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Resumo crimes contra a pessoa Rogerio Sanches

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CAPÍTULO III- DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
→ Trata dos crimes de perigo, ou seja, infrações penais que ofendem o bem jurídico com a simples probabilidade de dano, não havendo lesão substancial.
1) Perigo de contágio venéreo (art.130)
2) Perigo de contágio de moléstia grave (art.131)
3) Perigo para a vida ou saúde de outrem (art. 132)
4) Abandono de incapaz (art. 132)
5) Exposição ou abandono de recém-nascido ( art.134)
6) Omissão de socorro (art. 135)
7) Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (art. 135-A)
8) Maus-tratos (art.136)
- perigo concreto: exige comprovação do risco de lesão, indicando quem , efetivamente, foi exposto ao perigo.
- perigo abstrato ou presumido: dispensa-se a constatação do risco real, sendo absolutamente presumido por lei.
Perigo de contágio venéreo. (art. 130)
- Bem jurídico tutelado: incolumidade física e a saúde da pessoa, exposta por contágio sexual ou ato libidinoso.
- Sujeitos do crime - > Sujeito ativo -> qualquer pessoa (homem ou mulher), portador(a) de moléstia venérea. Sujeito passivo -> qualquer indivíduo, não importando sexo ou reputação.
Para Fragoso e Nélson Hungria é irrelevante o consentimento do ofendido, há crime, em razão da indisponibilidade do bem jurídico protegido.
- Conduta
Consiste em manter relação sexual ou praticar ato libidinoso com a vítima, expondo a perigo de contágio de moléstia venérea de que sabe ou devia saber ser portador.
Obs.: atos libidinosos: Todos os atos que implicam contato da boca com o pênis, com a vagina, com os seios ou com o ânus, os que implicam manipulação erótica (por mãos ou dedos) destes mesmos órgãos pelo respectivo parceiro, os que implicam introdução do pênis no ânus ou no contato do pênis com os seios, e os que implicam masturbação mútua.
- O código não indica claramente quais são as moléstias venéreas que integram o tipo penal - > norma penal em branco -> complemento dado por normas do Ministério da Saúde.
- Voluntariedade
- O art. 130 contém três modalidades distintas do delito de perigo, de acordo com o elemento subjetivo:
 (a) O agente “ sabe que está contaminado ” (caput): É o dolo direto de perigo, no qual o agente quer tão somente criar a situação de perigo, mas não a efetiva transmissão da moléstia. 
(b) O agente “deve saber que está contaminado” (caput): para E. Magalhães Noronha “deve saber” indica culpa por parte do agente (Direito penal, cit., v. 2, p. 80). No mesmo sentido :Nélson Hungria, Comentários, cit., v. V, p. 405). Em sentido contrário: Celso Delmanto, para quem se trata de dolo eventual (Celso Delmanto e outros, Código Penal comentado, cit., p. 130). 
(c) O agente sabe que está contaminado e tem a intenção de transmitir a moléstia (§ 1º): é o crime de perigo com dolo de dano. O agente pratica ato sexual com a vítima com a intenção de efetivamente transmitir a moléstia. Mais do que a exposição ao perigo, pretende o efetivo contágio; daí por que a majoração da pena.
(d) se o agente agiu com intenção de transmitir a doença(dolo de dano) e efetivamente consegue contaminar o ofendido, produzindo neste ferimentos graves á saúde, responderá pelo crime do art. 129, parágrafo 1º e 2º, ou 129, parágrafo 3º.
Bittencourt ->quando o agente sabe, tem plena consciência do seu estado, que é portador de moléstia venérea podem ocorrer as 2 espécies de dolo: direto ou eventual.
Consumação e Tentativa
Crime de perigo abstrato, consumando-se no momento da prática do ato sexual capaz de transmitir a moléstia venérea,ainda que a vítima não seja contaminada (crime formal).
Ação Penal
Parágrafo 2º -> crime se promove mediante representação do ofendido -> Exposição de Motivos (44).
