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SP 1.1 - Dor nociceptiva

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RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA 
 
SP 1.1 – TA QUENTE... 
MODULO DE DOR 
 
1. DESCREVER OS RECEPTORES SENSITIVOS 
ENVOLVIDOS NA DOR. 
 
NOCICEPTORES 
São neurônios com terminações livres, sem estruturas 
acessórias destinadas à transdução do estímulo, o que 
faz desse tipo de receptor um dos menos diferenciados 
dentre os receptores sensoriais. Respondem a vários 
estímulos nocivos intensos (químico, mecânico ou 
térmico) que causam ou têm potencial para causar 
dano tecidual. 
Os nociceptores são encontrados na pele, nas 
articulações, nos músculos, nos ossos e em vários 
órgãos internos, existem dispersos em certos tecidos 
internos, como o periósteo, as paredes das artérias, as 
superfícies articulares e a foice e o tentório da abóbada 
craniana, mas não no sistema nervoso central. 
A maioria dos outros tecidos profundos está 
esparsamente suprida com terminações nervosas para 
a dor; porém, lesões teciduais extensas podem se 
somar e causar dor lenta e crônica na maioria dessas 
áreas. 
A ativação da via nociceptiva inicia respostas 
adaptativas protetoras. 
Os sinais aferentes dos nociceptores são levados ao 
SNC por dois tipos de fibras sensoriais primárias: fibras 
Aδ(A-delta) e fibras C. 
Todos nós, provavelmente, experimentamos que a dor 
pode ser provocada por estímulo térmico, mecânico e 
químico, o qual produz ferimento tecidual. Várias 
possibilidades podem explicar como estes diferentes 
estímulos resultariam na sensação de dor. 
• Uma possibilidade é que os nociceptores 
individuais são sensíveis a todos esses 
estímulos diferentes. 
• A outra é que existem vários tipos diferentes 
de nociceptores e cada um serem sensíveis a 
um estímulo específico. 
• Ambas as possibilidades são encontradas na 
natureza: alguns nociceptores são sensíveis a 
um estímulo específico enquanto outros são 
sensíveis a vários tipos de estímulos. 
 
Em geral, a dor rápida é desencadeada por tipos de 
estímulos mecânicos e térmicos, enquanto a dor 
crônica pode ser desencadeada pelos três tipos de 
estímulo. 
Algumas das substâncias que excitam o tipo químico de 
dor são: bradicinina, serotonina, histamina, íons 
potássio, ácidos, acetilcolina e enzimas proteolíticas. 
Além disso, as prostaglandinas e a substância P 
aumentam a sensibilidade das terminações nervosas, 
mas não excitam diretamente essas terminações. As 
substâncias químicas são, de modo especial, 
importantes para a estimulação do tipo de dor lenta e 
persistente que ocorre após lesão tecidual. 
Ao contrário da maioria dos outros receptores do 
corpo, os receptores para dor se adaptam muito pouco 
e algumas vezes não se adaptam. De fato, em certas 
circunstâncias, a excitação das fibras dolorosas fica 
progressivamente maior, à medida que o estímulo 
persiste, em especial para a dor lenta persistente 
nauseante. 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA 
 
Esse aumento da sensibilidade dos receptores para dor 
é chamado hiperalgesia. Pode-se compreender 
prontamente a importância dessa ausência de 
adaptação dos receptores para dor, pois isso possibilita 
que a pessoa fique ciente da presença de estímulo 
lesivo, enquanto a dor persistir. 
 
INTENSIDADE DO DANO TECIDUAL COMO ESTÍMULO 
PARA A DOR 
 
A pessoa comum começa a sentir dor quando a pele é 
aquecida acima de 45°C. Essa é também a temperatura 
na qual os tecidos começam a ser lesados pelo calor; na 
verdade, os tecidos são enfim destruídos se a 
temperatura permanecer acima desse nível 
indefinidamente. 
Portanto, é evidente que a dor secundária ao calor está 
intimamente relacionada à intensidade em que ocorre 
o dano aos tecidos e não ao dano total que já ocorreu. 
A intensidade da dor também está intimamente 
relacionada à intensidade do dano tecidual, por causas 
diferentes do calor, como infecção bacteriana, 
isquemia dos tecidos, contusão dos tecidos e outras. 
 
