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TUTORIA LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS

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Lesões Musculoesqueléticas - TUTORIA 02
Parâmetros indicadores de esforço físico 
O exercício físico vem sendo utilizado no controle e prevenção de diversas doenças como hipertensão, diabetes, obesidade. É também utilizado como forma de melhorar a capacidade físicofuncional, treinamento de alto rendimento físico para competições esportivas, recurso estético, dentre outras possibilidades.
-A produção de CO2 tem um comportamento muito parecido ao do lactato, ou seja, tem um aumento linear e progressivo, até um certo ponto quando então perde essa condição de linearidade e passa a ter um aumento mais acentuado. Essa produção de CO2 tem uma relação de causa e efeito (que não está bem estabelecida) para com o ácido lático, ou seja, quando existe um aumento muito acentuado da produção de ácido lático os níveis do pH sanguíneo são alterados produzindo uma acidose metabólica.
LIMIAR ANAERÓBIO: Refere-se à intensidade de exercício onde o nível de lactato sanguíneo começa a se acumular numa velocidade mais alta do que vinha acontecendo em intensidades de exercício mais leves. A partir desse ponto a velocidade de produção de lactato ultrapassa a velocidade de remoção causando um acúmulo que vai se acentuando cada vez mais.
- LIMIAR 1: representa o ponto onde a produção de lactato é aumentada, mas ainda existe um equilíbrio entre produção e remoção, as fontes aeróbias de energia continuam sendo predominantes no fornecimento de energia para a atividade; 
- LIMIAR 2: representa o ponto onde a produção de lactato é aumentada desproporcionalmente ao que vinha acontecendo nas intensidades inferiores de exercício, e a fonte energética aeróbia não consegue mais manter “sozinha” (predominantemente) o fornecimento de energia, passando a necessitar de ajuda das fontes anaeróbias, que acentuam o acúmulo de lactato induzindo à fadiga precocemente. (LIMIAR ANAERÓBIO)
- IMPORTÂNCIA DO LIMIAR ANAERÓBIO: Saber até qual carga, Frequência Cardíaca ou VO2, o metabolismo energético de uma pessoa está utilizando energia de fontes aeróbias, e a partir de qual carga, Frequência Cardíaca ou VO2 o metabolismo passa a utilizar predominantemente energia de fontes anaeróbias e como consequência está acumulando ácido láctico (poderoso inibidor da contração muscular e o principal causador da fadiga muscular). De posse dessa referência posso ter algum.
FREQUENCIA CARDÍACA DE REPOUSO: É o número de batimento cardíacos durante um minuto numa situação de repouso. 
PESO: Refere-se à massa corporal do avaliado.
FREQUÊNCIA CARDÍACA MÁXIMA: É a maior frequência cardíaca atingida no teste. A frequência cardíaca máxima é atingida quando percebemos que mesmo aumentando a carga de trabalho não existe um aumento da frequência cardíaca. Não pode ser alterada com o treinamento físico. O único fator identificado que altera a FC Máx. é a idade. - A FC Máx. é diminuída em 1 batimento a cada ano.
CARGA MÁXIMA ATINGIDA: É a carga de trabalho mais alta atingida no teste, geralmente é considerada quando o indivíduo chega à exaustão. 
FREQUÊNCIA CARDÍACA DO LIMIAR: É a frequência cardíaca correspondente à intensidade de trabalho (carga de exercício) onde se verificou o limiar anaeróbio.
CONSUMO DE OXIGÊNIO: O VO2 aumenta progressivamente e de maneira proporcional à intensidade de exercício. Num teste de esforço aumenta da primeira carga até às últimas cargas. Quando o teste é levado à exaustão verificamos que não ocorre aumento do VO2 na última carga, isso é um indicativo de que o Consumo Máximo de Oxigênio já foi atingido.
LACTATO SANGUÍNEO: Nas primeiras cargas a concentração do ácido láctico permanece pouco alterada, muito próxima aos níveis de repouso permanecendo assim até um determinado ponto quando então passa a aumentar desproporcionalmente em relação ao que vinha acontecendo nas cargas anteriores.Mesmo quando o aumento de carga é progressivo, e na mesma magnitude, o Ácido Láctico possui um aumento linear até certo ponto passando a aumentar de maneira mais intensa.
PRODUÇÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO: A produção de CO2 tem um comportamento muito parecido ao do lactato, ou seja, tem um aumento linear e progressivo, até um certo ponto quando então perde essa condição de linearidade e passa a ter um aumento mais acentuado. Essa produção de CO2 tem uma relação de causa e efeito (que não está bem estabelecida) para com o ácido lático, ou seja, quando existe um aumento muito acentuado da produção de ácido lático os níveis do pH sanguíneo são alterados produzindo uma acidose metabólica.
Condutas apropriadas para minimizar lesões musculares
As medidas preventivas, segundo Horta (1995), a nível desportivo englobam todos os aspectos com vista a prolongar e manter uma qualidade de vida que torne os indivíduos melhores a nível físico, mental e social. Assim pode-se articular estes aspectos e considerar três níveis de prevenção:
PRIMÁRIA: A prevenção primária está dividida em duas vertentes principais: 
- Medidas que visam a promoção da saúde tendo em conta aspectos desde: “educação para a saúde”, “desenvolvimento da personalidade”, “nutrição”, “condições de habitação”, “promoção de condições socioeconómicas e segurança social”, entre outras.
- Cuidados específicos que visam a diminuição da probabilidade de ocorrência de acidentes ou de lesões, atuando a nível da seleção do equipamento, das condições e programação dos treinos e das competições. Abarca ainda a higiene física e mental, bem como as alterações alimentares a implementar segundo modalidades específicas no intuito de minimizar o risco de lesão associado com as mesmas.
- O treinador e o atleta possuem um papel importantíssimo a nível da prevenção primária da lesão desportiva, pois a detecção e a correção da grande maioria dos fatores de risco, dependem mais da sua intervenção do que de qualquer outro agente desportivo.
SECUNDÁRIA: O principal objetivo deste nível de prevenção é o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz a ser realizado logo que possível, para que se consiga minimizar ou curar uma lesão. Assim, pode-se evitar eventuais complicações, sequelas e períodos longos de incapacidade.
TERCIÁRIA: A prevenção terciária diz respeito, basicamente à prevenção da cronicidade e recidiva das lesões e tenta a reinserção do atleta na prática desportiva após uma lesão. Nesta fase encontra-se inserida a reabilitação e à reintegração da pessoa na família, no trabalho e na sociedade. O objetivo é prevenir a cronicidade da lesão desportiva e reinserir o indivíduo na prática de atividades físicas ou desportivas.
- TREINO DE FORÇA
- TREINO DE FLEXIBILIDADE
- TREINO PROPRIOCEPTIVO
Importância da imobilização adequada 
Os princípios que asseguram uma imobilização efetiva da vítima de trauma, são os que a seguir se enumeram: 
1. Assegurar desde o início a estabilização manual e o alinhamento da coluna cervical, até à substituição mecânica (estabilizadores laterais de cabeça); 
2. Verificar a função neurológica nas extremidades; 
3. Aplicar um colar cervical , preferencialmente de duas peças, adequado ao tamanho da vítima; 
4. Imobilizar o tronco antes da cabeça; 
5. Evitar o movimento do tronco da vítima para cima ou para baixo, no dispositivo de imobilização; 
6. Evitar o movimento do tronco da vítima para a direita ou esquerda, no dispositivo de imobilzação; 
7. Evitar o movimento anterior do tronco da vítima, no plano; 
8. Assegurar que a imobilização torácica não inibe a excursão torácica ou provoca compromisso ventilatório; 
9. Imobilizar eficazmente a cabeça de modo a que esta não se mova em qualquer direção, incluindo rotação;
10. Proporcionar, se necessário, o preenchimento do espaço sobe a cabeça; 
11. Manter a cabeça numa posição neutra e alinhada; 
12. Assegurar que nada inibe ou dificulta a abertura da boca, por parte da vítima; 
13. Imobilizar os membros inferiores de modo a que estes não se movam, mesmo nas situações em que o plano é lateralizado; 
14. Manter a bacia e os membros inferiores numa posição neutraalinhada, 
15. Assegurar que os membros superiores estão imobilizados ao plano ou tronco de forma adequada; 
16. Assegurar que a imobilização não compromete a circulação distal em qualquer membro; 
17. Reavaliar a vítima na sequência de qualquer movimento brusco/inusitado, que possa comprometer uma lesão instável da coluna, enquanto o dispositivo de imobilização é aplicado; 
