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SILVA RM; GREGOL LRG; GERMINIANI WIS; CAMPANHA NH; JORGE JH 284 REV ASSOC PAuL CIR dENt 2011;65(4):285-9 Reembasamento em prótese total: material resiliente versus material rígido Rebasing in total prosthesis: resiliente material versus rigid material RESUMO A reabsorção óssea do rebordo alveolar é um processo crônico e irreversível. Com o objetivo de minimizar estas alterações, tem-se indicado o reembasamento imediato ou mediato das próteses removíveis. Existem estudos que demonstram que este procedimento traz maior qua- lidade de uso aos pacientes, pois promove uma adaptação mais satisfatória das mesmas com a mucosa. O objetivo deste artigo é comparar as indicações, vantagens e limitações dos materiais, resilientes e rígidos, indicados para o reembasamento imediato de próteses removíveis em con- sultório, através de dois casos clínicos. Após o acompanhamento destes casos clínicos, pode-se concluir que para obtenção do sucesso do reembasamento é importante que se respeite a indi- cação clínica, as propriedades físicas e mecânicas de cada material, bem como a proservação do comportamento do material, através de um rigoroso controle clínico. Também que os reemba- sadores rígidos podem ser utilizados por um maior período em relação aos resilientes, os quais devido às suas limitações devem ser utilizados apenas em condições transitórias. Descritores: prótese total; reembasamento de dentadura; reembasadores de dentadura. ABSTRACT The alveolar bone resorption is a cronic and irreversible process. In order to minimize these changes, it has been indicated the mediate or immediate relining of dentures. Studies have sho- wn that the procedure for rebasing of dentures brings higher quality of use to patients, as this will promote a more satisfying adaptation of the prosthesis with the mucosa. The aim of this paper is to compare the indications, advantages and limitations of relining materials, resilient and hard, in office by two clinical cases. After the clinical monitoring of these cases, it can be conclu- ded that to obtain the success of the relining is important to respect the indication, the physical and mechanical properties of each material, as well as preservation the behavior of the material, through a rigorous clinical control. Also the hard reline can be used for a longer period compared to resilient, which due to their limitations should only be used in transient conditions. Descriptors: denture rebasing; denture, complete; dentures. RELEVÂNCIA CLÍNICA Mostrar ao clínico quando utilizar estes materiais, ressaltando suas principais características e a forma como aplicá-los, para que não sejam utilizados de maneira inadequada e venham trazer insatisfação do tratamento reabilitador. Relato de caso clínico Recebido em: set/2011 Aprovado em: nov/2011 Rosana Marques Silva Mestranda em Odontologia - Dentista Luisa Rech Gomes Gregol Mestranda em Odontologia - Dentista Wagner Izumi Sagawa Germiniani Mestrando em Odontologia - Dentista Nara Hellen Campanha Doutora em Odontologia Professora Adjunta do Departamento de Odontologia Janaina Habib Jorge Doutora em Odontologia Professora Adjunta do Departamento de Odontologia Termo de consentimento livre e esclarecido à Revista Autor para correspondência: Rosana Marques Silva Rua Rodrigo Silva, 793 Uvaranas - Ponta Grossa - PR 84030-040 Brasil romasi4@bol.com.br 285 Prótese Dentária REV ASSOC PAuL CIR dENt 2011;65(4):285-9 INTROdUçãO As inúmeras inovações da Odontologia que surgiram no século XX se concentraram tanto no aprimoramento de técnicas quanto no desenvolvimento de materiais e equipamentos com mais tec- nologia, mas ignoraram, em parte, o paciente edêntulo1-5. Sendo que para os portadores de próteses removíveis é fundamental que as relações maxilo-mandibulares estejam adequadas, possibilitan- do, assim, uma adaptação fisiológica dos tecidos ao elemento pro- tético, a fim de atuar harmonicamente com o sistema estomatog- nático6. Com o aumento da expectativa de vida, a população idosa é crescente em todo o mundo e, apesar do desenvolvimento da Odontologia Preventiva em diversos países, alguns problemas bu- cais, tais como o edentulismo, ainda persistem. Este é um processo multifatorial, normalmente