Importância Especial dos Estímulos Dolorosos 
Químicos Durante o Dano Tecidual. Extratos dos 
tecidos lesionados podem causar dor intensa, quando 
são injetados sob a pele normal. A maior parte das 
substâncias químicas, descritas anteriormente, que 
excitam os receptores químicos para dor, pode ser 
encontrada nesses extratos. 
A bradicinina é uma substância que parece induzir a dor 
de modo mais acentuado do que as outras substâncias. 
Os pesquisadores sugeriram que a bradicinina poderia 
ser a principal responsável pela indução da dor após 
dano tecidual. 
Além disso, a intensidade da dor se relaciona ao 
aumento local da concentração do íon potássio ou à 
elevação da concentração de enzimas proteolíticas, 
que atacam diretamente as terminações nervosas e 
estimulam a dor por fazer as membranas nervosas mais 
permeáveis aos íons. 
 
Isquemia Tecidual como Causa da Dor. Quando o fluxo 
sanguíneo para um tecido é bloqueado, o tecido em 
geral fica muito dolorido em poucos minutos. Quanto 
maior for a intensidade do metabolismo desse tecido, 
mais rapidamente a dor aparece. 
Por exemplo, se o manguito de um esfigmomanômetro 
for colocado ao redor do braço e for inflado até a 
interrupção do fluxo sanguíneo, o exercício dos 
músculos do antebraço algumas vezes pode causar dor 
em 15 a 20 segundos. Na ausência de exercício 
muscular, a dor pode não aparecer antes de 3 a 4 
minutos, mesmo que o fluxo sanguíneo para o músculo 
permaneça zero. 
Uma das causas sugeridas para a dor, durante a 
isquemia, é o acúmulo de grande quantidade de ácido 
lático nos tecidos, formada em consequência do 
metabolismo anaeróbico (isto é, metabolismo sem 
oxigênio). Também é provável que outros agentes 
químicos, como a bradicinina e as enzimas 
proteolíticas, sejam formados nos tecidos por causa do 
dano celular, e que a presença desses agentes, com o 
ácido lático, estimule as terminações nervosas para a 
dor. 
 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA 
 
Espasmo Muscular como Causa da Dor. O espasmo 
muscular também é causa comum de dor, sendo a base 
de muitas síndromes clínicas dolorosas. Essa dor 
provavelmente resulta, em parte, do efeito direto do 
espasmo muscular na estimulação de receptores para 
dor mecanossensíveis, mas também pode resultar de 
efeito indireto do espasmo muscular comprimindo 
vasos sanguíneos e levando à isquemia. Além disso, o 
espasmo aumenta a intensidade do metabolismo do 
tecido muscular, tornando a isquemia relativa ainda 
maior e criando condições ideais para a liberação de 
substâncias químicas indutoras da dor. 
 
Classes de Nociceptores 
Quatro classes de nociceptores foram descritos: 
mecânicos, térmicos, polimodais e silenciosos. 
Os nociceptores mecânicos respondem a pressão 
intensa enquanto os nociceptores térmicos 
respondem às temperaturas extremas, quentes (> 
45°C) ou frias (< 5°C) e possuem fibras A 
mielinizadas, que conduzem impulsos na 
velocidade de 3 m/s a 40 m/s. Coletivamente, esses 
dois tipos de nociceptores A- são chamados de 
nociceptores mecano-térmico. 
Os nociceptores polimodais respondem aos 
estímulos nocivos; mecânicos, térmicos e químicos, 
possuem pequenas fibras C amielinizadas que 
conduzem impulsos na velocidade menor de 3 m/s. 
Lembre-se que as pequenas fibras A- 
mielinizadas carregam entrada nociceptiva 
responsável pela dor acentuada em picada e as 
pequenas fibras C amielinizadas carregam entrada 
nociceptiva responsável pela dor fraca em 
queimação. 
Os nociceptores silenciosos são ativados por 
estímulos químicos, mediadores inflamatórios, 
respondem a estímulos mecânicos e térmicos 
somente depois de serem ativados. Estes 
nociceptores também possuem pequenas fibras C 
amielinizadas que conduzem impulsos na 
velocidade menor de 3 m/s. 
Os nociceptores, que respondem as temperaturas 
nocivas, podem ser divididos em: unimodais, que 
são ativados por um estímulo térmico exclusivo; e 
os polimodais, que detectam estímulos dolorososquímicos, mecânicos e térmicos. 
 
