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Políticas Públicas e Educação UNIDADE 4 1 Para início de conversa Olá, querido(a) aluno(a)! Como vai? Estamos na reta final da disciplina “Políticas Públicas e Educação”. Como apresentado no início da uni- dade III, vamos estudar políticas públicas voltadas para a população indígena, a Educação prisional, o debate de gênero e ainda a relação entre o neoliberalismo e a educação vigente no país. orientações da disciPlina Estudar cada um desses segmentos, caro(a) estudante, vai muito mais além que ler este guia. Apresentei ao longo das quatro unidades, a questão das políticas que garantem a Educação do país, qual a responsa- bilidade dos Municípios, dos Estados e da União, nos níveis de ensino, bem como o mundo vê a Educação, através da ONU, da UNESCO e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Vivemos em um momento da história do nosso país, onde você, estudante, precisa apropriar-se cada vez mais dos direitos conquistados acerca da Educação, principalmente nesses últimos 20 anos, desde a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, a Lei n°9.394/96 até agora, Educação Inclusiva. Certamente você já ouviu falar do movimento Escola sem Partido e consequentemente, Escola sem Mor- daça, não é mesmo? Vamos apenas começar a discussão neste guia acerca do tema. Bons estudos! edUcaçÃo escolar indíGena e QUiloMBola A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, LDB, de 1996, ga- rantiram uma ampla reforma no sistema de ensino brasileiro. A legislação reconhece os saberes da po- pulação indígena, valorizando sua diversidade cultural; e não impondo outras culturas. Reconhece que os indígenas possuem processos próprios de aprendizagem que precisam ser levados em conta pela escola e propõe a formulação de currículos diversificados. Leia abaixo, os artigos 210, 215 e 231 da Constituição Federal e os Artigos 26 e 78 da LDB, que trata da Educação Escolar Indígena e Quilombola: Art 210 § 2º: “O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comu- nidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem”. 2 Art 215: “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”. § 1º: “O estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional”. Art 231: “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 26: Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser com- plementada, em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura e da economia. § 4º o ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígenas, africana e europeia. Art. 78: O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisas, para oferta de Edu- cação escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos: I – proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; II – garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não indígenas LDB. Para saber mais sobre o assunto, acesse os links a seguir: visite a PáGina Link 1 Link 2 Caro(a) aluno(a), quando você ouve falar de quilombo, o que vem à sua cabeça? Um local isolado, no meio do mato, ainda formado por escravos que fugiram da escravidão? Essa visão ainda está enraizada no imaginário do senso comum. Sim, tivemos nossos quilombos como em 1595. O Quilombo dos Palmares, o Quilombo de Ambrósio e o Quilombo de Campo Grande, locais onde não estavam apenas escravos fugidos, mas também indígenas e pessoas procuradas pela justiça. Na época em que o Conselho Ultramarino classificava os quilombos como “toda habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenha ranchos levantados nem se achem pilões neles”. Mas os quilombos mudaram, e na educação não podia ser diferente, não é verdade? http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm 3 Uma série de leis e decretos garantiu aos povos indígenas e comunidades quilombolas o direito a conhe- cer e viver suas realidades, sem um currículo imposto, sem levar em consideração todas as peculiaridades que essas comunidades possuem. Respeitando-as. No site do Governo Federal, você verá de que forma as comunidades remanescentes dos quilombos se tornaram patrimônio cultural da sociedade brasileira. Também vai conhecer melhor acerca do Decreto n° 4.887 de 20 de novembro de 2003, que trata da regulamentação para identificação, demarcação e titula- ção das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos, a Resolução n°8 de 20 de novembro de 2012 que define as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Quilombola, além do Decreto n°6.261 de 20 de novembro de 2007, que fala sobre a gestão integrada para o desenvolvimen- to para a Agenda Social Quilombola. Você precisa conhecer! Acesse! Leia! visite a PáGina Clique aqui para acessar. lei n°10.639/2003 A Lei 10.639, de 2003, foi criada com o objetivo de proporcionar para os alunos em sala de aula, o conhe- cimento da cultura afro-brasileira e africana, além da escravidão negra no país. Apresentando diretrizes para afirmar e valorizar a presença africana na sociedade, essa lei ainda é um instrumento contra a discri- minação e o preconceito racial. Alterada pela lei 11.645/2008, nem todos os estabelecimentos de ensino garantem que essa lei seja aplicada, de fato. O primeiro equívoco: quando falamos a palavra escravo; ninguém é escravo, as