verificar a recuperação. Para tal, havendo possibilidade de uma amostra em branco (amostra sem o analito) e por contami- nação com o analito representativo, pode-se estimar a recuperação do processo utilizado na obtenção da solução denominada titulado. Consideração: Não é pertinente. Não se aplica normalmente esta determinação, pois a amostra em geral é colocada no meio líquido e analisada direta ou indiretamente. Limites Verificação da quantidade mínima instrumental (detecção) e da condição analítica (quantificacão). Há uma limitação humana em se conseguir verificar visualmente uma fraca intensidade de cor quando da mudança na “viragem”, assim como, nas buretas manuais fica limitado a 0,1 ou 0,01mL o volume a ser lido. Consideração: É pertinente. Pode ser calculado teoricamente em função do volume mínimo de leitura na bureta e da concentração do titulante. N = neV (3) N = m E.V (4) ne1= ne2 (5) 31Revista Analytica•Agosto/Setembro2004•Nº12 Linearidade Verificação da região linear do sistema de detecção, na obten- ção de uma curva de resposta, curva esta que é utilizada quando há uma variação da concentração do analito em amostras distintas. Pode até ser feita, com soluções padrões, e obter uma curva de volume gasto (y) por concentração do padrão (x). Buscar os coeficientes angular e linear, a partir destes e com o volume gasto na análise, calcular por regressão linear (mínimos quadrados) o valor da concentração do analito na amostra. Pode- se também, determinar o valor do coeficiente de correlação (r). Consideração: Não é pertinente. Talvez haja sentido em alguns casos, em função da cinética da reação, mas normalmente não se aplica, pois a leitura é direta ou pela diferença com a leitura do branco de reagente. Precisão Verificação do quando o resultado é repetitível e reprodutível em algumas variáveis, como: analista, ocasiões, diferentes amostras, etc. Consideração: É pertinente. Em função da concentração a analisar, os desvios são extremamente pequenos ou muito próximos de zero. Quando não é mensurável provavelmente o sistema é instável e as variações são acima de 10%. Exatidão Verificação da amplitude do resultado obtido na relação com o resultado denominado de verdadeiro o qual pode ser: valor especificado, valor impresso no rótulo, valor adicionado, etc. Consideração: É Pertinente se houver um valor de referência, como qualquer outra análise. Como exemplo quando comparado com o valor existente no rótulo de um produto. Lembrar que é uma técnica que dispensa na maioria das análises, o padrão analítico. Pode-se determinar a exatidão por adição de padrão ou ainda por ensaio interlaboratorial. Robustez Verificação de quanto o método é susceptível a pequenas variações do sistema analítico. Consideração: É Pertinente quando há tempo de reação envolvido (caso da iodometria que há um tempo em ausência de luz para reação completa) ou temperatura (caso das permanganometria), ou ainda quando a energia de agitação for importante para o deslocamento da reação. Critérios de Aceitabilidade Verificação do enquadramento dos resultados obtidos dentro do protocolo de qualidade da instituição. Consideração: Normalmente os laboratórios possuem os critérios gerais para os itens da validação como: valores máximos e mínimos para os parâmetros ou mesmo a realização ou não do parâmetro em função da pertinência para aquele método. Incertezas Para a aplicação de incertezas, consideraremos uma titulação ácido/base para a determinação da concentração do HCl aquoso, utilizando para tal uma solução de NaOH aquosa, indicador vermelho de metila (VM). Para esta titulação volumétrica as seguintes etapas serão consideradas: P.Eq. P.Eq. Temperatura V(T2) V(T1)Repetitividade