2. CLASSIFICAR OS TIPOS DE DOR. 
 
A dor é classificada em dois tipos principais: dor rápida 
e dor lenta. 
As vias de condução para esses dois tipos de dor são 
diferentes e que cada uma delas tem qualidades 
específicas. 
Os sinais aferentes dos nociceptores são levados ao 
SNC por dois tipos de fibras sensoriais primárias: fibras 
Aδ(A-delta) e fibras C. 
 
DOR RÁPIDA: 
Sentida, dentro de 0,1 segundo, após a aplicação de 
estímulo doloroso. 
A dor rápida também é descrita por meio de vários 
nomes alternativos, como dor pontual, dor em 
agulhada, dor aguda e dor elétrica. 
Esse tipo de dor é sentido quando a agulha é 
introduzida na pele, quando a pele é cortada por faca, 
ou quando a pele é agudamente queimada. 
Ela também é sentida quando a pele é submetida a 
choque elétrico. 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA 
 
A dor pontual rápida não é sentida nos tecidos mais 
profundos do corpo. (dor superficial) 
Pode ser desencadeada por tipos de estímulos 
mecânicos e térmicos. 
A dor rápida, descrita como aguda e localizada, é 
rapidamente transmitida ao SNC por fibras finas 
mielinizadas do tipo Aδ. 
 
DOR LENTA: 
Começa ser sentida somente após 1 segundo ou mais, 
aumentando lentamente durante vários segundos e, 
algumas vezes, durante minutos. (PODEMOS SENTIR 
APÓS A DOR RÁPIDA, EXEMPLO: BATER O DEDINHO DO PÉ 
EM ALGUM MÓVEL) (É MAIS EVIDENTE QUANDO O 
ESTÍMULO SE ORIGINA LONGE DO SNC) 
A dor lenta também tem vários nomes, como dor em 
queimação, dor persistente, dor pulsátil, dor 
nauseante e dor crônica. 
Esse tipo de dor geralmente está associado à 
destruição tecidual. 
A dor lenta pode levar ao sofrimento prolongado e 
quase insuportável e pode ocorrer na pele e em quase 
todos os órgãos ou tecidos profundos. 
Pode ser desencadeada por tipos de estímulos 
mecânicos, térmicos e químicos. 
A dor lenta, descrita como surda e mais difusa, é 
transmitida por fibras finas não mielinizadas do tipo C. 
 
 
 
A distinção temporal entre as duas é mais evidente 
quando o estímulo se origina longe do SNC, como 
quando você bate seu dedo do pé. Você primeiro 
experimenta uma sensação aguda de fincada (dor 
rápida) seguida rapidamente de uma dor surda 
latejante (dor lenta). 
A fibra nervosa, axônio, em um nervo combinado 
incluem os nervos aferentes e eferentes, motores e 
autonômicos. A velocidade que uma fibra nervosa 
individual conduz os potenciais de ação está 
relacionada com o diâmetro da fibra. Nas fibras 
mielinizadas maiores, a velocidade de condução, em 
metros por segundo, é aproximadamente seis vezes o 
diâmetro do axônio, determinado em mícron. 
 
