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2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 1 2ª FASE OAB Disciplina: Direito Penal Prof. Rogério Cury MATERIAL DE APOIO – MONITORIA Índice I. Anotação De Aula II. Jurisprudência Correlata III. Lousas I. ANOTAÇÃO DE AULA JECRIM – Lei 9.099/95 1. Princípios: 1.1. Oralidade: predomínio da palavra falada sobre a escrita, com isso pretende o legislador que este procedimento seja mais célere. Ex.: Denúncia – no caso de crime de ação penal privada a queixa crime será oral; Transação penal; 1.2. Simplicidade: procura-se não burocratizar o procedimento, com uma menor formalidade, para se atender melhor os objetivos da Lei. Ex.: não há a instauração de IP no caso de infração de menor potencial ofensivo, mas sim a lavratura de Termo Circunstanciado (investigação mais resumida). 1.3. Informalidade: dos atos deve sempre suplantar qualquer exigência formalista 1.4. Celeridade processual: se quer que o processo se tramite o mais rápido possível, sempre em busca da conciliação entre as partes. Ex.: Os atos processuais podem ser praticados inclusive durante a noite (art. 92 da Lei 9.099/95). 2. Finalidade 2.1. Reparação dos danos civis 2.2. Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou multa: não ocorre na sentença, mas antes da sentença, pretende-se que antes de uma sentença penal condenatória, haja a reparação do dano ou a substituição da pena. 3. Competência 3.1 Infrações penais de menor potencial ofensivo: são aquelas que possuem penas privativas de liberdade em abstrato de até 2 (dois) anos e contravenções penais (DL 3.688/41). 3.2. Competência pela natureza da infração (em razão da matéria – “ratio materia”): a matéria é uma infração penal de menor potencial ofensivo. 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 2 3.3. Competência em razão do lugar (“ratio loci”): prevalece na doutrina que a Lei 9.099/95 no que diz respeito ao lugar da infração temos a aplicação da teoria da atividade, que determina que será considerado para o Jecrim o lugar em que houve a ação ou a omissão. Para o CPP em regra adota-se a teoria do resultado (art. 70 do CPP). Obs.: Não se aplica a Lei 9.099/95 aos crimes militares próprios, pois o CPPM não aceita penas restritivas de direitos ou pena de multa (art. 90-A da Lei 9.099/95). E nos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher, por força de disposição expressa no art. 41 da Lei 11.340/06. 4. Citação: Sempre será pessoal, por mandado ou por “viva” voz. Não haverá citação por edital e por hora certa (art. 66 da Lei 9.099/95). 5. Rito Sumaríssimo: utilizado para as infrações penais de menor potencial ofensivo. Em tesem quer o legislador que seja o mais célere possível. 5.1. Audiência preliminar: - Tentativa de composição dos danos civis (reparação dos danos civis). A depender do crime havendo a reparação dos danos civis já estaria extinta a punibilidade do agente, se o crime é de ação penal pública condicionada ou de iniciativa privada. - Proposta de transação penal, é o não oferecimento da inicial acusatória, desde que o suporto autor do crime cumpra uma pena restritivas de direitos ou pena de multa. O agente não poderá ser beneficiado por nova transação penal nos próximos 5 anos, porém não se tem a pecha de reincidente. Obs.: a decisão que homologa a transação penal é recorrível, cabendo apelação. - Não havendo a composição ou transação penal deverá ocorrer o oferecimento oral da denúncia ou queixa crime. Deste ato o acusado sairá intimado. 5.2. Audiência de nova tentativa de conciliação, instrução, debates e julgamento: - Nova tentativa de conciliação (art. 79, da Lei 9.099/95) – suspensão condicional do processo. - Não ocorrendo a conciliação haverá a defesa oral pedindo para o juiz não receber a denúncia ou queixa. - O Juiz decidirá se recebe ou não a ação penal. - Esclarecimento da vítima; - Oitiva de testemunhas de acusação e defesa. - Interrogatório; - Memoriais orais. - Sentença oral. Recurso: Embargos de Declaração – 5 dias; 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 3 Apelação – 10 dias. Resp – não cabe; RE – é cabível. Obs.: Causas de aumento e diminuição da pena são levadas em consideração para definir uma infração de menor potencial ofensivo. Súmula 723 do STF. 6. Transação Penal Infração penal possui pena de multa apenas, pode haver a redução até a metade – art. 76, §1º da Lei 9.099/95. Lei 9.296/96 – Lei de Interceptação Telefônica CF – art. 5º, XII, parte final. 1. Finalidade: Angariar prova para a investigação criminal ou para a instrução criminal. Interceptação telefônica: autorização judicial. 2. Decretação: Autoridade judiciária - De ofício; - Requerimento da autoridade policial (durante a investigação); - Requerimento M.P. (durante a investigação; durante a instrução criminal); Art. 3º da Lei 9.296/96; 3. Conteúdo do requerimento a) Demonstrar que sua realização é necessária à apuração da infração penal (não é possível a apuração senão pela interceptação); b) Indicação de meios a serem empregados. - Art. 4º, “caput” da Lei 9.296/96. Obs.: Exceção: o requerimento para interceptação pode ser realizado verbalmente, sendo reduzido a termo pelo Juiz (§1º do art. 4º da Lei 9.296/96). 