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Peixes e adaptações a ambientes singulares: Mar profundo, recifes de coral, região pelágica, regiões polares, ambientes temporários e cavernas Aula Angela Zanata adaptada por Daniela Coelho Peixes têm sido capazes de ocupar quase todos ecossistemas aquáticos naturais; • Animais expostos à pressões seletivas semelhantes geralmente evoluem adaptações semelhantes (princípio da convergência evolutiva); • Morfologia, fisiologia, comportamento e ecologia “design” ideal; ..................................................................................................... .................................................................................................... Diversidade Fauna mais diversa - entre as latitudes 40º N e 40º S; Diversidade Fauna mais diversa - entre as latitudes 40º N e 40º S; Zona litoral (plataforma continental, 0-200m): ~11.000 spp., cerca de 45%; • Epipelágicos: (além da plataforma continental): (~325 spp., menos de 2%): Habitat de grandes dimensões, baixa diversidade de ambientes (limita o n° de spp.); grupos importantes economicamente. • Peixes Epipelágicos: - Corpos estritos e compridos – natação rápida e contínua; - Normalmente, formam cardume e, em sua maioria, são predadores visuais de zooplancton e outros peixes; - Fazem migração vertical para se alimentar; • Mesopelágico (750 spp. ~ 5%): vida ativa em condições de luminosidade reduzida, migrações verticais, brânquias muito desenvolvidas, coração e rins de grande dimensões, predadores visuais (alta concentração de fotopigmentos); Músculos transdiferenciados: • Olho do Marlin; • Sofrem desvio do seu programa de desenvolvimento normal; • Função aquecedora; Fibras óticas em alta atividade; Melhora o poder de caça; ADPATAÇÕES • Batipelágicos:(~200 spp. ~1%): poucos recursos alimentares, ausência de luz (bioluminescência), sedentários, músculos e estrutura óssea pouco desenvolvidas; brânquias, coração e rins de pequenas dimensões, olhos podem ser não funcionais. • Batipelágicos:(~200 spp.): Iscas bioluminescentes (Photobacterium); Peixe-dragão Phrynichthys wedli “frogfish” • Bêntopelágicos e Abissais: (~1000 spp. ~ 8%): generalistas, dentes muito desenvolvidos e estômago de grande dimensão, adaptações a altas pressões, bioluminescência, produção de sons (atrair fêmeas). • Fotóforos (bioluminscência); • Bocas grandes – dentes afiados; • Olhos grandes ou olhos muito reduzidos; • Nadadeiras dorsais ou raios – iscas; • Ossos longos e finos • Redução da musculatura • Barbilhões no “queixo” • Coloração críptica Peixes abissais Peixes pelágicos Agulhão bandeira • Muitos elasmobrânquios (tubarão-baleia, raia-manta, etc); • Clupeóides (sardinhas, anchovas, etc); • Atherinomorpha (peixes voadores, agulhas); • Carangídeos, dourados, barracudas, cavalas, atuns, peixe- espada, peixe lua, etc. Peixes pelágicos Peixes pelágicos • Distribuição irregular de alimento no espaço e no tempo; • Dependem altas produtividades periódicas – concentram-se em áreas de ressurgência: 70% captura mundial; • Migrar a longas distâncias; Caranx latus Carangidae xaréu Xiphiidae espadarte agulhões Adaptações • Natação contínua e locomoção rápida; - Caudal furcada ou lunada; - Corpo fusiforme – forma hidrodinâmica; - Formam cardumes • Grau adaptação depende do quão pelágico é o hábito do peixe. Atuns - Nadadeiras pequenas; - Opérculo imóvel (ventilação forçada); - Eficiente capacidade de conversão de alimento em energia; Sistema circulatório eficiente • Maiores proporções de músculos vermelhos entre os peixes; • Maior quantidade de hemoglobina; • Coração maior; • Numerosas lamelas branquiais; Peixe lua (Mola mola) • Maiores peixe ósseo conhecido; • 3m e 2.300 Kg; • Pequena boca (alimenta-se de pequenos peixes e zooplâncton); • Presença de neurotoxinas na carne; • Muitos ectoparasitas na superfície do corpo; • Comportamento de termorregulação na superfície; Forças seletivas induzindo mudanças morfofisiológicas 1.Pressão 700 a 800 atm • Órgão mais afetado é a bexiga natatória; • Maioria dos batipelágicos (1000-2000) perderam a bexiga natatória; • Fígado com lipídios (Ex: esqualeno - tubarões); • Musculatura e esqueleto reduzidos (melhorar a flutuabilidade); Peixes de profundidade não predominantemente FISÓCLISTOS; Bexiga natatória 2. Temperatura • Barreira dispersiva, separando espécies entre os ambientes meso e batipelágico; Peixe-lanterna (10 a 20º ) 5-15 cm Peixe-machadinha (5 a 10º ) 2. Luminosidade • Peixes são de 15-30 vezes mais sensíveis à luz do que humanos; • Detecção de 700-1300 metros de profundidade; • Grandes olhos ou olhos bem reduzidos; Peixe binocular – Winteria – até 2.500m 2. Luminosidade • Peixes são de 15-30 vezes mais sensíveis à luz do que humanos; • Detecção de 700-1300 metros de profundidade; • Grandes olhos ou olhos bem reduzidos; Diceratias - olhos bem reduzidos – engodo (mimetismo agressivo) “Transparent-Headed Fish” - Macropinna microstoma • Cúpula na cabeça, preenchida por fluido (não resiste a mudanças de pressão); • Olhos com poder de rotação; • 600 – 800 m / 15 cm; • Olhos com lentes verdes; • Frente – órgãos olfativos e não olhos! • Iluminar o ambiente; • Reconhecer a presa; • Distrair a presa; Mesopelágicos - iluminação ventral – Photobacterium Symbolophorus Presença de fotóforos 3. Alimento • Ambientes de luz limitada e grande área = alimento escasso; • Todos os peixes de profundidade são carnívoros; • Peixes mais sedentários – bocas grandes; Eurypharynx pelicanoides • Redução do metabolismo; Chauliodus sp Maior relação tamanho boca/volume corpo dos vertebrados! 