Perigo de contágio de moléstia grave. (art. 131)
- Bem jurídico tutelado: incolumidade física e a saúde da pessoa, estendendo-se a todas as espécies de enfermidades contagiosas graves. Exigindo-se a intenção do agente de produzir infecção.
Sujeitos do crime
Sujeito ativo: qualquer pessoa contaminada com moléstia grave contagiosa -> crime próprio -> predicado especial (incomum) do agente.
Sujeito passivo: qualquer pessoa desde que não esteja contaminada por igual moléstia.
Conduta
Pune-se aquele que , contaminado de moléstia grave(curável ou não) e contagiosa (ex: tuberculose, febre amarela ou poliomielite), pratica qualquer ato capaz de transmiti-la a outrem. Trata-se de delito de ação livre podendo a transmissão ocorrer por qualquer meio , de forma direta (contato físico entre os sujeitos, ex: aperto de mão) ou indireta (sem contato físico, através de objetos, ex: seringas, talheres.)
Voluntariedade
O crime só é punido a título de dolo, isto é , deve o agente buscar a transmissão da moléstia (dolo direto de dano) ; Não se admite dolo eventual.
Consumação e Tentativa
Consuma-se o crime com a prática do ato perigoso, capaz de produzir o contágio, independentemente da transmissão(crime formal)
A tentativa é possível (delito plurissubsistente).
Ação penal
Ação penal pública incondicionada.
Perigo para a vida ou saúde de outrem (art.132)
Bem jurídico tutelado: vida e saúde da vítima.
Sujeitos do crime
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum) ; Sujeito passivo: qualquer pessoa, certa e determinada. Alcançado numero indeterminado de pessoas, o sujeito responderá por crime de perigo comum(arts.250..)
Conduta
Pune-se aquele que, de qualquer forma (crime de ação livre), coloca pessoa certa e determinada em perigo de dano direto, efetivo e iminente.
A conduta pode ser omissiva(ex: deixar de fornecer aparelhos para proteção de funcionários).
Voluntariedade
É dolo de perigo(direto ou eventual), consistente na vontade consciente de, mediante ação ou omissão, colocar em vida ou saúde de pessoa(s) determinada(s) em risco iminente.
O tipo não prevê a forma culposa.
Consumação e Tentativa
Surgindo o efetivo risco, o crime se considera consumado(delito de perigo concreto).
Na forma comissiva de conduta, o crime é plurissubsistente, admitindo a tentativa.
Majorante de pena
Tem o intuito de reprimir o transporte irregular de humildes trabalhadores em especial no interior do país - boias frias.
Ação penal
Ação publica incondicionada, não dependendo de representação da vítima ( ou de seu representante legal).
Abandono de incapaz (art.133)
Visa proteger a vida e a integridade físico-psíquica da vítima, pessoa incapaz de sozinha se proteger ( ou se defender).
Sujeitos do crime
Sujeito ativo: crime próprio - > figurando como autor do abandono apenas aquele que tem a vítima sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, estando, desse modo, obrigado a zelar pelo bem-estar do incapaz -> posição de garantidor.
Sujeito passivo: somente a pessoa assistida, ou seja, incapaz de defender -se dos riscos recorrentes do abandono.
Conduta
- Caracteriza-se por abandonar pessoa indefesa. Abandonar significa deixar ao abandono, desassistido, desamparado, pode ser uma ação ou omissão infringente da obrigação da respectiva guarda ou assistência.
Ação - > levar a vítima a um local ermo e ali deixá-lo.
Omissão -> afastar-se da vítima do lugar onde se encontra, deixando- a própria sorte.
- Não haverá crime se o responsável fica próximo da vítima, vigiando para que alguém a recolha ou deixar em ambiente rodeado de assistência, ex:hospitais.