18. Efetuar todo o processo de imobilização num espaço de tempo adequado; 
19. Reavaliar a função neurológica nas extremidades.
A indicação para aplicação das técnicas descritas está relacionada com as eventuais lesões associadas ao mecanismo de lesão identificado. Assim, as técnicas de colocação de colar cervical e imobilização em plano duro deverão ser consideradas sempre que exista: 
• No contexto de trauma fechado, qualquer lesão que coloque em risco a vida (ABCDE); 
• Perda de mobilidade ou sensibilidade após acidente; 
• Deformidade do pescoço ou coluna vertebral; 
• Alteração do estado de consciência após acidente; 
• Situações em que o mecanismo de lesão sugere transferência significativa de energia cinética:
Lesões musculoesqueléticas
CONCEITO: As lesões musculares estão entre as mais frequentes lesões da traumatologia desportiva e podem provocar impotência funcional em graus variáveis, dependendo das características, como o tipo de lesão, o tamanho e a localização.
- As consequências das lesões celulares são: a dor aguda, a dor de origem tardia, o edema, as possíveis deformidades anatômicas, e a disfunção muscular.
EPIDEMIOLOGIA: As lesões musculares estão entre as mais frequentes da traumatologia esportiva, representando 10-
55% de todas as lesões no esporte.
- Os membros inferiores são a sede do maior número de lesões musculares.
FATOR DE RISCO: As lesões esportivas são causadas por fatores intrínsecos ou extrínsecos, e podem ser isoladas ou combinadas. Nas lesões traumáticas, os fatores extrínsecos predominam e nas lesões por sobrecarga as razões são multifatoriais.
- Tais fatores são: as deficiências de flexibilidade, os desequilíbrios de força entre músculos de ações opostas (agonistas e antagonistas), as lesões musculares pregressas (reabilitação incompleta), os distúrbios nutricionais, os distúrbios hormonais, as alterações anatômicas e biomecânicas, as infecções e os fatores relacionados ao treinamento (o aquecimento inadequado, a incoordenação de movimentos, a técnica incorreta, a sobrecarga e a fadiga muscular).
CLASSIFICAÇÃO: 
DIRETAS OU INDIRETAS
• Lesões diretas são decorrentes das situações de impacto, geradas durante as quedas ou traumatismos de contato (contusões ou lacerações).
• Lesões indiretas ocorrem na ausência de contato e são observadas mais frequentemente nas modalidades esportivas que exigem grande potência na realização dos movimentos (estiramentos musculares e lesões por esforços repetitivos).
TRAUMÁTICAS OU ATRAUMÁTICAS 
• Lesões traumáticas são representadas pelas contusões, lacerações e pelo estiramento muscular. 
• Lesões atraumáticas são representadas pelas cãibras e pela dor muscular tardia.
PARCIAIS OU TOTAIS
• Lesões parciais acometem parte do músculo. 
• Lesões totais abrangem a totalidade do músculo e acarretam deformidade aparente (o ventre muscular encurta-se no sentido da sua origem óssea durante a contração muscular), causa assimetria e perda da movimentação ativa.
TIPOS:
CONTUSÃO MUSCULAR: O traumatismo direto desencadeia um processo inflamatório imediato, com dor localizada, edema, presença ou não de hematoma, impotência funcional com limitação da força e da mobilidade articular, rigidez e dor ao alongamento passivo. Os músculos mais frequentemente acometidos por contusões são: quadríceps e gastrocnêmicos.
• Leve: dor localizada, amplitude de movimento articular maior do que 90O, marcha normal; 
• Moderada: dor e edema moderados, amplitude de movimento articular < 90O e > 45O, marcha antálgica, impotência ao subir escadas e ao levantar-se de uma cadeira sem dor; 
• Grave: dor e edema intensos, amplitude de movimento articular < 45O, marcha antálgica, deambulação com muletas.