pessoas foram e são escravizadas. O termo escravo, além de naturalizar essa condição às pessoas, como se ser escravo fosse algo inerente aos seres humanos. Além disto, diante da história da humanidade das populações escravi- zadas, apresenta uma visão de passividade e submissão diante da condição. O professor precisa ter conhecimento, e para isso, precisa ler bastante. Ler para compreender que essa lei propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana e ressalta o Povo Negro como sujeito histórico, valorizando ideias e pensamentos. Ler para saber e compreender que Lélia Gonzalez (Belo Horizonte, 1935 – Rio de Janeiro, 1994), Mãe Menininha do Gantois (Salvador, 1894 – 1986), Teodoro Sampaio (Santo Amaro da Purificação, 1855 – Rio de Janeiro, 1937) fizeram e fa- zem parte da história do país. O Ministério da Educação dispõe de um rico material para que você se aproprie do assunto para que possa dialogar com os alunos desde a educação infantil, sobre a importância da valorização e reconhecimento de um povo que construiu e constrói nosso país. http://etnicoracial.mec.gov.br/educacao-escolar-quilombola 4 Caro(a) estudante, além de todos esses sites que indiquei até agora, vou recomendar mais um que pode, definitivamente, ser uma ferramenta de trabalho na sala de aula, desde as canções, passando pelos kits disponíveis para auxiliar a aprendizagem do ensino afro-brasileiro e africano até as histórias das religiões de matriz africana, com o projeto Mojubá.visite a PáGina O site é uma parceria entre o Canal Futura, o MEC e a Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) entre outros. Clique aqui para acessar. edUcaçÃo Prisional Das assistências garantidas às pessoas presas, a Lei de Execução Penal em seus artigos 10 e 11 enume- ram seis categorias de assistência que devem ser garantidos aos indivíduos submetidos à pena privativa de liberdade. São eles: • Art. 10 A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. • Artigo 11 Diz que a assistência será material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa. O foco do assunto que você vai estudar será a assistência educacional do qual o preso tem direito. • A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira em seu artigo 23 Diz que a educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. Conheça, a partir de agora, um vídeo e um documento que irão enriquecer ainda mais seu conhecimento. Vamos começar! veja o vídeo! Além da obrigatoriedade da lei, uma das mais eficazes maneiras de ressocialização é através da educação. Uma reportagem bem curtinha (três minutos) e muito interessan- te. A professora de História Jane Santos da Silva, do C.E. Anacleto de Medeiros, no presídio Evaristo de Morais no Rio de Janeiro desmistifica, em poucas palavras, como é ser professora em uma unidade prisional. Clique aqui para assistir. http://www.acordacultura.org.br/ https://www.youtube.com/watch?v=y5rRBhbeZJA 5 ??? visite a PáGina Já o documento mostra um panorama da situação dos presídios femininos e mascu- linos brasileiros, distribuídos por faixa etária, raça, condições socioeconômicas. Um documento que precisa ser lido para que se conheça um pouco mais sobre a Educação Prisional no Brasil. Clique aqui para acessar. você saBia? Alguns dados relevantes acerca do tema: o Brasil tem 127 presidiários, entre homens e mulheres, que cursam nível superior, que constituem numericamente 0,02% do total de mais de meio milhão de presos que superlotam as prisões brasileiras. Não existe curso superior nas prisões, os detentos que frequentam as faculdades e universidades são do regime semiaberto, que utilizam pulseiras eletrônicas. visite a PáGina Leia mais clicando aqui. Políticas PÚBlicas e ProGraMas edUcacionais QUe discUteM soBre Gênero Você estudou há alguns parágrafos sobre a educação quilombola e a Lei 10.639/2003, que garantem o ensino acerca do conhecimento da cultura afro-brasileira e africana. Vimos a importância de se estudar esse assunto em sala de aula, um importante aliado para erradicar o preconceito racial. Diante dessa perspectiva, percebe-se a importância de se discutir e conversar sobre a equidade de gênero no âmbito dos direitos humanos, abordando o respeito entre as pessoas e garantindo sua identidade de gênero, que vai muito mais além do feminino e masculino. Deparamos-nos com a violência sofrida diariamente por muitas mulheres no mundo todo. Os Municípios, os Estados e a União devem garantir que, a igualdade de gênero na educação possibilite que a escola dialogue e trabalhe com temas e conflitos presentes no dia a dia das salas de aula. O professor con- segue enxergar situações de conflito no cotidiano, mas muitas vezes não consegue lidar com essas realidades. É aí que entram as formações para os professores com essa temática. Mas, antes da luta perpassar os muros da escola, se faz necessário que a escola seja o primeiro es- paço de oportunidades iguais para meninos e meninas, contribuindo para a autonomia e com a cons- trução de uma sociedade sem violência de gênero física e psicológica. É necessário dialogar, dentro e fora da escola, em todas as oportunidades; na família e na comunidade em geral. Caso o diálogo não ocorra, assistiremos cada vez mais o sofrimento daquele considerado “diferente”, além da repetência e a evasão escolar. http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/ce/arquivos/seminario-educacao-no-sistema-prisional http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-tem-127-presidiarios-cursando-ensino-superior-8726324. 