para as atividades da vida diária. Obs. O rol não deve ser encarado como taxativo, devendo haver perícia média (e social) para avaliar a existência da necessidade do auxílio de terceiros em situações não listadas! CANCELAMENTO DO BENEFÍCIO Imediato Gradativo Antes dos 5 anos Volta voluntária ao trabalho Fraude Após os 5 anos quando o INSS constate a retomada (total ou parcial) da capacidade de trabalho. Como ocorre: O INSS pagará o benefício por 18 meses da seguinte forma: 6 meses = 100% 6 meses = 50% 6 meses = 25% AUXÍLIO-ACIDENTE REQUISITOS A concessão do auxílio-acidente exige que o segurado tenha sofrido um acidente de qualquer natureza e que, em razão disso tenha tido redução da sua capacidade laborativa. Em regra, a concessão do auxílio-acidente ocorre após a cessação do auxílio-doença, mas é possível a concessão direta. Segundo a lei, só pode ser pago para os segurados empregados, empregados domésticos, avulsos e especiais CUMULAÇÕES O auxílio-acidente pode ser pago enquanto o segurado trabalha, podendo, portanto ser cumulado com o salário ou outras formas de renda. Também pode ser cumulado com qualquer benefício previdenciário, exceto as aposentadorias. INCLUSÃO NO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO Art. 31, Lei nº. 8.213/91 O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria. Obs. É este o motivo que se alega para a atual impossibilidade de cumulação do auxílio-acidente com a aposentadoria. REABILITAÇÃO PROFISSIONAL BENEFICIÁRIOS Segurados Dependentes do segurado (quando o INSS tiver condições de prestar o serviço) Excepcionalmente, pessoas com deficiência não vinculadas ao RGPS HABILITAÇÃO PROFISSIONAL A reabilitação profissional abrange o processo de habilitação profissional para os dependentes do segurado e para pessoas com deficiência. A habilitação consiste na capacitação candidato para o exercício da primeira profissão. ETAPAS 1. Entrevista inicial: Avaliação médica e do potencial laborativo. 2. Reabilitação efetiva: Atendimento e/ou avaliação nas áreas de fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e fonoaudiologia. Atendimento, preparação e treinamento para uso de prótese. Melhoria da escolaridade, com alfabetização e elevação do grau de escolaridade. Treinamento profissional prático. Cursos de capacitação e profissionalização com vistas ao reingresso no mercado de trabalho. Estágios curriculares e extracurriculares para alunos em graduação. 3. Conclusão (entrevista e exame finais) 4. Acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Órteses (completam funcionalidades); Próteses (substituem membros); Auxílio-transporte para a locomoção necessária ao processo de reabilitação; Auxílio-alimentação para o segurado que passa o dia em reabilitação; Diárias (um valor fixo para o segurado em reabilitação fora de sua cidade ou o pagamento das despesas de hospedagem); Materiais indispensáveis para o desenvolvimento da formação ou do treinamento profissional (EPI, uniforme, instrumentos, etc.); Instrumentos de trabalho imprescindíveis ao exercício da atividade laborativa para a qual está sendo direcionada a reabilitação. CONCLUSÃO DO SERVIÇO POSITIVA (capacidade): O INSS emitirá certificado individual, indicando as atividades que poderão ser exercidas pelo beneficiário, nada impedindo que este exerça outra atividade para a qual se capacitar. NEGATIVA (incapacidade): O INSS deverá conceder a Aposentadoria por Invalidez. PROCESSO DE CONCESSÃO PEDIDO ÚNICO Não há um pedido específico para o auxílio-doença ou para a aposentadoria por invalidez no INSS. Há somente pedido de benefício por incapacidade O segurado marca uma perícia, o que vale para todos os benefícios por incapacidade PRORROGAÇÃO E RECONSIDERAÇÃO PRORROGAÇÃO pedido de continuidade do benefício. Deve ser feito nos últimos 15 dias anteriores ao término do período indicado pela perícia. RECONSIDERAÇÃO pedido de revisão da perícia médica ou da alta. Deve ser feito no prazo de 30 dias após a negativa da perícia ou da cessação do benefício. PROCESSO DE CONCESSÃO Perícia Negativa Positiva Reconsideração Concede e fixa prazo Últimos 15 dias antes do fim do prazo Prorrogação Perícia Negativa Recurso
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