DOR MUSCULAR TARDIA: é um fenômeno frequente que acomete indivíduos que iniciaram uma atividade física após um período de inatividade, reiniciaram a atividade com volume ou intensidade desproporcionais ao condicionamento físico, ou mesmo naqueles sem o hábito de praticar esportes, que realizaram uma carga de exercício muscular vigoroso.
- O desconforto e a dor se iniciam geralmente algumas horas após o término da atividade física, sendo mais intensos ao redor de 24 a 48 horas. A história não se caracteriza por episódio traumático agudo e não é necessariamente relacionada com a fadiga muscular. A DMT apresenta relação direta com a sobrecarga mecânica, a degradação do colágeno, a excreção urinária de hidroxiprolina e a elevação dos níveis de mioglobina.
- O processo inflamatório gerado após o exercício eleva-se à medida que ocorrem microrrupturas de fibras musculares. As lesões induzem uma resposta inflamatória com migração de células e liberação de substâncias que promovem a remoção dos tecidos lesados e estimulam o processo de reparação.
- Dentre as estratégias de tratamento existem o alongamento, os métodos de fisioterapia (ultrassom), a massagem, a suplementação com antioxidantes e a administração de anti-inflamatórios e miorrelaxantes. Mais recentemente, a atenção tem sido dada à crioterapia (tratamento com gelo), no auxílio da recuperação da lesão muscular induzida pelo exercício.
- A redução da temperatura muscular entre 10 e 15 graus provoca redução da velocidade de condução nervosa, modifica a atividade do fuso muscular (estrutura importante na regulação do tônus muscular), reduz a disfunção microvascular pós-traumática, a inflamação e o desarranjo estrutural e atenua a destruição tecidual mediada por leucócitos, podendo diminuir a dor.
LACERAÇÃO MUSCULAR: são resultantes de traumatismos graves em sua maioria penetrantes e menos frequentemente acometem os praticantes de esportes. O processo de reparo da lesão pode gerar extensa formação detecido cicatricial e comprometer a capacidade funcional do músculo. 
- A desnervação de parte das fibras pode gerar a perda da função contrátil do segmento acometido. O tratamento conservador está indicado nas pequenas lesões musculares, enquanto o tratamento cirúrgico está indicado nas lesões extensas, ferimentos abertos ou nas transições musculotendíneas.
ESTIRAMENTO MUSCULAR: O estiramento muscular é considerado uma lesão indireta, caracterizada pelo alongamento das fibras além dos limites normais (fisiológicos). Tal fato ocorre predominantemente durante as contrações musculares excêntricas, caracterizadas pelo alongamento gradativo das fibras musculares em decorrência do torque muscular ser de magnitude inferior à resistência imposta. 
- Os músculos mais frequentemente atingidos são os isquiotibiais, o quadríceps femoral e o tríceps sural, que apresentam em comum as seguintes propriedades: são biarticulares e têm um predomínio de fibras tipo II (fibras de contração rápida).
FISIOPATOLOGIA: O sítio mais comum das lesões musculares nos adultos é a junção miotendínea e a maioria das lesões ocorre na fase de contração excêntrica. A lesão causa um desarranjo na estrutura das fibras musculares, desencadeando um processo de morte celular (necrose), inflamação, reparo e fibrose. Um músculo lesado sofre um processo simultâneo de regeneração e de cicatrização.
- As células musculares são permanentes e não apresentam capacidade proliferativa, mas existe uma reserva celular na membrana das fibras musculares capazes de proliferação e diferenciação, as chamadas células-satélites.
FASE DE INFLAMAÇÃO/DEGENERAÇÃO: Após o trauma, a integridade do sarcolema da fibra muscular é rompida, desencadeando um processo de necrose celular. Microscopicamente ocorre a migração de células mononucleares, macrófagos e linfócitos capazes de secretar fatores de crescimento celular com funções específicas no processo inflamatório.As interleucinas (IL-8, IL-6, IL-1) e os fatores de necrose tumoral aumentam a permeabilidade local e aceleram a resposta inflamatória.