Figuras semelhantes... diferenças
a) se não houver a posição de garantidor, pode ser crime de omissão de socorro(art. 135)
b) se a vitima for recém-nascido para ocultar desonra própria, (art. 134)
c) dependendo do local de abandono, absolutamente deserto, sendo praticamente certo a falta de socorro), pode haver dolo eventual de homicídio, o agente aceito o resultado.
d) abandono moral e não físico -> crime contra a assistência familiar (art. 244 a 247)
Voluntariedade
É dolo de perigo ( direto ou eventual), consistente na vontade consciente de abandonar a vítima, colocando-a em risco.
Não admite forma culposa.
Consumação e Tentativa
Se consuma quando, em razão do abandono, a vítima sofre concreta situação de risco (crime de perigoconcreto).
Se praticado por ação, o delito assume forma plurissubsistente, admitindo a tentativa.
Qualificadoras e majorantes de pena
Parágrafo 1º e 2º estabelecem as figuras qualificadas, quando do abandono resultar na vítima lesão grave ou morte. São delitos preterdolosos, havendo abandono doloso e resultado qualificador culposo(jamais querido ou aceito pelo seu responsável).
Majorantes de pena
a) se o abandono ocorre em lugar ermo: lugar desabitado, sem frequência (ausência de pessoas), habitualmente isolado.
b) se o agente é ascendente ou descendente, conjugue, irmão, tutor ou curador da vítima: aumenta a pena daquele que carrega maior dever de assistência, o rol é taxativo não incluindo união estável.
c) se a vítima é maior de 60 anos: justifica-se em razão de maior dificuldade de autodefesa pela pessoa idosa. Acrescido pelo Estatuto do Idoso ( Lei 10. 741/ 2003)
Ação Penal
Ação penal pública incondicionada.
Princípio da Especialidade
- Código Penal x Estatuto do Idoso ( Lei 10. 741/ 2003) - > art. 98
- Código Penal x Lei 13.146/15 -> art.90 - > punição de abandono de pessoas com deficiência em hospitais, casas de saúde....
Exposição ou abandono de recém-nascido (art. 134)
O motivo do abandono(honra) faz com que o crime seja tratado pela Doutrina como uma forma privilegiada da conduta delituosa do abandono de incapaz.
Sujeitos do crime
Sujeito ativo: há uma discussão sobre quem seja.
Bittencourt afirma que somente a mãe poderá ser o sujeito ativo
Doutrina majoritária (Heleno Fragoso e Mirabete) -> pode ser a mulher que concebe ilicitamente ou o pai adulterino ou incestuoso.
Sujeito passivo: somente o recém-nascido.
É possível concurso de pessoas - > coautoria e participação.
Conduta
Expor (ação) ou abandonar ( omissão) recém-nascido, colocando- o em perigo concreto (real), visando ocultar desonra própria.
Voluntariedade
É dolo consistente na vontade consciente de expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria.
- Marido de mulher infiel que abandona recém-nascido adulterino não pratica art.134 , pois não age para ocultar desonra própria e sim de terceiro, responde pelo art. 133 .
Não se pune culpa.
Consumação e Tentativa
Consuma-se quando o recém-nascido é abandonado ficando exposto efetivamente a perigo real.
Na forma comissiva admite tentativa. Exemplo: caso de mãe que é pega deixando filho na porta de estranhos.
Qualificadoras
Se resultar lesão corporal grave ou morte fruto da culpa -preterdolo- qualificado ( parágrafos 1º e 2º)
Junto com abandono tendo vontade do agente de ferir gravemente ou mesmo matar o recém-nascido -> crime de lesão corporal de natureza grave ou homicídio doloso.
Ação Penal
Ação penal pública incondicionada.
Omissão de Socorro (art.135)
Objeto jurídico tutelado: segurança do indivíduo, protegendo-se a vida e a saúde humanas.
Sujeitos do crime
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum)
- A omissão de socorro dispensa a existência de vínculo especial entre os sujeitos ativo e passivo.
- O dever de assistência é imposição que recai a todos, sem distinção, o crime em tela não admite coautoria, ou seja, se várias pessoas negam assistência, todas respondem por omissão de socorro. -> obrigação de natureza solidária.
