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Direito administrativo

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DEFENSORIA PÚBLICA ESTADUAL - 2016 
Direito Administrativo – Aulas 01 a 15 
Matheus Carvalho 
1 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
1. REGIME JURÍDICO 
 
- Confere Prerrogativas (Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular) e Restrições 
(Perece. da Indisponibilidade do Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, dos quais decorrem os ou-
tros princípios. 
 
- Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o Binômio do direito administrativo” (prerrogativas e sujeições). 
Maria Sylvia chama de “Bipolaridade do direito administrativo”. 
 
Veja em provas de concursos para carreiras jurídicas: 
 
(VUNESP - 2014 - DPE-MS - Defensor Público) A expressão regime jurídico-administrativo é utilizada para 
designar: 
 
a) os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública. 
b) o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração Pública e que não se en-
contram nas relações entre particulares. 
c) as restrições a que está sujeita a Administração Pública, sob pena de nulidade do ato administrativo, excluindo-
se de seu âmbito as prerrogativas da Administração. 
 d) as prerrogativas que colocam a Administração Pública em posição de supremacia perante o particular, excluin-
do-se de seu âmbito as restrições impostas à Administração. 
 
1.1. Princípios Decorrentes desses 02 Princípios (SUB-PRINCÍPIOS) Art. 37, caput, da CF/88: Princí-
pios Constitucionais da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. 
 
 LEGALIDADE: A adm. Pública só pode atuar conforme a lei, todas as suas atividades estão subordina-
das aos comandos legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito dos particulares, onde o que não está proibido 
está permitido (art.5°, inc.II, CF), pela Legalidade Administrativa, o administrado só atuará com prévia autorização 
legal, sem a qual a Administração não pode agir. 
 
 IMPESSOALIDADE (§ 1°, art.37, CF): A Administração Pública tem que agir objetivamente em prol da 
coletividade. Os atos de pessoalidade são vedados, a atividade da administrativa é da Administração e a ela são 
imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do Servidor (ou agente público de fato). 
 
- As publicidades da adm. não poderão conter nomes de administradores ou gestores, serão meramente informa-
tivas, educativas ou de orientação social. 
 
A impessoalidade é um dos princípios mais cobrados das provas de tribunais. Vejamos um exemplo: 
 
(FCC - 2014 - TRT - 16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) 28. O Diretor Jurídi-
co de uma autarquia estadual nomeou sua companheira, Cláudia, para o exercício de cargo em comissão 
na mesma entidade. O Presidente da autarquia, ao descobrir o episódio, determinou a imediata demissão 
de Cláudia, sob pena de caracterizar grave violação a um dos princípios básicos da Administração públi-
ca. Trata-se do princípio da 
 
(A) presunção de legitimidade. 
(B) publicidade. 
(C) motivação. 
(D) supremacia do interesse privado sobre o público. 
(E) impessoalidade. 
 
 
 MORALIDADE: Maurice Hauriou, 1927: noção de adm. proba, a moralidade administrativa seria um 
conjunto de regras extraídas da boa e útil disciplina interna da adm., conjunto de valores que fixam um padrão de 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Administrativo – Aulas 01 a 15 
Matheus Carvalho 
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condutas que deve ser observado pela Administração no sentido de que ela atue com retidão de caráter, ética, 
honestidade, decência, lealdade, boa-fé. 
 
- Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo com a Lei, essas atuações têm que ser condu-
zidas com Lealdade, Ética e Probidade. 
 
 Art.5°, inc.LXXIII da CF/88  Ação popular para controlar a moralidade administrativa dos agentes públicos. 
 
 PUBLICIDADE: Transparência no exercício da atividade administrativa. 
- Exceções: Assuntos que tratem da segurança nacional; certos interesses sociais, ou de foro íntimo (privacidade, 
intimidade). 
 
 EFICIÊNCIA: Introduzido pela EC 19/98, antes já era princípio infraconstitucional. A atuação da Admi-
nistração deve ser: 
 Rápida: Dinamismo, Celeridade, descongestionar e desburocratizar. 
 Perfeita: Completa, Satisfatória. 
 Rentável: ótima, máxima com menor custo. 
 
Vejamos isso em provas de advocacia Pública: 
 
Prova: FCC - 2010 - TCE-AP - Procurador 
O princípio constitucional da eficiência, que rege a Administração Pública, apresenta-se em: 
 
a) nível materialmente superior ao princípio da legalidade, uma vez que autoriza a Administração Pública a adotar 
medidas formalmente em desacordo com a lei em prol do aumento de produtividade e agilidade. 
b) hierarquia superior aos demais princípios constitucionais, uma vez que deve nortear toda a atuação da Adminis-
tração Pública. 
c) relação ao modo de estruturação da Administração Pública, uma vez que autoriza a derrogação do regime jurí-
dico de direito público e a aplicação do direito privado quando este se mostrar financeiramente mais atrativo. 
d) mesmo nível de hierarquia do princípio da supremacia do interesse público, eis que também possui prevalência 
superior apriorística. 
e) relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, não apenas em relação 
a atuação do agente público. 
 
1.2. Outros Princípios da Administração Pública: 
 
 Princípio da Finalidade Pública: 
 
 Finalidade Pública Geral: impõe atuação que atuação administrativa seja sempre voltada à coleti-
vidade, ao interesse público, nunca para atender interesses particulares. 
 
 Finalidade Pública Específica: determinados atos devem atingir fins específicos. Se este ato é 
praticado para atingir outro fim que não seja o seu fim específico, estará ferindo o princípio da finalidade pública 
(Desvio específico de finalidade). 
 
 Princípio da Presunção de Legitimidade ou Veracidade dos Atos Administrativos: 
 
 Até que se prove o contrário os atos da Administração são legais e legítimos (presunção relativa, 
juris tantum). Sua ilegalidade terá que ser provada, e até que se prove os atos serão válidos. 
 
 Princípio da Auto-tutela (constitucional): 
 
 A Administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seus próprios 
atos. PODERÁ anular o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado de ilegalidade  Súm. 346, 
STF :“A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos.” 
 
 A Administração PODERÁ invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais não se 
originam direitos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade.  Súm.473, STF : ”A Administra-
 
 
 
 
 
 
 
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ção pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se origi-
nam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. 
 
 Em todos esses casos de Invalidação e Revogação, o Poder Judiciário poderá ser provocado e 
deverá apreciar os atos de invalidação e os de revogação. No entanto, a apreciação judicial restringe-se a aspec-
tos formais, não havendo controle de mérito, pois não se pode apreciar a conveniência e oportunidade da revoga-
ção. Daí o caráter de não definitividade do autocontrole da Administração, que não faz coisa julgada. 
 
 Lei 9784/99, art.53  Processo Administrativo Federal: “A Administração DEVE ANULAR seus 
próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. 
 
Bastante cobrado em concursos de advocacia:Prova: FCC - 2006 - PGE-RR - Procurador 
Em relação aos princípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública é correto afirmar que o prin-
cípio da 
 
a) supremacia do interesse público é hierarquicamente superior aos demais, devendo ser aplicado sempre que 
houver embate entre direito público e direito privado. 
b) publicidade dispensa publicação no Diário Oficial do Estado, desde que o particular interessado tenha sido noti-
ficado sobre o ato administrativo que lhe seja pertinente. 
c) autotutela abrange a faculdade que possui a Administração Pública de rever seus próprios atos. 
d) moralidade administrativa, embora previsto de forma individualizada na Constituição Federal, somente é aplicá-
vel à Administração Pública quando o ato praticado revestir-se de ilegalidade. 
e) eficiência autoriza a mitigação do princípio da legalidade sempre que houver necessidade de privilegiar o al-
cance de melhores resultados na prestação de serviços públicos. 
 
 Princípio da Motivação: 
 
 Em regra, a Administração deve enunciar as razões que a levaram a expedir determinado ato. Inc. 
IX e X, do Estatuto da Magistratura: As decisões administrativas no exercício de função atípica do judiciário devem 
ser fundamentadas. 
 
 Entende-se por Motivo a razão de fato ou de direito que autorizou ou determinou a prático de um 
ato. Já a Motivação se trata da Exigência de explicitação, de enunciação dos motivos. 
 
 Exceções ao Princípio da Motivação: A Exoneração ad nutum, que se refere àquela aplicável 
aos ocupantes de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a Administração motivar ato que 
poderia não ser motivado, estará vinculada aos motivos que explicitou. Os motivos vinculam todo o ato, e se não 
forem respeitados, o ato poderá ser apreciado pelo Judiciário (Teoria dos Motivos Determinantes). Ex. agente 
destituído por improbidade, esta deverá ser provada. 
 
 Princípio da Proporcionalidade Ampla ou da Razoabilidade (STF) 
 
 Os meios adotados pela Administração, voltados a atingir determinados fins, devem se apresentar 
como: 
 
a) Adequados: deve lograr com sucesso a realização do fim. 
b) Necessários: entre os diversos meios igualmente adequados, a Administração tem que 
optar pelo meio que menos restrinja o direito do administrado. 
c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento da proporcionalidade ampla): a Administra-
ção deve promover ponderação entre vantagens e desvantagens entre meio e o fim, de modo que haja mais van-
tagens que desvantagens, sob pena de desproporcionalidade do ato. 
 
 Princípio da Continuidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Estampado no art. 6º, §1º da lei 8987-95, define que a atuação administrativa deve ser ininterrupta. 
 
