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Efeito do Intervalo Entre Ordenhas sobre o Consumo de Matéria Seca, Comportamento Ingestivo e Produção de Leite de Vacas em Lactação.

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UFRRJ 
INSTITUTO DE ZOOTECNIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA 
 
 
 
DISSERTAÇÃO 
 
 
 
Efeito do Intervalo Entre Ordenhas sobre o Consumo 
de Matéria Seca, Comportamento Ingestivo e Produção 
de Leite de Vacas em Lactação. 
 
 
Janaina Gonçalves Garçone 
 
 
2005 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE ZOOTECNIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA 
 
 
 
EFEITO DO INTERVALO ENTRE ORDENHAS SOBRE O 
CONSUMO DE MATÉRIA SECA, COMPORTAMENTO 
INGESTIVO E PRODUÇÃO DE LEITE DE VACAS EM 
LACTAÇÃO 
 
 
JANAINA GONÇALVES GARÇONE 
 
 
Sob a orientação do Professor 
Edinaldo da Silva Bezerra 
 
e Co-orientação dos Professores 
Edson de Souza Balieiro 
José Paulo de Oliveira 
 
 
 
 
Dissertação submetida como requisito 
parcial para obtenção do grau de Mestre 
em Ciências, no Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia, na Área de 
Concentração de Produção Animal. 
 
 
 
 
Seropédica, RJ 
Agosto de 2005 
 
UFRRJ / Biblioteca Central / Divisão de Processamentos Técnicos 
 
 
 
 
 
 
636.2142 
G216e 
T 
 
Garçone, Janaina Gonçalves, 1977 
 Efeito do intervalo entre ordenhas sobre o 
consumo de matéria seca, comportamento ingestivo 
e produção de leite de vacas em lactação / Janaina 
Gonçalves Garçone – 2005. 
 37 f. : il. 
 
 Orientador: Edinaldo da Silva Bezerra. 
 Dissertação (mestrado) – Universidade Federal 
Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Zootecnia. 
 Bibliografia: f. 31. 
 
 1. Bovino de leite – Alimentação e rações – 
Teses. 2. Leite – Produção – Teses. 3. Ruminante – 
Comportamento – Teses. I. Bezerra, Edinaldo da 
Silva, 1961. II. Universidade Federal Rural do Rio 
de Janeiro. Instituto de Zootecnia. III. Título. 
 
 
 
 
 
 Bibliotecário: _______________________________Data: ___/___/______ 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE ZOOTECNIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA 
 
 
JANAINA GONÇALVES GARÇONE 
 
Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em 
Ciências no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, área de Concentração em 
Produção Animal. 
 
DISSERTAÇÃO APROVADA EM 30/08/2005 
 
 
 
 
_____________________________________ 
Edinaldo da Silva Bezerra, Dr. UFRRJ 
(Orientador) 
 
 
_____________________________________ 
Nelson Jorge Moraes, Dr. UFRRJ 
 
 
 
 
 
_____________________________________ 
Magda Alves de Medeiros, Dra. UFRRJ 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao grande mestre Jesus pela força maior 
para seguir o caminho. 
Aos meus amados pais por todo apoio, 
amor e confiança depositados na minha 
vida. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao Amado Pai por sua infinita bondade, pelas bênçãos, e pela força para que eu 
conseguisse continuar na luta e trilhar mais um pedaço dessa minha caminhada. 
À minha família pelo apoio moral, financeiro e afetivo, pois sem eles eu não 
teria conseguido realizar minhas atividades. Aos meus pais Rubem, Ligia e meus 
queridos Luciana, Luna e Gilton pelo papel fundamental na minha vida, por serem 
minha base e um exemplo para o meu caminho, e por todo crédito e confiança sempre 
depositados nas minhas escolhas, tanto profissionais quanto pessoais. 
Aos amigos de luz que me acompanham e auxiliam trazendo coragem e 
conforto. 
Ao meu querido mestre e amigo Edinaldo que acreditou na minha perseverança, 
no meu trabalho, na minha vitória. Um orientador dedicado, um profissional muito 
competente e um amigo para a vida toda. 
Ao Instituto de Zootecnia e ao diretor Nelson por disponibilizar os animais e 
todo os insumos necessários para a realização das atividades realizadas no Setor de 
Bovinocultura de Leite. 
Aos professores da UFRRJ pela minha formação, em especial os professores 
Edson Balieiro e José Paulo pela amizade e por todo apoio que me deram desde a 
graduação, no sufoco para ingressar na Pós-Graduação e durante o Programa. Aos 
amigos Frank, Jonas, Beth, Pedro e os demais funcionários do IZ pelo carinho durante 
todos os anos de Universidade. 
Aos funcionários do Setor de Bovinocultura de Leite: Tonho, Diquinha, Santos e 
Ailton que foram meus braços em muitos momentos, pelo mutirão de todos os demais 
colegas nos dias de confecção da silagem, e pela ajuda dos estagiários. 
Um especial agradecimento ao Jean que muito se dedicou à minha pesquisa e me 
acompanhou por todo o período experimental. 
Ao Everton pela amizade e atenção ao meu experimento. Sem a sua ajuda teria 
sido difícil realizar as atividades no setor. Aos amigos Mirio, Silvana, e todos as pessoas 
que não citei, mas que me ajudaram na equipe de anotações do comportamento e que 
passaram horas observando os animais. 
Ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e toda a equipe do 
Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários pela compreensão, paciência e 
apoio nos momentos em que precisei me ausentar para finalizar a dissertação. 
Um grande abraço aos companheiros de pós-graduação pelas aulas e as 
conversas de final de tarde, Alda, Silvana, e à amiga Fabiana Nobre que, estando na 
mesma situação, se manteve por perto me incentivando a escrever, para que 
conseguíssemos finalizar nossos trabalhos. Às amigas Hérica e Leandra pelo carinho. 
Ao meu querido Gumercindo Franco por todo companheirismo, apoio 
incondicional, amizade e carinho. Pelos cansativos dias e noites que passamos juntos na 
finalização do trabalho escrito e por não ter deixado de acreditar, um minuto sequer, na 
minha capacidade em terminar de escrever a dissertação. Sem você teria sido muito 
difícil! Obrigada pelo incentivo, pelo auxílio, pela paciência e por todo amor! 
Deixo aqui todo o meu respeito aos animais que participaram desse estudo e um 
grande abraço para todos que, de forma direta ou indireta, me ajudaram a executar esse 
trabalho, seja pelas atividades no Setor de Bovinocultura, pelos estudos em grupo ou 
simplesmente pela amizade e companhia nos anos em que cursei o Mestrado em 
Zootecnia. 
 
RESUMO 
 
 
GARÇONE, Janaina Gonçalves. Efeito do intervalo entre ordenhas sobre o consumo 
de matéria seca, comportamento ingestivo e produção de leite de vacas leiteiras. 
2005. 39p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Instituto de Zootecnia, Universidade 
Federal Rural do Rio Janeiro, Seropédica, RJ, 2005 
 
Entre os meses de julho e setembro de 2002 e janeiro a março de 2003, foram utilizadas 
oito vacas de grau de sangue holandês alojadas em baias individuais tipo tie-stall, 
distribuídas em delineamento em switch-back, com o objetivo de avaliar o efeito de 
diferentes intervalos entre as ordenhas, realizadas em diferentes horários sobre o 
consumo de matéria seca, o comportamento ingestivo e a produção de leite. Foram 
feitos quatro tratamentos constituídos por intervalos de oito, nove, 10 e 11 horas entre 
ordenhas, realizando-se a ordenha da manhã no horário fixo de 6:00h e variando os 
horários da tarde, em função dos tratamentos, ordenhando-se as vacas às 14:00, às 
15:00, às 16:00 e às 17:00h, respectivamente. Os animais foram arraçoados duas vezes 
ao dia com ração total constituída de silagem de capim elefante, resíduo de cervejaria e 
ração concentrada. Foi avaliado o comportamento dos animais em relação às dietas a 
que foram submetidos, sendo monitorados durante 24 horas, em intervalos regulares de 
cinco minutos, determinando-se as atividades de alimentação, ruminação, consumo de 
água, ócio e outras atividades. Observou-se que houve efeito significativo (P < 0,05) dos 
intervalos de ordenha sobre os consumos de matéria natural e de matéria seca. A estação 
do ano não exerceu efeito (P > 0,05) sobre os consumos de matéria natural e matéria 
seca, porém a conversãoalimentar sofreu efeito (P < 0,05) tanto do tratamento quanto 
da estação do ano. As médias do consumo voluntário de matéria seca foram de 15,24 
kg/cab/dia no inverno e 14,95 kg/cab/dia no verão. De acordo com as análises 
estatísticas observou-se que o intervalo de ordenha e a estação do ano não influenciaram 
o tempo gasto para a ingestão de alimentos, ruminação, ócio e outras atividades. A 
estação do ano influenciou significativamente (P < 0,05) o número de mastigações por 
bolo e o tempo de formação de cada bolo ruminal. Concluiu-se que as estações do ano 
não tiveram efeito relevante sobre a ingestão de alimentos, a ruminação, o ócio e outras 
atividades. Constatou-se, que a época do ano não foi o fator preponderante a influenciar 
o desempenho produtivo das vacas em teste, mas houve uma interação significativa 
entre a estação do ano e o intervalo entre ordenhas. No inverno, o menor intervalo entre 
ordenhas resultou em menor produção de leite. 
 