4. Prazo para decisão: o Juiz tem no máximo 24 horas para decidir sobre a interceptação telefônica. Obs.: a decisão que determina a interceptação telefônica deve ser devidamente fundamentada. Não sendo motivada a decisão estará ferindo o princípio constitucional da fundamentação das decisões judiciais (art. 93, IX, CF). 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 4 Indicar as formas de execução da interceptação. 5. Prazo de duração da interceptação telefônica: 15 dias renovável por igual período em caso excepcional. STF e STJ entende que pode haver a prorrogação sucessiva pelo tempo necessário para produção da prova, em especial quando se tratar de caso complexo e a prova for indispensável (HC 143.805, STJ). 6. Não caberá interceptação: quando não houver indícios razoáveis de autoria e participação na infração penal, a prova puder ser produzida por outros meio e a infração penal for apenada com detenção ou prisão simples. 7. Realizada a interceptação: deve haver a transcrição do conteúdo interceptado, desde que tenha sido gravado. Tem prevalecido que não há necessidade de transcrição integral das gravações. Lei 11.343/06 – Lei de Drogas 1. Objeto jurídico: saúde pública, que é a somatória da saúde individual, é um bem supraindividual. 2. Crimes previstos na Lei: 2.1. Sujeito ativo: em regra qualquer pessoa. Exceção: crime art. 38 da Lei, crime culposo e crime próprio, tem como conduta prescrever ou ministrar – o médico; dentista; farmacêutico; o profissional de enfermagem. - Normas penais em branco – tipicidade depende de norma complementar – ANVISA traz um rol de substancias psicotrópicas. Tráfico de drogas: art. 33 e seguintes prevê um rito especial. Após o crime de tráfico, a denúncia o juiz notifica o acusado para em 10 dias apresentar defesa preliminar (art. 55, da Lei) com 5 testemunhas, após o juiz pode receber o rejeitar adecisão, determinando audiência em até 30 dias, que terá como primeiro ato o interrogatório do acusado, depois oitiva das testemunhas, memoriais e sentença. Art. 28 – Porte de drogas para uso próprio – rito sumaríssimo da Lei 9.099/95. Não possui pena privativa de liberdade. 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 5 II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA II.1 - HC 143805 SP 2009/0149430-7 Relator(a): Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ) Julgamento: 14/02/2012 Órgão Julgador: T5 - QUINTA TURMA Publicação: DJe 09/05/2012 Ementa HABEAS-CORPUS. PENAL. OPERAÇÃO 14 BIS. CONTRABANDO AÉREO. FALSIDADEIDEOLÓGICA E USO DE DOCUMENTO FALSO. CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA.CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA E PREVARICAÇÃO. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA.LEGALIDADE. PRORROGAÇÕES. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. COMPLEXIDADE DOCASO. INDISPENSABILIDADE DA PROVA. Hipótese em que o paciente foi denunciado pela prática dos delitosde quadrilha, descaminho/contrabando, corrupção ativa e passiva,falsidade ideológica, uso de documento falso, facilitação decontrabando/descaminho, prevaricação e condescendência criminosa,por fatos apurados mediante interceptação e escuta telefônica.Legalidade da interceptação telefônica realizada, cujas razõesademais de suficientes não poderiam ser miudamente analisadas na viado habeas-corpus.A lei permite a prorrogação das interceptações diante daindispensabilidade da prova, sendo que as razões tanto podemmanter-se idênticas à do pedido original como alterar-se, desde quea prova seja ainda considerada indispensável.A repetição dos fundamentos na decisão de prorrogação, como nasseguintes, não representa falta de fundamentação legal.A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal assentou que é possívela prorrogação da escuta, mesmo que sucessivas vezes, especialmentequando o caso é complexo e a prova indispensável.Superveniência de sentença condenatória cuja validade não pode serapreciada nesta via e perante esta Corte, sob pena de supressão deinstância. Inviabilidade de anulação de atos e provas da instrução, diante daimpossibilidade de precisar quais teriam sido afeados por supostailegalidade a partir da segunda prorrogação. Ordem denegada. 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 6 III. LOUSAS 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 7 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 8 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 9 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 10 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 11 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 12 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 13 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 14 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 15 2ª FASE – Direito Penal – material monitoria 16