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Aula 13

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BIZU – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Analista Tributário da Receita Federal do Brasil 2012 
Professor: MURILLO LO VISCO 
 
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Olá, concursando! 
 
Preparado para a prova? Minha intenção, nesse “Bizu de Legislação Tributária” é 
recuperar a essência de cada um dos tópicos do edital, na ordem em que eles 
aparecem, para ajudá-lo a gravar o que é mais importante nessa disciplina tão vasta. 
Portanto, sem perder tempo, vamos começar! 
 
1. IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA 
 
1.1. Princípios Constitucionais aplicáveis 
Capacidade contributiva 
De forma legítima, os impostos são cobrados de quem demonstra aptidão para 
contribuir com o Estado. A incidência de impostos se refere, portanto, à manifestação 
de riqueza. Nesse sentido, imposto é tributo que promove distribuição de riqueza, e 
encontra-se fundamentado na solidariedade. 
Por isso mesmo, a cobrança de impostos está intimamente ligada à capacidade 
contributiva. A ideia é simples: quem apresenta capacidade contributiva deve 
colaborar com o Estado na consecução de suas atividades voltadas à sociedade; por 
outro lado, quem não apresenta capacidade contributiva deve ser poupado desse 
encargo. Isso explica a preocupação do constituinte de 1988, que o fez enunciar no § 
1º do art. 145 a diretriz no sentido de que os impostos devem ser graduados segundo 
a capacidade econômica dos contribuintes. 
A isonomia, a capacidade contributiva e a progressividade 
Em matéria de IR, além de informar o conceito de renda (conforme já vimos no item 
anterior), a capacidade contributiva é o parâmetro mais legítimo para identificar 
contribuintes em situação desigual. Por isso mesmo, o respeito às diferentes 
capacidades contributivas representa a concretização da isonomia tributária. 
E uma vez identificada a situação desigual, determinada pela desigual capacidade 
contributiva, a progressividade das alíquotas é uma forma de implementar o 
tratamento tributário diferenciado que confere efetividade à isonomia. 
Capacidade contributiva e vedação ao confisco 
No caso do IR, pode-se afirmar que a vedação ao confisco está relacionada com a 
graduação máxima a que se pode chegar com a incidência do imposto, sem que isso 
signifique um avanço da tributação para além do que revela a capacidade contributiva 
que fundamenta sua cobrança. 
Irretroatividade 
Em obediência ao princípio da irretroatividade, a União não pode cobrar o IR em 
relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que o houver 
instituído ou aumentado. 
 
 
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Anterioridade do exercício financeiro 
Em matéria de IR, também deve ser respeitado o princípio da anterioridade do 
exercício financeiro, segundo o qual a União não pode cobrar o IR no mesmo ano em 
que haja sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou. 
Anterioridade nonagesimal 
O IR é exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal, segundo o qual é vedado 
cobrar tributos antes de decorridos 90 da data em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou. 
Portanto, continua sendo possível que majoração nas alíquotas do IR veiculada em lei 
publicada dentro dos últimos noventa dias do ano produza efeitos já a partir do 
primeiro dia do exercício seguinte. 
 
1.2. Critérios orientadores. 
O imposto de renda é informado pelos critérios da generalidade, universalidade e 
progressividade (CF, art. 153, § 2º, inciso I). 
• A generalidade implica a sujeição de todas as pessoas à incidência do imposto (é 
abrangência subjetiva). 
• A universalidade impõe o alcance da tributação em relação a quaisquer espécies 
de rendimentos, independentemente de sua denominação (é a abrangência 
objetiva). 
• A progressividade (fiscal) é o efeito resultante da variação da alíquota do 
imposto na medida do aumento dos rendimentos que constituem sua base de 
cálculo. É tributar mais quem ganha mais. 
Uma vez identificada a situação desigual, determinada pela desigual capacidade 
contributiva, a progressividade das alíquotas é uma forma de implementar o 
tratamento tributário diferenciado que confere efetividade à isonomia. 
 
1.3. Renda e Proventos. Conceito 
• Renda é o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos. 
Produto do capital: rendimentos de aluguel, de aplicações financeiras, juros 
recebidos, lucros e dividendos distribuídos a sócios ou acionistas, etc. 
Produto do trabalho: salários, honorários, comissões, etc. 
Combinação de ambos: a retirada de pró labore e o resultado da atividade 
econômica de um pequeno comerciante. 
• Proventos de qualquer natureza são acréscimos patrimoniais que não decorrem 
do capital, do trabalho, e nem da combinação de ambos. 
Exemplos: a aposentadoria, as pensões, os ganhos de capital percebidos na 
alienação de bens, os prêmios de loteria. 
 
 
 
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1.4. Disponibilidade Econômica ou jurídica 
• Aquisição de Disponibilidade Econômica - é a obtenção da faculdade de usar, 
gozar e dispor de dinheiro ou de coisas nele conversíveis, entrados para o 
patrimônio do adquirente por ato, fato ou negócio jurídico. É o ter de fato 
(concretamente). 
Exemplo: recebimento de salário em dinheiro, depósito em conta bancária, ou na 
forma de bens produzidos pela empresa empregadora. 
• Aquisição de Disponibilidade Jurídica – é a obtenção de direitos de crédito, 
não sujeitos à condição suspensiva (representados por títulos ou documentos de 
liquidez e certeza, que podem ser convertidos em moeda ou equivalente). É o ter 
direito/abstratamente. 
Exemplo: recebimento de salário com cheque da empresa (um título de crédito); o 
aceite do cliente em duplicatas pelo fornecimento de bens. 
 
1.5. Acréscimo patrimonial 
STF, STJ e doutrina em geral: renda e proventos necessariamente representam 
acréscimo patrimonial. 
Nesse contexto, as principais discussões envolvendo a incidência do IR, sem dúvida se 
referem às indenizações. Podemos resumir o assunto da seguinte forma: 
• em regra indenizações não acrescem o patrimônio, apenas o recompõem (ex. 
indenização por acidente sofrido); 
• mas há casos em que ocorre acréscimo ao patrimônio e, portanto, fato gerador do 
IR, só que a lei os isentou (ex. indenização de seguro de vida); 
• há também os casos em que o acréscimo ao patrimônio MATERIAL ocorre para 
compensar decréscimo no patrimônio imaterial, e o judiciário não admite incidência 
do IR (ex. dano moral - Súmula 498/STJ); 
• mas há ALGUNS POUCOS CASOS em que as indenizações não escapam do IR, a 
exemplo dos lucros cessantes, dos adicionais de periculosidade ou insalubridade e 
da indenização por horas extras trabalhadas (Súmula 463/STJ). 
 
 
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1.6. IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS FÍSICAS 
 
1.7. Fato gerador 
A legislação tributária define de forma implícita o fato gerador do IRPF quando 
estabelece que os rendimentos e ganhos de capital são tributados pelo imposto de 
renda. 
A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da 
localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens 
produtores da renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, 
para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a 
qualquer título. 
 
 
1.8. Contribuintes e ResponsáveisEm linhas gerais, são contribuintes do imposto de renda brasileiro: 
• as pessoas físicas residentes no país que recebam rendimentos ou 
percebam ganhos de capital, oriundos de fontes situadas no País ou no 
exterior; e 
• as pessoas físicas não residentes, em relação à renda e aos proventos de 
qualquer natureza provenientes de fontes situadas no País. 
Responsáveis 
Sucessores • o espólio, pelo tributo devido pelo de cujus até a data da abertura da 
sucessão; 
• o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelo tributo devido 
pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta 
responsabilidade ao montante do quinhão, do legado, da herança ou 
da meação. 
Terceiros Na impossibilidade de o contribuinte pagar o tributo, e quanto aos atos 
em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: 
• os pais, pelo tributo devido por seus filhos menores; 
• os tutores, curadores e responsáveis, pelo tributo devido por seus 
tutelados, curatelados ou menores dos quais detenham a guarda 
judicial; 
• os administradores de bens de terceiros, pelo tributo devido por 
estes; 
• o inventariante, pelo tributo devido pelo espólio. 
Menores Os rendimentos e os bens de menores só respondem pela parcela do 
imposto proporcional à relação entre seus rendimentos tributáveis e o 
total da base de cálculo do imposto, quando declarados conjuntamente 
com o de seus pais. 
 
