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RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA SP 1.1 – TA QUENTE... MODULO DE DOR 1. DESCREVER OS RECEPTORES SENSITIVOS ENVOLVIDOS NA DOR. NOCICEPTORES São neurônios com terminações livres, sem estruturas acessórias destinadas à transdução do estímulo, o que faz desse tipo de receptor um dos menos diferenciados dentre os receptores sensoriais. Respondem a vários estímulos nocivos intensos (químico, mecânico ou térmico) que causam ou têm potencial para causar dano tecidual. Os nociceptores são encontrados na pele, nas articulações, nos músculos, nos ossos e em vários órgãos internos, existem dispersos em certos tecidos internos, como o periósteo, as paredes das artérias, as superfícies articulares e a foice e o tentório da abóbada craniana, mas não no sistema nervoso central. A maioria dos outros tecidos profundos está esparsamente suprida com terminações nervosas para a dor; porém, lesões teciduais extensas podem se somar e causar dor lenta e crônica na maioria dessas áreas. A ativação da via nociceptiva inicia respostas adaptativas protetoras. Os sinais aferentes dos nociceptores são levados ao SNC por dois tipos de fibras sensoriais primárias: fibras Aδ(A-delta) e fibras C. Todos nós, provavelmente, experimentamos que a dor pode ser provocada por estímulo térmico, mecânico e químico, o qual produz ferimento tecidual. Várias possibilidades podem explicar como estes diferentes estímulos resultariam na sensação de dor. • Uma possibilidade é que os nociceptores individuais são sensíveis a todos esses estímulos diferentes. • A outra é que existem vários tipos diferentes de nociceptores e cada um serem sensíveis a um estímulo específico. • Ambas as possibilidades são encontradas na natureza: alguns nociceptores são sensíveis a um estímulo específico enquanto outros são sensíveis a vários tipos de estímulos. Em geral, a dor rápida é desencadeada por tipos de estímulos mecânicos e térmicos, enquanto a dor crônica pode ser desencadeada pelos três tipos de estímulo. Algumas das substâncias que excitam o tipo químico de dor são: bradicinina, serotonina, histamina, íons potássio, ácidos, acetilcolina e enzimas proteolíticas. Além disso, as prostaglandinas e a substância P aumentam a sensibilidade das terminações nervosas, mas não excitam diretamente essas terminações. As substâncias químicas são, de modo especial, importantes para a estimulação do tipo de dor lenta e persistente que ocorre após lesão tecidual. Ao contrário da maioria dos outros receptores do corpo, os receptores para dor se adaptam muito pouco e algumas vezes não se adaptam. De fato, em certas circunstâncias, a excitação das fibras dolorosas fica progressivamente maior, à medida que o estímulo persiste, em especial para a dor lenta persistente nauseante. RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA Esse aumento da sensibilidade dos receptores para dor é chamado hiperalgesia. Pode-se compreender prontamente a importância dessa ausência de adaptação dos receptores para dor, pois isso possibilita que a pessoa fique ciente da presença de estímulo lesivo, enquanto a dor persistir. INTENSIDADE DO DANO TECIDUAL COMO ESTÍMULO PARA A DOR A pessoa comum começa a sentir dor quando a pele é aquecida acima de 45°C. Essa é também a temperatura na qual os tecidos começam a ser lesados pelo calor; na verdade, os tecidos são enfim destruídos se a temperatura permanecer acima desse nível indefinidamente. Portanto, é evidente que a dor secundária ao calor está intimamente relacionada à intensidade em que ocorre o dano aos tecidos e não ao dano total que já ocorreu. A intensidade da dor também está intimamente relacionada à intensidade do dano tecidual, por causas diferentes do calor, como infecção bacteriana, isquemia dos tecidos, contusão dos tecidos e outras. Importância Especial dos Estímulos Dolorosos Químicos Durante o Dano Tecidual. Extratos dos tecidos lesionados podem causar dor intensa, quando são injetados sob a pele normal. A maior parte