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coletivo ou geral que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. d) o "remédio constitucional" que garante na CR o acesso a essas informações é o habeas data. No entanto, a finalidade do HD é restrita e refere-se apenas a bancos de dados constantes em entidades governamentais ou de caráter público. O HD presta-se igualmente à retificação de dados do requerente. A lei 9.507/97 disciplina a matéria e traz o procedimento para a petição administrativa de fornecimento de informações. Uma vez protocolado o pedido o prazo para o despacho é de 48 horas, sendo a decisão comunicada ao requerente em 24 horas. Caso seja deferido o pedido, o que detém a informação deve comunicar ao requerente o dia e a hora em que será fornecida. e) O inciso XXXIV do mesmo art. 5o da CR assegura a todos sem a necessidade do pagamento de taxas a obtenção de certidões em repartições públicas para a defesa de direitos e esclarecimento de situações pessoais. O prazo fixado pela mesma lei 9.507/97 é de 15 (quinze dias) contados do protocolo do pedido. f) A lei 9.784/99 em seu artigo 2o parágrafo único exige divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição. 6) Princípio da Moralidade Administrativa Muitos autores acham desnecessária a presença deste Princípio na CR, pois seu conceito seria vago e impreciso, confundindo-se muitas vezes com o conceito de Legalidade. As teorias do "Mínimo Ético" e dos "Círculos Secantes" que relacionam o Direito e a Moral seriam traços que nos dariam uma idéia de que nem tudo é norma e o administrador em certos casos cumpre com preceitos éticos sem que esteja necessariamente cumprindo a lei. O Direito se preocupa com a Licitude, e a Moral com a Honestidade. A Moralidade seria, então, o emprego da ética, da honestidade, da retidão, da probidade, da boa-fé e da lealdade no exercício das atividades administrativas. Maurice Hauriou foi o precursor da chamada Moralidade Administrativa que definiu como o conjunto de regras de conduta da disciplina interior da Administração. PREPARATÓRIOS JURÍDICOS EDUARDO/FRANKLIN PREPARATÓRIO CFS –DIREITO PENAL 11 Implica saber distinguir não só o legal e o ilegal, mas também o bem e o mal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o honesto e o desonesto. A imoralidade administrativa trouxe consigo a questão do chamado desvio de poder, pois neste caso se entendeu que a Administração Pública se valia de meios lícitos para atingir finalidades irregulares. A imoralidade, portanto, estaria na intenção do agente. Há uma questão de ordem neste tema que é saber se o Poder Judiciário pode intrometer-se nos atos internos da Administração Pública para revogá-los ou anulá-los. Alguns entendiam que, sendo o ato de disciplina interna, não poderia o Poder Judiciário apreciar sua legalidade ou moralidade. Têm-se, no entanto, que os atos eivados de ilegalidade podem ser revogados pela própria Administração Pública ou anulados pelo Poder Judiciário. Já os atos julgados de inconveniência administrativa só podem ser revogados pela Administração Pública, vedada a apreciação do Judiciário. A lei 9.784/99 prevê em seu art. 2o o princípio da Moralidade que seria a atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. O "remédio constitucional" para se defender a Moralidade Administrativa é a ação popular. Finalmente, a Moralidade Administrativa não está restrita à Administração Pública, mas também deve ser considerada em relação ao particular que se relaciona com ela. São freqüentes, em matéria de licitação, os conluios entre licitantes, caracterizando ofensa ao referido Princípio. 7) Princípio da Eficiência A Emenda Constitucional 19/98, que concretizou a Reforma Administrativa, trouxe ao texto da CR este Princípio, que é o dever que a Administração Pública tem de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento funcional. Este Princípio apresenta dois aspectos: a) o modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível e os melhores resultados; b) o modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública com o objetivo de obter os melhores resultados. A Administração Pública deve ser desempenhada de forma rápida, para atingir os seus propósitos com celeridade e dinâmica, de modo a afastar qualquer idéia de burocracia. Uma Administração Pública morosa e deficiente se compromete perante o administrado com o dever de indenização dos danos causados. PREPARATÓRIOS JURÍDICOS EDUARDO/FRANKLIN PREPARATÓRIO CFS –DIREITO PENAL 12 Em relação ao desempenho do agente público, a CR previu a avaliação periódica de desempenho para apurar a eficiência (art. 41, § 1o , III), sendo este um dos casos de perda da função pública. 8) Princípio da Presunção de Legitimidade e da Veracidade Pelo Princípio da Legitimidade e da Veracidade há uma presunção juris tantum (até prova em contrário) de que os atos da Administração Pública são verdadeiros e praticados com observância das normas legais. Quer isto dizer que os atos da Administração podem ser contestados desde que o administrado prove o contrário. Portanto, enquanto não declarada a ilegitimidade, os atos continuam a produzir seus efeitos. A chamada fé de ofício, atribuída aos Oficiais, em razão do posto e da patente, nada mais é do que o Princípio ora estudado 9) Princípio da Autotutela Este Princípio está bem delineado em duas súmulas do Supremo Tribunal Federal, que são: • súmula 346: a Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos; • súmula 473: a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos a apreciação judicial. Autotutela também se aplica ao fato da Administração Pública zelar pelos bens que integram seu patrimônio, sem necessitar de título judicial. Por meio de medidas de polícia administrativa ela impede que se ponha em risco a conservação desses bens. 10) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos Os serviços públicos não podem sofrer solução de continuidade, pois a Administração Pública desempenha certas funções essenciais à coletividade. Dele decorrem importantes conseqüências: a) proibição de greve, salvo nos limites definidos em lei específica (art. 37, VII); b) necessidade de institutos como a suplência, delegação e substituição para preencher as funções públicas vagas temporariamente; c) impossibilidade para quem contrata com a Administração Pública de invocar a exceptio non adimpleti contractus nos contratos que tenham por objeto a execução de serviço público; d) a possibilidade de encampação da concessão de serviço público. PREPARATÓRIOS JURÍDICOS EDUARDO/FRANKLIN PREPARATÓRIO CFS –DIREITO PENAL 13 11) Princípio