 
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1.9. Domicílio Fiscal 
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Residência habitual 
No caso de exercício de profissão 
ou função particular ou pública 
Lugar onde a profissão ou função estiver sendo 
desempenhada 
Pluralidade de residência no País 1. Escolha do lugar, demonstrada pela 
apresentação continuada das declarações de 
rendimentos num mesmo lugar. 
2. Se não for feita escolha: residência habitual; 
3. Se a residência é incerta ou desconhecida: 
centro habitual de atividade do contribuinte 
Regra subsidiária 
(quando não couber a aplicação 
das regras acima) 
Lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos 
atos ou fatos que deram origem à obrigação. Recusa da autoridade fiscal 
(quando o domicílio eleito 
impossibilite ou dificulte a 
arrecadação ou a fiscalização) 
 
1.10. Base de cálculo 
É a soma de todos os rendimentos percebidos durante o ano-calendário, exceto os 
isentos, os não tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à 
tributação definitiva, sendo, ainda, permitidas algumas deduções. 
DEDUÇÕES 
Dedução Descrição Dedução 
Mensal 
Dedução 
Anual 
Previdência 
oficial 
Contribuições para RGPS e Regimes Próprios. x x 
Previdência 
privada 
Dedução anual limitada a 12% dos rendimentos; 
Dedução mensal (apenas das contribuições com 
vínculo empregatício) 
x x 
Livro caixa 
Dedução relativa a rendimentos do trabalho não 
assalariado: 
• remuneração paga a terceiros, desde que com 
vínculo empregatício, e os respectivos encargos 
trabalhistas e previdenciários 
• despesas de custeio pagas, necessárias à 
percepção da receita e a manutenção da fonte 
produtora 
x x 
Dependentes 
Dedução de quantia fixa por dependente: 
cônjuge, companheiro(a), filho(a), enteado(a) 
irmão(ã), neto(a), bisneto(a), pais, avós, bisavós, 
menor pobre, pessoa incapaz. 
x x 
Pensão 
alimentícia 
Importâncias pagas em dinheiro e somente a título 
de prestação de alimentos provisionais ou a título de 
pensão alimentícia. 
x x 
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Dedução Descrição 
Dedução 
Mensal 
Dedução 
Anual 
Parcela isenta 
de proventos e 
pensões 
Apenas uma parcela é isenta, a partir do mês em que 
o contribuinte completar 65 anos de idade. 
Na declaração anual essa parcela não integra os 
rendimentos (por isso não é dedução anual). 
x 
Despesas 
médicas 
Não há limite para dedução de despesas médicas. 
Abrange mensalidade de planos de saúde. 
Não se aplica a despesas ressarcidas ou cobertas por 
contrato de seguro. 
 x 
Despesas com 
educação 
Dedução sujeita a limite anual individual. 
Educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, 
educação superior, educação profissional. 
 x 
Desconto 
simplificado 
Dedução de 20% do valor dos rendimentos, 
independentemente do valor dos rendimentos. 
Substitui todas as deduções admitidas. 
 x 
1.11. Alíquotas 
Regra geral: tabela progressiva. 
1.12. Lançamento 
O IRPF não está sujeito ao lançamento por declaração previsto no art. 147 do CTN. 
Em verdade, o IRPF é tributo submetido ao lançamento por homologação. 
Eventuais diferenças do tributo devido, apuradas pela autoridade fiscal em 
decorrência da omissão de rendimentos, da utilização indevida das deduções base de 
cálculo ou das deduções do imposto devido, ou da falta de comprovação de 
pagamentos e despesas utilizadas para esse fim, constituem objeto de lançamento de 
ofício (CTN, art. 149). 
1.13. Sistema de bases correntes 
Segundo a sistemática atualmente em vigor, como regra, o IRPF é devido 
mensalmente, a título de antecipação, à medida que os rendimentos são percebidos 
(recebidos), sem prejuízo do ajuste realizado na declaração anual. 
1.14. Período de apuração 
O regime de tributação anual é a regra geral da incidência do IRPF sobre rendimentos 
auferidos por residentes no Brasil. Segundo esse regime, o imposto é devido em 
períodos anuais de apuração e, ao longo do ano-base, são exigidas antecipações 
mensais. 
Uma vez encerrado o ano-base, deve ser realizado um “encontro de contas”, que a 
legislação denomina de ajuste anual. Esse encontro de contas é efetuado e 
demonstrado na Declaração Anual de Ajuste, também conhecida como Declaração do 
Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF). 
Exceções: Rendimentos submetidos ao regime de tributação definitiva, e ao regime de 
tributação exclusiva na fonte. 
 
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2. IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS 
 
2.1. Fato Gerador 
O fato gerador do IRPJ é a existência de lucro no encerramento de um período de 
apuração. 
A legislação tributária estabelece diferentes tratamentos para fins de determinação do 
lucro que sofre a incidência do imposto: 
• Lucro real: grande rigor na apuração do lucro tributável, determinado a partir 
de ajustes ao lucro líquido contábil; 
• Lucro presumido: lucro apurado com base numa ficção legal que prestigia a 
simplificação dos procedimentos; 
• Lucro arbitrado: regime excepcional, considerado como última medida aplicável 
aos casos em que se mostrar inviável a utilização dos regimes anteriores, por 
razões de fato ou de direito. 
 
2.2. Contribuintes e Responsáveis 
De acordo com a legislação tributária, são contribuintes do IRPJ: 
• as pessoas jurídicas; e 
• as empresas individuais. 
As normas de incidência do IRPJ alcançam: 
- todas as firmas e sociedades, registradas ou não; 
- as sociedades civis (sociedades simples) de prestação de serviços profissionais 
relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada; 
- As sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto a compra e 
fornecimento de bens aos consumidores. 
- as entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência, em 
relação às operações praticadas durante o período em que perdurarem os 
procedimentos para a realização de seu ativo e o pagamentodo passivo; 
- as empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem como suas 
subsidiárias, nas mesmas condições das demais pessoas jurídicas. 
CONTRIBUINTES DO IRPJ 
Pessoas 
jurídicas 
Pessoas jurídicas de direito privado, domiciliadas no País, sejam quais forem 
seus fins, nacionalidade ou participantes no capital 
Filiais, sucursais, agências ou representações no País das pessoas jurídicas com 
sede no exterior 
Comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações 
realizadas por seus mandatários ou comissários no País 
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Equiparadas 
a pessoas 
jurídicas 
Sociedades em conta de participação 
Empresas 
individuais 
Firmas individuais (empresário individual) 
Pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e 
profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil 
ou comercial, com o fim especulativo de lucro, mediante venda a 
terceiros de bens ou serviços 
Pessoas físicas que promovem a incorporação de prédios em 
condomínio ou loteamento de terrenos (empresas individuais 
imobiliárias) 
 
Responsabilidade dos sucessores na reorganização societária 
A lógica é bem simples: se, em decorrência de reorganizações societárias, uma 
pessoa jurídica deixa de existir, alguém responderá pelos tributos por ela devidos. E 
se houver mais de um sucessor, entre eles a responsabilidade é solidária. 
No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica que receber parcela do patrimônio 
responde pelos tributos devidos pela sociedade cindida. Da mesma forma, se houver 
mais de um sucessor, entre eles a responsabilidade é solidária. Ou, ainda, no caso de 
cisão parcial, é solidária a responsabilidade entre a sociedade cindida (que mantém 
atividade) e a(s) sociedade(s) que absorver(em) parcela do seu patrimônio. 
 
2.3. Domicílio Fiscal 
 
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 Em relação ao IRPJ: 
Quando existir um único estabelecimento, o lugar 
da situação deste. 
Quando se verificar pluralidade de 
estabelecimentos, à opção da pessoa jurídica, o 
lugar onde se achar o estabelecimento 
centralizador das suas operações OU a sede da 
empresa dentro do País. 
Em relação às obrigações em que incorra como fonte pagadora, o lugar do 
estabelecimento que pagar, creditar, entregar, remeter ou empregar rendimento 
sujeito ao imposto no regime de tributação na fonte. 
Regra subsidiária 
(quando não couber a aplicação 
das regras acima) 
O lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos 
atos ou fatos que deram origem à obrigação. Recusa da autoridade fiscal 
(quando o domicílio eleito 
impossibilite ou dificulte a 
arrecadação ou a fiscalização) 
 
 
 
 
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2.4. Base de cálculo 
A base de cálculo do IRPJ é o lucro real, presumido ou arbitrado, correspondente ao 
período de apuração. 
Integram a base de cálculo todos os ganhos e rendimentos de capital, qualquer que 
seja a denominação que lhes seja dada, independentemente da natureza, da espécie 
ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que os ganhos e rendimentos 
de capital decorram de ato ou negócio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos 
efeitos do previsto na norma específica de incidência do imposto. 
 