O histograma de distribuição das velocidades de 
condução tem quatro picos: as fibras condutoras mais 
lentas são amielinizadas e designadas por C, enquanto 
as fibras mielinizadas condutoras mais rápidas são 
designadas por A, A e A. 
A opinião amplamente difundida, apresentada na 
maioria dos livros atuais, são apenas as fibras nervosas 
de diâmetros menores e mais lentas, as fibras C e A, 
que transportam os sinais aferentes dos nociceptores e 
são sentidas como dor. 
Devido à diferença na velocidade de condução entre as 
fibras C e A-, o sinal das fibras A- chegam à medula 
espinhal antes das fibras C. Isto levanta a possibilidade 
que o estímulo doloroso evoca duas sensações de dor 
sucessivas e possivelmente distintas. 
A evidência que sustenta o aspecto em que os sinais 
das fibras C e A- são sensações de dor distintas, 
provém de condições experimentais, estimulação 
elétrica e bloqueio de nervo, onde as atividades das 
fibras A e C são estudadas isoladas. Quando é feita a 
estimulação nas fibras A é descrita como causando uma 
sensação de dor acentuada em picada e que nas fibras 
C uma sensação fraca em queimação dolorida. 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA 
 
Geralmente, afirma-se que para o estímulo doloroso 
existe uma resposta subjetiva bifásica: a dor em picada 
de latência curta é seguida por uma segunda dor de 
latência longa em queimação e de qualidade menos 
suportável. No entanto, a evidência para duas 
sensações de dor sucessivas é muito menos atraente 
do que as duas sensações de dor distintas. No artigo 
original mostrando que os sinais das fibras C e A- são 
sensações de dor distintas. Afirmou-se que tal resposta 
subjetiva bifásica um estímulo doloroso transitório é 
ausente frequentemente em indivíduos normais. 
 
3. ESTUDAR AS VIAS DA DOR. 
(manuscrito) 
4. ELUCIDAR O ARCO REFLEXO SIMPLES. 
(manuscrito) 
5. ABORDAR O SISTEMA DE MODULAÇÃO DA DOR . 
(manuscrito) 
6. CLASSIFICAR OS GRAUS DE QUEIMADURA. 
 
A classificação de queimaduras pode ser feita em 
relação à etiologia da queimadura, à profundidade do 
acometimento causado e à área que foi afetada, 
permitindo uma padronização no diagnóstico ao 
estabelecer os mesmos critérios para todas as 
ocorrências. 
A classificação é muito importante do ponto de vista 
prognóstico e terapêutico, já que os cuidados adotados 
estão intimamente ligados às diversas variáveis usadas 
para determinar o tipo de queimadura. 
O agente etiológico é fundamental na avaliação inicial, 
pois determinam a expectativa de gravidade e 
profundidade do acometimento. 
____________________________________________ 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ETIOLOGIA 
Em relação ao mecanismo causador da lesão, as 
queimaduras são agrupadas em três grandes grupos: as 
originadas por lesão térmica, por lesão elétrica e por 
lesão química. 
 
Queimaduras Térmicas 
As queimaduras de etiologia térmica podem ser 
subdivididas em causadas por escaldo, por flamas e 
labaredas e por contato direto com uma superfície ou 
objeto extremamente aquecido. 
ESCALDO: ocorrem principalmente em crianças ou 
idosos, fruto do derramamento de líquido quente ou 
de banhos em que a água está em uma temperatura 
muito alta, atingindo as camadas mais superficiais da 
pele. 
FLAMAS: as chamas causam queimaduras 
principalmente nos adultos, podendo estar associadas 
a traumas de origens diversas e acometendo camadas 
dérmicas mais profundas. 
CONTATO DIRETO: as lesões causadas pelo contato 
mantém associação com perdas ou diminuição do 
estado de consciência, como pode ocorrer com 
indivíduos idosos ou sob efeito de álcool e drogas, além 
de epilépticos em crise. Pode se originar também de 
um contato longo com uma superfície em uma 
temperatura moderada. Quando ocorrem devido a um 
contato breve, costumam guardar relação com 
acidentes industriais. 
As lesões térmicas, de maneira geral, são as mais 
prevalentes, sendo o escaldamento o tipo mais comum 
entre todos. 
____________________________________________ 
Queimaduras Elétricas 
As queimaduras elétricas dependem, na maioria dos 
casos, da passagem de corrente elétrica pelo corpo, 
lesando todos os tecidos que percorre entre o ponto de 
entrada e de saída. O impacto da eletricidade nas 
estruturas é determinado pela voltagem, e essa varia 
entre ambientes domésticos e os demais. 
No primeiro caso, a baixa voltagem causa pequenas e 
profundas lesões, principalmente nos locais de entrada 
e saída, e interfere no funcionamento correto do 
coração, necessitando de monitoramento após o 
episódio. 
Na segunda situação, a alta voltagem pode causar 
injúria pela passagem propriamente dita da corrente 
através do organismo, causando dano em uma grande 
extensão de tecido, bem como necrose de tecido mole 
e ósseo. A danificação de grande parte da estrutura 
muscular pode resultar em rabdomiólise e, 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA 
 
