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05/11/2015 1 Terapia Nutricional no Câncer Profª. Ms. Priscila Paiva Dias Fortaleza - 2015 Válidas para 2015 O câncer de pele do tipo não melanoma (182 mil casos novos) será o mais incidente na população brasileira, seguido pelos tumores de próstata (69 mil), mama feminina (57 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil), estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil). Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. DEFINIÇÃO DE CÂNCER OU NEOPLASIA 05/11/2015 2 • Conseqüência de alterações moleculares que resultam na quebra da integridade funcional do ciclo celular • Doença genética • Acúmulo de lesão no DNA (estruturais e funcionais) • Aberrações cromossômicas (rearranjos no genoma celular) • Crescimento de clones celulares com acúmulo de mutações • Perda do controle de crescimento e diferenciação celular • Oncogenes e genes supressores DEFINIÇÃO DE CÂNCER OU NEOPLASIA GENES ENVOLVIDOS SEM CÂNCER PORTANTO..... INICIA-SE A CARCINOGÊNESE: 1.Iniciação 2.Promoção 3.Progressão QUALQUER AGENTE CAPAZ DE INDUZIR O CÂNCER CARCINÓGENO CÉLULA SAUDÁVEL CÉLULA TUMORAL BIOLOGIA DA CÉLULA TUMORAL • Processo lento: pode levar vários anos • Passa por diferentes estágios: • Iniciação • Promoção • Progressão COMO É O PROCESSO DE CARCINOGÊNESE? Normal Tumorigênica Metastática Normal Carcinoma in situ Carcinoma Maligno Invasiva Tecido Circunjacente Iniciação Promoção Progressão Progressão Transformada Displasia Alterações no DNA A B C D PROGRESSÃO TUMORAL 05/11/2015 3 Estágio de iniciação • É o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos agentes carcinogênicos ou carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes. Estágio de promoção •É o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio Estágio de progressão • É o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. • Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença. • Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. • O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese. • Multiplicam-se de maneira descontrolada; • Mecanismo de morte celular está inativo; • Capacidade para formar novos vasos sanguíneos (ANGIOGÊNESE) • Mantém as atividades de crescimento descontrolado; COMO SE COMPORTAM AS CÉLULAS CANCEROSAS? • Capacidade de se desprender do tumor e de migrar; • Invadem inicialmente os tecidos vizinhos, • Podem chegar ao vaso sangüíneo ou linfático ; • Podem disseminar-se, chegando a órgãos distantes do local onde o tumor se iniciou (metástases). COMO SE COMPORTAM AS CÉLULAS CANCEROSAS? • As células cancerosas são menos especializadas nas suas funções; • Os tecidos invadidos vão perdendo suas funções. COMO SE COMPORTAM AS CÉLULAS CANCEROSAS? TUMOR MALIGNO X TUMOR BENIGNO • Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. • Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida. 05/11/2015 4 Estadiamento de Tumores • TNM – T – tumor primário: caracterizado pela extensão da neoplasia no local e pelo envolvimento de estruturas adjacentes T0 – sem evidências de TU Tis – carcinoma in situ T1-T4 – aumento crescente do tamanho ou extensão local do tumor Estadiamento de Tumores • N – metástases em linfonodos regionais N0 – não há metástases em linfonodos regionais N1-N3 – envolvimento crescente dos linfonodos • M – metástases a distância M0 – não há metástases à distância M1– presença de metástases à distância ou hematológicas Invasão dos Vasos Célula Transformada Células neoplásicas Tumor Neovascularização E-caderinas Embolização Adesão ao Endotélio Extravasamento Carcinógeno 21 CASCATA METASTÁTICA CONSTITUCIONAIS OU ENDÓGENOS Genéticos Imunológicos Endócrinos AMBIENTAIS OU EXÓGENOS Químicos Físicos Biológicos Estilo de