Ressalva 1 – o servidor público tem direito de greve que será exercido nos termos de lei específica. Enquanto não 
houver lei específica para regulamentação, fará greve nos moldes da Lei geral de greve, no entendimento do STF. 
 
SERVIDORES PÚBLICOS. GREVE. LEGITIMIDADE. PAGAMENTO. DIAS PARADOS. 
É cediço que a lei de greve do serviço público ainda não foi regulamentada, mas, após o julgamento no 
STF do mandado de injunção 708-DF, DJe 30/10/2008, determinou-se a aplicação das Leis ns. 
7.701/1988 e 7.783/1989 enquanto persistir essa omissão quanto à existência de lei específica, nos ter-
mos previstos no art. 37, VII, da CF/1988. Este Superior Tribunal, consequentemente, passou a ter com-
petência para apreciar os processos relativos à declaração sobre a paralisação do trabalho decorrente de 
greve de servidores públicos civis, bem como às respectivas medidas acautelatórias, quando as greves 
forem nacionais ou abrangerem mais de uma unidade da Federação. Também no citado mandado de 
injunção, o STF, ao interpretar o art. 7º da Lei n. 7.783/1989, entendeu que com a deflagração da greve 
ocorre a suspensão do contrato de trabalho. Assim, não devem ser pagos os salários dos dias de parali-
sação, a não ser que a greve tenha sido provocada por atraso no pagamento ou por outras situações 
excepcionais as quais possam justificar essa suspensão do contrato de trabalho. Anotou-se que, reitera-
das vezes, em casos análogos, o STF tem decidido no mesmo sentido. Na hipótese dos autos, os servi-
dores em greve pertencentes à carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho buscam a criação de 
carreira exclusiva para o Ministério do Trabalho, disciplinada pela Lei n. 11.357/2006. Consta que os ser-
vidores somente deflagraram a greve após ter sido frustrado o cumprimento do termo de acordo firmado, 
em 25/3/2008, entre as entidades sindicais representativas da classe e o Governo Federal, este repre-
sentado por secretários. Para não ser considerada ilegal a greve, antes de deflagrarem o movimento, 
expediram a comunicação e a devida notificação extrajudicial ao Ministro de Estado do Planejamento, 
Orçamento e Gestão. Neste Superior Tribunal, em relação a essa greve, foi interposta medida cautelar 
preparatória a dissídio coletivo sobre a paralisação do trabalho decorrente de greve e petição que cuida 
de dissídio coletivo, ambas ajuizadas pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal 
(CONDSEF) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social da Central Única 
dos Trabalhadores (CNTSS/CUT) e outra petição (ação declaratória) ajuizada pela União. O Min. Relator 
considerou legal a greve, fazendo uma análise do ordenamento jurídico, da interdependência dos Pode-
res, do direito de greve e do princípio da dignidade humana. Assim, afirmou que, embora o termo de 
acordo firmado não configure acordo ou convenção coletiva de trabalho, não tenha força vinculante, nem 
seja ato jurídico perfeito em razão dos princípios da separação dos Poderes e da reserva legal (arts. 2º, 
61, § 1º, II, a e c, e 165 da CF/1988), constitui causa legal de exclusão da alegada natureza abusiva da 
greve, nos termos do inciso I do parágrafo único do art. 14 da Lei n. 7.783/1989. Quanto ao pagamento 
dos vencimentos durante o período de paralisação, o Min. Relator ressalvou ponto de vista quanto à na-
tureza da disciplina legal e constitucional do servidor público, a exigir um mínimo de regramento para a 
criação de um fundo destinado a fazer frente à não percepção de vencimentos durante a suspensão do 
vínculo funcional, o que, pela sua excepcionalidade, poderia justificar a não suspensão do pagamento. 
Entretanto, assevera que não há como ignorar a jurisprudência do STF e a natureza particular de neces-
sidade da formação desse fundo devido à suspensão do vínculo funcional no período de greve. Diante 
desses argumentos, entre outros, a Seção declarou a legalidade da paralisação do trabalho, determinan-
do que a União se abstenha de promover qualquer ato que possa acarretar prejuízo administrativo funci-
onal e financeiro aos grevistas, mas que haja regular compensação dos dias paralisados sob pena de 
reposição ao erário dos vencimentos pagos, nos termos do art. 46 da Lei n. 8.112/1990. Precedentes 
citados do STF: AI 799.041-MG, DJe 31/5/2010; RE 456.530-SC, DJe 31/5/2010; RE 480.989-RS, DJe 
11/5/2010; RE 538.923-PA, DJe 16/3/2010, e MI 3.085-DF, DJe 1º/9/2010. MC 16.774-DF, Pet 7.920-DF, 
e Pet 7.884-DF, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, julgados em 22/9/2010 (ver Informativo n. 440). 
 
 
Ressalva 2 – o art. 6º, §3º da lei 8987/95 permite a interrupção do serviço por razões de ordem técnica e por moti-
vo de inadimplemento do usuário em situações de urgência, ou se houver prévio aviso. 
 
Princípio da razoabilidade e proporcionalidade 
 
A razoabilidade orienta a atuação administrativa dentro dos padrões de conduta aceitos pela sociedade. Normal-
mente aplicado na prática de atos discricionários, quando o agente público tem margem de escolha, com base em 
critérios de oportunidade e conveniência.www.cers.com.br 
 
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Se entende que a proporcionalidade é inerente à razoabilidade e diz respeito à adequação entre fins e meios para 
a prática de atos administrativos. Veja como isso pode ser cobrado em prova de carreiras jurídicas. 
 
1. (VUNESP - 2014 - TJ-SP – Juiz) No que diz respeito ao princípio da razoabilidade, é correto afirmar que 
 
a) demanda que o administrador escolha sempre a maneira mais correta de atender ao interesse público, 
descabendo a utilização de critérios subjetivos e pessoais. 
b) o administrador pode atuar de acordo com os seus valores pessoais, adotando providências administrativas de 
acordo com o seu entendimento, desde que fundamentado de forma razoável. 
c) é ele sinônimo do chamado princípio da proporcionalidade. 
d) é ele ligado intrinsecamente à racionalidade, subsumindo-se ao princípio da supremacia do interesse público 
sobre o do particular. 
 
 *PODERES ADMINISTRATIVOS* 
 
2. CONCEITO: 
 
- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem os sujeitos da Administração Pública como 
necessários ao desempenho de suas próprias atividades administrativas. 
 
- São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação do interesse público, enquanto dever da admi-
nistração, sem os quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à Administração Pública, nascem com ela (Po-
der-Dever). São Poderes Jurídicos, criados pelo Direito. 
 
Se extrapola o caráter instrumental, ocorre abuso de poder. 
 
Abuso de poder se divide em excesso de poder e desvio de poder. 
 
Excesso de poder – vício de competência 
Desvio de Poder – vício de finalidade. 
 
3. PODER VINCULADO: competência vinculada expedir atos vinculados. 
 
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração para expedir atos de sua competência, cujos 
elementos e requisitos já vêm previamente estabelecidos por Lei. Confere à Administração uma competência para 
expedir Atos Vinculados ou Regrados, no âmbito dos quais a Administração não goza de nenhuma liberdade ad-
ministrativa, devendo expedi-los sem ponderações. 
 
- Obs.: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse Poder, sob o argumento de que ele só impõe 
sujeições e limitações à Administração, que não terá liberdade na prática do ato. 
 
4. PODER DISCRICIONÁRIO: 
 
- A Ordem jurídica confere à Administração Pública, na expedição de determinados atos, a possibilidade de se 
valer do juízo de conveniência e oportunidade na escolha do Objeto e na avaliação dos Motivos do ato praticado. 
 
- Concede à Administração certo espaço, com possibilidade de ponderações e escolhas na prática do ato. Pode 
deliberar a respeito do Motivo e do Objeto do ato, quando a Lei deixar alguns dos elementos para prática de um 
ato para que a Administração atue de forma mais livre, com possibilidade de tomada de mais de uma decisão. 
 
 Competência Sempre decorrente de lei, ato vinculado. 
Finalidade Sempre vinculada. 
Forma Quando prescrita em Lei, será vinculada. 
Motivo e Objeto Elementos deixados à discricionariedade administrativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos e objetos possíveis, o mais benéfico. Nunca 
poderá escolher qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada. 
 
- Obs.: O Judiciário pode fazer o controle de mérito, não de forma ampla, mas dentro do contexto dos princípios 
constitucionais. 
 
5. PODER HIERÁRQUICO 
 
- Confere à Administração uma capacidade para ordenar, coordenar, controlar, corrigir, delegar (quando conveni-
ente) e avocar suas funções. Este Poder estabelece a relação Hierárquica entre órgãos do mesmo âmbito e esca-
lão da Administração e a divisão de competências. 
 
 Capacidade de Ordenar: organizar as funções administrativas, distribuindo-as e escalonando-as entre 
os órgãos e agentes públicos, estabelecendo uma relação de subordinação entre eles. As ordens emanadas pelos 
órgãos e agentes superiores devem ser cumpridas fielmente pelos seus inferiores, salvo se manifestamente ile-
gais (quebra do dever de obediência  infração disciplinar, punida pela Administração através de seu poder dis-
ciplinar). 
 
 Capacidade de Coordenar: coordenação, harmonização das funções, internamente, quando a cargo 
do mesmo órgão administrativo. 
 
 Capacidade de Controlar: controlar o próprio desempenho dos agentes público, fazendo também com 
que sejam observadas as Leis e Instruções necessárias ao cumprimento das funções. 
 