consequentemente, insuficiência renal. Por sua 
gravidade, requer uma ressuscitação volêmica e 
realização de debridamento maior do que em outros 
casos. Ocorre geralmente com voltagem superior a 
1.000 volts, sendo praticamente fatal com 70.000 volts. 
Além disso, emalgumas situações, é criada uma zona 
de alta energia ao redor da fonte, capaz de lesar as 
camadas superficiais expostas — usualmente face e 
mãos — pelo calor irradiado, sem necessariamente 
ocorrer passagem de corrente elétrica pelas estruturas 
lesadas. 
____________________________________________ 
Queimaduras Químicas 
As queimaduras químicas, apesar de menos frequentes 
em relação às anteriores, são uma possibilidade e 
ocorrem em acidentes domésticos ou industriais, 
durante o manejo de agentes corrosivos. 
O padrão de lesão consiste em dano de camadas 
profundas, com necrose coagulante até a retirada do 
ácido. 
Por outro lado, bases, como o cimento, também podem 
causar lesões, danificando ainda mais profundamente. 
A profundidade acometida determina o resultado 
estético e funcional do acidente causado pela 
queimadura. 
____________________________________________ 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À SUPERFÍCIE CORPORAL 
QUEIMADA (SCQ) 
A área acometida tem relação direta com as 
repercussões sistêmicas, visto que quanto maior a 
perda das funções da pele, mais alterações ocorrerão. 
Ela é calculada como o percentual total da superfície 
corporal atingida, sendo consideradas para o cálculo 
áreas de queimadura de segundo, terceiro e quarto 
grau. Queimaduras de primeiro grau não entram no 
cálculo da SCQ. 
 O método de Lund-Browder, baseado em gráficos, é 
extremamente preciso e leva em consideração a idade 
do paciente. 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PROFUNDIDADE 
A classificação pela profundidade das camadas 
acometidas é uma das formas mais clinicamente 
usadas para classificar uma queimadura, relacionando-
se com a morbidade do paciente. 
As queimaduras costumavam ser classificadas de 
primeiro a quarto grau, sendo a última a de 
acometimento mais profundo. Para que a 
denominação refletisse melhor o dano, foi substituída 
por uma nova terminologia: superficial, parcial 
superficial, parcial profunda e espessura total. 
 
Primeiro Grau: 
As queimaduras de primeiro grau são superficiais, 
atingindo a epiderme. 
A pele apresenta um aspecto seco, hiperemiado e é 
dolorosa. 
Apenas a epiderme é atingida. 
• Pele de aspecto seco, hiperemiado e doloroso. 
• Sem formação de bolhas. 
• Costuma descamar em poucos dias. 
• Regride sem cicatrizes. 
• Pouca ou nenhuma repercussão sistêmica. 
• É desconsiderada na avaliação da área 
atingida. 
CONDUTA: 
• Não é necessária abordagem terapêutica 
específica, visto o caráter autolimitado e pouco 
grave. 
• Porém, deve-se considerar a hidratação da 
pele com substâncias umectantes/hidratantes 
e, em casos de exposição prolongada, a 
hidratação oral, especialmente em idosos e 
crianças. 
• Substâncias analgésicas podem aliviar o ardor 
desconfortável. 
 