das substâncias químicas, descritas anteriormente, que excitam os receptores químicos para dor, pode ser encontrada nesses extratos. A bradicinina é uma substância que parece induzir a dor de modo mais acentuado do que as outras substâncias. Os pesquisadores sugeriram que a bradicinina poderia ser a principal responsável pela indução da dor após dano tecidual. Além disso, a intensidade da dor se relaciona ao aumento local da concentração do íon potássio ou à elevação da concentração de enzimas proteolíticas, que atacam diretamente as terminações nervosas e estimulam a dor por fazer as membranas nervosas mais permeáveis aos íons. Isquemia Tecidual como Causa da Dor. Quando o fluxo sanguíneo para um tecido é bloqueado, o tecido em geral fica muito dolorido em poucos minutos. Quanto maior for a intensidade do metabolismo desse tecido, mais rapidamente a dor aparece. Por exemplo, se o manguito de um esfigmomanômetro for colocado ao redor do braço e for inflado até a interrupção do fluxo sanguíneo, o exercício dos músculos do antebraço algumas vezes pode causar dor em 15 a 20 segundos. Na ausência de exercício muscular, a dor pode não aparecer antes de 3 a 4 minutos, mesmo que o fluxo sanguíneo para o músculo permaneça zero. Uma das causas sugeridas para a dor, durante a isquemia, é o acúmulo de grande quantidade de ácido lático nos tecidos, formada em consequência do metabolismo anaeróbico (isto é, metabolismo sem oxigênio). Também é provável que outros agentes químicos, como a bradicinina e as enzimas proteolíticas, sejam formados nos tecidos por causa do dano celular, e que a presença desses agentes, com o ácido lático, estimule as terminações nervosas para a dor. RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA Espasmo Muscular como Causa da Dor. O espasmo muscular também é causa comum de dor, sendo a base de muitas síndromes clínicas dolorosas. Essa dor provavelmente resulta, em parte, do efeito direto do espasmo muscular na estimulação de receptores para dor mecanossensíveis, mas também pode resultar de efeito indireto do espasmo muscular comprimindo vasos sanguíneos e levando à isquemia. Além disso, o espasmo aumenta a intensidade do metabolismo do tecido muscular, tornando a isquemia relativa ainda maior e criando condições ideais para a liberação de substâncias químicas indutoras da dor. Classes de Nociceptores Quatro classes de nociceptores foram descritos: mecânicos, térmicos, polimodais e silenciosos. Os nociceptores mecânicos respondem a pressão intensa enquanto os nociceptores térmicos respondem às temperaturas extremas, quentes (> 45°C) ou frias (< 5°C) e possuem fibras A mielinizadas, que conduzem impulsos na velocidade de 3 m/s a 40 m/s. Coletivamente, esses dois tipos de nociceptores A- são chamados de nociceptores mecano-térmico. Os nociceptores polimodais respondem aos estímulos nocivos; mecânicos, térmicos e químicos, possuem pequenas fibras C amielinizadas que conduzem impulsos na velocidade menor de 3 m/s. Lembre-se que as pequenas fibras A- mielinizadas carregam entrada nociceptiva responsável pela dor acentuada em picada e as pequenas fibras C amielinizadas carregam entrada nociceptiva responsável pela dor fraca em queimação. Os nociceptores silenciosos são ativados por estímulos químicos, mediadores inflamatórios, respondem a estímulos mecânicos e térmicos somente depois de serem ativados. Estes nociceptores também possuem pequenas fibras C amielinizadas que conduzem impulsos na velocidade menor de 3 m/s. Os nociceptores, que respondem as temperaturas nocivas, podem ser divididos em: unimodais, que são ativados por um estímulo térmico exclusivo; e os polimodais, que detectam estímulos dolorososquímicos, mecânicos e térmicos. 