2.5. Receitas e Rendimentos. Conceito. 
Rendimentos são frutos periódicos que não esgotam sua própria fonte produtora. 
Rendimentos constituem espécie de receita. 
O conceito de receita (tanto o contábil, quanto o jurídico) pressupõe o acréscimo 
patrimonial decorrente: 
• do aumento no valor dos bens e direitos da entidade, sem um correspondente 
aumento de igual valor nas obrigações; ou 
• da diminuição no valor das obrigações, sem uma diminuição concomitante e de 
igual valor em bens e direitos. 
Ainda que necessariamente represente acréscimo patrimonial, receita não se confunde 
com renda. O conceito de receita é mais amplo que o de renda. 
Como regra, para os efeitos da incidência do IRPJ, a renda é o lucro obtido com a 
soma dos acréscimos patrimoniais tributáveis (constituídos de receitas e ganhos de 
capital), diminuída pelos decréscimos patrimoniais dedutíveis (representados por 
custos, despesas e perdas de capital). 
 
2.6. Omissão de receita 
Ressalvada ao contribuinte a prova em contrário, caracteriza-se como omissão no 
registro de receita, a ocorrência das seguintes hipóteses: 
• a indicação de saldo credor de caixa (RIR, art. 281, I); 
• falta de escrituração de pagamentos efetuados (RIR, art. 281, II); 
• manutenção, no passivo, de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja 
comprovada (RIR, art. 281, III); 
• o suprimento de caixa, não comprovado, por administradores, sócios e 
acionistas (RIR, art. 282); 
• falta de emissão de Nota Fiscal de Venda (RIR, art. 283); 
• diferenças no estoque, verificadas em levantamento quantitativo por espécie 
(RIR, art. 286); 
• depósitos bancários sem origem comprovada (RIR, art. 287). 
Verificada a omissão de receita, a autoridade deve determinar o valor do imposto e do 
adicional a ser lançado de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida 
a pessoa jurídica no período de apuração a que corresponder a omissão. 
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2.7. Lucro real 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lucro real é o lucro líquido do período de apuração, ajustado pelas adições, 
exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária. 
Lucro real = lucro líquido + adições – exclusões – compensação 
de prejuízos fiscais de períodos anteriores 
 
O lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro operacional, dos 
resultados não operacionais, e das participações. 
 
Adições: na determinação do lucro real, devem ser adicionados ao lucro líquido do 
período de apuração: 
Critérios que obrigam pessoas jurídicas à apuração do lucro real: 
• receita total, no ano-calendário anterior, maior que R$ 48 milhões, ou 
proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 meses; 
• atividade: instituições financeiras e assemelhadas; 
• circunstância: lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 
• circunstância: benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; 
• opção pela apuração anual do lucro real; 
• atividade: factoring. 
Regra geral: 
Lucro Real 
Trimestral 
Lucro Presumido (trimestral) 
• opção pelo pagamento com 
código de lucro presumido 
no primeiro trimestre do 
ano ou início de atividade 
qualquer PJ 
pode optar 
opção restrita pelo 
faturamento do ano anterior 
Lucro Arbitrado (trimestral) 
• disponível ao fisco e ao próprio 
contribuinte, neste último caso 
apenas se a receita bruta for 
conhecida 
regime 
excepcional 
Lucro Real Anual 
• qualquer PJ pode optar 
• opção pelo pagamento de 
estimativa relativa ao primeiro 
mês do ano ou início de atividade 
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• os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer 
outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que não sejam dedutíveis 
na determinação do lucro real; (custos que estão na contabilidade mas não sãoadmitidos pela legislação tributária) 
• os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na 
apuração do lucro líquido que devam ser computados na determinação do lucro 
real. (receitas tributáveis que não estão na contabilidade) 
 
Exclusões: na determinação do lucro real, podem ser excluídos do lucro líquido do 
período de apuração: 
• os valores cuja dedução seja autorizada e que não tenham sido computados na 
apuração do lucro líquido do período de apuração; (custos que não estão na 
contabilidade mas que são admitidos pela legislação tributária) 
• os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na 
apuração do lucro líquido, que não sejam computados no lucro real. (receitas 
não tributáveis que estão na contabilidade) 
 
Compensação de prejuízos fiscais de exercícios anteriores: a cada período de 
apuração, a utilização de prejuízos fiscais de períodos anteriores encontra-se limitada 
a uma “trava”, fixada em 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões. 
Note bem que a trava de 30% tem como referência o lucro líquido do período 
ajustado pelas adições e exclusões, e não o próprio saldo acumulado de prejuízos 
fiscais de períodos anteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apuração anual do lucro real 
a pessoa jurídica que optar pela apuração anual do IRPJ deve calcular o lucro real em 
31 de dezembro, basicamente, adotando as mesmas regras previstas para a apuração 
trimestral, relativas a adições, exclusões e compensação de prejuízos. 
Compensação de prejuízos fiscais
( – ) Prejuízo de períodos anteriores
Lucro real: Base de Cálculo 
do IRPJ no período
Saldo Acumulado 
de Prejuízo Fiscal
períodos anteriores
Lucro Líquido após 
adições e exclusões
período de apuração atual
limite 
de 30%
Lucro Líquido
( + ) adições
( - ) exclusões
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Na apuração anual há a obrigação de efetuar o pagamento mensal do imposto, 
determinado a partir de base de cálculo estimada. Em regra, a base de cálculo da 
estimativa mensal é determinada a partir da receita bruta auferida no mês. 
O pagamento mensal pode ser suspenso ou reduzido desde que o contribuinte 
comprove, com base em balanço ou balancete, que o valor acumulado já pago excede 
o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no Lucro Real do período 
em curso. 
 
2.8. Lucro presumido 
Podem optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido as pessoas 
jurídicas não obrigadas ao regime de tributação pelo lucro real 
A opção pela tributação com base no lucro presumido é anual, sendo manifestada com 
o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao 
primeiro período de trimestre de cada ano. 
Segundo as regras do lucro presumido, a base de cálculo do IRPJ é determinada da 
seguinte forma: 
 
Receita Bruta x % de presunção 
(+) Valores diferidos constantes do LALUR 
(+) Ganhos de capital 
(+) Outras receitas e rendimentos tributáveis 
(=) Lucro Presumido 
 
 
2.9. Lucro arbitrado 
O imposto deve ser determinado pela autoridade fiscal com base nos critérios do lucro 
arbitrado, quando: 
• o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver 
escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as 
demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; 
• a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes 
indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem 
imprestável para: 
o identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou 
o determinar o lucro real; 
• o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e 
documentos da escrituração comercial e fiscal ou o Livro Caixa se tributado 
pelo lucro presumido; 
• o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro 
presumido; 
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• o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de 
escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do 
comitente residente ou domiciliado no exterior; 
• o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis 
recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por 
conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário, quando tributado 
pelo lucro real. 
Note bem a característica das hipóteses que ensejam o arbitramento do lucro. 
Exceto quanto à opção indevida pelo lucro presumido, todas as demais hipóteses 
revelam problemas com obrigações acessórias estabelecidas com o fim de auxiliar 
(ou mesmo viabilizar) a apuração do lucro, real (na maioria das vezes) ou 
presumido. 
O arbitramento do lucro também pode ser efetuado pelo próprio contribuinte, desde 
que: 
• a receita bruta seja conhecida; e 
• alguma das hipóteses de arbitramento esteja concretamente verificada. 
 