 
 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA 
 
Segundo Grau: 
As queimaduras de segundo grau atingem, em graus 
variáveis, a derme. 
• Atinge totalmente a epiderme e a derme de 
maneira variável. 
• Pele de aspecto bolhoso, hiperemiado, 
edemaciado, doloroso, com erosão ou 
ulceração. 
• Ocorre regeneração espontânea. 
• Há reepitelização a partir dos anexos cutâneos. 
• Cicatrização demorada (2 a 4 semanas). 
• Pode deixar sequelas superficiais, como 
discromia, e profundas, como cicatriz. 
São denominadas também queimaduras de espessura 
parcial. A depender da profundidade acometida na 
derme, podem ser: 
• Parcial (ou segundo grau) superficial: não há 
acometimento dos folículos capilares e das 
glândulas sudoríparas e a pele está dolorosa, 
úmida e avermelhada, além de conter bolhas. 
 
• Parcial (ou segundo grau) profunda: há 
acometimento mais profundo, mas não total 
da derme, alcançando glândulas sudoríparas e 
folículos pilosos, com uma pele menos úmida e 
menos dolorosa. 
CONDUTA: 
Parcial Superficial: 
• As bolhas devem ser drenadas, mas não 
retiradas, pois servem como curativos 
biológicos. Mas atenção: esse procedimento 
deve ser realizado por um médico. 
• Após o rompimento das bolhas, o local, então, 
é limpo com água corrente e clorexitina. 
• O curativo é feito geralmente com sulfadiazina 
de prata ou nitrato de cério. 
• Após a cicatrização, usar filtro solar para evitar 
manchas. 
 
Terceiro Grau: 
As queimaduras de terceiro grau são também 
designadas de espessura total. 
Nelas, ocorre destruição tanto da epiderme quanto da 
derme e, algumas vezes, do tecido subcutâneo 
adjacente. 
A pele tem aspectos como coloração variável, de 
pálida a avermelhada ou preta, inelástica, ressecada 
e endurecida ao toque. 
A depender do dano aos nervos periféricos locais, 
pode apresentar diminuição ou abolição da 
sensibilidade. 
Nas queimaduras de quarto grau, a lesão danifica 
todas as camadas teciduais e atinge fáscia, músculos 
e até o osso, em determinados casos. Diversas 
referências consideram a classificação até o terceiro 
grau. 
• Todas as camadas da pele são atingidas, 
podendo alcançar o tecido subcutâneo, 
tendões, ligamentos, músculos e até ossos. 
• Pele de aspecto variável, principalmente em 
sua coloração (pálida a preta), inelástica, 
ressecada e endurecida ao toque. 
• Indolor. (DESTROEM INCLUSIVE OS NERVOS DA 
REGIÃO) 
• Necessidade de enxerto para que ocorra 
regeneração. 
• Sua cicatriz pode ocorrer, mas com retração 
das bordas. 
 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA 
 
 
 
CONDUTA: 
• Na maioria das vezes, há necessidade de 
internação hospitalar. 
• Causam manifestações sistêmicas, como 
desequilíbrio dos níveis de sódio, potássio e/ou 
cálcio e desidratação. 
• Muitas vezes é preciso retirar os tecidos 
necrosados e realizar limpeza e enxertos. 
 
