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Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 1 TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES E ESTACIONÁRIOS: ANÁLISE NO DOMÍNIO DO TEMPO Acredite na sua capacidade de raciocínio. PENSE! Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 2 INTRODUÇÃO Os conhecimentos matemáticos relativos a equações diferenciais são importantes ferramentas na análise de sistemas lineares, tendo em vista a possibilidade de representação desses sistemas por meio de equações diferenciais, denominadas equações descritivas do sistema. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES Uma equação diferencial de ordem n é dada por: )()()()()( 011 1 1 txtyaty dt d aty dt d aty dt d a n n n n nn =++⋅⋅⋅++ − − − (1) A função x(t) representa o sinal de entrada do sistema e é denominada de função de excitação. Os coeficientes ia são constantes e dependem dos valores dos parâmetros do sistema. Restringiremos nosso interesse às equações diferenciais tanto de primeira, quanto de segunda ordem devido a terem ampla aplicabilidade na representação de sistemas na área de Engenharia Elétrica. TRANSITÓRIOS EM SISTEMAS LINEARES ESTACIONÁRIOS SUBMETIDOS A SINAIS CONTÍNUOS: ANÁLISE CC EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES HOMOGENEAS DE PRIMEIRA ORDEM Uma equação diferencial linear homogênea de primeira ordem é dada por: 0)()( 0 =+ tyatydt d (2) Cuja solução, denominada solução homogênea, pode ser determinada conforme segue: )()( 0 tyatydt d −= Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 3 Separando as variáveis e integrando ambos os membros dta ty tdy ∫∫ −= 0)( )( → 201)(ln ctacty +−=+ Aplicando exponencial e fazendo 12 ccc −= 0( ) a t cy t e− += , ou ceety ta0)( −= Fazendo, cek = e )()( tytyh = temos: ta ketyh 0)( − = (3) A constante k engloba as constantes de integração e depende das condições iniciais. Nas aplicações em Engenharia Elétrica essa constante depende da energia inicial armazenada no campo magnético dos elementos indutivos ou no campo elétrico dos elementos capacitivos, do sistema. A solução homogênea está associada ao regime transitório e representa o comportamento natural ou livre do sistema, por essa razão também é conhecida como solução natural ou livre do sistema. EXEMPLO LITERAL 1 Considere que um circuito RC série, submetido a um sinal de entrada ,)( Etx = encontra-se em regime permanente e que, em t=0, instantaneamente, o sinal de entrada é retirado e em seu lugar é chaveado um curto circuito. Determine a equação da corrente do circuito para 0≥t . Inicialmente é necessário identificar as condições iniciais. Antes do chaveamento o capacitor estava plenamente carregado, ou seja: 0)0(0)0(;)0( =−=−=− rveiEvC . Depois do chaveamento o capacitor irá se descarregar, assegurando uma circulação de corrente no circuito, assim: ( ) ( ) ( ) 0 0 0 c r Ei R v E v E = − = = − O capacitor não permite mudanças bruscas de tensão: (0 ) (0) (0 )C C Cv v v− = = + . O passo seguinte é encontrar a equação descritiva do circuito que pode ser determinada com o auxílio da KirchhoffdeLei , da Lei de Ohm e das equações que regem o comportamento físico dos parâmetros do sistema, como segue: Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 4 LKT: 0)()( =+ tvtv cr (4) Modelando a equação (4) em termos da corrente i(t), temos: ∫ =+ 0)( 1)( dtti C tRi Eliminando a integral ∫ =+ 0)( 1)( dtti dt d C ti dt dR Rearranjando, e fazendo o coeficiente da derivada de maior ordem a1 = 1, temos a equação descritiva da corrente do circuito: 0)(1)( =+ ti RC ti dt d (5) Que é uma equação diferencial linear homogênea de primeira ordem, portanto conforme a equação (3) a solução homogênea associada será: ( ) t RC hi t k e − = Que pode ser apresentada em função da constante de tempo RC=τ ( ) t hi t k e τ− = (6) Fazendo t=0 ( ) R Ekih −==0 Substituindo na equação (6) e fazendo ( ) ( )titi h= temos: ( ) tEi t e R τ− = − , para 0≥t (7) As equações para as demais grandezas do circuito: )()( tvetv cr , podem ser facilmente obtidas, como segue: Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 5 ( )( ) ( ) ( ) : : t t t t r h t c r Pela Lei de Ohm v R i t E e Pela Lei de Kirchhoff v v E e τ τ − − = − = = = − O comportamento das grandezas ao longo do tempo pode der observado na figura abaixo: Fig.1 – Comportamento físico das grandezas do circuito RC série Analise a influência da constante de tempo τ no comportamento das grandezas do circuito e observe que em cerca de cinco constantes de tempo o circuito praticamente já alcançou o regime permanente. -E/R E -E Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 6 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES NÃO HOMOGENEAS DE PRIMEIRA ORDEM Uma equação diferencial linear não homogênea de primeira ordem é dada por: )()()( 0 txtyatydt d =+ (8) Essa equação diferencial admite para além da solução homogênea outra solução denominada solução particular, de modo que a respectiva solução geral é: )()()( tytyty ph += (9) A solução particular pode ser determinada utilizando uma função auxiliar u(t), também denominada fator de integração, como segue: ]( ) ( ) ( ) ( ) [ ( ) ( )p p pd d dy t u t y t u t y t u tdt dt dt + = (10) Multiplicando a equação (8) por u(t) e fazendo ( ) ( )py t y t= , temos: 0( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )p p d y t u t a y t u t x t u t