Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com EDUCAÇÃO FÍSICA CONCURSOS APOSTILA – CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com Diretos desta edição reservados à Portal Educação Física Concursos Site www.efconcursos.com.br Rio de Janeiro Brasil Copyright @ 2015 by THIAGO ELIAS MERLO 2015 Nenhum trecho desta obra poderá ser reproduzido, por qualquer meio, sem prévio consentimento, por escrito, dos editores. Excetuam-se as citações de pequenos trechos em resenhas para jornais, revistas ou outro veículo de divulgação. Capa do PORTAL EDUCAÇÃO FÍSICA CONCURSOS Editoração eletrônica THIAGO ELIAS MERLO Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com Dados Insternacionis de Catalogação na Publicação (CIP) (Cãmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Merlo, Thiago Elias Educação Física Concursos – Apostila Conhecimentos Pedagógicos: Rio de Janeiro, 2015. 1. Orientações Gerais – Conhecimentos Pedagógicos 2. Documentos Oficiais - Legislações Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com EDUCAÇÃO FÍSICA CONCURSOS APOSTILA - CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS Conteúdos & Exercícios de Fixação 1ª EDIÇÃO TTHIAGOHIAGO M MERLOERLO Edição dirigida aos candidatos dos concursos públicos na área de Educação RIO DE JANEIRO Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com SUMÁRIO APRESENTAÇÃO IDEALIZADOR ORIENTAÇÕES GERAIS ASPECTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO – O PENSAMENTO PEDAGÓGICO MODERNO: ILUMINISTA, POSITIVISTA, SOCIALISTA, ESCOLANOVISTA, FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIALISTA, ANTIAUTORITÁRIO, CRÍTICO. TENDÊNCIAS ATUAIS: LIBERAIS E PROGRESSISTAS. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO: CORRENTES E TENDÊNCIAS NA PRÁTICA ESCOLAR. ASPECTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO – AS BASES SOCIOLÓGICAS DA EDUCAÇÃO, A EDUCAÇÃO COMO PROCESSO SOCIAL, AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS BÁSICAS, EDUCAÇÃO PARA O CONTROLE E PARA A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL, CULTURA E ORGANIZAÇÃO SOCIAL, DESIGUALDADES SOCIAIS, A RELAÇÃO ESCOLA / FAMÍLIA / COMUNIDADE. EDUCAÇÃO E SOCIEDADE NO BRASIL. ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO – A RELAÇÃO DESENVOLVIMENTO / APRENDIZAGEM: DIFERENTES ABORDAGENS, A RELAÇÃO PENSAMENTO / LINGUAGEM – A FORMAÇÃO DE CONCEITOS, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: O BIOLÓGICO, O PSICOLÓGICO E O SOCIAL. O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E AFETIVO. ASPECTOS DO COTIDIANO ESCOLAR – A FORMAÇÃO DO PROFESSOR; A AVALIAÇÃO COMO PROCESSO, A RELAÇÃO PROFESSOR / ALUNO; A FUNÇÃO SOCIAL DO ENSINO: OS OBJETIVOS EDUCACIONAIS, OS CONTEÚDOS DE APRENDIZAGEM; AS RELAÇÕES INTERATIVAS EM SALA DE AULA: O PAPEL DOS PROFESSORES E DOS ALUNOS; A ORGANIZAÇÃO SOCIAL DA CLASSE. EDUCAÇÃO ESPECIAL ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO LDB – LEI DE DIRETRIZES E BASES PCN – PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS ECA – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com DCN – DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO EJA – EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS GESTÃO DEMOCRÁTICA E PPP – PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com APRESENTAÇÃO A apostila foi idealizada pensando no graduando e/ou graduado de diversas áreas da Educação que se prepara para os concursos públicos, busca conteúdos e exercícios de qualidade. Sabemos que o serviço público é uma ótima oportunidade para obtenção de empregos estáveis e duradouros. E não por acaso, diversos colegas já perceberam as vantagens de empregos na iniciativa governamental. Os concursos estão cada vez mais disputados. Cada dia de preparação é um dia a menos em direção ao sonhado emprego. O Portal Educação Física Concursos (www.efconcursos.com.br) e a fanpage no Facebook (www.facebook.com.br/educacaofisicaconcursos) oferecem conteúdos simples, selecionados e gratuitos, auxiliando os estudantes a se preparem com rapidez e direcionamento. Apresentamos informações de concursos públicos de todo Brasil, além de comentários, artigos, resumos, slides e vídeos. Os exercícios de fixação foram criteriosamente selecionados. São provenientes de bancas examinadoras complexas e comuns no cenário dos concursos públicos para Professores do Brasil. Observação: O Portal Educação Física Concursos se reserva ao direito de cometer erros materiais. Logo aconselhamos a buscarem a fonte primária de todos os conteúdos aqui apresentados. Esperamos que os materiais sejam de grande valia. Bons estudos! Thiago Merlo Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com IDEALIZADOR Meu nome é Thiago Merlo e sou Professor de Educação Física. Além de Doutorando em Educação, Mestre em Educação, Especialista em Docência Superior, Especialista em Engenharia de Software e Licenciado em Educação Física, sou servidor público. Lecionei em graduações e sazonalmente trabalho com preparação presencial de concursos públicos da Educação e Educação Física. Em 1999, ingressei no serviço público como Técnico em Processamento de Dados da IplanRio – Empresa Municipal de Informática da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Desde 2011, trabalho na Rede Municipal de Educação da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro como Professor de Educação Física. Atualmente sou Professor de Tecnologia da Informação da UNESA – Universidade Estácio de Sá. Prestei mais de 25 concursos desde os 15 anos, obtendo sucesso em diversos deles. Realizo concursos públicos para Professor de Educação Física desde o terceiro período da graduação. Após diversas tentativas, desenvolvi familiaridade com os conteúdos, sabendo com relativa precisão, quais os temas mais recorrentes nas avaliações. O site e a apostila são disponibilizações dos meus conhecimentos para aqueles que desejam seus empregos na iniciativa pública. Curriculum Lattes: http://lattes.cnpq.br/6740982179802704 Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com ORIENTAÇÕES GERAIS 1) Quando souber de um concurso público, encontre o edital. Não se limite a possuir apenas as informações de fontes secundárias. Confirme data e hora da prova, salário, benefícios, vaga(s), local de trabalho, conteúdos e prova de títulos; 2) Estude pela bibliografia informada. Leia todos os livros e faça seus próprios resumos; 3) Quando não puder ler os livros e/ou criar seus resumos, encontre resumos prontos. Lembre-se que sem dominar a obra resumida, o resultado esperado pode não aparecer; 4) Faça exercícios de provas anteriores. Dê preferência as questões da banca examinadora do concurso desejado; 5) Avalie sistematicamente seu desempenho global e específico por disciplina e obra lida/resumida; 6) Conheça a Banca Examinadora; 7) Avalie as questões de provas realizadas pela Banca Examinadora e compare a recorrências dos tipos de questões, autores mais citados e nível de dificuldade; 8) As questões específicas costumam ter mais peso nas provas; 9) Procure estudar em grupo; 10) Resolva as questões com apoio da obra para consulta; 11) Na resolução das questões (especialmente aquelas onde houve erro no momento da resolução), busque a justificativa textual nas obras para respostas; 12) Questões de Conhecimentos Pedagógicos e Específicos vem acompanhados de textos explicativos. Não atribua informações que não foram perguntadas; 13) Não subestime questões sobre legislações específicas da Educação, pois o valor das mesmas são idênticas comparada as demais questões; 14) Compartilhe informações sobre concursos públicos; Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com Autores RecorrentesALVEZ, Rubens. CANDAU, Vera Maria. COLL, César. DAVIS, Claudia. DEL-CAMPO, Eduardo Roberto; OLIVEIRA, Thales Cezar. FONTANA, Roseli; CRUZ, Nazaré. FREIRE, Paulo. GADOTTTI, Moacir. GOMES, Cândido Alberto. HOFFMANN, Jussara. LIBÂNEO, José. LUCKESI, Cipriano. OLIVEIRA, Zilma. PALACIOS, Jesus & Marchesi, Álvaro. PILETTI, Nelson. SAVIANE. Demerval. SACRISTÁN, J.Gimeno. TOSCANO, Moema. ZABALA, Antoni. Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com ASPECTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO A filosofia da educação é o campo da filosofia que se ocupa da reflexão sobre os processos educativos, os sistemas educativos, a sistematização de métodos didáticos, entre outros temas relacionados com a pedagogia. O seu escopo principal é a compreensão das relações entre o fenômeno educativo e o funcionamento da sociedade, e vários pensadores dele se ocuparam. Uma das grandes questões da filosofia da educação é a dicotomia entre a educação como transmissão do conhecimento versus a educação crítica, como um incentivo à habilidade questionadora por parte do aluno. Como se conhece e o que significa conhecer também são questões abordadas e problematizadas pela filosofia da educação. Fonte: Wikipédia. PENSAMENTO PEDAGÓGICO MODERNO: Referenciais O PENSAMENTO PEDAGÓGICO: ORIENTAL • Grego • Romano • Medieval • Renascentista • Moderno O PENSAMENTO PEDAGÓGICO: • Iluminista • Positivista • Socialista • Escola Nova • Fenomenológico-Existencialista O PENSAMENTO PEDAGÓGICO: • Antiautoritário • Crítico • Do Terceiro Mundo PENSAMENTO PEDAGÓGICO GREGO Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com • Sócrates • Platão • Aristóteles PENSAMENTO PEDAGÓGICO ORIENTAL • Lao-Tsé • Talmude PENSAMENTO PEDAGÓGICO ROMANO • Cícero • Quintiliano PENSAMENTO PEDAGÓGICO RENASCENTISTA • Montaigne • Lutero • Os Jesuítas PENSAMENTO PEDAGÓGICO MODERNO • Comênio • Locke PENSAMENTO PEDAGÓGICO MEDIEVAL • Santo Agostinho • São Tomás De Aquino PENSAMENTO PEDAGÓGICO ILUMINISTA • Rousseau • Pestalozzi • Herbart • A Revolução Francesa PENSAMENTO PEDAGÓGICO POSITIVISTA • Spencer • Durkheim • Whitehead Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com PENSAMENTO PEDAGÓGICO SOCIALISTA • Marx • Lênin • Makarenko • Gramsci PENSAMENTO PEDAGÓGICO DA ESCOLA NOVA • Dewey • Montessori • Claparède • Piaget PENSAMENTO PEDAGÓGICO FENOMENOLÓGICO-EXISTENTISTA • Buber • Korczak • Gusdorf • Pantillon PENSAMENTO PEDAGÓGICO ANTIAUTORITÁRIO • Freinet • Rogers • Lobrot PENSAMENTO PEDAGÓGICO CRÍTICO • Bourdieu-Passeron • Baudelot-Establet • Giroux PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO 1ª PARTE: PENSAMENTO PEDAGÓGICO AFRICANO • Cabral • Nyerere • Faundez Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com 2ª PARTE: PENSAMENTO PEDAGÓGICO LATINOAMERICANO • Francisco Gutiérrez • Rosa Maria Torres • Maria Teresa Nidelcoff • Emilia Ferreiro • Juan Carlos Tedesco PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO 1ª PARTE: PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO LIBERAL • Fernando Azevedo • Lourenço Filho • Anísio Teixeira • Roque Spencer Maciel De Barros 2ª PARTE: PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO PROGRESSITA • Paschoal Lemme • Álvaro Vieira Pinto • Paulo Freire • Rubem Alves • Maurício Tragtenberg • Dermerval Saviane TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS São correntes de estudo da Educação fortemente influenciadas por correntes políticas desencadeadas pelo fenômeno da modernidade. O gestor de educar é, sobretudo, um ato político e de resistência social. As tendências pedagógicas exprimem a força do ator de educar a luz das concepções de mundo elencadas por grandes pensadores educacionais universais. As tendências pedagógicas mais comuns são as liberais e progressistas. A primeira influenciada pelos pensamentos liberais de Adam Smith e a segunda pelos pensamentos de luta de classes de Karl Marx. PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO O pensamento pedagógico brasileiro começa a ter autonomia apenas com o desenvolvimento das teorias da Escola Nova ( esta escola representa o mais vigoroso movimento de renovação da Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com educação depois da criação da escola pública burguesa. A teoria e prática escolanovistas se disseminaram em muitas partes do mundo, fruto certamente de uma renovação geral que valorizava a autoformação e a atividade espontânea da criança. A teoria da Escola Nova propunha que a educação fosse investigadora da mudança social e,ao mesmo tempo, se transformasse porque a sociedade estava em mudança. P.142). Quase até o final do século XIX, nosso pensamento pedagógico reproduzia o pensamento religioso medieval. Foi graças ao pensamento iluminista trazido da Europa por intelectuais e estudantes de formação laica, positivista, liberal, que a teoria da educação brasileira pode dar alguns passos, embora tímidos. Em 1924 foi criada a ABE (Associação Brasileira de Educação) , fruto de um projeto liberal da educação que tinha entre outros componentes, um grande otimismo pedagógico: reconstruir a sociedade através da educação. Reformas importantes, realizadas por intelectuais da década de 20, impulsionaram o debate educacional, superando gradativamente a educação jesuítica tradicional, conservadora ,que dominava o pensamento pedagógico brasileiro desde os primórdios. Em 1720 a metrópole proibiu a imprensa em todo o Brasil, na tentativa de mantê-la isolada de influências externas. O legado dos Jesuítas foi um ensino de caráter verbalista, retórico, livresco, memorístico e repetitivo, que estimulava a competição através de prêmios e castigos, além de apresentarem um caráter discriminatório e preconceituosos, dedicando-se ao ensino das elites coloniais, difundindo nas classes populares a religião da subserviência, da dependência e do paternalismo, características marcantes de nossa cultura ainda hoje. Desta forma reproduziam uma sociedade perversa de analfabetos e sabichões, "doutores". Rui Barbosa (1849-1923) realizou um balanço da educação até o final do Império, o primeiro sobre o ensino secundário e superior e o segundo sobre o ensino primário, apresentados ao Parlamento em 1882/83. Neste documento, ele prega a liberdade de ensino, a laicidade da escola pública e a instrução obrigatória. A reforma sugerida inspirava-se nos sistemas educacionais da Inglaterra, da Alemanha e dos Estados Unidos. O balanço mostrava nosso atraso educacional, a fragmentação do ensino e o descaso pela educação popular, que predominavam até o Império, naquele momento a república prometiam levar a questão educacional a sério, tato que em 1890 os republicanos criaram o Ministério da Instrução junto com os Correios e Telégrafos. O movimento anarquista contribuiu para as questões educacionais, sendo muito influenciados pelos europeus através de livros, revistas e jornais. O pensamento libertário teve como principal difusora a educadora Maria Lacerda de Moura (1887-1944),combatendo principalmente o analfabetismo. Em Lições de Pedagogia I (1925), Maria Lacerda propôs uma educação que incluísse educação física, educação dos sentidos e o estudo do crescimento físico. Amparando-se em Binet, Claparède e Montessori, firmava que além Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com das noções de cálculo, leitura, língua pátria e história, seria preciso estimular associações e despertar a vida interior da criança para que houvesseauto-educação. Montessori dizia que era preciso declarar guerra ao analfabetismo, mas também à ignorância presumida, ao orgulho tolo, à vaidade vulgar, à pretensão, à ambição, ao egoísmo, à intolerância, ao sectarismo absorvente , aos preconceitos , em suma : guerra à mediocridade, à vulgaridade e à prepotência assegurada pela autoridade do diploma e do bacharelado incompetente. Em 1930, a burguesia urbano-industrial chega ao poder e apresenta um novo projeto educacional, neste momento, a educação, principalmente a educação pública. Em 1932, o Manifesto dos pioneiros da educação nova, assinado por 27 educadores, seria o primeiro grande resultado político doutrinário de 10anos de luta da ABE em favor de um Plano Nacional de Educação. Em 1938 ocorreu a fundação do Instituo Nacional de Estudos Pedagógicos – Inep (concretizando o sonho de Benjamim Constant - Pedagogium -1890). Em 1944 o Inep inicia a publicação da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Em 1948, o ministro Clemente Mariani enviou ao Congresso um projeto de lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que só seria sancionado depois de muitas disputas e alterações, em 1961, constituindo-se na primeira lei geral da educação brasileira em vigor até a Constituição de 1988. Após o golpe de 1964, surgem dois movimentos, um voltado para a educação popular e outro para a educação pública, o primeiro na chamada educação informal e na educação de jovens e adultos (teve seu ponto alto em 1958- II Congresso Nacional de Educação de Adultos e em 1964- Campanha Nacional de Educação de Adultos dirigida por Paulo freire defendendo uma concepção libertadora da educação) e o segundo na educação escolar formal ( teve um momento importante com os debates em torno da Lei de Diretrizes e Bases (LDB). A contribuição maior de Paulo freire deu-se no campo da alfabetização de jovens e adultos mas sua teoria pedagógica envolve muitos outros aspectos, como a pesquisa participante e os métodos de ensinar. Seu método de formação da consciência crítica passa por três etapas: investigação, tematização e problematização. O objetivo final do método é a conscientização. Sua pedagogia é uma pedagogia para a libertação na qual o educador tem um papel diretivo importante, mas não é bancário, é problematizador, é ao mesmo tempo educando e educador, é coerente com a sua prática, é pacientemente impaciente, mas pode também se indignar e gritar diante da injustiça. Paulo freire situa-se entre os pedagogos humanistas e críticos que deram uma contribuição decisiva á concepção dialética da educação. Não se cansa de repetir que a história é possibilidade e o problema que se coloca ao educador e a todos os homens é saber o que fazer com ela. Na defesa da escola pública popular destacam-se os sociólogos Florestan Fernandes (1920) e Luiz Pereira, entre outros. Florestan histórico defensor da escola pública bateu-se na década de 50 e início da década de 60 Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com contra os conservadores que queriam imprimir a LDB um cunho privatista. São suas obras: Educação e sociedade no Brasil (1966), A universidade: reforma ou revolução?