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Oclusão (2ºBIM - 2º série)

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Oclusão 2º Bimestre
Oclusão Mutuamente Protegida
Oclusão refere-se à relação dos dentes mandibulares e maxilares quando estão em contato funcional durante a atividade da mandíbula. 
Qual a melhor relação funcional ou oclusão para os dentes? 
● Angle (1899): fez a primeira descrição sobre a relação oclusal dos dentes;
● Sears (1925): relatou que a oclusão deve ser “balanceada”;
 » Contato de balanceio bilateral durante todos os movimentos de lateralidade e protrusão 
 » Desenvolvida primeiramente para dentaduras. 
● Schuyler (1947) – contato unilateral excêntrico para dentes naturais; 
 » Contato laterotrusivos (de trabalho) e contatos protrusivos devem ocorrer somente nos dentes anteriores. 
● Ramfjord (1983) – oclusão individual dinâmica
 » Concentra-se na saúde e funcionamento do sistema mastigatório e não numa configuração oclusal especifica. 
 » Se não há patologia, não se deve mexer na oclusão. 
Gnatologia
Ciência exata do movimento mandibular. 
Conceito gnatológico: 
● Usado para restauração dos dentes
● Objetivo: tentativa de eliminar os problemas oclusais;
● Configuração oclusal diferente – maloclusão;
Pacientes com sinais e sintomas de patologia oclusal 
» Qual oclusão é menos provável de criar um efeito patológico para a maioria das pessoas?
» Qual é a oclusão funcional ideal? » Dentes e ATM na sua posição ideal. 
Relação Cêntrica 
● É uma posição reprodutível; 
● Conceito antigo - posição mais superior e posterior da cabeça da mandíbula;
● Conceito atual - posição mais superior e anterior dentro da fossa. 
» Definida como posição da mandíbula quando as cabeças da mandíbula estão numa posição ortopedicamente estável ideal.
B
A - Eminência articular; 
B - Músculo Pterigoideo Lateral;
C - Côndilo;
D - Disco Articular;  
E, Meato acústico externo; 
R, Zona bilaminar (tecido situado atrás do disco)/ lâmina retrodiscal
Posição Articular Ortopedicamente Estável Ideal (POE)
É aquela no qual as cabeças da mandíbula estão em suas posições mais ântero superiores na fossa mandibular, apoiados nas vertentes posteriores das eminencias articulares com os discos articulares adequadamente interpostos. 
Contatos Funcionais Ideais dos Dentes 
● O tipo de contato oclusal influencia muito o controle muscular da posição mandibular;
● Condição oclusal instável (não estável) – sistema neuromuscular rapidamente inicia uma ação muscular apropriada para localizar uma posição oclusal estável;
● Máximo de contato dentário com a cabeça da mandíbula próxima a RC. 
» 1 dente – sem estabilidade – 1 lado;a ATM não é preparada para suportar as forças mastigatórias. 
» 2 dentes – tem estabilidade, mas é muita força 
para pouco dente – 1 dente de cada lado;
» 4 dentes – com estabilidade. – 2 dentes em cada lado. 
Devem ocorrer o máximo de contatos dentários com a cabeça da mandíbula próxima a RC!
Direção das forças aplicadas aos dentes
● O tecido ósseo não suporta pressão, sofrendo reabsorção;
● O ligamento periodontal transforma forças verticais de pressão em tensão; 
● As forças horizontais não são totalmente dissipadas pelo ligamento periodontal resultando em respostas ósseas patológicas e atividade neuromuscular reflexa. 
 » Reabsorção óssea;
 » Retração gengival.
● Carga axial é conseguida por: 
 » Ponta de cúspide contatando superfície plana;
 » Contatos recíprocos dos vertentes (tripodização);
● Movimentos excêntricos causam forças horizontais nos dentes. 
Quanto mais próximo da ATM, maior a força sobre os dentes
A força de mastigação nos molares é maior do que nos dentes anteriores
Guia canino
● Em movimentos de lateralidade da mandíbula ocorre a desoclusão pelos caninos do lado de trabalho (toque dos caninos). 
» Desoclusão pelos caninos se dá por:
● Possuírem raiz mais comprida;
● Estarem envolvidos por osso mais denso e compacto;
● Menos músculos da mastigação estão ativos quando os caninos estão em contato. 
Função em grupo
● Contato dos dentes posteriores quando o canino não estiver bem posicionado. 
Guia anterior/incisal 
● Em movimentos protrusivos da mandíbula deve haver contato entre os dentes anteriores.
Desoclusão mutuamente protegida 
Quando os dentes posteriores protegem os anteriores das forças verticais ou seja os dentes posteriores servem para receber forças verticais em quanto os dentes anteriores protegem os dentes posteriores de forças horizontais assim servem para receber forças horizontais. 