2. CLASSIFICAR OS TIPOS DE DOR. A dor é classificada em dois tipos principais: dor rápida e dor lenta. As vias de condução para esses dois tipos de dor são diferentes e que cada uma delas tem qualidades específicas. Os sinais aferentes dos nociceptores são levados ao SNC por dois tipos de fibras sensoriais primárias: fibras Aδ(A-delta) e fibras C. DOR RÁPIDA: Sentida, dentro de 0,1 segundo, após a aplicação de estímulo doloroso. A dor rápida também é descrita por meio de vários nomes alternativos, como dor pontual, dor em agulhada, dor aguda e dor elétrica. Esse tipo de dor é sentido quando a agulha é introduzida na pele, quando a pele é cortada por faca, ou quando a pele é agudamente queimada. Ela também é sentida quando a pele é submetida a choque elétrico. RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA A dor pontual rápida não é sentida nos tecidos mais profundos do corpo. (dor superficial) Pode ser desencadeada por tipos de estímulos mecânicos e térmicos. A dor rápida, descrita como aguda e localizada, é rapidamente transmitida ao SNC por fibras finas mielinizadas do tipo Aδ. DOR LENTA: Começa ser sentida somente após 1 segundo ou mais, aumentando lentamente durante vários segundos e, algumas vezes, durante minutos. (PODEMOS SENTIR APÓS A DOR RÁPIDA, EXEMPLO: BATER O DEDINHO DO PÉ EM ALGUM MÓVEL) (É MAIS EVIDENTE QUANDO O ESTÍMULO SE ORIGINA LONGE DO SNC) A dor lenta também tem vários nomes, como dor em queimação, dor persistente, dor pulsátil, dor nauseante e dor crônica. Esse tipo de dor geralmente está associado à destruição tecidual. A dor lenta pode levar ao sofrimento prolongado e quase insuportável e pode ocorrer na pele e em quase todos os órgãos ou tecidos profundos. Pode ser desencadeada por tipos de estímulos mecânicos, térmicos e químicos. A dor lenta, descrita como surda e mais difusa, é transmitida por fibras finas não mielinizadas do tipo C. A distinção temporal entre as duas é mais evidente quando o estímulo se origina longe do SNC, como quando você bate seu dedo do pé. Você primeiro experimenta uma sensação aguda de fincada (dor rápida) seguida rapidamente de uma dor surda latejante (dor lenta). A fibra nervosa, axônio, em um nervo combinado incluem os nervos aferentes e eferentes, motores e autonômicos. A velocidade que uma fibra nervosa individual conduz os potenciais de ação está relacionada com o diâmetro da fibra. Nas fibras mielinizadas maiores, a velocidade de condução, em metros por segundo, é aproximadamente seis vezes o diâmetro do axônio, determinado em mícron. O histograma de distribuição das velocidades de condução tem quatro picos: as fibras condutoras mais lentas são amielinizadas e designadas por C, enquanto as fibras mielinizadas condutoras mais rápidas são designadas por A, A e A. A opinião amplamente difundida, apresentada na maioria dos livros atuais, são apenas as fibras nervosas de diâmetros menores e mais lentas, as fibras C e A, que transportam os sinais aferentes dos nociceptores e são sentidas como dor. Devido à diferença na velocidade de condução entre as fibras C e A-, o sinal das fibras A- chegam à medula espinhal antes das fibras C. Isto levanta a possibilidade que o estímulo doloroso evoca duas sensações de dor sucessivas e possivelmente distintas. A evidência que sustenta o aspecto em que os sinais das fibras C e A- são sensações de dor distintas, provém de condições experimentais, estimulação elétrica e bloqueio de nervo, onde as atividades das fibras A e C são estudadas isoladas. Quando é feita a estimulação nas fibras A é descrita como causando uma sensação de dor acentuada em picada e que nas fibras C uma sensação fraca em queimação dolorida. RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA Geralmente, afirma-se que para o estímulo doloroso existe uma resposta subjetiva bifásica: a dor em picada de latência curta é seguida por uma segunda dor de latência longa em queimação e de qualidade menos suportável. No entanto, a evidência para duas sensações de dor sucessivas é muito menos atraente do que as duas sensações de dor distintas. No artigo original mostrando que os sinais das fibras C e A- são sensações de dor distintas. Afirmou-se que tal resposta subjetiva bifásica um estímulo doloroso transitório é ausente frequentemente em indivíduos normais. 