dt + = (11) Comparando as equações (10) e (11): )()( 0 tuatudt d = (12) ]( ) ( ) ( ) ( )pd y t u t x t u tdt = (13) Da equação (12) ta ketu 0)( + = Substituindo na equação (13) e integrando os dois membros, temos: 0 0( ) ( )a t a tp d y t ke dt x t ke dt dt + + = ∫ ∫ ou 0 0( ) ( )a t a tpy t ke k x t e dt+ += ∫ Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 7 A solução particular é, então, dada por: 0 0( ) ( )p a t a ty t e x t e dt− += ∫ (14) Essa solução está associada ao regime permanente e representa o comportamento forçado do sistema, por essa razão também é conhecida como solução forçada ou não natural do sistema. Assim, a solução geral de uma equação diferencial homogênea de primeira ordem será dada por: 0 0 0( ) ( )a t a t a ty t ke e x t e dt− − += + ∫ (15) A constante k depende das condições iniciais e está associada à energia inicial armazenada no campo magnético dos elementos indutivos ou no campo elétrico dos elementos capacitivos do sistema. EXEMPLO LITERAL 2 Considere um sistema representado por um circuito RC série, alimentado em t=0 por um sinal de entrada contínuo Etx =)( . Assumindo que a tensão inicial no capacitor é 0)0( cc vv = determinar a equação para a corrente, i(t) série do circuito. As condições iniciais dos parâmetros do sistema são: ( )0 0 0 (0) (0) (0) C r C c C E v i R v E v v v − = = − = LKT: Etvtv cr =+ )()( (16) Modelando (16) em função da corrente i(t) Edtti C tRi =+ ∫ )( 1)( Derivando ambos os lados para eliminar a integral, temos: E dt ddtti Cdt d tRi dt d =+ ∫ ))( 1()( Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 8 Resolvendo e fazendo o coeficiente da derivada de maior ordem a1 = 1, a equação descritiva da corrente do sistema será: 0)(1)( =+ ti RC ti dt d (17) Trata-se de uma equação diferencial linear não homogênea de primeira ordem. Assim sendo, a solução homogênea associada será: 1 ( ) tRChi t k e − = (18) Fazendo t=0 e )()( titi h= R vE ki C0)0( −== Assim, 1 0( ) tC RCE vi t e R −− = (19) Sendo RC=τ a constante de tempo do circuito, então 0( ) t CE vi t e R τ− − = , para 0≥t (20) Conhecendo a equação da corrente série do circuito é possível determinar as tensões no resistor e no capacitor, como segue: ( )( ) 0( ) t tr Cv Ri t E v e τ− = = − (21) 01 1( ) ( ) t C c E v v t i t dt e dt C C R τ −− = =∫ ∫ ou ( )0( ) t c Cv t E v e C τ− = − − + (22) Onde C é a constante de integração Fazendo t = 0 em (22), tem-se: ( ) 00)0( CCc vCvEv =+−−= ou EC = Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 9 Substituindo na equação (22), tem-se: ( )0( ) t Ec Cv t E v e τ− += − − , para 0≥t (23) Que também pode ser apresentada na forma ) 0( ) (1 t t c Cv t E e v e τ τ− −+= − , para 0≥t (24) Observe que a tensão no capacitor ou no resistor também poderia ser encontrada utilizando a KirchhoffdeLei . Por exemplo: Etvtv cr =+ )()( Etvtv rc +−= )()( (25) Substituindo a equação (21) na equação (25), temos: ( )0( ) t Ec Cv t E v e τ− += − − Atente, também, para o fato de que as tensões tanto no resistor quanto no capacitor podem ser determinadas por meio das respectivas equações descritivas que podem ser encontradas utilizando o mesmo procedimento adotado para determinar a corrente i(t), ou substituindo as equações que regem o comportamento físico dos parâmetros do sistema na equação descritiva da corrente. De modo que as equações características para ( )cv t e ( )rv t serão, respectivamente: 1( ) ( )c c d E v t v t dt RC RC + = (26) e 0)(1)( =+ tv RC tv dt d rr (27) O comportamento das variáveis do sistema, ao longo do tempo, está apresentado nos gráficos a seguir: Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 10 (a) (b) Fig.2 – Comportamento das tensões EvbEva CC >< 00 );) EXEMPLO LITERAL 3 Considere um sistema representado por um circuito RL série, alimentado no instante t=0 por um sinal de entrada contínuo x(t) = E. Sabendo-se que a corrente inicial no indutor é nula determinar as equações das grandezas do circuito. O circuito está submetido às seguintes condições iniciais: Ev v i L r = = = )0( 0)0( 0)0( O indutor não permite mudanças bruscas de corrente: )0()0()0( +==− iii E E-vc0 vc0 E E-vc0 vc0 Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 11 LKT: Etvtv Lr =+ )()( Modelando em termos da corrente i(t) Eti dt dLtRi =+ )()( Rearranjando e fazendo o coeficiente da derivada de maior ordem a1 = 1, a equação descritiva da corrente será: L E ti L R ti dt d =+ )()( (28) Trata-se de uma equação diferencial linear não homogênea de primeira ordem, que admite duas soluções: uma homogênea e a outra particular. Assim sendo, a solução geral é determinada conforme segue: )()()( tpithiti += A solução homogênea associada será ( ) R tL hi t k e − = E a solução particular, por sua vez, é dada por: ( ) R Rt t L L p E Ei t e e dt L R − + = =∫ Assim, a solução geral será: ( ) RtL Ei t k e R − += (29) Fazendo t=0 0)0( =+= R Eki p Daí, R Ek −= Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 12 Substituindo em (29), a solução geral do sistema será dada por: tL R e R E R E ti − −=)( (30) Sendo R L =τ a constante de tempo do circuito, então τ t e R E R E ti − −=)( , para 0≥t ou )1()( τ t e R E ti − −= , para 0≥t Conforme já apresentado, a partir da equação da corrente série do circuito é possível determinar as tensões no resistor e no indutor, como segue: ( ) )( ) (1 t t r tv Ri t E E e E eτ τ − − == = − − , para 0≥t (31) −== − )1()()( τ t L eR E dt dLti dt dLtv ou ( ) t tLv E e τ − = , para 0≥t (32) Outra forma de determinar essas grandezas é utilizar a KirchhoffdeLei , conforme apresentado a seguir para )(tvL : LKT: Etvtv Lr =+ )()( ( ) ( )rLv t E V t= − (33) Substituindo a equação (32) em (33), temos: )( ) ( t Lv t E E E e τ− = − − ou ( ) t Lv t E e τ− = , para 0≥t Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 13 As tensões tanto no resistor quanto no indutor também podem ser determinadas por meio das respectivas equações descritivas utilizando o mesmo procedimento adotado para determinar a corrente i(t) ou substituindo as equações que regem o comportamento físico dos parâmetros do sistema na equação descritiva da corrente. De modo que as equações características para )(tvL e )(tvr serão, respectivamente: 0)()( =+ tv L R tv dt d LL (34) e E L R tv L R tv dt d rr =+ )()( (35) O comportamento das grandezas do circuito, ao longo do tempo, está apresentado na figura abaixo: Fig.3 - Comportamento das grandezas do circuito RL série E E/R -E/R Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 14 EXEMPLO NUMÉRICO 1 Considere um circuito RC série, com R=5 ohm e C = 5 m F, submetido, no instante t=0, a um sinal contínuo (DC) de 120 volts. Sabendo-se que a tensão inicial no capacitor é 0)0( =cv volts, determinar as equações para a tensão no capacitor. Pela equação (26) a equação descritiva é dada por: ( ) 40 ( ) 4800c c d v t v t dt + = Cuja solução geral, conforme a equação (15) será, 120)( 40 += − tketvC (36) Fazendo t=0, 0120)0( =+= kvC Daí, 120−=k Substituindo na equação (36): 40 120( ) 120C tv t e− += , para 0≥t Ou 40 )( ) 120(1C tv t e−= − , para 0≥t Que poderia ser obtida diretamente pela equação (24) Fig.4 – Forma de onda da tensão no capacitor Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 15 EXEMPLO NUMÉRICO 2 Considere um circuito RL série, com R=10 ohm e L=20 m H, submetido, no instante t=0, a um sinal contínuo (DC) de 120 volts. Sabendo-se que a corrente inicial no indutor (0) 0Li = , determinar as equações para a tensão no indutor. Pela equação (34) a equação descritiva é dada por: ( ) 500 ( ) 0LL d v t v t dt + = Cuja solução geral, conforme a equação (15) será, t ektvL 500)( −= (37) Fazendo t=0, (0) 120Lv k= = Substituindo na equação (37):500( ) 120L tv t e−= , para 0≥t Que poderia ser obtida diretamente pela equação (32) Fig.5 – Forma de onda da tensão no indutor Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 16 DETERMINAÇÃO DAS EQUAÇÕES A PARTIR DA ANÁLISE FÍSICA DOS PARÂMETROS DO SISTEMA Nos sistemas de primeira ordem submetidos a sinais de entrada do tipo contínuo é possível determinar as equações das grandezas sem a necessidade do desenvolvimento matemático anteriormente apresentado. Para tanto, é necessário identificar as condições iniciais e as condições finais da grandeza em análise, e considerá-las na equação (15), lembrando-se que a solução particular corresponde ao regime permanente. EXEMPLO NUMÉRICO 3 Considere um circuito RC série, com R=5 ohm e C = 5 m F, submetido, no instante t=0, a um sinal contínuo (DC) de 12 volts. Sabendo-se que a tensão inicial no capacitor é 2)0( =cV volts, determinar as equações para todas as variáveis do sistema. Em regime permanente o capacitor estará com carga máxima, ou seja: a tensão em seus terminais será igual ao sinal de entrada de 12 volts e, portanto, a corrente será igual à zero. Assim, as condições iniciais e finais do sistema serão: 2)0( =i A 0)( =∞i A =)0(rv 10 v 0)( =∞rv v 2)0( =cv v )(∞cv = 12 v A solução geral é a soma da solução homogênea com a solução particular. Assim, as equações para cada grandeza do circuito, são facilmente obtidas, como segue: a) Para a corrente )(ti 40 0( ) ti t k e− += , onde )()( ∞= itip 2)0( == ki 40( ) 2 ti t e−= , para 0≥t Fig. 6 – Forma de onda da corrente do circuito Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 17 b) Para a tensão )(trv 40 0( ) trv t k e− += , onde )()( ∞= rrp vtv 10)0( == kvr 40( ) 10 trv t e−= , para 0≥t Fig. 7 – Forma de onda da tensão no resistor c) Para a tensão )(tvc 40 12( ) tcv t k e− += , onde )()( ∞= ccp vtv 212)0( =+= kvc → 10−=k 40 12( ) 10 tcv t e− += − , para 0≥t Fig. 8 – Forma de onda da tensão no capacitor Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 18 EXEMPLO NUMÉRICO 4 Considere um circuito RL série, com R=5 ohm e L = 25 m H, submetido, no instante t=0, a um sinal contínuo (DC) de 50 volts. Sabendo-se que a energia inicial armazenada no campo magnético do indutor é nula, determinar as equações para todas as variáveis do sistema. Em regime permanente a corrente no indutor será máxima, ou seja: a tensão em seus terminais será igual à zero. Assim, as condições iniciais e finais do sistema serão: 0)0( =i A 10)( =∞i A =)0(rv 0 v 50)( =∞rv v 50)0( =Lv v ( )Lv ∞ = 0 v Assumindo que a solução geral é a soma da solução homogênea com a solução particular, podemos facilmente determinar as equações para cada grandeza do circuito, como segue: a) Para a corrente )(ti 200 10( ) ti t k e− += , onde )()( ∞= itip 10010)0( −=→=+= kki 200 )( ) 10 (1 ti t e−= − , para 0≥t Fig. 9 – Forma de onda da corrente no circuito Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 19 b) Para a tensão )(trv 200 50( ) trv t k e− += , onde )()( ∞= rrp vtv 50050)0( −=→=+= kkvr 200 )( ) 50 (1 trv t e−= − , para 0≥t Fig. 10 – Forma de onda da tensão no resistor c) Para