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JOHANNES VERMEER MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS - NOTURNO 
 
 
 
 
MARCIA RITA MATTOS ADELINO 
 
 
 
 
JOHANNES VERMEER 
MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresópolis - Rj 
2015/01 
 
 
MARCIA RITA MATTOS ADELINO 
 
 
 
 
 
JOHANNES VERMEER 
MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Curso Licenciatura em Artes 
Visuais da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, 
para as disciplinas História da Arte I, História da Arte II, 
Arte Brasileira, Leitura de Imagem e Seminário da 
Prática III. 
Profs. Fábio Luiz Silva, Maria Christina Zorzeto, Rosely 
Montagnini, Laura Célia Cabral Cava e Bernadete 
Strang. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teresópolis – Rj 
2015/01 
INTRODUÇÃO 
 
A Era de Ouro da Holanda compreendeu o período entre 1584 e 1702. A 
primeira metade do século XVII marcada pela Guerra dos Oitenta Anos, a segunda 
metade do século a República Holandesa governou o país em paz. Exploradores 
holandeses descobriram e se instalaram em terras estrangeiras. O comércio da 
Companhia das Índias prosperava, e os heróis das batalhas navais tornaram-se 
heróis nacionais. 
Os Velhos Mestres Holandeses começaram a prevalecer no mundo da arte, 
ilustravam as cenas que seus patrões da nova classe média queriam ver, sem o 
patrocínio da igreja, os temas da arte passam do bíblico para o mundano. Eram 
naturezas mortas, paisagens e marinhas, retratos de grandes grupos: como na 
pintura de Rembrandt Ronda Noturna. Rembrandt e Vermeer formam o parâmetro 
pelo qual o mundo julga os Velhos Mestres da Holanda por mais que tenham 
perdido popularidade em sua própria época. 
Segundo Gombrich¹, a Europa dessa época era identifica da por fortes 
transformações religiosas. A divisão do catolicismo nos países baixos, atual região 
da Bélgica, e do protestantismo de países pequenos como a Holanda afetaram as 
artes. Havia nesse período diferenças entre a Holanda, que se converteu ao 
luteranismo, e a França católica. O gosto dos mercadores protestantes holandeses 
era diferente do que predominava do outro lado da fronteira. A concepção de vida 
deles era baseada na parcimônia disciplina e trabalho, contradizendo as 
extravagâncias do outro lado. Inicia - se então uma independência por parte dos 
artistas protestantes holandeses do século XVII, originando uma relação 
mercadológica entre os pintores, seus concorrentes, os intermediários e o público 
consumidor. E é em meio a essas transformações políticas e religiosas e a nova 
fase mercantilista da arte, que Vermeer dirige a Associação de St. Luke como um 
pintor mestre, pois, além de comerciante ele também vendia pinturas de outros 
artistas de Delft. Porém, com a guerra entre a Holanda e a França, há um colapso 
no mercado de artes levando os generosos patrocinadores burgueses a perderem 
suas fortunas e a família de Vermeer a contrair mais e mais dívidas. 
Nesse cenário de independência, comércio próspero, entre católicos e 
protestantes, encontram-se o artista e a obra que escolhi para falar. 
 ¹ GOMBRICH , E.H. “O espelho da natureza. Holan da, século XVII”. In: A História da Arte. Rio de Janeiro: LTC, p. 413-433. 
 