 
Palavras chave: Aspectos comportamentais. Desempenho produtivo. Ruminação. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
GARÇONE, Janaina Gonçalves. Effects of milking interval on dry matter intake, 
ingestive behaviour and milk production of dairy cattle. 2005. 39p. Dissertation 
(Master Science in Animal Science). Instituto de Zootecnia, Universidade Federal Rural 
do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2005 
 
 
Eight Holstein-Zebu cows were used in tie stall system, between the months o of July to 
September of 2002 and January to March of, distributed in switch-back design, with the 
objective of evaluate the effect of different milking intervals, accomplished in different 
schedules on dry matter intake, ingestive behavior and milk production. The treatments 
were constituted eight, nine, ten and eleven milking interval, milked at two, at three, at 
four and at five PM o’clock and milking morning at six o’clock, being the fixed 
schedule and varying the schedules of the morning, in function of the treatments. The 
animals were fed twice a day with total mixed ration constituted of elephant grass 
silage, brewer’s grains and concentrated. The behavior of the animals was monitored for 
24 hours, in regular intervals of five minutes; being determined the feeding activities, 
rumination, water consumption, idling and other activities. There was a positive effect 
(P < 0,05) of the milking intervals on dry matter intake and the feed conversion. There 
was no significant effect of the season on dry matter intake, however there was a 
positive effect (P < 0,05) of season and milking intervals on feed conversion. The dry 
matter intake was 15,24 kg/cow/day in the winter and 14,95 kg/cow/day in the summer. 
There were not significant effects of treatments (P > 0,05) on spending times to food 
intake, rumination, idling, and other activities. The season had been a significant effect 
(P < 0,05) on number of mericic activities/ruminal bolus and the time to make each 
bolus. It was concluded that the season had not a significant effect on feeding activities, 
rumination, water consumption, idling and other activities. The season was not a 
preponderant factor to affect the milk production. In the winter, shortest intervals 
between milking resulted in a decreased milk production. 
 
 
Key word: Behavior aspects. Productive performance. 
 
 
 
 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
 
Tabela 1a Distribuição dos tratamentos, seguindo o modelo switch back........... 10 
Tabela 1b Distribuição resumida dos tratamentos, seguindo o modelo switch-
back..................................................................................................... 
 
11 
Tabela 2 Média das temperaturas (°C) e da umidade do ar (%) entre os meses 
do experimento, distribuída nas estações verão e inverno................... 
 
12 
Tabela 3 Composição bromatológica média da ração oferecida, em % da 
matéria seca......................................................................................... 
 
12 
Tabela 4 Consumo de ração, expresso na matéria natural e matéria seca, e 
conversão alimentar em vacas............................................................. 
 
15 
Tabela 5 Comportamento ingestivo médio de vacas em lactação em relação à 
ocupação do tempo diário medido em horas (h) e em percentagem 
da atividade em 24 horas e o número de mastigações por bolo e 
tempo em segundos (seg), para a formação de cada bolo alimentar, 
no inverno e verão............................................................................... 
 
 
 
 
16 
Tabela 6 Comportamento ingestivo médio de vacas em lactação em relação à 
ocupação do tempo diário medido em minutos (min.), com ingestão 
de alimentos, ruminação, consumo de água e outras atividades, taxa 
de mastigação e tempo médio, em segundos (seg.) para formação de 
cada bolo alimentar no inverno e no verão.......................................... 
 
 
 
 
18 
Tabela 7 Média de produção de leite (kg) das vacas submetidas a diferentes 
intervalos de ordenha nas estações inverno e verão............................ 
 
26 
Tabela 8 Média de produção de leite das vacas nas ordenhas diárias em 
ambas estações e a eficiência de síntese de leite................................. 
 
28 
 
 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
Figura 1 Consumo de ração, expresso na matéria natural, de vacas 
submetidas a intervalos de ordenhas no inverno e no verão............ 
 
14 
Figura 2 Consumo de ração, expresso na matéria natural, de vacas 
submetidas a intervalos de ordenhas no inverno e no verão............ 
 
14 
Figura 3 Comportamento diário de vacas em lactação, em porcentagem do 
tempo despendido por dia em alimentação, ruminação, ingestão 
de água, ócio e outras atividades, em função dos intervalos de 
ordenhas............................................................................................ 
 
 
 
17 
Figura 4 Tempo gasto com a ingestão (min/dia) em vacas submetidas a 
intervalos de ordenhas no inverno e no verão.................................. 
 
17 
Figura 5 Taxa de mastigação (mast/bolo) em vacas submetidas a intervalos 
de ordenhas no inverno e no verão................................................... 
 
19 
Figura 6 Tempo de formação do bolo ruminal (seg/bolo) em vacas 
submetidas a intervalos de ordenhas no inverno e no verão............ 
 
19 
Figura 7 Tempo gasto com a ruminação (minutos/dia) em vacas 
submetidas a intervalos de ordenhas no inverno e no verão............ 
 
20 
Figura 8 Tempo gasto com a ingestão de água (minutos/dia) em vacas 
submetidas a intervalos de ordenhas no inverno e no verão............ 
 
21 
Figura 9 Tempo gasto em ócio (minutos/dia) em vacas submetidas a 
intervalos de ordenhas no inverno e no verão.................................. 
 
22 
Figura 10 Tempo gasto com outras atividades (minutos/dia) em vacas 
submetidas a intervalos de ordenhas no inverno e no verão............ 
 
22 
Figura 11 Atividade diária de alimentação (em %) das vacas no inverno e no 
verão................................................................................................. 
 
23 
Figura 12 Atividade diária de ruminação (em %) das vacas no inverno e no 
verão................................................................................................. 
 
24 
Figura 13 Comportamento de ingestão de água (em %) pelas vacas em 
ambas as estações............................................................................. 
 
25 
Figura 14a Produção de leite (kg) das vacas submetidas a intervalos de 
ordenha no inverno e no verão......................................................... 
 
25 
Figura 14b Produção de leite (kg) das vacas submetidas a intervalos de 
ordenha no inverno e no verão......................................................... 
 
26 
Figura15 Produção de leite da manhã e da tarde das vacas submetidas a 
intervalos de ordenha nas estações inverno...................................... 
 
27 
Figura 16 Produção de leite da manhã e da tarde das vacas submetidas a 
intervalos de ordenha estações......................................................... 
 
27 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 
 
01 
2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 02 
2.1. Freqüência e Intervalos entre Ordenhas .......................................................……. 02 
2.2. Consumo de Matéria Seca ............................................................................…… 03 
2.3. Temperatura Ambiente e Estresse Calórico .................................................…… 04 
2.4. Comportamento Ingestivo de Vacas .............................................................…… 
 
07 
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 10 
3.1. Local .............................................................................................................…… 10 
3.2. Desenho Experimental ..................................................................................…… 10 
3.3. Instalações .....................................................................................................…… 11 
3.4. Tratamentos ..................................................................................................…… 12 
3.5. Manejo Alimentar .........................................................................................…… 12 
3.6. Amostragem ..................................................................................................…… 13 
3.7. Estudo do Comportamento Animal ..............................................................…… 13 
3.8. Análises Estatísticas ......................................................................................…… 
 
13 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 14 
4.1. Consumo .......................................................................................................…… 14 
4.2. Comportamento Ingestivo ............................................................................……. 16 
4.3. Produção de Leite .........................................................................................…… 
 
25 
5. CONCLUSÕES....................................................................................................... 
 
30 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 
 
31 
7. ANEXOS ................................................................................................................ 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
1 INTRODUÇÃO 
Em alimentação de ruminantes, a ingestão de matéria seca é um dos aspectos mais 
importantes a serem considerados na formulação de dietas, por causa da estreita relação 
com o desempenho produtivo. São inúmeros os fatores que podem exercer influência 
sobre a capacidade do animal em consumir alimento, alguns de ordem ambiental e 
outros inerentes ao animal ou ao alimento. O efeito de cada um desses fatores e suas 
inter-relações assumem maior ou menor importância em função da estratégia alimentar 
empregada de acordo com o animal e o tipo de exploração em curso. 
A produção de leite no Brasil passa, na atualidade, por uma grande transformação, 
em virtude da nova realidade econômica mundial, com adoção de modernas tecnologias, 
visando o crescimento substancial da produtividade. Com isso, as granjas leiteiras 
utilizam um número cada vez maior de vacas com alto potencial genético para produção 
de leite, que obviamente possuem um elevado metabolismo, com maior produção de 
calor endógeno. 
No caso de ruminantes, em razão da necessidade de se trabalhar com sistemas de 
produção mais intensivos, a maximização do consumo de matéria seca de qualidade 
torna-se muito importante para se obter a máxima produção. Em condições tropicais, 
todavia, a temperatura ambiente elevada pode ser um fator limitante, já que para se 
manter em homeotermia, os animais lançam mão de mecanismos fisiológicos para 
reduzir calor corporal, dentre esses, a diminuição do consumo de alimento para reduzir 
o incremento calórico. As conseqüências vão desde a queda na produção de leite, até a 
redução dos índices reprodutivos, com reflexos econômicos significativos. 
Muitos produtores buscam realizar a ordenha nos horários mais frescos do dia 
acreditando que, com esse manejo, podem reduzir o estresse calórico. Todavia, é 
possível que as temperaturas elevadas no momento da ordenha possam ter reflexos 
menos deletérios que aquelas observadas nos períodos que o animal dispõe para se 
alimentar. Os trabalhos existentes sobre freqüência e intervalos de ordenhas são, na sua 
maioria, baseados em experimentos conduzidos em países de clima temperado, o que 
não condiz com a realidade do Brasil. 
Dessa forma, esse trabalho teve como propósito estudar até que ponto a 
manipulação de horários e intervalos entre as ordenhas pode influenciar os padrões de 
alimentação e o consumo de alimentos em clima tropical. Objetivou-se ainda avaliar de 
que forma isso poderia refletir na performance de vacas leiteiras, considerando-se um 
possível efeito da interação de diferentes intervalos de ordenhas realizadas em diferentes 
horários em duas estações distintas do ano no consumo de matéria seca, no 
comportamento ingestivo e na produção de leite de vacas em lactação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 Freqüência e Intervalos de Ordenha 
 
