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Temas avançados - Constitucional - 4

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MANDADO DE SEGURANÇA
Professor: Sylvio Motta
*Montesquieu já ensinou que a tendência do homem no poder é abusar
e que a única forma de conter o abuso é contrapor poder com poder,
donde se criou o sistema de poderes independentes e o famoso
mecanismo dos freios e contrapesos. Qualquer limitação do uso do
mandado de segurança suscita dúvida sobre a constitucionalidade da
limitação e põe em risco o sistema através do qual o abuso do poder é
evitado, já que este writ é um dos mais eficientes métodos para evitar os
excessos do detentor ocasional do poder.
MANDADO DE SEGURANÇA
* “É o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou
jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecida
por lei, para a proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão,
por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as
funções que exerçam”.
* Hely Lopes Meirelles
MANDADO DE SEGURANÇA
CONCEITO
* Quatro são, pois, os requisitos para a utilização do mandado de segurança, que
serão trabalhados ao longo da explanação:
* ato comissivo ou omissivo de autoridade pública ou de particular que exerça
atribuições próprias do Poder Público;
* ilegalidade ou abuso de poder;
* lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo;
* objeto residual.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
*Visa à proteção de direito líquido e certo em face de ilegalidade ou
abuso de poder onde o responsável seja autoridade pública ou agente
de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (artigo
5º, LXIX da Constituição da República).
*Devidamente regulamentado pela Lei no 12.016/2009.
MANDADO DE SEGURANÇA
FUNDAMENTO
*Súmula nº101 do STF: “O mandado de segurança não substitui a
ação popular”.
* O direito às informações pessoais é protegido por habeas data, mas o 
direito às certidões sobre tais informações é defendido no mandado de 
segurança.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
NATUREZA RESIDUALNATUREZA RESIDUAL
*“É o que se apresenta manifesto na sua existência,
delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no
momento da impetração”.
*Hely Lopes Meirelles
(S 02/Q 03)
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
CONCEITO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTOCONCEITO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO
*Apesar da expressão consagrada – direito líquido e certo –, os atributos
de liquidez e certeza não se referem à matéria jurídica, ao próprio
direito, mas sim aos fatos alegados como seu fundamento.
*Assim, direito líquido e certo, para fins de mandado de segurança, é
aquele baseado em fatos incontestáveis, comprovados de pronto pelo
impetrante por meio de documentos apresentados na interposição da
ação, mesmo que existam divergências sobre a matéria jurídica em
discussão ou que ela seja caracterizada por grande complexidade.
MANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇA
CONCEITO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTOCONCEITO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO
*Por exemplo, se uma lei cria certo tributo e autoriza sua cobrança pelo
lançamento, pode o contribuinte impugnar a exação por entender que ela
afronta o princípio do não confisco. Inegavelmente, será intensa a
discussão acerca da constitucionalidade ou não do tributo, uma vez que o
princípio em questão é de extrema subjetividade, mas não resta dúvida
de que cabe mandado de segurança na hipótese, pois o fato é
incontroverso, comprovável de plano no início da ação: o fato é o
lançamento do tributo que o contribuinte entende como inconstitucional,
e sua comprovação se dará pela apresentação do documento onde conste
o lançamento realizado pela autoridade fiscal.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
CONCEITO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTOCONCEITO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO
* A necessidade de certeza quanto aos fatos ocorridos traz
como consequência a inexistência, como regra geral, da
fase probatória no mandado de segurança. Este remédio
constitucional exige a chamada prova pré-constituída, assim
considerada aquela já apresentada com a petição inicial, não
sendo produzida durante o transcurso de uma instrução
probatória. (S 03/Q 03)
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
CONCEITO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTOCONCEITO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO
*O mandado de segurança é uma ação constitucional, de natureza civil.
*Segundo o STF, sua natureza civil não impede o ajuizamento de
mandado de segurança em matéria criminal, inclusive contra ato de juiz
criminal, praticado no processo penal.
*A Lei no 12.016/09, após trazer algumas regras processuais, determina
a aplicação subsidiária das regras do Código de Processo Civil.
