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Aula 7 Ferramentas da Mediação

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Aula 7 Ferramentas da Mediação
Introdução
Esclareçamos a seguinte questão: Por que o termo “ferramentas”? Caixa de Ferramentas, segundo Almeida (2014), é uma metáfora usualmente empregada na prática da mediação para designar o conjunto de técnicas e procedimentos utilizados na dinâmica desse processo.
Um dos maiores desafios para a mediação é trabalhar desarmando as defesas e as acusações das partes, buscando a cooperação entre elas e o caminho para uma solução conjunta. Para estimular o processo e construir o entendimento recíproco, utilizamos essas ferramentas.
Vamos lá!
Ferramentas da mediação
Como uma prática que visa favorecer o diálogo, a mediação de conflitos utiliza várias ferramentas, para permitir que os mediandos consigam realizar uma dinâmica pautada na comunicação, favorecendo as suas relações. Essas ferramentas são importantes tanto para a construção do rapport como para a melhora do diálogo entre os mediandos, sendo este o principal objetivo do trabalho na mediação.
É importante reforçar que as ferramentas são utilizadas durante todo o processo de mediação, sendo fundamental para o mediador o seu conhecimento e a sua aplicação nos diferentes momentos do processo.
A seguir, conheceremos algumas dessas ferramentas.
Fonte: PODIS / Shutterstock
Fonte: PODIS / Shutterstock
Recontextualização ou parafraseio
A recontextualização consiste em uma técnica em que o mediador irá estimular as partes a perceberem determinado contexto a partir de outra perspectiva. Esse trabalho consiste em estimular a pessoa a considerar ou entender certo comportamento, expressão, interesse ou situação, de forma mais positiva, para que se possa trabalhar soluções também positivas para aquela questão.
O sentido original da fala é mantido e podem ser utilizadas palavras ou expressões do discurso dos mediandos. O mediador chamará a atenção para aspectos importantes e significativos das falas dos mediandos, levando-os a uma nova escuta.
O parafraseio possibilita que o autor da fala escute o que disse, novamente, podendo reorganizá-la ou confirmá-la. O ouvinte tem a oportunidade de escutar o que foi falado pela outra parte, de forma imparcial, através do mediador, sem as emoções e as cargas negativas que fizeram parte da fala original. O ouvinte pode, então, ampliar a sua escuta. Além disso, os mediandos terão a oportunidade de escutar a fala, através do mediador, como uma possibilidade de reflexão.
Vejamos alguns exemplos...
Audição de propostas implícitas
Encontramos, em uma mediação, as partes com bastante dificuldade de se comunicar de uma forma neutra. Normalmente, estão exaltadas. Isso gera uma comunicação inadequada e, muitas vezes, elas podem propor soluções mesmo sem perceber. O mediador deve identificar essas propostas para os mediandos a fim de que eles possam construir uma solução consensual.
Vejamos um exemplo:
Afago ou reforço positivo
O afago é uma resposta positiva do mediador a um comportamento produtivo das partes ou dos advogados, se for uma mediação que conte com a presença desses profissionais. Essa atitude é uma forma de estimular as partes ou os advogados a continuarem a ter uma atitude positiva frente à mediação.
Muitas vezes, pode-se demonstrar o afago através de uma expressão facial ou uma linguagem corporal. O mediador deve sempre tomar cuidado para que o afago seja natural, porque, de outra forma, poderia não ser compreendido pelas partes.
O mediador pode dizer, por exemplo: “Estamos avançando na mediação. Estão sendo muito produtivas as opções que vocês estão trazendo”.
Sessões privadas ou individuais ou Caucus
As sessões privadas são encontros realizados entre o mediador e cada uma das partes, sem que a outra esteja presente. É utilizada com as duas partes, com igual tempo para ambas. Os objetivos são diversos:
Permitir a expressão de sentimentos, sem aumentar o conflito;
Eliminar uma comunicação não produtiva;
Identificar e esclarecer questões;
Evitar reações que dificultem o acordo;
Aplicar a técnica de inversão de papéis (que veremos mais adiante, nesta aula);
Evitar comprometimentos prematuros com soluções ou propostas;
Explorar algum desequilíbrio de poder;
Trabalhar habilidades de negociação com as partes;
Examinar alternativas;
Quebrar impasses;
Avaliar as propostas da sessão conjunta com cada parte;
Evitar situações inadequadas à mediação.
Inversão de papéis
É uma técnica para desenvolver a empatia entre as partes. Cada um deve perceber o contexto sob a perspectiva do outro. Recomenda-se, em geral, que essa técnica seja utilizada em sessões privadas. Além disso, o mediador deve avisar às partes que é uma técnica e que será aplicada com a outra parte também.
Muitas vezes, as partes sentem constrangimento pelo fato de estarem em conflito e tendem a colocar a culpa ou a responsabilidade no outro. Por isso, a técnica da inversão de papéis serve para que cada um se coloque no lugar do outro, percebendo o contexto no qual se encontra inserido e a visão que possui a respeito do conflito.
Por exemplo, o mediador fala para uma das partes em um conflito entre consumidor e comerciante:
“O senhor, apesar de ter seu comércio, também é consumidor. Vou aplicar, agora, uma técnica da mediação chamada de inversão de papéis, que será utilizada com a outra parte também. Pergunto: “como você gostaria de ser tratado como consumidor, no caso da devolução de um produto com defeito?”.