atribuído a cáries, doença periodon- tal, trauma dento-alveolar, e representa um problema global de saúde pública1, tendo como consequência a reabsorção óssea, que é um processo crônico e irreversível, que pode levar à alteração da dimensão vertical de oclusão e determinar a perda de suporte muscular e labial comprometendo a estética facial do paciente7-15. E esta reabsorção, segundo um estudo longitudinal de 25 anos, é contínua e existe uma variação individual muito acentuada na perda óssea de um indivíduo para com outro, bem como entre o osso da maxila e da mandíbula16. Com o objetivo de minimizar essas alterações indica-se o re- embasamento imediato ou mediato das próteses, a fim de melho- rar a retenção e estabilidade das mesmas até que a nova prótese fique pronta7-9. Este pode ser realizado de maneira direta (reemba- samento imediato), quando executado em uma única sessão, ou de maneira indireta (reembasamento mediato), na qual o processo é realizado no laboratório protético. Existem estudos que demons- tram que o procedimento de reembasamento de próteses traz maior qualidade de uso aos pacientes por promover uma adapta- ção mais satisfatória da prótese com a mucosa17,18. Algumas situações sugerem a realização do reembasamento, tais como: próteses imediatas, próteses para pacientes com com- prometimento social ou de ordem sistêmica que impossibilitem a ida ao consultório, próteses de pacientes com baixa renda en- tre outras. Também se podem destacar algumas contraindicações como: grandes reabsorções ósseas, presença de DTM, mucosa de suporte inflamada e hiperplásica, grandes desgastes dos dentes da prótese, mau posicionamento dos dentes artificiais, contatos pre- maturos e interferências, perda da dimensão vertical acentuada maior que 3mm e falta de espaço interoclusal4,19. Para haver indicação do reembasamento mediato/indireto, al- gumas condições devem ser verificadas, como: estrutura metálica íntegra e ajustada aos dentes pilares, desajuste entre a base da prótese e o rebordo e presença de pequeno desgaste oclusal dos dentes artificiais7,8. Já as indicações para o reembasamento ime- diato/direto (clínico) são: mínimo desajuste entre a base da pró- tese e o rebordo, bordos da base da prótese bem delimitados, pa- cientes debilitados, estrutura metálica em boas condições, dentes artificiais com estética, função e pouco desgaste oclusal7,8. Outras indicações de reembasamento imediato são: cirurgia de correção de rebordo, o uso de próteses durante o período de osteointe- gração, meio retentivo de próteses implanto suportadas, rebordo inferior e lâmina de faca, bruxismo, xerostomia e pacientes com dentes antagonistas naturais7,19. Há duas classes de materiais reembasadores disponíveis no mercado, os resilientes e os rígidos. Os materiais resilientes foram desenvolvidos para minimizar o desconforto gerado pela transmis- são das forças mastigatórias e olcusais através da base da prótese e a mucosa, através do preenchimento total ou parcial da mesma, podendo ser utilizada temporariamente ou por um período mais prolongado. Quando utilizados de maneira temporária permitem uma melhor distribuição das forças sobre os tecidos de suporte, promovendo sua recuperação e restaurando as condições ideais para uma nova moldagem. Seu uso é associado a um controle clí- nico rigoroso, uma vez que a característica resiliente do material se perde, tornando-se rígido, podendo levar a alterações teciduais indesejáveis, efeito oposto ao inicialmente pretendido5,9. Os materiais reembasadores são divididos em doisgrupos, levando-se em conta a sua composição química: silicones e acrí- licos. Os de silicone são compostos por polímeros de dimetil silo- xano, polimerizados por reação de adição ou de condensação do sistema de pasta base e catalizadora. Os reembasadores a base de resina acrílica são quimicamente ativados através da mistura de pó (polietil metacrilato ou copolímero) e de líquido composto por éster aromático (dibutilftalado), álcool e agente plastificante7. Os plastificantes podem ser liberados em meio aquoso, o que explica- ria a maior rugosidade superficial desses materiais7,19,20. Pelo exposto, o objetivo deste artigo é comparar as vantagens e limitações dos materiais reembasadores, resiliente e rígido, atra- vés