Vida FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO • As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, e estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. • Fatores ambientais, tais como dieta, tabagismo, agentes infecciosos, radiação, poluição, medicamentos, atividade física e composição corporal são importantes fatores modificáveis. INCA, 2011 FATORES DE RISCO FATORES AMBIENTAIS: • tabagismo • alcoolismo • exposição ao sol • infecções por papilomavírus • uso crônico de estrógenos • obesidade • elevada ingestão de gorduras 05/11/2015 5 FATORES DE RISCO ESTILO DE VIDA FUMO: Associa-se aos CA de lábio, boca, faringe, esôfago, laringe, pulmão e bexiga. ÁLCOOL: • O consumo elevado associa-se ao risco > para CA de fígado, boca, faringe, esôfago e laringe. • > risco p/ CA de boca e garganta + >> fuma. ALCOOLISMO: 2 a 4% das mortes por câncer. 50 a 70% das mortes por câncer de língua, faringe e esôfago. 35x maior o risco (tabaco+álcool) FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO HÁBITOS SEXUAIS: • Comportamentos sexuais de risco: • Início precoce da atividade sexual • Falta de higiene • Multiplicidade de parceiros •Vírus implicados: • HPV (CA colo de útero) • HIV (CA de língua e de reto) • HTLV-I (leucemias) • Hepatite (CA de fígado FATORES DE RISCO FATORES OCUPACIONAIS Exposição a substâncias tóxicas: • Alumínio e seus compostos (pulmão) • Borracha (medula óssea e bexiga) • Pó de madeiras (Seios paranasais) • Tinturas de cabelo (bexiga) • Material de pintura (pulmão) Asbestos TGI Mesotelioma Exposição ao Asbesto Pulmão CARCINÓGENOS QUÍMICOS 05/11/2015 6 • UVA Envelhecimento precoce da pele Potencializa a ação cancerígena dos UVB • UVB Câncer de pele Destruição e envelhecimento precoce da pele FATORES DE RISCO RADIAÇÃO SOLAR (RAIOS ULTRAVIOLETAS) HÁBITOS ALIMENTARES Tipos de câncer relacionados: • Esôfago • Estômago • Cólon e reto • Mama • Próstata FATORES DE RISCO FATORES DE RISCO Estima-se que 35% das mortes por câncer podem ser prevenidas através de modificações na alimentação,já que há várias evidências de que a alimentação tem um papel importante nos estágios de iniciação, promoção e propagação do câncer. Garófolo, 2004 ALIMENTOS RELACIONADOS AO RISCO DE DESENVOLVER CÂNCER Alimentos salgados (salsichas, presunto, mortadela, salame, carnes e peixes salgados, conservas e picles) • Churrascos e defumados (alcatrão) • Gorduras • Alimentos mofados OMS classifica carnes processadas como cancerígenas • O consumo de carnes processadas, como salsicha, linguiça, bacon e presunto, aumenta o risco de câncer do intestino • a carne processada é um fator de risco certo para a doença, e carnes vermelhas, de um modo geral, são um fator de risco "provável • cada porção diária de 50 gramas de carne processada aumenta o risco de câncer colorretal em 18% http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2015/ oms_classifica_carnes_processadas_como_cancerigenas • Gordura saturada está associada ao CA colorretal; • Os óleos poliinsaturados são suscetíveis à oxidação e portanto oferecem > risco; • A baixa ingestão de fibras (<12g/dia) oferece correlação com o CA de cólon e de mama; • A combinação de dietas com muita gordura, pobre em fibras e antioxidantes + sedentarismo = CA. 05/11/2015 7 • aditivos • conservantes • estabilizantes • corantes • adoçantes artificiais Aflotoxina Fígado Normal Hepatoma CARCINÓGENOS QUÍMICOS COMPLICAÇÕES Imunidade celular deprimida DNP Alterações funcionais ao órgão atingido Alterações teciduais respectivas ao órgão atingido Emagrecimento Caquexia COMPLICAÇÕES O paciente com CA sofre alterações no paladar: no limiar para o sabor amargo e para o sabor doce para o paladar azedo e salgado e alterações do olfato INCIDÊNCIA DE