BASE DE CÁLCULO QUANDO CONHECIDA A RECEITA BRUTA 
Quando conhecida a receita bruta, a base de cálculo do lucro arbitrado corresponde à 
soma do lucro decorrente da receita bruta, somada aos resultados das demais 
receitas, rendimentos e ganhos de capital. 
Para fins de determinação do lucro arbitrado decorrente da receita bruta, devem ser 
utilizados os percentuais de presunção do lucro multiplicados por 1,2 (acrescidos de 
20%). Esquematizando, temos o seguinte: 
Receita Bruta x (% de presunção x 1,2) 
(+) Valores diferidos constantes do LALUR 
(+) Ganhos de capital 
(+) Outras receitas e rendimentos tributáveis 
(=) Lucro Arbitrado 
 
BASE DE CÁLCULO QUANDO NÃO CONHECIDA A RECEITA BRUTA 
Quando receita bruta não é conhecida, o lucro arbitrado deve ser determinado através 
de procedimento de ofício, mediante a utilização de uma das seguintes alternativas de 
cálculo, sem prejuízo dos acréscimos à base de cálculo: 
• 1,5 (um inteiro e cinco décimos) do lucro real referente ao último período em 
que a pessoa jurídica manteve escrituração de acordo com as leis comerciais e 
fiscais; 
• 0,04 (quatro centésimos) da soma dos valores do ativo circulante, realizável a 
longo prazo e permanente (não circulante), existentes no último balanço 
patrimonial conhecido; 
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• 0,07 (sete centésimos) do valor do capital, inclusive a sua correção monetária 
contabilizada como reserva de capital, constante do último balanço patrimonial 
conhecido ou registrado nos atos de constituição ou alteração da sociedade; 
• 0,05 (cinco centésimos) do valor do patrimônio líquido constante do último 
balanço patrimonial conhecido; 
• 0,4 (quatro décimos) do valor das compras de mercadorias efetuadas no mês; 
• 0,4 (quatro décimos) da soma, em cada mês, dos valores da folha de 
pagamento dos empregados e das compras de matérias-primas, produtos 
intermediários e materiais de embalagem; 
• 0,8 (oito décimos) da soma dos valores devidos no mês a empregados; 
• 0,9 (nove décimos) do valor mensal do aluguel devido. 
 
É de se esperar que a ESAF não exija que os candidatos conheçam esses critérios 
detalhadamente, inclusive com coeficientes. No entanto, é importante notar, pelo 
menos, os elementos que foram adotados como parâmetros para determinação do 
lucro arbitrado quando não conhecida a receita bruta: lucro real de período anterior, 
ativo total, capital, patrimônio líquido,compras de mercadorias, folha de pagamento 
mais compra de insumos, empregados ou aluguel. 
Com esta hipótese de arbitramento, temos a seguinte base de cálculo: 
 
Lucro arbitrado segundo algum dos critérios previstos 
(+) Valores diferidos constantes do LALUR 
(+) Ganhos de capital 
(+) Outras receitas e rendimentos tributáveis 
(=) Lucro Arbitrado 
 
 
2.10. Isenções e reduções 
Entre os arts. 174 a 181, o RIR dispõe sobre isenções dirigidas a certas entidades: 
• instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e associações 
civis 
• empresas estrangeiras de transporte 
• entidades de previdência privada fechada 
• Associações de Poupança e Empréstimo 
• as sociedades de investimento de cujo capital social participem pessoas físicas 
ou jurídicas, residentes ou domiciliadas no exterior; 
• a entidade binacional ITAIPU; 
• o Fundo Garantidor de Crédito – FGC; 
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• a instituição privada de ensino superior, com fins lucrativos ou sem fins 
lucrativos não beneficente, que aderir ao Prouni. 
Outros benefícios fiscais de isenção ou redução do IRPJ constituem o objeto dos arts. 
546 a 580 do RIR. 
Para fins de cálculo do valor do benefício, a legislação criou o chamado “lucro da 
exploração”. O Lucro da Exploração não coincide com o lucro líquido contábil, e nem 
com o lucro real. Trata-se do resultado da atividade da empresa que se deseja 
incentivar. 
Lucro da exploração corresponde ao lucro líquido do período de apuração, antes de 
deduzida a provisão para o imposto de renda (após a dedução da CSLL), ajustado pela 
exclusão dos seguintes valores: 
• a parte das receitas financeiras que exceder às despesas financeiras, 
abrangendo inclusive as variações monetárias; 
• os rendimentos e prejuízos das participações societárias; e 
• os resultados não operacionais (outras receitas e despesas). 
 
2.11. Imunidades 
São imunes ao IRPJ: 
• os templos de qualquer culto; 
• os partidos políticos e suas fundações; 
• as entidades sindicais de trabalhadores; 
• as instituições de educação, sem fins lucrativos; 
• as instituições de assistência social, sem fins lucrativos. 
Condições para o gozo da imunidade: 
• não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer 
título; 
• aplicar seus recursos integralmente no País, na manutenção de seus objetivos 
institucionais; 
• manter escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de 
formalidades capazes de assegurar sua exatidão. 
 
2.12. Tributação na fonte 
Estão sujeitos à incidência na fonte: 
• Rendimentos sujeitos à tabela progressiva 
o Rendimentos do trabalho assalariado 
o Rendimentos do trabalho não assalariado 
o Rendimentos de aluguéis e royalties 
o Décimo Terceiro Salário 
• Rendimentos de pessoas jurídicas sujeitos a alíquotas específicas 
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o Serviços profissionais prestados por pessoas jurídicas 
o Serviços de limpeza, conservação, segurança, vigilância e locação de 
mão-de-obra 
o Mediação de negócios, propaganda e publicidade 
o Pagamentos efetuados por órgãos públicos federais 
• Pagamento a beneficiário não identificado 
• Rendimentos de residentes ou domiciliados no exterior 
 
2.13. Período de apuração 
O IRPJ, inclusive das equiparadas, das sociedades civis em geral e das sociedades 
cooperativas em relação aos resultados obtidos nas operações ou atividades estranhas 
à sua finalidade, será devido à medida que os rendimentos, ganhos e lucros forem 
auferidos. 
O imposto é determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por 
períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 
de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. 
Portanto, independentemente do regime de tributação (lucro real, presumido ou 
arbitrado), o período de apuração é trimestral. 
A exceção se refere ao lucro real que, à opção do contribuinte, poderá ser apurado em 
período anual, encerrado em 31 de dezembro. 
 
2.14. Regime de caixa e regime de competência 
A legislação tributária estabelece que “a determinação do lucro real será precedida da 
apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das 
disposições das leis comerciais”. 
Na legislação comercial, mais especificamente no art. 177 da Lei nº 6.404, de 1976, 
encontramos o fundamento para utilização do regime de competência: 
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros 
permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta 
Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar 
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações 
patrimoniais segundo o regime de competência. 
EXCEÇÕES AO REGIME DE COMPETÊNCIA: 
Seguem abaixo algumas exceções à aplicação do regime de competência: 
Contratos de longo prazo com entidades governamentais 
No caso contratos de longo prazo de empreitada ou fornecimento a preço pré-
determinado, de bens ou serviços, com entidades governamentais, o 
contribuinte pode diferir a tributação do lucro até sua realização (RIR, art. 409). 
Atividade imobiliária – vendas a prazo 
Na venda a prazo, ou em prestações, com pagamento após o término do ano-
calendário da venda, para efeito de determinação do lucro real do, o lucro bruto 
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pode ser reconhecido nas contas de resultado de cada período de apuração 
proporcionalmente à receita da venda recebida (RIR, art. 413). 
Ganho de capital nas vendas a longo prazo 
Nas vendas de bens do ativo permanente para recebimento do preço, no todo 
ou em parte, após o término do ano-calendário seguinte ao da contratação, 
para efeito de determinar o lucro real, o contribuinte pode reconhecer o lucro 
na proporção da parcela do preço recebida em cada período de apuração (RIR, 
art. 421). 
Lucro presumido 
A pessoa jurídica optante pelo regime de tributação com base no lucro 
presumido pode adotar o critério de reconhecimento de suas receitas de venda 
de bens ou direitos ou de prestação de serviços pelo regime de caixa ou de 
competência. 
Variações cambiais 
Para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ, as variações 
monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função 
da taxa de câmbio, devem ser consideradas quando da liquidação da 
correspondente operação. 
 