Geração de opções
Como já sabemos, o mediador não apresenta soluções, mas estimula as partes a criá-las. Elas devem aprender a buscar opções sozinhas, já que a mediação tem um papel educativo e, em novas situações conflituosas, elas tenderão a buscar suas próprias soluções.
O mediador deverá realizar perguntas que ajudem as partes a pensar em soluções conjuntas. O importante é que elas gerem o maior número de opções. Uma outra questão muito importante é levar uma parte a pensar nos interesses da outra, ou seja, em alguma sugestão que pudesse ser dada e aceita pela outra parte.
Com essa ferramenta, o mediador anima a criatividade das partes e incentiva sua imaginação, fazendo com que elas pensem em algo novo e não fiquem presas às perspectivas antigas, que não deram certo.
O mediador poderia perguntar, por exemplo:
“O que você pode fazer para ajudar a resolver esta situação?”
“Para você, o que poderia funcionar como solução?”
Normalização
Sabemos que o conflito é uma característica natural de qualquer relação. No entanto, as partes se sentem constrangidas, principalmente, quando o conflito está na Justiça. E, assim, a culpa tem de ser de alguém. Nesse caso, é importante que o mediador não permita que as partes se culpem nem se sintam constrangidas.
Dessa forma, o mediador irá normalizar o conflito e fazer com que as partes a percebam que o problema pode levá-las à construção de uma melhora em sua relação.
Podemos perceber essa ação do mediador na situação de conflito entre um ex-casal que discute sobre a guarda dos filhos, exemplificada na imagem.
Organização de questões e interesses
Já vimos essa técnica na aula 5, mas é sempre bom relembrar. As partes, em geral, perdem o foco em situações de disputa, deixando de lado as questões que são importantes para a solução da mediação. O mediador, nesses casos, deve estabelecer uma relação com as questões a serem trabalhadas e os interesses reais das partes.
Na mediação, é fundamental a identificação de interesses reais. Isso ocorre porque, quando as pessoas se expressam em um conflito, estão colocando as suas posições ou interesses aparentes. Por trás destes, há os interesses reais.
Por exemplo, quando uma mãe diz para sua filha que não quer que ela chegue em casa tarde (posição), podemos presumir que ela está preocupada com a segurança da filha (interesse real).
Validação de sentimentos
Essa técnica consiste em identificar os sentimentos que foram desenvolvidos em razão do conflito e trabalhá-los como uma consequência natural. O mediador acolherá e legitimará um comportamentoconsiderado como negativo, identificando nele o que há de positivo: uma necessidade não atendida.
William Ury (2007), em sua obra “O poder do não positivo”, demonstra que, por trás de cada “não”, há um “sim” subjacente. Quanto mais importante o valor defendido, mais forte será o “não”. É a partir de uma escuta ativa (que veremos adiante) que o mediador poderá identificar e trazer esse valor para a mediação.
A validação de sentimentos, na mediação, será realizada de forma a acolher o valor defendido e nunca deve ter um caráter de repreensão.
Por exemplo, um mediador diz para as partes que estão se expressando de forma irritada e interrompendo uma a outra:
“Entendo que ambos estão irritados porque querem resolver esta situação. Ao mesmo tempo, não vejo como essa forma de comunicação pode ajudar a construirmos uma solução que seja aceitável para vocês. Posso contar com a colaboração de vocês?"
Fonte: jesadaphorn / Shutterstock
Escuta ativa
Uma escuta de qualidade, e não apenas o fato de ouvir, é fundamental para a mediação. A escuta ativa requer que o mediador tenha uma participação efetiva no diálogo. Ela implica algumas questões:
A escuta ativa legitima os mediandos e faz com que eles se sintam verdadeiramente compreendidos e considerados nas questões que trazem para a mediação. Isso os ajuda a saírem de suas posições rígidas e a confiarem no processo do diálogo. A mediação é, pois, o lugar para que eles trabalhem o conflito. É através dessa escuta que as partes irão encontrar, entender e incluir a perspectiva do outro, mantendo as suas, sem se sentirem ameaçadas.
Atividade
Qual é o objetivo da sessão privada, denominada de Caucus?
Dar oportunidade para a parte, com o auxílio do mediador, rever sua posição em relação ao conflito, decidindo a solução para o litígio.
Dar oportunidade para a parte desabafar e rever, com o auxílio do mediador, sua posição em relação ao conflito, estabelecendo uma estratégia de convencimento da outra parte.
Dar oportunidade para a parte desabafar, abrandar as emoções decorrentes da vivência do conflito e rever sua posição em relação ao conflito, avaliando as propostas do mediador.
Dar oportunidade para a parte desabafar, abrandar as emoções decorrentes da vivência do conflito e esclarecer alguma questão.
Dar oportunidade para a parte conversar com o medidor, buscando deste soluções para a resolução do conflito.
Escutar com curiosidade genuína
O mediador deve procurar escutar para conhecer o conflito sob o ponto de vista dos mediandos e não para estabelecer pressuposições. Cada conflito e cada pessoa são únicos. O relato das partes deve ser ouvido pelo mediador sem preconceitos e pré-julgamentos. Ele deve se colocar no lugar de quem fala para entender o seu ponto de vista;

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