a tensão )(tvL 200( )L t v t k e−= , onde )()( ∞= LLp vtv 50)0( == kv L 200( ) 50L tv t e−= , para 0≥t Fig. 11 – Forma de onda da tensão no indutor Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 20 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES HOMOGENEAS DE SEGUNDA ORDEM Uma equação diferencial linear de segunda ordem do tipo: 0)()()( 012 2 =++ tyaty dt d aty dt d (38) Admite uma solução homogênea a qual pode ser determinada como segue: Inicialmente é necessário transformar a equação (38) em uma equação de primeira ordem, o que é possível fazendo: dt dD = (39) Substituindo na equação (38), 0)()( 012 =++ tyaDaD (40) De onde podemos destacar: 001 2 =++ aDaD (41) Que é a equação característica do sistema e admite duas soluções ou raízes. Assim, a equação (40) pode ser apresentada em função das raízes r1 e r2, como segue: ( )( ) 0)(21 =−− tyrDrD (42) Assumindo ( ) )()(2 tutyrD =− (43) então ( ) 0)(1 =− turD ou 0)()( 1 =− turtDu Utilizando a equação (39) )()( 1 turtudt d = (44) Daí, tr ectu 11)( + = (45) Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 21 Substituindo a equação (44) na equação (43) tr ectyrty dt d 1 12 )()( +=− Que é uma equação diferencial linear não homogênea de primeira ordem, cuja solução geral, utilizando a equação (15) será: 1 2 2 1 2( ) r t r t r t r ty t ke e c e e dt+ + + −= + ∫ Rearranjando )()( )21(2 1 dteckety trrtr ∫ −++ += ou 1 ( )2 1 2( ) r t r r ty t e k c e dt− + −= + ∫ (46) Resolvendo a integral 1 1 2 ( )2 1 2 ( )1( ) ( ) r t r r t c ky t e c e r r − + − + += − Onde c é a constante de integração e k é a constante da solução homogênea. Considerando )(2 kcc += 1 1 2 2 1 2 2( ) ( ) r t r t r t ce cy t e e r r − + − += − Fazendo ( )21 1 1 rr ck − = e 22 ck = , a solução homogênea para Rrr ∈≠ 21 será: tr k tr eektyh 22 1 1)( += (47) No o caso da equação característica (41) apresentar rrr == 21 , a equação (46) será: 1( ) rty t e k c dt− = + ∫ ou ( )1( ) rty t k c t e= + Fazendo k1 = k e k2 = c1 então: ( )1 2 1 2( )h rt rt rty t k k t e k e k t e= += + (48) Que corresponde à solução homogênea do sistema quando rrr == 21 Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 22 Por fim, quando a equação característica (41) apresentar 1 2r r C≠ ∈ , onde 1,2r jα ω= − ± Então a equação (47) pode ser escrita na forma que segue: ( ) ( ) 1 2( )h j t j t ky t k e eα ω α ω− + − −+= Rearranjando e separando os expoentes reais dos expoentes complexos, tem-se: 1 2( )h j t j tt tky t k e e e eω ωα α+ −− −= + ou 1( 2( ) )h j t j tt ky t e k e eω ωα + −−= + (49) Recorrendo às equações de EULER: )()cos( )()cos( tjsente tjsente tj tj ωω ωω ω ω −= += − + A equação (49) pode ser apresentada na seguinte forma: ( ) ( ) ( ) ( ) }{ 1 2( ) cos cosh ty t e k t jsen k t jsen tα ω ω ω ω− = + + − Separando as partes reais das imaginárias, tem-se: ( ) ( ) ( ) ( )[ ]1 2 1 2cos( )h t k k t j k k sen ty t e α ω ω+− + −= Fazendo k1+k2 = c1 e j(k1 - k2) = c2, então, ( ) ( )[ ]tsenctcety th ωωα 21 cos)( += − (50) Que é a solução homogênea do sistema quando Crer ∈21 Para determinar os valores das constantes 21 kek ou 1 2c e c é necessário identificar duas condições iniciais para cada grandeza, quais sejam: o valor da grandeza e a respectiva derivada, no instante 0tt = . Essas constantes dependem da energia inicial armazenada nos campo elétrico e campo magnético, do sistema. Uma das condições é o valor da variável no instante inicial e a outra é a primeira derivada dessa variável nesse mesmo instante, que pode ser determinada a partir de uma das equações apresentadas a seguir, tendo como referência um circuito RLC série, alimentado por um sinal v E= . Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 23 0(0) COv v Rid i dt L − − = , vem de ( ) ( )L d v t L i t dt = e da LKT (51) 0(0)C id v dt C = , vem de ( ) ( )C C di t C v t dt = (52) (0) (0) CO OR v v Rid d v R i R dt dt L − − = = , vem de Rv Ri= (Lei de Ohm) (53) [ ](0) (0) (0)L R Cd dv v v vdt dt= − − , vem de: ( ) ( ) ( )L R Cv t v v t v t= − − ( KirchhoffdeLei ) (54) As equações descritivas de um circuito RLC série são: LKT: Etvtvtv cLr =++ )()()( (55) Modelando a equação (55) em termos: a) da corrente: 1( ) ( ) ( )dR i t L i t i t dt E dt C + + =∫ Eliminando a integral e rearranjando 0)(1)()(2 2 =++ ti LC ti dt d L R ti dt d b) da tensão no resistor: Edtti C ti dt dLtvr =++ ∫ )( 1)()( Fazendo R tv ti )()( = , e eliminando a integral 0)(1)()(2 2 =++ tv LC tv dt d L R tv dt d rrr c) da tensão no capacitor: ( ) ( ) ( )C dR i t L i t v t E dt + + = Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 24 Fazendo )()( tv dt dCti C= , ( ) ( ) ( )C C C d d dR C v t L C v t v t E dt dt dt + + = ou 2 2 1( ) ( ) ( )C C C d R d E v t v t v t L dt LC LCdt + + = d) da tensão no indutor: 1( ) ( )LR i t v i t dt EC+ + =∫ Fazendo ∫= dttvL ti L )( 1)( , 1 1 1( ) ( )L L LR v t dt v v t dt dt EL C L + + = ∫ ∫ ∫ ou 0)(1)()(2 2 =++ tv LC tv dt d L R tv dt d LLL Observe que a equação característica é a mesma para todas as grandezas do sistema. O que difere de uma solução para outra é o fato de que as condições iniciais específicas de cada grandeza são diferentes e, conseqüentemente, as constantes 21 kek ou 1 2c e c são, também, distintas. Em outras palavras, a solução homogênea genérica em termos de 21 kek ou 1 2c e c é a mesma para todas as grandezas do sistema. EXEMPLO LITERAL 4 Considere um circuito RLC série no qual