do relato de dois casos clínicos. Caso Clínico 1 Paciente melanoderma, do gênero masculino, com 58 anos de idade procurou a Clínica de Prótese Dental da Universidade Esta- dual de Ponta Grossa (UEPG) para realizar a troca da prótese total superior. Durante a anamnese, o paciente relatou ser edêntulo to- tal há 30 anos, tendo neste período utilizado apenas duas próteses totais superiores e nenhuma prótese total inferior (Figura 1). Ao exame clínico observou-se que o paciente possuía maxilares superior e inferior volumosos, rebordo alveolar em forma de “U”, abóboda palatina de profundidade média, tuberosidade maxilar direita volumosa e tuberosidade maxilar esquerda normal. Além disso, observou-se mucosa flutuante na região de tuberosidade maxilar direita e esquerda, sendo à direita de maior volume, neces- sitando assim de cirurgia de correção de rebordo (Figura 2). Para que o paciente não ficasse sem próteses durante o perí- odo de cicatrização dos tecidos e confecção de nova prótese total superior e inferior realizou-se o reembasamento da prótese total superior imediatamente após a cirurgia de correção de rebordo. O material de escolha utilizado foi o resiliente Soft Confort® (Den- cril, Produtos Odontológicos, São Paulo – Brasil), que é considerado um condicionador de tecido indicado, conforme as orientações do fabricante, para moldagens funcionais, recondicionamento de teci- dos, reembasamentos pós-cirurgias e implantes, confecção de gen- giva artificial em modelos, reembasamentos de placas para confor- SILVA RM; GREGOL LRG; GERMINIANI WIS; CAMPANHA NH; JORGE JH 286 REV ASSOC PAuL CIR dENt 2011;65(4):285-9 to do paciente, sobre os bráquetes para proteção dos lábios. A técnica de reembasamento seguiu a seguinte sequência (Figuras 3, 4 e 5): • Asperização da superfície interna da prótese com instru- mento rotatório; • Manipulação do pó e líquido conforme as orientações do fabricante; • Distribuição do material manipulado sobre a face interna da prótese; • Introdução da prótese na boca do paciente, fixada ao rebor- do sobre pressão digital, pois o paciente não possui prótese total inferior para ocluir; • Recorte dos excessos; • Aplicação do glaze; • Imersão em água morna (60ºC) por 10 minutos, para a finaliza- ção do processo de polimerização e liberação de monômeros residuais; • Acabamento e polimento com instrumento rotatório. Realizou-se acompanhamento clínico do reembasamento após três semanas, onde foram observadas alteração de cor e pequenas fraturas do material reembasador. Além disso, o paciente relatou leve alteração do sabor na boca, o que demostra o curto período de vida útil do material (Figura 6). Após três semanas, o material foi substituído e novos reembasamentos deverão ser feitos até que se proceda a troca da prótese do paciente. Figura 1 aspecto da prótese total superior do paciente no momento da anamnese Figura 2 Sequência clínica da cirurgia de correção de rebordo; 2a - aspecto da mucosa; 2b - guia cirúrgico em resina acrílica; 2c - aspecto imediatamente após a cirurgia; 2d - rebordo após uma semana da cirurgia Figura 3 3a - Leve desgaste da superfície interna da prótese com instrumento rotatório; 3b - Pó, líquido e glaze do material utilizado; 3c - Proporção pó e líquido; 3d - Manipulação do material; 3e - Distribuição do material sobre a face interna da prótese Figura 4 introdução da prótese com o material reembasador na boca do paciente Figura 5 5a - Excessos do material reembasador após remoção da boca; 5b - remoção dos excessos com tesoura; 5c - aplicação do glaze; 5d - imersão em água por 10 min.; 5e - acabamento e polimento com instrumento rotatório 287 Prótese Dentária REV ASSOC PAuL CIR dENt 2011;65(4):285-9 Caso Clínico 2 Paciente leucoderma, do gênero feminino, com 50 anos de idade, procurou a Clínica de Prótese Dental da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) para realizar ajuste de sua nova prótese total superior. Durante a anamnese, a pacien- te relatou ser edêntula total superior há 33 anos e que suas próteses eram novas, tendo sido trocadas no ano anterior. Ao exame clínico observou-se pequena báscula ântero-posterior da prótese total superior. Como a prótese era nova, com me- nos de seis meses de uso, e a desadaptação era pequena, optou-se por