-. A exposição do colágeno tecidual desencadeia a liberação de fatores de crescimento quimiotáticos e mitogênicos no sítio da lesão (PGFs, IGF-1, IGF-2, TGFβ, HGF, TNFα, IL-6). A cascata de coagulação se inicia e os leucócitos fagocitam a maioria dos tecidos necróticos. A intensidade do sangramento varia de acordo com a quantidade de fibras lesionadas, a proximidade de vasos e a gravidade da lesão.
- Esta fase dura aproximadamente de 2 a 4 dias após a lesão inicial.
FASE DE REGENERAÇÃO CELULAR: Fase que se inicia 24 horas após a lesão e caracteriza-se pela expressão dos fatores reguladores miogênicos (Myf 5, Mio D, Sox15, Pax7, MNF, miogenina, MRF4).Alguns fatores de crescimento, tais como a IGF, regulam a proliferação e a diferenciação celular associadas à ativação de células-satélites. As células satélites são ativadas diferenciando-se em miotúbulosmultinucleares dispostos ordenadamente para a regeneração musculoesquelética.
-Inicialmente há aumento da expressão de RNA mensageiro para a produção de colágeno tipo 3 em maior proporção do que o colágeno tipo 1. Há também pobre expressão de RNA mensageiro para miosina. A cicatriz formada é mais frágil e rígida do que o tecido não lesionado.
FASE DE CICATRIZAÇÃO: Durante a fase de cicatrização, que dura de três a seis dias, a liberação de TGF-β1 estimula fibroblastos a produzir proteínas e proteoglicanos, promovendo a formação da cicatriz e reparação do tecido lesado. A fibroplasia pode durar de quatro a seis semanas.
FASE DE REMODELAÇÃO:A fase de remodelação perdura por 15 a 60 dias e se caracteriza pela maturação do músculo regenerado, contração das fibras de colágeno e reorganização do tecido cicatricial. Ao final de aproximadamente três semanas surge uma cicatriz firme, forte, resistente e pouco vascularizada.
-Alguns fatores podem interferir na evolução do processo de cura do tecido lesado, como: a extensão da lesão, o edema, a hemorragia, o suprimento vascular, o grau de separação tecidual, o espasmo muscular, a atrofia, a utilização de corticosteroides, presença de infecção, umidade, clima, tensão do oxigênio, idade e nutrição.
QUADRO CLÍNICO: A história clínica é marcada por dor súbita localizada, de intensidade variável, algumas vezes acompanhada de um estalido audível. Ocorre geralmente durante um movimento de corrida, salto ou arremesso e culmina com a interrupção do mesmo. A intensidade dos sinais e sintomas pode variar de acordo com a gravidade das lesões.
EXAME FÍSICO: O exame físico revela edema localizado, tensão aumentada do tecido ao redor e possibilidade de um defeito (área de depressão local) visível ou palpável. A presença de equimose ou hematoma tem o significado de uma lesão de maior extensão e gravidade. A contração contra resistência revela dor local e impotência funcional, caracterizada pela incapacidade de se mover a articulação.
- Os estiramentos musculares geralmente não são precedidos por dor localizada ou tensão muscular aumentada no mesmo local.
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM: O exame de ultrassonografia e ressonância magnética são modalidades úteis na avaliação e classificação das lesões musculares. As imagens são capazes de identificar o músculo acometido, as dimensões da lesão (extensão, secção transversa), a localização (miotendínea, ventre muscular, inserção óssea) e presença ou não de hematoma.
CLASSIFICAÇÃO DE ESTIRAMENTOS MUSCULARES:
CLASSIFICAÇÃO DE O’DONOGHUE: 
Grau I: Lesão de extensão ≤ a 5% da secção transversa do músculo. Sem perda da função ou força e há pequena resposta inflamatória.A dor é localizada durante a contração muscular contra resistência e pode ser ausente no repouso. Não há formação de hematoma e a limitação funcional é leve. Apresenta bom prognóstico e a restauração das fibras é relativamente rápida. 