 Capacidade para Corrigir (AUTOTUTELA): Invalidar atos ilegais e revogar atos que não sejam mais 
convenientes e oportunos ao interesse público. 
 
 Capacidade para Delegar Atividade ou Função Administrativa (art.12, Lei do Processo Administrati-
vo Disciplinar, lei 9.784/99): Poderá haver quando for conveniente e não houver impedimento legal (delegar com-
petência para julgamento de recurso administrativo; para edição de atos normativos; ou quando o ato deva ser 
praticado com competência exclusiva), mesmo entre órgãos de igual ou inferior escalão, mesmo que o órgão ou o 
agente delegado não sejam subordinados ao órgão ou agente delegante. A delegação é regra, sendo sua proibi-
ção uma excepcionalidade. Obs.O responsável pelo ato será o agente que recebeu a delegação (delegado). 
 
 Capacidade para Avocar (art.15, Lei 9.784/99): É o chamamento da competência pela autoridade que 
não era, originariamente, competente para prática ato, tirando a competência da autoridade que assim o era. É 
excepcional, só será possível quando permitida por Lei. A autoridade avocante deverá ser superior à autoridade 
avocada. Deve ser justificada e Temporária. O Poder Hierárquico está presente somente em âmbito interno (poder 
de organização interna). Entre os órgãos da Administração direta e dentro dos próprios órgãos da Administração 
Indireta. Não há poder hierárquico de órgão da Administração Direta sobre órgão da Administração Indireta, tam-
pouco de uma entidade da Administração Indireta sobre outra entidade da Administração indireta, já que não há 
Poder Hierárquico no âmbito externo. OBSNão é controle de subordinação o que ocorre da Administração Dire-
ta sobre a Indireta. É um controle finalístico (incide sobre os fins e objetivos, nunca sobre os meios) para o qual 
foi criada a entidade da Administração indireta: Tutela Administrativa. No âmbito da União: supervisão Ministerial 
(as entidades da Administração indireta se vinculam a um ministério). 
 
Importa sempre ressaltar que o poder hierárquico é poder interno, não se manifestando entre pessoas 
jurídicas diferentes. Veja como já se manifestou o STJ: 
 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. DECISÃO PROFERIDA PELA JUSTIÇA ESTA-
DUAL. DEMANDA AUTÔNOMA AJUIZADA NA JUSTIÇA FEDERAL VISANDO A REVOGAR DECISÃO DE 
JUIZ DE DIREITO. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE OS RAMOS DO PODER JU-
DICIÁRIO. 1. Ação possessória na Justiça estadual com liminar deferida e confirmada pelo Tribunal, determinando 
a desocupação de área. Demanda em que a União não é parte. 2. Ajuizamento, pela Associação Democrática por 
Moradia e Direitos Sociais, às vésperas da reintegração de posse, de medida cautelar visando a impedir o cum-
primento da liminar emanada da Justiça estadual, alegando interesse da União na causa. 3. Decisões conflitantes. 
Inexistência de hierarquia entre os ramos do Poder Judiciário. Impossibilidade de revogação de decisão 
da Justiça estadual pelo Judiciário Federal. 4. A parte inconformada com a decisão liminar deve interpor os 
 
 
 
 
 
 
 
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recursos adequados no momento oportuno. A União, se possuir interesse jurídico, deve manifestá-lo nos próprios 
autos da ação que tramita na Justiça estadual, requerendo sua remessa à Justiça Federal para que esta examine 
o pedido (Súmula n. 150/STJ). Não cabe ajuizamento de nova demanda na Justiça Federal para obstar o cumpri-
mento da liminar oriunda da Justiça estadual. 5. Conflito admitido com a declaração de competência do Juízo es-
tadual para análise dos pedidos relacionados à reintegração de posse. 
(120788 SP 2012/0011161-1, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento: 
22/05/2013, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 04/06/2013) 
 
 
11. PODER NORMATIVO (Gênero) Vale para todos os órgãos da Administração Pública. 
 
 Poder Regulamentar: Se atribui exclusivamente às chefias do Executivo para executarem fielmente a Lei (re-
gulamento de execução), regular matéria não reservada à Lei (regulamento autônomo) ou disciplinar internamen-
te, em caráter geral e abstrato, as atividades cometidas ao Executivo (regulamento administrativo). 
 
12. PODER DISCIPLINAR 
 
Aplicação de penalidades a todos aqueles que possuam vínculo especial com o poder público, como os servidores 
públicos e contratados pela Administração. 
A aplicação das penalidades depende de respeito ao devido processo legal, no qual sejam respeitados o contradi-
tório e a ampla defesa. 
 
Prova: FCC - 2011 - TCE-SP - Procurador 
Em relação aos poderes da Administração Pública, é correto afirmar que o poder: 
 
a) normativo é decorrência do poder vinculado da Administração, na medida em que só admite a prática de atos 
expressamente previstos em lei. 
b) normativo é reflexo do poder discricionário nos casos em que é dado à Administração Pública o poder de subs-
tituir a lei em determinada matéria. 
c) disciplinar é decorrente do poder de polícia administrativo, na medida em que admite a aplicação de sanções a 
todos os particulares. 
d) disciplinar, no que diz respeito aos servidores públicos, é decorrente do poder hierárquico, na medida 
em que se traduz no poder da Administração de apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores 
públicos sujeitos à sua disciplina. 
e) regulamentar, quando decorrente do poder hierárquico, é discricionário, porque não encontra estabelecidos em 
lei as hipóteses taxativas de sua incidência. 
 
 
13. PODER DE POLÍCIA 
 
- Conceito Amplo: toda e qualquer atividade desempenhada pelo Estado e dirigida a se restringir as liberdades 
individuais. Alcança os Poderes Executivo e Legislativo. Mesmo uma Lei que venha a restringir uma liberdade 
seria decorrente do Poder de Polícia. 
 
- Conceito Estrito: O Poder de Polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãos e agentes 
da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o uso, gozo e disposi-
ção da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos e bem-estar geral da coletividade. 
É um Poder de Polícia Administrativo. 
 
- É poder jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de fábrica poluente). 
 
 Objeto do P. de Polícia: Um bem, direito ou atividade exercida pelo particular, serão limitados pelo 
Poder de polícia da Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos do administrados, apenas limita-
los de modo que não ponham a coletividade em risco. 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que ensejam a atuação do Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Manifestação: É uma atividade administrativa manifestada através de atos com destinatários indetermi-
nados, gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou fiscalização. 
 
 Via de regra, o P. de Polícia é discricionário. No entanto, a Administração não pode ficar inerte, tem 
que exercê-lo, tem o dever de responder, decidir a respeito dos pedidos do administrado, se se mantiver inerte, 
essa inércia poderá ser apreciada pelo Judiciário. Exceções: As licenças são atos vinculados quando o particular 
cumpre todos os requisitos. 
 
 Atributos do P.de Polícia: 
 
 É imperativo, coercitivo, impõe restrições mesmo sem a vontade do particular. 
 Auto-Executável, atributo sem o qual o Poder de Polícia ficaria esvaziado; Exigível. 
 Presunção juris tantum de Legitimidade (não pode haver abusos no Poder de Polícia). 
 
 Delegação: O Poder de Polícia pressupõe prerrogativas a particulares. Portanto, se um particular detivesse o 
Poder de Polícia haveria um desrespeito ao Princípio da Igualdade. Daí porque, a doutrina entende que esse Po-
der é indelegável aos particulares. Exceção: Capitães de navios e aeronaves; entidades da Administração indireta; 
agências reguladoras; concessionários, permissionários, delegatários, também o possuem, mas de forma mais 
restrita. Obs. Apenas quanto aos atos e atividades materiais que precedem (colocação de fotossensores) e que 
sucedem (a efetiva demolição de uma casa) o Poder de Polícia podem ser delegados. 
 
 Sanções: Devem vim previstas expressamente em Lei. As sanções prevêem o resultado útil do Poder de Polí-
cia. Ex. Interdições, apreensões, demolições, multas. 
 
 Setores do Poder de Polícia: Ex. Polícia Ambiental, Polícia Edilícia (SUCOM), INMETRO. 
 
O poder de polícia é alvo de muitas provas de carreiras jurídicas, incluindo advocacia pública. Vejamos: 
 
Prova: FCC - 2012 - PGM-Joao Pessoa-PB - Procurador Municipal 
É ato administrativo produzido pela Administração, no exercício do poder de polícia, porém destituído do 
atributo de autoexecutoriedade, a 
 
a) remoção de um veículo estacionado irregularmente em via pública. 
b) apreensão de alimentos deteriorados em restaurante. 
c) demolição de casas construídas irregularmente em área de risco. 
d) interdição de estabelecimento instalado sem licença de funcionamento. 
e) aplicação de multa ao infrator de norma relativa à poluição sonora. 
 
 
(TRF - 4ª REGIÃO - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Substituto) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alter-
nativa correta. 
 
I. Os atos de polícia são executados pela própria autoridade administrativa, independentemente de autorização 
judicial. Não obstante, se o ato de polícia tiver como objeto a demolição de uma casa habitada, a respectiva exe-
cução deve ser autorizada judicialmente e acompanhada por oficiais de justiça. 
II. É condição constitucional para a cobrança de taxa pelo exercício de poder de polícia a competência do ente 
tributante para exercer a fiscalização da atividade específica do contribuinte. 
III. Um órgão administrativo federal e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua 
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando 
for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
IV. Compete privativamente ao Presidente da República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como 
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução, mas é possível a delegação a Ministro de Estado para 
dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração federal. 
 
a) Estão corretas apenas as assertivas I e III. 
b) Estão corretas apenas as assertivas II e IV. 
c) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV. 
d) Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
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e) Estão corretas todas as assertivas. 
 
*ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO* 
 
14. Formas de Prestação da Atividade Administrativa: 
 
15.1- DESCONCENTRAÇÃO: Atividade distribuída dentro do próprio núcleo, da própriaPessoa Jurídica. Há Hie-
rarquia, Subordinação. 
 
 Descentralização: 
 
 Por Outorga: O Poder Público transfere a titularidade mais a execução do serviço. Só pode ser feita 
através de lei e para as Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Indireta. 
 
 Delegação: Transfere somente a execução do serviço, o Poder Público mantém a titularidade. Pode 
ser feita a qualquer um (Administração Direta, Indireta, particulares). Pode ser feita por: 
 
a) Lei (Legal): quando for para Pessoas Jurídicas de Direito Privado da Administração Indireta 
(Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista). 
 
b) Contrato (contratual): quando a delegação for para particulares (concessionárias, permissio-
nárias, organizações sociais e todos que prestem atividade administrativa). 
Não confunda descentralização com desconcentração. 
 
 
15.2- ADMINISTRAÇÃO DIRETA (Dec. Lei/67)  Núcleo da Administração. 
 
 Teoria do Mandato: O Estado transfere poderes a seus agentes através de um contrato de mandato. 
Não serve porque o Estado não pode manifestar vontade, portanto, não pode celebrar contrato de mandato. 
 
 Teoria da Representação: O Estado é tratado como incapaz, por isso precisaria de um representan-
te. Não serve porque, no Brasil, o Estado é responsável por seus atos e de seus agentes, não é incapaz. 
 
 Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação (Hely Lopes): Utilizada no Brasil, o agente exerce o po-
der, manifesta a vontade do Estado em razão de um Poder Legal, decorre de uma previsão legal. 
 
 
Vejam isso: 
 
(FCC - 2014 - TJ-CE – Juiz) O diretor de órgão integrante da estrutura de autarquia estadual assina termo 
de ajustamento de conduta com o Ministério Público Estadual, visando à regularização de práticas admi-
nistrativas da referida autarquia, as quais, no entender do parquet, ofendem direitos dos usuários do ser-
viço público prestados pela entidade autárquica. Nessa situação, o descumprimento do termo de conduta 
propiciará a execução judicial do acordo em relação: 
 
a) à autarquia, em litisconsórcio necessário com Estado-membro, pois em razão da relação de tutela, este sempre 
deverá ser chamado a intervir em demandas que digam respeito ao exercício de atividades descentralizadas. 
b) à autarquia a que pertence o referido órgão, visto que em razão da teoria da imputação, o órgão é uma 
unidade sem personalidade jurídica própria, que congrega atribuições exercidas por agentes que o inte-
gram e expressam a vontade do ente estatal. 
c) ao agente público, que é responsável direto pela manifestação de vontade que produziu e que deverá cumprir 
pessoalmente as obrigações ali assumidas. 
d) ao órgão da autarquia, visto que este tem personalidade jurídica própria, distinta da entidade administrativa na 
qual está inserido, a qual responderá apenas em caráter subsidiário. 
e) ao Estado-membro, pois, conforme a teoria da representação, é atribuível ao ente político a manifestação de 
todo e qualquer órgão ou entidade que estejam em sua esfera e que o representam nas relações com os demais 
sujeitos de direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15.2.1 - ÓRGÃO PÚBLICO: 
 
- Núcleo especializado de competências que servem para prestação de atividade administrativa. Não pode cele-
brar contrato. Não têm Personalidade Jurídica, por isso não tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações. 
Mas pode ir a juízo, desde que preenchida 02 condições (ir em busca de prerrogativas funcionais, sempre como 
sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de órgão público na Administração direta e na indireta (Lei 
9784/99). 
 
 CLASSIFICAÇÃO: 
 
a) Quanto à Posição Estatal: 
 
A Independentes: goza de independência, está no ápice de cada um dos poderes. Ex. São as chefias de cada 
Poder: Presidência, Câmara Municipal. 
 
BAutônomos: Estão subordinados, diretamente ligados aos órgãos independentes. Ex. secretarias de Estado, 
Ministérios. 
 
C Superior: ainda tem poder de decisão, mas está subordinado aos órgãos autônomos e aos independentes. 
Ex. Procuradorias. 
 
DSubalterno: Não tem poder de decisão, só executa o que foi mandado pelo independente ou autônomo. Ex. 
zeladoria, almoxorifado. 
 
b) Quanto à Posição Estrutural: 
 
 ASimples: Não tem outros órgãos agregados à sua estrutura. Ex. Gabinetes. 
 
B Compostos: tem outros órgãos agregados à estrutura. Ex. Delegacia de Ensino- Escolas ligadas. 
 
c) Quanto à Atuação Funcional: 
 
A Singular: Composto por um único agente. Ex. presidência, governadoria. 
 
B Colegiado: Composto por vários agentes. 
 
15.3- ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 
- Possuem Personalidade Jurídica Própria: tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, é responsável 
pelos próprios atos e os de seus agentes. Não existe relação de hierarquia entre Administração Direta e Indireta. 
 
- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia técnica, financeira (decide como vai aplicar o dinheiro), administrati-
va. Só não tem autonomia, nem capacidade legislativa. Obs. No máximo poderá regular, complementar, discipli-
nar o que está previsto em lei. 
 
 Formas de Controle: 
 
 Interno: feito pela própria entidade da Administração Indireta. 
 
 Exterior: Poder Legislativo (CPI´s e TCU); Poder Judiciário; pelos cidadãos, através da Ação Popular; 
Pelo Poder Executivo (supervisão Ministerial, dirigentes escolhidos pelo Ministério, receitas e despesas fiscaliza-
das, finalidades predeterminadas). 
 
 AUTARQUIAS 
 
 Conceito: Pessoa Jurídica de Direito Público que serve para prestação de atividades típicas do Esta-
do, com autonomia administrativa, técnica e financeira, mas sem capacidade legislativa. São criadas e extintas por 
lei ordinária específica. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Finalidade vinculada à finalidade para a qual a Lei a criou. Não são criadas para visar o Lucro. 
 
 Atos e Contratos: 
 
a) Auto-Executáveis: presunção de legitimidade, imperatividade, como qualquer outro ato admi-
nistrativo. 
b) Contrato Administrativo regido pelo dir. público, com cláusulas exorbitantes. 
c) Necessidade de Licitação, mesmo para contratos regidos pelo direito privado. 
 
 Responsabilidade Civil : 
 
a) Conduta + Dano + Nexo (sem necessidade de comprovação de culpa ou dolo). Será Objetiva: 
quando houver ação por parte do Estado; Subjetiva: quando em razão de omissão do Estado, e a responsabilida-
de do servidor também será subjetiva. 
b) Obs. Se a Autarquia não tiver patrimônio, o Estado responderá de forma objetiva, subsidiari-
amente pelo Dano. 
c) Exceção: No Casos das PPP´s, a Responsabilidade do Estado é Solidária. 
 
 Bens Autárquicos: São bens públicos, segue regime de bens públicos. 
 
a) Inalienabilidade Relativa: Todos os bens públicos são alienáveis de forma condicionada. 
Para haver alienação, há um procedimento a ser seguido: (Desafetação- Autorização Legislativa- Licitação). 
 
b) Impenhorabilidade: É vedada a penhora, o arresto (bens indeterminados), o seqüestro (bens 
determinados). 
 
c) Impossibilidade de Oneração: O Bem Público não pode ser objeto de Dir. Real de garantia 
(O Penhor e a Hipoteca são vedados). 
 
d) Imprescritíveis (prescrição aquisitiva): Bens públicos são insuscetíveis de usucapião, nem do 
pró-labore, nem os bens dominicais. 
 
 Regime de Precatório (art.100, CF) 
 
a) Documento através do qual, o Tribunal reconhece débito com procedência transitada em jul-
gado. Os Precatórios constituídos até 01º de julho devem ser pagos no exercício financeiro seguinte, se existir 
disponibilidade orçamentária. Podem ser pagos em parcelamentos anuais (10 por ano). 
 
b) Cada Pessoa Jurídica tem a sua própria fila, cada autarquiatem uma fila própria. Obs. Ali-
mentos: Obedecem ao Precatório, mas têm fila própria dentro da fila geral. Exceção: Há um valor de 60 salários 
mínimos, no qual a pessoa estará fora do precatório. 
 
 Privilégios Processuais: 
 
a) Prazos dilatados em juízo. 
b) Duplo grau obrigatório de Jurisdição, reexame necessário: Se o processo não for submetido ao 
duplo grau obrigatório, não haverá Coisa Julgada. 
 
 Regime Tributário: 
 
a) Imunidade Tributária recíproca Somente quanto aos Impostos. A Imunidade não é absoluta: Restringe-
se às finalidades específicas de cada autarquia, previstas na sua lei de criação. As atividades complementares 
estão sujeitas aos impostos. 
b) Obs. Há cobrança dos outros tributos. 
c) Procedimento Financeiro: Lei 4320/64 (Lei de Finanças Públicas) e LC 101/2000 (Lei de Responsabili-
dade Fiscal). 
d) Regime de Pessoal (EC 19 aboliu o Regime jurídico único): 
 
 
 
 
 
 
 
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A Estatutário: Para titulares de cargo público (só nas Pessoas Jurídicas de Dir. Público). Preferencialmente, 
deve ser adotado o Regime Estatutário, de cargo público. 
 