M(BP)M(BP) V(HCI) P(BP) m(BP) c (HCI) Tara na pesagemTara na pesagem Massa pesadaMassa pesada TemperaturaTemperatura Para identificar as possíveis fontes de incertezas, veja o diagrama com causas e efeitos abaixo em uma forma bem simplificada. Pesagem do Biftalato de Potássio (BP) Titulação do BP com NaOH (fatoração) Tomada de alíquota Do HCI Titulação do HCI com NaOH fatorado Resultado ↓↓↓↓↓ ↓↓↓↓↓ ↓↓↓↓↓ ↓↓↓↓↓ Revista Analytica•Agosto/Setembro2004•Nº1232 ARTIGO P.Eq = ponto de equivalência ou “End Point” V(T2) = volume gasto de NaOH na fatoração V(T1) = volume gasto de NaOH na titulação do HCl P(BP) = pureza do biftalato de potássio m(PB) = massa de biftalato de potássio M(PB) = massa molecular do biftalato de potássio V(HCl)= volume de HCl utilizado na titulação Para entendermos de forma simplificada as causas e efeitos, ponto a ponto, na geração das incertezas que recairão sobre o resultado da concentração de HCl, utilizaremos as principais determinações sobre o Biftalato de Potássio (BP) utilizado na fatoração do HCl. Massa de Biftalato de Potássio para a fatoração Aproximadamente 388mg de BP. Consideremos que a pureza de rótulo esteja entre 99,95% e 100,05%. A pureza do BP será 1.0000 ± 0,0005. Esta incerteza pode ser alterada em função da secagem do BP. A incerteza pode ser determinada da seguinte forma: u(PBP) = 0,0005 √3 = 0,00029 * os valores de cada incerteza foram obtidos multiplicando a Incerteza Standard pelo número de átomos de cada elementos. Massa Molecular do Biftalato de Potássio O BP possui a seguinte fórmula empírica C 8 H 5 O 4 K, considerando que: Baseado nas incertezas acima, a massa molecular do Biftalato de Potássio resulta em: * valores obtidos pela divisão da incerteza quantificada por √3 (distribuição triangular) Elemento C H O K Peso Atômico 12,0107 1,00794 15,9994 39,0983 Incerteza citada ± 0,0008 ±0,00007 ±0,0003 ±0,0001 Incerteza Standard * 0,00046 0,000040 0,00017 0,000058 C 8 H 5 O 4 K Calculando 8 x12,0107 5 x1,00794 4 x 15,9994 39,0983 Resultado 96,0856 5,0397 63,9976 39,0983 Incerteza Standard * 0,0037 0,00020 0,00068 0,000058 u(MBP) = √0,00372 + 0,00022 + 0,0000582 u (M BP ) =0,0038g.mol-1 Como resultado final, a Massa Molecular do Biftalato de potássio fica 204,2212mol-1. A contribuição da incerteza da Massa Molecular do Biftalato pode ser medida da seguinte forma: u(mBP) = 0,13mg contr = 0,15mg = 0,09mg u(mBP) = 2x(0,092)√ Balança usada na pesagem do Biftalato de Potássio Considerando que a incerteza quantificada da balança seja ± 0,15mg, a contribuição pode ser medida da seguinte forma: Como se pode observar, apenas foi mostrada de forma resumida a determinação de algumas incertezas para o Biftalato de Potássio utilizado na fatoração do NaOH. Sendo que as ferramentas se repetem ou recebem alguns acréscimos para os demais itens, não calcularemos neste artigo todos os parâmetros de causa e efeito. Considerando que o volume de NaOH gasto na fatoração tenha sido 18,6mL e que o volume de NaOH gasto na titulação do HCl foi 14,9mL para o HCl 0,1014mol l-1 (a preparação foi para 0,1Normal ou 0,1mol l-1, porém, o valor de HCl 0,1014mol l-1 é por ter sido utilizado correções de peso atômico, incertezas do sistema e ter-se trabalhado com os necessários algarismos significativos), as incertezas de causas e efeitos seria (depende de outros parâmetros, mas fica como valor de exemplo ), o valor de 0,0018 que multiplicado por 0,1014mol l-1 resulta em 33Revista Analytica•Agosto/Setembro2004•Nº12 Prichard E, “Quality in The Analytical Chemistry Laboratory”, John Wiley & Sons Ltd; England;1995. Eurachem/CITAC Guide; “Quantifying Unceertainty in Analytical Measurement”; 2a Edition DOQ-CGCRE-008- “Orientações sobre Validação de