é chaveado um sinal de entrada contínuo. Sabendo-se que no instante inicial a energia armazenada tanto no campo magnético quanto no campo elétrico era nula, determine a equação para a corrente do circuito, após o chaveamento. LKT: Etvtvtv cLr =++ )()()( Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 25 A equação descritiva será: 0)(1)()(2 2 =++ ti LC ti dt d L R ti dt d (56) Cuja equação característica correspondente tem a forma: 012 =++ LC D L RD E admite a seguinte solução: 212 2,1 2 4 − ±− = LCL R L R r Rearranjando, 212 2,1 1 22 − ±−= LCL R L R r (57) Ou, no caso de raízes complexas: 2122 2,1 2 1 2 − ±−= L R LC j L R r (58) Que pode ser apresentada na forma que segue njr ωα ±−=2,1 Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 26 Em função dos valores dos parâmetros: R, L e C do circuito a equação (57) admite três soluções: raízes reais e diferentes, raízes reais e iguais e, raízes complexas e conjugadas. Essas soluções correspondem a sistemas sobre amortecidos, criticamente amortecidos e oscilatórios, respectivamente e podem ser observadas nas figuras abaixo: Fig.12- Forma de onda da corrente do circuito Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 27 RESUMO: A solução homogênea para cada caso será: Se 0 Sobreamortecimento∆ > → tr k tr eekti 2 2 1 1)( += Se ∆ = 0 → Criticamente Amortecido ( ) rtetckti ⋅+= 1)( Se ∆ < 0 → Oscilação ( ) ( )1 2( ) cos n nti t e c t c sen tα ω ω− = + No caso das raízes complexas alguns parâmetros devem ser destacados: naturalangularfrequência L R LCn = − = 2122 2 1 ω amortecidanãonaturalangularfrequência LC == 1 0ω L R 2 =α ntoamortecimedefatore t =−α 2 2 2 0 nα ω ω−= 2 2 2 0 nω α ω= + Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 28 Dependendo da localização das raízes no plano complexo é possível identificar a estabilidade do sistema, conforme apresentado na figura abaixo: Fig. 13 – Localização das raízes no plano complexo A estabilidade do sistema está diretamente associada aos parâmetros R, L e C do circuito. Tendo a equação (57) ou (58) como referência, analise a influência da variação de cada parâmetro na estabilidade de um sistema de segunda ordem. Nos gráficos da figura que segue é possível identificar a influência da variação do parâmetro R na estabilidade do sistema. Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 29 (R>>>) (R>) (R<<<) (R=0) Fig. 14 – Influência da variação de R no comportamento das tensões do circuito E E E E Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 30 (R>>>) (R>) (R<<<) (R=0) Fig. 15 – Influência da variação de R no comportamento da corrente do circuito Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 31 EXEMPLO NUMÉRICO 5 Um circuito sérieLC é submetido ao chaveamento de um sinal de entrada contínuo v=100 volts. Considerando que mFCmHL 5;20 == e que no instante inicial a energia armazenada no sistema era nula, determinar as equações das grandezas do circuito. LKT: 100)()( =+ tvtv CL Modelando a corrente, ∫ =+ 100)( 1)( dtti C ti dt dL A equação descritiva será: 0)(1)(2 2 =+ ti LC ti dt d 0)(000.10)(2 2 =+ titi dt d Logo, a equação característica, 0000.102 =+D Apresenta as seguintes raízes: 1002,1 jr = Conforme a equação (50) A solução correspondente será: 1 2( ) cos(100) (100)i t c t c sen t= + (59) 1(0) 0i c= = 1 2( ) 100 (100) 100 cos(100) d i t c sen t c t dt = − + 2(0) 100 5000 d i c dt = = Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 32 Daí, 2 50c = Então, a equação (59) da corrente será: ( ) 50 (100 )i t sen t= , para 0≥t Pela equação que rege o comportamento físico do indutor ( ) ( )L d v t L i t dt = , logo: ( ) 100cos(100 )Lv t t= , para 0≥t Por meio da LKT a tensão no capacitor ( ) 100 ( )C Lv t v t= − , daí: [ ]( ) 100 1 cos(100 )Cv t t= − , para 0≥t Fig. 16 – Comportamento das Tensões e da corrente do circuito Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 33 EXEMPLO NUMÉRICO 6 Um circuito sérieRLC é submetido ao chaveamento de um sinal de entrada contínuo v. Considerando as condições iniciais nulas, determinar a equação da corrente: a) Para 0 Sobreamortecimento∆ > → 120 10 20 10 v v R L mH C mF = = Ω = = A equação descritiva correspondenteserá: 2 2 ( ) ( ) 1 ( ) 0d i t R di t i t dt L dt LC + + = ou 2 2 ( ) ( )500 5000 ( ) 0d i t di t i t dt dt + + = A equação característica 2 500 5000 0D D+ + = Admite as seguintes raízes: ( )2 2 500 500 20000 2L r − ± − = 1 2 10, 21 489,79 r r = − = − A Solução homogênea associada será: 10,21 489,79 1 2( ) t ti t k e k e− −= + (60) 1 2 2 1(0) 0i k k k k= + = → = − 10,21 489,79 1 2( ) 10, 21 489,79 6000t t d i t k e k e dt − − = − − = 1 2(0) 10, 21 489,79 6000 d i k k dt = − − = Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 34 1 1 1 600010, 21 489,79 6000 12,51 479,58 k k k− + = → = = 2 1 12,51k k= − = − Substituindo k1 e k2 na equação (60) 10,21 489,79( ) 12,51 12,51t ti t e e− −= − , para 0≥t Fig. 17 – Forma de onda da corrente do circuito b) Para ∆ = 0 →Criticamente Amortecido ( ) 120 4 20 5 v t v R L mH C mF = = Ω = = A equação descritiva correspondente é dada por: 2 200 10000 0 ² d i di i dt dt + + = Que tem por equação característica: ² 200 10000 0D D+ + = Cujas raízes são: 1 2 100r r= = − Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 35 Assim, a solução homogênea correspondente é dada por, 100 100 1 2( ) t ti t k e k te− −= + (61) 1(0) 0i k= = 100 100 100 1 2 2( ) 100 100t t