Articuladores 
● São dispositivos mecânicos que simulam pontos determinados da dinâmica articular, para que isso ocorra esses dispositivos deverão reproduzir a anatomia da articulação temporomandibular e o seu relacionamento com a oclusão dentária. 
● Há mais de um século o homem vem tentando desenvolver um aparelho que consiga reproduzir com fidelidade os movimentos mandibulares, para melhor realizar os trabalhos de construção da oclusão. 
Quanto mais complexa a boca do paciente, mais complexo deve ser o articulador. 
Devido à complexidade da ATM, vem à dificuldade de desenvolver um aparelho mecânico que simule sua atividade funcional. 
 ● A finalidade, portanto determinará o articulador;
 ● Só é possível a reprodução de pontos pré-estabelecidos; 
Características anatômicas reproduzidas pelos articuladores
» Pontos anatômicos
● Cabeça da mandíbula dentre da cavidade mandibular numa posição de equilíbrio – RC.
 × Quando montamos a boca do paciente no articulador, devemos montar em Relação Centrica e não em MIH, em alguns casos essas duas posições coincidem. 
● Parede interna da cavidade articular – lateralidade direita e esquerda (lado de trabalho e não trabalho) – ângulo de Bennet. Lado de trabalho – ocorre toque de canino
Lado de não trabalho – não ocorre toque
● Vertente posterior da eminência articular – Protrusiva – guia condilar. 
● Máximo contato dentário – posição unicamente dentaria – MIH
● Deslize ântero-posterior dos dentes – diferença da posição de contato posterior e MIH. 
Reprodução no Articulador – Aspectos Oclusais
× Distância Intercondilar
É a distância entre as cabeças da mandíbula. Sua importância está relacionada a escultura das superfícies oclusais e inclinações das vertentes. 
● Conseguimos a medida dessa distância através do arco facial. 
● À medida que essa distância aumenta, a fossa lingual deverá ser esculpida com uma concavidade maior. 
× Guia Condilar 
As superfícies oclusais durante o fechamento bucal guiam a mandíbula para uma posição onde haja um maior número de toques dentais, logo esta guia é proveniente das características anatômicas dos dentes e formato da cavidade articular. 
● Para reprodução desta guia, deve-se tomar um registro em protrusão máxima mandibular. 
× Guia anterior 
Inclinação dos dentes anteriores superiores. 
● Seu ajuste significa registrar o percurso dos incisivos inferiores contra a face palatina dos superiores, portanto a guia anterior determina a inclinação dos dentes anterior superiores. 
× Ângulo de Bennet 
É o ângulo formado pelo movimento de lateralidade da mandíbula em um plano horizontal. 
● Determinado pelo deslocamento da cabeça da mandíbula pelo lado de não trabalho a uma trajetória póstero-anterior no plano horizontal. 
× Ângulo de Fischer
Também formado pelo movimento de lateralidade da mandíbula, mas no plano sagital. 
● É determinado pelo mesmo movimento da cabeça da mandíbula pelo lado de trabalho, cujo ângulo orienta a altura das cúspides no sentido vestíbulo-lingual. 
Posição dental 
× Cúspides de contenção 
 ● Vestibulares inferiores
 ● Linguais superiores 
× Dimensão vertical 
 ● Altura da face quando os dentes estão em oclusão. 
Articuladores● Gariot (1805): fez o primeiro articulador chamado de Charneira que permitia somente movimentos de abrir e fechar;
● Bonwill (1858): se baseou em duas teorias, a primeira delas é chamada de primeira Lei de Bonwill ou Lei do Triângulo equilátero, onde esta lei dizia que de um côndilo ao outro havia uma distância de 10 cm e essa distância se unida forma a base de um triângulo que vai terminar no bordo cortante dos incisivos. Assim ele determinou a inclinação que os modelos deviam ter nos articulares. A segunda Lei de Bonwill diz que se o indivíduo faz movimentos de retrusão e protrusão os articulares também deveriam reproduzir estes movimentos. 
 » Movimentos mandibulares excêntricos 
● Gysi (1910): tronou-se conhecido porque foi o primeiro a registrar e medir o desvio lateral imediato no movimento de bennet. Gysi desenvolveu um articulador ajustável que tinha uma inclinação cambiábel individualmente e com a forma da trajetória condilar, bem com uma guia incisal variável.
 » Simplex com pino incisal.
● Hanau (1922): inicia a era dinâmica apresentando um articulador denominado semi-ajustável que permitia ajustes como trajetória condilar ântero-posterior e lateral e ajuste da mesa incisal. 
 » Modelo não arcon. 
● Stuart (1959): gnatologia antiga 
 » ATA – Articuladores Totalmente AjustáveisNon Arcon – apresenta a cavidade articular unida com o ramo superior do articulador e a esferas condilares na parte inferior. 
