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Competências ambientais Competência legislativa da União Art. 22 CF. Art. 225 CF, § 6º Competência legislativa concorrente Aquela na qual a União divide com um Estado-membro. A união cria normal geral e o papel do Estado é suplementá-la naquilo que a União determinar. Art. 24 CF Na falta de existência de lei federal, o Estado pode legislar sobre o tema, mas tem limite, tem que ser de acordo com a sua realidade local. Há conflito entre os arts. 22 e 24 da CF? A doutrina fala que a única responsabilidade que o Estado poderia legislar em dano ambiental seria a responsabilidade administrava. Essa responsabilidade do inciso VIII do art. 24, portanto, é meramente administrativa, não conflitando com o inciso I do art. 22. Princípio da defesa do meio ambiente Art. 170, VI, CF. Durante muito tempo, a interpretação foi de que o ambiente deveria ser defendido e só situações em que houvesse imensa degradação ambiental, com risco à saúde, é que deveriam ser proibidas. A primeira vez que o STF analisou o princípio da defesa do meio ambiente, ele mudou um pouco essa interpretação. Questão ambiental é direito ambiental, então é direito indisponível (primeira premissa do STF). Assim, o Estado teria o dever-poder de preservar o meio ambiente, tendo também o poder de diminuir a livre iniciativa. Amianto – Posição atual do STF – o STF ainda não julgou, mas já recebeu a cautelar sobre o assunto. A principio o STF tem feito uma ponderação entre o principio da defesa do meio ambiente e o princípio da livre iniciativa. Partilha de competencia – problema. Questão sobre a predominância do interesse. O STF durante muito tempo entendeu que era possível o duplo ou triplo licenciamento. Com a lei complementar 140/2001, no seu artigo 13- acabou com o duplo ou triplo licenciamento. Para saber quem é competente é necessário fazer um estudo anterior de impacto. Problema – o estudo anterior de impacto tem alguns requisitos que somente o ente federativo pode me dar.. Pode o Ibama caçar licenças estaduais? Baseado no artigo da lei complementar 140, caso só haja um licenciamento e no caso em tela o ente a qual você deveria requerer esse licenciamento muda, depois do advento da lei, gera duvidas. Há argumentos favoráveis e ha argumentos desfavoráveis. O município possui competência legislativa ambiental? Art. 30, I e II CF - Poder suplementar ( elevado interesse), mas somente em questões de estados membros, não questões privativas da união. (STF) Métodos de solução na esfera ambiental: - Norma mais restritiva a favor do meio ambiente (in dubio pro ambiente) A maior parte dos autores de direito ambiental defende esse método. Para eles, quando tiver um conflito entre normal federal, estadual e municipal, prevalece aquela que melhor defende o ecossistema, o argumento deles é: se temos um direito fundamental a um meio ambiente equilibrado, prevalece aquela que melhor defende esse direito. Anteprojeto da comissão pela ordem social: art. 111. - Hierarquia entre os entes da federação: seu defensor é Toshio Mukai: ele entende que existia essa hierarquia, então a norma municipal seria derrogada pela estadual e essa pela federal. Por um lado, o art. 30 da CF fala que o município tem que suplementar a legislação federal e estadual no que couber, por outro lado temos a autonomia dos entes. - Predominância do interesse: seu defensor é Andréas Krell. Deve-se analisar se a lei versa um interesse que atende só a população do Município ou a um interesse do país inteiro. O STF já decidiu em recurso extraordinário ( efeito não vinculante) questões em que aplicou a predominância do interesse.f Quando a competência material for comum, a principio devem atuar pela predominância do interesse. O STF e o STJ sempre falaram que se deveria analisar o interesse predominante e esse ente então atuaria. O problema de não ter competências muito definitivas é que acontece de um ente “empurrar” a competência para outro em certas situações. STF e STJ falam que junto com a predominância do interesse caminha a subsidiariedade. No licenciamento ambiental, era a ideia de que se deveria analisar previamente os impactos ambientais e o empreendimento para você evitar causar o dano. O STJ dizia que quem licencia é quem tem o interesse predominante. Impactos locais, quem licenciaria seria o Município. As licenças ambientais tem prazo de validade, porque a tecnologia de preservação ambiental se torna obsoleta. São de no máximo 10 anos, para forçar o empreendedor a mudar a tecnologia. Vantagens desse duplo e triplo licenciamento: - se analisado pelos 3 entes de federação, é muito mais cuidadoso. - às vezes o ente da federação tem interesse numa obra (?) Regulação: LC nº 140/2011 – determina o licenciamento ambiental e a partilha de competências materiais ambientais. Essa lei deixa claro que atividades são licenciadas só por um ente da federação, vedando o duplo e o triplo licenciamento ambiental. Ela tem uma lista de atividades que são competências de cada ente. Critica:…. Essa lei ainda falou que quem licencia é quem pode lavrar ato de infração • Licenciamento e estudo prévio de impacto ambiental Princípio aplicáveis: - do desenvolvimento sustentável: Foi conceito cunhado pela Eco92 e em razão disso é um princípio implícito na constituição de 88 – Art. 225, § 1º, V, CF. Mesmo sendo implícito, o STF reconheceu o desenvolvimento sustentável quase que inteiro (ver mais abaixo o porque). Geralmente o conceito de desenvolvimento sustentável é o equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico. É um tripé: preocupação com as gerações futuras, equilibrio entre economia e proteção ambiental e erradicação da miséria O STF só reconheceu duas pernas do tripé: o equilíbrio entre economia e preocupação ambiental e a preocupação com gerações futuras, mas nunca reconheceu a necessidade da erradicação da miséria. Princípio da prevenção Art. 9º, Lei 9.638/81. O princípio da prevenção parte de certeza científica. Então, na prevenção, a ciência já conseguiu mensurar a atividade sabendo exatamente qual é, no caso, os impactos ambientais que ela vai trazer. Assim, o princípio pode funcionar de duas maneiras: proibir ou reduzir. Esse princípio tem uma falha, a da certeza científica. e as atividades novas que a ciência ainda não conseguiu mensurar os riscos? Princípio da precaução - A ideia dele é ser um princípio de cautela: toda vez que não se tiver certeza científica de que a atividade é segura ao ecossistema, deve-se abster de praticá-la. A doutrina brasileira seguiu Hans Jonas, colocando o princípio da precaução como “indubio pro ambiente”. O princípio da precaução não é um medo irracional da tecnológica. A ideia não é deixar de ter progresso científico, o problema é liberar para o público comum sem ter certeza dos impactos. • Casuística brasileira: - alimentos geneticamente modificados; - poluição eletromagnética: causadas pela antena de telefonia celular, que liberam radiação. Morar perto de uma geraria essa poluição, que pode causar até mesmo câncer. O STF reconheceu repercussão geral na questão da precaução. Entendeu que o judiciairo pode analisar a questão da precaução em políticas públicas: não viola o mérito administrativo (juízo de conveniência e oportunidade) a ideia de análise do princípio da precaução. RE 627.189, STF. RESP 1060753/SP – o princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus da proa, competindo a quem supostamente promoveu o dano ambiental comprovar que não o causou ou que a substância lançado ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva. A ideia é que se o princípio da precaução é indubio pro meio ambiente, se não há certeza no autos do processo se o empreendedor poluiu ou não, inverte o ônus da prova, porque vai ser mais favorável ao meio ambiente. Parte do pressupostoque houve a poluição. Licenciamento ambiental: Ideia de poder de polícia preventivo: analisar, antes do empreendimento acontecer, quais são os seus impactos ambientais. Ele está expresso na CF/88 em uma das suas etapas, que é o estudo prévio do impacto ambiental Princípio do estudo prévio de impacto ambiental: Art. 225, § 1º, IV, CDF. Art. 10, lei 6.938/81. São 3 resoluções do CONAMA que baseiam o licenciamento ambiental: - 001/86 - 009/87 - 237/97: coloca a definição de licenciamento ambiental. Licencia ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental vai estabelecer condições para o exercício de determinada atividade poluente ou