3. ESTUDAR AS VIAS DA DOR. (manuscrito) 4. ELUCIDAR O ARCO REFLEXO SIMPLES. (manuscrito) 5. ABORDAR O SISTEMA DE MODULAÇÃO DA DOR . (manuscrito) 6. CLASSIFICAR OS GRAUS DE QUEIMADURA. A classificação de queimaduras pode ser feita em relação à etiologia da queimadura, à profundidade do acometimento causado e à área que foi afetada, permitindo uma padronização no diagnóstico ao estabelecer os mesmos critérios para todas as ocorrências. A classificação é muito importante do ponto de vista prognóstico e terapêutico, já que os cuidados adotados estão intimamente ligados às diversas variáveis usadas para determinar o tipo de queimadura. O agente etiológico é fundamental na avaliação inicial, pois determinam a expectativa de gravidade e profundidade do acometimento. ____________________________________________ CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ETIOLOGIA Em relação ao mecanismo causador da lesão, as queimaduras são agrupadas em três grandes grupos: as originadas por lesão térmica, por lesão elétrica e por lesão química. Queimaduras Térmicas As queimaduras de etiologia térmica podem ser subdivididas em causadas por escaldo, por flamas e labaredas e por contato direto com uma superfície ou objeto extremamente aquecido. ESCALDO: ocorrem principalmente em crianças ou idosos, fruto do derramamento de líquido quente ou de banhos em que a água está em uma temperatura muito alta, atingindo as camadas mais superficiais da pele. FLAMAS: as chamas causam queimaduras principalmente nos adultos, podendo estar associadas a traumas de origens diversas e acometendo camadas dérmicas mais profundas. CONTATO DIRETO: as lesões causadas pelo contato mantém associação com perdas ou diminuição do estado de consciência, como pode ocorrer com indivíduos idosos ou sob efeito de álcool e drogas, além de epilépticos em crise. Pode se originar também de um contato longo com uma superfície em uma temperatura moderada. Quando ocorrem devido a um contato breve, costumam guardar relação com acidentes industriais. As lesões térmicas, de maneira geral, são as mais prevalentes, sendo o escaldamento o tipo mais comum entre todos. ____________________________________________ Queimaduras Elétricas As queimaduras elétricas dependem, na maioria dos casos, da passagem de corrente elétrica pelo corpo, lesando todos os tecidos que percorre entre o ponto de entrada e de saída. O impacto da eletricidade nas estruturas é determinado pela voltagem, e essa varia entre ambientes domésticos e os demais. No primeiro caso, a baixa voltagem causa pequenas e profundas lesões, principalmente nos locais de entrada e saída, e interfere no funcionamento correto do coração, necessitando de monitoramento após o episódio. Na segunda situação, a alta voltagem pode causar injúria pela passagem propriamente dita da corrente através do organismo, causando dano em uma grande extensão de tecido, bem como necrose de tecido mole e ósseo. A danificação de grande parte da estrutura muscular pode resultar em rabdomiólise e, RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA consequentemente, insuficiência renal. Por sua gravidade, requer uma ressuscitação volêmica e realização de debridamento maior do que em outros casos. Ocorre geralmente com voltagem superior a 1.000 volts, sendo praticamente fatal com 70.000 volts. Além disso, emalgumas situações, é criada uma zona de alta energia ao redor da fonte, capaz de lesar as camadas superficiais expostas — usualmente face e mãos — pelo calor irradiado, sem necessariamente ocorrer passagem de corrente elétrica pelas estruturas lesadas. ____________________________________________ Queimaduras Químicas As queimaduras químicas, apesar de menos frequentes em relação às anteriores, são uma possibilidade e ocorrem em acidentes domésticos ou industriais, durante o manejo de agentes corrosivos. O padrão de lesão consiste em dano de camadas profundas, com necrose coagulante até a retirada do ácido. Por outro lado, bases, como o cimento, também podem causar lesões, danificando ainda mais profundamente. A profundidade acometida