6 edUcaçÃo inclUsiva O Plano Nacional de Educação tem, em sua meta 4: Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtor- nos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços espe- cializados, públicos ou conveniados. Agora, vamos analisar mais detalhadamente a Meta 4 e suas estratégias. Vamos começar! analisando A educação especial é uma modalidade que perpassa os níveis, etapas e modalidades da educação bra- sileira e atende a educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. O atendimento educacional especializado foi instituído pela Constituição Federal de 1988, no inciso III do art. 208, e definido pelo art. 2º do Decreto nº 7.611/2011. Segundo o disposto na LDB (Lei nº 9.394/1996), a educação especial deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, havendo, quando necessário, serviços de apoio especializado (art. 58). Na perspectiva inclusiva, a educação especial integra a proposta pedagógica da escola regular, de modo a promover o atendimento escolar e o atendimento educacional especializado complementar ou suplemen- tar aos estudantes com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento, com altas habilidades ou superdotação. A Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva (MEC, 2008), orienta os sistemas de ensino para garantir o acesso, a participação e a aprendizagem dos estudantes, em classes comuns, bem como os serviços da educação especial, nas escolas regulares, de forma transversal a todos os níveis, etapas e modalidades. Para tanto, deve-se assegurar a implantação, ao longo deste PNE, de salas de recursos multifuncionais e fomentar a formação continuada de professores para o atendimento educacional especializado nas escolas urbanas, do campo, indígenas e de comunidades quilombolas (Estratégia 4.3); e promover a arti- culação intersetorial entre os órgãos e políticas públicas de saúde, assistência social e direitos humanos, em parceria com as famílias, a fim de desenvolver modelos de atendimento voltados à continuidade do atendimento escolar na educação de jovens e adultos com deficiência e transtornos globais do desenvol- vimento com idade superior à faixa etária de escolarização obrigatória, para assegurar a atenção integral ao longo da vida (Estratégia 4.12). 7 Destaca-se também o esforço conjunto de sistemas e redes de ensino em garantir o pleno acesso à edu- cação a todos os alunos atendidos pela educação especial, conforme evidenciam as matrículas nas redes públicas. Os resultados do Censo Escolar da Educação Básica de 2013 indicam que, do total de matrículas daquele ano (843.342), 78,8% concentravam-se nas classes comuns, enquanto, em 2007, esse percentual era de 62,7%. Também foi registrado, em 2013, que 94% do total de matrículas de alunos com deficiência, trans- tornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação em classes comuns do ensino regular se concentraram na rede pública. Esses dados mostram o esforço na implementação de uma política pública de universalização do acesso a todos os educandos, valorizando as diferenças e atendendo às necessidades educacionais na perspectiva da inclusão educacional. Os dados mostram que houve crescimentode 2,8% no número de matrículas nessa modalidade de ensino no ano de 2013 em relação a 2012, passando de 820.433 matrículas para 843.342. Também ocorreu crescimento de 4,5% no número de incluídos em classes comuns do ensino regular e na educação de jovens e adultos (EJA) e, ao mesmo tempo, redução de 2,6% no número de matrículas em classes e escolas exclusivas. Apesar de todo esse esforço, há ainda um grande desafio para promover a universalização, com acessibilidade ao ambiente físico e aos recursos didáticos e peda- gógicos. Eis um dos grandes desafios do Plano Nacional de Educação: a meta 4. A mudança vai muito mais além das modificações estruturais nas escolas. Todos os profissionais precisam estar envolvidos e cientes para que a transformação não venha apenas no modo de ser e viver das crianças e adolescentes com necessi- dades educativas especiais; e sim todas e todos aprendendo a conviver numa sociedade onde o outro não é um estranho, e sim parte de um todo. Para refletir Leia agora e reflita sobre o trecho de um documento elaborado pelo MEC/SEESP (Secretaria de Educação Especial) no seu sexto ponto, que fala das Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Pers- pectiva da Educação Inclusiva: A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. O atendi- mento educacional especializado tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógi- cos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e in- dependência na escola e fora dela. Dentre as atividades de atendimento educacional especializado são disponibilizados programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização e tecnologia assistiva. Ao longo de todo o processo de escolarização esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. O atendimento 8 educacional especializado é acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem monitoramento e avaliação da oferta realizada nas escolas da rede pública e nos centros de atendimento educacional especializado públicos ou conveniados. O acesso à educação tem início na educação infantil, na qual se desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento e desenvolvimento global do aluno. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança. Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional especializado se expressa por meio de serviços de estimulação precoce, que objetivam otimizar o processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviços de saúde e assistência social. Em todas as etapas e modalidades da educação básica, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino. Deve ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro especializado que realize esse serviço educacional. Desse modo, na modalidade de educação de jovens e adultos e educação profissional, as ações da educação especial possibilitam a ampliação de oportunidades de escolarização, formação para ingresso no mundo do trabalho e efetiva participação social. A interface da educação especial na educação indígena, do campo e quilombola deve assegurar que os recursos, serviços e atendimento educacional especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos construídos com base nas diferenças socioculturais desses grupos. Na educação superior, a educação especial se efetiva por meio de ações que promovam o acesso, a permanência e a participação dos alunos. Estas ações envolvem o planejamento e a organização de recursos e serviços para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos sistemas de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvam o ensino, a pesquisa e a extensão. Para o ingresso dos alunos surdos nas escolas comuns, a educação bilíngue – Língua Portuguesa/Libras desenvolve o ensino escolar na Língua Portu- guesa e na língua de sinais, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua na modalidade escrita para alunos surdos, os serviços de tradutor/intérprete de Libras e Língua Portuguesa e o ensino de Libras para os demais alunos da escola. O atendimento educacional especializado para esses alunos é ofertado tanto na modalidade oral e escrita quanto na língua de sinais. Devido à diferença linguística, orienta-se que o aluno surdo esteja com outros surdos em turmas comuns na escola regular. O atendimento edu- cacional especializado é realizado mediante a atuação de profissionais com conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, do Soroban, da orientação e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de enri- quecimento curricular, da adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e não ópticos, da tecnologia assistiva e outros. A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções pedagógicas do professor. No processo de avaliação, o professor deve criar estratégias considerando que alguns alunos podem demandar ampliação do tempo para a realização dos trabalhos e o uso da língua de sinais, de textos em Braille, de informática ou de tecnologia assistiva como uma prática cotidiana. Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia intérprete, bem como de monitor ou cuidador dos alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre outras, que exijam auxílio constante no cotidiano 9 escolar. Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e con- tinuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter inte- rativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial. edUcaçÃo do caMPo Se as escolas públicas das áreas urbanas possuem um grande déficit de professores, escolas sem es- truturas físicas adequadas, sem acessibilidade e com profissionais desmotivados, pelos baixos salários, imaginem as instituições de ensino das áreas rurais do Brasil. Esquecida por muitos anos, a educação ruralfoi adotada como estratégia do Estado, nos anos 1960, para frear o crescimento do número de favelados nas periferias dos grandes centros urbanos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de 1961 em seu artigo 105 estabeleceu que os poderes públicos instituirão e ampararão serviços e entidades que mantenham na zona rural escolas capazes de favorecer a adaptação do homem ao meio e o estímulo de vocações profissionais. visite a PáGina Saiba mais clicando aqui. Chegando ao século XXI, em pesquisa realizada pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) tem apontado: • insuficiência e precariedade das instalações físicas da maioria das escolas; • dificuldades de acesso dos professores e alunos às escolas, em razão da falta de um sistema adequado de transporte escolar; • falta de professores habilitados e efetivados, o que provoca constante rotatividade; • falta de conhecimento especializado sobre políticas de educação básica para o meio rural, com currículos inadequados que privilegiam uma visão urbana de educação e desenvolvimento; • ausência de assistência pedagógica e supervisão escolar nas escolas rurais; • predomínio de classes multisseriadas com educação de baixa qualidade; • falta de atualização das propostas peda- gógicas das escolas rurais; • baixo