- É necessário que o sujeito ativo esteja na presença da vítima em perigo.
- Pessoas que assistência deve ser prestada:
a) criança abandonada ou extraviada
- Criança abandonada: é a que foi deixada sem os cuidados de que necessitava para a sua subsistência;
- Criança extraviada: é a que, por qualquer motivo, se acha perdida no caminho, fora do lugar de sua residência, sem saber como encontrá-lo.
- Criança abandonada ou extraviada para a lei penal é aquela para quem a assistência se faz necessária diante do desamparo em que se encontra.
b) inválido ou ferido desamparado
- Pessoa inválida, ao desamparo: aquela sem vigor físico ou psíquico, necessitada de assistência, pois indefesa e sem resguardo, assim como o indivíduo seriamente doente.ex: paralítico, cego.
- Pessoa ferida: apresenta lesões corporais de certa gravidade, provocadas dolosa ou culposamente por terceiros, ou por si mesma, dependente de auxílio (desamparada).
c) o que se achar em grave e iminente perigo
- Em grave e iminente perigo: todo aquele que, por qualquer motivo, corre o risco de sofrer algum mal ao seu bom estado. Risco deve ser grave e concreto.
Conduta
A omissão consiste numa ação inversa à que se podia e devia pôr em ato.
Duas são as formas de praticar o crime:
1) o agente deixa de atender a vítima, não presta auxílio pessoal à vítima -> assistência imediata
2) o agente sem condições de prestá-lo, não solicita à autoridade pública -> assistência mediata
Uma assistência tardia será uma assistência aparente (simulada), equivalendo a uma omissão do pedido.
- A omissão é relevante quando:
1) for possível prestar o socorro;
2) sem risco pessoal (físico) concreto e iminente.
Voluntariedade
- É a omissão dolosa, isto é, vontade consciente de não prestar assistência(imediata ou mediata), quando possível fazê-lo sem risco pessoal. Pode o dolo ser direto (quer omitir socorro) ou eventual (assume o risco).
- Não admite modalidade culposa.
Consumação e Tentativa
Consuma-se no momento da omissão, deixando o agente de realizar a atividade devida(delito omissivo próprio)
Criança abandonada ou extraviada -> crime de perigo abstrato ou presumido.
Nos demais -> perigo concreto, devendo ser demonstrado o risco sofrido pela vítima certa e determinada.
Por ser crime omissivo próprio, a tentativa não é admissível (crime unissubsistente)
Major ante de pena
Pena aumentada de metade em caso de lesão corporal grave e triplicada se resulta em morte(parágrafo único) -> figura do preterdolo ( dolo no antecedente e culpa no consequente).
- Para análise dessa majorante é necessário, segundo Bittencourt " comprovar a relação de causalidade(de não impedimento) entre a omissão e o resultado ocorrido, para legitimar a majoração da pena, nos limites de um direito penal da culpabilidade".
Ação Penal
Ação penal pública incondicionada, o inicio da instância penal não depende de representação da vítima ou de seu representante legal.
Princípio da especialidade
- Código Penal x Código de Trânsito brasileiro: no acidente de transito a omissão de socorro assume várias formas:
1) quem culposamente, na condução do veículo, causar lesões e não socorrer a vítima- > arts. 302, § 1º ou 303 combinado com o 302, §1º CTB.
2) quem, mesmo não agindo de forma culposa na condução do veículo, envolver-se em acidente de trânsito, não socorrendo a vítima -> art. 304, CTB.
3) qualquer pessoa (até mesmo condutor, desde que não envolvido em acidente), ao perceber um desastre com a vítima e não prestar socorro -> art. 135 CP.
- Código Penal x Estatuto do Idoso: art. 97 do Estatuto do Idoso ( Lei 10. 741/2003).
- Código Penal x Código Penal Militar :Decreto- Lei 1.001/69, arts.200 e 201 -> pune comandantes que se abstém de salvar comandados.