determina o resultado estético e funcional do acidente causado pela queimadura. ____________________________________________ CLASSIFICAÇÃO QUANTO À SUPERFÍCIE CORPORAL QUEIMADA (SCQ) A área acometida tem relação direta com as repercussões sistêmicas, visto que quanto maior a perda das funções da pele, mais alterações ocorrerão. Ela é calculada como o percentual total da superfície corporal atingida, sendo consideradas para o cálculo áreas de queimadura de segundo, terceiro e quarto grau. Queimaduras de primeiro grau não entram no cálculo da SCQ. O método de Lund-Browder, baseado em gráficos, é extremamente preciso e leva em consideração a idade do paciente. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PROFUNDIDADE A classificação pela profundidade das camadas acometidas é uma das formas mais clinicamente usadas para classificar uma queimadura, relacionando- se com a morbidade do paciente. As queimaduras costumavam ser classificadas de primeiro a quarto grau, sendo a última a de acometimento mais profundo. Para que a denominação refletisse melhor o dano, foi substituída por uma nova terminologia: superficial, parcial superficial, parcial profunda e espessura total. Primeiro Grau: As queimaduras de primeiro grau são superficiais, atingindo a epiderme. A pele apresenta um aspecto seco, hiperemiado e é dolorosa. Apenas a epiderme é atingida. • Pele de aspecto seco, hiperemiado e doloroso. • Sem formação de bolhas. • Costuma descamar em poucos dias. • Regride sem cicatrizes. • Pouca ou nenhuma repercussão sistêmica. • É desconsiderada na avaliação da área atingida. CONDUTA: • Não é necessária abordagem terapêutica específica, visto o caráter autolimitado e pouco grave. • Porém, deve-se considerar a hidratação da pele com substâncias umectantes/hidratantes e, em casos de exposição prolongada, a hidratação oral, especialmente em idosos e crianças. • Substâncias analgésicas podem aliviar o ardor desconfortável. RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA Segundo Grau: As queimaduras de segundo grau atingem, em graus variáveis, a derme. • Atinge totalmente a epiderme e a derme de maneira variável. • Pele de aspecto bolhoso, hiperemiado, edemaciado, doloroso, com erosão ou ulceração. • Ocorre regeneração espontânea. • Há reepitelização a partir dos anexos cutâneos. • Cicatrização demorada (2 a 4 semanas). • Pode deixar sequelas superficiais, como discromia, e profundas, como cicatriz. São denominadas também queimaduras de espessura parcial. A depender da profundidade acometida na derme, podem ser: • Parcial (ou segundo grau) superficial: não há acometimento dos folículos capilares e das glândulas sudoríparas e a pele está dolorosa, úmida e avermelhada, além de conter bolhas. • Parcial (ou segundo grau) profunda: há acometimento mais profundo, mas não total da derme, alcançando glândulas sudoríparas e folículos pilosos, com uma pele menos úmida e menos dolorosa. CONDUTA: Parcial Superficial: • As bolhas devem ser drenadas, mas não retiradas, pois servem como curativos biológicos. Mas atenção: esse procedimento deve ser realizado por um médico. • Após o rompimento das bolhas, o local, então, é limpo com água corrente e clorexitina. • O curativo é feito geralmente com sulfadiazina de prata ou nitrato de cério. • Após a cicatrização, usar filtro solar para evitar manchas. Terceiro Grau: As queimaduras de terceiro grau são também designadas de espessura total. Nelas, ocorre destruição tanto da epiderme quanto da derme e, algumas vezes, do tecido subcutâneo adjacente. A pele tem aspectos como coloração variável, de pálida a avermelhada ou preta, inelástica, ressecada e endurecida ao toque. A depender do dano aos nervos periféricos locais, pode apresentar diminuição ou abolição da sensibilidade. Nas queimaduras de quarto grau, a lesão danifica todas as camadas teciduais e atinge fáscia, músculos e até o osso, em determinados casos. Diversas referências consideram a classificação até o terceiro grau. • Todas as camadas da pele são atingidas, podendo alcançar