2.15. Alíquotas e adicional 
Só há uma alíquota do IRPJ, a “alíquota geral” de 15%. 
Adicional: a parcela da base de cálculo do imposto, seja ela apurada segundo as 
regras do lucro real, presumido ou arbitrado, fica sujeita à incidência de adicional de 
imposto à alíquota de 10% sobre a parcela que exceder o valor resultante da 
multiplicação de R$ 20 mil pelo número de meses do respectivo período de apuração. 
Portanto: 
IRPJ = BC x 15% + [BC – (n x R$ 20 mil)] x 10% 
Sendo: 
 BC: base de cálculo 
 n: número de meses do período de apuração 
 
2.16. Lançamento 
O IRPJ é tributo submetido ao lançamento por homologação. Eventuais diferenças do 
tributo devido, apuradas pela autoridade fiscal em decorrência da omissão de receitas, 
da dedução indevida de custos e despesas ou da má utilização de benefícios fiscais, 
constituem objeto de lançamento de ofício. 
As pessoas jurídicas são lançadas em nome da matriz, tanto por seumovimento 
próprio como pelo de suas filiais, sucursais, agências ou representações. 
Se a matriz funcionar no exterior (inclusive no caso das comitentes contribuintes do 
imposto), o lançamento será feito em nome de cada uma das filiais, sucursais, 
agências ou representações no País, ou no da que centralizar a escrituração de todas. 
No caso das coligadas, controladoras ou controladas, o lançamento será feito em 
nome de cada uma delas. 
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3. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. 
A legislação do IPI contém dispositivos com longas enumerações. Para a 
prova, conheça bem as primeiras hipóteses de cada uma dessas 
enumerações, referidas nos arts. 9º, 25, 27, 36, 43, 54 e 182, todos do RIPI. 
 
3.1. Princípios constitucionais aplicáveis 
Legalidade 
O IPI é exceção ao princípio da legalidade, de modo que é facultado ao Poder 
Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as 
alíquotas do imposto. 
O Poder Executivo está autorizado a reduzir as alíquotas do IPI até zero, ou majorá-
las em até 30 unidades em relação ao percentual de incidência fixado em lei. 
Ou seja, se a alíquota legal de um produto é 25%, o Poder Executivo, por meio de 
decreto, pode levar a alíquota até 55%, ou reduzi-la até zero. 
Em que hipóteses? Para atingir os objetivos da política econômica ou para 
corrigir distorções. 
Anterioridade do exercício financeiro 
O IPI não está sujeito ao princípio da anterioridade do exercício financeiro. Com isso, 
a instituição de nova incidência do imposto, ou mesmo o aumento em incidência já 
existente, pode produzir efeitos no mesmo exercício financeiro em que haja sido 
publicada a lei que assim determinou (CF, art. 150, § 1º). 
Noventena 
A partir da vigência da Emenda Constitucional nº 42, de 2003, o IPI passou a 
subordinar-se ao princípio da noventena, não podendo ser cobrado antes de 
decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que o tenha 
instituído ou aumentado. Todavia, continua fora do alcance do princípio da 
anterioridade. 
Portanto, aumento de alíquotas, quer seja efetuado por lei ou por decreto do Poder 
Executivo, bem assim a inclusão de novos produtos no campo de incidência do 
imposto, somente podem produzir efeitos depois de decorridos 90 dias da data da 
publicação do respectivo ato, ainda que dentro do mesmo exercício financeiro da 
referida publicação. 
 
3.2. Seletividade 
O IPI deve ser seletivo em função da essencialidade dos produtos. Segundo esse 
princípio, o legislador deve estabelecer incidência do IPI diferenciada entre produtos 
mais ou menos essenciais. Nesse sentido, a incidência do IPI deve ser mais acentuada 
sobre os produtos supérfluos, e menos acentuada sobre os produtos essenciais. 
 
 
 
 
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3.3. Não-cumulatividade 
O CTN, em seu art. 49, estabelece a não-cumulatividade do IPI, de forma que o 
montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o 
imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos 
produtos nele entrados. 
O legislador atende a essa diretriz através do sistema de crédito do imposto, que 
estudaremos com mais detalhes em momento mais oportuno. Por ora, basta dizer que 
a não-cumulatividade se destina evitar o chamado “efeito cascata”. 
 
3.4. Imunidades 
São imunes da incidência do imposto: 
• os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão; 
• os produtos industrializados destinados ao exterior; 
• o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; e 
• a energia elétrica, os derivados de petróleo, os combustíveis e os minerais do 
País. 
Imunidades absolutas são as que recaem sobre livros, jornais, periódicos e sobre a 
energia elétrica, os derivados de petróleo, os combustíveis e os minerais do País. Note 
que nas hipóteses (inclusive no caso do papel), a imunidade está vinculada a uma 
destinação específica. Nesse caso, se ao produto for dado destino diverso, o 
responsável pelo fato fica sujeito ao pagamento do imposto e da penalidade cabível, 
como se a imunidade não existisse. 
Por isso mesmo, cessa a imunidade do papel quando for consumido ou utilizado em 
finalidade diversa da prevista, ou destinado a pessoas diferentes de empresas 
jornalísticas, editoras ou estabelecimento distribuidor de fabricante do produto. 
Além disso, de se ressaltar que, mesmo se tratando de produto imune, é obrigatória a 
emissão de nota fiscal na saída do estabelecimento industrial, ou equiparado a 
industrial. 
 
3.5. Bens de capital 
O IPI deve ter reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo 
contribuinte do imposto, na forma da lei (CF, art. 153, § 3º, inciso IV). Portanto, a 
norma foi endereçada ao legislador. 
Bem de capital: fator de produção utilizado para produzir todos os tipos de bens e 
serviços, incluindo mais bens de capital. São as máquinas, equipamentos, 
ferramentas, utensílios, veículos, etc. 
Modos de obter o efeito desejado pelo constituinte: 
• reduzindo as alíquotas incidentes sobre máquinas e equipamentos (isso é o 
que efetivamente se faz na prática), ou 
• autorizando o estabelecimento adquirente a se creditar do IPI incidente sobre 
máquinas e equipamentos incorporados ao ativo imobilizado (medida nunca 
foi implementada; essa hipótese de creditamento é vedada). 
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(ESAF/Analista de Comércio Exterior – 27/05/2012) Ao dispor sobre o IPI – 
Imposto sobre Produtos Industrializados, a Constituição Federal previu que 
ele terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo seu 
contribuinte na forma da lei. [...] b) tal diminuição poderá se dar mediante 
autorização para apropriação de crédito relativo ao IPI incidente na operação e sua 
utilização na compensação com o devido pela empresa adquirente em outras 
operações ou seu ressarcimento em dinheiro (CORRETA); c) tal diminuição poderá se 
dar mediante o estabelecimento de critérios a serem observados pelo Executivo na 
redução das alíquotas relativas a operações com tais bens (CORRETA). 
 
3.6. Fato gerador 
O campo de incidência do IPI, abrangendo produtos industrializados nacionais e 
estrangeiros, é definido pela TIPI: 
• dentro: todos os produtos relacionados na TIPI com alíquota, mesmo que 
sejam isentos do imposto e que a alíquota seja zero; 
• fora: os produtos a que corresponde a notação “NT” (não tributado). 
O CTN estabelece que o legislador pode adotar as seguintes situações como fato 
gerador do IPI: 
• o desembaraço aduaneiro de produto industrializado de procedência 
estrangeira; 
• a saída de produto industrializado dos estabelecimentos contribuintes do 
imposto; 
• a arrematação de produto industrializado, quando apreendido ou abandonado e 
levado a leilão. 
Efetivamente, como hipóteses de incidência do IPI, a legislação institui 
apenas as duas primeiras autorizadas pelo CTN (RIPI, art. 35). 
Para que se considere ocorrido o fato gerador do IPI, é irrelevante a finalidade a que 
se destina o produto. Da mesma forma, é irrelevante a que título seja efetuada a 
importação ou a saída do estabelecimento produtor. 
MOMENTO DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR 
O art. 36 do RIPI é muito importante! Ele apresenta situações em que se considera 
ocorrido o fato gerador do IPI. Eis alguns casos: 
• na entregaao comprador, quanto aos produtos vendidos por intermédio de 
ambulantes; 
• na saída de armazém-geral ou outro depositário, quanto aos produtos 
entregues diretamente a outro estabelecimento; 
• na saída da repartição aduaneira, quanto aos produtos que, por ordem do 
importador, forem remetidos diretamente a terceiros; 
• na saída do estabelecimento industrial diretamente para estabelecimento 
da mesma firma ou de terceiro, por ordem do encomendante, quanto aos 
produtos industrializados por encomenda; 
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• no 4º dia da data da emissão da nota fiscal, quanto aos produtos que até o 
dia anterior não tiverem deixado o estabelecimento do contribuinte; 
• no momento em que ficar concluída a operação industrial fora do 
estabelecimento industrial; 
• no início do consumo ou da utilização do papel imune, em finalidade 
diferente da que lhe é prevista na imunidade; 
• na saída de papel imune do fabricante, do importador ou de seus 
estabelecimentos distribuidores, para pessoas que não sejam empresas 
jornalísticas ou editoras; 
• no momento da sua venda, quanto aos produtos objeto de operação de 
venda que forem consumidos ou utilizados dentro do estabelecimento 
industrial. (caso das microcervejarias) 
CASOS EM QUE NÃO SE CONSIDERA OCORRIDO O FATO GERADOR 
São casos que, se não fosse por conta de expressa previsão legal, estariam 
abrangidos pela hipótese legal de incidência do IPI. Esse é o objeto do art. 38 do RIPI. 
No desembaraço aduaneiro de produto nacional que retorne ao Brasil, não 
constituem fato gerador: 
• quando enviado em consignação para o exterior e não vendido nos prazos 
autorizados; 
• por defeito técnico que exija sua devolução, para reparo ou substituição; 
• em virtude de modificações na sistemática de importação do país importador; 
• por motivo de guerra ou calamidade pública; e 
• por quaisquer outros fatores alheios à vontade do exportador. 
 
