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Fato, Ato e Negocio Juridico

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Direito Civil I 
Aula 8 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 1a parte. 
Prof. Luiz Felipe. 
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DOS FATOS JURÍDICOS – Livro III da Parte Geral do Código Civil: 
Conceito: Fato Jurídico é todo acontecimento da vida, que o ordenamento jurídico 
considera relevante no campo do direito. 
No título Dos Fatos Jurídicos, estudaremos a Relação Jurídica, partindo do artigo 104 
do Código Civil, posto que são os Fatos Jurídicos que criam, modificam ou extinguem a 
Relação Jurídica. 
 
Fatos Jurídicos: 
Os Fatos Jurídicos em sentido amplo, poderão ser Naturais ou Humanos. 
Fatos Jurídicos Naturais, também chamados de Fato Jurídico em sentido estrito, são 
os que decorrem da natureza. 
Exemplo: nascimento, óbito, enchente, tempestade. 
Fatos Jurídicos Humanos, são os que decorrem da ação humana, e poderão estas ações 
serem ações lícitas, ou ações ilícitas. 
Ações Lícitas – Ato jurídico em sentido amplo (ação lícita praticada por um homem). 
Ações Ilícitas – Atos Ilícitos. (artigos 186 e 187 do Código Civil). 
 
Ato Jurídico: 
O Ato Jurídico em sentido amplo (ações lícitas), se divide em duas espécies: 
Ato Jurídico em sentido estrito (artigo 185 do Código Civil) 
Negócio Jurídico (artigo 104 ao 184 do Código Civil) 
 
Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as 
disposições do Título anterior. 
Então trabalhando o Negócio Jurídico, também estaremos trabalhando os Atos Jurídicos 
Lícitos, conforme artigo 185 do Código Civil. 
 
 
Direito Civil I 
Aula 8 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 1a parte. 
Prof. Luiz Felipe. 
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O Ato Jurídico em Sentido Estrito. 
Conceito: o Ato Jurídico em sentido estrito representa uma mera submissão do agente 
ao ordenamento jurídico. 
Exemplo: quanto um pai faz o reconhecimento de paternidade, decorrem efeitos legais, 
a que ele pai, irá se submeter, tais como o direito ao nome da família que o filho terá, direito a 
alimentos, direitos sucessórios e outros. 
 
O Negócio Jurídico. 
Conceito: o Negócio Jurídico decorre da autonomia privada, e demonstra liberdade das 
partes em alcançar os efeitos jurídicos pretendidos. 
Exemplo: o contrato. 
 
Efeitos: os efeitos do Ato Jurídico em sentido estrito decorrem da lei; e os efeitos 
jurídicos do Negócio Jurídico de decorre da vontade das partes. 
 
O NEGÓCIO JURÍDICO: 
Conceito: O Negócio Jurídico decorre da autonomia privada, e demonstra liberdade 
das partes em alcançar os efeitos jurídicos pretendidos. (exemplo: contrato, testamento). 
Planos do Negócio Jurídico, ou, Elementos Constitutivos do Negócio Jurídico: 
Plano da Existência, Plano da Validade, e o Plano da Eficácia. 
Plano da Existência: No plano da existência residem os pressupostos fundamentais do 
Negócio Jurídico. 
Pressupostos: agente, vontade, objeto, forma. 
Plano da Validade: Se o Negócio é Válido ou Invalido. 
O Negócio Invalido poderá ser: nulo ou anulável 
O Negócio Invalido é gênero que comporta duas espécies, negócio nulo ou anulável. 
 
Direito Civil I 
Aula 8 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 1a parte. 
Prof. Luiz Felipe. 
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O negócio será válido se: 
• o agente for capaz; 
• a vontade for livre; 
• o objeto for lícito, possível, determinado ou determinável; e, 
• forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
Plano da Eficácia: Se o Negócio vai produzir efeitos imediatos, ou se foi aposto 
(colocado) no negócio algum elemento que contenha estes efeitos. 
Estes três Planos, o da existência, o da validade, e o da eficácia, são denominados de 
Escada Pontiana, (apresentada pelo Doutrinador Pontes de Miranda), escada por que um 
pressupõe o outro, ou seja, para chegar ao terceiro degrau deve-se subir o primeiro e depois o 
segundo. 
Ou seja: 
 