DESNUTRIÇÃO NO CÂNCER A perda de peso e a desnutrição são os distúrbios nutricionais mais frequentemente observados em pacientes com câncer (40,0% a 80,0% dos casos), sendo que ate 30,0% dos pacientes adultos apresentam perda superior a 10,0% do peso. (RAVASCO et al., 2005) O déficit do estado nutricional esta estreitamente relacionado com a diminuição da resposta ao tratamento oncológico e da qualidade de vida, com maiores riscos de complicações pós-operatórias e aumento na morbimortalidade, no tempo de internação e no custo hospitalar. (KYLE et al., 2004; CARO et al., 2007) CAUSAS DE DETERIORAÇÃO NUTRICIONAL Efeitos clínico gerais Anorexia,mal estar fadiga, febre, prostração Aberrações bioquímicas Produção de citocinas, hipermetabolismo, ciclos metabólicos futéis Transtornos gastrintestinais Disfagia, vômitos, dor abdominal, obstrução intestinal Perdas externas e internas Sangramento, ascite, edemas Anormalidades psicológicas Ansiedade, depressão 05/11/2015 8 Efeitos do tratamento Anorexia + alterações físicas e psicológicas Efeitos do tumor CÂNCER Déficit energético + alterações de macronutrientes Distúrbios metabólicos Redução de ingesta de nutrientes CAQUEXIA NO CÂNCER Eur J Oncol Nutrs, 2005 (35) Complicação frequente em paciente c/ neoplasia maligna em estado avançado • Consumo intenso de tecido muscular e adiposo • Perda involuntária de peso • Anemia, astenia, balanço nitrogenado negativo • Perda maciça e progressiva (80%) do tecido adiposo e muscular, com perda do apetite e saciedade precoce SÍNDROME DA ANOREXIA - CAQUEXIA TIPOS DE TRATAMENTO 1) CIRURGIA ONCOLÓGICA A cirurgia oncológica muitas vezes antecede ao tratamento. Dessa forma, a Nutrição pode contribuir para minimizar o impacto da cirurgia sobre o paciente. OBJETIVOS DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL PRECOCE: Detectar o estado nutricional do pré-operatório, promover manutenção ou ganho de peso, garantir o aporte adequado de nutrientes, manutenção do sistema imune, otimização da cicatrização, além de preparar o paciente para o tratamento. TIPOS DE TRATAMENTO • A radioterapia é o método de tratamento local do câncer, que utiliza equipamentos irradiar áreas do organismo humano (lesar DNA da célula tumoral). • A radioterapia externa consiste na aplicação diária de uma dose de radiação, expressa em centigray (cGy), durante um intervalo de tempo pré-determinado. • Braquiterapia: Radioterapia de contato (HDR) 2) RADIOTERAPIA EFEITOS COLATERAIS: • Radiação de cabeça e pescoço: Boca seca, dor de garganta, destruição dos dentes e gengivas, alterações nas sensações de olfato e paladar. • Radiação do tórax: dificuldade de deglutição. •Radiação do abdome: má-absorção, gastrite, náusea, vômito e diarréia. RADIOTERAPIA É a forma de tratamento sistêmico do câncer que usa medicamentos denominados de “quimioterápicos” administrados em intervalos regulares, que variam de acordo com os esquemas terapêuticos. Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, mucosite, alterações no paladar, diarréia constipação, dentre outros. QUIMIOTERAPIA 05/11/2015 9 • Quimioterapia que consiste do uso de substâncias semelhantes ou inibidoras de hormônios, para tratar as neoplasias que são dependentes destes. • Dentre os tumores malignos sensíveis ao tratamento hormonal destacam-se: os carcinomas de mama, o adenocarcinoma de próstata e o adenocarcinoma de endométrio • Necessário monitoramento nutricional: portadoras de ca de mama tem ganho ponderal HORMONIOTERAPIA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL • Susceptibilidade à infecções • Resposta terapêutica • Prognóstico Parâmetros clínicos, físicos, dietéticos, subjetivos, antropométricos, laboratoriais e composição corporal REv. Bras Nutr Clin. 2002;17(1):1-8 A avaliação nutricional no paciente com câncer deverá ser realizada com frequência, e a intervenção nutricional iniciada precoce quando os déficits forem observados. Recomendação grau C - ESPEN, 2006 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PACIENTES COM CÂNCER Não há método considerado padrão ouro! • Todos os métodos apresentam limitações • Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Paciente (ASG)-PPP pode ser Interessante (Consenso) Cabral & Correia. Dieta, Nutrição e Câncer. 