MANDADO DE SEGURANÇA
NATUREZA JURÍDICA
* O prazo para interposição de mandado de segurança é de 120 dias,
iniciando seu transcurso na data em que o interessado tiver
conhecimento oficial do ato a ser impugnado. Na contagem do prazo
aplicam-se as regras do Código de Processo Civil, excluindo-se o dia
de início e incluindo-se o de vencimento, prorrogando-se o final do
prazo para o dia útil imediatamente posterior, se o último dia do prazo
recair em dia não-útil.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
PRAZOPRAZO
* O prazo para a impetração, à evidência, não se aplica ao mandado
preventivo, pois, nesta hipótese, nenhum ato concreto foi ainda
praticado, logo, não há qualquer marco para se fixar o início do
transcurso do prazo. Se houver a concretização da omissão ou ação
abusiva ou ilegal, inicia-se o transcurso do prazo, mas para a
impetração do mandado de segurança repressivo.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
PRAZOPRAZO
* Segundo a firme jurisprudência do STF, a natureza do prazo para a
impetração do mandado de segurança é decadencial, de modo que, uma vez
iniciado, não admite suspensão ou interrupção. A Corte, na Súmula no 430,
declarou que eventual pedido de reconsideração na via administrativa não
interrompe o prazo para a interposição do mandado de segurança. Porém, não
corre o prazo decadencial em caso de interposição do mandado de segurança
perante juízo incompetente, caso em que, uma vez declarada pelo juízo sua
incompetência, pode o impetrante impetrar novamente o mandado perante o
juízo competente, dentro do restante do prazo decadencial.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
PRAZOPRAZO
* Nas hipóteses em que a lei fixa prazo para a autoridade administrativa
praticar certo ato de ofício, independentemente de pedido do administrado, o
prazo para a interposição do mandado de segurança inicia-se na data em que
escoar o prazo legal para a produção do ato administrativo. E, em se tratando
de atos de trato sucessivo, como pagamentos mensais de remuneração, o
prazo para a interposição do mandado renova-se a cada ato.
* Também de acordo com o STF, em caso de séria dúvida quanto à data de
início do prazo, deve-se resolvê-la a favor do impetrante.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
PRAZOPRAZO
*O impetrante do mandado de segurança é o titular do direito
líquido e certo não protegido por habeas corpus ou habeas data.
*Possuem legitimidade para impetrar mandado de segurança:
* a) As pessoas físicas ou jurídicas em geral, sejam nacionais ou
estrangeiras, sejam ou não domiciliadas no Brasil.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
SUJEITO ATIVOSUJEITO ATIVO
* b) As universalidades reconhecidas por lei que, apesar de não
gozarem de personalidade jurídica, têm reconhecida pelo ordenamento
jurídico a capacidade processual, para atuarem em juízo na defesa de
seus direitos. Podemos citar, como exemplos de universalidades que se
amoldam à definição o espólio, o condomínio de apartamentos, a
sociedade de fato e a massa falida.
MANDADOMANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
SUJEITO ATIVOSUJEITO ATIVO
* c) Os órgãos públicos independentes, na defesa de suas
prerrogativas e atribuições: órgãos públicos, genericamente falando,
são meros centros de competência sem personalidade jurídica, cuja
atuação é imputada à entidade política ou administrativa que integram.
Esta, a entidade, é um ente com personalidade jurídica, capaz,
portanto, de, em nome próprio, adquirir direitos e contrair obrigações.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
SUJEITO ATIVOSUJEITO ATIVO
* ÓRGÃOS PÚBLICOS NÃO POSSUEM CAPACIDADE PROCESSUAL
* Essa regra só é excepcionada no caso do mandado de segurança, e apenas para
uma categoria especifica de órgãos públicos: os órgãos independentes, que são os
órgãos representativos dos Três Poderes, bem como o Ministério Público e os Tribunais
de Contas. Como exemplo de tais órgãos independentes temos as chefias do Poder
Executivo, as Mesas do Congresso, o Senado, a Câmara, as Assembleias Legislativas e
o Ministério Público.