Também não constitui fato gerador do IPI o desembaraço aduaneiro no retorno ao 
País de produtos nacionais aos quais tenha sido aplicado o regime aduaneiro 
especial de exportação temporária, ainda que descumprido o regime 
(Regulamento Aduaneiro, art. 238, § 2º). 
 
Não constituem fato gerador as saídas de produtos subsequentes à primeira (ou 
seja, na primeira saída ocorre o fato gerador!): 
• nos casos de locação ou arrendamento, salvo se o produto tiver sido 
submetido a nova industrialização; ou 
Este é o caso em que o estabelecimento industrializa bens para alugá-los a terceiros. É 
situação comum no caso com as máquinas copiadoras, impressoras, etc. 
• quando se tratar de bens do ativo permanente, industrializados ou importados 
pelo próprio estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, destinados 
à execução de serviços pela própria firma remetente. 
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Imagine o caso de uma empresa que importa um trator para com ele executar serviços 
na construção civil. Na importação haverá um fato gerador. Na primeira saída efetuada 
para com ele executar serviços também ocorrerá fato gerador do IPI. Nas demais 
saídas, não ocorre fato gerador. 
Também não constitui fato gerador do IPI: 
• a saída de produtos incorporados ao ativo permanente, após cinco anos 
de sua incorporação, pelo estabelecimento industrial, ou equiparado a 
industrial, que os tenha industrializado ou importado; ou 
• a saída de produtos por motivo de mudança de endereço do 
estabelecimento. 
 
3.7. Industrialização. Conceito 
Industrialização: qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o 
acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para 
consumo. 
Para caracterizar a operação como industrialização, são irrelevantes o processo 
utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou 
equipamentos empregados. 
 
3.8. Características e modalidades de industrialização 
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Transformação Obter espécie nova. 
Ex. fabricação de tintas a partir de resinas, solventes e 
pigmentos 
Beneficiamento Modificar, aperfeiçoar, alterar o funcionamento, a 
utilização, o acabamento ou a aparência do produto, sem 
que constitua mera colocação ou substituição de 
embalagem. 
A operação mantém a individualidade e identidade 
originais do produto. 
Ex: corte e acabamento de granito, para emprego como 
piso na construção civil 
Montagem Reunir produtos, peças ou partes e de que resulte um 
novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a 
mesma classificação fiscal. 
Ex: reunião de peças e componentes que resulta em um 
microcomputador 
Acondicionamento ou 
reacondicionamento 
Alterar a apresentação do produto, pela colocação da 
embalagem. Ex. acondicionar mel natural em potes. 
Não se considera industrialização a colocação de 
embalagem que se destina apenas ao transporte da 
mercadoria. 
Renovação ou 
recondicionamento 
Renovar ou restaurar produto usado ou parte 
remanescente de produto deteriorado ou inutilizado. 
Ex. restauração de automóvel antigo inutilizado. 
 
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3.9. Contribuintes e Responsáveis 
São contribuintes do IPI: 
• o estabelecimento industrial; 
• o estabelecimento equiparado a industrial; 
• o importador de produtos de procedência estrangeira; 
• os que de alguma forma descumprirem a condição de utilização do papel 
imune. 
Para os efeitos da legislação do IPI, são considerados autônomos os estabelecimentos, 
ainda que pertencentes a uma mesma pessoa física ou jurídica. 
As hipóteses de responsabilidade pelo pagamento do IPI estão previstas no art. 25 do 
RIPI (leia esse artigo!). Entre elas se destacam as seguintes: 
• os transportadores, quando transportam produtos tributados 
desacompanhados de nota fiscal; 
• os possuidores ou detentores de produtos tributados para revenda ou 
industrialização desacompanhados de nota fiscal; 
• os recebedores de produtos tributados que não estejam rotulados ou 
marcados na forma estabelecida na legislação, ou, se sujeitos ao selo de 
controle, não estejam selados; 
• os que desatenderem as normas e condições a que estiver condicionada a 
imunidade, a isenção ou a suspensão do imposto. 
Em alguns casos a responsabilidade é solidária (RIPI, art. 27). Entre eles estão: 
• o contribuinte substituído no caso de inadimplência do substituto; 
• o adquirente ou cessionário de mercadoria importada beneficiada com isenção 
ou redução do imposto pelo seu pagamento e dos acréscimos legais; 
• o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação 
realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora 
3.10. Estabelecimentos Industriais e equiparados 
Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações enquadradas 
no conceito de industrialização, de que resulte produto tributado, ainda que de 
alíquota zero ou isento. 
Estabelecimento equiparado a industrial: embora não execute operações de 
industrialização, com a equiparação a industrial o estabelecimento é considerado 
contribuinte do IPI, e como tal, fica sujeito ao pagamento do imposto e ao 
cumprimento das obrigações acessórias. 
As hipóteses de equiparação a industrial estão listadas nos arts. 9º a 11 (leia esses 
artigos!). Seguem algunscasos: 
• os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, 
que derem saída a esses produtos; 
• os estabelecimentos que receberem, para comercialização, diretamente da 
repartição que os liberou, produtos importados por outro estabelecimento da 
mesma firma; 
• a filial atacadista; 
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• o estabelecimento encomendante na industrialização por encomenda; 
• os estabelecimentos, atacadistas ou varejistas, que adquirirem produtos de 
procedência estrangeira, importados por encomenda ou por sua conta e 
ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora; 
• os estabelecimentos industriais quando derem saída a MP, PI e ME1, 
adquiridos de terceiros, com destino a outros estabelecimentos, para 
industrialização ou revenda. (esse é o caso em que um estabelecimento 
industrial fica equiparado a industrial). 
Note que o mais comum é a equiparação do atacadista. No entanto, a equiparação 
alcança também o varejista nos seguintes casos: 
- quando recebe diretamente da repartição que os liberou, produtos importados por 
outro estabelecimento da mesma firma; 
- quando comercializa produtos que tenha encomendado a industrialização; 
- quando comercializa importados por encomenda ou por sua conta e ordem, 
por intermédio de pessoa jurídica importadora. 
Podem ser equiparados a industrial, por opção: 
• os estabelecimentos comerciais de bens de produção; e 
• as cooperativas que se dedicarem à venda em comum de bens de produção, 
recebidos de seus associados para comercialização. 
 