A produção de leite varia em função do número de células secretoras presentes 
no úbere e de suas atividades metabólicas, e ambos os processos determinam o potencial 
de produção de leite da glândula mamária e podem mudar durante o período de lactação. 
A freqüência e o intervalo entre as ordenhas são ferramentas disponíveis ao produtor 
para a manipulação da produção de leite pela vaca, melhorando a produtividade do 
rebanho. 
Com o aumento da freqüência de ordenha ocorre um aumento da atividade das 
células mamárias. Em uma pesquisa onde a menor freqüência de ordenha (uma ordenha 
diária) foi comparada com duas ordenhas diárias, observou-se um aumento 
compensatório na produção de leite nas glândulas ordenhadas com mais freqüência 
(STELWAGEN & KNIGHT, 1997). Esse aumento pode estar relacionado à pronta 
disponibilidade de substrato para as glândulas ordenhadas duas vezes ao dia. 
STELWAGEN & KNIGHT (1997) observaram uma redução na eficiência de 
secreção de leite quando foi feita apenas uma ordenha por dia. A atividade das enzimas 
envolvidas no processo de síntese de leite foi significativamente mais baixa em tecidos 
ordenhados somente uma vez por dia (FARR et al., citado por STELWAGEN, 2001). 
Na maioria desses experimentos, a atividade das células mamárias tem sido 
medida após um período de tratamento relativamente pequeno e é interessante observar 
que existem evidências comprovando que freqüências maiores em longo prazo não 
conseguem manter a atividade celular elevada, apesar de uma maior persistência na 
lactação. Isso implica que, em longo prazo, o aumento na produção de leite é mantido 
por outros fatores além do aumento da atividade celular. Nesse sentido, algumas 
pesquisas foram conduzidas, realizando três ordenhas diárias e foi possível observar a 
presença de mais parênquima mamário, sugerindo um aumento no número de células 
mamárias (HENDERSON et al., 1985). WILDE et al. (1987) reportaram que após 37 
semanas, as glândulas ordenhadas três vezes ao dia continhammais células secretoras 
quando comparadas com duas ordenhas diárias. 
 O número de ordenhas interfere na produção de leite (ARMSTRONG, 1997). É 
possível conseguir aumentos de 20-30% na produção quando se passa de uma para duas 
ordenhas diárias, de 15-20% de 2 para 3 ordenhas diárias e até 6% quando se passa de 3 
para 4 ordenhas, logicamente se a vaca tiver genética para produção (STELWAGEN, 
2001). NEIVA (1998) estudou um rebanho leiteiro (Holandês PB e seus mestiços: 1/2, 
3/4, 7/8) e constatou aumento na produção de 15 a 30% ao se passar de 2 para 3 
ordenhas diárias e de 5% na produção diária de leite quando passou de 3 para 4 
ordenhas. 
O intervalo entre ordenhas pode influenciar a secreção láctea. Preconiza-se que 
as vacas devam ser ordenhadas em intervalos iguais de 12 em 12 horas, pois quando 
submetidas a duas ordenhas diárias produzem maiores quantidades de leite, quando 
comparadas às ordenhas em intervalos desiguais, de acordo com os primeiros estudos 
conduzidos por BARTLET (1929). Porém, pesquisas mais recentes têm evidenciado que 
a taxa de secreção láctea é linear e constante até o intervalo de 16 horas e declina a 
intervalos maiores (STELWAGEN, 2001). 
Este fato nos permite realizar a ordenha em horários mais adequados, tanto para 
a racionalização da mão-de-obra, quanto para a alimentação das vacas permitindo 
3 
horários mais adequados do dia para alimentação. Sendo assim, intervalos de 8-16, 9-
15, 10-14, 11-13 e 12-12 horas foram testados em alguns estudos e são comumente 
utilizados em vários países. Entretanto a escolha do horário e do intervalo de ordenha 
depende da necessidade da criação e alguns países adotam intervalos de ordenha de 10-
14h por um fator social. KOSHI & PETERSEN (1954) realizaram uma pesquisa sobre o 
efeito dos intervalos de ordenhas na produção e verificaram que o intervalo 12-12 
produziu um pouco menos que 10-14 horas, porém não houve diferença significativa 
entre os intervalos testados. Dessa forma, pode-se inferir que as pesquisas não são 
conclusivas quanto aos benefícios do intervalo 12-12h comparado a 10-14h 
(ARMSTRONG, 1997). 
Outras pesquisas têm mostrado que o intervalo entre ordenhas deve ser inferior a 
18 horas para evitar efeitos adversos na produção e na qualidade do leite 
(STELWAGEN et al., 1997; NEIVA, 1998). 
Atualmente existe pouco ou nenhum efeito significativo dos intervalos sobre a 
produção de leite até um intervalo de oito horas em vacas. Dessa forma, o conhecimento 
sobre o enchimento e a distribuição de leite dentro do úbere podem ser úteis na 
determinação do intervalo de ordenha mais apropriado para o manejo da espécie. 
O ritmo de secreção média por hora num intervalo de 24 horas pode ser 15% 
menor do que num intervalo de 12 horas. Um intervalo longo não reduziu somente a 
produção de leite durante ele, mas afetou também a produção nos intervalos 
subseqüentes. Em conseqüência, a produção de leite em intervalos de 8 horas seguindo 
um intervalo de 24 horas foi 25% menor do que quando o intervalo anterior foi de 8 
horas (ELLIOT et al., 1960). 
Vacas ordenhadas a intervalos de 4, 8, 12, 16 e 20 horas tiveram suas taxas de 
secreção de leite e de gordura, lineares até o intervalo de 12 horas e houve significativa 
redução em intervalos de 16 e 20 horas comparados as intervalos de 4, 8 e 12 horas. Isto 
indica que longos intervalos têm efeito depressivo sobre a taxa de secreção de leite, 
SCHMIDT (1960). TUCKER et al., (1961) testando intervalos entre as ordenhas de 8, 
12, 16, 20 e 24 horas, observaram que a média da taxa de secreção de leite decresceu 
com o aumento do intervalo entre ordenhas. Em outro experimento conduzido por 
SCHMIDT & TRIMBERGER (1963), testando diferentes intervalos entre ordenhas de 
12-12, 14-10 e 16-8 horas, os autores concluíram que a produção de leite decresceu em 
0,3 e 1,3 %, respectivamente, aos intervalos de 14-10 e 16-8, comparados a intervalos 
iguais de 12-12 horas, o intervalo de 16-8 horas causou maior decréscimo na produção 
de leite das novilhas que das vacas na raça holandesa, embora não tenham sido 
observadas diferenças significativas na produção de leite. 
Torna-se necessário considerar o nível de produção das vacas e atentar para o 
fato de que até poucas horas após a ordenha quase não há leite presente nas cisternas. 
Além disso, próximo ao final da lactação, a secreção e o volume de leite das cisternas 
diminuem. 
 
 
2.2 Consumo de Matéria Seca 
 
A ingestão de matéria-seca é o principal fator que afeta a performance animal e é 
de fundamental importância em nutrição porque estabelece a quantidade de nutrientes 
disponíveis para a saúde e a produção de um animal. A estimativa da ingestão de 
matéria seca é importante na formulação de dietas para prevenir a subnutrição ou a 
ingestão excessiva de nutrientes e promover o uso eficiente dos nutrientes. A 
subnutrição restringe a produção e pode afetar a saúde do animal e o excesso de 
4 
nutrientes aumenta os custos com a alimentação, podendo resultar em excreção 
exagerada dos nutrientes no ambiente, e em quantidades muito excessivas, pode causar 
efeitos adversos a saúde (NRC, 2001). 
A determinação do consumo de alimento é fundamental para o balanceamento 
adequado de suas dietas, mas em ruminantes existem inúmeros fatores que interferem 
nesse consumo, com intensidades variadas (BEZERRA et al., 2002). A quantidade de 
alimento ingerido pode sofrer variações da ordem de 40 a 60%, de 20 a 30%, de 10 a 
15% respectivamente, por efeito de fatores inerentes ao animal, ao alimento, ao 
ambiente e às condições de manejo (ROSELER et al., 1993b). 
A precisão da avaliação do consumo de matéria-seca é a chave para o 
balanceamento das dietas. O conteúdo de fibra em detergente neutro da forragem está 
inversamente relacionado com o consumo (BEAUCHEMIN, 1996). Diante disso, sabe-
se que a utilização de dietas ricas em fibra é limitante ao máximo consumo, pois, sendo 
este material de baixa densidade, necessita de maior tempo de permanência no rúmen e 
de ampla capacidade ruminal para acomodar o alimento (NRC, 1988). 
Como a especialização para alta produção de leite envolve metabolismo intenso, 
ingestão de grandes quantidades de energia metabolizável, alta eficiência na utilização 
de alimentos e grande produção de calor endógeno, a redução no consumo de matéria 
seca representa a principal causa da diminuição na produção de leite (HUBER, 1990; 
HEAD,1995; BACARI,1998). 
Durante a lactação ocorre maior ingestão de alimentos e quando o animal é 
privado de nutrientes “extras” neste período, ele tende a perder peso ou a produzir 
menos leite ou ambos (FONSECA, 1985). Evidências indicam que a diminuição no 
consumo voluntário de alimentos tem sido o principal motivo do decréscimo na 
produção de leite em vacas submetidas ao estresse pelo calor (MAUST et al., 1972). 
Geralmente as vacas limitam o consumo de forragem durante os períodos quentes do 
ano (HUBER, 1990). 
O volume da dieta e a conseqüente distensão do trato digestivo limitam o 
consumo (ALLEN, 1996) e este efeito é percebido com alimentos de baixa densidade, 
ocorrendo o efeito de enchimento ruminal (VAN SOEST, 1994; BEAUCHEMIN, 1996; 
SHAVER et al., 1988). A fração fibra em detergente neutro geralmente apresenta baixa 
taxa de passagem e é considerada constituinte dietético primário associado ao efeito de 
enchimento ruminal. Porém, com o aumento do uso de concentrado nas dietas, o 
consumo de matéria seca aumenta linearmente, independentemente do tipo de forragem 
utilizada (NRC, 1988). Desta forma, o teor de gordura do leite diminui e os distúrbios 
digestivos aumentam. Por outro lado, quando há um consumo predominante de 
forragens, a produção de calor no corpo e a temperatura são mais elevadas. 
 