(1969) e O desafio educacional (1989). Para Luiz Pereira (1933-1985) a solução dos problemas enfrentados dentro da escola depende da solução dos problemas externos a ela, que envolvem aspectos econômicos e sociais. Ele criticou a maioria dos pedagogos que desconsideravam esses aspectos extraclasses e que acreditavam que a escola por si só, transformaria a sociedade. É autor de A escola numa área metropolitana e Anotações sobre capitalismo. A concepção democrática no Brasil e na América Latina vem recebendo, a contribuição expressiva de Pedro Demo, Beno Sander e Walter Garcia. Rubem Alves, também é considerava educador de grande influencia sobre educadores brasileiros, refletindo sobre a alegria, sobre a necessidade do educador se descobrir como um ser amoroso, vivo, criativo. As categorias principais de sua teoria pedagógica são o prazer, a fala, o corpo, a linguagem, o despertar e o agir. Quanto à concepção fenomenológica, temos: Antonio Muniz de Rezende (1928)- Entre outras obras escreveu-Concepção fenomenológica da educação (1990), para ele educação é essencialmente fenômenos e discurso. Descreve fenômeno (mostrar-se, aparecer, desvelar-se) colocando que a educação é m processo permanente de aperfeiçoamento humano. Esta concepção valoriza a categoria do discurso na educação, pois é através dele que a educação se mostra falsa ou verdadeira. Marilena Chauí aparece como crítica da escola capitalista no Brasil, entre outros autores. Há destaque para dois autores; Darcy ribeiro- Criou a Universidade de Brasília em 1961 tendo desenvolvido entre 82 e 86 o projeto dos CIEPs (CentroIntegrado de Educação Pública) no estado do Rio de Janeiro . Em seu livro Nossa escola é uma calamidade (1984), analisaram o ensino público brasileiro e, em particular, a s escolas do Rio de Janeiro. Ao nível de teoria educacional, destacou-se nesse período também o professor de filosofia da educação Demerval Saviani que orientou e formou em cursos de pós-graduação um grupo de quadros que, embora com orientações diversificadas, conservou muito bem do seu pensamento, entre eles José Carlos Libâneo, entre outros. No início da década de 90, o discurso pedagógico foi enriquecido pela discussão da educação como cultura. O autor coloca que o pensamento pedagógico brasileiro tem sido definido por duas tendências gerais: a liberal (educadores defendem a, liberdade de ensino, de pensamento e de pesquisa, os métodos novos baseados na natureza da criança) e a progressista (educadores e teóricos Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com defendem o envolvimento da escola na formação de um cidadão crítico e participante da mudança social. Fonte: WebArtigos Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com ASPECTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO A sociologia da educação é uma disciplina que estuda os processos sociais do ensino e da aprendizagem. Tanto os processos institucionais e organizacionais nos quais a sociedade se baseia para prover educação a seus integrantes, como as relações sociais que marcam o desenvolvimento dos indivíduos neste processo são analisados por esta disciplina. A Sociologia da Educação oportuniza aos seus pesquisadores e estudiosos compreender que a educação se dá no contexto de uma sociedade que, por sua vez, é também resultante da educação. Também oportuniza compreender e caracterizar a inter-relação ser humano/sociedade/educação à luz de diferentes teorias sociológicas. O estudo de sociedade nos oferece diferentes ferramentas importantes nesta análise. O conhecimento de como diferentes culturas se reproduzem e educam seus indivíduos permite uma aproximação dos processos estruturais que compõem a educação de uma forma mais ampla. A sociologia da educação é a extensão da sociologia que estuda a realidade sócio- educacional. A educação na sociologia clássica Como vertente da Sociologia que estuda a realidade sócio-educacional e os processos educacionais de socialização, ela tem como fundadores Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Émile Durkheim é o primeiro a ter uma Sociologia da Educação sistematizada em obras como Educação e Sociologia, A Evolução Pedagógica na França e Educação Moral. Segundo Durkheim, a sociologia da educação serviria para os futuros professores para uma nova moral laica e racionalista, sem influência religiosa. Ele lançou as bases da teoria da socialização, processopelo qual, passando pela família, escola e outras agências sociais, o indivíduo torna-se um ser social. A socialização é um processo que ocorre por toda a vida do indivíduo mas é claro que na escola ela ocorre de forma sistemática e organizada. Nesse sentido a sociologia da educação é mais ampla do que o estudo da escola (sociologia do ensino) na medida em que está faz parte de um dos momentos da aprendizagem social e cultural. A sociologia da educação distingue, pois, entre a socialização primária e secundária. Seguindo essa visão, Talcott Parsons defendeu que através do processo de socialização o indivíduo aprende a desempenhar determinados papéis sociais e que o processo de aprendizado correspondia a formação de uma determinada personalidade. Através da educação o indivíduo internaliza as normas sociais e forma uma determinada identidade social. Tanto Durkheim quanto Parsons tentam Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com mostrar como a educação é um processo que molda os seres sociais e é necessária para a a reprodução da vida social: ela é uma necessidade funcional. A escola é considerada uma instituição social responsável pela educação formal e representa um desdobramento da família (educação informal). O sistema escolar nasce da complexificação da sociedade e é resultado da divisão do trabalho, ou seja, é um desdobramento da diferenciação e da especialização social. Já na interpretação marxista o processo de aprendizagem e a escola situam-se na infra-estrutura da sociedade e é nela que são produzidas as ideias ou ideologias correspondentes aos distintos modos de produção. Na realidade atual a escola serve às necessidades do capitalismo. Seguindo, portanto, as teses de Karl Marx e Friedrich Engels, os estudiosos marxistas analisam a escola como o lugar na qual são gestadas as visões que legitimam sistemas de exploração, alienação e dominação. É o caso de Louis Althusser com sua tese de que a escola é um aparelho ideológico do Estado. Outros teóricos ligados ao marxismo, como Antonio Gramsci, por sua vez, preferem entender a escola como o lugar em que pode ser produzida uma contra-ideologia ou uma nova hegemonia. Nesse caso destaca-se o papel transformador e emancipador do processo escolar. No interior da corrente marxista, portanto, existe um debate sobre o papel reprodutor ou transformador da escola: a escola serve à ideologia ou ao pensamento crítico? A teoria marxista tem enorme influência no Brasil e é adotada por diversos nomes do pensamento pedagógico como é o caso de Paulo Freire. Outra vertente da sociologia da educação retoma as ideias de Max Weber e sua teoria a racionalização social e do desencantamento do mundo. Com base em sua sociologia da dominação (burocrática, tradicional e carismática) esse pensador identificou três tipos ideais ou puros (modelos abstratos)segundo os quais ocorre o aprendizado. A pedagogia carismática visa despertar as qualidades do indivíduo, a pedagogia tradicional o cultivo das qualidades morais e intelectuais e a pedagogia burocrática a formação técnica (treinamento). Max Weber foi um grande defensor da liberdade de pensamento no ensino superior mas defendeu que o educador não deve utilizar a sala de aula como tribuna para divulgar suas convicções. No plano da ciência Weber defendia a neutralidade axiológica: o papel do professor é estimular a autonomia intelectual do educando e não impor suas próprias ideais. Weber fez análises detalhadas sobre a educação ministrada pelos mandarins na China imperial (exemplo de pedagogia tradicional) e estudou a correlação entre educação e grupos religiosos (protestantes e católicos) na Alemanha no primeiro capítulo de seu estudo intitulado A ética protestante e o espírito do capitalismo. Na linha weberiana outro importante pensador dos processos educacionais é Karl Mannheim que definiu a educação como um tipo de técnica social: Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com Assim, a educação apenas será corretamente compreendida se a consideramos como uma das técnicas que influenciam o comportamento humano e como um meio de controle social. A menor mudança nessas técnicas e controles mais gerais reflete-se na educação em sentido restrito - ou seja, a processada no interior da escola. A educação na sociologia contemporânea Nos anos 60 e 70 a sociologia da educação recebeu um enorme impulso com as pesquisas de Pierre Bourdieu que buscou analisar a relação entre escola e reprodução social: ele escreveu "Os estudantes e o ensino" em 1968 e " A reprodução" em 1970, este junto com Jean-Claude Passeron. Ele também analisou o sistema universitário em "Homo academicus" (1984). Esse autor demonstrou como o processo de socialização imprime nos alunos um habitus primário que tende a se reproduzir em suas práticas sociais. Na Escola as camadas de baixa renda acabam se defrontando com um habitus diferente, o que acaba desestimulando e dificultando o aprendizado. Em outros termos, na escola o educando encontra um capital cultural diferente daquele herdado na família. Ao mostrar os mecanismos sócio-culturais da exclusão social a teoria de Pierre Bourdieu recebeu a denominação de crítico-reprodutivista. O tema das desigualdades escolares aparece também na obra de Roger Establet e Bernard Lahire. Algumas linhas de pensamento dedicaram-se também a entender os processos de socialização em uma perspectiva microssociológica, ou seja, a partir do cotidiano dos indivíduos e de suas ações sociais: no centro dessa abordagem estão as interações sociais e o estudo dos grupos sociais, seja o meio familiar, seja o meio escolar, grupos de amigos, etc.. Um dos principais representantes desse tipo de análise é George Herbert Mead. Em Mind, Self, and Society (1932) ele estuda os processos de formação da subjetividade (Self) a partir da capacidade dos indivíduos de se representarem no lugar do outro (Outro generalizado) em atividades como jogos e recreações infantis. Embora seu estudo seja adotado também pela psicologia social, a análise das relações entre mente e sociedade também faz parte dos estudos sociológicos. Nos Estados Unidos é especialmente importante a pesquisa de James S. Coleman e na Inglaterra um dos principais nomes é Basil Bernstein. Michael Apple e Henry Giroux são alguns autores que propõem uma análise crítica dos currículos escolares. Também as pesquisas de Michel Foucault e sua análise da microfísica do poder e da biopolítica tem uma enorme importância na pesquisa social em educação.A pesquisa sobre gênero e os temas do racismo e da desigualdade social são também fundamentais nessa área de estudos. Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com Sociologia da educação no Brasil No Brasil, um dos pioneiros na Sociologia da Educação foi Fernando Azevedo, signatário do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova em 1932, responsável pela Reforma do Ensino no então Distrito Federal (1927). Foi ainda um dos intelectuais responsáveis pela fundação da Universidade de São Paulo - USP em 1934. A disciplina também recebeu importantes contribuições de Florestan Fernandes. Atualmente existem grupos organizados de pesquisadores em sociologia da educação em entidades científicas como a ANPOCS e a SBS (Sociedade Brasileira de Sociologia). Nessas entidades são formados grupos de trabalho que estudam a realidade social da educação no Brasil. Atualmente alguns dos principais estudiosos são Carlos Benedito Martins (Universidade de Brasília) e Clarissa Baeta Neves (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). A Associação Internacional de Sociologiapossui o Comitê de Pesquisas em Sociologia de Educação desde 1971. a sociologia é conhecida por vários meios,por exemplo os pesquisadores da pagina de ambos os lados já veem falando sobre a logica da sociologia, porem a sociologia se torna cada vez mais bem impressionada. CULTURA E ORGANIZAÇÃO SOCIAL Uma organização social ou instituição social é qualquer estrutura ou mecanismo de ordem social que governa o comportamento de um conjunto de indivíduos dentro de uma dada comunidade, podendo ser humana ou de um animal específico. Instituições são identificadas com um propósito social, transcendendo indivíduos e intenções através da mediação de regras que governam o comportamento vivo. É o conjunto de relações entre membros de um grupo, entre grupos ou entre pessoas e grupos. Uma sociedade não tem condições de sobreviver se não apresentar uma certa organização e relacionamento entre seus membros. Para que exista sociedade são necessárias interações conscientes entre os indivíduos que a formam. Sem organização, o homem não conseguirá, de maneira ideal, alimentação, vestimenta, moradia, enfim, realizar com plenitude todas as suas potencialidades. Até os grupos sociais se organizam e mantêm relações recíprocas, como entre famílias, entre escolas, entre fábricas, etc. Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com Um aspecto cultural marcante dos povos é a organização social, que compreende os papéis exercidos pelos indivíduos na sociedade e as ações decorrentes do desempenho desses papéis. Numa escola, por exemplo, o diretor orienta o trabalho de todos os funcionários, solicita melhorias para o prédio e suas instalações, participa de reuniões na delegacia de ensino para acompanhar as determinações da Secretaria de Educação; os inspetores cuidam da disciplina; os professores lecionam; os faxineiros cuidam da limpeza; os alunos participam das aulas etc. A organização social engloba os diversos campos de atuação humana: econômico(atividades produtivas, comércio, serviços; político (governo); religioso (líderes espirituais e fiéis). Na organização social, são importantes as relações de poder que se estabelecem entre os indivíduos que a compõem. Mas o que é poder? Poder, no sentido social da palavra, significa capacidade de agir, de produzir resultados que foram predeterminados. Assim,por exemplo, temos poder para elaborar uma redação ou para resolver uma equação de matemática, desde que disponhamos dos meios para isso: conhecimento do assunto, caneta, lápis, papel ou microcomputador. As relações de poder na sociedade, o poder manifesta-se em diversos grupos sociais ou em diversas esferas da vida em sociedade. Há relações de poder na família, num clube, numa empresa, nas religiões, nos sindicatos de trabalhadores etc. Novamente no exemplo da escola, o diretor tem poder para determinar uma alteração nos procedimentos de limpeza executados pelos funcionários da faxina, ou para convocar reuniões com os professores. Mas esse poder do diretor em relação aos funcionários é exercido apenas na escola, enquanto estão desempenhando suas atividades no horário de trabalho. Em uma empresa, o chefe de um setor tem poder para distribuir serviços entre os seus funcionários subordinados. DESIGUALDADES SOCIAIS A desigualdade social refere-se a processos relacionais na sociedade que têm o efeito de limitar ou prejudicar o status de um determinado grupo, classe ou círculo social. As áreas de desigualdade Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com social incluem o acesso aos direitos de voto, a liberdade de expressão e de reunião, a extensão dos direitos de propriedade e de acesso à educação, saúde, moradia de qualidade, viajar, ter transporte, férias e outros bens e serviços sociais. Além de que também pode ser visto na qualidade da vida familiar e da vizinhança, ocupação, satisfação no trabalho e acesso ao crédito. Se estas divisões econômicas endurecem, elas podem levar a desigualdade social.[2] Formas de Desigualdade Social Desigualdade de gênero Segundo Ragadas, um dos fatores centrais na construção das desigualdades tem sido a discriminação de gêneros. A discriminação sexual é estruturada nas distinções sociais e culturais entre homens e mulheres que convertem as diferenças sexuais biológicas em hierarquias de poder, status e renda. Também pode ser definido como a divisão de tarefas, posto de trabalho e profissões com base no feminino e masculino, essa prática, que era comum na sociedade começou a ser questionada apenas recentemente. As consequências dessa desigualdade é que as mulheres ganham menos que os homens, ou homens a menos do que as mulheres (fazendo o mesmo trabalho, com o mesmo grau de ensino e mesmos horários). A sociedade salarial não é uma sociedade de igualdade, há uma grande diferença entre o rendimento gerado pelo homem em comparação à mulher e até mesmo o acesso aos bens sociais, por exemplo, acesso à educação e cultura. A ênfase na desigualdade de gênero nasce do aprofundamento da divisão em papéis atribuídos a homens e mulheres, particularmente nas esferas econômica, política e educacional. As mulheres estão sub- representadas em atividades políticas e tomada de decisão na maioria dos estados. Desigualdade racial A desigualdade racial é o resultado de distinções sociais hierárquicas entre grupos étnicos dentro de uma sociedade e, muitas vezes estabelecida com base em características como a cor da pele e outras características físicas ou origem e cultura de um indivíduo. O tratamento desigual e de oportunidades entre os grupos raciais é geralmente o resultado de alguns grupos étnicos, considerados superior a outros. Esta desigualdade pode se manifestar por meio de práticas de contratação discriminatórias em locais de trabalho, em alguns casos, os empregadores têm demonstrado preferir a contratação de funcionários em potencial com base na percepção étnica dado o nome de um candidato - mesmo que todos tenham currículos apresentando qualificações idênticas. Parte desses tipos de práticas discriminatórias resultam de estereótipos, que é quando as pessoas fazem suposições sobre as tendências e características de determinados grupos sociais, muitas vezes incluindo grupos étnicos, normalmente enraizadas em suposições sobre a biologia, Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com capacidades cognitivas, ou mesmo falhas morais inerentes. Estas atribuições negativas são então divulgados através da sociedade através de diferentes meios, incluindo a televisão, jornais e internet, os quais desempenham papel na promoção de preconceitos de raça e assim marginalizando grupos de pessoas. Isto, juntamente com a xenofobia e outras formas de discriminação continuam a ocorrer nas sociedades com o aumento da globalização. Desigualdade de casta O sistema de castas é um tipo de desigualdade que existe principalmente na Índia, bem como Nepal, Bangladesh, Paquistão, Japão e Coreia. A casta pode ser dependente de uma ocupação (função) ou com base na origem ou nascimento (hereditariedade). Muitas vezes há uma série de restrições atribuídas às pessoa de castas mais baixas, tais como restrições à partilha de comida e bebida com membros de outras castas, restrições de ir a determinados lugares, a execução de endogamia, bem como a utilização de vestimentas e hábitos alimentares definidos. Estas restrições podem ser aplicadas através de violência física ou exploração. As castas mais baixas são mais propensas a viver em bairros degradados e têmempregos de baixo status e renda. Desigualdade etária Discriminação etária é definido como o tratamento injusto de pessoas no que diz respeito a promoções, recrutamento, recursos ou privilégios por causa de sua idade. É também conhecido como preconceito de idade os estereótipos e a discriminação contra indivíduos ou grupos com base em sua idade. É ainda um conjunto de crenças, atitudes, normas e valores utilizados para justificar preconceito baseado na idade, discriminação e subordinação. Uma forma de preconceito de idade é "adultismo", que é a discriminação contra crianças e pessoas com idade legal inferior a idade adulta. Desigualdade de classes A medida da desigualdade entre as classes sociais depende da definição utilizada. Para Karl Marx, existia duas grandes classes sociais, com desigualdades significativas: a classe trabalhadora (o proletariado) e os capitalistas (a burguesia). Esta simples divisão representa os interesses sociais opostos de seus membros, o ganho de capital para os capitalistas e a sobrevivência para os trabalhadores, criando as desigualdades e o conflito social a quem Marx associa a opressão e a exploração. Max Weber, por outro lado, usa as classes sociais como uma ferramenta de estratificação com base na riqueza e status. Para ele, a classe social está fortemente associada a prestígios e privilégios. Ela pode explicar a reprodução social, a tendência das classes de permanecer estável ao longo de gerações mantendo as desigualdades igualmente. Tais desigualdades incluem as diferenças de renda, de riqueza, de acesso à educação, níveis de pensão, Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com status social e rede de segurança sócio-econômica. Em geral, a classe social pode ser definida como uma grande categoria de pessoas classificadas similarmente localizadas em uma hierarquia e distinguidas de outras grandes categorias na hierarquia por características como ocupação, escolaridade, renda e riqueza. Um comum entendimento das classes sociais hoje inclui a classe alta, a classe média e a classe baixa. Os membros de diferentes classes tem variado acesso a recursos de capital, o que afeta sua colocação no sistema de estratificação social. Desigualdade na saúde As desigualdades na saúde podem ser definidas como as diferenças no estado de saúde ou na distribuição dos determinantes da saúde entre diferentes grupos populacionais. As desigualdades na saúde são, em muitos casos relacionadas com o acesso aos cuidados de saúde. Em nações industrializadas, as desigualdades na saúde são mais prevalentes em países que não implementaram um sistema de saúde universal, por exemplo nos Estados Unidos; porque o sistema de saúde norte- americano é fortemente privatizado, o acesso aos cuidados de saúde é dependente de um capital econômico, os cuidados de saúde não é um direito, é um produto que pode ser comprado através de empresas de seguros privados (ou que às vezes é fornecido através de um empregador). A forma como os cuidados de saúde está organizado em os EUA contribui para as desigualdades em saúde com base em gênero, status socioeconômico e raça/etnia. Desigualdade social na visão de Karl Marx Várias teorias apareceram no século XIX criticando as explicações sobre desigualdade, entre elas, a de Karl Marx, que desenvolveu um teoria sobre a noção de liberdade e igualdade do pensamento liberal. Essa liberdade baseava-se na liberdade de comprar e vender, e conseguir, de fato, uma certa independência financeira. Outra muito criticada também, foi a igualdade jurídica, que baseava-se nas necessidades do capitalismo de apresentar todas as relações como fundadas em normas jurídicas.Como a relação patrão e empregado tinha que ser feita sobre os princípios do direito, e outras tantas relações também. Para Marx, as desigualdades sociais são resolvidas quando se busca pelo interesses da grande maioria e não apenas de alguns. A explicação básica de desigualdade social para esse teorista, é aquela velha frase feita: "A maioria tem voz e faz valer o seus interesses, a minoria, os "oprimidos" têm que concordar". Marx criticava o liberalismo porque eram só expressos os interesses de uma parte da sociedade e não da maioria, como tinha que ser. Segundo o próprio Marx, a sociedade é um conjunto de atividades dos homens, ou ações humanas, e essas ações que tornam a sociedade possível. Essas ações ajudam a organização social, e mostra que o homem pode se relacionar um com os outros. Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com Assim, Marx considera as desigualdades sociais como produto de um conjunto de relações na propriedade como um fato jurídico, e também político. O poder de dominação é que da origem a essas desigualdades. As desigualdades se originam dessa relação contraditória, refletem na apropriação e dominação, dando origem a um sistema social, neste sistema uma classes produz e a outra domina tudo, onde esta última domina a primeira dando origem as classes operárias e burguesas. As desigualadas são fruto das relações, sociais, políticas e culturais, mostrando que as desigualdades não são apenas econômicas mas também culturais, participar de uma classe significa que você está em plena atividade social, seja na escola, seja em casa com a família ou em qualquer outro lugar, e estas atividades ajudam-lhe a ter um melhor pensamento sobre si mesmo e seus companheiros. RELAÇAO EDUCAÇÃO, ESCOLA E FAMÍLIA As transformações da família É preciso ter em mente que a família é uma instituição estática, isto é permanente, mas sujeita a transformações e adaptações socioculturais. A família sempre existirá, mas sob diferentes formas em determinados contextos históricos. “A mudança global é normalmente vista como a resultante das simples mudanças nas instituições, bem como nos aspectos particulares e minuciosos da vida social. De fato, a mudança geral, por si só, não existiria como realidade significativa se não fosse à síntese que deriva das simples realidades que mudam”. Segundo Locke um dos primeiros contratos estabelecidos entre os indivíduos foi entre o homem e a mulher e sucessivamente entre pais e filhos; assim a família é considerada o primeiro grupo humano organizado que se estabeleceu como base para a sociedade. Daí a importância que as mudanças ocorridas em seu seio têm para as demais instituições sociais. Fazendo uma pequena cronologia nos anos 20: “Pensadores da Escola de Chicago tratando a família como lócus de interação, salientando a importância da urbanização e da entrada da mulher no mercado de trabalho como fatores que contribuíram para a redução da família extensa”. Nos anos 40 começa-se a notar uma redução no número de casamentos, o que provavelmente Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com ocorreu pelo encolhimento da família ocorrido nos anos 20. Já nas décadas de 60 e 70, diante do autoritarismo imposto pela época da Ditadura Militar brasileira, a família também modificou suas relações, além do advento dos movimentos de contracultura, hippie e o feminismo. Na tentativa de se construir uma família aberta, com diálogo e compreensão, muitas vezes foi deixado de lado à necessidade de estabelecer limites na educação dos filhos, esse debate é novamente colocado em discussão e se busca um equilíbrio. Segundo Maria Eunice1, o lema mais conhecido de 1968 foi “É proibido proibir”, porém muitas vezes o que era entendido dessa frase era “É permitido permitir”, por isso a questão do educar ficou difícil de ser medida, afinal, a partir de quemomento educar não é proibir? Esse debate persiste. Atualmente temos em escolas os filhos desses jovens da década de 60 e 70, e nos deparamos com muitas crianças e adolescentes que desconhecem seus limites. A função de pais ficou confundida com a questão do amigo e a família não percebeu ser, normalmente, a base de apoio para o jovem que necessita de um “porto seguro”. Veja bem, não estamos colocando de que modo deve ser uma família, mas independente do modo como ela é, ela sempre é importante. As Transformações na Escola A família se transformou e com ela muita de suas instituições. Para tratar desse assunto pegaremos o exemplo da relação da mulher com a sala de aula: se antes a mulher era educada para ser uma boa esposa, dona de casa e mãe, hoje ela luta de igual para igual no mercado de trabalho. Como a escola lidou com tamanha transformação? Primeiramente é preciso contextualizar como a educação era tratada antes da entrada maciça da mulher no mercado de trabalho. No século XIX era corrente a distinção entre educação dos meninos e das meninas: “para os meninos, noções de geometria; para as meninas, bordado e costura”. 