* Tais órgãos, e apenas eles, possuem capacidade processual para impetrar mandado de
segurança na defesa de suas prerrogativas e atribuições, quando estas estão sendo
desrespeitadas por outro ente qualquer, órgão ou entidade.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
SUJEITO ATIVOSUJEITO ATIVO
d) Os agentes políticos, na defesa de suas atribuições e prerrogativas: os
agentes políticos são aqueles atuam nos órgãos independentes, sendo suas
competências outorgadas pela própria Constituição e exercidas com
independência funcional.
* Quanto ao Ministério Público, o STF já teve oportunidade de afirmar que os
seus membros que atuam em primeira instancia judicial têm legitimidade para a
interposição de mandado de segurança, nos processos em que atuem, quando
entenderem que o magistrado de primeiro grau está por ação ou omissão
violando direito líquido e certo, devendo a impetração ser feita perante o
respectivo Tribunal local (HC no 69.802-6).
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
SUJEITO ATIVOSUJEITO ATIVO
*A autoridade coatora em mandado de segurança sempre é a própria
pessoa física, o indivíduo que atou ilegal ou abusivamente, jamais o
órgão em que atua ou a entidade em nome do qual atua.
*Nada obsta que a entidade interessada, em qualquer fase do processo,
ingresse na ação na qualidade de litisconsorte, por meio de seu
representante judicial, uma vez que suportará o ônus da decisão
proferida no mandado de segurança. Jamais será ela a autoridade
coatora, e sim o seu agente.
MANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇA
SUJEITO PASSIVOSUJEITO PASSIVO
*Podem ser sujeitos passivos na ação, num primeiro plano, toda e
qualquer autoridade pública, seja qual o Poder em que ela atue e
seja qual for a esfera de Governo a que pertença, compreendidas
no conceito todas as autoridades da Administração direta e
indireta (autarquias, empresas públicas, fundações públicas e
sociedades de economia mista).
MANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇA
SUJEITO PASSIVOSUJEITO PASSIVO
*Num segundo plano, podem responder em mandado de
segurança os agentes de entidades privadas que desempenhem
atribuições típicas do Poder Público, exclusivamente no que toca a
tais atribuições. Essencialmente, aqui estão compreendidos os
agentes das pessoas jurídicas privadas delegatárias de serviço
público, ou seja, as concessionárias, permissionárias e
autorizatárias de serviços públicos, que exercem atividade
tipicamente pública em virtude de delegação de poderes efetuada
pelo Poder Público, por contrato ou ato unilateral.
MANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇA
SUJEITO PASSIVOSUJEITO PASSIVO
*É de fundamental importância a definição da autoridade
coatora, pois é a partir da sua qualificação que será definida a
competência para o julgamento do mandado de segurança.
*A jurisprudência e a doutrina, face à ausência de regramento legal na
matéria, já fixaram o entendimento nessa situação: autoridade coatora,
para fins de mandado de segurança, é aquela que, munida de poder
decisório, produz ou ordena concretamente a produção (ou a não
produção) do ato impugnado.(S 02/Q 02) e (S 03/Q 04)
MANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇA
SUJEITO PASSIVOSUJEITO PASSIVO
* a) autoridade coatora no caso de delegação de competência: a
legitimidade passiva para responder em mandado de segurança é da
autoridade delegada, não da autoridade delegante. A autoridade
delegante é aquela que transitoriamente transfere à autoridade
delegada o exercício de certa competência que a lei lhe conferiu.
* “Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada,
contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.”