 
2.3 Temperatura Ambiente e Estresse Calórico 
 
Os efeitos desfavoráveis do calor sobre as vacas deleite são freqüentemente 
discutidos, especialmente no que concerne à aceleração do ritmo respiratório, à elevação 
da temperatura retal, à redução no consumo de alimentos pelos animais e aos problemas 
reprodutivos. O conhecimento das interações do animal com o meio ambiente é de 
fundamental importância para que seja feito um manejo adequado do rebanho visando a 
minimização dos efeitos prejudiciais do estresse calórico. 
No decorrer da evolução dos animais vertebrados apareceram mecanismos 
reguladores, que por meio da produção ou liberação de calor permitem a manutenção de 
uma determinada temperatura. 
5 
Os animais homeotermos dispõem de mecanismos de regulação térmica que 
ajustam a temperatura corporal mediante a formação ou a liberação de calor, 
determinando, assim, a manutenção da temperatura corpórea independente da 
temperatura do meio ambiente. Os centros termorreguladores sediados no hipotálamo 
possuem condições de manter a temperatura corpórea dentro de limites bem estreitos 
(GURTHER et al., 1987). 
Considera-se a zona de conforto térmico aquela faixa de temperatura ambiente 
dentro da qual o animal homeotermo praticamente não utiliza seu sistema 
termorregulador, seja para fazer termólise ou termogênese, quando o gasto de energia 
para mantença é mínimo, ocorrendo a maior eficiência produtiva. Existe grande 
variação na literatura sobre as temperaturas crítica superior e inferior, que delimitam 
esta faixa de termoneutralidade, pois o conforto térmico também depende da umidade 
relativa do ar, da adaptação do animal ao ambiente e de seu nível metabólico, que passa 
pelos níveis nutricionais e de produção. Os índices de conforto térmico, determinados 
por meio de fatores climáticos, servem como indicativos para caracterizar o conforto e o 
bem-estar animal (ALBRIGHT, 1993). 
BAETA (1997) considera como zona de conforto para bovinos adultos de raças 
européias a faixa de entre –1 e 16°C, já NAÃS (1989) reporta a faixa de 13 a 18°C 
como confortável para maioria dos ruminantes, onde 75% do calor trocado com o 
ambiente se fazem por condução, convecção e radiação. HUBER (1990) cita faixa de 4 
a 26°C como a de conforto térmico para vacas Holandesas. 
Além da temperatura do ar, a radiação solar direta e a umidade relativa do ar 
exercem influência sobre a produção. Quando a temperatura ambiente supera o valor 
máximo de conforto para o animal, a umidade relativa do ar passa a ter importância 
fundamental nos mecanismos de dissipação de calor porque, em condições de umidade 
elevada, o ar úmido inibe a evaporação da água através da pele e do trato respiratório, e 
o ambiente torna-se mais estressante para o animal (DE LA SOTA, 1996). A 
combinação de altas temperaturas com elevada umidade deprimem o desempenho de 
vacas leiteiras (NAÃS, 1998). Embora a temperatura seja freqüentemente considerada o 
fator climático mais importante, para muitas espécies animais seus efeitos dependem do 
nível de umidade do ar. Quanto mais o organismo depende de processos evaporativos 
para a termorregulação mais importante torna-se a umidade relativa do ar. Dessa forma, 
em ambientes quentes e muito secos, a evaporação ocorre rapidamente, causando 
irritação cutânea e desidratação, em ambiente quente e muito úmido a evaporação se 
processa lentamente, aumentando o estresse de calor, principalmente porque as trocas 
por convecção tornam-se menos eficazes (SILVA, 2000). O limite de umidade relativa 
do ar ideal para os animais domésticos varia de 60 a 70 % de acordo com MULLER 
(1989). 
A maior parte do Brasil apresenta freqüentemente temperaturas superiores àquelas 
citadas na literatura como sendo a faixa de conforto térmico para vacas leiteiras, 
especialmente as de sangue europeu. Dessa forma, é possível inferir que por várias 
horas do dia, e em grande parte do ano, a maioria das vacas leiteiras estará sujeita ao 
estresse calórico. 
Quando a temperatura do ar ultrapassa o limite crítico, o centro termorregulador, 
dá início a termólise, especialmente por via evaporativa, através do aumento da 
freqüência respiratória, que em geral apresenta-se superior a 40 movimentos 
respiratórios por minuto, podendo atingir níveis alarmantes de ofego, da ordem de 100 
movimentos (MCDOWELL, 1975). 
Outra via evaporativa de termólise é a sudorese, que se apresenta muito mais 
eficiente e de custo mais baixo para o animal. MCDOWELL (1975) relatou uma taxa de 
6 
sudação de 133 g/m² de pele por hora em vacas da raça Holandesa a 32°C, e de 174g/m² 
em vacas Jersey sob mesma temperatura. Em condições de umidade relativa superior a 
70%, esta via termolítica constitui-se em importante recurso para vacas de origem 
européia. SILVA (2000) se refere à sudorese como característica adaptativa em vacas 
leiteiras, que depende da temperatura da pele, da umidade relativa do ar, da densidade, 
tamanho e funcionalidade das glândulas sudoríparas, além da espessura do pelame. 
Além da utilização dessas vias, as vacas apresentam outras respostas ao estresse 
calórico que merecem destaque, como a redução da ingestão de alimentos. 
Temperaturas abaixo ou acima da zona termoneutra limitam a ingestão e alteram a 
atividade metabólica. Para equilibrar sua temperatura interna, quando submetido à 
condições desfavoráveis, um dos mecanismos que o animal utiliza é o aumento ou a 
diminuição do consumo alimentar, que traz como conseqüência uma queda na produção 
de leite, devido ao não atendimento das suas necessidades nutricionais. A ingestão de 
matéria seca pode ser reduzida em 20-30%, dependendo da duração e da intensidade do 
estresse calórico (BRODY et al.,1955). Temperaturas acima da zona termoneutra 
diminuem a produção de leite porque reduzem a ingestão de matéria seca (NRC, 2001). 
A prioridade para manter a temperatura corporal constante, dentro de limites 
normais, impera sobre as funções produtivas como a lactação. As respostas das vacas 
em lactação, ao stress térmico incluem: a) redução na ingestão de matéria seca, 
produção de leite e porcentagem de gordura no leite; b) redução no consumo de 
forragem como porcentagem do total de alimento, quando esta é oferecida 
separadamente; c) aumento das necessidades de manutenção; d) diminuição da 
atividade, especialmente durante o dia; e) aumento na freqüência respiratória e f) 
temperatura corporal elevada. O aumento na temperatura corporal é evidência de que os 
mecanismos de dissipação estão sendo incapazes de eliminar o excesso de calor 
produzido pela vaca e recebido pelo ambiente (COOPPOCK, 1995). 
Os efeitos do calor são mais intensos em vacas de alta produção que ingerem 
diariamente grandes quantidades de alimentos (LUCCI, 1997). 
Considera-se que a maior influência do stress pelo calor sob a produção de leite é 
exercida via diminuição do consumo de matéria seca e conseqüente da redução na 
ingestão de energia metabolizável. Conforme observou HUBER (1990), temperaturas 
diárias médias e máximas têm efeitos variáveis sobre a ingestão de alimentos e, 
subseqüentemente, sobre a produção de leite, dependendo da umidade relativa do ar e 
do tempo em que as vacas ficam sob temperaturas capazes de provocar stress. 
Apesar da redução na produção de hormônios tireoideanos, o estresse calórico 
aumenta as exigências nutricionais de manutenção para vacas em lactação. 
MCDOWELL (1975) relatou um aumento de cerca de 30% nas exigências de mantença 
quando a temperatura do ar sobe de 26° para 40°C, por 6 horas do dia, tendo registrado 
55% de redução no consumo de matéria seca. 
A ingestão de água aumenta em condições de estresse calórico. Este recurso visa 
a reposição das perdas na sudorese e na respiração, além de um possível resfriamento 
corporal causado pelo contato da água, mais fria que o corpo, com a mucosa do trato 
digestivo. Segundo MCDOWELL (1975), a ingestão diária de água, por uma vaca 
leiteira poderá aumentar de 50 para100 litros, em função da temperatura do ar. 
Os maiores benefícios sobre a produção de leite em ambientes sombreados 
parecem estar relacionados mais intensamente aos efeitos sobre a ingestão de alimentos 
do que sobre a capacidade da glândula mamária em sintetizar leite. As vacas em 
ambientes sombreados são capazes de manter sua temperatura retal menor em relação 
àquelas submetidas à ambientes não sombreados e isto parece estar relacionado com a 
diferença na carga calórica e também na capacidade desses animais em utilizar 
7 
mecanismos de perda de calor, enquanto que, os animais em ambientes não sombreados 
são forçados a armazenar o calor até a noite, quando ocorre o resfriamento da 
temperatura ambiente, e como conseqüência a termólise (COLLIER et al., 1981). 
Na Flórida, vacas em áreas com sombra ingeriram 23% a mais de alimento e 
produziram 19% a mais de leite que suas pares sem sombra (SCHEIDER et al., 1984). 
Ainda na Flórida, verificou-se que vacas mantidas ao sol consumiram 56% menos 
alimentos durante o dia, mas compensaram parcialmente durante a noite aumentando o 
consumo em cerca de 19%, comparadas às vacas com sombra. No total, entretanto, a 
redução na ingestão de alimentos das vacas estressadas ainda foi de 13%, 
comparativamente àquelas que contaram com abrigo de sombreamento (MALLONÉE et 
al., 1985). Deste modo, vacas em sombreamento são capazes de dissipar calor por 
radiação, condução, convecção e pela evaporação (NAAS, 1998). 
 