B Celetista: Para titulares de emprego público. 
 
 CONSELHOS DE CLASSE (OAB, CRA, CRM, CRO). 
 
 Antigamente: Natureza de Autarquia. Porém, a Lei 9649/98, art.58: Conselho de Classe terá natureza 
de Pessoa Jurídica de Direito Privado. 
 
 STF, ADIN 1717: Como os Conselhos de Classe têm como função principal o Poder de Polícia, 
fiscalizando as atuações profissionais, não podem ser considerados PJ de Dir.Privado. Declarou inconstitucional o 
art.58 da Lei 9649/98, determinando que os Cons.de Classe terão natureza de Autarquia. 
 
 Concurso Público: Doutrina Majoritária entende que o concurso público é obrigatório. 
 
 Foro Competente, Súm.66, STJ: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 Anuidade: Natureza Tributária, contribuição. 
 
 Controle pelo Tribunais de Contas; Devem Obedecer a Lei 4320/64 (Lei de Finanças) 
 
 Exceção OAB: A contribuição da OAB não tem natureza tributária; Não sofre controle do Tribunal 
de Contas e não deve obediência à Lei de Finanças Nacional. 
 
 AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL 
 
 Surgiram para conceituar as Universidades Públicas, que têm mais autonomia e liberdade. Reitor: 
Tem prazo certo de mandato, só sairá depois da expiração desse. São escolhidos por eleição. Não é cargo de 
livre nomeação, nem de livre exoneração. 
 OBS. Banco Central: É autarquia comum, mas seu Presidente é nomeado pelo Presidente após 
prévia aprovação do Senado. 
 
 AGÊNCIAS REGULADORAS (Espécie) 
 
a) Finalidade: Regular, Fiscalizar, Disciplinar, Normatizar determinadas atividades. Não é ativi-
dade nova, antes era exercida diretamente pelo Estado. 
 
b) Capacidade Legislativa: Não a tem, não podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papel de 
complementar as leis, com normas técnicas específicas de sua atuação. 
 
c) Regime Especial: Têm mais autonomia, Liberdade normativa, liberdade econômica e finan-
ceira. 
 
d) Nomeação de Dirigentes: Presidente nomeia com prévia aprovação do Senado. É investidu-
ra ou nomeação especial, porque depende de prévia aprovação do Senado. 
 
e) Mandato com Prazo certo e determinado: A Lei de criação de cada Autarquia de regime 
especial irá determinar o prazo do mandato (máximo. de 04 anos). Obs. Já há Projeto de Lei querendo uniformizar 
o prazo: 04 anos para todas. 
 
f) Vedação (Quarentena): Quando o dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses ou 01 ano (a 
depender da lei da autarquia especial) sem poder atuar na área de atuação da Agência Reguladora. 
 
g) Distinções: 
 
AProcedimento Licitatório: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Lei 9472/97: em contrariedade ao disposto na Lei 8666/93, cada agência teria seu próprio procedimento licitató-
rio, previsto na sua lei de criação. Com modos específicos de Licitação (Pregão e Consulta). 
 
- STF, ADIN 1668: Se a Agência Reguladora é autarquia, terá que seguir a Lei 8666/93, deixando, entretanto, 
que elas tenham as modalidades específicas determinadas pela Lei 9472/97, Pregão e Consulta. 
 
- O Pregão já tem a Lei 10520/02, que o estendeu a todos os Entes, não sendo mais modalidade específica das 
Agências Reguladoras. Atualmente, a Consulta, que ainda não tem Lei lhe regulando, é a modalidade específica 
das Agências Reguladoras. 
 
B Regime de Pessoal: 
 
- Lei 9886/00: Regime Celetista, com contratação temporária. A Doutrina já dizia que o Regime da CLT só deveria 
ser adotado em situações excepcionais, para funções subalternas ou para contratações temporárias. 
 
-ADIN 2310, STF: Declarou que não era hipótese para contratação temporária, que é excepcional, e que, portan-
to, não deveria adotar o Regime Celetista. Declarou a Inconstitucionalidade das 02 regras: Regime Celetista e 
Contratação Temporária. 
 
- MP 155/03 Lei 10871/04: Determinou o Regime Estatutário, com concurso público, para todas as Agências 
Reguladoras. Os que entraram por contratação temporária sairão depois de findo o tempo do contrato. 
 
h) Exemplos de Agências: 
 
AANS; ANTT; ANTAQ; ANAC; ANP; ANA (bens públicos); ANCINE (fomento). 
 
B Autarquias: ADA (agência de desenvolvimento da Amazônia, substituiu a SUDAM), ADENE (agência de de-
senvolvimento do Nordeste, substituiu a SUDENE) e AEB (agencia espacial); 
 
C Serviços Sociais Autônomos: APEX, ABDI. Obs: CVM: deveria ser agência reguladora, mas é autarquia co-
mum. 
 
 AGÊNCIA EXECUTIVA: 
 
a) São Autarquias ou Fundações Públicas que precisam ser modernizadas, e para isso fazem 
um planejamento para reestruturação. 
 
b) Contrato de Gestão: Celebrado entra uma Autarquia ou Fundação Pública e o Poder Público. 
Serve para dar mais autonomia ou recurso público. Ex: Autarquia A  Contrato de gestão  Agencia Executiva A. 
 
c) O título de Agência Executiva é temporário, findo o contrato de gestão, o ente que se tornou 
agência executiva temporariamente voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. de ag.executiva: INMETRO. 
 
d) Liberdade Específica (só para agências executivas): Art.24, par.único, Lei 8666/93: Dis-
pensa de Licitação. Regra Geral: 
 
AValor de até 10% do Convite (até R$150.000, se obras ou serviços de engenharia; até R$80.000 para os ou-
tros serviços); 
 
Blicitação dispensada (R$15.000 ou R$8.000). 
 
e) Dispensa para as Agências Executivas: 20% do Valor do Convite, ou seja, quando o valor 
da licitação for até R$30.000 ou R$16.000, a agência executiva estará dispensada de licitação. Essa dispensa 
vale também para: Sociedades de Economia Mista, Empresas Públicas e Consórcios Públicos. Só vale para as 
Autarquias e fundações públicas, quando qualificadas como agência executiva. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 São instituídas e constituídas pelo Poder Público, fazendo parte da Administração. Obs.: Quando 
forem constituídas pela iniciativa privada, não serão Fundação Pública. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO PÚBLICO: 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Dir. Público. É uma espécie de autarquia e faz parte da Fa-
zenda Pública. Tem todos os privilégios e obrigações de uma autarquia. Obs. Quando o concurso falar de Funda-
ção Pública, será a de Direito Público. 
 
 FUNDAÇÃO PÚBLICA de DIREITO PRIVADO (fundações governamentais) 
 
a) Natureza Jurídica: Regime de Direito Privado, derrogado parcialmente por algumas normas 
de dir.público. 
 
b) Foro Competente (foro privativo): Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
c) Privilégio Processual: Não tem prazo especial, porquenão faz parte da Fazenda Pública. 
 
d) Tem sua Criação autorizada por Lei Ordinária; Lei Complementar deve determinar a finalidade 
das fundações públicas de dir.privado. 
 
e) OBS: Celso Antonio entende que não há essa divisão. Segundo ele, quando se fala em Fun-
dação Pública, todas elas são de Direito Público. 
 
 EMPRESAS ESTATAIS  Empresas Públicas 
 Sociedade de Economia Mista 
 
 EMPRESAS PÚBLICAS: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade eco-
nômica; sua criação autorizada por lei. 
 
b) Têm capital exclusivamente público: Pode ser capital de vários entes da federação. Entre-
tanto, não poderá haver capital de uma Sociedade de Economia Mista investido na Empresa Pública, do contrário 
ela perderá esse status. 
 
c) Tem livre Constituição: Pode ser constituída por qualquer atividade empresarial. 
 
d) Têm Foro Privativo: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública. 
 
 SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: 
 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade eco-
nômica; Criação autorizada por lei. 
 
b) Têm Capital Misto: O Capital do Ente Público deve ser a maioria do capital votante. Devem 
ser constituídas, obrigatoriamente, como Sociedades Anônimas. 
 
c) Não têm foro privativo: São julgadas na Justiça Estadual. 
 
d) FINALIDADES: 
 
A Prestar Serviço Público: Quando forem prestadoras de serviço público, haverá prevalência do Dir.Público 
sobre o Dir.Privado. 
 
B Explorar Atividade Econômica: Quando forem exploradoras de atividade econômica, haverá prevalência do 
regime de Dir.Privado, com alguma influencia do Dir.Público. obs: Art.173, CF (Hipóteses em que o Estado 
pode Explorar Atividade Econômica): 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Quando for necessário aos imperativos da Segurança Nacional. 
 
2. Quando houver interesse coletivo, conforme o definido em lei. 
 
C Terão estatutos próprios definidos na lei que autorizou sua criação. 
 
 
e) REGIME JURÍDICO das EMPRESAS ESTATAIS: 
 
A 1ª Regra: LICITAÇÃO: 
 
01. Quando for Prestadora de Serviço Público: Obedecerá à Lei 8666/93. 
 
02. Quando Exploradora de Atividade Econômica: Podem ter estatuto próprio, que regerá o procedimento lici-
tatório de cada Pessoa Jurídica. Entretanto, até hoje, não há estatuto. Assim, deverão obedecer à Lei 8666/93. 
Dispensa e Inexigibilidade (Arts.24 e 25 da Lei 8666/93). 
 