3. Alimento Chiasmodon 3. Alimento • “O grande engolidor”; •Notável capacidade de engolir presas muito maiores que ele; • Grande poder de dilatação do estômago; • 700 - 2.750m; Peixes de regiões polares Peixes da Antártica ou do Ártico icefish • Acima de 60° latitude; • Ártico X Antártica: semelhantes mas diferentes - geologia, tipos ambientes, biotas diferentes; Convergência Antártica 50º a 60º • Dominada por spp. endêmicas; • Não possuem bexiga natatória; • Possuem coloração escura; • Param de se alimentar no inverno (acumulam lipídios pelo corpo); • Poucos toleram temperaturas superiores a 7°C; Chaenodraco wilsoni “dragon icefish” 900 km de oceano aberto ao redor da Antártica = barreira térmica barreira térmica (Temperatura, profundidade e distância) * Usualmente com limitada energia e total escuridão 4 meses por ano; 1. Sangue – componentes anticongelamento altamente eficientes; Adaptações Peixes Antárticos • Peixe gelo (Channichthydae): Únicos vertebrados sem hemoglobina; Transporte de oxigênio baixíssimo (1/10); Expressão gênica no coração; • Temperatura do mar estável (1,9°C); • Baixa taxa metabólica e baixa demanda energética; • Baixas temperaturas maior solubilidade do oxigênio no plasma e na água; “icefish” Peixe gelo • Ajustes fisiológicos (compensar a falta de hemoglobina): Coração e vasos sanguíneos grandes; Grande volume sanguíneo; Maior débito cardíaco; “icefish” Peixes do Ártico • Menor quantidade de espécies endêmicas devido ao menor isolamento geográfico; • Adaptações evidentes e convergentes com Antártica; • Linguado Pseudopleuronectes americanus = 3% do volume do corpo de substância anticoagulante no inverno e 0% no verão. Pseudopleuronectes americanus Peixes de ambientes temporários Peixes de deserto Evaporação = aumento de temperatura, aumenta a concentração de sais, diminui a disponibilidade de oxigênio... 3 adaptações gerais: 1) Ciclo de vida anual – depósito de ovos na lama durante estação úmida, período de diapausa do ovo durante a estação seca, morte dos adultos, eclosão quando o ambiente é re-inundado no ano seguinte; 2)Estruturas de respiração acessória - oxigênio atmosférico (pulmões, câmaras branquiais e bucais, respiração cutânea); 3)Estivação – adultos estivam na estação seca = reduzem o metabolismo. Peixes de deserto Protopterus annectens África Estivação (casulo) Clariídeos ou ‘walking catfishes’ da África e Ásia; Movem-se por até 200 metros em busca de água; • Endêmico peixe-salamandra, Lepidogalaxias salamandroides, comum no sudeste da Austrália; Austrália • Enterra-se nos sedimentos de fundo e envolve-se em grossa capa de muco; • Absorve água do solo até secar completamente; • Evitam a produção de nitrogênio como excretas; Desertos da América do Norte “Desert pupfishes” • Tolerância a condições ambientais extremas: com tão pouco oxigênio que é recorde para peixes sem respiração acessória; • Salinidades até 3 ou 4 vezes maiores do que a da água do mar; • Temperaturas variam do congelamento (inverno) até 44º (verão); Cyprinodon macularius EUA Maior recorde adaptativo para peixes! Poço Encantado, Itaetê, Chapada Diamantina Peixes de cavernas Ambiente: • Mais extremo: sem luz e pouca disponibilidade de alimento; Vantagens: • Baixo número de competidores e predadores e clima constante e moderado; Peixes de cavernas • Evoluíram independentemente em cavernas pelo mundo; • Adaptações semelhantes evoluíram repetidamente apesar das diferenças filogenéticas; • Escuro, baixa produtividade e até alta pressão atmosférica = convergência evolutiva! Peixes de cavernas • Escamação reduzida; • Linha lateral muito expandida; • Compensação sensorial: quimiorrecepção, mecanorrecepção e eletrorrecepção; PEIXES TROGLÓBIOS: Mais marcantes: regressão, chegando até à ausência total, dos olhos e da pigmentação cutânea. Pimelodella kronei • Aumento das áreas cerebrais associadas com a visão, audição e recepção qupimica; • Baixas densidades – população depende da disponibilidade de alimento (guano de grilos e morcegos, bactéria, algas, pequenos invertebrados); • Onívoros, oportunistas; • Corpo alongado e forma de natação anguiliforme; Perda de estímulos baseados na visão: formação de cardumes, ritmos circadianos; PEIXES TROGLÓBIOS: • Grau de adaptação: depende do tempo de colonização da caverna; • Grau de troglomorfismo pode ser usado para inferir a “idade filogenética” do grupo, ou seja, o tempo total de isolamento genético no meio; • Pode-se inferir algumas semelhanças entre peixes cavernícolas e peixes de profundidade; PEIXES TROGLÓBIOS: •Adaptações na biologia reprodutiva e história natural : • Sem estímulos visuais, com estímulos predominantemente químicos; • Ovos grandes, porém pouco numerosos, baixa fecundidade, reprodução pouco frequente, maturidade tardia, crescimento individual lento e alta longevidade; PEIXES TROGLÓBIOS: Fim
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