DESNVOLVIMENTO 
 
Johannes Vermeer (Delft, 31 de Outubro de 1632 - Delft, 15 de Dezembro de 
1675), também conhecido como Vermeer de Delft ou Johannes Van der Meer, de 
família protestante, converteu-se ao catolicismo quando se casou com Catharina 
Bolenes em 1653. Segundo pintor holandês mais famoso e importante do século 
XVII, pouco se sabe da sua vida. Vivia com magros rendimentos negociando arte, 
por vezes pagou dívidas domésticas com quadros. Morreu muito pobre, deixando 
viúva Catharina Bolenes e 11 filhos, herdando suas dividas e decretando falência. 
Após sua morte, Vermeer passou esquecido, existem relatos de quadros seus 
que ao serem vendidos, foram assinados por outro pintor para aumentar o valor. Em 
1866, sua grandeza foi reconhecida com a descoberta de 76 pinturas pelo 
historiador Théophile Thoré, número que mais tarde foi reduzido por outros 
estudiosos. Mas no inicio do século XX havia rumores da existência de quadros por 
descobrir. 
Conhecem-se hoje de 35 a 40 trabalhos atribuídos ao pintor, com opiniões 
contraditórias à autenticidade de alguns. Parece que de quadros seguramente seus 
assinados e datados só existam cinco: A Alcoviteira (1656) Vista de Delft (1660), 
Moça com Brinco de Pérola (1665), O Astrônomo (1668) e O Geógrafo (1669). 
Ficou conhecido, pela técnica do empaste utilizada para dar vida aos 
detalhes, o uso das cores azul e amarelo, assim como a luminosidade, que lhe 
rendeu o titulo de mestre da luz holandês. Retratou temas bíblicos e mitológicos, 
cenas cotidianas, domésticas e introspectivas. Seu estilo amadureceu, tornando-se 
mais leve e sutil, mostrando seu desapego em relação ao que era conhecido. 
Por não ter saído de sua cidade Delft e por seu estilo ser peculiar, a influência 
de Vermeer só tornou-se saliente no séc. XIX, onde os pintores holandeses 
inspiraram os naturalistas da época. 
Muito se questiona com relação a sua técnica que teria sido apurada com o 
uso da câmara escura, certas características levam a isso: as manchas brancas que 
denotam o brilho nos volumes e a ampliação das figuras de primeiro plano. 
Sobre as câmaras, existiam vários modelos; um para paisagens mais simples um 
quarto escuro com pequena abertura que permitia a passagem da luz, por onde a 
imagem aparece invertida frontalmente; o outro mais sofisticado consistia em uma 
caixinha com lentes que focalizam a imagem que se reflete num espelho, invertendo 
a figura literalmente, usada para interiores. 
Algumas Obras: 
*Cristo na casa de Marta e Maria (1654-1655) * A alcoviteira (1656) 
* Jovem adormecida (1657) * Oficial e moça sorridente (1658) 
* Leitora à janela (1657-1659) * A ruela (1657-1661) 
* A leiteira (1658-1660) * Homem, mulher e vinho (1658-1661) 
* Moça com copo de vinho (1659-1660) * Vista de Delft (1660-1661) 
* A aula de música (1662) * Moça com pichel de água (1662-1663) 
* A rendeira (1669/1670) * Mulher com colar de pérolas (1664) 
* Mulher de azul, lendo uma carta (1664) * Mulher segurando uma balança (1665) 
* Rapariga com Brinco de Pérola (1665-1666) * O concerto (1665-1666) 
* Moça com flauta (1665-1670) * Alegoria da pintura (1666-1667) 
* Retrato de uma jovem (1667-1668) * O astrônomo (1668) 
* O geógrafo (1669) * Mulher tocando guitarra (1669-1672) 
* A carta de amor (1670) * Senhora escrevendo carta com sua criada (1670) 
* Senhora diante do virginal (1670-1673) * Senhora sentada ao virginal (1673) 
 