Súmula 510 do STF
MANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇA
SUJEITO PASSIVOSUJEITO PASSIVO
* b) autoridade coatora nos órgãos colegiados: para fins de mandado
de segurança considera-se autoridade coatora o Presidente do órgão
colegiado, mesmo se o ato impugnado tiver sido praticado
conjuntamente por todos os membros do órgão;
* c) autoridade coatora nos atos complexos: nesse contexto, atos
complexos são aqueles para cuja produção concorre mais de uma
autoridade. Logo, todas as autoridades que participaram da produção
do ato complexo impugnado são consideradas autoridade coatora;
MANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇA
SUJEITO PASSIVOSUJEITO PASSIVO
* d) autoridade coatora nos atos compostos: nesse contexto, atos
compostos são aqueles cujo conteúdo é definido por uma autoridade –
dita principal –, mas que se sujeitam à aprovação, homologação ou
ratificação de outra para adquirirem eficácia. Considera-se que nesses
atos a autoridade coatora é somente a autoridade principal. (S 03/Q
01)
MANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇA
SUJEITO PASSIVOSUJEITO PASSIVO
* Dois critérios:
a) a qualificação da autoridade coatora (federal, estadual, distrital ou
municipal); e
b) a hierarquia desta autoridade. Não há alteração de competência em
caso de elevação funcional da autoridade durante o transcorrer do
mandado de segurança.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
* Nas ações judiciais ordinárias movidas contra o Poder Público a
competência é definida não a partir de qualificações pessoais da
autoridade envolvida, mas com base na espécie e nível de governo da
entidade, seja política ou administrativa (empresa pública federal,
Município, autarquia estadual e assim por diante). No mandado de
segurança, a competência, grosso modo, é definida pela qualificação e
hierarquia da autoridade coatora, desprezando-se as
características próprias da entidade.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
* Para fins ilustrativos, imaginemos que o Procurador-Geral da República, no
exercício de funções administrativas, ilegalmente negou certo documento a
uma empresa, impedindo-a, em função disso, de praticar certo ato, em
consequência do que a empresa suportou um prejuízo de R$ 10.000,00.
* Se a empresa quiser obter o documento ilegalmente negado pelo chefe do
Ministério Público da União mediante a interposição de um mandado de
segurança, deverá fazê-lo perante o STF, a quem compete o julgamento dos
mandados de segurança interpostos contra esta autoridade.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
Ao contrário, se a empresa quiser obter a reparação dos prejuízos oriundos da negativa
do documento, mediante a interposição da devida ação indenizatória, deverá instaurá-la
perante a Justiça Federal de primeira instância, pois é desta a competência originária
para o julgamento das ações indenizatórias movidas contra a União (lembrando que o
MPU é um órgão independente, integrante da estrutura desta entidade política).
O quereleva, assim, ressaltar é que a competência, no caso da ação indenizatória (bem
como das demais ações ordinárias), é definida a partir da qualificação da própria
entidade (no caso, a União), ao passo que, para o mandado de segurança, geralmente
definimos a competência pelas características da autoridade coatora.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
A) É de competência do STF processar e julgar, originariamente, o
mandado de segurança contra atos do Presidente da República, das
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio
Supremo Tribunal Federal (CR, art. 102, I, d).
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
B) É de competência do STJ processar e julgar, originariamente, o
mandado de segurança contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio
Tribunal (CR, art. 105, I, b).
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
C) É de competência da Justiça do Trabalho processar e julgar os
mandados de segurança quando o ato questionado envolver matéria
sujeita à sua jurisdição (CR, art. 114, IV, acrescentado pela EC no
45/2004).
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
D) É de competência dos TRFs processar e julgar, originariamente, o
mandado de segurança contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal
(CR, art. 108, I, c).
E) É de competência dos juízes federais processar e julgar o mandado de
segurança contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de
competência dos demais tribunais federais. (S 03/ Q 02)
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
F) A competência da Justiça Estadual é definida pelos próprios Estados,
respeitadas as regras de competência prescritas na Constituição (CR, art.
125).
* Caso a União, uma de suas empresas públicas ou autarquias intervir
em mandado de segurança processado originalmente perante a Justiça
Estadual, sua presença no feito acarreta seu deslocamento para a
Justiça Federal.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
* g) Todos os Tribunais têm competência originária para julgar os
mandados de segurança interpostos contra seus atos, aqueles
produzidos por seus respectivos presidentes ou por seus órgãos
colegiados (Seções, Câmaras, Turmas). Desse modo, cabe ao próprio
TJ o julgamento de mandado de segurança interposto contra ato
praticado pelo Tribunal, por suas Turmas ou Câmaras ou por seu
presidente, sendo tal raciocínio válido para todos os demais Tribunais
integrantes da estrutura do Poder Judiciário.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
* h) Segundo o STF, os mandados de segurança propostos contra atos de
Turma Recursal de Juizado Especial são julgados pela própria Turma
(MS no 24.691, de 04/12/2003).
