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POSSE E USUCAPIÃO AGRÁRIO

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INTENSIVO COMPLEMENTAR 
Disciplina: Direito Agrário 
Prof. Flávio Tartuce 
Data 05.06.2012 
 5- Direitos reais agrários 
Art. 188, da CF. 
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o 
plano nacional de reforma agrária. 
§ 1º - A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e 
quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia 
aprovação do Congresso Nacional. 
§ 2º - Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras públicas 
para fins de re-forma agrária. 
 
OBS: O STF em julgado publicado em seu informativo 658, de março de 2012 mitigou esta essa regra 
diante da proteção do direito adquirido e da boa fé. Ou seja, concluiu que esta exigência não é absoluta. 
Trata-se de uma doação de terras feita pelo governo do MT, em 1959. Julgado que envolveu uma 
ponderação (Alexy- justiça), de um lado a proibição constitucional, art. 188, da CF/88, ou art. 156, da 
CF/46, e do outro a proteção do direito adquirido (art. 5º, XXVI, da CF/88). Prevaleceu a ultima tese. 
(escolha moral – Rawls - segurança). 
5.3.2- Legitimação da posse 
A legitimação da posse tem origem no direito agrário, na lei de terras, quando foi criada a figura do 
posseiro, tentando formalizar o caos dominial que existia na época. Recai sobre terras devolutas (terras 
públicas). 
Conceito- trata-se de um ato administrativo através do qual o poder público reconhece ao particular o 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
 
 
INTENSIVO IiI
POSSE E USOCAPIÃO AGRÁRIO
domínio formal de determinada área que não chega a ser atribuição de propriedade. Na verdade é uma 
posse agrária qualificada. 
Lei 6.383/76 
 O art. 29, traz os requisitos da posse: 
- posse agrária (quando houver atividade agrária – posse trabalho); 
- 100 há; 
- não pode ser proprietário de outro imóvel rural; 
- moradia e atividade de cultura por pelo menos 1 ano. 
 §1º - O possuidor legitimado terá direito à licença de ocupação (LO), se mais de 4 anos terá direito de 
preempção para a aquisição. Crítica feita pelo prof. Benedito Ferreira Marques. 
Art. 29 - O ocupante de terras públicas, que as tenha tornado produtivas com o seu trabalho e o de sua 
família, fará jus à legitimação da posse de área contínua até 100 (cem) hectares, desde que preencha os 
seguintes requisitos: 
I - não seja proprietário de imóvel rural; 
II - comprove a morada permanente e cultura efetiva, pelo prazo mínimo de 1 (um) ano. 
§ 1o A regularização da ocupação de que trata este artigo consistirá no fornecimento de uma Licença de 
Ocupação, pelo prazo mínimo de mais quatro anos, findo o qual o ocupante terá a preferência para 
aquisição do lote pelo valor mínimo estabelecido em planilha referencial de preços, a ser periodicamente 
atualizada pelo INCRA, utilizando-se dos critérios relativos à ancianidade da ocupação, às diversificações 
das regiões em que se situar a respectiva ocupação e à dimensão de área. (Redação dada pela Medida 
Provisória nº 458, de 2009) 
§ 2º - Aos portadores de Licenças de Ocupação, concedidas na forma da legislação anterior, será 
assegurada a preferência para aquisição de área até 100 (cem) hectares, nas condições do parágrafo 
anterior, e, o que ex-ceder esse limite, pelo valor atual da terra nua. 
§ 3º - A Licença de Ocupação será intransferível inter vivos e inegociável, não podendo ser objeto de 
penhora e arresto. 
 
Art. 99, do estatuto da terra- 
Art. 99. A transferência do domínio ao posseiro de terras devolutas federais efetivar-se-á no competente 
processo administrativo de legitimação de posse, cujos atos e termos obedecerão às normas do 
Regulamento da presente Lei. 
 