autorização. Nós não temos lei para licenciamento ambiental. Até mesmo o STF julga com base em resolução do CONAMA. O que se tem agora é projeto de lei tramitando no CN para alterar o licenciamento ambiental. Ele tem alguns detalhes que seriam retrocesso para o licenciamento. Conceito de Poluição – Art. 3º, lei 6938/81. Não é só PJ de direito privado que tem que se submeter ao licenciamento ambiental. Assim, também deve se submeter pessoa física e pessoa jurídica de direito público. Licenciamento ambiental é uma juntarão de atividade + localização. Obviamente há certas atividades que são extremamente poluentes e vão sempre precisar de licenciamento. A resolução do CONAMA 237/97 tem um rol de atividades sujeitas ao licenciamento ambiental. Se está listado, é obrigado a fazer licenciamento. Se não estiver listado, o órgão ambiental analisa caso a caso, discricionariamente, se necessita do licenciamento ou não, levando em consideração atividade X localização. Não fazer licenciamento ambiental é crime. Responsabilidade penal por ausência de licenciamento Art. 60 Decreto 6514/2008 – Art. 80 além da responsabilidade penal também tem Licenciamento ambiental é vantajoso ou não? A ideia é ser útil ao empresariado e ao poder público. O problema é a falta de estrutura do poder público para o licenciamento, tornando-um processo lento e burocrático. Identificação do órgão competente para licenciar: pela lei complementar 140 de 2011. Lembrando que essa lei acabou com o duplo e triplo licenciamento ambiental. Meio Ambiente como Direito Fundamental A primeira vez que isso foi colocado foi pela ONU na Conferência de Estocolmo de 72 Meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental, pois é essencial ao direito à vida e ao direito à saúde, que são direitos fundamentais. Base legal: Art. 225 CF Só em 2006 o STF entendeu a existência desse novo direito ambiental. Fala-se em u direito de terceira geração, porque seria um direito difuso/coletivo. Nessa hipótese, caberia não só ao Estado mas também à coletividade o dever de defender o ecossistema. Nessa lógica, o STF entende a existência do novo direito ambiental, entendendo até mesmo ser um preceito fundamental. Seria direito fundamental fora do artigo 5º da CF. Da mesma forma, o desenvolvimento sustentável foi reconhecido pelo STF como um principio implícito. Uma das questões que o STJ já decidiu de forma pacífica é que dano ao meio ambiente não sofre prescrição. Um mesmo dano ambiental comumente fere direito difuso, coletivo e individual. Os danos individual e coletivo são reparados com indenização pecuniária. O dano difuso é reparado a partir da recuperação do ecossistema, pois indenizações em direito ambiental, por maiores que sejam, não são a melhor escolha para solucionar a questão ambiental, já que, por exemplo, é difícil a empresa conseguir pagar o valor, além de ele não chegar para a população. O STJ entendeu que a reparação do dano ambiental ao status quo também é imprescritível, mas só tem dado essa imprescritibilidade a danos difusos; ele ainda não a declarou para danos coletivos e individuais. Meio ambiente na CRFB/88 Art. 225 CF – ele é inspirado na Conferência de Estocolmo de 72. Ele teria inaugurado a autonomia do direto ambiental no Brasil. Até 88, ambiental era visto como sub-ramo de direito administrativo. Bens de uso comum do povo - ou bens de domínio público. Não pertence a União, Estados ou Municípios. - destinados à utilização geral pelos indivíduos – uso coletivo. - pela natureza do bem ou por imposição legal. A CF coloca todo o ecossistema como bem de uso comum. - sua utilização pode ser limitada pelo Poder Público - ex: praças, praias, rios, estradas Alguns bens particulares, após a CF/88 foram transferidos para bens de uso comum do povo. Ex: ilhas particulares; o que é privado é seu interior, mas a costa dela seria bem de uso comum do povo e qualquer um poderia ingressar. § 2ª – obrigações do poder público para preservação do ecossistema. São 8 incisos. § 4º e § 5º É possível ter propriedade privada dentro da Mata Atlântica. O governo pode impor restrições ao direito de propriedade privada, mas é possível. Meio Ambiente Urbano Ligado ao conjunto de cidade, artificial (aquele que sofreu alteração do