BFALÊNCIA: 
 
01. Antes: Se prestadoras de serviço público  não estavam sujeitas à falência; Se exploradoras de atividade 
econômica  Estavam sujeitas à falência. 
 
02. Agora (Lei de Falências, 11101/05, art.2º): Empresas Públicas e Sociedades de Economia mista, sejam ex-
ploradoras de atividade econômica, sejam prestadoras de serviço público, não estão sujeitas à falência. 
 
03.Obs: A doutrina critica tal orientação, dizendo que as exploradoras de atividade econômica devem estar sujei-
tas à lei de falências, já que estão muito próximas do Dir.Privado. 
 
C  RESPONSABILIDADE CIVIL: 
 
01. Prestadoras de Serviço Público (Art.37, par.6º, CF): A responsabilidade será objetiva, de regra. E a respon-
sabilidade do Estado será subsidiária e objetiva. 
 
02. Exploradoras de Atividade Econômica: A Responsabilidade civil delas será regida pelo Direito Civil, que 
determinará os casos em que a responsabilidade será objetiva ou subjetiva. E o Estado não responde subsidiari-
amente. 
 
D REGIME TRIBUTÁRIO: 
 
01. Regra Geral: As Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista não têm imunidade tributária recí-
proca e privilégios não extensíveis à iniciativa privada. 
 
02. Exceção: Quando o bem e as atividades estiverem vinculadas à prestação do serviço público, terão imunida-
de tributária. 
 
03. Empresa dos Correios e Telégrafos: Exerce atividade exclusiva e indelegável do Estado (serviço postal), por 
isso é tratado com Fazenda Pública. Goza de imunidade tributária recíproca; Tem privilégios processuais (prazos 
diferenciados); Os seus bens públicos são impenhoráveis, não oneráveis, impenhoráveis e imprescritíveis; Estão 
sujeitas ao regime de precatório.Obs. Isso não vale para as franquias privadas da Empresa. 
 
E REGIME DE BENS: 
 
01. Regra Geral: São penhoráveis. Mas são imprescritíveis, sempre. 
02. Obs. José dos Santos C. Filho entende que só os bens das Pessoas Jurídicas de Dir.Público são bens públi-
cos, ou seja, os bens das entidades governamentais não são bens públicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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03. Maioria da Doutrina: Os bens públicos são todos aqueles pertencentes às Pessoas Jurídicas de Direito Públi-
co e os diretamente ligados à prestação do serviço público nas entidades governamentais, concessionárias, per-
missionárias e autorizatárias. Neste ultimo caso, os bens seguirão as regras dos bens públicos. 
 
F REGIME DE PESSOAL: 
 
01. Celetista: Titular de Emprego (Não é emprego público. Este e o cargo público são exclusivos das PJ´s de 
Dir.Público). Equiparam-se aos servidores em alguns aspectos: 
 
- Exigência de concurso público; 
- Sujeitos às regras de vedação de acumulação; 
- Respondem por Improbidade (lei 8429/92) de cargo, emprego e função pública; 
- São funcionários Públicos para fins penais; 
- Estão sujeitos aos remédios constitucionais; 
- Teto Remuneratório: Estarão sujeitos ao teto do STF se a Empresa Pública ou a Sociedade Economia Mista 
receberem ajuda do Estado para o custeio; Se não receberem ajuda para custeio, não estão sujeitos ao teto. 
- Dispensa do empregado: Para maioria da doutrina, a dispensa do empregado só poderá ser realizada motiva-
damente, após processo administrativo disciplinar com contraditório. Porém, TST Súmula 390, orientação juris-
prudencial  Não há necessidade de motivação para dispensa dos empregados, já que os mesmos não gozam 
de estabilidade. Também não há necessidade de processo administrativo. 
Vejamos o tema em provas de carreiras jurídicas: 
 
Sobre as empresas públicas e sociedades de economia mista, assinale a alternativa INCORRETA: 
 
 a) Empresa pública é pessoa jurídica criada por autorização legal como instrumento de ação do Estado, deten-
do personalidade jurídica de Direito Privado, cujo capital é formado exclusivamente por recursos de pessoas de 
Direito Público interno ou de pessoas de suas Administrações indiretas, com predominância acionária na Adminis-
tração direta; 
 
 b) Sociedade de economia mista é pessoa jurídica criada por autorização legal, com personalidade de Direito 
Privado, cujas ações com direito a voto pertencem em sua maioria à administração direta ou indireta, com rema-
nescente acionário de propriedade particular; 
 
 c) As Sociedades de economia mista podem adotar qualquer forma societária admitida cm Direito ao 
passo que as empresas públicas terão obrigatoriamente a forma de sociedade anônima; 
 
 d) Há dois tipos fundamentais de empresas públicas e sociedades de economia mista: as exploradoras de ativi-
dade econômica e aquelas prestadoras de serviços públicos ou coordenadoras de obras públicas; 
 
 e) Quanto ao regime jurídico das empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista), o 
controle sobre elas é feito pelo Ministro a cuja Pasta estejam vinculadas, cabendo a ele, diretamente ou por meio 
de órgãos superiores do Ministério, orientá-las, coordená-las e controlá-las. 
 
 ENTES DE COOPERAÇÃO (Entes Paraestatais) 
 
 São entes paraestatais, Pessoas Jurídicas de Direito Privado que não fazem parte da Administra-
ção pública, mas que cooperam com o Estado na consecução de alguns fins públicos. 
 
 01º Setor (Estado); 
 02º Setor (Mercado); 
 03º Setor (ONG´s),alguns dos entes de cooperação são ONG´s; 
 04º Setor (Economia Informal). Não têm fins lucrativos e servem para ajudar o Estado na presta-
ção de um serviço público ou no fomento de uma atividade. 
 
 SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO (Sistema “S”, SEBRAE, SENAT, SESC, SESI). 
 
a) Privilégios: Recebem recursos orçamentários. Têm capacidade tributária. São beneficiárias 
da Parafiscalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
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b) Sujeitas às regras de licitação da Lei 8666/93 e à fiscalização do Tribunal de Contas. 
c) Obs: APEX e ABDI são agências com natureza de Serviço Social Autônomo. 
 
 ORGANIZAÇÃO SOCIAL 
 
a) Lei 9637/98: As Organizações Sociais servem para prestação de serviços públicos, serviços 
estes que estão listados nesta Lei. Ex.: meio-ambiente; pesquisa; saúde; desenvolvimento tecnológico. 
 
b) As Organizações Sociais surgiram como órgãos públicos extintos, que foram transformadas 
em Pessoas Jurídicas de Direito Privado denominadas Organização Social. 
 
c) Criação das Organizações Sociais: Celebração do Contrato de Gestão: É o vínculo jurídi-
co das Organizações Sociais o Estado (“entidade fantasma” segundo Maria Sylvia, já que 01º celebra-se o contra-
to de gestão, para que depois as Organizações Sociais existam no mundo jurídico). 
 
d) A empresa não precisa existir no mundo jurídico, nem ter experiência prévia no ramo em que 
for atuar para que celebre o contrato de gestão. Ato Administrativo Discricionário do Ministério do Planejamento e 
Gestão, após a celebração do contrato de gestão, dá o status de Organização Social. 
 
e) Controle/ Licitação: Art.24, inc.24 da Lei 8666/93: Dispensa a Administração de licitar com 
as Organizações Sociais quando o contrato a ser firmado for decorrente de contrato de gestão. 
 
Entretanto, as Organizações Sociais estão sujeitas às regras de licitação. Estão sujeitas ao controle do Tribunais 
de Contas, já que podem receber dotações orçamentárias, cessão de servidores públicos e receber bens públicos. 
Ex. Instituto de matemática pura e aplicada. 
 
 OSCIP - ORGANIZAÇÕES da SOCIEDADE CIVIL de INTERESSE PÚBLICO 
 
a) Lei 9790/99: Diferenças para as Organizações Sociais: 
 
A A Pessoa Jurídica precisa existir no mundo jurídico no mesmo ramo de atividade, há pelo menos 01 ano, para 
tornar-se uma OSCIP. 
 
B O Vínculo jurídico com o Estado é o Termo de Parceria, que tem natureza de contrato administrativa, se-
gundo parte da doutrina. 
 
C Regra Geral: Não há cessão de servidores, não há transferência de bens públicos, nem dotação orçamentária 
(não participa diretamente do orçamento, mas recebe recursos públicos via depósito bancário). 
 
D Estão sujeitas às regras de licitação e ao controle dos Tribunais de Contas. 
E O Conselho de Administração da OSCIP deve ser formado por particulares, diferentemente das Organizações 
Sociais, onde os Conselhos de Administração e Fiscal podem ser compostos por servidores públicos. 
 
F Obs: O que tem ocorrido é que a Administração contrata as OSCIP´s para, via de regra, burlar o concurso 
público, já que os empregados das OSCIP´s não necessitam de concurso. 
 
 ENTIDADES DE APOIO 
 
a) Constituição As entidades de apoio podem ser constituídas como Fundação, Associação ou 
Cooperativas, criadas por servidores públicos com a finalidade de melhor desenvolver suas atividades. 
 
b) Funcionam ao lado das Universidades Públicas e hospitais públicos. São fundações privadas 
que atuam com a estrutura e o dinheiro do Estado. Vínculo Jurídico: Convênio celebrado com a universidade. 
Ex. As entidades de apoio fazem convenio com a universidade pública para organizarem uma pós-graduação, da 
qual se poderá cobrar mensalidade. 
 
c) Lei 8958/94: Entidades de apoio que atuam junto às Universidades Públicas. Quanto às outras 
entidades ainda não há legislação. 
 