2004. p 329-33. LIMITAÇÃO DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PACIENTES COM CÂNCER AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Prejudicada no Edema e Ascite Dificulta a detecção da perda de massa muscular e gordurosa Melhor utilizada no acompanhamento nutricional do paciente que no diagnóstico do estado nutricional Detectar se a alteração do hábito alimentar e de causa primária ou secundária a doença Dificuldade na ingestão de alimentos Paciente com déficit cognitivo, delírios, depressão ou astenia Necessária a presença do cuidador responsável pelo paciente Tipo de câncer e doença avançada que alteram o gasto energético e levam a quadros de caquexia LIMITAÇÃO DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PACIENTES COM CÂNCER 05/11/2015 10 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM PACIENTES COM CÂNCER GANHO DE PESO POUCO FREQUENTE DROGAS USADAS NO TRATAMENTO •Aumentam o apetite • Provocam retenção hídrica • Podem provocar aumento do peso corporal INQUÉRITO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA - IBNO TRIAGEM NUTRICIONAL DO CÂNCER NO BRASIL • Estudo multicêntrico, foram cadastradas instituições que atendem pacientes oncológicos em diferentes centros no Brasil; • Um total de 25 instituições hospitalares detodo o pais, das diversas regiões, No total, 131 profissionais nutricionistas, participaram do treinamento e foram capacitados como multiplicadores; • Participaram do estudo 4.822 pacientes com câncer, sendo 47,7% do gênero masculino e 52,3% do gênero feminino. Os idosos corresponderam a 29% da população estudada, e os adultos, a 71% do grupo. INCA, 2013 PRINCIPAIS RESULTADOS DO IBNO • 44,2% (1.017) dos pacientes do sexo masculino e 43,0% (1.084) dos pacientes do sexo feminino relataram perda de peso INGESTÃO ALIMENTAR, SINTOMAS GASTROINTESTINAIS E ATIVIDADE FÍSICA DO PACIENTE ONCOLÓGICO ALTERAÇÕES DE PESO E A DOENÇA ONCOLÓGICA • Menos de 50,0% dos indivíduos avaliados relataram não ter problemas para se alimentar, quer adultos (48,89%), quer idosos (41,73%). • Os principais sintomas gastrointestinais incluíram falta de apetite (adultos = 26,02% versus idosos = 35,22%), náuseas (adultos = 20,33% versus idosos = 18,40%), constipação (adultos = 16,33% versus idosos = 19,69%), boca seca (adultos = 19,25% versus idosos = 22,98%) e cheiros que incomodam (adultos = 15,57% versus idosos = 13,60%). INCA, 2013 PRINCIPAIS RESULTADOS DO IBNO ALTERAÇÕES METABÓLICAS DO CÂNCER E DÉFICIT CORPORAL: RESERVA DE GORDURA, ESTADO DE FLUIDOS E ESTADO DOS MÚSCULOS • Quanto à reserva de gordura global, observou-se que 33,0% dos pacientes apresentaram algum déficit (indivíduos idosos, observou-se que 42,7%) • Os déficits musculares globais (adultos e idosos) corresponderam a 32,4% da amostra e os de panturrilha, a 29,9% • A má distribuição de líquidos corpóreos foi pouco observada. O percentual de pacientes com edemas globais variou entre 0% e 9,0% da amostra. INCA, 2013 PRINCIPAIS RESULTADOS DO IBNO CLASSIFICAÇÃO DO RISCO NUTRICIONAL POR MEIO DA AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL PRODUZIDA PELO PRÓPRIO PACIENTE (ASG-PPP) • Quanto a classificação do estado nutricional da população estudada, observou-se que 54,9% dos