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AMINOÁCIDOS NEUROTRANSMISSORES EXCITATÓRIOS Glutamato e Aspartato Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Medicina Módulo III Bioquímica / Biofísica Prof. Ms. Marcus Vinícius Paiva de Oliveira Semana 07 O Glutamato é o principal neurotransmissor excitatório no cérebro; mesmo quantidades mínimas dele podem desencadear potenciais de ação. Sua distribuição no SNC é uniforme . O Aspartato localiza-se especialmente na medula espinhal, formando um par excitatório/inibitório, respectivamente, caracterizado por aspartato/ glicina, assim como o fazem glutamato/GABA no encéfalo. Glutamato e Aspartato Prof. Marcus Paiva Glutamato • Aminoácido não-essencial • Principal neurotransmissor do SNC (90%) • Sintetizado a partir da glutamina e da glicose • Precursor do GABA • Envolvido no processo de Informação sensorial, coordenação motora, cognição e memória • Envolvido no processo de plasticidade sináptica • Envolvido no processo de excitotoxicidade / neurotoxicidade no AVC isquêmico, na Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), na D. Huntington, D. Alzheimer e algumas epilepsias. Prof. Marcus Paiva Biossíntese do Glutamato Precursores: Glutamina e Glicose Reações de Transaminação Prof. Marcus Paiva VGluts ☑ ATPases prótons dependentes Transportador de Glutamina Recaptação de Glutamato CICLO DA GLUTAMINA TAAE – Transporadores de aminoácidos excitatórios Prof. Marcus Paiva Sinapse Glutamatérgica Receptores de Glu Receptores Ionotrópicos (iGlu) AMPA (ácido α-amino-3-hidroxi-5-metilisoxasol-4-propiônico) – Receptor pós- sináptico, PEPS rápido, ampla distribuição Cainato – Pré e pós-sináptico, PEPS rápido, inibição? NMDA (ácido N-metil-D-aspártico e Aspartato) – Receptor pós-sináptico, PEPS lenta, Plasticidade Sináptica, Excitotoxicidade Receptores Metabotrópicos (mGlu) – ligados à proteína G – pré e pós-sináptica, modulações sinápticas e excitotoxicidade Grupo I – mGlu 1 e 5 - ativam Gq agonista ex: 3,5-diidroxifenilglicina (3,5-DHPG) Grupo II – mGlu 2 e 3 - ativam Gi agonista ex: 4-aminopirrolidina-2,4-dicarboxilato (APDC) Grupo III – mGlu 4, 6, 7, 8 -ativam Gi agonista ex: ácido L-2-amino-4-fosfonobutírico (L-AP4) Prof. Marcus Paiva Receptores de Glu Receptor NMDA mGLU AMPA e Cainato Tetrâmeros Subunidades NR1 e NR2 Tetrâmeros Subunidades GluR1-4 Tetrâmeros GluR5-7 com KA1,2 Receptores Diméricos ligados à proteínas G Receptores de NMDA ✓São canais de cátions ✓A ativação requer glicina ✓Os sítios de glutamato precisam estar ligados para abertura do canal ✓Costumam estar bloqueados pelo magnésio ✓Potencial de membrana menos negativo -> diminui afinidade pelo magnésio ✓São ativados mediante despolarização induzida pela abertura de outro canal Prof. Marcus Paiva Potenciação de Longa Duração (LTP) ✓Plasticidade Sináptica - mudanças na eficiência sináptica ✓Envolve mudanças pré-sinápticas e pós-sináticas ✓Sinapses glutamatérgicas - Estimulação forte, breve e de alta frequência -> maior eficiência sináptica -> Potenciação de Longa Duração (LTP) - Estimulação fraca, longa duração e baixa frequência -> enfraquecimento da eficiência sináptica -> Depressão de longa duração (LTD) Prof. Marcus Paiva Potenciação de Longa Duração (LTP) Alta atividade sináptica, alta frequência -> Glutamato ativa receptores AMPA Após uma série condicionante de estímulos -> liberação de maiores quantidades de Glutamato -> Ativação de receptores NMDA e receptores Metabotrópicos Aumento do Ca++ -> ativação de PKCs e NOS Ativação da expressão de vários genes Aumento da Plasticidade Sináptica Prof. Marcus Paiva LTP Potenciação de Longa Duração Prof. Marcus Paiva LTD Depressão de Longa Duração Excitotoxicidade O excesso de glutamato extracelular mata os neurônios ao permitir o excesso de Ca++ no interior das células, o que pode desencadear as vias apoptóticas. Postula-se que essa neurotoxicidade desempenha um papel no AVC isquêmico, na Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), na Doença de Huntington, na Doença de Alzheimer e possivelmente em algumas formas de epilepsia. Isquemia Elevação do glutamato extracelular ▪ Hipoxia -> falha na produção de ATP ▪ Gradientes de íons -> dissipados ▪ Falência no transporte de Glutamato ▪ Ativação maciça dos receptores ▪ Despolarização -> entrada de Ca++ ▪ Comprometimento Mitocondrial ▪ Aumento de Fosforilação ▪ Ativação de NO sintase ▪ Formação e ROS e NO ▪ Dano oxidativo -> Apoptose Alguns Fármacos Muitos fármacos são apenas utilizados em pesquisas Antagonistas de receptores de glutamato - Usados no tratamento da epilepsia, distúrbios psiquiátricos. Interesses potenciais: diminuir a lesão cerebral seguidas de AVC e trauma craniano, tratamento de dependência. Que atuam no NMDA sítio da glicina: Ácido cinurênico e ácido 7-cloro-cinurênico Que atuam no NMDA bloqueio de canal: Cetamina (anestesia e analgesia), Memantina (D. Alzheimer) Fármacos que atuam no AMPA não tem aplicação, pois promovem depressão geral do SNC, depressão respiratória, perda da coordenação motora. Antagonistas de mGLU não apresentam uso terapêutico Alguns Fármacos Agonistas e Moduladores Positivos Melhora do desempenho cognitivo, da memória – agem para reduzir a dessensibilização dos receptores AMPA Ciclotiazida – tóxico Piracetam e Amiracetam – tratamento de demência Ampaquinas – desenvolvimento cognitivo Referências Bibliográficas: Berg, J.M.; Tymoczko, J.L.; Stryer, L. Bioquímica – Stryer. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. Brunton, L. et al. Goodman & Gilman – Manual de Farmacologia e Terapêutica. Porto Alegre: AMGH, 2010. Devlin, T.M. Manual de Bioquímica com correlações clínicas. 7ª ed. São Paulo: Blucher, 2011. Finkel, R. ; Cubeddu, L.X.; Clark, M.A. Farmacologia Ilustrada. 4ª ed. Porto Alegre: ArtMed, 2010. Rang, H.P. et al. Rang e Dale - Farmacologia. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Ruggiero, R. N. et al., Neurotransmissão glutamatérgica e plasticidade sinaptica: aspectos moleculares, clínicos e filogenéticos. Medicina (Ribeirão Preto) 2011;44(2): 143-56
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