Grau II: Lesão com dimensões > 5% e < 50% da secção transversa do músculo. Caracterizada pelos mesmos achados da lesão de primeiro grau, com maior intensidade e geralmente localizada na junção miotendínea. Acompanhada de edema, dor localizada, hemorragia leve ou moderada, defeito muscular palpável com pequena formação de hematoma e diminuição da capacidade funcional. A limitação funcional é moderada na fase aguda, apresenta maior gravidade da lesão e resolução em médio prazo, tem bom prognóstico, mas pode evoluir com sequelas. 
Grau III: Lesão superior a 50% do músculo ou ruptura completa, acompanhada de perda de função, presença de defeitos palpáveis (retração muscular) e presença de edema e hematoma importante. Arecuperação é lenta e o prognóstico é indeterminado, de um modo geral evoluindo com sequelas, como deformidades.
TRATAMENTO: Em geral, o tratamento dos estiramentos musculares abrange os seguintes objetivos: o controle da dor e do processo inflamatório, reduzir o espasmo muscular, auxiliar na regeneração e reparação tecidual, recuperar a flexibilidade pregressa, recuperar a função contrátil, restaurar a função normal do músculo, minimizar o risco de relesões e preparar o indivíduo para o retorno ao esporte nas condições ideais.
Medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios não-esteroides e miorrelaxantes são utilizados largamente no controle da dor, da inflamação e do espasmo do tecido muscular.
PRICE: PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão local e elevação do membro acometido).
O repouso do membro afetado mediante a utilização de órteses (tipoias, muletas, estabilizadores articulares) está indicado nos estiramentos de grande magnitude (lesões graus 2 e 3)
A crioterapia (bolsas de gelo) na fase aguda é indicada com o objetivo de controlar o processo inflamatório, diminuir a dor e controlar o edema e o eventual sangramento. Utiliza-se o gelo em bolsas ou dispositivos específicos (Criocuff), mediante a compressão do local da lesão durante 20 a 30 minutos, com frequência de 3/3 horas, durante os dois primeiros dias.
 A elevação do membro acometido é indicada para uma drenagem mais eficiente do edema ou hematoma.
As técnicas de analgesia abrangem a estimulação elétrica (TENS, as correntes interferenciais) e a crioterapia. 
O ultrassom pulsado auxilia na reparação cicatricial, gerando um aumento do metabolismo local, redução da inflamação e do espasmo muscular, enquanto o ultrassom contínuo estimula a circulação sanguínea. 
O laser pode ser aplicado na fase de cicatrização, pois estimula o processo cicatricial nos tecidos moles e atua na modulação da dor.
O fortalecimento muscular deve ser iniciado tão logo o paciente apresente melhora da dor com leve resistência. Os exercícios devem ser iniciados com baixa intensidade, aumentando-se a intensidade conforme a tolerância do indivíduo.
Trauma raquimedular
DEFINIÇÃO:O trauma raquimedular é todo trauma da coluna vertebral que causa uma lesão ou rompimento de forma completa ou incompleta da medula espinhal, em que os danos desses traumas podem acarretar sequelas gravíssimas desde parestesia até tetraplegia
- A localização anatômica da lesão está diretamente relacionada ao mecanismo de trauma e cerca de 2/3 das lesões medulares estão localizadas no segmento cervical. Lesões da medula na região torácica ocorrem em 10% das fraturas desse segmento e em 4% das fraturas da coluna toracolombar.
-Os locais mais comuns de lesão medular são as áreas das vértebras C5, C6, C7, além da junção das vértebras torácicas e lombares T12 e L1.
EPIDEMIOLOGIA: Ocorre principalmente em homens de 18 a 40 anos. No Brasil, estima-se em mais de 11 mil casos por ano, acometendo 9 homens para cada mulher. 
ETIOLOGIA: Acidentes automobilísticos, ferimentos por arma de fogo, quedas, mergulhos, acidentes esportivos, atos de violência...
CLASSIFICAÇÃO:A classificação Ásia é uma forma de denominar a gravidade dos TRM e dividem em: 
A – lesão medular completa, 
B – Incompleta, sensibilidade presente e motor ausente, 
C – Incompleta, sensibilidade e motor presente (não útil), 
D – Incompleta,sensibilidade e motor presente (útil) 
E – Neurológico normal.