 
 
 
 
7. ENTENDER A CONDUTA INICIAL PARA CADA 
GRAU DE QUEIMADURA. 
 
Cuidados Imediatos 
• Parar o processo da queimadura; 
• Lavar com água corrente até a dor passar; 
• Proteger com tecido seco, estéril ou limpo. 
(AVALIAR A HIDRATAÇÃO: MUCOSA, DÉBITO URINÁRIO, 
TURGOR}) 
 
Cuidados Iniciais 
• Remoção de roupas queimadas ou intactas nas áreas 
da queimadura; 
• Avaliação clínica completa e registro do agente 
causador da extensão e da profundidade da 
queimadura; 
• História médica pregressa, como alergias ou doenças 
prévias; 
• Pesquisar maus tratos nas crianças; 
• Pesquisar história de queda ou trauma associado; 
• Profilaxia de tétano; 
• Triagem – internação ou marcar retorno (no caso de 
pacientes tratados ambulatorialmente, prescrever 
analgésicos orais). 
 
Cuidados Locais 
• Remoção de contaminantes ou medicamentos 
caseiros; 
• Limpeza local (se necessário) com sabão neutro ou 
glicerinado, sabão de coco ou sabão líquido e lavagem 
abundante com água corrente; 
• Verificar lesões de córnea com colírio de fluoresceína; 
• Resfriar agentes aderentes (por exemplo piche) com 
água corrente, mas não tentar a remoção imediata; 
• Em casos de queimaduras por agentes químicos, 
irrigar abundantemente com água corrente de baixo 
fluxo (após retirar o excesso do agente químico em pó, 
se for o caso), por pelo menos 20 a 30 minutos; 
 RENATA LIMA – MEDICINA – 5º PERÍODO – TUTORIA 
 
• Não aplicar agentes neutralizantes, pois a reação é 
exotérmica, podendo agravar a queimadura; 
• Após a limpeza das lesões, os curativos deverão ser 
realizados com tópico de escolha, seguido de curativo 
estéril, de acordo com a rotina do serviço; 
• Utilizar preferencialmente curativos oclusivos, exceto 
em lesões de orelha ou períneo. 
 
Medidas gerais imediatas e tratamento da ferida: 
• Limpe a ferida com água e clorexidina desgermante a 
2%. Na falta desta, use água e sabão neutro. 12 
• Posicionamento: mantenha elevada a cabeceira da 
cama do paciente, pescoço em hiperextensão e 
membros superiores elevados e abduzidos, se houver 
lesão em pilares axilares. 
• Administre toxoide tetânico para profilaxia/ reforço 
antitétano. 
• Administre bloqueador receptor de H2 paraprofilaxia 
da úlcera de estresse. 
• Administre heparina subcutânea para profilaxia do 
tromboembolismo. • Administre sulfadiazina de prata 
a 1% como antimicrobiano tópico. 
• Curativo exposto na face e no períneo. 
• Curativo oclusivo em quatro camadas: atadura de 
morim ou de tecido sintético (rayon) contendo o 
princípio ativo (sulfadiazina de prata a 1%), gaze 
absorvente/gaze de queimado, algodão hidrófilo e 
atadura de crepe. 
• Restrinja o uso de antibiótico sistêmico profilático 
apenas às queimaduras potencialmente colonizadas e 
com sinais de infecção local ou sistêmica. Em outros 
casos, evite o uso. 
• Evite o uso indiscriminado de corticosteroides por 
qualquer via. 
 