É possível e recomendável a transferência de domínio plano ao possuidor legitimado, trata- de uma 
concretização da função social da propriedade. 
OBS: a lei minha casa minha vida instituiu a legitimação da posse para imóveis urbanos, nos termos do 
artigo 59 da lei. 
II- legitimação de posse agrária. 
Art. 60- temos neste caso uma usucapião administrativa (sem ação judicial). 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
OBS: registro paroquial – é o antigo registro da legitimação da posse – era registrado nas paróquias 
(freguesias, e posteriormente nas comarcas)-, previsão legal decreto 1.138/54 (decreto da lei de terras). 
5.3.3-Regularização da posse 
Efeito = posse agrária, instituído pela CF/1946, trata-se de um direito de preferência em benefício do 
possuidor agrário, que recai sobre terras devolutas (não necessariamente o possuidor terá a posse 
legitimada). 
Art. 97, do Estatuto da terra 
Art. 97. Quanto aos legítimos possuidores de terras devolutas federais, observar-se-á o seguinte: 
I - o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária promoverá a discriminação das áreas ocupadas por posseiros, 
para a progressiva regularização de suas condições de uso e posse da terra, providenciando, nos casos e 
condições previstos nesta Lei, a emissão dos títulos de domínio; 
II - todo o trabalhador agrícola que, à data da presente Lei, tiver ocupado, por um ano, terras devolutas, 
terá preferência para adquirir um lote da dimensão do módulo de propriedade rural, que for estabelecido 
para a região, obedecidas as prescrições da lei. 
- trata do direito de preferência ou preempção legal para o possuidor agrário, da mesma forma que a lei 
9.636/98. 
Segundo Benedito Ferreira Marques – o possuidor preterido no seu direito de preferência o que vale 
também para a legitimação da posse, poderá ingressar em juízo e adjudicar a coisa para si, desde que 
deposite o preço. Ação de adjudicação compulsória com eficácia real. Em analogia ao DL. 58/1937. 
O professor entende que seria melhor a aplicação do art. 504, do CC, ao invés do DL. 58/1937. 
5.4- Usucapião Agrária 
Os agraristas preferem “o” usucapião, já os civilistas preferem “a” usucapião (CC-2002)- usucapião 
constitucional/ especial rural. 
Dizem os agraristas que a usucapião especial é a indígena (art. 33, da lei 6.001/1973), agrário = 
atividade. Este artigo trata da proteção do indigenato, art. 231, da CF/88. 
Art. 33. O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por dez anos consecutivos, trecho de terra 
inferior a cinqüenta hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às terras do domínio da União, ocupadas por 
grupos tribais, às áreas reservadas de que trata esta Lei, nem às terras de propriedade coletiva de grupo 
tribal. 
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os 
direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, 
proteger e fazer respeitar todos os seus bens. 
§ 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as 
utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, 
costumes e tradições. 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
§ 2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-
lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. 
§3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra 
das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso 
Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, 
na forma da lei. 
§ 4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, 
imprescritíveis. 
§ 5º - É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso 
Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da 
soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno 
imediato logo que cesse o risco. 
§ 6º - São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, 
o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, 
dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que 
dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a 
União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé. 
§ 7º - Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º. 
 
Requisitos: 
-posse� indígena � posse ad usucapionem 
- 10 anos; 
- 50 há; 
Art. 191, da CF/88. 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos 
ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a 
produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
Requisitos da usucapião rural (ou agrário): 
- posse ad usucapionem; 
- não pode ser proprietário de outro imóvel rural ou urbano; 
- 5 anos; 
-área = zona rural (localização); 
- 50 há; 
- posse – trabalho (atividade produtiva + moradia). 
Presumem-se de forma absoluta o justo título e a boa-fé. Não cabe usucapião de terras públicas. 
Lei 6.969/81. 
Art. 1- não foi recepcionado pela atual CF; 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
Art.2 – “ terras devolutas”� não recepcionada pela CF/88 ( art. 191, parágrafo único, CF). 
Súmula 340, do STF, corrobora o não cabimento de usucapião de terras devolutas. 
Art. 3- proibidas a usucapião � áreas indispensáveis à segurança nacional, terras habitadas por 
indígenas, áreas de interesse ecológico- proteção do bem ambiental. 
Enunciado 312, da 4 jornada, STJ, realizado em 2006. 
Módulo rural = propriedade familiar = pequena propriedade rural (1 a 4 Módulos fiscais). 
Enunciado 313 
Este enunciado é muito conservador. Nem sempre se aplica este enunciado nos julgados. 
Em sentido contrário à este enunciado temos: Benedito Ferreira Marques, Lucas Barroso e Christiano 
Cassettar. Deve-se admitir a usucapião parcial. 
O material prevalece sobre o formal. 
Enunciado 317 
Accessio possessiones (art. 1.243, CC) � soma de posses para fins de usucapião. Na usucapião agrária a 
posse deve ser direta e pessoal. 
Não se aplica Accessio possessiones, pois deve ser direta e pessoal (Benedito ferreira marques; Lucas 
barroso). 
Ação de usucapião agrário 
- corre na comarca de situação do imóvel. Art. 4 da lei 6.969/81. 
- art. 5 – rito sumário (atual), §1º- audiência de justificação prévia da posse. 
Segundo Benedito Marques – o rito não é tão sumário assim, devido à audiência de justificação, por isso 
ele entende que o melhor caminho seria o rito especial, do CPC, art. 942-945. CPC comentado do 
Theotonio Negrão partilha desta tese defendida por Benedito Marques, e cita jurisprudências. 
- cabem os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 6º, da lei 6.969. 
Art. 4º - A ação de usucapião especial será processada e julgada na comarca da situação do imóvel. 
§ 1º - Observado o disposto no art. 126 da Constituição Federal, no caso de usucapião especial em terras 
devolutas federais, a ação será promovida na comarca da situação do imóvel, perante a Justiça do Estado, 
com recurso para o Tribunal Federal de Recursos, cabendo ao Ministério Público local, na primeira 
instância, a representação judicial da União. 
§ 2º - No caso de terras devolutas, em geral, a usucapião especial poderá ser reconhecida 
administrativamente, com a conseqüente expedição do título definitivo de domínio, para transcrição no 
Registro de Imóveis. 
§ 3º - O Poder Executivo, dentro de 90 (noventa) dias, contados da publicação desta Lei, estabelecerá, 
por decreto, a forma do procedimento administrativo a que se refere o parágrafo anterior. 
§ 4º - Se, decorridos 90 (noventa) dias do pedido ao órgão administrativo, não houver a expedição do 
título de domínio, o interessado poderá ingressar com a ação de usucapião especial, na forma prevista 
nesta Lei, vedada a concomitância dos pedidos administrativo e judicial. 
Art. 5º - Adotar-se-á, na ação de usucapião especial, o procedimento sumaríssimo, assegurada a 
preferência à sua instrução e julgamento. 
 