FISIOPATOLOGIA:Consiste em transferência de energia cinética para o canal medular causando rompimento dos axônios, lesão de células nervosas e ruptura de VS, que causam a lesão inicial da ME, ocasionando hemorragia e necrose da substancia cinzenta, seguida de edema e nova hemorragia.
- Formam-se entãopetéquias na substância cinzenta, logo no primeiro minuto da LME, que se aglutinam que dentro da primeira hora, resultando em necrose central hemorrágica, que pode estender-se para a substância branca. 
- Após 4 horas há eliminação de céls. inflamatórias e vasoconstrictores (prostaglandinas e catecolaminas) para o local da lesão, acompanhadas de céls. daglia, que comprometem a oxigenação e por isso a necrose se alastra para a substância branca. Após 1-4 semanas ocorre a formação de tecido cicatricial e cistos no interior da medula espinhal.
- A redução do fluxo sanguíneo para o segmento lesado da medula espinhal pode ainda ser ocasionado por alteração do canal vertebral, hemorragia, edema ou redução da pressão sistêmica, que conduzem à lesão adicional, denominada de lesão secundária.
- Essa redução do fluxo sanguíneo pode provocar a morte das células e axônios que não foram inicialmente lesados.
- A separação dos axônios é um processo gradual, que ocorre no local da lesão, após alguns dias do traumatismo, sendo o resultado de uma série de eventos patológicos, relacionados à lesão da membrana celular e suas proteínas, e não da separação física imediata do axônio. 
- A interrupção da condução do estímulo nervoso imediatamente após o trauma, provocado pela energia cinética da lesão, ocorre por perda de potássio pela célula nervosa e sua posterior dificuldade em se repolarizar.
- A isquemia do sistema nervoso central é caracterizada por um grande influxo de cálcio para as células, e reações metabólicas, como falha das mitocôndrias e ativação das fosfolipases, proteases e adenosina trifosfatase, e o resultado é a perda de energia e colapso da membrana celular. 
- A impossibilidade da célula em converter completamente o oxigênio para dióxido de carbono e água, promove a formação de radicais livres, que resulta em peroxidação lipídica e subseqüente falha da membrana celular.
QUADRO CLÍNICO:
LESÕES COMPLETAS: perda sensitiva e motora completa abaixo do nível da lesão.
LESÕES INCOMPLETAS: alguma função sensitiva ou motora preservada distalmente à lesão.
- Nas lesões completas há paralisia, perda de toda a sensibilidade tátil, dolorosa, para a temperatura, pressão e localização espacial da parte do corpo abaixo da lesão e alteração do controle esfincteriano (urinário e fecal).
- Nas lesões cervicais altas é determinado tetraplegia (paralisia de quatro membros). A insuficiência respiratória é frequente pela paralisia do nervo que controla a contração do diafragma.
- Nas lesões cervicais baixas, a paralisia é dos membros inferiores e mão.Nas torácicas a paralisia é dos membros inferiores.
- As primeiras fases do trauma são observadas flacidez dos membros paralisados, perda de reflexos dos tendões e retenção urinária, esta é a fase do choque medular.
Lesões incompletas são classificadas em: Síndrome medular anterior, posterior, central, hemimedular, radicular e da cauda equina. 
SÍNDROME MEDULAR ANTERIOR: lesões por hiperflexão; preservação da propriocepção e perda variável da função motora e da sensibilidade à dor.
SÍNDROME MEDULAR POSTEIOR:a função motora, a sensibilidade à dor e tato estão preservados, enquanto que a propriocepção está alterada.
SÍNDROME DO CENTRO MEDULAR:ocorre, principalmente, na região cervical e apresenta comprometimento mais acentuado dos membros superiores que dos membros inferiores.
SÍNDROME HEMIMEDULAR/BROWN-SÉQUARD: a hemisecção da medula ocasiona Déficit motor e da propriocepção ipsilateral à lesão, e perda da sensibilidade térmica e dolorosa contra-lateral.
SÍNDROME RADICULAR: Lesão de raiz associada ao trauma há dor no trajeto da raiz nervosa, fraqueza e atrofia nos músculos inervados por esta raiz.