homem) → Problemas ambientais de áreas urbanas POLUIÇÃO: toda ideia que altera a qualidade do ecossistema. Art. 3º, II, Lei 6938/81. Ex: uma medida de reflorestamento pode ser considerada poluição. • Poluição visual: excesso de publicidade. Relacionado a localização e tamanho. Não sobre conteúdo, porque estaria esbarrando no principio da liberdade de expressão. A ideia da poluição visual é quando tem um excesso de publicidade que gera um cansaço. No RJ é proibido outdoor com elementos tridimensionais e com pessoas vivas. Em SP foi criada a Lei Cidade Limpa. Lei Orgânica do Rio de Janeiro – Art. 467. Quem regulamentou essa lei foi Eduardo Pess através de um decreto de 2012 (Decreto 35.507). Esse decreto só proibia no centro, na zona sul e na barra. Teve um mandado de segurança do sindicato das empresas de publicidade exterior do estado do RJ - Sepex. Foi julgado pela incompetência do decreto para legislar sobre, mas como é mandado de segurança, o efeito é só interpartes. Obs: Proibindo outdoor, há um impacto econômico. Art. 65, Lei 9605/1998 Debates: puxação pode ser arte? Grafite configura puxação? • Poluição luminosa Em 2012, foi incluído o § 2º do art. 65 da Lei 9.605/98. O que é mais necessário: conteúdo artístico, autorização. • Poluição sonora: não interesse o tipo de ruído, mas o volume. Poluição é o ruído acima do permitido ou do desejável. Segundo a OMS, traria uma série de prejuízos à sociedade como por exemplo, estresse, insônia, depressas (e consequências dela), perda de audição etc. O STJ levou tempo para reconhecer poluição sonora como poluição O TJRJ sempre entendeu que necessariamente a poluição sonora é gravosa a vida humana, tendo que ser combatida. A secretaria municipal do meio ambiente é quem em regra faz o combate à poluição sonora. Contudo, ela não entende como poluição sonora pontos móveis (como carros), apenas pontos fixos (como bares). O maiores autuados por poluição sonora no RJ são as igrejas. No embate entre a livre iniciativa e o combate à poluição (bem estar da população), o que prevalece, segundo o TJRJ, é o bem estar. A liberdade de culto não pode servir como justificativa para causar poluição sonora. Geralmente é disciplinada por leis estaduais e municipais.. Lei Estadual RJ nº 126/1977 – lei do silêncio. Lei Municipal RJ nº 3.268/2001. O que é considerado evento oficial do município do RJ não configura poluição sonora. Eventos com apoio do município também não. O rock in rio é privado, mas tem apoio do Município. Meio Ambiente Cultural ART. 215 e 216 – aquilo que resume a essência de uma população pode ser considerado meio ambiente cultural Meio Ambiente do Trabalho Local onde alguém exerce suas atividades laborais. Noa interesse o tipo de trabalho (voluntário, continuo, temporário etc). A questão começou nos adicionaisde insalubridade e periculosidade. Tese de José Afonso da Silva - Bem ambiental como bem difuso – ele fala que, tradicionalmente, o direito separa os bens em bens públicos e bens privados, e precisa aprender a lidar com uma nova categoria do bem que é o bem difuso. A função cultural do bem interessa a sociedade como um todo, logo, pode-se colocar sempre limitações ao direito de propriedade em prol da proteção ambiental. A função ecológica do bem ambiental pertence a sociedade e não ao particular, nem mesmo ao poder público. Qual o objeto do Direito Ambiental? Proteção do Meio Ambiente, protegemos o meio ambiente de forma imediata, com uma proteção ambiental maior para a preservação da vida humana em si - um objeto maior. O direito ambiental é recente com o marco em 1972 e, assim, necessariamente pegou ramos tradicionais do direito civil, penal, administrativo e constitucional e deu uma roupagem ambiental. A primeira referência vem do Diogo que é o novo direito ecológico, dizendo que o direito ambiental é uma subdivisão ao administrativo com restrições ao privado pelo bem estar público, não vendo como direito autônomo, ligado a um direito de vizinhança. No Brasil a autonomia do direito ambiental começou com o Art. 225 da CF é assim, teria necessariamente criado o direito ambiental. Objeto do direito ambiental é a proteção do meio ambiente e, com isso, tem que fazer a conceituação do que é meio ambiente. Uma das questões