3.11. Domicílio 
 
D
O
M
IC
ÍL
IO
 T
R
IB
U
T
Á
R
IO
 
PJ de direito privado lugar do estabelecimento 
PJ de direito público lugar da situação da repartição 
Comerciante ambulante 1. a sede de seus negócios 
2. se não for possível: o local de sua residência 
habitual 
3. se residência é incerta ou desconhecida: o lugar 
onde exerce a atividade 
Pessoa natural que não 
comerciante ambulante 
1. o local de sua residência habitual 
2. se residência é incerta ou desconhecida: o 
centro habitual de sua atividade 
Regra subsidiária 
(quando não couber a aplicação 
das regras acima) 
lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos 
atos ou fatos que deram origem à obrigação. Recusa da autoridade fiscal 
(quando o domicílio eleito 
impossibilite ou dificulte a 
arrecadação ou a fiscalização) 
 
1 MP, PI e ME: matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem. 
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3.12. Base de cálculo 
Segundo o CTN, a base de cálculo do IPI pode ser assim definida pelo legislador 
ordinário: 
• no caso da importação, é o valor que serve de base para o imposto de 
importação, acrescido do montante: 
o do imposto sobre a importação; 
o das taxas exigidas para entrada do produto no País; 
o dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele 
exigíveis; 
• no caso das saídas de produtos industrializados de estabelecimento 
contribuinte do imposto: 
o é o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; ou 
o na falta de valor da operação, é o preço corrente da mercadoria, ou sua 
similar, no mercado atacadista da praça do remetente; 
• no caso de produto industrializado apreendido ou abandonado e levado a leilão, 
o preço da arrematação. (sabemos que a respectiva hipótese de incidência não 
foi instituída pelo legislador do IPI) 
Nos termos do art. 190 do RIPI, salvo disposição em contrário, constitui valor 
tributável: 
• dos produtos de procedência estrangeira: 
o o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos 
aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do 
montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos 
pelo importador ou dele exigíveis; e 
o o valor total da operação de que decorrer a saída do estabelecimento 
equiparado a industrial; ou 
• dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a saída do 
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. 
Sobre o valor da operação é importante registrar que: 
- compreende o preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais 
despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou 
destinatário; 
- dele não podem ser deduzidos os descontos, diferenças ou abatimentos, 
concedidos a qualquer título, ainda que incondicionalmente. 
VALOR TRIBUTÁVEL NO RECONDICIONAMENTO DE PRODUTOS USADOS 
O imposto incidente sobre produtos usados que sofrem processo de industrialização 
na modalidade renovação ou recondicionamento, tem como base de cálculo a 
diferença de preço entre a aquisição e a revenda. 
Por exemplo: 
- Aquisição do produto usado: R$ 5.000 
- Venda do produto usado recondicionado: R$ 15.000 
- Alíquota do IPI sobre o produto: 20% 
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- IPI incidente sobre partes utilizadas na operação de recondicionamento (outros 
produtos, que não o próprio produto usado): R$ 250 
Apuração do Imposto a pagar 
Débito de IPI: BC x Alíquota = (R$ 15.000 - R$ 5.000) x 20% = R$ 2.000 
Crédito: R$ 250 
IPI a pagar: R$ 1.750 
 
3.13. Créditos 
Principais hipóteses de crédito da não-cumulatividade do IPI: 
• imposto destacado na NF, relativo a MP, PI ou ME adquiridos para emprego 
na industrialização de produtos tributados. Por isso, não há direito a crédito na 
aquisição de produtos isentos ou beneficiados com alíquota zero; 
• imposto pago no desembaraço aduaneiro; 
• imposto relativo a MP, PI ou ME adquiridos de comerciante atacadista não 
contribuinte, calculado pelo adquirente, mediante aplicação da alíquota a que 
estiver sujeito o produto, sobre 50% do seu valor, constante da respectiva nota 
fiscal; 
• imposto relativo a produtos tributados recebidos em devolução ou retorno, total 
ou parcial. 
Pontos muito importantes para levar para a prova: 
• A aquisição de insumos isentos e tributados à alíquota 0% não dá direito a crédito. 
• A saída de produtos isentos ou tributados à alíquota zero não implica anulação do 
crédito relativo aos insumos tributados que foram empregados na sua produção. 
• A saída de produtos destinados à exportação para o exterior, saídos com 
imunidade, também não implica anulação do crédito. 
• As aquisições de MP, PI ou ME de estabelecimentos optantes pelo Simples Nacional 
não dão direito ao crédito do imposto. 
UTILIZAÇÃO DOS CRÉDITOS 
Os créditos da não cumulatividade são utilizados mediante dedução do imposto 
devido pelas saídas de produtos. Essa é a utilização básica dos créditos. 
Se num período de apuração, do confronto de débitos e créditos resultar saldo credor, 
este saldo pode ser: 
• transferido para utilização no período seguinte como dedução dos débitos 
relativos a saídas de produtos; ou 
• objeto de compensação (CTN, art. 170) ou de pedido de ressarcimento em 
dinheiro, quando acumulado em cada trimestre-calendário. 
 
3.14. (Produtos) Não Tributados 
Podemos agrupar os produtos relacionados na TIPI com a notação NT em três 
categorias: 
• produtos naturais (animais, vegetais e minerais) em estado bruto, sem que 
tenham passado por qualquer processo de elaboração. 
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Exemplos: galos e galinhas vivos (0105.11), couve-flor fresca ou refrigerada 
(0704.10.00), sulfato de bário natural (baritina) (2511.10.00); 
• produtos industrializados imunes ao IPI. 
Exemplos: Derivados de petróleo: gasolinas (2710.11.5), querosenes 
(2710.19.1), óleo lubrificante (2710.19.3); os minerais do País, beneficiados; 
os livros (49.01), os jornais e os periódicos (49.02); a energia elétrica 
(2716.00.00). 
• produtos industrializados que o legislador ordinário não quis tributar. 
Exemplos: moedas (71.18); cal viva (2522.10.00). 
 
3.15. Suspensão 
A suspensão de que trata o RIPI não se confunde com a suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário, prevista no art. 151 do CTN. 
Com a suspensão do IPI, apesar de ocorrido o fato gerador, o sujeito passivo fica 
dispensado de destacar na NF o imposto relativo à operação. 
A própria obrigação tributária fica suspensa até que se cumpra a condição a que 
estiver subordinada a hipótese. Cumprida a condição, resolve-se a obrigação 
tributária suspensa, ou seja, o imposto relativo à operação realizada não mais será 
exigido. 
Caso a condição não seja cumprida, quem deu causa ao descumprimento fica 
responsável pelo pagamento do imposto, que se torna devido desde a ocorrência do 
fato gerador (desembaraço aduaneiro ou saída do estabelecimento contribuinte). 
As hipóteses de suspensão estão listadas principalmente no art. 43 (leia esse artigo!). 
Seguem alguns casos: 
• o óleo de menta em bruto, produzido por lavradores, com emprego do produto 
de sua própria lavoura, quando remetido a estabelecimentos industriais, 
diretamente ou por intermédio de postos de compra; 
• os produtos remetidos pelo estabelecimento industrial, ou equiparado a 
industrial, diretamente a exposição em feiras de amostras e promoções 
semelhantes; 
• os produtos remetidos pelo estabelecimento contribuinte a depósitos 
fechados ou armazéns-gerais, bem como aqueles devolvidos ao remetente; 
• as MP, PI e ME destinados à industrialização por encomenda, desde que os 
produtos industrializados sejam enviados ao estabelecimento remetente 
daqueles insumos; 
• as MP ou os PI remetidos por estabelecimento industrial, para emprego em 
operação industrial realizada fora desse estabelecimento, quando o 
executor da industrialização for o próprio contribuinte remetente daqueles 
insumos. 
3.16. Isenção 
As isenções do imposto têm natureza de benefício fiscal. Podem ser subordinadas a 
condição ou não (por exemplo, a isenção de caixões funerários é incondicionada). 
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Se a isenção estiver subordinada a condição (por exemplo, na hipótese específica, o 
automóvel adquirido com isenção tem que ser utilizado como táxi). Nesse caso, vale a 
regra de responsabilidade pelo pagamento do imposto a quem der causa ao 
descumprimento. 
Além disso, as isenções do IPI podem ser objetivas ou subjetivas. Como regra, são 
objetivas (Art. 50. Salvo expressa disposição em lei, as isenções do imposto referem-
se ao produto e não ao contribuinte ou adquirente). 
As hipóteses de isenção estão listadas nos arts. 54, 55 e 61 do RIPI (leia esses 
artigos!). Seguem alguns casos: 
• os produtos industrializados por instituições de educação ou de assistência 
social, quando se destinarem, exclusivamente, a uso próprio ou a distribuição 
gratuita a seus educandos ou assistidos, no cumprimento de suas finalidades; 
• produtos nacionais saídos dos estabelecimentos industriais ou equiparados a 
industrial diretamente para lojas francas; 
• veículo de fabricação nacional adquirido por funcionário das missões 
diplomáticas acreditadas junto ao Governo Brasileiro; 
• os bens de informática destinados à coleta eletrônica de votos, fornecidos 
diretamente ao Tribunal Superior Eleitoral; 
• automóvel de fabricação nacional destinado a uso na categoria de aluguel 
(táxi), e os adquiridos por pessoas portadoras de deficiência física. 
 