Arcon – apresenta cavidade articular unida ao ramo inferior do articulador e as esferas articulares na parte superior. 
● Stallard (1970): whip-mix, gnatologia moderna 
 » ASA – Articuladores Semi-Ajustáveis
Modelos
● Não ajustável;
● Semi-ajustável; 
● Distâncias medias; 
● Totalmente ajustável.
× Não ajustável
● Dobradiças simples ou charneiras;
● A única opção reproduzível que pode ser usada neste articulador é a MIH. 
● Esse tipo aceita um ou dois registros dos três registros possíveis – arco facial, relação cêntrica e protrusiva. 
● Usado para grandes interferências oclusais;
● Mais simples, com maior índice de precisão;A relação incorreta dos modelos causa alteração do arco de fechamento.
● Sem movimentos excursivos; 
Indicações
● RMF – restauração metálica fundida;
● Inlays e onlays;
● Coroas unitárias.
× Semi Ajustável 
● Mais simples;
● Mais preciso;
● Deve ter no mínimo três tipos de ajustes: 
 1 - Registro do arco facial; 
 2 - Registro da RC;
 3 - Registro da posição protrusiva.
 
» Possui algumas limitações: 
 ● É um instrumento rígido com movimentos determinados por guia sólidas;
 ● Os ossos são resilientes e apresentam uma resposta elástica;
 ● As ATM’s são revestidas por tecidos elásticos. 
Indicações
● Usado em qualquer situação;
● Funciona como os outros articuladores, quando ajustamos os diversos pontos anatômicos. 
Escola Gnatológica Moderna – defensores do ASA
● Cúspides baixas - 20º;
● Desoclusão imediata por canino;
● Forças axiais bilaterais e simultâneas nos dentes posteriores.Protrusão - A mandíbula se movimenta para frente e para baixo. 
× Totalmente ajustável
● Mais preciso
● Mais complexo 
● É desnecessário em alguns casos. 
● Devem permitir no mínimo 5 registros:
 1- Registro do arco facial;
 2- Registro da RC;
 3 - Registros laterais; 
 4 - Registro de distancias intercondilares;
 5 - Registro de posição protrusiva;
Vantagens
Distancia intercondilar totalmente ajustável;
Ângulo de bennet 
Inclinação antero-posterior da ATM, inclusive curvatura
Inclinação antero-posterior da Maxila
Escola Gnatológica Antiga – defensores do ATA 
● Cúspides altas – 33º;
● Desoclusão em grupo;
● Tripodismo – cada cúspide tocar em 3 pontos;
● Alta precisão no direcionamento dos sulcos oclusais. 
Qual tipo de articulador usar?
Okeson em 2000, baseia-se em 4 fatores indicativos para o seu uso:
● Conhecer as características do paciente;
● A extensão do tratamento planejado;
● Conhecer as características do aparelho; 
● Habilidade do clínico.
Regras para escolha do articulador 
● Pacientes com MIH = RC: não ajustável 
● Pacientes com MIH deslocada de RC no sentido antero-posterior: semi-ajustável 
● Pacientes com MIH deslocada de RC no sentido antero-posterior e deslocadada para um dos lados: totalmente ajustável. 
Possibilidades de ajustes
● Distancias intercondilar pequena, média e grande.
● Ângulo de Bennet 
● Inclinação antero-posterior da ATM
● Inclinação antero-posterior da Maxila 
Componentes do articuladorRamo Superior
× Estojo articularEstojo Articular
Neste local se consegue ajustar a inclinação (guia) condilar, o ângulo e o movimento de Bennet e o ângulo de fischer, além de fixar o arco para colocação exata do modelo no espaço. Ângulo de Bennet
× Ramo superior
Aonde irá se fixar o modelo superior e onde geralmente o estojo articular está fixado. Temos ainda neste local o pino da guia incisal e a fixação do arco faxial. 
× Ramo inferior
Aonde irá se fixar os modelos inferiores, e na maioria das vezes se encontra os postes condilares que nos dará a distância intercondilar. E temos ainda a mesa do pino incisal. Ramo Inferior
× Arco facial 
É o aparelho que transfere as relações maxilo-mandibulares para o articulador em relação ao espaço. Existem dois tipos: 
● Arco facial orbitário que tem dois pontos de fixação posterior, fixados no porion e um terceiro ponto de fixação anterior no nasio. 
● Arco facial cinemático tem dois pontos de fixação posterior no porion e o terceiro ponto de fixação anterior no ponto infra-orbitario. 