t d i t k e k e k t e dt − − − = − + − 2(0) 6000 d i k dt = = Substituindo k1 e k2 na equação (61), tem-se: 100( ) 6000 ti t t e−= , para 0≥t Fig. 18 – Forma de onda da corrente do circuito c) Para ∆ < 0 → Oscilação ( ) 120 2 20 5 v t v R L mH C mF = = Ω = = A equação descritiva correspondente será: 2 ( ) 100 ( ) 10.000 ( ) 0 ² d di t i t i t dt dt + + = Daí, a equação característica, ² 100 10.000 0D D+ + = Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 36 Admite as seguintes raízes, 4 Sendo assim, a solução homogênea será do tipo: ( ) ( )50 86,6 50 86,6 1 2( ) j t j thi t k e k e − + − − = + ou [ ]50 1 2( ) cos(86,6 ) (86,6 )thi t e c t c sen t−= + (62) Pelas condições iniciais, considerando, ( ) ( )hi t i t= : 1(0) 0i c= = 1 2(0) 50 86,6 6000 d i c c dt = − + = 2 286,6 6000 69,3c c= → = Substituindo as constantes c1 e c2 na equação (62), temos: ( ) 50( ) 69,3 86,6 ti t sen t e−= , para 0≥t Fig. 19 – Forma de onda da corrente do circuito Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 37 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES NÃO HOMOGENEAS DE SEGUNDA ORDEM Equações diferenciais lineares não homogêneas de segunda ordem, na forma: )()()()( 012 2 txtyaty dt d aty dt d =++ (63) Admitem como solução geral: )()()( tytyty ph += Que pode ser encontrada utilizando-se os mesmos procedimentos adotados para se determinar a solução geral das equações diferenciais não homogêneas de primeira ordem. EXEMPLO NUMÉRICO 7 Um circuito sérieRLC no qual 10 ; 20 10R L mH e C mF= Ω = = é submetido ao chaveamento de um sinal de entrada contínuo v=100 volts. Considerando as condições iniciais nulas, determinar a equação da tensão no capacitor: A equação descritiva correspondente será: 2 2 ( ) 500 ( ) 5000 ( ) 0C C C d d v t v t v t dt dt + + = A Equação característica 2 500 5000 0D D+ + = Admite as seguintes raízes: 1 2 10, 21 489,79 r r = − = − A Solução homogênea associada será: 10,21 489,79 1 2( ) t tCv t k e k e− −= + Por sua vez, a solução particular será: ( ) 100Cpv t = Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 38 Assim, a solução geral será: 10,21 489,79 1 2( ) 100t tCv t k e k e− −= + + (64) Pelas condições iniciais é possível identificar o seguinte sistema de equações: 1 2(0) 100Cv k k→ + = − 1 2(0) 10, 21 489,79 0C di v k k dt → − − = Resolvendo o sistema, tem-se: 1 2 102,13 2,13 k k = − = Substituindo k1 e k2 na equação (64) 10.21 489.79( ) 102.13 2.13 100t tCv t e e− −= − + + , para 0≥t Fig. 20 – Forma de onda da tensão no capacitor Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 39 RESUMO: EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR HOMOGENEA DE PRIMEIRA ORDEM 0)()( 0 =+ tyatydt d Solução: 0( )h a t y t ke − = EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR HOMOGENEA DE SEGUNDA ORDEM 2 1 02 ( ) ( ) ( ) 0 d dy t a y t a y t dt dt + + = Soluções: tr k tr eektyh 22 1 1)( += Rrrquando ∈≠ 21 1 2( )h rt rty t k e k t e+= rrrquando == 21 ( ) ( )1 2( ) costh n ny t e c t c sen tα ω ω = + Crrquando ∈≠ 21EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES NÃO HOMOGENEAS )()()( 0 txtyatydt d =+ 2 02 1( ) ( ) ( ) ( ) d dy t a y t a y t x t dt dt + + = Solução: )()()( tytyty ph += , onde 0 0( ) ( )p a t a ty t e x t e dt− += ∫ NOTA: Essa equação para determinar a solução particular do sistema é mais utilizada quando o sinal de entrada x(t), ao qual está submetido o sistema, é do tipo contínuo (DC). Para sinais de entrada do tipo alternado (AC) existem outros métodos os quais são mais adequados e que serão apresentados a seguir no estudo de transitórios de sistemas submetidos a sinais alternados. Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 40 TRANSITÓRIOS DE SISTEMAS LINEARES ESTACIONÁRIOS SUBMETIDOS A SINAIS ALTERNADOS: ANÁLISE AC Um sistema de equação diferencial linear não homogênea de ordem n é dado por: ( ) )()()(...)()( 011 1 1 txtyatydt d aty dt d aty dt d n n nn n =++++ − − − (65) Considerando que x(t) seja um sinal alternado (AC) do tipo )( θω +tsen ou )cos( θω +t , a solução geral será: )()()( tytyty ph += (66) Onde, =)(tyh Solução homogênea =)(ty p Solução particular A solução homogênea pode ser encontrada conforme apresentado anteriormente na análise de sistemas submetidos a sinais contínuos (DC). A solução particular ou solução em regime permanente, por sua vez, pode ser obtida por meio dos seguintes métodos: DETERMINAÇÃO DA SOLUÇÃO PARTICULAR Método 1: Coeficientes a Determinar Nos sistemas submetidos a sinais alternados a solução particular é dada por: ( ) ( )1 2( ) cospy t k t k sen tω θ ω θ= + + + (67) Onde, 1 2k e k , são constantes a determinar e θ é ângulo de deslocamento do sinal de entrada em relação à origem. Se 0θ = , então a equação (67) será: ( ) ( )1 2( ) cospy t k t k sen tω ω= + (68) A solução particular (67) pode ser visualizada com o auxílio do diagrama vetorial, tendo como referência o sinal x(t) ao qual está submetido o sistema, conforme apresentado a seguir: Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 41 a) Quando o sinal de entrada x(t) for do tipo ( )cosmV tω θ+ Fig.21 – Diagrama Vetorial da solução particular Onde, ( ) ( )2 2 cos 90k sen t k t οω θ ω θ+ = + − 1 2 2 2 1 2 2 1 ( )k k k k arctg k α = + = Assim, a solução particular tendo como referência o sinal x(t) de entrada será: ( ) cos( )py t k tω θ α= + − (69) b) Quando o sinal de entrada x(t) for do tipo ( )mV sen tω