pacientes encontravam-se bem nutridos (A) e 45,1%, com algum grau de desnutrição (B = 33,3% e C = 11,8%), 70,1% dos pacientes avaliados, apresentaram um número alto de sinais e sintomas de impacto nutricional. • Com relação aos indivíduos idosos, 55,7% apresentaram algum grau de desnutrição ou presença de risco nutricional (B = 40,9% e C = 14,7%) e 80% dos idosos apresentaram um número alto de sinais e sintomas de impacto nutricional. INCA, 2013 05/11/2015 11 PLANEJAMENTO DA PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL • Manter ou recuperar o estado nutricional; • Minimizar efeitos colaterais associados ao tratamento; • Evitar a interrupção do tratamento; • Melhorar a qualidade de vida; • Orientar sobre alimentação saudável para pacientes sobreviventes; • Apoio e tranqüilidade aos pacientes OBJETIVOS DO CUIDADO NUTRICIONAL • Como avaliar??? • Como calcular calorias??? • Como determinar proteínas???? • O que usar??? • Em quanto tempo reavaliar esse paciente??? OBJETIVOS DO CUIDADO NUTRICIONAL Grandes questões.... Consenso Nacional de Nutrição Oncológica/ Volumes 1 e 2 Ministério da Saúde. INCA, 2009 e 2011 • História Clínica: Alteração ponderal recente, medicamentos utilizados, sintomas gastrointestinais, doenças crônicas associadas, dentição, cirurgias realizadas, intolerância alimentar, etilismo e tabagismo, condição socioeconômica, localização do tumor, tratamento prévio e adjuvante (quimioterapia/ radioterapia), estadiamento clínico, prognóstico do paciente, conversa com o médico sobre o caso. • Triagem nutricional Uso hospitalar – ferramenta de triagem (ASG PPP – paciente oncológico) CUIDADO NUTRICIONAL NA ONCOLOGIA • Exame físico com enfoque nutricional: Perda de massa muscular (musculatura bitemporal, musculatura supra e infraclavicular, pernas em vale, perda musculatura do pinçamento, para vertebral) Perda de gordura: sobras de pele Mucosas e conjuntivas Abdome Edema de MMII Edema sacral • Avaliação Antropométrica Peso atual/ peso habitual, IMC, DCT, CB, CMB, CP Bioimpedância (ângulo de fase) CUIDADO NUTRICIONAL NA ONCOLOGIA 05/11/2015 12 • Avaliação de Consumo História alimentar – dieta habitual; Preferência alimentares Mudanças recentes – diagnóstico Uso de suplementos Uso de outros produtos (aloe vera, suco de clorofila, extrato de noni, aveloz, etc.) • Avaliação Bioquímica Proteínas totais e frações: albumina Perfil lipídico e glicemia: alterações metabólicas Ureia e creatinina: função renal Leucograma: imunossupressão Contagem de plaquetas CUIDADO NUTRICIONAL NA ONCOLOGIA • AMBULATÓRIO • Paciente em risco: 15 dias • Paciente fora de risco: 30 dias • HOSPITAL • Anamnese clínica e alimentar: diariamente • Antropometria: semanalmente QUANDO VOLTAR? Recomendação para adulto em tratamento ambulatorial e cirúrgicos 2009 ITEM RECOMENDAÇÃO Necessidades Calóricas Realimentação: 20kcal/kg/dia Obeso: 21-25kcal/kg/dia Manutenção de peso: 25-30Kcal/kg/dia Ganho de peso: 30-35kcal/kg/dia Repleção: 35-45kcal/kg/dia Recomendações de Proteínas Sem complicações: 1-1,2g/kg/dia Com estresse moderado: 1,1 – 1,5g/kg/dia Com estresse grave e repleção protéica: 1,5 – 2,0g/kg/dia Recomendações Hídricas 18-55 anos: 35ml/kg/dia 55-65 anos: 30ml/kg/dia >65 anos: 25ml/kg/dia CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS/ INCA, 2009 Recomendação para idoso oncológico, 2011 ITEM RECOMENDAÇÃO Necessidades Calóricas Realimentação: 20kcal/kg/dia Obeso: 21-25kcal/kg/dia Manutenção de peso: 25-30Kcal/kg/dia Ganho de peso: 30-45kcal/kg/dia Repleção: 35-45kcal/kg/dia Recomendações de Proteínas 1,0 a 1,25 g /kg/dia – sem estresse 1,25 a 1,5 g / kg / dia – estresse leve 1,5 a 2,0g /kg/dia – Estresse moderado/grave Recomendações Hídricas 25 a 30 ml/kg peso/dia Acrescentar perdas dinâmicas