 
2.4 Comportamento Ingestivo de Vacas 
 
O estudo do comportamento ingestivo é uma importante ferramenta na avaliação 
das dietas, uma vez que ela possibilita o ajuste do manejo alimentar dos animais para a 
obtenção de melhor performance produtiva. 
O comportamento ingestivo de ruminantes tem sido estudado, observando-se 
inúmeros parâmetros, como tempo e freqüência de alimentação (DADOS & ALLEN, 
1994), tempo e freqüência de ruminação e atividades merícicas (JACKSON et al., 
1991). Os períodos utilizados para alimentação, ruminação e ócio, em geral, podem 
variar consideravelmente, em função do manejo e do tipo de dieta fornecida 
(ALBRIGHT, 1993). 
A produtividade das vacas em lactação pode ser adversamente afetada pelo 
desconforto. Nos critérios considerados para medir o conforto e bem estar estão 
incluídos saúde, produção, reprodução, características fisiológicas, bioquímicas e 
comportamento dos animais (ALBRIGHT, 1993). 
O consumo de alimentos é determinado pelo número de refeições diárias, pela 
duração de cada refeição e pela taxa de ingestão (GRANT & ALBRIGHT, 1995). 
Ademais, sob condições de stress pelo calor, as vacas passam a pastar mais à 
noite que durante o dia. O animal, em geral, diminui a ingestão de alimentos e a taxa 
metabólica na tentativa de manter a homeotermia. 
Os fatores ambientais como a temperatura e umidade podem afetar o conforto e 
o comportamento ingestivo de vacas (GRANT & ALBRIGHT, 2000). Na literatura 
existem relatos de que outros fatores também podem ter influência sobre o 
comportamento ingestivo, fatores esses de natureza alimentar, como a composição dos 
alimentos e a forma física com que estes são apresentados na dieta (BEZERRA et al., 
2002). O fornecimento de grãos ou de alimentos picados reduz o tempo de ruminação e 
de alimentação. Os padrões de ingestão variam de acordo com a consistência física da 
ração (HAFEZ, 1975) e o tipo de ração (CHASE et al., 1976). 
Os animais se comportam segundo determinados padrões. Esses padrões são 
definidos como um segmento organizado de atitudes que possuem uma função 
determinada. Uma dada alteração ambiental, comumente, estimula mais que uma 
resposta comportamental, mas o animal aprende a usar a que se mostra mais eficiente. 
Os animais exibem seus padrões de comportamento ciclicamente, uma vez que esses 
ocorrem em resposta aos desafios externos e internos, muitos dos quais seguem ciclos 
regulares (PIRES et al., 1998). 
8 
Os períodos utilizados para alimentação, ruminação e ócio, em geral, podem 
variar consideravelmente em função do manejo e do tipo de dieta fornecida 
(ALBRIGHT, 1993). Os bovinos em condições de pastejo apresentam maior atividade 
de ingestão antes do amanhecer, no início da tarde e ao pôr do sol. Uma vaca em 
lactação necessita de 10 horas de pastejo diário para consumir o necessário para 
produzir 12 litros de leite/dia, mas esse tempo é reduzido, principalmente durante o dia, 
caso a temperatura máxima exceda 27°C (COWAN et al., 1993). 
O animal pode alterar seu padrão de pastejo para evitar as horas mais quentes do 
dia. Sob condições naturais ocorrem de quatro a cinco períodos de pastejo, que 
acontecem principalmente pela manhã e no início e ao final da tarde. Contudo, vacas de 
alta produtividade, mantidas em estabulação, comem diariamente durante oito horas 
quando lhes são oferecidos feno, ração e silagem e gastam em média 7,3 horas com a 
ruminação (GURTHER et al., 1987), 
Estudos com vacas estabuladas apresentaram de 10 a 12 períodos de 
alimentação, com aproximadamente 68% ocorrendo entre 6 e 18 horas. (PIRES et al., 
1998). RICHARDS (1985) comparou, em sistemas de confinamento, ambiente 
termoneutro com ambiente de estresse calórico, e verificou o aumento imediato no 
consumo voluntário de alimento durante a noite (27,8%), indicando que pode haver uma 
modificação no comportamento ingestivo com o objetivo de amenizar os efeitos do 
estresse calórico. 
O efeito das estações do ano sobre o comportamento alimentar de vacas em 
lactação foi estudado por SHULTZ (1983), onde ele pôde observar uma menor 
porcentagem de vacas alimentando-se durante o dia, na primavera (33,4%) e verão 
(31,7%), com relação ao inverno (36,5%). Após o seu fornecimento, o número de vacas 
ingerindo alimentos pela manhã e à tarde, não diferiu entre as estações. 
O tempo de ruminação é consideravelmente influenciado pela natureza da dieta, 
sendo proporcional ao conteúdo de FDN (VAN SOEST, 1994) e pode variar de 4 a 9 
horas, sendo dividido em períodos com duração de poucos minutos à uma hora ou mais 
(FRASER & BROOM, 1990). Para forrageiras com partículas longas, o tempo gasto 
comendo e ruminando aumenta com a quantidade de forragem consumida ou com o 
aumento na quantidade de fibra dietética (BEAUCHEMIN, 1996). 
Animais estabulados gastam em torno de uma hora consumindo alimentos ricos 
em energia, ou até mais de seis horas, para fontes com baixo teor de energia. Da mesma 
forma, o tempo despendido em ruminação é influenciado pela natureza da dieta e, 
provavelmente, é proporcional ao teor de parede celular dos volumosos. Assim, quanto 
maior a participação de alimentos volumosos na dieta, maior será o tempo despendido 
com ruminção (VAN SOEST, 1994). 
SHULTZ (1983) observou que a percentagem de vacas ruminando foi maior no 
inverno (25,2%), seguido da primavera (22,6%) e verão (21,9%). Na primavera e no 
outono, o tempo de pastejo superou o tempo de ruminação, mas no verão eles se 
equivaleram. Além da diminuição do consumo, o animal aumenta o fluxo sanguíneo 
periférico numa tentativa de diminuir a temperatura corpórea. Isto reduz ainda mais a 
absorção de nutrientes e sua disponibilidade para a glândula mamária. 
O intervalo entre dois períodos de ruminação, observados por DADO & 
ALLEN (1994), foi de 7,5 minutos, no mínimo. JACKSON et al. (1991) verificaram em 
vacas holandesas lactantes, valores médios em torno de 15 alimentações diárias, 
gastando cerca de 219 minutos por dia para essa atividade. ALBRIGHT (1993) relatou 
freqüências de 5,9 a 11,4 alimentações por dia para vacas holandesas lactantes 
consumindo feno. 
9 
Num experimento realizado com novilhas holandesas recebendo feno picado 
em três tamanhos diferentes, JASTER & MURPHY (1983) verificaram a formação de 
1,15 bolo por minuto de ruminação, aumentando para até 1,18 bolo para aqueles 
animais recebendofeno cortado num tamanho maior. O tempo gasto para a formação de 
cada bolo aumentou de 47 segundos para animais recebendo feno mais finamente 
moído, para 52 segundos para os animais que recebiam feno mais grosseiro. 
Em relação ao consumo de água, o que se observa é um aumento na ingestão 
quando o calor aumenta. Para maximizar a utilização da água, os bovinos ao invés de 
reduzirem o volume urinário, eliminam urina mais concentrada e fezes mais secas 
(CURTIS, 1981). A freqüência na ingestão de água depende da temperatura ambiente, 
da qualidade do alimento e da distribuição da água. 
O consumo de água é influenciado por vários fatores, incluindo raça, idade, 
consumo de matéria seca, temperatura ambiente, gestação e lactação, entre outros, sendo 
que o consumo de água aumenta no final da gestação e na lactação. Diferenças no 
consumo de água são mais marcantes sob elevadas temperaturas e estão relacionadas a 
diferenças na adaptabilidade fisiológica bem como tamanho corpóreo (HAFEZ, 1975). 
O consumo de água ocorre várias vezes ao dia e está geralmente associado com a 
alimentação ou a ordenha. De acordo com DADO & ALLEN (1994) vacas em lactação, 
estabuladas em sistema tie-stall bebem em média, 14 vezes por dia. Em condições 
termoneutras são necessários cerca de 3 litros de água de bebida para produzir 1kg de 
leite e a ingestão de água aumenta com o aumento do consumo de matéria seca. Porém, 
sob condições de stress pelo calor, a ingestão de água aumenta enquanto o consumo de 
alimentos diminui. Conforme relatou MCDOWELL (1965), uma vaca em lactação de 
500 kg beberá em torno de 50 litros diários de água a uma temperatura de 21°C, mas 
aumentará o consumo em 25 a 100% a 32°C. 
O consumo de água em vacas européias aumenta quando se eleva a temperatura 
para 35ºC, mas valores de temperatura além deste ponto reduzem o consumo porque a 
ingestão de matéria seca é reduzida (NRC, 2001). 
 
 
 
 
 
10 
 
3 MATERIAL E MÉTODOS 
 
3.1 Local 
 
Os trabalhos de campo com os animais foram desenvolvidos no Setor de 
Bovinocultura de Leite do Instituto de Zootecnia (IZ) da Universidade Federal Rural do 
Rio de Janeiro (UFRRJ), na cidade de Seropédica-RJ, entre os meses de julho a 
setembro de 2002 e janeiro a março de 2003. As análises bromatológicas foram 
realizadas no Laboratório de Nutrição Animal do IZ, UFRRJ. 
 