é que o direito ambiental supera a dicotomia de direito público e direito privado. Na verdade, atualmente, o direito ambiental é um direito difuso por natureza; uma vegetação vai superar o conceito de bem público é bem privado, tendo bens difusos que interessa a sociedade como um todo. Assim, temos que ver o conceito de meio ambiente: é o que cerca a gente; conjunto de elementos bióticos (com vida) com os abióticos (sem vida, mas sem eles a vida não acontece, como a luz solar, um fenômeno físico que sem ela a vida não aconteceria; a água é elemento químico que sem ela não aconteceria) em um conceito biológico. O conceito jurídico de meio ambiente está no Art. 3, I, 6938/81 que foi a primeira no caso de direito ambiental e coloca conceitos de meio ambiente, poluição e poluidor. O direito ambiental trabalha com conceitos jurídicos indeterminados e listas os rolos são exemplificativas e não exaustivos. Rol de atividades de licenciamento ambiental é exemplificativo. Só tem a legalidade estrita no direito ambiental na sanção penal e sanção administrativa, o restante tem textura aberta. O conceito jurídico é indeterminado, mas a doutrina separa em 4 aspectos. Para a doutrina se divide em natural, artificial, cultura e do trabalho. Meio Ambiente Natural - o conceito intuitivo de meio de campo, animais, florestas, praias, sendo aquele que existe sem a ação humana ou que poderia existir sem a ação humana. Tem situações que tem intervenção do homem no ecossistema mas que o resultado não é natural. Esse ecossistema que poderia existir sem a ação humana necessariamente, ligado ao conceito de biodiversidade. Biodiversidade são a variedade de espécies; a diversidade entre espécies, podendo trabalhar em dois prismas: quantidade de animais e plantas e qualidade de animais e plantas. Pode ser colocado de forma numérica ou quantas espécies de insetos existem na região. A biodiversidade no aspecto qualitativo tem tipos diferentes de animais e plantas na mesma região, no Brasil tem uma legislação intensa de preservação da biodiversidade biológica, sendo uma proposta brasileira. Projeção em outras questões - tráfico de animais, o terceiro tráfico mais lucrativo do Brasil, perdendo para drogas e armas, superando contrabando de mercadorias. Fauna Silvestre - conceito vem de 1967, no Art. 1 da Lei 5.197/67, sendo atualizado pelo art. 29 da Lei 9.605/98; se a maior parte do ciclo de vida ocorreu no território brasileira, nativa e migratória, vai ser considerada fauna silvestre, tendo um grau de proteção maior. Não tem tipo penal de tráfico e animais, o mais certo que temos é a caça ilegal, o ato da caça resultante da morte ou não do animal. A maior pena que temos no direito ambiental são 6 anos. O máximo que tem é necessariamente caça ilegal ou posse ilegal de animal. Tem exceção para guarda doméstica não considerada com ameaça de extinção pode deixar de aplicar a pena. A jurisprudência amplia a interpretação entendendo que se o animal já está na posse por muito tempo, mesmo sendo ameaçado de extinção, se o laudo comprovar que reintroduzidos no ecossistema não consegue sobreviver, o juiz pode deixar de aplicar a pena. Não tem tipo penal de tráfico de animais, com as exceções elencadas, se deixar de ser considerado selvagem e sem ameaça de extinção pode continuar com ele. • Biopirataria Um ser vivo pode ser objeto de patente? A patente prevê uma invenção humana, então não pode, estando no tratado de direito intelectual Art. 27, 3.b, ADPIC. Tem uma exceção à regra: princípios ativos de animais e plantas podem ser objetos de patente e processos não biológicos podem ser objetos de patentes que seriam os organismos geneticamente modificados. Se eu descubro uma maneira de inseminação artificial ou clonagem de animais pode ser objeto de patente; a cópula natural não pode ser objeto de patente. Nessa ideia de biodiversidade tem o conceito da biopirataria. O tráfico de animais é levar o animal ou planta para fora da fronteira do Brasil, a biopirataria inc lui a patente de animais e plantas (elementos da biodiversidade) sem a autorização do país de origem. Espécies Endêmicas são aquelas que só existe mo território naquele país - pode ser animal, planta, microorganismos. A ideia da biopirataria