1 Nesse período era unânime a concepção de que as mulheres deveriam receber uma educação voltada para o lar e para a família e que a sua principal função na família era de guia espiritual e moral dos filhos. Essa concepção foi mudando com o decorrer dos tempos e um dos fatores que corroboraram para isto foram os processos de urbanização e de industrialização que acabaram por ampliar as oportunidades de trabalho, tanto para homens quanto para as mulheres. Dentro desse contexto de transformações econômicas, foi encontrada pelas mulheres a “brecha” necessária para que elas tivessem uma educação além do lar, uma educação que também fosse voltada para o mercado de Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com trabalho. Análise de caso Ao realizarmos uma pesquisa com 48 alunos de sétima série de uma Escola Pública, de idades entre 13 e 16 anos, podemos verificar algumas dificuldades encontradas pelos adolescentes. Muitos deles não sabem realmente o que desejam fazer daqui dez anos, outros possuem sonhos comuns à faixa etária, como ser jogador de futebol, ou seguir a carreira das artes cênicas. Entretanto muitos deles expressaram o desejo de realizar uma faculdade, e se tornar médico, arquiteto, administrador, enfim várias profissões. Isso é muito interessante pelo fato de serem adolescentes de classes diferentes entre si, alguns pais são garçons, empregados domésticos, segurança, outros, arquitetos, advogados, empresários, ou seja, um grupo proveniente de diferentes classes sociais reunidos em um mesmo ambiente de aprendizado. Quando questionados sobre as profissões de seus pais e com quem moravam, ficou-nos claro que quase metade do grupo possui pais separados, 03 disseram não terem conhecido seu pai, uma menina escreveu algo que nos deixou impressionados e chateados, ela escreveu: “Não tenho pai.”, infelizmente ela é apenas um retrato comum de muitas crianças e jovens. Todos temos pais, eles estando ou não perto de nós, e a frase dessa menina nos passou a idéia de tristeza, pareceu-nos que sua vontade era expressar certa indignação diante do fato. Enfim, ao vermos um retrato da sociedade atual notamos as diferentes formas de família que nos deparamos numa sala de aula. Além disso, a maioria dos pais não possui relativamente tempo para passar com seus filhos e isso é compensado, dependendo do caso, é claro, com presentes e outras formas de demonstração de carinho que naquele momento lhes parece ser a melhor opção. Educação, escola, família e uma nova pedagogia Educar e aprender dá-se hoje em um processo conjunto e diferenciado das ações rigorosamente disciplinadoras notadas nas escolas do período de “modernização” pedagógica. A racionalização dos espaços e das práticas entre educador e educando desta época foi de forte poder homogeneizador numa relação vertical, muitas vezes impedindo as formulações mais críticas e o diálogo do conhecimento. Reivindicações em busca de mudar essa lógica foram contemporaneamente expressadas com o Manifesto dos Pioneiros (1932), o qual procurava trazer para a ação pedagógica e para os projetos educacionais um modo novo, mais amplo de ver a sociedade, não em primazia do Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com exclusivismo para algumas classes mais abastadas. Observa Paulo Freire que a "cultura" não é imóvel1 e tem modificado-se cada vez mais rapidamente em espaço menor de tempo. Encurtando este último, mas distanciando as diferentes gerações. O que seria um dos sintomas do famigerado “progresso”. Tal fato dificultaria a comunicação e a educação com contato maior entre pais e filhos; evidentemente, um com experiências muito diversas do outro. A discussão pode expandir-se para a sala de aula, quando é freqüente a reclamação de que dar aula torna-se difícil para o professor porque o aluno, uma criança ou um pré-adolescente, considera muito mais interessante a internet, o video game ou mesmo a televisão. Esse último recurso de comunicação capaz de uma "força alienante" na sua veiculação "de forma sutil" das ideologias interessantes aos próprios comunicadores. A crítica se faz difícil em situações deste tipo, um aparelho tão comum e, aparentemente, tão inofensivo como uma televisão não gera no senso comum reação ou análise dotada de crítica no sentido social/pedagógico do objeto, o qual não é um meio neutro. As massas não buscam na televisão o que o pedagogo enxerga. As condições de atuação da escola e da família nesse processo formador agem em interdepedência (Jacintho Setton, 2002)2, dinâmica e via de interação, sendo difícil descolar uma realidade da outra. A família agiria como o princípio da formação da identidade social; a escola, na formação mais específica (o que também não excluí a influência da prática social escolar). O caso é que nesta quase indissociável questão, as relações se diferenciaram, e principalmente diversificaram-se. Da complexidade presente na escola e nas formas de família existentes hoje em atingir estas muitas realidades podem surgir casos mais problemáticos ou uma maior variação, no sentido benéfico, da prática educacional. A crítica e a curiosidade surgida dos alunos seriam uma boa expressão da atuação deste último “efeito”, buscando melhoras nas formações. O que se aborda atualmente é uma maior liberdade por parte do aluno para que se estabeleça uma relação mais horizontal do que as notadas em outras épocas. Os ímpetos de contestação e crítica postos nas últimas décadas contra um moralismo hipócrita geraram essa maior liberalização, talvez força de melhor diálogo entre aqueles que deveriam anteriormente dar o exemplo para que fossem refletidos na geração seguinte. Desprendendo do sentido de repetição dos valores, vê-se aí um choque ou uma cooperação de conhecimentos díspares entre pais/professores e filhos/alunos. A sugestão de uma possibilidade de autonomia no fazer e pensar dos mais novos transforma essa relação daqueles sabres diferenciados em formas de questionamento que podem atacar a autoridade. Igualdade mais significativa pode ser positiva no diálogo já comentado anteriormente, mas existe Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com também a possibilidade de cair em uma ridicularização das figuras paternas3, uma queda da autoridade, em embate que não busca somente o fim do autoritarismo. Teorizando sobre essa diferença de autoridade e autoritarismo e liberdade e licenciosidade, Paulo Freire também aponta que essas concepções devem ser pautadas pela basedo respeito. Os conceitos de autoritarismo e licenciosidade devem assim ser negados, mas não se deve tomar os de autoridade e liberdade como dispensáveis: o professor autoritário restringe a curiosidade necessária para o aprendizado, enquanto o licencioso acaba com as possibilidades de radicalidade. A Importância da Integração Escola-Família no Processo Pedagógico A relevância conferida à família tanto pela constituição no seu Cap. VII – Da família, da criança, do adolescente e do ancião em seus artigos 226, 227 e 228, como pelo Estatuto da Criança e do Adolescente em seu Cap. III – Do direito à convivência familiar e comunitária nos estimulam a empreender uma incursão de caráter teórico-conceitual sobre as leis existentes que referendam a questão familiar e sua relação com as práticas de políticas sociais desde o ponto de vista educacional. Ao examinar-se a realidade, notamos que as práticas postuladas nos documentos se constituem em vias de acesso que as escolas possuem para implementar processos de integração e participação familiar que podem e devem ser organizados e executados pela escola. Geralmente a iniciação das pessoas na cultura, nos valores e nas normas da sociedade começam na família. Para que o desenvolvimento da personalidade das crianças seja harmonioso é necessário que seu ambiente familiar traduza uma atmosfera de crescente progressão educativa. EDUCAÇÃO E SOCIEDADE NO BRASIL Educação Popular A Educação Popular é um método de educação que valoriza os saberes prévios do povo e suas realidades culturais na construção de novos saberes. Está implicada com o desenvolvimento de um olhar crítico, que facilita o desenvolvimento da comunidade que o educando está inserido ,pois estimula o diálogo e participação comunitária, possibilitando uma melhor leitura de realidade social ,política e econômica. Não é “Educação Informal” porque visa a formação de sujeitos com conhecimento e consciência cidadã e a organização do trabalho político para afirmação do sujeito. É uma estratégia de construção da participação popular para o redirecionamento da vida social. A Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com principal característica da Educação Popular é utilizar o saber da comunidade como matéria prima para o ensino , valorizando todos os sujeitos sociais nesse processo, tornando esse espaço de educação um lugar de afetos alegres e amorosidade. É aprender a partir do conhecimento do sujeito e ensinar a partir de palavras e temas geradores do cotidiano dele, reconhecendo a importância do saber popular e o saber científico. A Educação é vista como ato de conhecimento e transformação social, tendo um certo cunho político. O resultado desse tipo de educação é observado quando o sujeito pode situar-se bem no contexto de interesse. A educação popular pode ser aplicada em qualquer contexto, mas as aplicações mais comuns ocorrem em assentamentos rurais, em instituições sócio-educativas, em aldeias indígenas e no ensino de jovens e adultos, processos educativos no SUS. Conceito Antes de falarmos sobre Educação Popular, precisamos definir o termo “popular”. A concepção mais comum que se observa, inclusive nos dicionários, é de “popular” como sendo algo do povo, para o povo, que atende às necessidades do povo. Usaremos a concepção de Paulo Freire, entendendo uma comunidade especifica do âmbito “popular” que por assim dizer será chamada de oprimido, aquele que vive sem as condições elementares para o exercício de sua cidadania e que está fora da posse e uso dos bens materiais produzidos pelo sistema econômico atual. Assim, podemos definir a Educação Popular como uma teoria de conhecimento referenciada na realidade, com metodologias incentivadoras à participação e ao empoderamento das pessoas permeado por uma base política estimuladora de transformações sociais e orientado por anseios humanos de liberdade, justiça, igualdade