 
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§ 1º - O autor, expondo o fundamento do pedido e individualizando o imóvel, com dispensa da juntada da 
respectiva planta, poderá requerer, na petição inicial, designação de audiência preliminar, a fim de 
justificar a posse, e, se comprovada esta, será nela mantido, liminarmente, até a decisão final da causa. 
§ 2º - O autor requererá também a citação pessoal daquele em cujo nome esteja transcrito o imóvel 
usucapiendo, bem como dos confinantes e, por edital, dos réus ausentes, incertos e desconhecidos, na 
forma do art. 232 do Código de Processo Civil, valendo a citação para todos os atos do processo. 
§ 3º - Serão cientificados por carta, para que manifestem interesse na causa, os representantes da 
Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, no prazo de 
45 (quarenta e cinco) dias. 
§ 4º - O prazo para contestar a ação correrá da intimação da decisão que declarar justificada a posse. 
§ 5º - Intervirá, obrigatoriamente, em todos os atos do processo, o Ministério Público. 
Art. 6º - O autor da ação de usucapião especial terá, se o pedir, o benefício da assistência judiciária 
gratuita, inclusive para o Registro de Imóveis. 
Parágrafo único. Provado que o autor tinha situação econômica bastante para pagar as custas do processo 
e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio e da família, o juiz lhe ordenará que 
pague, com correção monetária, o valor das isenções concedidas, ficando suspensa a transcrição da 
sentença até o pagamento devido. 
Art. 7º - A usucapião especial poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a 
reconhecer como título para transcrição no Registro de Imóveis. 
 
- a usucapião agrária pode ser alegada como matéria de defesa (súmula 237, STF + art. 7, da lei 6.969). 
 