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
COMPETÊNCIACOMPETÊNCIA
* Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada,
persistirão até a prolação da sentença (Lei 12.016. Art. 7º, § 3o ).
* Uma vez prolatada a decisão de mérito, cessam os efeitos da
medida liminar, em qualquer hipótese. Se a decisão de mérito foi
pelo provimento do mandado, a liminar é por ela absorvida, não
havendo necessidade de sua manutenção; se foi pelo não
provimento, a decisão acarreta a extinção da liminar, por
incompatibilidade.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINARCONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR
* É indiscutível a possibilidade de concessão de liminar pelo
magistrado competente para a apreciação da ação, desde que
configurados os dois pressupostos para a concessão de
qualquer medida desta natureza, a saber, o fumus boni iuris e
o perciculum in mora.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINARCONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR
* Embora haja entendimento doutrinário no sentido de que, em
caso de decisão de mérito denegatória, é indispensável
manifestação expressa do magistrado quanto à cessação de
efeitos da liminar, implicando a ausência dessa manifestação a
manutenção dos seus efeitos, não foi esse o entendimento do STF
na matéria, que na Súmula no 405 asseverou que “denegado o
mandado de segurança, ou no julgamento do recurso dela
interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os
efeitos da decisão contrária”.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINARCONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR
* Podem propor o pedido de cassação da liminar a entidade à
qual a autoridade coatora está vinculada, que será
diretamente afetada pela decisão, bem como as pessoas e
entidades de direito privado sobre as quais também incidam
os efeitos da medida.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINARCONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR
* Se o Presidente do Tribunal mantiver a liminar, seu despacho é
irrecorrível (STF; Súmula no 506). Se sua decisão for pela
cassação da liminar, contra ela cabe agravo sem efeito suspensivo
para o Tribunal, no prazo de dez dias.
* Em caso de cassação da liminar pelo Presidente do Tribunal, uma
eventual decisão de mérito concessiva da segurança ficará com
seus efeitos automaticamente suspensos até o respectivo trânsito
em julgado.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINARCONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR
* É vedada a concessão de medida liminar:
· em ações judiciais que visem a obter liberação de mercadorias, bens ou coisas de
procedência estrangeira;
· que tenha por objeto a compensação de créditos tributários;
· em mandados de segurança que visem à reclassificação ou equiparação de
servidores públicos, ou à concessão de aumento ou extensão de vantagens;
· para pagamento de vencimentos ou vantagens pecuniárias a servidores da União,
dos Estados ou dos Municípios e de suas autarquias.
MANDADO MANDADO DE SEGURANÇADE SEGURANÇA
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINARCONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR
*O mandado de segurança repressivo tem por objetivo fazer cessar
uma violação a direito liquido e certo já perpetrada pela autoridade
coatora. A autoridade coatora, por ação ou omissão, já se conduziu de
forma ilegal ou abusiva, ofendendo o direito liquido e certo do
impetrante, e o mandado é interposto para impedir a continuidade
dessa violação.
MANDADO DE SEGURANÇA
ESPÉCIES
*O mandado de segurança preventivo, por sua vez, tem por finalidade
impedir a lesão a direito líquido e certo do impetrante. Ao contrário
do mandado de segurança repressivo, que é interposto após a lesão
para fazê-la cessar, o mandado de segurança preventivo busca impedir
que a ameaça de lesão transforme-se em uma efetiva lesão. Nesse
caso, não há ainda um efetivo ato lesionando direito líquido e certo,
mas há um risco real, uma ameaça concreta, de que isto venha a
ocorrer, o que justifica a interposição do mandado de segurança.
MANDADO DE SEGURANÇA
ESPÉCIES
- Em linhas genéricas, que o mandado de segurança é passível de interposição
contra:
A) ações ou omissões ilegais ou abusivas;
B) de autoridades públicas ou agentes de entidades privadas que exerçam
atribuições próprias do Poder Público;
C) no que se refere às situações em que a atuação se deu no âmbito de
atribuições próprias do Poder Público. É isso que se entende por ato de
autoridade para fins de impetração de mandado de segurança.