realizar reembasamento direto com material rígido, sendo escolhido o reembasador clínico New Truliner® (Bosworth – EUA) (Fig. 7). A técnica de reembasamento seguiu a seguinte sequên- cia (Figura 7): • Asperização da superfície interna da prótese com instru- mento rotatório; • Aplicação do adesivo, conforme recomendação do fabricante; • Manipulação do pó e líquido, conforme as orientações do fabricante; • Distribuição do material manipulado sobre a face interna da prótese; • O material foi levado à boca de forma semelhante a uma moldagem funcional (Figura 8); • Realizaram-se os movimentos fisiológicos e auxiliares rela- tivos aos bordos; • Manteve-se o paciente em oclusão para preservar a MIH e DVO; • Jatos de água foram aplicados para minimizar o gosto de- sagradável e o calor gerado durante a reação de polimerização; • Recorte dos excessos (Figura 9); • Imersão em água morna (60ºC) por 10 minutos, para a finalização do processo de polimerização e liberação de mo- nômeros residuais; • Acabamento com instrumento rotatório; • Desinfecção da prótese com solução de hipoclorito por 10 minutos; • Polimento com pedra-pomes e branco de espanha das áre- as externas; • A prótese foi levada em boca, o paciente foi orientado quanto à higienização e agendaram-se retornos periódicos de 15 dias (Figura 10). Figura 6 6a - Material reembasador imediatamente após confecção do reembasamento; 6b - Material reembasador após três semanas Figura 7 7a - asperização da superfície interna da prótese; 7b - adesivo, liquido e pó do material utilizado; 7c - aplicação do adesivo; 7d - Proporção pó e liquido; 7d - Manipulação do material; 7f - Distribuição do material na superfície interna da prótese Figura 8 8a, 8b e 8c - O material foi levado à cavidade bucal como uma moldagem funcional; 8d - Paciente em oclusão; 8e - Jatos de água para minimizar o gosto ruim e o calor gerado dISCUSSãO Readaptar a base da prótese ao rebordo residual é mais fácil quando se utiliza o reembasamento imediato, pois esta é uma téc- nica fácil de ser executada, requer um menor tempo de trabalho, é possível manter a oclusão do paciente e durante a realização des- te procedimento não há a necessidade deste ficar sem a prótese, permitindo à ele que saia do consultório com esta reajustada ao seu ambiente bucal21. Nos dois casos clínicos apresentados podem-se observar al- gumas situações onde o procedimento do reembasamento está indicado. No primeiro caso, o reembasamento com condiciona- dor de tecido foi indicado durante o período de cicatrização pós- cirúrgica e para que o paciente permanecesse com a prótese até a confecção de outra. No segundocaso, onde a prótese total su- perior tinha sido recentemente confeccionada, o reembasamento com material rígido, que possuiu maior durabilidade e melhores características clínicas foi indicado como alternativa de troca da mesma. Observou-se, em ambos os casos, satisfação dos pacientes, SILVA RM; GREGOL LRG; GERMINIANI WIS; CAMPANHA NH; JORGE JH 288 REV ASSOC PAuL CIR dENt 2011;65(4):285-9 condição indispensável para qualquer tipo de tratamento. Existem algumas características inerentes aos materiais de re- embasamento (resilientes e rígidos) que trazem limitações quanto a longevidade de seu uso, tais como: ressecamento ou endurecimento do matérial10,20,22; porosidades e contaminação por microrganismos, especialmente Candida albicans11-13; irritação da mucosa oral14; di- fícil manutenção ou higienização15; aderência e rompimento da su- tura; contaminação com sangue, invaginação na ferida cirúrgica; extravasamento para a orofaringe, principalmente em pacientes sob sedação (quando realizados imediatamente após o ato cirúrgico). Rugosidade superficial pode ser colocada como a propriedade mais importante quando se trata dos materiais reembasadores, tendo em vista a sua influência sobre a adesão e proliferação de microrganismos e con- sequentemente o desenvolvimento de infecções da mucosa, como, por exemplo, a Candidose bucal. As possíveis explicações para o aumento da rugosidade superficial dos materiais reembadores são: incorporação de bolhas durante a manipulação do material, evaporação do liquido, des- respeito à proporção de pó e líquido ou de pasta base e catalisadora do material utilizado e liberação de