 Plano da Eficácia. 
 Plano da Validade 
Plano da Existência 
 
Exceções à Escada Pontiana: 
O Casamento Putativo que é nulo ou anulável, mas que vai produzir efeitos em relação 
ao cônjuge de boa fé (artigo 1.561 do Código Civil). Ou seja, no casamento putativo temos uma 
situação que mesmo sendo inválido, irá alcançar o plano da eficácia. 
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, 
em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória. 
Direito Civil I 
Aula 8 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 1a parte. 
Prof. Luiz Felipe. 
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É possível também que o negócio seja feito sob condição, ou seja, negócio existente, 
válido, e irá produzir efeitos somente sobre alguma condição suspensiva (ex: darei o carro a 
João se Maria se casar). 
 
Os Elementos do Negócio Jurídico: 
Elementos essenciais de validade do Negócio Jurídico – artigo 104 do Código Civil. 
I- Agente capaz (pessoa capaz ,ou seja não se encaixa nos artigos 3 e 4 do Código 
Civil); 
II- Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III- Forma prescrita obrigatória ou não defesa não proibida em lei (é o que a Lei manda ou 
não proíbe, e se não proíbe, é livre a forma). 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
O artigo 104 inciso III do Código Civil, deve ser interpretado conjugado com o artigo 
107 do Código Civil, que trata do Princípio da Liberdade das Formas. 
Forma é o meio de se veicular a vontade do(s) agente(s). 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
Exemplo: comprar um guaraná na cantina da universidade é um Negócio Jurídico, que 
tem por forma, o contrato verbal (tácito), porém também poderia ser feito por Escritura Pública. 
Exemplo de forma que a Lei prescreve, é o artigo 108 do Código Civil – Escritura 
Pública é essencial a transferência de imóveis com valor superior a 30 salários mínimos 
(atualmente R$15.300,00). 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios 
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor 
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
 
Direito Civil I 
Aula 8 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 1a parte. 
Prof. Luiz Felipe. 
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Invocação da incapacidade de uma das partes ante a indivisibilidade do objeto de 
direito ou da obrigação comum – artigo 105 do Código Civil: 
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício 
próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da 
obrigação comum. 
Este artigo determina que, diante da existência de incapacidade relativa de uma das 
partes do negócio jurídico, a outra parte não poderá invocar tal condição para gerar nulidade em 
seu benefício. Uma vez que o instituto da incapacidade existe para a proteção dos incapazes, não 
pode ser invocado para beneficiar outrem, ainda que também seja parte no negócio jurídico a ser 
invalidado. 
Esta regra porém sofre exceção: Se o objeto do direito ou da obrigação comum entre 
eles contratantes for indivisível, ante esta impossibilidade de separar seus interesses, a 
incapacidade de um deles poderá tornar anulável o ato negocial praticado, mesmo que invocada 
pelo contratante capaz. Logo nesta hipótese, o capaz que veio contratar com um relativamente 
incapaz estará autorizado legalmente a invocar em seu favor a incapacidade relativadeste, desde 
que indivisível a prestação, objeto do direito ou obrigação comum. 
 
Impossibilidade Inicial do objeto – artigo 106 do Código Civil: 
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar 
antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. 
Objeto impossível (art. 104 II) é aquele materialmente insuscetível de existir ou 
juridicamente defeso (proibido) em lei. A impossibilidade (física ou jurídica) do objeto que 
poderá invalidar o negócio jurídico há de ser inicial e absoluta. Inicial no sentido de se verificar 
no momento da conclusão do negócio jurídico. E absoluta em razão de ser irrealizável por 
qualquer agente. Porém, terá validade o negócio jurídico em que o objeto estiver revestido de 
impossibilidade inicial relativa. 
Exemplo de Impossibilidade absoluta: Vamos combinar neste contrato a substituição 
do piso da minha casa; em pagamento te darei um terreno com 5.000,00m2 na Lua. 
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Aula 8 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 1a parte. 
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Exemplo de Impossibilidade relativa (valida): Vamos acertar neste contrato a 
substituição do piso da minha casa; em pagamento te darei um bezerro, que nascerá daquela vaca 
malhada, em um mês. 
 