e felicidade. Segundo Brandão (1986), os educadores pensam a educação em domínios restritos: a universidade, o ensino fundamental, o ensino médio, a alfabetização, a educação de jovens e adultos. Muitas vezes a educação acaba por tomar domínios restritos, determinados socialmente, quando deveriam atender às necessidades do contexto, do cotidiano do aluno, enfim, da culturado educando. Para pensar em Educação Popular, é necessário, portanto, repensar a educação. A educação, quando se fala no panorama social, é a condição da permanente recriação da própria cultura sendo, por isso, a razão da dominação da cultura entre outros. Já no panorama individual, a educação é a condição de criação do indivíduo, é a relação de saber das trocas entre pessoas. Ainda segundo Brandão, aprender é formar-se pessoa a partir do organismo, realizando a passagem da natureza à cultura. Para ele, houve primeiro um saber de todos que se tornou sábio e erudito e que, por oposição, estabelece como popular o saber do consenso onde se originou, tratando o erudito como a forma própria, centralizada e associada a especialistas da educação enquanto vê o popular como o Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com conhecimento difuso, interior da vida subalterna. Um saber da comunidade torna-se o saber das frações (classes, grupos, povos, tribos) subalternas da sociedade desigual. Em um primeiro longínquo sentido, as formas – imersas ou não em outras práticas sociais, através das quais o saber das classes populares ou das comunidades sem classes é transferido entre grupos ou pessoas, são a sua educação popular. (BRANDÃO, 1986, p. 26) Essa grande separação entre o conhecimento dito erudito e o dito popular leva à marginalização dos oprimidos, das classes subalternas da sociedade desigual. É para contrariar isso que surge a Educação Popular. A Educação Popular é uma educação comprometida e participativa orientada pela perspectiva de realização de todos os direitos do povo. Sua principal característica é utilizar o saber da comunidade como matéria prima para o ensino. É aprender a partir do conhecimento do sujeito e ensinar a partir de palavras e temas geradores do cotidiano dele. O processo-ensino-aprendizagem é visto como ato de conhecimento e transformação social, sendo pautada na perspectiva política. É diferente da Educação Tradicional porque não é uma educação imposta, já que se baseia no saber da comunidade e incentiva o diálogo; e é diferente de uma Educação Informal porque possui uma relação horizontal entre educador e educando. A Educação Popular visa a formação de sujeitos com conhecimento e consciência cidadã e a organização do trabalho político para afirmação do sujeito. É uma estratégia de construção da participação popular para o redirecionamento da vida social objetivado trabalhar as necessidades populares. O resultado desse tipo de educação é observado quando o sujeito pode situar-se bem no contexto de interesse. A Educação Popular não se restrige pelos contextos, busca caracterizar os contextos em que ela precisa ser trabalhada, mas as aplicações mais comuns ocorrem em assentamentos rurais, em instituições socioeducativas, em aldeias indígenas e no ensino de jovens e adultos. Esses espaços são os que apresentam uma necessidade natural de trabalhar com educação popular, contudo a educação infantil,fundamental e média das escolas públicas também precisam de abordagens populares e críticas. Percebemos isso quando a etnomatemática - perspectiva baseada nas leituras de educação popular - já vem sendo abordada em seminários e discussões nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN`s. Assim, a educação popular contribui com os movimentos sociais evem colocando a discussão de direitos, diferenças e compromissos sociais também na rede publica. O Educador Popular Sabemos que as classes populares produzem saberes, ligados às suas experiências de vida e ao contexto social em que estão inseridos. Também é dado que a Educação popular caracterizava-se por valorizar e problematizar esses saberes, sem subjugá-los pelos saberes acadêmicos e sim articulando estes àqueles. Cabe, então, refletir sobre o educador inserido nesse processo educativo. Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com Para tanto, abordaremos as seguintes questões: qual é o perfil do educador popular? quais os seus desafios e atribuições no processo pedagógico? Com base nessas questões, buscamos identificar e compreender o perfil do educador popular esboçado nos textos lidos, ou seja, quais as características e as atribuições do educador, e qual a sua formação profissional. Após a leitura de algumas obras, definimos que o educador é um sujeito com saberes específicos, ou seja, distintos dos saberes dos alunos, sem que isso signifique atribuir aos saberes dos educadores maior ou menor valor, mas, sim, aceitar que são saberes próprios da experiência do educador. A esse respeito, Freire (1986) ressalta: “A experiência de estar por baixo leva os alunos a pensarem que se você é um professor dialógico, nega definitivamente as diferenças entre eles e você. De uma vez por todas, somos todos iguais! Mas isto não é possível. Temos que ser claros com eles. Não. A relação dialógica não tem o poder de criar uma igualdade impossível como essa. O educador continua sendo diferente dos alunos, mas – e esta é, para mim, a questão central - a diferença entre eles, se o professor é democrático, se o seu sonho político é de libertação, é que ele não pode permitir que a diferença necessária entre o professor e os alunos se torne antagônica. A diferença continua a existir! Sou diferente dos alunos! Mas se sou democrático não posso permitir que esta diferença seja antagônica. Se eles se tornam antagonistas, é porque me tornei autoritário." (p. 117). Com isso, se, por um lado, o educador popular não se constitui em um transmissor de informações descontextualizadas da realidade dos sujeitos com quem atua, por outro ele também não se restringe a um facilitador de aprendizagens. Entre um extremo e outro, compreendemos que o educador é um sujeito indispensável ao diálogo, afinal apenas a palavra dos educandos seria proferida, sem a leitura crítica, sem a reflexão que, articulando-se à ação, torna-se práxis (Freire, 1987). Sendo assim, conforme Freire (1987): “A conquista implícita no diálogo é a do mundo pelos sujeitos dialógicos, não a de um pelo outro. Conquista do mundo para a libertação dos homens.” (p. 79). A partir da leitura de alguns trabalhos publicados na Reunião Anual da ANPED, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, no período de 2003 a 2005, percebemos que são freqüentes duas imagens do educador: o educador como ponte e o educador como mediador. A primeira imagem – o educador como ponte – associa o educador ao papel de apoiador, que é a passagem (XAVIER, 2003) entre conhecimentos populares e acadêmicos, que subsidia a ação dos sujeitos-educandos (RIBEIRO,2004), ao mesmo tempo em que facilita reflexões (AZIBEIRO, 2003) ou é facilitador de aprendizagens. Associando o educador a um facilitador de aprendizagem, é como dizer que o processo educativo está centrado no educando, delegando ao educador a função de motivar, estimular e deixa fluírem as motivações do aluno. Quanto a esse aspecto, Freire (1986) avalia: “... minha posição não é de negar o papel diretivo e necessário do educador. Mas não sou o Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com tipo de educador que se considera dono dos objetos que estudo com os alunos. Estou extremamente interessado nos objetos de estudo – eles estimulam minha curiosidade e trago esse entusiasmo para os alunos. Então podemos juntos iluminar o objeto!” (p.125). A segunda imagem – do educador como mediador – é mais recorrente e mais diversificada em seu uso. Assim, conduz à indagação: mediador de quê/quem? Variadas são as respostas encontradas nos textos: mediador de culturas, mediador de conflitos. Porém, há maior ênfase ao mediador do processo dialógico desde o qual novos conhecimentos são produzidos pelos grupos, ou seja, o educador e os educandos, conjuntamente. Sendo assim, o educador enquanto “sujeito designado a vir aos grupos populares com um saber que lhe é específico e que dá a estes grupos uma contribuição teórica própria” é mediador da problematização da realidade junto aos educandos, sendo, ao mesmo tempo, mediado pelo movimento de ação - reflexão - ação. Assim todos os sujeitos se transformam, porque tanto os educandos, quantos os educadores mobilizam os próprios saberes e a própria leitura da realidade. O educador popular não precisa necessariamente ser um militante de um movimento social, mas temos algumas características que o constroem enquanto educador popular: - Deve compreender a realidade por ter um grau de relação com o universo simbólico de seu educando; - Deve saber quem são os jovens e os adultos, no universo existencial, seu locus social; e - Deve entender a dinâmica específica do processo ensino aprendizagem, dos elementos que constituem a linguagem e a emocionalidade. Assim, o objetivo comum entre os educadores populares é o fortalecimento das classes populares como sujeitos de produção e comunicação de saberes próprios, visando à transformação social. Desse modo, a formação dos educadores vai se construindo à medida que ele conhece os seus educandos. Através do diagnóstico participativo, isto é, do diálogo, busca- se recuperar a oralidade