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE CABIMENTO
A) Atos Típicos de Processo Legislativo: os atos praticados pelos
membros do Poder Legislativo durante o processo de elaboração das leis
em geral (emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias,
decretos legislativos, medidas provisórias etc.), quandoafrontosos à
Constituição ou ao Regimento Interno da respectiva Casa Legislativa,
podem ser impugnados pelos parlamentares integrantes da Casa
mediante a interposição de mandado de segurança, pois eles têm direito à
tramitação de um processo legislativo em conformidade com a
Constituição e os atos normativos primários que o regulam;
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE CABIMENTO
B) Leis de Efeitos Concretos: que são aquelas desprovidas de generalidade e
abstração, que já regulam concretamente certas situações, com destinatários
certos ou determinados. Têm, pois, conteúdo de ato administrativo, visto que
são desprovidas de normatividade, generalidade e abstração, e visam regular
situações específicas. Assim, a lei de efeito concreto é um ato produzido
segundo as regras do processo legislativo (portanto, tem a forma de lei), mas
que tem conteúdo típico de ato administrativo, pois aplica-se a uma hipótese
específica, atingindo destinatários determinados. Uma lei que declare um
imóvel de utilidade pública para fins de desapropriação é exemplo de lei de
efeito concreto;
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE CABIMENTO
* C) Atos Administrativos: manifestações unilaterais de vontade do Poder
Público ou daqueles que exercem atribuições tipicamente públicas, são os
atos que ensejam a maioria das impetrações de mandado de segurança.
* Destarte, os atos das autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, produzidos no exercício da função administrativa (bem como suas
omissões) com ilegalidade ou abuso de poder, sejam vinculados ou
discricionários, justificam plenamente a interposição de mandado de
segurança quando ferem ou ameaçam ferir direito líquido e certo dos
administrados;
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE CABIMENTO
* D) Atos Jurisdicionais: pelos quais os membros do poder Judiciário,
monocrática ou coletivamente, aplicam o Direito aos casos em concreto, são
passíveis de impugnação via mandado de segurança, desde que não exista
recurso judicial específico contra a decisão que se pretende impugnar, ou que,
mesmo havendo recurso, não seja ele dotado de efeitos suspensivos.
* Deste modo, as sentenças, acórdãos e decisões interlocutórias proferidas nas
mais diversas matérias (Direito Civil, Empresarial, do Trabalho, Penal etc.),
no âmbito da Justiça Federal, Estadual, Militar, do Trabalho ou Eleitoral
justificam a interposição de mandado de segurança, desde que inexista
recurso dotado de efeitos suspensivos aplicável à hipótese.
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE CABIMENTO
* E) Ato Disciplinar: sempre será possível ao Judiciário analisar os
elementos do ato administrativo: sujeito, objeto, forma, motivo e
finalidade. Por exemplo, se uma lei permite, diante de certa falta, a
aplicação de uma pena de suspensão de 10 a 30 dias, a aplicação, num
caso em concreto, de uma penalidade de 45 dias, é ato manifestamente
ilegal com relação ao elemento objeto.
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE CABIMENTO
* a) Lei em tese: não é cabível mandado de segurança contra lei em tese,
salvo se produtora de efeitos jurídicos concretos (STF; Súmula no
266);
* b) Atos interna corporis: são atos praticados pelas Casas Legislativas
e Tribunais, no tocante à matéria direta e exclusivamente relacionada
com as atribuições e prerrogativas de tais corporações. Envolvem
ampla análise discricionária das autoridades judiciárias e legislativas;
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE DESCABIMENTO
* c) Decisão judicial transitada em julgado: o STF, na Súmula no 268,
declarou que “não cabe mandado de segurança contra decisão judicial
com trânsito em julgado” (Lei 12.016, art.5º, III);
* d) Ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução (Lei 12.016, art.5º, I):
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE DESCABIMENTO
* Esta restrição legal deve ser interpretada com ponderação, não podendo ser-lhe conferido um
sentido absoluto. Deve-se, pois, admitir a propositura do mandado de segurança mesmo em
hipótese para a qual é previsto recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução (garantia), desde que o interessado deixe transcorrer o prazo
para sua apresentação ou expressamente renuncie ao direito de apresentá-lo.