SÍNDROME DA CAUDA EQUINA: geralmente, ocorre nas fraturas distais a L1-L2, o quadro clínico depende da raiz atingida e podem ser observados paresia do membro inferior, arreflexia, distúrbios da sensibilidade e, também, incontinência fecal e vesical.
DIAGNÓSTICO:
Radiografia: O protocolo padrão do trauma Raquimedular é constituído das incidências AP, perfil, transoral e obliquas. A incidência em perfil deve mostrar as 7 vértebras cervicais. A posição em nadador ajuda a visualizar C6 e C7. Os sinais radiográficos associados a lesão medular na coluna cervical são: 
- Aumento de partes moles retro faríngea maior que dez mm, na altura de C3, C4; 
- Deslocamento: melhor visualizado na incidência de perfil. O alinhamento no plano frontal também deve ser observado; 
- Diminuição do espaço discal; 
- Aumento da distância dos processos espinhosos; 
- Variação na altura dos corpos vertebrais. 
TC:excelente aliada no diagnóstico do TRM, sendo um exame complementar porém presente em todos os casos por ter uma melhor visualização das estruturas ósseas e permitir a visualização em diferentes planos (axial, sagital e coronal).Deve ser realizada em pacientes com lesão neurológica estabilizadas ou naqueles com suspeita de lesão instável ao raio x.
- Tem grande vantagem pelo exame poder ser realizado com o aparato de imobilização cervical e sistemas de suporte de vida. Também é indicado nos pacientes politraumatizados graves que necessitam rápida avaliação por imagem.
RM:A ressonância magnética por se tratar de um exame que melhor demonstra as partes moles é indicado em pacientes com déficit neurológico parcial ou progressivo após o trauma. Sua principal função é detectar compressão da medula espinhal por osso, disco ou hematoma para verificar a necessidade de cirurgia descompressiva.Demonstra herniação discal pós-traumática, alteração na medula espinhal e lesões ligamentares. 
- Na RM existe a dificuldade com os pacientes politraumatizados grave pelo equipamento de suporte de vida que não pode entrar na sala por causa do campo magnético.
- A indicação ideal para a RM é o paciente com déficit neurológico, sem alteração no raio-x ou TC e que não necessita de suporte de vida.
TRATAMENTO:O tratamento dos TRM deve ter início no momento do atendimento inicial, ainda fora do ambiente hospitalar, durante o resgate e transporte dos pacientes, com o objetivo de evitar lesões adicionais ou ampliação das lesões já existentes. A imobilização da coluna cervical deve ser realizada em todos os pacientes politraumatizados e retirada somente após a confirmação da ausência de lesão.
O tratamento na emergência tem como principal objetivo a manutenção e o restabelecimento das funções vitais do paciente (ABC – vias aéreas, respiração e circulação), de modo que o tratamento específico da lesão do segmento vertebral com lesão medular é realizada somente após a resolução dessa fase. 
A metil prednisolona tem sido administrada até 08 horas após a lesão da medula espinhal, que tem a capacidade de reduzir a peroxidação lipídica e preservar a integridade das estruturas neuronais, atuando no nível da lesão secundáriadevido à isquemia e ação dos radicais livres (DOSE: 30 mg/Kg na 1ª hora e 5,4 mg/Kg/Hora nas próximas 24 a 48 horas). 
O tratamento definitivo da lesão, no segmento vertebral fraturado, tem, como principais objetivos, a preservação da anatomia e função da medula espinhal, restauração do alinhamento da coluna vertebral, estabilização do segmento vertebral lesado, prevenção de complicações gerais e locais, e o restabelecimento precoce das atividades dos pacientes, devendo ser realizado o mais precocemente possível, desde que as condições gerais do paciente permitam. 
Na impossibilidade de o tratamento definitivo ser realizado, a redução da fratura e realinhamento do canal vertebral deve ser realizado por meio de tração. 
As indicações do tratamento cirúrgico têm sido baseadasna presença de instabilidade do segmento vertebral e lesão neurológica. A presença de paralisia após intervalo de quadro neurológico normal, presença de paralisia rápida e progressiva ou paralisia incompleta, que evolui para paralisia completa, têm sido consideradas como indicações absolutas e urgentes de tratamento cirúrgico.

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