e a história de cada um. Portanto o educando e o educador formam-se mutuamente, ao longo do processo educativo, ou melhor, “já não se pode afirmar que alguém liberta alguém, ou que alguém se liberta sozinho, mas os homens se libertam em comunhão”. (Freire, 1987, p. 130). Histórico Na década de vinte, mais especificamente após a semana de arte moderna e posteriormente com os manifestos da Escola Nova, intelectuais falavam em uma educação popular que fosse direito de todos. Em meados da década de 30, finalmente começa a se consolidar um sistema público de educação elementar no país. A sociedade brasileira passava nessa época por grandes transformações, associadas ao processo de industrialização e concentração populacional em centros urbanos (êxodo rural). A ampliação da educação elementar foi impulsionada pelo Governo Federal, que traçava diretrizes educacionais para todo o país. O movimento incluiu esforços articulados Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com nacionalmente de extensão do ensino elementar, aos adultos. Nos anos 40, com o fim da ditadura de Vargas, em 1945, e o país vivendo a efervescência política da redemocratização, a educação de adultos define sua identidade tomando a forma de uma campanha nacional de massa. A Campanha de Educação de Adultos, lançada em 1947, pretendia, numa primeira etapa, uma ação extensiva que previa a alfabetização em três meses, e mais a condensação do curso primário em dois períodos de 7 meses. Nos primeiros anos, sob a direção do professor Lourenço Filho, a campanha conseguiu resultados significativos. Entretanto o clima de entusiasmo começou a diminuir na década de 50: iniciativas voltadas à ação comunitária em zonas rurais não tiveram o mesmo sucesso e a campanha se extinguiu antes do final da década. As críticas à Campanha de Educaçãode Adultos voltavam-se tanto às suas deficiências administrativas e financeiras quanto à sua orientação pedagógica, pois os professores viam os analfabetos como pessoas incompetentes. Essa visão foi modificada antes mesmo do final da campanha. Mais tarde, com o governo de Juscelino Kubitschek (1956 a 1961) e de João Goulart (1961 a 1964) e o advento da industrialização no Brasil com a chegada de capital estrangeiro, a limitação da educação tornou-se um problema e passou a ser necessário instruir o povo para expandir o capital. Foi nesse contexto que apareceu o Movimento de Educação de Base (MEB), um programa governamental de alfabetização criado em 1961 pela Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB). Se esse foi o marco do início da história da educação popular no país, os anos seguintes seriam ainda mais fundamentais. Foi nessa fase que o educador Paulo Freire modificou o caráter apenas alfabetizador da educação popular e passou a trabalhar também com a conscientização critica e libertadora do educando. Com o golpe militar de 1964, os programas de alfabetização e educação popular que se multiplicaram no período entre 1961 e 1964 foram vistos como uma grave ameaça à ordem e seus promotores duramente reprimidos. O governo só permitiu a realização de programas assistencialistas e conservadores de alfabetização de adultos até que, em 1967, ele mesmo assumiu o controle dessa atividade lançando o Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização. O Mobral era a resposta do regime militar à ainda grave situação do analfabetismo no país. Em 1969, lançou- se uma campanha massiva de alfabetização. Durante a década de 70, o Mobral expandiu-se por todo o território nacional, diversificando sua atuação. Das iniciativas que derivaram do programa de alfabetização, a mais importante foi o PEI - Programa de Educação Integrada, que correspondia a uma condensação do antigo curso primário. Este programa abria a possibilidade de continuidade de estudos para os recém alfabetizados. Em 1980, após permanecer no exílio por 16 anos, Paulo Freire volta ao Brasil. Em 1989, aceita o convite da prefeita de São Paulo, a então petista, Luiza Erundina, Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com para assumir a Secretaria de Educação. Durante o tempo que ficou na direção da pasta, o pedagogo criou o Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (Mova). A Educação Popular no Mundo O continente europeu, que apresenta a melhor taxa de desenvolvimento humano do mundo, está procurando no Brasil a solução para a exclusão social. Populações de refugiados, moradores de rua e imigrantes em busca de trabalho formaram uma classe social à margem dos altos padrões europeus. Países como Itália e Finlândia, e mesmo fora do continente, como Estados Unidos e Japão, vêm encontrando na educação popular brasileira o mecanismo mais eficiente de incluir com justiça esse novo público. Vem de Paulo Freire a inspiração usada por italianos, espanhóis, finlandeses, alemães, americanos e até japoneses para lidar com seus excluídos. Atualmente mais de cem países possuem núcleos de estudos, cátedras ou institutos que trabalham sob a égide da Pedagogia Libertadora, desenvolvida pelo educador. Para atender a demanda, o Instituto Paulo Freire criou um departamento que cuida exatamente da expansão da ideologia do pedagogo pelo mundo. A Universitás Paulo Freire foi criada em 2000, durante um encontro de pedagogos realizado em Bolonha, Itália. O coordenador da Universitás, Jason Mafra, afirma que a função do departamento é orientar os estudiosos que procuram o Instituto. Em 2005 foram inaugurados o Instituto Paulo Freire de Israel e da África do Sul. A Educação Popular e Suas Perspectivas A educação popular, primeiramente, foi entendida como uma modalidade, uma extensão dos serviços da escola àquelas pessoas que, aparentemente, não tinham acesso a educação ou estavam a margem dela. Depois de algum tempo é que ela foi entendida como um conjunto de lutas para que a educação fosse realmente acessível ao povo. A educação popular vinha sendo construída, primeiramente, com conhecimentos do cotidiano e entendida como o saber popular que não era considerado pelos currículos escolares. No começo da história da educação no Brasil, Azevedo (1976), diz que, ao educar os índios, os negros, os mestiços, a Companhia de Jesus implantou o que seria a semente da educação popular. É claro que há os que discordam desta posição, mas no seu contexto histórico, qualquer educação voltada para o povo seria considerada educação popular. No século XX escolas formais foram se concretizando na América Latina e procuravam afirmar os princípios liberais de igualdade e justiça. Com isso, começaram os movimentos de trabalhadores, educadores, intelectuais e outros agentes envolvidos no processo pedagógico, para obrigar o Estado a se responsabilizar pela educação formal e para todos, com o apoio e interesse de empresários, os quais viam uma grande margem de lucro em trabalhadores bem formados. Foi com os movimentos populares que nasceu a discussão de uma educação que atendesse as necessidades do povo e que Transaction: HP01415153535065 e-mail: lidianisimi@hotmail.com ampliasse a relação entre Estado, sociedade e educação das classes populares. Mas foi após a 1ª Guerra Mundial que começou uma ampla luta por uma educação que seria a primeira educação popular, visando a reduzir o analfabetismo que tinha índices muito elevados. Brandão (1984), considera que a educação popular teve duas divisões temporais: a primeira antes da divisão social do saber e da criação de escolas, e a segunda na luta pela democratização do ensino, a partir do séc XIX. Este conceito se desenvolve no que Gadotti (1991) nos mostra como educação popular, em que se busca melhorar as condições psicológicas e, consequentemente, materiais, através de movimentos populares trabalhando a conscientização, em grupos de base, comunidades, etc. Os primeiros escritos que trazem uma nova forma de ver a educação popular são os de Paulo Freire em “Prática cultural para a liberdade” que apresenta uma nova responsabilidade em relação à educação, não só popular, mas que se preocupe com o bem estar dos indivíduos. Segundo ele a educação deveria, primeiramente, transformar sistemas tradicionais de ensino e construir uma proposta de reescrever a prática pedagógica, repensando o sentido político da educação. Mas esse processo de transformação deve se dar no coletivo, pois pessoa nenhuma transforma a sociedade sozinha. Pela primeira vez constrói-se uma perspectiva em que realmente há possibilidade e transformação a partir da base de onde nasce essa educação. Com a possibilidade de educação do povo, o saber popular se fortalece e resulta em uma tentativa de transformação da ordem social dominante. O horizonte que a educação popular traz é, segundo Brandão (1984, p.103 ), “A educação através da qual ele, o sujeito, não se veja apenas como um anônimo sujeito da cultura brasileira, mas como um sujeito coletivo da transformação da história e da cultura do país.” Hoje, a educação popular ultrapassa o nível das comunidades e bairros para influenciar nos sistemas educacionais de ensino como podemos observar nas diretrizes curriculares do Estado do Paraná: "As Diretrizes Curriculares para a Educação Pública no Estado do Paraná chegam às escolas como um documento oficial que traz as marcas de sua construção: a horizontalidade, que abraçou todas as Escolas e Núcleos Regionais de Educação do Estado e a polifonia, que faz ressoar nelas as vozes de todos os professores das Escolas Públicas paranaenses. Este
Compartilhar