 
3.2 Desenho Experimental 
 
Foram utilizadas oito vacas de diversos graus de sangue holandês-zebu com 
idade média de sete anos e peso vivo variando de 400 a 550 kg, todas elas já tendo 
atingindo o pico de lactação. Todos os animais foram dosificados com anti-helmíntico, 
identificados por meio de brincos e pesados no início e ao final de cada período 
experimental. 
Foi utilizado o delineamento do tipo switch-back, conforme preconizado por 
LUCAS (1960), com oito vacas distribuídas em dois blocos, sendo o peso corporal 
utilizado como variável restritiva para composição desses blocos. Os dados foram 
coletados por três períodos consecutivos de 21 dias, sendo 14 dias de adaptação dos 
animais à dieta e 7 dias de coleta de dados de produção de leite e de comportamento 
ingestivo. Os animais foram ordenhados duas vezes ao dia por meio de ordenhadeira 
mecânica, nos horários definidos por cada tratamento. 
Os tratamentos foram distribuídos conforme orientação descrita nas Tabelas 1a e 
1b. 
 
 
Tabela 1a. Distribuição dos tratamentos, seguindo o modelo switch-back 
 
Período 1 Período 2 Período 3 Tratamento 
Bloco 1 Bloco 2 Bloco 1 Bloco 2 Bloco 1 Bloco 2 
1 
2 
3 
4 
A 
B 
C 
D 
E 
F 
G 
H 
B 
C 
D 
E 
G 
H 
E 
F 
A 
B 
C 
D 
E 
F 
G 
H 
 
 
11 
Tabela 1b. Distribuição dos tratamentos, seguindo um modelo switch back 
 
 Tratamento Período Bloco Animal 
 1 1 1 A 
 1 1 2 E 
 1 2 1 B 
 1 2 2 G 
 1 3 1 A 
 1 3 2 E 
 2 1 1 B 
 2 1 2 F 
 2 2 1 C 
 2 2 2 H 
 2 3 1 B 
 2 3 2 F 
 3 1 1 C 
 3 1 2 G 
 3 2 1 D 
 3 2 2 E 
 3 3 1 C 
 3 3 2 G 
 4 1 1 D 
 4 1 2 H 
 4 2 1 E 
 4 2 1 F 
 4 3 2 D 
 4 3 2 H 
 
 
3.3 Instalações 
 
As vacas foram alojadas em baias individuais do tipo tie-stall, dotadas de 
comedouros convencionais e bebedouros de concreto, com bóias rasas de controle do 
nível da água. O galpão possui piso revestido em concreto, pé-direito de 3,80m, com 
meia-parede de 1,5 m de altura, e coberto com telha de barro. Os parâmetros climáticos 
de inverno e verão, na ocasião do experimento, encontram-se na Tabela 2. 
 
 
12 
Tabela 2. Média das temperaturas (°C) e da umidade do ar (%) entre os meses do 
experimento, distribuída nas estações inverno e verão. 
Estações Parâmetros climáticos 
Inverno Verão 
Temperatura média diária 21,7 27,0 
Temperatura máxima 27,6 33,3 
Temperatura mínima 17,2 22,6 
Umidade Relativa média 69,7 72,0 
Umidade Relativa máxima 80,3 82,5 
Umidade Relativa mínima 51,7 53,3 
Fonte: INMET 
 
3.4 Tratamentos 
 
 
Foram realizados 4 tratamentos constituídos por intervalos entre as ordenhas de 8, 
9, 10 e 11 horas, tendo o horário de ordenha da manhã fixo e realizado às 6 horas e 
variando os horários de ordenha da tarde, correspondendo às 14, 15, 16 e 17 horas, 
caracterizando os tratamentos 1, 2, 3 e 4, respectivamente. Os tratamentos ocorreram 
entre os meses de julho a agosto de 2002, correspondendo ao período de inverno e 
janeiro a março de 2003, correspondendo ao período de verão. 
 
 
3.5 Manejo Alimentar 
 
Os animais receberam dietas balanceadas para atender as exigênciasde acordo 
com o NRC (1988), considerando o peso vivo médio das vacas acrescido de 10% para 
as condições tropicais e iguais para todos os animais do experimento. As dietas eram 
pesadas diariamente e distribuídas duas vezes ao dia, pela manhã às 6 horas e às 13 
horas da tarde em sistema de ração total, constituídas de silagem de capim elefante, 
resíduo de cervejaria e ração concentrada, como mostra a Tabela 3. A quantidade 
fornecida foi pesada e ajustada durante o período de adaptação de 14 dias para garantir 
uma sobra de aproximadamente 10% por animal. As sobras foram retiradas ao final de 
cada arraçoamento e pesadas para que o consumo diário fosse calculado. 
 
Tabela 3. Composição bromatológica média da ração oferecida, em % da matéria-seca 
 
Alimentos MS (%) PB (%) FDN (%) FDA (%) 
Silagem de 
capim elefante 35,28 4,69 74,0 45,8 
Cevada 22,90 25,8 41,7 22,9 
Concentrado 88,93 19,5 21,9 3,7 
Ração total 33,30 16,7 45,9 24,1 
MS=matéria-seca; PB=proteína bruta; FDN= fibra em detergente neutra; FDA= fibra em detergente ácido 
 
 
 
13 
3.6 Amostragem 
 
 
Durante o período de coleta de dados, o leite produzido foi pesado 
individualmente em cada ordenha diária. A dieta foi pesada antes de cada arraçoamento 
e as sobras da dieta foram recolhidas antes do arraçoamento da tarde e no final do dia, e 
pesadas para estimativa do consumo de alimento. 
 
 
3.7 Estudo do Comportamento Animal 
 
 
O comportamento dos animais em relação às dietas a que foram submetidos foi 
avaliado conforme a metodologia adaptada de JOHNSON (1982). Os animais foram 
monitorados durante 24 horas, em intervalos regulares de 5 minutos, determinando-se as 
atividades de alimentação, ruminação, consumo de água, ócio e outras atividades. 
O tempo gasto na ruminação foi estimado de acordo com o protocolo utilizado 
por JASTER & MURPHY (1983). Durante um dia em cada período, os animais foram 
monitorados por apreciação visual em dois turnos, um pela manhã e outro no final da 
tarde. Cada animal foi observado por um período suficiente para que três ciclos de 
ruminação fossem observados. 
Os movimentos de mastigações merícicas foram contabilizados para a formação 
de cada bolo alimentar de regurgitação, enquanto o tempo gasto para essa atividade foi 
registrado com o auxílio de um cronômetro digital. Os dados foram registrados em 
planilhas e calculada as médias dos dois períodos observados. 
 
 
3.8 Análises Estatísticas 
 
Para analisar os dados de produção de leite, as médias foram ajustadas de acordo 
com o protocolo sugerido por LUCAS (1956), cujos contrastes foram comparados como 
segue: 
 
D = Y1 - 2Y2 + Y3 
 
em que Y1, Y2 e Y3 são as produções de cada animal no primeiro, no segundo e no 
terceiro período, respectivamente. 
Os resultados para os demais parâmetros estudados foram analisados de acordo 
com o seguinte modelo estatístico: 
 
Yijkl = µ + Ai + Pj + Tk + Bl+ εijkl 
 
em que Yij é o dado referente ao i-ésimo animal, no j-ésimo período, do k-ésimo 
tratamento; µ é a média geral observada; Ai é o efeito do i-ésimo animal; Pj é o efeito do 
j-ésimo período; Tk é o efeito do k-ésimo tratamento; Bl é o efeito l-ésimo bloco; e εijk é 
o erro aleatório associado ao i-ésimo animal, do j-ésimo período do k-ésimo tratamento. 
Os valores médios obtidos foram comparados pelo teste de Tukey. O nível mínimo de 
significância para rejeição da hipótese de nulidade foi de 0,05. 
 A análise estatística foi realizada no programa SAEG. 
14 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
4.1 Consumo 
 
Os dados de consumo de ração, expressos na matéria natural e na matéria 
seca e os resultados de conversão alimentar podem ser vistos nas Figuras 1 e 2 e 
na Tabela 4. Observou-se que não houve interação (P>0,05) entre a estação do 
ano e o intervalo de ordenha e que a estação do ano não exerceu efeito (P>0,05) 
significativo sobre o consumo de matéria natural e de matéria seca. No entanto, 
houve efeito significativo (P<0,05) dos intervalos de ordenhas sobre os consumos 
de matéria seca. 
30
32
34
36
38
40
42
44
46
48
50
8 h 9 h 10 h 11 h
Inverno Verão
 
Figura 1. Consumo de ração, expresso na matéria natural, em vacas submetidas a 
intervalos de ordenhas no inverno e verão 
 
12
13
14
15
16
17
C
on
su
m
o 
de
 M
S 
(k
g/
di
a)
8 h 9 h 10 h 11 h
Intervalo entre Ordenhas
Inverno Verão
 
Figura 2. Consumo de ração, expresso na matéria seca, em vacas submetidas a 
intervalos de ordenhas no inverno e verão 
C
on
su
m
o 
de
 M
N
 
(k
g/
di
a)
 
Intervalo entre Ordenhas 
15 
Tabela 4. Consumo de ração, expresso na matéria natural e matéria seca, e conversão 
alimentar, expresso na matéria natural, em vacas submetidas a intervalos de 
ordenhas no inverno e verão 
Intervalos Parâmetros 
8h 9h 10h 11h 
Médias 
Matéria natural 
kg/cab/dia 45,07 47,91 41,66 46,13 
%/PV 9,80 10,09 9,16 9,66 Inverno 
g/kg PV0,75 454,46 472,02 423,61 451,80 
45,19 
9,68 
450,47 
kg/cab/dia 45,15ab 48,32a 44,19b 44,06ab 
%/PV 9,36 10,06 9,41 9,75 Verão 
g/kg PV0,75 438,36 472,09 438,01 450,10 
45,43 
9,65 
449,64 
Matéria seca 
kg/cab/dia 15,20ab 16,16a 14,05b 15,56ab 
%/PV 3,31 3,40 3,09 3,26 Inverno 
g/kg PV0,75 153,30 159,22 142,90 152,40 
15,24 
3,27 
151,96 
kg/cab/dia 14,86 15,90 14,55 14,50 
%/PV 3,08 3,31 3,10 3,21 Verão 
g/kg PV0,75 144,31 155,33 144,19 148,09 
14,95 
3,18 
147,98 
Conversão alimentar 
Inverno 1,04 0,89 0,89 0,86 
Verão 
kg MS / kg 
leite 1,03 1,03 0,99 0,92 
 0,92 
0,99 
 