o tecido subcutâneo, tendões, ligamentos, músculos e até ossos. • Pele de aspecto variável, principalmente em sua coloração (pálida a preta), inelástica, ressecada e endurecida ao toque. • Indolor. (DESTROEM INCLUSIVE OS NERVOS DA REGIÃO) • Necessidade de enxerto para que ocorra regeneração. • Sua cicatriz pode ocorrer, mas com retração das bordas. RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA CONDUTA: • Na maioria das vezes, há necessidade de internação hospitalar. • Causam manifestações sistêmicas, como desequilíbrio dos níveis de sódio, potássio e/ou cálcio e desidratação. • Muitas vezes é preciso retirar os tecidos necrosados e realizar limpeza e enxertos. 7. ENTENDER A CONDUTA INICIAL PARA CADA GRAU DE QUEIMADURA. Cuidados Imediatos • Parar o processo da queimadura; • Lavar com água corrente até a dor passar; • Proteger com tecido seco, estéril ou limpo. (AVALIAR A HIDRATAÇÃO: MUCOSA, DÉBITO URINÁRIO, TURGOR}) Cuidados Iniciais • Remoção de roupas queimadas ou intactas nas áreas da queimadura; • Avaliação clínica completa e registro do agente causador da extensão e da profundidade da queimadura; • História médica pregressa, como alergias ou doenças prévias; • Pesquisar maus tratos nas crianças; • Pesquisar história de queda ou trauma associado; • Profilaxia de tétano; • Triagem – internação ou marcar retorno (no caso de pacientes tratados ambulatorialmente, prescrever analgésicos orais). Cuidados Locais • Remoção de contaminantes ou medicamentos caseiros; • Limpeza local (se necessário) com sabão neutro ou glicerinado, sabão de coco ou sabão líquido e lavagem abundante com água corrente; • Verificar lesões de córnea com colírio de fluoresceína; • Resfriar agentes aderentes (por exemplo piche) com água corrente, mas não tentar a remoção imediata; • Em casos de queimaduras por agentes químicos, irrigar abundantemente com água corrente de baixo fluxo (após retirar o excesso do agente químico em pó, se for o caso), por pelo menos 20 a 30 minutos; RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA • Não aplicar agentes neutralizantes, pois a reação é exotérmica, podendo agravar a queimadura; • Após a limpeza das lesões, os curativos deverão ser realizados com tópico de escolha, seguido de curativo estéril, de acordo com a rotina do serviço; • Utilizar preferencialmente curativos oclusivos, exceto em lesões de orelha ou períneo. Medidas gerais imediatas e tratamento da ferida: • Limpe a ferida com água e clorexidina desgermante a 2%. Na falta desta, use água e sabão neutro. 12 • Posicionamento: mantenha elevada a cabeceira da cama do paciente, pescoço em hiperextensão e membros superiores elevados e abduzidos, se houver lesão em pilares axilares. • Administre toxoide tetânico para profilaxia/ reforço antitétano. • Administre bloqueador receptor de H2 paraprofilaxia da úlcera de estresse. • Administre heparina subcutânea para profilaxia do tromboembolismo. • Administre sulfadiazina de prata a 1% como antimicrobiano tópico. • Curativo exposto na face e no períneo. • Curativo oclusivo em quatro camadas: atadura de morim ou de tecido sintético (rayon) contendo o princípio ativo (sulfadiazina de prata a 1%), gaze absorvente/gaze de queimado, algodão hidrófilo e atadura de crepe. • Restrinja o uso de antibiótico sistêmico profilático apenas às queimaduras potencialmente colonizadas e com sinais de infecção local ou sistêmica. Em outros casos, evite o uso. • Evite o uso indiscriminado de corticosteroides por qualquer via. 8. DESCREVER OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO E AS CONSEQUÊNCIAS DO USO ABUSIVO DE ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS. Automedicação é o ato de tomar remédios por conta própria, sem orientação médica. A automedicação, muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas pode trazer consequências mais graves do que se imagina. A variedade de produtos fabricados pela indústria farmacêutica, a facilidade de comercialização de remédios e a própria cultura e comodidade assimilada pela