Espessura de registro mínima (método de obtenção de Relação Cêntrica):
● JIG – bolinha de 3mm de resina duralay colocada ainda sobre processo de polimerização (faze pegajosa) abrangendo da palatina á vestibular de incisivos superiores, registrando a mordida do paciente em RC (retrusão – para trás);
● Leaf-Gauge.
Montagem de modelos de estudo e Analise Oclusal em articulador Semi-ajustável
Equipamentos
● Articulador;
● Modelos de gesso superior e inferior; 
● Desprogramador neuromuscular – JIG de Lúcia;
● Garfo de mordida;
● Godiva em bastão.
Parafuso central de fixação
 DI 1, 2 e 3
Montagem
● Aplicação de godiva no garfo de mordida (em 3 pontos: oclusal de 2º molares superiores e incisal de incisivos superiores) e solicita-se ao paciente que oclua;Nazium
● Inserção da peça nazium no arco facial;
● Pede-se ao paciente que segure o garfo de mordida com os polegares em quanto o profissional introduz e ajusta o arco no garfo de mordida e aperta os parafusos que fixam o garfo;
● Introdução e encaixe do conduto auditivo na orelha do paciente e aperto do parafuso central de fixação;
 » A medida intercondilar deve ser anotada, corresponde respectivamente 1 pequena, 2 media e 3 grande;
● Posicionamento do apoio nasal na região do nasio do paciente e pressão exercida sobre o eixo nasal fazendo com que o arco facial seja tracionado para frente aproximando-se ao máximo dos côndilos e aperto do parafuso de fixação da peça nazium;
● O arco facial deve estar estabilizado na face do paciente, sem o auxílio do mesmo.
Desmontagem:
● Liberação do parafuso central de fixação do arco possibilitando o afastamento das hastes e remoção de todo o conjunto estabilizado;
● Liberação do parafuso nazium;
» Arco facial com garfo de mordida. 
Registro da posição da Mandíbula em RC
● Registro da RC no JIG; 
 » Contato dos incisivos centrais inferiores sobre o JIG.
● 1 lâmina de cera 7 deve ser dobrada e recortada na região correspondente ao JIG, utilizando tesoura curva; 
● A cera deve ser flambada sobre a chama da lamparina a álcool antes do registro (mordida);
● Adaptação do JIG em boca e oclusão em RC na cera, resultando no registro;
● Borda do registro deve ser fundida com auxílio de espátula 31 ou 7 aquecida;
● Adaptação do registro no modelo superior;Montagem dos Registros no Articulador: etapa laboratorial
● Acoplagem do arco facial ao articulador;
● Ângulo de inclinação condilar e ângulo de Bennet em 0°;
● Ajuste do suporte do garfo de mordida;
● Realização de retenções na base do modelo de gesso superior;
 » Colocamos o modelo de gesso no gral com água para hidrata-lo, facilitando a realização das retenções;
 » Com a faca de gesso, utilizando a ponta da mesma, fazemos um X na base do modelo de 1 a 2 mm de profundidade;
● O ramo superior deve estar apoiado sobre o arco facial, o modelo de gesso superior deve estar devidamente posicionado sobre o garfo de mordida com um elástico (borracha de dinheiro) enrolado sobre os mesmos (modelo e garfo);
● Inicia-se então a inserção de gesso sobre o modelo do paciente, até chegar á placa de montagem (bolacha);
● Após a presa do gesso superior o arco facial é removido, o registro em cera o JIG e o modelo inferior são posicionados juntamente com o modelo superior presos por elástico;
Inserção de gesso entre o modelo inferior e a placa de montagem (bolacha) inferior.
● O pino da guia incisal deve estar na posição 4mm entre a arcada superior e inferior, assim quando removermos o JIG e a cera os dentes dos modelos estarão se tocando;
● Ajuste do parafuso da inclinação condilar em 30°;
● Ajuste do Ângulo de Bennet em 15°;
Ajuste de Relação Central
● Registro Lateral Direito (em cera realiza-se o movimento de lateralidade direita e oclui): ajuste do ângulo de Bennet do lado direito;
● Registro lateral Esquerdo: ajuste do ângulo de Bennet do lado esquerdo;
● Registro da Protrusão: realizando quando ocorre um movimento de translação das cabeças da mandíbula para baixo e para frente, ajuste da guia condilar direita e esquerda.
Individualização
● Liberação do parafuso lateral da guia condilar para permitir livre movimentação entre os ramos do articulador;
● Modelos em MIH são possíveis visualizar o movimento realizado pela ATM;
● Movimento de lateralidade para a esquerda – lado de balanceio/trabalho;
● Movimento de lateralidade para a direita – lado de balanceio/trabalho;
● Fita de papel celofane é colocada entre os dentes antagonistas para detecção do contato prematuro ou papel carbono;
● O papel carbono nos dentes antagonistas serve para localizar o contato prematuro.

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