Condicionamento de atendimento médico hospitalar emergencial (art. 135- A)
- Lei 12.653/12 -> cria a mais nova forma omissão de socorro, praticada mediante condicionamento de atendimento médico hospital emergencial.
Sujeitos do crime
Sujeito ativo: o crime pode ser praticado por administradores e/ou funcionários do hospital.
Sujeito passivo: figura como vítima a pessoa em estado emergência.
Embora se trate de crime comum, só pode ser cometido por funcionários de hospitais particulares, se for de rede pública, a cobrança é proibida configurando o crime de concussão.
Conduta
Consiste em negar atendimento emergencial, exigindo do potencial paciente(ou de seus familiares), como condição para a execução dos procedimentos de socorro:
a) cheque caução (cheque em garantia), nota promissória (promessa de pagamento) ou de qualquer garantia (endosso de uma duplicata ou letra de cambio , por exemplo).
b) o preenchimento prévio de formulários administrativos, quase sempre na forma de contratos de adesão favorecendo abusivamenteuma das partes( o hospital).
Voluntariedade
Somente se admite a forma dolosa acrescida de elemento subjetivo específico( a exigência deve se impor como condição para o atendimento médico hospitalar emergencial).
Consumação e Tentativa
Consuma-se com a indevida exigência, condicionando o atendimento de emergência -> delito de perigo concreto, real e imediato.
Em tese é possível a tentativa -> delito plurissubsistente.
Majorantes
Trata-se de figura preterdolosa (ou preterintencional), sendo os resultados majorantes decorrentes de culpa.
Ação Penal
Ação penal pública incondicionada.
Princípio da especialidade
- Código Penal x Estatuto do Idoso : art. 103 da Lei 10.741/03 pune negar acolhimento ou permanência do idoso, como abrigado , por recusa deste em outorgar a procuração à entidade de atendimento.
Maus- Tratos (art. 136)
Bem jurídico tutelado: a vida e incolumidade particular das pessoas que se encontram, para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia, sob guarda, autoridade ou vigilância do agente.
Sujeitos do crime
Trata-se de crime próprio que só pode ser cometido por aquele que, tenha autoridade, guarda ou vigilância em relação á vítima. Ex: babá sobre a criança, o cuidador sobre o idoso.
Conduta
Infligir maus- tratos é tratar pessoa com violência, bater, espancar , maltratar, açoitar, mutilar, lesar fisicamente...
Trata-se de crime de ação múltipla, que comporta as seguintes execuções através do expor:
a) privação de alimentos ou de cuidados indispensáveis: trata-se de conduta omissiva, em que o agente se abstém de praticar atos de cuidado em relação a seu subordinado. A privação de alimentos pode ser absoluta ou relativa, bastando para a consumação a continência parcial que gera o perigo. Os cuidados indispensáveis é a privação de cuidados necessários ao regular desenvolvimento de quem está sendo educado, tratado ou custodiado.
b) sujeição ao trabalho excessivo ou inadequado: deve-se levar em conta as condições físicas da vítima. 
Trabalho excessivo: embora seja possível sua execução pelo subordinado é imposto de maneira sobrenatural, desumana.
Trabalho inadequado: é o impróprio, imposto à vítima sem que esta tenha condições de realizá-lo, em razão de sua idade, condição física, etc.
- tortura ≠ maus-tratos: Na tortura a vítima é submetida a intenso sofrimento físico e mental, no maus- tratos basta a provocação do simples perigo; A intenção do agente na tortura, é calcada no horror, visa causar sofrimento. Nos maus-tratos, o agente age com abuso do exercício de um direito regular.
- "Lei da Palmada" -> 13.010/14 altera o ECA estabelecendo o direito da criança de ser educada sem castigo físico e tratamento cruel.
Voluntariedade
Consubstancia-se o dolo na consciência de maltratar a vítima, expondo-a a perigo. Ausente a consciência do abuso, não há de falar em crime.
Não há previsão de modalidade culposa.
Consumação e tentativa
Consuma-se o delito no momento em que o agente cria o perigo real.