sociedade que vê na farmácia um local onde se vende de tudo; a grande variedade de informações médicas disponíveis, sobretudo em sites, blogs e redes sociais, também está entre os fatores que contribuem para a automedicação. O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que sua utilização inadequada pode esconder determinados sintomas. Se o remédio for antibiótico, a atenção deve ser sempre redobrada, pois o uso abusivo destes produtos pode facilitar o aumento da resistência de microorganismos, o que compromete a eficácia dos tratamentos. Outra preocupação em relação ao uso do remédio refere-se à combinação inadequada. Neste caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro. O uso de remédios de maneira incorreta ou irracional pode trazer, ainda, consequências como: reações alérgicas, dependência e até a morte. Entre os riscos mais frequentes para a saúde daqueles que estão habituados a se automedicar estão o perigo de intoxicação e resistência aos remédios. Todo medicamento possui riscos que são os efeitos colaterais; Analgésicos e relaxantes musculares são medicamentos muito utilizados na forma de automedicação. O uso indiscriminado pode levar a uma série de efeitos adversos. Por isso, devem ser usados preferencialmente sob orientação médica. As consequências do uso abusivo variam de acordo com a classe do medicamento. Doses excessivas de paracetamol podem levar a lesão do fígado potencialmente fatal. Lesão do rim e coma por hipoglicemia também podem ocorrer, especialmente em uma única ingestão de altas doses. A superdosagem de dipirona pode causar náuseas, vômitos, dor abdominal e insuficiência renal. O uso exagerado de salicilatos, como o ácido acetilsalicílico (AAS), pode ocasionar náuseas, vômitos, RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA dor de cabeça, tontura, zumbido, alterações de audição e visão, sudorese, sede, hiperventilação e diarréia. Outros anti-inflamatórios, como ibuprofeno e diclofenaco, costumam causar dor abdominal e náuseas, podendo levar à formação de úlcera gástrica, além de alterações renais, como retenção de sais e água e insuficiência renal, neurológicas, como dor de cabeça, vertigem e tontura, e hematológicas, como sangramentos. O principal risco do uso crônico de anti-inflamatórios é a ocorrência de lesão renal aguda devido ao impacto dos medicamentos na diminuição da capacidade dos rins filtrarem o sangue. Idade avançada e comorbidades associadas à diminuição da taxa de filtração glomerular aumentam o risco de nefrotoxicidade. A ingestão de Prednisolona, por exemplo, prejudica a regulação do açúcar no sangue, abrindo caminho para o desenvolvimento da diabetes. Além disso, uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriu que bloquear a ação inflamatória de maneira descontrolada ou exagerada atrasa o reparo do tecido lesionado, em vez de curá-lo. Antinflamatórios e analgésicos, classificados simples pelos médicos, como o ácido acetilsalicílico, a dipirona e o paracetamol são os mais consumidos. Esses remédios são facilmente comprados em qualquer farmácia brasileira, pois não requerem prescrição médica. [ O problema é que esses remédios têm efeito paliativo e só servem para tratar o sintoma. Ao ignorar o sintoma inicial da dor comum, que era apenas um sinal, abrimos espaço, com a automedicação, para ela se tornar uma patologia, pois adiamos a procura pela causa do primeiro incômodo. E os riscos oferecidos pelo consumo de analgésicos em excesso, vão além: depois de tomar uma determinada dosagem de remédio por um tempo, ela deixa de fazer efeito e, naturalmente, a pessoa que sente dor e está acostumada a se automedicar passa a tomar uma dosagem maior da medicação. (ALTO RISCO DE INTOXICAÇÃO) Se antes tomava um comprimido, passa a tomar dois, depois três. O que muita gente não sabe é que esse procedimento pode desencadear lesões estomacais e sangramentos, além de provocar náuseas e vômitos. RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA
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