 
 
 
 
 
 
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 ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL (lei 13.019/04) 
 
TERMO DE COLABORAÇÃO – planos de trabalho propostos pela administração pública em regime de mú-
tua cooperação 
 
TERMO DE FOMENTO - planos de trabalho propostos pela entidade privada em regime de mútua coopera-
ção 
ACORDO DE COOPERAÇÃO – Quando não houver transferência de recursos públicos. 
 
PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL 
organizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos poderão apresentar propostas ao poder público 
para que este avalie a possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a celebração de parce-
ria. 
CHAMAMENTO PÚBLICO 
 
 Públicação do edital no site do órgão interessado 
 
 Classificação das propostas pela comissão de seleção 
 
Comissão – 2/3 – servidores 
Julgamento objetivo – vinculação ao edital 
 
 Habilitação da entidade 
Sem fins lucrativos 
3 anos de existência 
Experiência no objeto 
Capacidade técnica e operacional 
 
 Encerramento 
Homologação e adjudicação 
 
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DO CERTAME 
Inexigibilidade - inviabilidade de competição 
Dispensa - rol exaustivo 
CONTRATOS FIRMADOS ENTRE AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL E TERCEIROS 
procedimento seletivo simplificado via internet 
 PRESTAÇÃO DE CONTAS 
1 - Relatório de Execução do Objeto: elaborado pela organização da sociedade civil, assinado pelo seu repre-
sentante legal, contendo as atividades desenvolvidas para o cumprimento do objeto e o comparativo de metas 
propostas com os resultados alcançados 
2 - Relatório de Execução Financeira: assinado pelo seu representante legal e o contador responsável, com a 
descrição das despesas e receitas efetivamente realizadas. 
Prazo de até 150 dias 
RESPONSABILIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL E APLICAÇÃO DE PENALIDADES 
a) advertência: 
b) suspensão temporária da participação em chamamento público e impedimento de celebrar termos de 
fomento, termos de colaboração e contratos com órgãos e entidades da esfera de governo da administração pú-
blica sancionadora, por prazo não superior a 2 (dois) anos. - Ministro de Estado ou do Secretário Estadual ou Mu-
nicipal 
 
c) declaração de inidoneidade para participar em chamamento público ou celebrar termos de fomento, termos 
de colaboração - Ministro de Estado ou do Secretário Estadual ou Municipal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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* ATOS ADMINISTRATIVOS * 
 
15. CONCEITO DE ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: 
 
- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a Administração emite uma declaração de vontade para executar a lei 
aos casos concretos e fazer prevalecer o interesse público sobre os interesses particulares, no desempenho das 
suas atividades. 
 
16. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO (CELSO ANTÔNIO): 
 
14.1 -Atos Jurídicos Regidos pelo Direito Privado: a Relação Jurídica é horizontal, há igualdade entre os 
contratantes (administração x particular), a administração não se vale da sua supremacia. 
 
14.2 -Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. Não são atos jurídicos, apenas realizam, executam uma 
atividade do Estado. (Ex. construção de uma estrada, pavimentação). 
 
14.3 - Atos Políticos ou de Governo: São de natureza jurídica, editados pelo Estado no exercício de fun-
ção política de soberania. Ex. sanção do presidente a um projeto de lei. 
 
14.4 - ATOS ADMINISTRATIVOS (espécie do gênero ‘Ato da Administração’). 
 
 Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes², exprime uma 
declaração unilateral de vontade, no exercício de suas Prerrogativas Públicas, consistentes em providências jurí-
dicas complementares da Lei³, a título de lhe darexecução, sujeitas ao controle de legitimidade pelo Judiciário, no 
desempenho de atividades essencialmente administrativas da gestão dos interesses coletivos. 
 
01. É Ato jurídico: tem por fim criar, alterar, extinguir algo no mundo do Direito, no que se diferenciam do fato ad-
ministrativo (realizações da administração sem declaração de vontade). 
 
02. Estado (Três Poderes) e Quem lhe faça as vezes (delegatários, concessionários, que atuam em nome do Es-
tado e podem exprimir declaração de vontade em nome do mesmo, emitindo atos administrativos). 
 
03. Providências jurídicas complementares da Lei: atividade precípua da administração na sua função de executar 
a lei, de ofício, ao caso concreto. 
Vejamos isso em provas de concursos: 
 
. (TRT 8R - 2014 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Juiz do Trabalho) Dentre as alternativas a seguir, assinale a 
única INCORRETA: 
 
a) O ato administrativo pode ser conceituado como toda medida, de natureza unilateral ou bilateral, edita-
da pelo Estado, por meio de seus representantes, no exercício regular de suas funções, ou por qualquer 
pessoa que detenha, nas mãos, fração de poder delegada pelo Estado, que tem por finalidade imediata 
criar, reconhecer, modificar, resguardar ou extinguir situações jurídicas subjetivas, em matéria administra-
tiva. 
b) Dentre os requisitos de validade do ato administrativo está a finalidade, a qual impõe seja o ato administrativo 
praticado unicamente para um fim de interesse público e, este, por sua vez, há de ser próprio do ato praticado; 
não pode o agente público praticar um ato visando o fim inerente a outro, mesmo que ambos sejam de sua com-
petência e abriguem um interesse público. 
c) Quanto à natureza do conteúdo, os atos administrativos podem ser classificados em concretos e abstratos; 
concretos são os que dispõem para um único e específico caso, e se esgotam nessa aplicação, tais como nas 
hipóteses de exoneração de funcionário e declaração de utilidade pública para fins de desapropriação. São abs-
tratos os atos que dispõem para casos que possam se repetir, não se esgotando mesmo depois de reiteradas 
aplicações, sendo o regulamento um exemplo típico dessa espécie de ato administrativo. 
d) Em razão da maior ou menor liberdade que tem a Administração Pública para agir ou decidir, os atos adminis-
trativos podem ser classificados em vinculados e discricionários. Vinculados são os atos administrativos praticados 
conforme o único comportamento que a lei prescreve à Administração Pública, não cabendo a essa outro compor-
tamento que não aquele ditado na lei. Discricionários são os atos administrativos praticados conforme um dos 
 
 
 
 
 
 
 
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comportamentos que a lei prescreve, cabendo à Administração Pública a escolha dentre as condutas previstas, 
observados os critérios de conveniência e oportunidade. 
e) Segundo a teoria dos motivos determinantes, o ato administrativo só é valido se os motivos anunciados efeti-
vamente aconteceram; desse modo, a menção a motivos falsos ou inexistentes vicia irremediavelmente o ato pra-
ticado, mesmo que não exigidos por lei. 
 
 
(CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento) Acerca dos atos admi-
nistrativos, assinale a opção correta. 
 
a) Pelo critério formal, são atos administrativos os editados pelos órgãos administrativos, excluindo-se 
dessa classificação todos os atos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. 
b) A autoexecutoriedade é um atributo inerente aos atos administrativos, ainda que não haja previsão expressa 
em lei quanto à forma de execução de determinadas medidas. 
c) A finalidade corresponde ao requisito do ato administrativo que serve de fundamento para a sua prática. 
d) Considera-se pendente o ato administrativo que não esteja apto a produzir efeitos jurídicos por não ter comple-
tado o seu ciclo de formação. 
e) A anulação, que consiste no desfazimento do ato administrativo por ilegalidade, pode ser efetuada de ofício 
pela administração ou pelo Poder Judiciário. 
 
FASES DE CONSTITUIÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO. 
Para que, regularmente, produza efeitos, no mundo jurídico, o ato administrativo deve ultrapassar algumas fases 
indispensáveis à sua criação. 
A) Perfeição; 
B) Validade; 
C) Eficácia. 
A PERFEIÇÃO 
é o cumprimento das etapas necessárias à formação do ato. O ato administrativo é perfeito quando cumpre todos 
os trâmites previstos em lei para a constituição, completou o ciclo de formação. 
A VALIDADE 
é aferida quando todas as etapas realizadas estiverem de acordo com a lei. Logo, ato válido é aquele que foi cria-
do de acordo com o estabelecido na legislação. 
A EFICÁCIA 
é a aptidão para produção de efeitos concedida ao ato administrativo. Alguns têm eficácia imediata, logo após a 
publicação, mas outros podem ter sido editados com previsão de termos iniciais ou condições suspensivas. Por 
exemplo, a autorização para realizar uma cerimônia de casamento na praia, no sábado à noite, só produz efeitos 
nesta data, ainda que esteja perfeito e válido dias antes. 
O ato jurídico válido, bem como o inválido podem ou não produzir efeitos automaticamente. Um ato jurídico inexis-
tente, como no caso de um ato putativo, produz efeitos no mundo jurídico, embora de forma limitada. Esse é o 
entendimento defendido por Marçal Justen Filho ao dizer que: 
“...até mesmo um ato jurídico inexistente [...[ pode produzir efeitos jurídicos, tal como se passa no caso 
do chamado casamento putativo. [...[ Essa representação não significa que todos os atos são igualmente 
eficazes. Não indica que os atos jurídicos inexistentes produzem efeitos jurídicos idênticos aos decorren-
tes de atos jurídicos validos. O que se afirma que os atos jurídicos inexistentes e os jurídicos inválidos 
podem ser dotados de alguma eficácia. Portanto, a existência e a validade não são requisitos para algu-
ma eficácia” (fl. 185;186). 
Nestes casos, serão denominados de atos administrativos pendentes, todos aqueles que são perfeitos e válidos, 
mas ainda não estão aptos a produzirem efeitos. 
 