Na privação de cuidados ou alimentos, é necessário que o agente aja com habitualidade ( reiteração de atos).
De difícil configuração, admite-se tentativa nas modalidades comissivas plurissubsistentes, não habituais. Exemplo: o agente, na iminência de espancar o filho com instrumento cortante, vem a ser impedido por terceiros, não consumando o crime por circunstâncias alheias à sua vontade.
Qualificadoras e majorantes de pena
- § 3º acrescentado pela Lei 8.069/90 ( Estatuto da Criança e do Adolescente) prevê causa de aumento de pena nas hipóteses em que o crime é cometido contra menos de 14 anos.
Ação Penal
Ação penal pública incondicionada.
Princípio da especialidade
- Código Penal x Estatuto do Idoso: maus-tratos contra idoso, responde -> art.99 da Lei 10.741/03 e não pelo 136,CP.
- Código Penal x Código Penal Militar: pune maus-tratos em lugar sujeito á administração militar ou no exercício de função militar -> art. 214, da lei 1.001/69
Da Rixa (art. 137)
Rixa é uma briga(luta ou contenda) perigosa entre mais de duas pessoas, agindo cada uma por sua conta e risco, acompanhada de vias de fato ou violências recíprocas, com a utilização ou não de armas.
Visa proteger a incolumidade ( física ou mental) da pessoa humana.
- Exposição de Motivos (item 48): " A ratio essendi da incriminação é dupla: a rixa concretiza um perigo à incolumidade pessoal (e nisto se assemelha aos "crimes de perigo contra a vida e a saúde") e é uma perturbação da ordem e disciplina da convivência civil." 
Sujeitos do crime
Apesar de ser crime comum possui aspecto sui generis, pois o sujeito ativo é, ao mesmo tempo, passivo, em virtude das mútuas agressões.
Trata-se de crime de concurso necessário(plurissubjetivo) -> no mínimo três contendores.
Conduta
A ação criminosa consiste em participar(tomar parte) do tumulto.
O local onde é praticado é irrelevante.
O crime se caracteriza pela ação individual de mais de dois rixosos, agredindo-se reciprocamente e de maneira generalizada.
Não haverá rixa quando possível definir, no caso concreto, dois grupos contrários lutando entre si.
Voluntariedade
É o dolo de perigo(direto ou eventual), consistente na vontade consciente de tomar parte da briga, ciente dos riscos que essa participação pode provocar para a incolumidade física de alguém(rixoso ou não), sendo irrelevante o motivo da rixa. Não admite conduta culposa.
Consumação e Tentativa
O delito consuma-se com o inicio do conflito, isto é, com a efetiva troca de agressões entre os rixosos. Trata-se de crime de perigo presumido (ou abstrato), punindo-se a simples troca de agressões.
O crime, por se unissubistente, não admite fracionamento da execução,, impedindo, desse modo, a tentativa.
Qualificadora
Existem 3 tipos de punição do art. 137:
a) da solidariedade absoluta: se da rixa resultar lesão grave ou morte, todos os participantes respondem pelo evento( lesão corporal grave ou homicídio), independentemente de se apurar quem foi o seu real autor.
b) da cumplicidade correspectiva: havendo morte ou lesão grave, e não sendo apurado o seu autor, todos os participantes respondem por esse resultado, sofrendo, entretanto, sanção correspondente à média da sanção do autor e do partícipe ( estabelece-se uma pena determinada para todos).
c) autonomia: Apenas o causador dos graves ferimentos ou morte(se identificado) é que responderá também pelos crimes de lesão corporal dolosa, de natureza grave, ou homicídio. Adotado pelo nosso CP.
Ação Penal
Ação penal pública incondicionada.
Principio da Especialidade
- Código Penal x Estatuto do Torcedor: art. 41-B da Lei 10.671/03 -> pune a conduta de promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos com reclusão de um a dois anos.
- Código Penal x Código Penal Militar: art. 211 do Decreto-Lei 1.001/69 -> pune a conduta militar que participa da rixa, salvo para separar os contendores.

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