* O que não se admite é, pois, o uso simultâneo dos dois instrumentos – o mandado de
segurança e o recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução
–, pois, se apresentado o recurso administrativo, e tendo este suspendido os efeitos do ato
impugnado, não há qualquer lesão ou ameaça de lesão a justificar a propositura do mandado de
segurança;
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE DESCABIMENTO
* e) Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo (Lei
12.016, art.5º, II):
* Segundo entende a doutrina, não pode o interessado desistir de
apresentar o recurso cabível para, após o transcurso do prazo para sua
propositura, valer-se do mandado de segurança.
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE DESCABIMENTO
* Por outro lado, plenamente cabível o mandado de segurança se contra o despacho ou
decisão não houver recurso judicial previsto nas leis processuais ou se, mesmo
havendo, ele não for dotado de efeito suspensivo. Nesse caso o interessado deve
apresentar simultaneamente o recurso e o mandado de segurança. Com a interposição
do primeiro, busca uma nova apreciação da decisão ou do despacho impugnado; com
a propositura do segundo, a suspensão de seus efeitos até a decisão do recurso. É
ponto pacífico que o mandado de segurança não substitui o recurso específico na
hipótese, sendo a apresentação deste, concomitantemente com o ajuizamento do
mandado de segurança, indispensável;
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE DESCABIMENTO
* f) Segundo entendimento do STF, não cabe mandado de segurança
contra suas decisões de conteúdo jurisdicional, tenham sido elas
proferidas pelo Pleno, por uma de suas turmas, ou
monocraticamente pelos seus membros. Qualquer decisão
jurisdicional proferida no âmbito do STF só pode ser impugnada
mediante a utilização dos recursos específicos previstos para essa
finalidade na legislação e, quando transitadas em julgado, por meio da
interposição de ação rescisória perante o próprio Tribunal;
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE DESCABIMENTO
* g) O mandado de segurança não pode ser impetrado como ação
substitutiva de cobrança (STF; Súmula no 269). O STF afirmou
reiteradamente que o provimento de um mandado de segurança não
produz efeitos patrimoniais retroativos, de modo a abranger o
período anterior à sua propositura.
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE DESCABIMENTO
* Por exemplo, imaginemos que um contribuinte está desde janeiro de
2010 pagando um tributo que entende inconstitucional, mas apenas em
fevereiro de 2014 decide interpor um mandado de segurança para
combater a exigência, obtendo uma decisão definitiva favorável em
julho de 2014. Tal decisão produzirá efeitos somente desde a data da
propositura da ação, não alcançando o período anterior a fevereiro de
2014;
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE DESCABIMENTO
* h) Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão
comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de
sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público
(Lei 12.016, art. 1º,§ 2º).
MANDADO DE SEGURANÇA
HIPÓTESES DE DESCABIMENTO
É a única ação constitucional que tem prazo (decadencial) para impetração: 120 dias (artigo 23 da 
Lei n° 12.016/09).
Mandado de SegurançaMandado de Segurança
Natureza Jurídica: Ação constitucional mandamental
Base Legal: Lei n° 12.016 de 2009
Objeto: A proteção do direito líquido e certo, ou seja, devidamente 
regulamentado, desde que não se seja amparado por Habeas Corpus ou 
por Habeas Data.
LegitimidadeAtiva: Qualquer pessoa física ou jurídica que satisfaça as 
condições para o exercício do direito de ação.
Legitimidade Passiva: Em regra a autoridade pública ou concessionária 
ou permissionária de função pública.
Competência: Difusa (ver artigos 102, I, d; 105, I, b; 108, I, c; 109, VIII)
Medida Cautelar: É admissível desde que presentes os requisitos do 
fumus boni juris e do periculum in mora. A cautelar é meramente 
satisfativa, podendo ser cassada a qualquer tempo.
Espécies: Individual e coletivo. Sendo que a legitimidade ativa do 
mandado de segurança coletivo vem estabelecida pelo artigo 5°, LXX da 
C. R. Observação:
Art. 5º, LXIXArt. 5º, LXIX

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