Embora o consumo de matéria seca de vacas em lactação seja afetado por 
condições ambientais fora da zona termoneutra (entre 5 e 20º C), e diante disso 
temperaturas abaixo ou acima dessa faixa possam exercer influência no consumo, de 
acordo com o NRC (2001), para vacas de sangue europeu, nos resultados acima obtidos 
pôde-se observar que os parâmetros climáticos, principalmente temperatura e umidade 
relativa do ar não exerceram efeitos no consumo voluntário de alimentos. 
A severidade do estresse calórico depende, em grande parte, das flutuações 
diárias da temperatura ambiente. Se a temperatura cai no período da noite abaixo de 
21°C por 3 a 6 horas, o animal tem oportunidade suficiente de dissipar durante à noite, o 
calor armazenado durante o dia (MULLER et al., 1994). Além disso, vacas com sangue 
zebu apresentam uma maior eficiência na utilização do calor em jejum, maior volume e 
funcionalidade das glândulas sudoríparas, o que lhes confere maior adaptação em 
ambientes tropicais. 
Em relação às diferenças observadas nos consumos de matéria seca e natural, 
entre os intervalos de ordenhas, são sugeridas que essas diferenças podem ser 
influenciadas mais intensivamente por outras variáveis que não as de origem climática 
(MARTELLO et al., 2004). 
Os consumos relativos ao peso vivo dos animais variaram de 3,09 a 3,40% no 
inverno e 3,08 a 3,31% no verão, estando dentro de uma faixa considerada normal para 
essa categoria animal, levando-se em consideração o nível de produção, o peso e o 
estado fisiológico dos animais. (NRC, 1988). 
 
 
 
16 
4.2 Comportamento Ingestivo 
 
 
Os resultados relativos ao tempo médio despendido em ingestão de alimentos, 
ruminação, ingestão de água, ócio e outras atividades, em horas por dia (h/dia) e 
porcentagem, durante o período de 24 horas, além dos parâmetros associados com o 
número de mastigações durante a ruminação e do tempo gasto para a formação de cada 
bolo regurgitado podem ser vistos nas Tabelas 5 e 6 e na Figura 3. 
Observou-se que não houve interação (P > 0,05) estação do ano versus intervalos 
de ordenhas e também não houve efeito (P > 0,05) da estação do ano sobre o tempo 
gasto nas atividades de consumo de alimentos, deágua, ruminação, ócio e nem para as 
demais atividades. 
 
Tabela 5. Comportamento ingestivo médio de vacas em lactação em relação à ocupação 
do tempo diário, medido em horas (h) e em percentagem da atividade em 24 
horas e o número de mastigações por bolo e tempo em segundos (seg), para a 
formação de cada bolo alimentar, no inverno e verão 
 
Estação do ano Parâmetros 
Inverno Verão 
Ingestão de alimentos 6,06 horas 23,57 % 
5,14 horas 
21,40 % 
Ruminação 6,53 horas 27,21 % 
7,00 horas 
27,52 % 
Água 0,26 horas 1,06% 
0,31 horas 
1,28 % 
Ócio 10,00 horas 41,67% 
10,39 horas 
43,27% 
Outras atividades 1,56 horas 6,49 % 
1,57 horas 
6,53 % 
N° mastigações/bolo 52 57 
Tempo/bolo (seg) 54,01 56,27 
 
Os resultados de tempo médio de ingestão de alimentos encontrados nesse 
estudo, que podem ser visualizados na Figura 4, e apresentam alguma variação em 
relação à literatura, foram semelhantes aos encontrados por PIRES et al. (1998), quando 
conduziram um experimento com vacas holandesas, demonstrando que os animais 
ajustam a ingestão de alimentos, em função das condições ambientais. 
Esses resultados diferiram dos encontrados no estudo conduzido por 
PORTUGAL et al. (2000), onde se observou uma tendência de maior tempo gasto no 
consumo de alimentos no inverno comparativamente ao verão. 
Os períodos diários de alimentação das vacas em estudo foram semelhantes ao 
resultado encontrado por FRASER & BROOM (1990), que informaram que vacas 
17 
estabuladas passaram em torno de cinco horas comendo, porém esse período poderia ser 
reduzido caso a proporção de concentrado na dieta fosse aumentada. Os valores médios 
de tempo de consumo de alimentos apresentados nesse estudo foram semelhantes aos 
valores encontrados nos estudos realizados por ALBRIGHT (1993) e GRANT & 
ALBRIGHT (1995). Esses autores salientaram que, para animais estabulados e 
alimentados individualmente, as variações no tempo de consumo são principalmente, 
devido a relação volumoso:concentrado e ao tipo de volumoso. 
Observou-se na Tabela 6 e nas Figuras 3 e 4 que os intervalos de ordenha não 
exerceram efeito significativo (P > 0,05) no tempo dispendido nas atividades de 
ingestão de alimentos, ruminação, ingestão de água, ócio, outras atividades, no número 
de mastigações por bolo e nem no tempo de formação do bolo alimentar. A Figura 3 
mostra essas atividades distribuídas em um período de 24 horas. 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
8 h 9 h 10 h 11 h
Outras atividades Ócio Água Ruminação Alimentação
 
Figura 3. Comportamento diário de vacas em lactação, em porcentagem do tempo 
despendido por dia em alimentação, ruminação, ingestão de água, ócio e 
outras atividades, em função dos intervalos de ordenhas. 
 
 
0
60
120
180
240
300
360
In
ge
st
ão
 e
m
 m
in
/d
ia
8 h 9 h 10 h 11 h
Intervalo entre Ordenhas
Inverno Verão
 
Figura 4. Tempo gasto com a ingestão (min/dia) de vacas submetidas a intervalos de 
ordenhas no inverno e verão 
Intervalo entre Ordenhas
Te
m
po
 (%
) 
18 
Tabela 6. Comportamento ingestivo médio de vacas em lactação em relação à ocupação 
do tempo diário, em minutos (min.), com ingestão de alimentos, ruminação, 
consumo de água e outras atividades, taxa de mastigação e tempo médio, em 
segundos (seg.), para formação de cada bolo alimentar no inverno e verão 
 
Intervalos de ordenha Estação Parâmetros 
8h 9h 10h 11h Médias 
Ingestão de alimentos 
Inverno min/dia min/dia/kg MS 
302,50 
19,90 
355,00 
21,97 
333,75 
23,75 
366,25 
23,54 
339,38 
22,29 
Verão min/dia min/dia/kg MS 
282,50 
19,01 
330,00 
20,75 
278,75 
19,16 
341,25 
23,53 
308,13 
20,61 
Ruminação 
Inverno min/dia min/dia/kg MS 
425,00 
27,96 
375,00 
23,21 
398,75 
28,38 
368,75 
23,70 
391,86 
25,81 
Verão min/dia min/dia/kg MS 
358,75 
24,14 
392,50 
24,69 
413,75 
28,44 
420,00 
28,97 
396,25 
26,56 
Consumo de água 
Inverno min/dia 13,75 17,50 13,75 16,25 15,31 
Verão min/dia 32,50 21,25 11,25 8,75 18,44 
Ócio 
Inverno min/dia 600,00 612,50 581,25 606,25 600 
Verão min/dia 663,75 605,00 658,75 565,00 623,13 
Outras atividades 
Inverno min/dia 98,75 80,00 112,50 82,50 93,44 
Verão min/dia 102,50 91,25 77,50 105,00 94,06 
Taxa de mastigação 
Inverno 
mastigações/bolo 
mastigações/min 
tempo, seg/bolo 
55,67 
60,40 
55,17 
49,06 
54,34 
53,90 
51,09 
58,57 
52,11 
52,28 
57,40 
54,88 
52,03 
57,68 
54,02 
Verão 
mastigações/bolo 
mastigações/min 
tempo, seg/bolo 
55,83 
63,03 
53,21 
55,28 
60,31 
55,52 
54,83 
59,87 
55,04 
63,20 
62,18 
61,31 
57,29 
61,35 
56,27 
 
 
Nas figuras 5 e 6 são mostradas as informações de taxa de mastigação 
(mastigação/bolo) e o tempo de formação do bolo ruminal (seg/bolo). 
Verificou-se que não houve interação (P > 0,05) estação do ano versus intervalos 
de ordenha e nem efeito do intervalo entre as ordenhas, mas houve influência (P < 0,05) 
da estação do ano sobre o tempo de mastigação dos alimentos e o número de 
mastigações para a formação do bolo alimentar. Para ambas as variáveis, os valores 
foram maiores no verão. 
Durante a estação verão, o material ensilado foi de qualidade inferior, devido a 
ensilagem ter sido feita no final da estação seca. De acordo com VAN SOEST (1994), o 
processamento mecânico, com conseqüente redução no tamanho da partícula dietética, e 
colapso da estrutura da parede celular, aumentam a densidade do alimento, o que leva à 
redução no tempo de ruminação, contribuindo para aumentar a disponibilidade de tempo 
de ingestão de alimento. 
19 
20
30
40
50
60
70
M
as
tig
aç
õe
s 
po
r b
ol
o
8 h 9 h 10 h 11 h
Intervalo entre Ordenhas
Inverno Verão
 
Figura 5. Taxa de mastigação (mastigação/bolo) em vacas submetidas a intervalos de 
ordenhas no inverno e verão 
 
 
00:10,0
00:25,0
00:40,0
00:55,0
Te
m
po
 d
e 
fo
rm
aç
ão
 d
o 
bo
lo
 (s
eg
/b
ol
o)
8 h 9 h 10 h 11 h
Intervalo entre Ordenhas
Inverno Verão
 
Figura 6. Tempo de formação do bolo ruminal (seg/bolo), em vacas submetidas a 
intervalos de ordenhas no inverno e verão 
 
O comportamento dos animais em relação ao tempo gasto para a formação do 
bolo ruminal, por dia, para cada kg de matéria seca diferiu entre as estações inverno e 
verão, concordando com os resultados observados por OKINE (1994). 
A ruminação não sofreu influência (P>0,05) das estações inverno e verão e nem 
dos intervalos de ordenhas, tampouco interação estação com intervalo de ordenha 
(Figura 7). 
 