desempenho escolar dos alunos e elevadas taxas de distorção idade-série; • baixos salá- rios e sobrecarga de trabalho dos professores, quando comparados com os que atuam na zona urbana; • necessidade de reavaliação das políticas de nucleação das escolas e de implementação de calen- dário escolar adequado às necessidades do meio rural. No que diz respeito ao perfil socioeconômico da população rural, os indicadores mostram que é grande a desigualdade existente entre as zonas http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaocampo.pdf 10 rural e urbana e entre as grandes regiões. Segundo dados organizados pelo Inep, em 2004, cerca de 30,8 milhões de cidadãos brasileiros viviam no campo em franca desvantagem social. Apenas 6,6% da população rural economicamente ativa apresentava rendimento real médio acima de 3 SM. Na zona urbana, nessa mesma faixa de renda, concentrava-se 24,2% da população. Fonte: http://sereduc.com/ct1wp4 escola seM Partido e a escola seM Mordaça Esse tema está em pauta nas redes sociais, na Câmara dos Deputados, nas instituições de ensino e so- ciedade em geral há pelo menos 1 ano. Querido(a) aluno(a), você já parou para ler algum material que fala sobre o tema? Vou, resumidamente, apresentar alguns pontos a respeito do enunciado. Vamos lá? escola sem partido Uma escola sem doutrinação e livre de ideologias. Isso é basicamente, o que defende o movimento Escola Sem Partido, que quer garantir a imparcialidade ideológica na educação pública. O projeto de lei 867/2015 é um pacote que ressaltaria deveres e princípios que os professores devem observar em sala de aula. Para ficar mais fácil a compreensão, citarei aqui alguns artigos do projeto de lei do Deputado Izalci Lucas (PSDB/DF). Art. 3º. São vedadas, em sala de aula, a prática de doutrinação política e ideológica bem como a veicula- ção de conteúdos ou a realização de atividades que possam estar em conflito com as convicções religio- sas ou morais dos pais ou responsáveis pelos estudantes. Art. 4º. No exercício de suas funções, o professor: I - não se aproveitará da audiência cativa dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para esta ou aquela corrente política, ideológica ou partidária; II - não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas; III - não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de ma- nifestações, atos públicos e passeatas; IV - ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, apresentará aos alunos, de forma justa, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito; V - respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. E quais seriam as escolas que seriam aplicadas? Nas escolas públicas. E as escolas particulares com concepções morais, religiosas e ideológicas próprias também são mencionadas no projeto. Mas as escolas particulares não seriam obrigadas a aplicar. http://sereduc.com/ct1wp4 11 escola sem Mordaça Ao contrário do que pensa os idealizadores e seguidores do Escola Sem Partido, surgiu um movimento chamado Escola Sem Mordaça. Alguns pontos foram levantados por esse movimento, que o Ministério Público Federal considera de suma importância, em relação à organização Escola Sem Partido - EsP. Para o MPF o professor é colocado sob constante vigilância, acusando o movimento de patrulha ideológica, ficando os professores submetidos a uma constante pressão de não manifestarem opiniões. Impede o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas. Além de negar a liberdade de cátedra (liberdade de aprender, ensinar e divulgar o pensamento, a arte e o saber, tendo como finalidade a garantia do pluralismo de ideias). Palavras do Professor Caro(a) estudante, chegamos ao final da disciplina “Políticas Públicas e Educação”. Foi uma longa jornada nessas quatro unidades. Vimos uma série de documentos, tratados, leis, orientações, textos acadêmicos, livros e vídeos que discursavam acerca de um tema tão abrangente quanto polêmico. Falar sobre Políticas Públicas na educação abrange, além de todos os profissionais que atuam diretamente nas escolas, univer- sidades, espaços de ensino, mas a sociedade em geral. A luta pela garantia de direitos é de todas e todos. Um país desenvolvido, que possui baixos índices de desemprego, alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), grande expectativa de vida, tem, em primeiro lugar, os menores índices de analfabetismo, todas as crianças na escola, creches que suprem a necessidade da população, bolsas de incentivo ao estudo, de iniciação científica. Um país desenvolvido é aquele que valoriza o professor em todos os níveis de ensino: da educação infantil ao ensino superior. Um país onde a formação continuada dos educadores é algo comum. Eis o seu, o meu e o de quem queira contribuir para uma sociedade mais justa: acesso e permanência à educação, em todos os níveis de ensino. acesse o aMBiente virtUal Portanto, caro(a) aluno(a), leia, informe-se. Tire sempre suas dúvidas com seu tutor, acesse sites, livros, teses. O caminho para uma sociedade justa e com possibilidades para todos, começa com a informação. Não se esqueça de realizar as atividades disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA. Até breve!
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