e descontar retenções hídricas Quais as recomendações de vitaminas e minerais? Conforme as DRI/2002, através da alimentação equilibrada Caso persista inadequação na ingestão, instituir TNO através de complementos/suplementos nutricionais CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS/ INCA, 2011 CÁLCULO DAS NECESSIDADES/ PROJETO DIRETRIZES, 2011 • Calorias: Obesos ou manutenção: 21-25 kcal/kg/d Adultos sedentários: 25-30 kcal/kg/d Para tentar promover ganho de peso ou em pacientes anabólicos: 30-35kcal/kg/d Má-absorção 35 kcal/kg/d ou mais • Proteínas: Pacientes com comprometimento hepático ou renal: 0,5-0,8 g/kg/d Pacientes não estressados: 1,0-1,5 g/kg/d Pacientes hipermetabólicos ou com perda aumentada: 1,5-2,0 g/kg/d • Gorduras: 20-30% do valor calórico total SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS EM ONCOLOGIA 05/11/2015 13 SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS EM ONCOLOGIA Apresentação: produto em pó disponível em lata de 350g, o equivalente a 5 porções de 70g (6 colheres de sopa). Recomendação de uso: 6 colheres de sopa (aproximadamente 70g) adicionadas em água, leite ou mingau. Pode ser fracionado ao longo do dia nas refeições. Nutridrink MAX Quantidade por 200 ml (70 g de pó) qtde unid % VD* Valor Energético 300 kcal 15% Carboidratos 37,6 g 13% Proteínas 15 g 20% Gorduras Totais 9,8 g 18% Gorduras Saturadas 2,6 g 12% Gorduras Trans 0 g ** Gorduras Monoinsaturadas 5,8 g ** Gorduras Poliinsaturadas 1,6 g ** Colesterol 0 mg ** Fibra Alimentar 2,4 g 10% • A dieta imunomoduladora (com nutrientes específicos como arginina,glutamina, cisteína, nucleotídeos, ácidos graxos, fibras, vitaminas A, C, E e zinco) podem ter ação direta ou indireta no sistema imune; podendo auxiliar no tratamento de pacientes com desnutrição, caquexia ou câncer. • Estudos sustentam que existe benefício no uso de dietas imunomoduladoras em pacientes oncológicos que venham a ser submetidos a cirurgias abdominais e do TGI. • Fórmulas enriquecidas com imunomoduladores (arginina, nucleotídeos e ômega-3) devem ser prescritas de sete a dez dias antes de cirurgias oncológicas de grande porte, independente do EN; e o uso deve ser descontinuado no dia da cirurgia em indivíduos sem desnutrição atual. IMUNOMODULADORES EM ONCOLOGIA Glutamina X Câncer: A glutamina, por constituir um nutriente imunomodulador, também é substrato fundamental para as células do sistema imunológico, Estudos sugerem que a suplementação de glutamina (20 a 40g/dia) possa ajudar na prevenção dos efeitos tóxicos do tratamento antitumoral. Padovese, et al, 2002; Savarese et al, 2003; Cruzat, et al, 2009 No entanto: Células do câncer utilizam a glutamina na ausência de glicose para a replicação celular e sobrevivência, especialmente sob condições de baixo oxigênio, que são comuns em tumores. IMUNOMODULADORES EM ONCOLOGIA Glucose-Independent Glutamine Metabolism via TCA Cycling for Proliferation and Survival in B Cells. Volume 15 (1), p110–121, 4 January 2012 • A ingestão de quantidades fisiológicas de antioxidantes está recomendada para pacientes oncológicos através de uma alimentação rica em frutas e vegetais (cinco ou mais porções por dia) e de acordo com a DRI: Auxiliar na prevenção do processo de carcinogênese Contribuir com a melhora da imunidade, minimizar os efeitos colaterais da QT, promovendo melhor tolerância ao tratamento ANTIOXIDANTES EM ONCOLOGIA Existe contraindicação do uso de suplementos nutricionais com antioxidantes no paciente oncológico! Doses de antioxidantes acima das recomendadas pela DRI • TNE: TGI total ou parcialmente funcionante: • TNE via oral: os complementos enterais devem ser a primeira opção, quando a ingestão alimentar for < 75% das recomendações em até 5 dias, sem