 
20 
300
330
360
390
420
450
R
um
in
aç
ão
 e
m
 m
in
/d
ia
8 h 9 h 10 h 11 h
Intervalo entre Ordenhas
Inverno Verão
 
Figura 7. Tempo gasto com a ruminação (minutos/dia) em vacas submetidas a 
intervalos de ordenhas no inverno e verão 
 
 
Segundo WELKER & HOOPER (1988), o tempo despendido com a ruminação é 
altamente correlacionado com o consumo de fibra em detergente neutro em bovinos, 
portanto, isso pode explicar os resultados encontrados nesse estudo, uma vez que os 
animais do experimento receberam a mesma dieta, com a mesma composição durante 
ambas estações. Da mesma forma, VAN SOEST, (1994) afirmou que o tempo de 
ruminação é consideravelmente influenciado pela natureza da dieta, sendo proporcional 
ao conteúdo de FDN e pode variar de 4 a 9 horas, sendo dividido em períodos com 
duração de poucos minutos a uma hora ou mais (FRANSER & BROOM, 1990). 
A média diária de ruminação observada no presente estudo foi de 6 h e 32 min 
no inverno e 6h e 36 min no verão, ou seja, passaram cerca de 27% do tempo 
ruminando. Esses resultadosficaram próximos aos observados por CAMARGO (1988), 
que estudou vacas confinadas em free stall e verificou que os animais ficaram 31,3% do 
tempo diário ruminando, ou seja, 6 h e 50 min; preferindo desempenhar essa atividade 
no período da noite. 
Embora em sistema de alimentação diferentes, esses valores encontram-se dentro 
da variação de 3 h e 42 min a 9 h e 48 min por dia, citada nos trabalhos revisados por 
MIRANDA (1983), com bovinos em pastagem, e um pouco inferiores ao tempo 
encontrado por COSTA (1985). 
Na Figura 8 são mostrados os resultados de ingestão de água no período de 24 
horas nas estações inverno e verão. Não foi observada (P > 0,05) interação estação 
versus intervalo de ordenha sobre a ingestão de água, os quais não sofreram influência 
das estações e nem dos intervalos. Fatores de diversas naturezas podem influenciar o 
consumo de água por vacas leiteiras, mas certamente a natureza da dieta e as exigências 
do animal são preponderantes (WELCH & HOOPER, 1988) e por sua vez, as exigências 
dependem da temperatura ambiente, do nível de salinidade da água e do status 
fisiológico do animal, como idade, gestação e lactação (LANGHANS et al., 1995). 
 
 
21 
0
3
6
9
12
15
18
21
C
on
su
m
o 
de
 á
gu
a 
em
 
m
in
/d
ia
8 h 9 h 10 h 11 h
Intervalo entre Ordenhas
Inverno Verão
 
Figura 8. Tempo gasto com a ingestão de água (minutos/dia) em vacas submetidas a 
intervalos de ordenhas no inverno e verão 
 
 
A média em torno de 17 minutos pode ser considerada normal, de acordo com 
estudos observados na literatura (DADO & ALLEN, 1994, 1995). Embora fosse 
observado um maior consumo de água no verão em relação ao inverno, não foi 
verificada diferença significativa (P > 0,05) entre as estações. Isto pode ser atribuído ao 
alto coeficiente de variação (65%) deste parâmetro. 
 Dietas com alto teor de umidade podem fornecer grande parte ou toda a água 
necessária para o animal. Em pastagens verdes e abundantes, os bovinos não bebem 
muita água, no entanto, quando o alimento é mais seco, há necessidade de água 
regularmente (PIRES et al., 1998). 
Não houve efeito significativo das estações e dos intervalos de ordenha, nem 
interação entre ambos, no tempo em que as vacas permaneceram em ócio (Figura 8). O 
ócio é o período em que os animais não estão ingerindo alimentos, ruminando ou 
bebendo água (COSTA et al., 1983), por isso é uma variável importante no estudo do 
comportamento dos animais de produção uma vez que suas causas podem ser 
investigadas e assim, melhorar o desempenho produtivo dos animais. 
 
 
 
22 
500
550
600
650
700
Te
m
po
 e
m
 ó
ci
o 
em
 
m
in
/d
ia
8 h 9 h 10 h 11 h
Intervalo entre Ordenhas
Inverno Verão
 
Figura 9. Tempo gasto em ócio (minutos/dia) em vacas submetidas a intervalos de 
ordenhas no inverno e verão 
 
Esses resultados diferiram daqueles observados por COSTA et al. (2003) que 
verificaram que o tempo médio em ócio foi maior na estação fria devido ao maior tempo 
se alimentando no período quente. No entanto, eles se encaixam entre 5h e 48 min a 12 
h e 48 min por dia que foram os valores revisados por COSTA (1985). 
Em médias, as vacas apresentaram-se em ócio por aproximadamente 43,25% do 
tempo distribuído durante o dia, do dia tanto na estação inverno quanto no verão, ou 
seja, cerca de 10 h por dia. Esses valores são semelhantes aos apresentados por 
CAMARGO (1988), que também não apresentou diferença entre as observações de 
inverno e verão. 
Na Figura 10 são mostrados os resultados do tempo gasto em outras atividades 
(min/dia). O tempo gasto com outras atividades, assim como outros parâmetros de 
comportamento ingestivo, não sofreram influência das estações de ano bem como do 
intervalo e ordenha, tampouco interação entre ambas. 
 
0
25
50
75
100
125
O
ut
ra
s 
at
iv
id
ad
es
 e
m
 
m
in
/d
ia
8 h 9 h 10 h 11 h
Intervalo entre Ordenhas
Inverno Verão
 
Figura 10. Tempo gasto em outras atividades (minutos/dia) em vacas submetidas a 
intervalos de ordenhas no inverno e verão 
23 
O horário, a freqüência e o intervalo de tempo entre os arraçoamentos 
influenciam a distribuição das atividades ingestivas (ingestão, ruminação e repouso) 
durante o dia, pois o fornecimento induz o animal a ingerir. 
A Figura 11 mostra os resultados de ingestão de alimentos de acordo com 
porcentagem de vacas na atividade ao longo do dia nas duas estações. 
 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Va
ca
s 
co
m
en
do
 (%
)
06
:00
07
:30
09
:00
10
:30
12
:00
13
:30
15
:00
16
:30
18
:00
19
:30
21
:00
22
:30
00
:00
01
:30
03
:00
04
:30
Horários
Inverno Verão
 
Figura 11. Atividade diária de alimentação (em %) das vacas nas estações inverno e 
verão 
 
A atividade de alimentação teve início quando foi feito o arraçoamento, às 6 
horas da manhã, durante todo o período experimental. O pico de atividade foi observado 
entre 6 e 8 h da manhã. Observou-se que a atividade de alimentação mais intensa 
ocorreu aproximadamente entre 6 e 17 h, reduzindo bastante no período noturno, sendo 
este comportamento semelhante aos observados por RAY & ROUBICEK (1971) e 
CHASE et al. (1976). 
Pode-se verificar ainda que, durante o período de luz o consumo apresentou 
flutuações, observando-se então, tendências de picos pela manhã e pela tarde. Dessa 
forma, as atividades de alimentação concentraram-se nas primeiras horas da manhã, 
provavelmente por ser o horário mais fresco deste período e no meio da tarde, com 
maior pico ao redor das 15h e 30min. RAY & ROUBICEK (1971) e ALBRIGHT 
(1993) relataram que a maior atividade de alimentação se concentra ao nascer e ao por 
do sol. 
A alimentação sincronizada com o horário de ordenha pode ser observada tanto a 
pasto quanto em confinamento, e em qualquer estação do ano. Geralmente, a maioria 
das vacas alimenta-se após o retorno da sala de ordenha e quando o cocho é 
reabastecido pela manhã. 
A porcentagem de vacas ruminando ao longo do dia pode ser observada na 
Figura 12. 
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Horários
Inverno Verão
 
Figura 12. Atividade diária de ruminação (em %) das vacas nas estações inverno e 
verão 
 
Foi possível observar uma concentração de vacas em atividades de ruminação 
entre 10h30 min e 13h30min, e um declínio após esse horário, quando houve o 
reabastecimento dos cochos e as vacas recomeçaram a consumir a ração. Os maiores 
picos apresentaram-se após às 18h, mantendo uma grande concentração de vacas nessa 
atividade por toda a noite. 
Esses resultados são corroborados por aqueles encontrados por FRASER& 
BROOM (1990), quando citaram que o pico de comportamento de ruminação ocorre 
logo após o entardecer, e em seguida reduzindo continuamente até pouco antes do 
amanhecer, quando as vacas iniciarão as atividades de ingestão. 
Na Figura 13 podem ser observadas as porcentagens de consumo de água ao 
longo do dia. Esses resultados não apresentaram diferenças (P > 0,05) entre as estações 
e são semelhantes aos encontrados por RAY & ROUBICEK (1971) quando verificaram 
as maiores porcentagens de consumo de água ocorrendo no período da tarde, 
correspondendo ao período de maior consumo de alimentos. Da mesma forma DADO & 
ALLEN (1994) verificaram que o consumo de água está associado com o consumo de 
matéria seca. 
Os maiores picos foram observados no final da manhã e no final da tarde,

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