- “A”---- ação reivindicatória(registrado) � “B” ( usucapião agrária defesa). 
- foi introduzida no CC, no art. 1.240-A, a usucapião especial urbana por abandono do lar. 
Não há previsão desta modalidade para a usucapião agrária. 
5.5- Reforma agrária e desapropriação agrária 
Reforma agrária – esta expressão vem do termo reformare = mudança/ transformação � seria o 
compromisso do direito agrário para a concretização do principio da função social. 
Art. 1º, §1º, do Estatuto daTerra traz o conceito de reforma agrária. 
É um conjunto de medidas que visa uma melhor distribuição da terra tendo em conta dois parâmetros, 
justiça social (função social da propriedade) e aumento da produtividade. 
Características da reforma agrária (segundo Raimundo laranjeira) 
- é uma forma de intervenção do estado na propriedade privada; 
- é peculiar de cada país; 
- é transitória (episódico); 
- tem previsão de áreas mínimas e máximas; 
- depende de uma política agrária eficiente, art. 187,§2º da CF/88. 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
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 tatianaconcursos@hotmail.com
A reforma agrária é uma forma de intervenção privatista = efetivada principalmente pela desapropriação 
agrária. 
Art. 184, da CF/88 – trata da desapropriação sanção por falta de cumprimento da função social, a 
competência é da união. 
Desapropriação (conceito) é o procedimento pelo qual o poder público retira um bem da esfera jurídica 
alheia mediante uma indenização. 
Segundo pontes de Miranda a sua natureza é de ato jurídico “stricto sensu”, porque os efeitos somente 
decorrem de lei. É um instituto misto que envolve direito constitucional, direito administrativo, direito 
civil, direito agrário e direito processual, ou seja, é interdisciplinar. 
Diferença entre desapropriação (ato de autoridade, com pagamento de indenização) e usucapião ( não é 
ato de autoridade, sem pagamento de indenização). 
Art. 1.228, do CC. 
§5º- Pablo Stolze entende que é usucapião, tese da qual Tartuce discorda, afirmando que é 
desapropriação. 
Diferença entre desapropriação e expropriação (temos um ato de autoridade sem pagamento de 
indenização, art. 243, CF/88). 
Diferença entre desapropriação agrária (art. 184, da CF/88) possui caráter de sanção pelo 
descumprimento da função social da propriedade; e a desapropriação por necessidade ou utilidade pública 
ou interesse social (art. 5º, XXIV, da CF/88), está fundada no interesse coletivo e / ou ordem pública. 
Art. 184, CF/88 – competência é da união, para imóvel rural que não esteja cumprindo com a sua função 
social. O pagamento se dá por títulos da divida agrária, as benfeitorias úteis e necessárias serão pagas 
em dinheiro, conforme previsão da CF/88. 
O procedimento para a desapropriação, previsto no §3º, do art. 184, da CF/88, é tratado pela lei 
complementar 76/93. 
Art. 185, da CF/88 
Este artigo prevê os imóveis insuscetíveis de desapropriação para a reforma agrária, são elas: 
I- Pequena e média propriedade rural, desde que seu proprietário não possua outra (entenda-se 
pequena e média propriedade rural, este é o entendimento do STF); 
PP é de 1 a 4 MF’s 
MP é de 4 a 15 MF’s 
GP é acima de 15 MF’s 
II- Propriedade produtiva não pode ser objeto de desapropriação, para isto há duas 
interpretações: 
1C- a propriedade produtiva nunca pode ser objeto de desapropriação agrária. ( José Afonso da Silva, 
MS- STF 22.193/SP) 
 
 
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2C- a propriedade produtiva que não atende a função social pode ser objeto de desapropriação 
agrária, neste sentido os agraristas ( Lucas barroso, Elisabete manilha, MS – STF 22.164/SP. Tartuce). 
Lei 8629/93 
- art. 6, prevê parâmetros de produtividade. 
Prevê critérios para o conceito de propriedade produtiva. 
É aquela que é explorada econômica e racionalmente. O grau de utilização da terra deve ser superior a 
80%, o grau de eficiência deverá ser superior a 100%. 
O art. 20 do ET, trata das áreas prioritárias para a desapropriação agrária. 
I-minifúndio e latifúndios; 
II-áreas já beneficiadas ou a serem por obras públicas de vulto; 
III-Temos aqui a proteção do bem ambiental; 
IV-áreas destinadas à colonização; 
V- áreas que apresentem elevada incidência de arrendatários, parceiros e posseiros ( Lucas barroso, 
afirma que não foi recepcionado, pois é um preconceito contra o arrendatário); 
VI- as terras cujo uso atual, estudos levados a efeito pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrária 
comprovem não ser o adequado à sua vocação de uso econômico. 
Art. 7º, da lei 8.629/93. 
O projeto técnico visa a otimização de utilização da área. 
Fases do procedimento de desapropriação agrária 
Previsão legal LC 76/93 e na lei 8.629/93. 
1- Vistoria previa 
O INCRA fará a investigação quanto aos requisitos da desapropriação agrária. É uma fase administrativa. 
Podendo se realizada por agentes do INCRA que ingressam pessoalmente no imóvel, também por 
fotografia de satélite e por GPS. 
Foi editada a MP 2183, incluindo um contraditório administrativo para a defesa prévia do proprietário 
nesta fase. 
2- Decreto expropriatório 
3- Fase judicial 
 
 
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