é que um laboratório viria para o país, levaria um elemento, patentearia o uso desse princípio ativo e perderíamos o direito à esse produto, tendo que pagar royalties de produtos baseados na biodiversidade brasileira. Se a espécie é endêmica a patente deveria ser compartilhado por causa da biodiversidade alegam os países e os laboratórios alegam que gastaram milhões em pesquisa sem saber se o produto seria comercializado, não sendo justo partilhar a patente com o país da biodiversidade. Conhecimento tradicional - O que começou a se alegar é que não é necessariamente da espécie mais do conhecimento tradicional associado. Às vezes o país tem o conceito empírico do uso da biodiversidade do cosmético, não vindo o laboratório cego, mas norteado pelo conhecimento da população - uso do capital intelectual do país. A natura sofre um processo de biopirataria no para por fazer uma linha de produtos por uma seiva da raiz que a extração é passada de geração por geração e filmou as mulheres extraindo a forma correta de retirada da seiva e roubou esse conhecimento. O acesso aos recursos genéticos deve estar sujeito ao consentimento prévio - mas a convenção é principiológica. Em função da biopirataria o Brasil fez uma lei 13.123/2015 que regulamenta o acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado, com a ideia de comprovar a má-fé do laboratório entrando em um processo de quebra da patente. No objeto da lei diz que o acesso a biodiversidade, a remessa de amostra e exploração econômica do produto acabado tem que ser feito mediante autorização do poder executivo federal. quem quiser desenvolver pesquisa tem que pedir autorização do conselho, tendo que ter o consentimento prévio informado. No momento de pedir a fabricação do produto, necessariamente tem que fazer a remuneração, negociado com o conselho, porque todo esse conhecimento é considerado coletivo, e não de um indivíduo específico. O conselho representa o patrimônio intelectual brasileiro, como se a população indígena não pudesse fazer sozinho. Pessoa natural estrangeiranão pode ter acesso a patrimônio brasileiro; somente a pessoa jurídica estrangeira é natural brasileira porque é mais difícil comprovar a biopirataria da pessoa natural estrangeira. Pedir autorização prevê que abra filial no Brasil. Para ter exploração econômica tem que fazer repartição de benefícios, mesmo que fabricado no exterior: isso inclui microorganismos material genético, princípio ativo. Qualquer retirada ou produção de mercadoria com base na biodiversidade brasileira tem que ter a repartição de benefícios. Pode ser monetária (repasse do valor) ou não monetária com conservação de áreas ambientais, transferência de tecnologia, disponibilização em domínio público só valendo a patente no exterior; se requerer a patente sem a repartição de benefícios tem a má fé alegando a quebra da patente na OMC. Criou um fundo para receber esse dinheiro, mas na prática a população não vem para a população porque quem negocia e recebe é o Conselho. Tem sanções possíveis, mas ainda não chegou a colocar os tipos administrativos por violação da biodiversidade. Tem a listagem, mas sem o tipo não pode ser utilizada: a lei prevê multa em valores ínfimos. Trangênico Transgênico é a fusão de espécies que jamais poderiam cruzar por meio natural, sendo a inserção de um DNA completamente incompatível com o outro. O que regula isso no Brasil é a lei 11.105/05 Vantagens - econômica, pois com eles consegue fazer alimentos mais baratos, além disso possibilidade de colocar vacinas naturais no alimento transgênico. - preservação ambiental, um dos grandes problemas é a expansão da fronteira agrícola ou você diminui as florestas para aumentar a área de produção de alimentos ou criar novos mecanismos, sendo os transgênicos a forma de manter a fronteira agrícola porque a rotatividade de espécies seria aumentada, produzindo muito mais em menos tempo. - aumento da produção de alimentos - diminui o desmatamento - diminuição de uso de agrotóxico porque eles são mais resistentes à praga, - questão de crise hídrica- pode fazer transgênicos que conseguem crescer por menos água. Desvatagens - Não temos certezas científicas se são seguros ou não para alimentação porque o teste deveria ser de 1 geração - 40 anos - mas em qual momento vou requerer a patente? Quando cria, e quanto tempo dura uma patente? 