8. DESCREVER OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO E AS 
CONSEQUÊNCIAS DO USO ABUSIVO DE ANALGÉSICOS E 
ANTI-INFLAMATÓRIOS. 
Automedicação é o ato de tomar remédios por conta 
própria, sem orientação médica. A automedicação, 
muitas vezes vista como uma solução para o alívio 
imediato de alguns sintomas pode trazer 
consequências mais graves do que se imagina. 
A variedade de produtos fabricados pela indústria 
farmacêutica, a facilidade de comercialização de 
remédios e a própria cultura e comodidade assimilada 
pela sociedade que vê na farmácia um local onde se 
vende de tudo; a grande variedade de informações 
médicas disponíveis, sobretudo em sites, blogs e redes 
sociais, também está entre os fatores que contribuem 
para a automedicação. 
O uso de medicamentos de forma incorreta pode 
acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que 
sua utilização inadequada pode esconder 
determinados sintomas. 
Se o remédio for antibiótico, a atenção deve ser sempre 
redobrada, pois o uso abusivo destes produtos pode 
facilitar o aumento da resistência de microorganismos, 
o que compromete a eficácia dos tratamentos. 
Outra preocupação em relação ao uso do remédio 
refere-se à combinação inadequada. Neste caso, o uso 
de um medicamento pode anular ou potencializar o 
efeito do outro. 
O uso de remédios de maneira incorreta ou irracional 
pode trazer, ainda, consequências como: reações 
alérgicas, dependência e até a morte. 
Entre os riscos mais frequentes para a saúde daqueles 
que estão habituados a se automedicar estão o perigo 
de intoxicação e resistência aos remédios. Todo 
medicamento possui riscos que são os efeitos 
colaterais; 
Analgésicos e relaxantes musculares são 
medicamentos muito utilizados na forma de 
automedicação. O uso indiscriminado pode levar a uma 
série de efeitos adversos. Por isso, devem ser usados 
preferencialmente sob orientação médica. 
As consequências do uso abusivo variam de acordo 
com a classe do medicamento. Doses excessivas de 
paracetamol podem levar a lesão do fígado 
potencialmente fatal. Lesão do rim e coma por 
hipoglicemia também podem ocorrer, especialmente 
em uma única ingestão de altas doses. A superdosagem 
de dipirona pode causar náuseas, vômitos, dor 
abdominal e insuficiência renal. 
O uso exagerado de salicilatos, como o ácido 
acetilsalicílico (AAS), pode ocasionar náuseas, vômitos, 
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dor de cabeça, tontura, zumbido, alterações de 
audição e visão, sudorese, sede, hiperventilação e 
diarréia. 
Outros anti-inflamatórios, como ibuprofeno e 
diclofenaco, costumam causar dor abdominal e 
náuseas, podendo levar à formação de úlcera gástrica, 
além de alterações renais, como retenção de sais e 
água e insuficiência renal, neurológicas, como dor de 
cabeça, vertigem e tontura, e hematológicas, como 
sangramentos. 
O principal risco do uso crônico de anti-inflamatórios 
é a ocorrência de lesão renal aguda devido ao impacto 
dos medicamentos na diminuição da capacidade dos 
rins filtrarem o sangue. Idade avançada e 
comorbidades associadas à diminuição da taxa de 
filtração glomerular aumentam o risco de 
nefrotoxicidade. 
A ingestão de Prednisolona, por exemplo, prejudica a 
regulação do açúcar no sangue, abrindo caminho para 
o desenvolvimento da diabetes. Além disso, uma 
pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais 
(UFMG) descobriu que bloquear a ação inflamatória de 
maneira descontrolada ou exagerada atrasa o reparo 
do tecido lesionado, em vez de curá-lo. 
 
Antinflamatórios e analgésicos, classificados simples 
pelos médicos, como o ácido acetilsalicílico, a dipirona 
e o paracetamol são os mais consumidos. Esses 
remédios são facilmente comprados em qualquer 
farmácia brasileira, pois não requerem prescrição 
médica. [ 
 
O problema é que esses remédios têm efeito paliativo 
e só servem para tratar o sintoma. 
 
Ao ignorar o sintoma inicial da dor comum, que era 
apenas um sinal, abrimos espaço, com a 
automedicação, para ela se tornar uma patologia, pois 
adiamos a procura pela causa do primeiro incômodo. 
 
E os riscos oferecidos pelo consumo de analgésicos em 
excesso, vão além: depois de tomar uma determinada 
dosagem de remédio por um tempo, ela deixa de fazer 
efeito e, naturalmente, a pessoa que sente dor e está 
acostumada a se automedicar passa a tomar uma 
dosagem maior da medicação. (ALTO RISCO DE 
INTOXICAÇÃO) 
 
Se antes tomava um comprimido, passa a tomar dois, 
depois três. O que muita gente não sabe é que esse 
procedimento pode desencadear lesões estomacais e 
sangramentos, além de provocar náuseas e vômitos. 
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