3.17. Redução e majoração do imposto 
Conteúdo abordado no item relativo ao princípio da legalidade. 
 
3.18. Período de apuração 
É mensal o período de apuração do imposto incidente nas saídas dos produtos do 
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, inclusive no caso de 
microempresas e empresas de pequeno porte não optantes pelo Simples Nacional 
(RIPI, art. 259). 
Isso não se aplica ao IPI incidente no desembaraço aduaneiro dos produtos 
importados, que deve ser apurado e recolhido a cada operação de importação, antes 
da saída do produto da repartição que processar o despacho (RIPI, arts. 259, § 1º e 
262, inciso I). 
 
3.19. Apuração do imposto 
O valor do débito do imposto deve ser calculado mediante aplicação das alíquotas 
previstas na TIPI sobre o valor tributável dos produtos, sem prejuízo de outras formas 
de apuração previstas em legislação específica (RIPI, art. 189). 
Valor a recolher: 
• em relação às saídas do estabelecimento contribuinte, é o resultante do 
confronto de débitos e créditos do mesmo período (DÉBITOS – CRÉDITOS). 
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• na importação, é o resultante do cálculo do imposto na declaração de 
importação no SISCOMEX (Não há que se falar em desconto de créditos na 
importação). 
 
3.20. IPI na importação 
O tema deste item se encontra diluído em vários outros. Aqui cabe destacar alguns 
aspectos que contam apenas no Regulamento Aduaneiro 
O IPI vinculado não incide sobre: 
• mercadoria estrangeira que, corretamente descrita nos documentos de 
transporte, chegar ao País por erro inequívoco ou comprovado de 
expedição, e que for redestinada ou devolvida para o exterior; 
• mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e que se destine 
a reposição de outra anteriormente importada que se tenha revelado, 
após o desembaraço aduaneiro, defeituosa ou imprestável para o fim a 
que se destinava. 
O IPI vinculado também não incide sobre embarcações construídas no Brasil e 
transferidas por matriz de empresa brasileira de navegação para subsidiária integral 
no exterior, que retornem ao registro brasileiro, como propriedade da mesma 
empresa nacional de origem. 
 
3.21. Lançamento 
Sobre o lançamento, ainda que em linhas gerais, podemos destacar os seguintes 
aspectos: 
• regra: lançamento por homologação; 
• lançamento por homologação pressupõe a prática de atos de iniciativa do 
sujeito passivo e a realização do pagamento antecipado do imposto; 
• atos de iniciativa do sujeito passivo: classificação do produto, cálculo do 
imposto e o destaque na nota fiscal ou a indicação de seu valor na 
declaração de importação; 
• se o sujeito passivo não praticar os atos que dele se espera, ou os praticar 
de forma divergente daquela prevista na legislação tributária, o imposto é 
lançado de ofício; 
• em qualquer caso, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato 
gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que 
posteriormente modificada ou revogada. 
Ainda sobre o lançamento, é importante que você leia o inciso I do art. 182 do RIPI, 
relacionando suas hipóteses com as previstas no art. 36 (ocorrência do fato gerador). 
 
3.22. Recolhimento 
O recolhimento do imposto deve ser efetuado por meio de DARF, de acordo com os 
seguintes prazos: 
• antes da saída do produto da repartição que processar o despacho, nos casos 
de importação; 
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• atéo 10º dia do mês subsequente ao de ocorrência dos fatos geradores, nos 
casos dos produtos classificados no Código 2402.20.00 da TIPI (cigarros); ou 
• até o 25º dia do mês subsequente ao de ocorrência dos fatos geradores, no 
caso dos demais produtos. (REGRA GERAL) 
 
3.23. Rotulagem e marcação de produtos 
Antes de sua saída do estabelecimento, os fabricantes são obrigados a rotular ou 
marcar seus produtos e os volumes que os acondicionarem, utilizando o idioma 
nacional e indicando: 
• a firma, o CNPJ e o endereço do estabelecimento; 
• a expressão "Indústria Brasileira", com destaque e em caracteres bem visíveis; 
Essa informação pode ser dispensada da rotulagem ou marcação das bebidas 
alcoólicas, importadas em recipientes de capacidade superior a um litro e que 
sejam reacondicionadas no Brasil, no mesmo estado ou após redução do seu 
teor alcoólico. 
• outros elementos que forem considerados necessários à perfeita classificação 
fiscal e controle dos produtos. 
A obrigação de rotular ou marcar produtos e volumes que os acondicionarem também 
alcança o encomendante no caso de produtos cuja industrialização haja sido realizada 
por outro estabelecimento. 
A falta de rotulagem, marcação ou numeração, quando exigidas, importa em 
considerar o produto como não identificado com o descrito nos documentos fiscais 
(hipótese de lançamento de ofício). 
DISPENSA DE ROTULAGEM OU MARCAÇÃO (entre outros casos): 
• as peças e acessórios de veículos automotores, adquiridos para emprego pelo 
próprio estabelecimento adquirente, na industrialização desses veículos; 
• as peças e acessórios empregados, no próprio estabelecimento industrial, na 
industrialização de outros produtos; 
• as antiguidades, assim consideradas as de mais de 100 anos. 
 
3.24. Selos de controle 
Medida de controle adicional sobre certos produtos industrializados, que não dispensa 
a rotulagem ou marcação dos produtos. 
Falta do selo: produto é considerado como não identificado com o descrito nos 
documentos fiscais (lançamento de ofício). 
A quantidade de selos deve ser controlada pelo estabelecimento no Livro Registro de 
Entrada e Saída do Selo de Controle. 
Se a contagem física revelar falta ou o excesso de selos em relação à quantidade que 
estiver escriturada no Livro: 
• havendo falta de selos, presume-se que produtos selados saíram do 
estabelecimento sem emissão da respectiva de nota fiscal; ou 
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• havendo excesso de selos, presume-se que produtos saíram do 
estabelecimento sem aplicação do selo. 
3.25. Registro Especial 
É exigência destinada a controlar estabelecimentos que importam, fabricam ou 
comercializam papel imune, bebidas alcoólicas ou cigarros. 
Não estão obrigadas ao Registro Especial as lojas francas que efetuarem a 
importação de cigarros ou de bebidas sujeitas ao selo de controle, para venda em 
suas dependências. 
3.26. Cigarros 
Exportação Deve ser feita pelo respectivo estabelecimento industrial, 
diretamente para o importador no exterior. 
Cigarros destinados à exportação não podem ser vendidos nem 
expostos à venda no País. 
Cigarros nacionais destinados à exportação que forem encontrados 
no País são considerados produtos estrangeiros introduzidos 
clandestinamente no território nacional. 
Importação Cigarros de procedência estrangeira são selados de pelo fabricante 
no exterior. 
Outras obrigações 
acessórias relativas à 
fabricação de cigarros 
• proibição de industrialização de cigarros por encomenda; 
• controle sobre o fornecimento de papel para cigarros; e 
• obrigação de instalação de equipamentos contadores de 
produção. 
3.27. Bebidas 
Remessa de bebidas 
alcoólicas ao comércio 
varejista 
 
Somente podem ser remetidas ao comércio varejista, expostas à 
venda ou vendidas no varejo, acondicionadas em recipientes de 
capacidade máxima de 1 litro. 
É vedado ao estabelecimento comercial varejista receber bebidas 
em desacordo com essa vedação. 
Entre outras bebidas, estão excluídas da vedação: 
• águas, refrigerantes e cervejas; 
• vinhos e outras bebidas fermentadas; e 
• uísques. 
Exportação Deve ser feita pelo respectivo estabelecimento industrial, 
diretamente para o importador no exterior. 
Bebidas alcoólicas destinadas à exportação que forem encontradas 
no País são consideradas produtos estrangeiros introduzidos 
clandestinamente no território nacional. 
 
Boa sorte na prova! 
 
Murillo Lo Visco 
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