Durante sua breve carreira de 20 anos, as mulheres aparecem na maioria de 
suas obras. A beleza, das mulheres representadas por Vermeer, está na maneira 
como são pintadas e do contexto que elas habitavam, pinturas e personagens 
compartilham em harmonia, da mais nova a mais velha, todas aparentam 
jovialidade, testas altas, a coloração, formas e associações contribuem muito na 
construção e expressão corporal. 
Assim como a vida do artista é cercada de mistérios ocorre o mesmo sobre as 
mulheres das pinturas de Vermeer. Esse tipo de pintura ficou conhecido como 
gênero interior que foi pioneiro na Holanda durante a primeira metade do século XVII 
por artistas como Dirck Hals (1591- 1656) e William Duyster (1599-1635). A maioria 
das pinturas produzidas nesse período reflete os conceitos que foram importantes 
para a cultura holandesa, tais como; a família, a privacidade, intimidade, conforto e 
luxo; incentivando o espectador a pensar sobre questões relevantesa sua vida 
diária, às vezes com humor. 
 A obra Moça com brinco de pérola 
(1665), considerada a “Monalisa” da 
Holanda, inspirou a romancista Tracy 
Chevalier a escrever um livro (1998) que 
foi adaptado por Peter Webber para o 
cinema (2003) e basta olhar para o 
quadro e entendermos tal interesse. 
Na obra vemos uma única moça 
centralizada em fundo “negro” (na 
verdade um verde quase negro, mistura 
dos pigmentos azuis e amarelos), o fundo 
projeta a personagem, os tons de 
amarelo, azul, branco e ocre, da nuance 
desses tons surge à luz e a sombra na 
obra, não se vê traços delimitando essas 
áreas, tudo flui sutilmente, colocando a moça em destaque. A luz parece vir da 
lâmpada que hoje ilumina o ambiente onde o quadro estiver. 
A moça aguça a criatividade do expectador que a observa, faz nos pensar 
quem é; o que esta a pensar; ia falar algo, pois seus lábios estão entre abertos, foi 
surpreendida; é uma obra intrigante, cercada de mistérios. 
Vermeer era detalhista, suas obras de interiores retratavam o ambiente e 
seus objetos decorativos, mas nesta obra o ambiente é sombra, os detalhes estão 
na personagem, nas dobras dos tecidos, passando a textura dos diferentes tecidos e 
da pele da moça. 
A postura do corpo, o pescoço levemente virado para trás, a cabeça 
sutilmente inclinada, formando em harmonia curvas, retas e linhas que prendem a 
atenção do expectador no quadro, principalmente a pérola que ilumina a sombra, 
dizem que foi feita com duas pinceladas, na simbologia a pérola evoca o que é 
“puro, oculto, enfiado nas profundezas de se atingir, pois um pensamento sutil é 
mais fino que uma pérola rara”². 
 A obra tem as dimensões de 46,5cm x 40cm, tem tamanho médio 
comparando com outras do mesmo artista, talvez tenha ele escolhido essas medidas 
² CHEVALLIER, J. & GHEERBRANT, A. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1991, p.712 
 
para aproximar do tamanho real da modelo, a imagem que consta desse trabalho 
esta em tamanho reduzido. Foi realizada em Óleo sobre tela, muito comum a 
época. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Johannes Vermeer ou Jan Vermeer, retratava seus modelos de uma forma 
que eles não parecem estar sujeitos ao passar do tempo, como se colocados ali por 
um passe de mágica. Especula – se muito sua técnica, como chegou ao resultado 
de suas obras hoje reconhecidas, o que define a sua inspiração não se pode ter 
certeza, o cotidiano, as pessoas, a luz; mas não podemos negar seu talento. 
A leitura da obra Rapariga ou Moça com brinco de pérola foi demorada, por 
mais que seja uma figura feminina no quadro, esta cheia de detalhes e informações 
que merecem apreciação, olhar para uma obra de arte não é o mesmo que ver. Há 
muito mais envolvido, na composição. O resultado está lá, mas o inicio, o caminho, a 
certeza da conclusão, do estar terminada, esses detalhes fazem da obra, Arte. 
A arte tem definições e significados variados, mas nesse caso relaciono como 
o mistério que envolve o artista e suas obras. Esse mistério cria a curiosidade, 
olhamos para o quadro e ficamos ofuscados, intrigados com o brilho da luz que 
sobressai da sombra, da delicadeza de suas pinceladas. A obra é o resultado do que 
o seu criador vive, sente e conhece ou aprende. 
Ao expectador fica a interpretação a leitura, que depende do seu momento e 
conhecimento. Ao que a obra transmite para Ele, sua primeira impressão, seu gosto, 
independem da opinião de outros. A experiência é particular. 
Aprender a ler imagens, é muito importante e revelador, é como tirar uma 
venda dos olhos, ou tirar a luva das mãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
 CAVA, LAURA CÉLIA SANT’ANA CABRAL, Leitura da imagem. Londrina: 
Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2015. 
 CHEVALIER, J. & GHEERBRANT, A. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: 
José Olympio, 1991, p.712. 
 GOMBRICH, E.H. “O espelho da natureza. Holan da, século XVII”. In: A 
História da Arte. Rio de Janeiro: LTC, p. 413-433. 
 SCHNEIDER, Norbert. Vermeer: A Obra Completa. Taschen, 1994. 
 http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/18488/hoje+na+historia+1675
+-+pintor+holandes+johannes+vermeer+morre+em+delft.shtml Perfeccionista 
e com pinceladas fortes, estilo do artista concentrou-se nas fortes relações 
entre pessoas e suas ações - Max Altman - São Paulo - 15/12/201. 
 http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mera_escura Câmera escura 
 
Referência da imagem da obra 
 http://4.bp.blogspot.com/_fhUGUV9zVg0/SR5BmUg-
llI/AAAAAAAAE2w/TMHMmuX2-tc/s400/!!Vermer7.jpg

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