20 anos prorrogáveis. Pela propriedade intelectual e proteção alimentar já teria domínio público, vendendo as empresas os transgênicos antes de ter certeza se é seguro para o consumo humano. - A maioria dos transgênicos já vem com o combate à praga, se comemos algo que já vem com algo incluso no DNA não poderia causar uma mudança genética expontânea e diminuir as bactérias benéficas do corpo humano. Problemas A contaminação genética e ameaça da biodiversidade vem da ideia de seleção natural de Darwin, com a produção de super-pragas. Ou desequilíbrios ecológicos em que não se controla o resultado. O segundo problema é comercial: vários transgênicos já receberam denúncia de venda casada; que a soja geneticamente modificada teria um gatilho genético de responder melhor ao fertilizante e agrotóxico da mesma empresa; comprando a semente, fertilizante, agrotóxico. O grande problema do transgênico é em última análise uma questão de soberania porque gera a dependência do agricultor ao laboratório, uma vez que as sementes são estéreis e assim impossibilita o re-plante. Um produto transgênico pode ser produzido no Brasil ou não? Sim. A lei de Biossegurança trabalha justamente com transgênicos, ela necessariamente trabalha com transgênicos, clonagem e célulastronco. . Art. 40 da Lei de Biossegurança - Rotulagem - o ministério de ciência e tecnologia complementou esse artigo com um decreto 4680 que já começa dispondo que deve constar no rótulo quando acima do limite de 1% do produto final e não do produto manipulado que é ingrediente do produto final. O símbolo de transgênico é um T preto no triângulo amarelo. Sendo a CTN-Bio a única que libera transgênico, órgãos estaduais ficam proibidos de lavrar multa por uma questão de competência, mas o STF entende que o direito à publicidade em questões ambientais, podendo os órgãos requerer a CTN-Bio quais transgênicos são liberados, pedindo informação. É na década de 1970 que surge o Biocentrismo, deslocando o homem como detentor da natureza para um tutor ou curador da natureza, não tendo o direito de gozar e usufruir das espécies tendo a responsabilidade de zelar pelas outras espécies, sai de um direito ambiental para servir a humanidade para servir a própria natureza. Esse deslocamento começa na década de 1970 em situações de desequilíbrio ecológico porque quando suprime uma espécie pode levar a um desequilíbrio de proporções inimagináveis. Um dos primeiros exemplos é a Austrália, a extinção do Lobo da Tasmânia, uma espécie de canídeo, magro com listras pretas e quando começaram a colonização do país levaram ovelhas e o lobo começou a atacar as ovelhas na Austrália e então os colonos começaram a exterminar os lobos da Tasmânia, mas eles comiam as lebres e sem o predador elas começaram a se multiplicar e atacar as plantações, depredando-as, e com isso o governo australiano banca um projeto de clonagem para reintroduzir a espécie no ecossistema. Outro exemplo são os pombos no RJ, dando um ar parisiense do Pereira Passos, mas aqui não tem o Falcão para comer então atualmente é uma praga urbana. Situação recente foi em Cabo Frio que teve uma invasão de ratos e o problema era a extinção das cobras ao se urbanizar e consumir as florestas; e eram elas que se alimentavam dos ratos; acabaram com o predador e forneceu alimento com o lixo urbano, sendo algo tão grande e saía de dentro do vaso sanitário. No RJ tem o caramujo africano, que é a inserção de espécie sem controle, o caramujo vem pela água de lastro que vem nos tanques de navio de outro continente e os caramujos vem da África. O navio tem tanques de água potável, e a medida que navega vai esvaziando e enche com água do mar e no destino joga a água salgada fora para pegar a potável. Quando dessalga a água joga o caramujo africano. Só que lá na África tem o pássaro que se alimenta do caramujo e no Rio não tem, então hoje tem a praga do caramujo africano que se concentra na hélice e acaba quebrando. O Biocentrismo começou com essa ideia de não saber o mal que exterminar a espécie causa a humanidade e na décima de 1980 surge a discussão se as espécies teriam direito