expectativa de melhora da ingestão· • TNE via sonda: impossibilidade de utilização da via oral, ingestão alimentar insuficiente (ingestão oral < 60% das recomendações) em até 5 dias consecutivos, sem expectativa de melhora da ingestão • TNP: impossibilidade total ou parcial de uso do TGI Consenso de Nutrição, 2009 TERAPIA NUTRICIONAL NA ONCOLOGIA RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NOS SINTOMAS DA QUIMIOTERAPIA E DA RADIOTERAPIA 05/11/2015 14 ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS • Lembrar sobre a importância de fazer uma boa alimentação • Modificar a consistência da dieta conforme a aceitação do paciente • Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição, oferecendo de 6 a 8 refeições ao dia • Quando necessário, utilizar complementos nutricionais NA PRESENÇA DE QUALQUER SINTOMA QUE COMPROMETA A ALIMENTAÇÃO: ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 1. ANOREXIA: • Dar preferência a alimentos umedecidos • Adicionar caldos e molhos às preparações • Aumentar a variedade de legumes e carnes nas preparações • Utilizar temperos naturais nas preparações ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 2. NÁUSEAS E VÔMITOS: • Preparar pratos visualmente agradáveis e coloridos • Evitar jejuns prolongados • Mastigar ou chupar gelo 40 minutos antes das refeições • Evitar alimentos gordurosos • Evitar preparações com temperaturas extremas • Evitar preparações e alimentos muito doces • Evitar beber líquidos durante as refeições, utilizando-os em pequenas quantidades nos intervalos • Manter cabeceira elevada (45) durante e após as refeições • Realizar as refeições em locais arejados, evitando locais que tenham odores fortes ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 3. MUCOSITE: • Evitar alimentos secos, duros ou picantes • Utilizar alimentos à temperatura ambiente, fria ou gelada • Diminuir o sal das preparações • Consumir alimentos mais macios e pastosos • Evitar vegetais frescos crus • Evitar líquidos e temperos abrasivos ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 4. DIARREIA: • Evitar leite e seus derivados (iogurte/queijo) • Substituir por produtos de soja ou sem lactose • Evitar fibras laxativas • Ingerir líquidos em quantidades satisfatórias (água/água-de-coco e chás) • Utilizar leite fermentado 2 vezes ao dia. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 5. DISFAGIA/ODINOFAGIA: • Evitar alimentos secos e duros • Dar preferência a alimentos umedecidos • Usar preparações de fácil mastigação/deglutição • Utilizar alimentos em temperatura ambiente • Evitar gorduras • Diminuir o sal das preparações • Dar preferência a alimentos na consistência pastosa (carnes macias, bem cozidas, picadas, desfiadas ou moídas) ou liquidificados • Usar papas de frutas e sucos não ácidos • Mastigar bem os alimentos evitando a aerofagia • Evitar condimentos ácidos que possam irritar a mucosa 05/11/2015 15 ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS 6. XEROSTOMIA: • Dar preferência a alimentos umedecidos • Preparar pratos visualmente agradáveis e coloridos • Utilizar gotas de limão nas saladas e bebidas • Ingerir líquidos junto com as refeições para facilitar a mastigação e deglutição • Adicionar caldos e molhos às preparações • Dar preferência a alimentos umedecidos • Usar ervas aromáticas como tempero nas preparações, evitando sal e condimentos em excesso • Mastigar e chupar gelo feito de água, água de coco e suco de fruta adoçada CONSIDERAÇÕES FINAIS A Terapia Nutricional auxilia no tratamento, minimizando as complicações, bem como o seguimento nutricional, garante a qualidade de vida para este paciente ao longo de sua vida MUITO OBRIGADA PELA ATENÇÃO !
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