componentes como plastificantes4, 7, 9. Os materiais reembasadores resilientes tem apresentado uma série de problemas relacionados ao uso clínico, como perda da re- siliência (endurecimento do material), absorção e solubilidade em água (gerando alteração dimensional), alteração de cor e aumento da rugosidade superficial, deslocamento ou falha na adesão, os quais diminuem a vida útil do material7-9,19,20,23. Porém, uma das limitações mais relevantes está relacionada à rugosidade superficial destes ma- teriais que favorece a proliferação de microrganismos, especialmente a Candida albicans11-13. No caso clínico 1, em que foi utilizado o material resiliente, foi possível perceber algumas destas alterações, tais como alteração de cor e algumas fraturas do material reembasador, confirmando que eles devem ser utilizados por curtos períodos de tempo e retornos pe- riódicos devem ser agendados. O material reembasador resiliente ideal deveria apresentar as seguintes características: manutenção de suas propriedades clínicas ideais, longevidade e fácil higienização19, 25. Devido a todos estes fatores relatados anteriormente, os mate- riais rígidos, levam vantagem em vários aspectos quando compa- rados aos resilientes, pois as propriedades do material exibem qua- lidades muito superiores, o que reflete numa longevidade maior.8 Estes possuem qualidades superiores aos resilientes, dentre as quais se podem citar: menor pico de liberação de calor no reembasamen- to, menor rugosidade superficial, maior estabilidade de cor e maior adesão a base da prótese, conferindo-lhe assim uma maior dura- bilidade8. No entanto, para pacientes que possuem algum tipo de alteração patológica, sensibilidade dolorosa em áreas nobres, como no trajeto dos nervos alveolar inferior e mentoniano, ou possuem áreas retentivas no rebordo superior ou inferior é questionável o uso de resina acrílica rígida e, por isso, os materiais resilientes po- dem apresentar-se como uma boa alternativa clínica26. Deve-se ressaltar que os materiais para reembasamento não de- vem ser utilizados para compensar próteses mal adaptadas ou cli- nicamente inaceitáveis, e devem ser trocados quando apresentarem alteração de cor, contaminação por fungos e perda de suas carac- terísticas. Isso implica que materiais de reembasamento resilientes oferecem ao Cirurgião-Dentista apenas uma resolução temporária. Apesar disso, o conforto percebido por pacientes que passaram por reembasamento com materiais resilientes parece ser maior do que aqueles que passaram pelo reembasamento com material rígido7. CONCLUSãO • Para obter o sucesso do reembasamento clínico com mate- rial resiliente ou rígido é importante respeitar a indicação clínica, as propriedades físicas e mecânicas de cada material, bem como analisar o comportamento clínico do reembasamento ao longo do tempo, através de uma rigorosa proservação. • O reembasamento imediato é um procedimento simples e rápido de se realizar em consultório e o paciente não fica sem a prótese durante a confecção de uma nova. • Os reembasadores rígidos podem ser utilizados por períodos maiores devido a sua longevidade clínica. • Os reembasadores resilientes devem ser utilizados em circuns- tâncias passageiras, pois possuem propriedades físicas inferiores. Figura 9 9a e 9b - recorte dos excessos com tesoura; 9c - imersão em água por 10 min; 9d - acabamento; 9e - Desinfecção com hipoclorito 10min.; 9f - Polimento com pedra-pomes; 9g - Polimento com branco de espanha das faces externas Figura 10 10a - aspecto final do material reembasador; 10b e 10 c - Prótese em posição na cavidade bucal 289 Prótese Dentária REV ASSOC PAuL CIR dENt 2011;65(4):285-9 REFERÊNCIAS 1. Petersen PE, Bourgeois D, Ogawa H, Estupinan-Day S, Ndiaye C. The global burden of oral diseases and risks to oral health. Bull World Health Organ. 2005;83(9):661-9. 2. Ferencz JL, Felton DA. Facing the future of edentulism. J Prosthodont. 2009;18(2):86-7. 3. Divaris K, Ntounis A, Marinis A, Polyzois G, Polychronopoulou A. Loss of natural den- tition: multi-level effects among a geriatric population. Gerodontology. 2010;doi: 10.1111/j.1741-2358.2010.00440.x. [Epub ahead of print]. 4. Henriques FQ, Elias CN, Harari D, Menezes Filho LMd. 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