 
 Atributos e Qualidades dos Atos Administrativos: 
 
 Presunção de Legitimidade, juris tantum: o ato administrativo presume-se editado de acordo 
com as normas e princípios gerais de Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato vigora enquanto não afastado. 
 
 Presunção de Veracidade, relativa: ao conteúdo do ato e aos fatos que o compõe, corresponde 
à verdade de fato  Fé Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Imperatividade: não é atributo de todo ato, e sim dos atos que encerram obrigações para os ad-
ministrados. O administrado fica constituído em uma obrigação, ainda que contra sua vontade. 
 
 Coercitividade dos atos administrativos, decorrentes da imperatividade: só poderá haver resis-
tência judicial ao ato, enquanto isso não ocorrer, o particular estará a ele obrigado. Os atos negociais, que apenas 
permitem certas atividades ao administrado, não possuem esse atributo. 
 
 Exigibilidade: capacidade de exigir que a obrigação imposta ao administrado seja cumprida, sob 
pena de a administração se valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa. 
 
 Auto-Executoriedade: Esse atributo tem que vir expresso em lei, salvo se não for possível outra 
solução no caso concreto. A administração se vale de meios direitos de coação para execução do ato. Ex. demoli-
ção de obra. 
 
 Tipicidade: todo ato administrativo está previamente tipificado em lei. 
 
 Elementos e Requisitos dos Atos Administrativos: A Doutrina Majoritária aponta cinco elementos, 
com base na Lei de Ação Popular 4717/65, art.2°, a falta de um dos requisitos torna o ato inválido (anulável, po-dendo ser sanado). Diogo Gasparini e Celso Antônio incluem mais dois elementos (conteúdo e causa). 
 
 Competência/Sujeito: Conjunto de atribuições definidas por Lei, conferida aos órgãos e agentes 
públicos para, em nome do Estado, exprimir a declaração de vontade do mesmo através dos atos administrativos. 
Decorre sempre da Lei, é sempre Vinculada, portanto, mesmo quando o ato é discricionário, sem o qual o ato é 
inválido. 
 
 Finalidade: Ato que foge da sua Finalidade específica prevista em Lei, mesmo que atenda a uma 
outra finalidade benéfica ao interesse público, estará incorrendo em desvio de finalidade ou desvio de poder, e 
será Inválido. A Finalidade Específica de cada ato está sempre prevista em Lei, é sempre elemento vinculado, 
mesmo que ato seja discricionário. Ex. Ato de remoção, a finalidade específica é uma melhor prestação do serviço 
público. Obs Não pode existir ato administrativo Inominado. 
 
 Forma: É o revestimento do Ato Administrativo. É, em regra, escrito e no idioma nacional, a forma 
está prescrita em Lei, (requisito vinculado). Exceções à forma prescrita em Lei: quando a lei se omitir a respeito da 
forma, está será livre, poderá ser oral, através de gestos, placas (ex: sinais de trânsito). 
 
*Obs: diferencia-se de Formalidade  não é elemento de todo ato administrativo, é uma solenidade especial para 
prática de determinados dos atos que a exigem. O não cumprimento da formalidade torna o ato irregular, já o vício 
de forma gera nulidade. Ex. Regulamento (o Decreto é ato administrativo que serve como formalidade para eficá-
cia do regulamento). 
 
 Motivo: Razão de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato por parte da Admi-
nistração (Ex. Demissão  o motivo é a razão que levou a Administração a praticar o ato). O motivo será elemen-
to Vinculado quando o Ato for Vinculado; Será Discricionário quando o Ato assim o for (ocorre quando a lei não 
elenca o motivo, deixando que a administração o pondere). 
 
*Obs: Diferencia-se de Motivação (Princípio Constitucional, é a exigência da Administração em revelar, manifestar 
os motivos do ato) Teoria dos Motivos Determinantes: O motivo revelado pela Administração para a prática do 
ato deve ser seguido estritamente, sob pena de invalidade do ato. Os motivos determinam e condicionam a vali-
dade do ato. 
 
 Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe juridica-
mente). É a própria essência do ato, a própria administração vai escolher qual o seu objeto. É elemento discricio-
nário, quando o ato for discricionário, ou vinculado, quando o ato assim o for. Ex. Remoção (o objeto é a própria 
remoção). 
 
****OBS. Corrente Minoritária (Diógenes Gasparini, Celso Antônio) existem mais 02 Elementos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Causa: Exigência de correlação, ou relação de pertinência lógica entre o motivo e o conteúdo do 
ato à luz de sua finalidade, sobretudo nos atos discricionários. Para Celso Antônio, a causa é pressuposto de Va-
lidade lógico. 
 
 Conteúdo (separado do objeto): Seria a própria disposição do ato, enquanto o objeto seria aquilo 
sobre o qual o conteúdo incide, coisa ou relação jurídica sobre o qual recai o ato. O objeto seria o elemento ex-
trínseco ao ato e o conteúdo seria o elemento intrínseco. 
 
 Classificação dos Atos Administrativos: 
 
 Quanto à Vontade para a Formação do Ato: 
 
a) Simples (01 vontade): É todo ato administrativo que decorre de uma única vontade, expres-
sada por um único órgão ou agente público, a maioria dos atos é simples (ex: nomeação, exoneração). Pouco 
importa se o órgão é singular ou colegiado. 
 
b) Complexo (01 + 01 vontade): Ato cuja formação depende de mais 01 ou mais vontade ema-
nada por mais de um órgão. Ex. Promoção por merecimento dos desembargadores dos TRF´s (o TRF forma uma 
lista tríplice  a encaminha para o Presidente  que escolherá 01 dentre os 03 nomes). 
 
c) Composto (01 + 01 vontade): Decorre de uma única vontade, emanada de 01 único agente 
ou órgão público, mas que depende de uma vontade acessória de outro agente ou órgão para lhe dar eficácia e 
validade. 
 
O Ato composto depende de aprovação discricionária, prévia ou posterior. Ex. Nomeação de Min. do STF, após a 
aprovação do Senado (vontade acessória)  posterior nomeação pelo Presidente; Estado de Defesa, Intervenção 
Federal (aprovação posterior do Congresso); Estado de Sítio (aprovação prévia pelo Senado). 
 
 Quanto aos Destinatários do Ato: 
 
a) Geral: São Atos Normativos (sempre atos gerais). Têm como destinatários os indivíduos em geral, incertos e 
indeterminados. 
 
b) Individuais: Atinge pessoa determinada, ou pessoas determinadas. Ex. nomeação, exoneração. 
 
 Quanto aos Efeitos do Ato: 
 
a) Constitutivo: Decorre sempre do exercício do juízo discricionário por parte da administração. Quando seus 
efeitos se prestarem a criar, inovar, construir uma situação jurídica antes inexistente. Ex. Autorização, permissão. 
 
b) Declaratórios: Os efeitos se destinam a reconhecer uma situação jurídica preexistente. Ex. Todos os atos vin-
culados. 
 
c) Enunciativos: Emitem um juízo de conhecimento ou opinião sobre uma situação de fato ou de direito conheci-
da pela Administração Pública. Não constituem, nem declaram, apenas emitem juízo de opinião. Ex. certidões, 
declarações. 
 
 Quanto ao Conteúdo do Ato: 
 
Atos negociais – atos nos quais a manifestação de vontade do estado coincide com o requerimento do 
particular. 
 
a) Autorização: Ato administrativo discricionário, unilateral, precário, gratuito ou oneroso através 
do qual a Administração faculta a um terceiro interessado o exercício de uma atividade material ou uso em caráter 
privativo de um bem público, ou a prestação em caráter precaríssimo de um determinado serviço público. Ex: au-
torização para exercer atividade material  táxi, porte de armas; autorização de uso de bem público, quando pre-
dominar o interesse particular; Autorização de serviço público  Ex. Rádios comunitárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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b) Permissão: Discricionário, Precário (menos que a autorização), através do qual a Administra-
ção faculta ao particular interessado o uso privativo de um bem público, ou prestação de um serviço público tam-
bém em razão de interesse público, que neste caso é predominante. Obs.: Lei 8987/95, art.40  Tornou a Per-
missão para prestação de serviço público um Contrato Administrativo Bilateral, distinguindo-se da autorização 
para prestação de serviço público porque esta é ato administrativo unilateral e aquela leva em conta, sobretudo, o 
interesse particular. Autorização de uso público # da permissão de uso público: o interesse envolvido na autoriza-
ção de uso público, que é bem mais precário, leva em conta o interesse particular; já a permissão de uso público 
leva em conta o interesse público predominantemente. 
 
c) Licença: Ato vinculado e definitivo, através do qual a administração reconhece um direito 
subjetivo do administrado, ora para exercer atividade material, ora para exercer atividade jurídica, condicionadas 
no seu exercício ao prévio reconhecimento por parte da administração (a Lei, ao tempo que reconhece um direito 
ao administrado, condiciona o seu exercício a esse prévio reconhecimento). 
 
Se houver recusa por parte da Administração em reconhecer o exercício da atividade, desde que o administrado 
tenha cumprido todas as exigências, este poderá interpor Mandado de Segurança. Dá-se através do Alvará de 
Licença (ato formal vinculado). 
 
d) Admissão: Não é ato de provimento. É Ato Vinculado, através do qual a Administração reco-
nhece ao administrado

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