Previsão contratual de forma especial – artigo 109 do Código Civil: 
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da 
substância do ato. 
A manifestação da vontade das partes é dotada de poder criador que vincula as partes 
entre si, tornando o que foi pactuado lei entre elas - “pacta sunt servanda”. 
Assim sendo, se houver cláusula negocial estipulando a invalidade do negócio jurídico, 
se ele não se realizar por meio de escritura pública, este passará a ser de sua substância, logo 
somente terá eficácia se o negócio for realizado na forma prescrita contratualmente. 
 
Reserva Mental – artigo 110 do Código Civil: 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não 
querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. 
A reserva mental, também chamada de reserva íntima, é o disfarce de que se vale uma 
das partes para iludir a outra na celebração de um negócio jurídico, em que a vontade real é 
simulada, e não há interesse em cumprir o objeto do ajuste. 
Exemplo: Estrangeiro que se casa com uma brasileira somente para conseguir a 
cidadania brasileira, sem ela saber. 
 
O silêncio como fato gerador de negócio jurídico – artigo 111 do Código Civil: 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for 
necessária a declaração de vontade expressa. 
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Aula 8 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 1a parte. 
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Até mesmo o silêncio é fato gerador de negócio jurídico, quando em certas 
circunstâncias indicar um comportamento hábil para produzir efeitos jurídicos e não for 
necessária a declaração expressa de vontade. Caso contrário, não terá o silêncio a força da 
manifestação volitiva. 
Exemplo: o artigo 539 do Código Civil, que confere efeitos jurídicos ao silêncio do 
donatário, quando este não manifestar sua vontade dentro do prazo fixado, concluída estará a 
doação, considerando que ele donatário em seu silêncio aceitou a doação. 
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que 
o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for 
sujeita a encargo. 
 
Regra de interpretação – artigo 112 do Código Civil: 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido 
literal da linguagem. 
Como todo negócio jurídico nasce da manifestação de vontade das partes (ato volitivo), 
esta declaração de vontade requer uma interpretação, devido a possibilidade de no negócio haver 
cláusula duvidosa ou algum ponto controvertido, ou seja, todos os pontos devem ser 
interpretados. 
Observando o artigo 112, percebe-se que o legislador conjugou duas orientações: a 
primeira é a subjetiva ou da vontade, na qual cabe ao intérprete buscar na declaração negocial 
(contrato) a real intenção do agente, colocando em segundo plano o sentido literal das palavras 
que materializaram o negócio; a segunda é a objetiva ou da declaração, que leva em 
consideração a vontade concreta, objetivada, escrita, como foi declarada, ou seja, o que é 
possível deduzir utilizando uma interpretação literal do texto. 
A intenção dos contratantes prevalece sobre o sentido literal do texto. 
Exemplo: duas partes, Locador e Locatário contrataram a locação de um imóvel 
comercial, porém ambos sabem que este imóvel é residencial, e mesmo assim dão execução ao 
negócio jurídico. 
 
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Aula 8 – Fatos Jurídicos – Negócio Jurídico – 1a parte. 
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Boa fé, regra na interpretação dos negócios jurídicos – artigo 113 do Código Civil: 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua 
celebração. 
O artigo 113 trata da boa fé subjetiva, ou seja, da intenção e comportamento efetivo das 
partes na conclusão do negócio jurídico. A lei impõe às partes que resguardem o negócio jurídico 
desde a execução até a conclusão (art.422). E ao interpretar o negócio jurídico, o juiz deve 
buscar a intenção das partes (art.112), que devem ter agido de acordo com a boa fé subjetiva. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
 
Interpretação restritiva dos negócios jurídicos benéficos – artigo 114 do Código 
Civil. 
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
A interpretação restritiva requer do intérprete um comportamento limitado estritamente 
ao que dispõe os atos jurídicos em seu teor, ou seja, somente o teor do que está efetivamente 
disposto poderá ter efeitos jurídicos. Esta hipótese incide unicamente sobre os negócios jurídicos 
benéficos e sobre a renúncia. 
Negócio jurídico benéfico ou gratuito, é o que onera apenas uma das partes e beneficia 
a outra, com por exemplo a Fiança, por isto devem seus efeitos serem limitados à vontade do 
instituidor do benefício, que responderá apenas pelo exato sentido que deu a sua vontade no ato 
de sua declaração. 
Renúncia, ato jurídico pelo qual o titular de um determinado direito extingue-o em 
decorrência de sua própria vontade. Recebe o mesmo tipo de interpretação estrita do negócio 
jurídico benéfico, devem seus efeitos serem limitados à declaração de vontade do renunciante.

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