ou não. Começa o biocentrismo pensando na vida. Humana, animais, vegetais. No antropocentrismo o homem é visto como centro do direito, inclusive do direito ambiental; no Biocentrismo o fato de ser a espécie mais adaptado ele se torna tutor das demais tendo o dever de preservar as outras espécies. Com o Biocentrismo vem a ideia da libertação animal do Peter Singer, que fala que o animal é um incapaz ou um relativamente incapaz e segundo ele o homem faz uma escravidão dos animais sendo um argumento sensível: que escravizávamos negros e indígenas dizendo que ele não tem inteligência, alma e cultura; e o mesmo se faz com os animais. Assim como não entendíamos a cultura alheia, pela falta de compreensão do outro viver com o racismo, tem o especismo pois por não entender a forma de se expressar dos animais temos um preconceito como o racismo e o sexismo (preconceito com o outro gênero sexual) e atualmente sentiremos tanta vergonha do especismo como sentimos do racismo, por não entender a forma de pensar e sentir dos animais, temos um novo modelo. No Brasil esse conceito da libertação animal não chegue próximo por uma questão de empatia - o próprio documentário é especista elitista -, e também está ligada à alimentação então esse combate ao especismo em países que a alimentaçãonão é mais um problema tem muito mais voz. Usamos animal para experimentação cientifica, vestuário, alimentação e entretenimento e a ideia é acabar com o uso dos animais em todas as áreas: a minhoca da Seda, o circo de Soleil, o fim do zoológico. No Animal Kingdom não pode ter queima de fogos, nem ficar aberto até tarde para que o animal se sinta no seu habitat natural, as charretes em Paquetá com a exploração dos animais de tração estão acabando. No vestuário pega os animais que são abatidos só para essa finalidade. E quanto a alimentação vem o veganismo que não come nem usa nada derivado de animal porque tudo isso vem da fabricação animal. A ideia de deixar comer certas coisas em razão da libertação animal, realizando um seleção, faz mais sentido. Esses processos são um sofrimento intenso no animal. Mas é difícil dizer para alguém fazer essas escolhas padecendo da fome. Caso concreto da rinha do galo Art. 215 CF: dele se extrai o argumento de que a rinha do galo deveria ser protegida por ser manifestação cultural desde a época do Brasil colônia. O art. 216 CF estabelece o que seria patrimônio cultural brasileiro. *Valor cultural é aquilo que permite a identificação da sociedade. Se conseguimos identificar parcela da população com aquele bem material ou imaterial, ele tem valor cultural. Não precisa ser só o critério de tempo. Art. 225 CF: proíbe a crueldade. A rinha do galo é cruel contra o animal. Assim, discute-se se o que deve prevalecer é a manifestação cultural (antropocentrismo) ou o fato de ser crueldade contra os animais (biocentrismo). O STF julgou a rinha do galo como inconstitucional, pois submete os animais a crueldade. Além disso, rinha do galo é jogo de azar, então seria prática criminosa. Ele é usado para lavagem de dinheiro como qualquer outro jogo de azar. Se ela fosse constitucional, facilitaria essa lavagem. Para o STF, a proibição de crueldade impede qualquer tipo de crueldade outra animais. Há 5 casos nos quais a jurisprudência analisou/vai analisar essa questão da crueldade contra animais: - Farra do Boi (STF, RE 153.531-9/SC) - Rinha do Galo (STF, ADI 3776 RN) - Rodeio (STJ, RESP 363.949/SP): pensado em razão de Barretos. 1ª instancia entendeu que o rodeio era cruel. O TJSP entendeu, no entanto, que são só 8 segundos (ou um pouco mais) e depois disso o touro não sofre nada, vive bem. O STJ disse que se o animal sofre ou não é questão de prova pericial e não havia comprovação nos autos se ele sofria, então a prova poderia ser permitida. - Vaquejada (STF, ADI 4983): teve lei no Ceará regulamentando a Vaquejada, até mesmo para que ela recebesse patrocínio no governo. O MP ingressou com ação alegando ser a vaquejada uma crueldade. Ainda não foi julgado; todo mundo apostava que ia ser inconstitucional, mas Edson Fachin e Gilmar Mendes já se manifestaram no sentido de ser constitucional, prevalecendo a manifestação cultural.
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