θ+ Fig.22 – Diagrama Vetorial da solução particular Anti-horário (Sentido positivo para ângulos) Anti-horário (Sentido positivo para ângulos) Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 42 Onde, ( ) ( )cos2 2 90senk t k t οω θ ω θ+ = + + 1 2 2 2 1 2 1 2 ( )k k k k arctg k α = + = Nesse caso, a solução particular tendo como referência o sinal de entrada x(t) será: ( ) ( )py t k sen tω θ α= + + (70) Observe que para o cálculo do ângulo α, a constante de referência (k1 ou k2) do sinal de referência fica sempre no denominador. Observe, também, que a constante k, assim como ângulo α independe do valor e do sinal do ângulo θ. Sendo assim, o diagrama vetorial para efeito do cálculo da constante k e do ângulo α pode desconsiderar o eixo de referência e o ângulo θ, que representa o deslocamento do sinal de entrada em relação à origem. Se )()( tsenVtx m ω= ( )( )tpy ksen tω α= + , onde 1 2 2 2 1 2( )k k k= + 1 2 k arctg k α = O respectivo diagrama vetorial está apresentado a seguir: Fig.23 – Diagrama Vetorial da solução particular para 0θ = Se ( )tVtv m ωcos)( = : ( )( )tpy ksen tω α= − , onde 1 2 2 2 1 2( )k k k= + 2 1 k arctg k α = Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 43 O respectivo diagrama vetorial está apresentado a seguir: Fig.24 – Diagrama Vetorial da solução particular para 0θ = EXEMPLO LITERAL 5 A solução particular, em termos da corrente i(t) de um circuito RL série, excitado por um sinal de entrada alternado v(t), pode ser determinada a partir da equação descritiva do sistema na forma que segue: a) Para v(t) = ( )mV sen tω θ+ Fig. 25 – Circuito RL série 1 2( ) cos( ) ( )pi t k t k sen tω θ ω θ= + + + (72) 1 2( ) ( ) cos( )p d i t k sen t k t dt ω ω θ ω ω θ= − + + + (73) Substituindo as equações (72) e (73) em (71), tem-se: [ ] 1 2 1 2 ( ) cos( ) cos( ) ( ) ( )m k sen t k t VR k t k sen t sen t L L ω ω θ ω ω θ ω θ ω θ ω θ − + + + + + + + = + (74) Desenvolvendo e comparando os dois membros é possível identificar o seguinte sistema de equação: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) (71) R L p p p p v t v t v t dRi t L i t v t dt v td Ri t i t dt L L + = + = + = Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 44 1 2 mVRk k L L ω− + = (75)2 1 0 Rk k L ω + = (76) Da equação (76) 2 1 Rk k Lω = − (77) Substituindo na equação (75) 2 1 12 m VRk k L L ω ω − − = 2 1 2 m VRk L L ω ω − + = 2 2 2 1 2 m VL Rk L L ω ω + − = 2 1 2 2 2 m V Lk L L R ω ω − = × + ou 1 2 2 2 mV Lk L R ω ω = − + Substituindo na equação (77), tem-se que: 2 2 2 2 m V LRk L L R ω ω ω = − × − + ou 2 2 2 2 m V R k L Rω = + Assim, conforme a equação (72) a solução particular será dada por: 2 2 2 2 2 2( ) cos( ) ( )m mp V L V R i t t sen t L R L R ω ω θ ω θ ω ω = − + + + + + (78) Utilizando a equação (70): ( ) ( )pi t ksen tω θ α= + + , onde 1 2 2 2 1 2( )k k k= + 1 2 k L arctg arctg k R ω α = = − Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 45 Portanto, a solução particular, também pode ser apresentada na forma que segue: ( )p Li t ksen t arctg R ω ω θ = + + − (79) Sendoα negativo o ângulo de defasagem da corrente em relação ao sinal de tensão que alimenta o circuito será negativo. O que era de se esperar na medida em que o circuito é indutivo e o indutor é um elemento que não permite mudanças abruptas da corrente, assim: Fig. 26 – Defasagem entre a tensão e a corrente b) Para ( )( ) cosmv t V tω θ= + , Neste caso, a equação descritiva (71) pode ser apresentada na forma que segue: ( ) ( ) ( ) 1 2 1 2 ( ) cos( ) cos cosm k sen t k t VR k t k sen t t L L ω ω θ ω ω θ ω θ ω θ ω θ − + + + + + + + = + (80) Rearranjando e igualando os dois membros é possível identificar o seguinte sistema de equações: 1 2 0 Rk k L ω− + = (81) 2 1 m VRk k L L ω + = (82) A corrente é atrasada em relação à tensão. Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 46 Da equação (81) 1 2 Rk k Lω = (83) Substituindo na equação (82) 2 2 m VR Rk k L L L ω ω + × = 2 2 2 m VRk L L ω ω + = 2 2 2 2 m V L k L R ω ω = + Substituindo na equação (83) 1 2 2 2 0 m V LRk L L R ω ω ω − + × = + ou 1 2 2 2 m V R k L Rω = + Portanto, pela equação (72), a solução particular será: ( ) ( )2 2 2 2 2 2( ) cosm mp V R V L i t t sen t L R L R ω ω θ ω θ ω ω = + + + + + (84) Ou conforme a equação (69) ( )( ) cospi t k tω θ α= + − , onde ( ) 1 2 2 2 1 2k k k= + 2 1 k L arctg arctg k R ω α = = Assim, a solução particular também pode ser apresentada na forma que segue: 1( ) cosp Li t k t tg R ω ω θ − = + − (85) O ângulo α é positivo, assim o ângulo de defasagem da corrente em relação ao sinal de tensão que alimenta o circuito será negativo. O que era de se esperar na medida em que o circuito é indutivo e o indutor é um elemento que não permite mudanças abruptas da corrente, assim: A corrente é atrasada em relação à tensão. Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 47 Fig. 27 – Defasagem entre a tensão e a corrente EXEMPLO LITERAL 6 Refazendo o exemplo anterior, desta feita considerando o sistema representado por um circuito RC série, a solução em regime permanente será obtida como segue: Circuito RC: Fig. 28 – Circuito RC série a) para ( ) ( )mv t V sen tω θ= + , a equação descritiva pode ser apresentada na forma que segue: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 2 1 2 cos 1 cos cosm k sen t k t V k t k sen t t RC R ω ω θ ω ω θ ω θ ω θ ω θ − + + + + + + + + = + (87) Daí, 1 2 1 0k k RC ω− + = (88) 2 1 1 mVk k RC R ω ω + = (89) ( ) ( ) ( ) ( ) 1( ) ( ) 1 1( ) ( ) ( ) (86) R C p p p p v t v t v t Ri t i t dt v t C d di t i t v t dt RC R dt + = + = + = ∫ Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 48 Da equação (89) 1 2 1k k RCω = (90) Substituindo em (89) 2 2 1 1 mVk k RC RC R ω ω ω + × = 2 2 22 2 2 2 1 1m mV Vk k k R C R R C R ω ω ω ω ω ω + = → + = 2 2 2 2 2 2 2 2 22 2 2 2 2 2 2 1 1 m m V VR C R C Ck k R C R R R C C ω ωω ω ω ω ω ω + ÷ = → = × + ÷ ( ) ( ) 2 2 2 2 2 1 m RC V k R R C ω ω = + 2 2 2 2 2 2 1 1 m m V R V R k R RC Cω ω = = + + Substituindo na equação (90) 1 2 2 1 1 m V R k RC R C ω ω − + × + → 1 2 2 1 1 m V k C R C ω ω = × + Substituindo-se k1 e k2 na equação (71) ( ) ( )2 2 2 2 1( ) cos 1 1 m m p V V R i t t sen t C R R C C ω θ ω θ ω ω ω = × + + + + + Pela equação (70) ( )( )pi t sen tω θ α= + + , onde ( ) 1 2 2 2 1 2k k k= +1 2 1k arctg arctg k RC α ω = = Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 49 Daí, a solução particular será: 1 2 ( )p ki t sen t arctg k ω θ = + + (91) Neste caso, sendo α positivo, o ângulo de defasagem da corrente em relação ao sinal de tensão que alimenta o circuito será positivo. O que era de se esperar na medida em que o circuito é capacitivo e o capacitor é um elemento que não permite mudanças abruptas da tensão, assim: Fig. 29 – Defasagem entre tensão e corrente b) Para ( )θω += tVtv m cos)( , a equação descritiva pode ser apresentada na forma que segue: ( ) ( )1 2 cosk sen t k tω ω θ ω θ− + + + + ( ) ( )1 21 cos ( ) mVk t k sen t sen tRC R ω ω θ ω θ ω θ+ + + = − + (92) Rearranjando e comparando o membro da esquerda com o membro da direita tem-se um sistema de duas equações a duas incógnitas: R V RC kk mωω −=+− 21 (93) 012 =+ RC kk ω (94) Da equação (94) 12 1 k RC k ω −= (95) A corrente é adiantada em relação à tensão. Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 50 Substituindo na equação (93) 1 1 12 2 2 2 1m mV Vkk k R C R R C R ω ω ω ω ω ω − − = − → − + = − 2 2 2 2 2 1 12 2 2 2 2 1 1 m m V VR C R Ck k R C R R R C ω ωω ω ω ω + = → = × + 2 2 1 1 m V R k R Cω = + Substituindo na equação (95) 2 2 2 1 1 m V k C R C ω ω = − × + Assim, a solução particular, pela equação (71) será: ( ) ( )2 2 2 2 1( ) cos 1 1 m m p V R V i t t sen t C R R C C ω θ ω θ ω ω ω = + − × + + + (96) Ou pela equação (69) ( )( ) cospi t k tω θ α= + − , onde ( ) 1 2 2 2 1 2k k k= + 2 1 1k arctg arctg k RC α ω = = − Daí, a solução particular será: 1( ) cospi t k t arctg RCω θ ω = + − − (97) Sendo α negativo, o ângulo de defasagem da corrente em relação ao sinal de tensão que alimenta o circuito será positivo. O que era de se esperar na medida em que o circuito é capacitivo e o capacitor é um elemento que não permite mudanças abruptas da tensão, assim: A corrente é adiantada em relação à tensão. Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 51 Fig. 30 – Defasagem entre a tensão e a corrente Daqui por diante, por comodidade, os enunciados dos exemplos ficarão restritos: à função excitação, aos valores dos parâmetros do circuito e às condições iniciais das grandezas do sistema. EXEMPLO NUMÉRICO 7 Circuito RL série: ( ) ( )100 10v t sen tω= + ; 10R = Ω ; 20L mH= A equação característica do sistema será: ( )( ) 500 ( ) 5000 10d i t i t sen tdt ω+ = + o A solução particular terá a forma: ( ) ( )1 2( ) cos 10 10pi t k t k sen tω ω= + + +o o 1 2( ) ( 10 ) cos( 10 )p d i t k sen t k t dt ω ω ω ω= − + ° + + ° A equação característica pode ser apresentada como: 1 2 2 1 ( 10 ) 500 ( 10 ) 100 cos( 10 ) 500 cos( 10 ) ( 10 ) k sen t k sen t k t k t sen t L ω ω ω ω ω ω ω − + ° + + ° + + ° + + ° = + ° De onde podemos identificar o sistema de equações que segue: 1 2 2 1 500 5000 500 0 k k k k ω ω − + = + = Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 52 Que admite as soluções: 1 2 4,8 6,36 k k = − = Fig. 31 – Diagrama vetorial da corrente em regime permanente Assim, ( )( ) 10pi t k sen tω α= + +o , onde Portanto, a solução particular será: ( )( ) 7,96 27,04pi t sen tω= − o Pela Lei de OHM ( ) ( ) rp pv t Ri t= ( )( ) 79,6 27,04rpv t sen tω= − o Pela equação que rege o comportamento físico da tensão no indutor: ( ) ( )Lp p d v t L i t dt = ( ) 60,02cos( 27,04)Lpv t tω= − ( ) ( ) 1 2 2 2 1 2 4,8 6,36 7,96 37,04 k k k arctg k α α = − + = = = − o (10 – α) Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica --------------------------------------------------------------------------------------------------------- -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. Fernando Nogueira de Lima 53 EXEMPLO NUMÉRICO 8 Circuito RC série: ( ) ( )200 30º 10 5 v t sen t R C mF ω= + = Ω = A equação descritiva correspondente será: ( )20 7540cos 30ºdi i t dt ω+ = + A solução particular terá a forma: ( ) ( )1 2( ) cos 30 30pi t k t k sen tω ω= + + +o o sendo 1 2( ) ( 30 ) cos( 30 )p d i t k sen t k t dt ω ω ω ω= − + ° + + ° A equação característica pode ser apresentada como segue: 1 2 2 1 ( 30 ) 20 ( 30 ) cos( 30 ) 20 cos( 30 ) 7540cos( 30 ) k sen t k sen t k t k t t ω ω ω ω ω ω ω − + ° + + ° + + ° + + ° = + ° De onde é possível identificar o sistema de equações que segue: 1 2 2 1 377 20 0 377 20 7540 k k k k − + = + = Que admite as seguintes soluções: 1 2 1,058 19,94 k k = = Curso de Análise de Sistemas Lineares UFMT - Engenharia Elétrica ---------------------------------------------------------------------------------------------------------